Monografia Celma Retificado
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NUTRIÇÃO
Beira
2022
CELMA MARIA RODRIGUES MATIBE
Beira
2022
CELMA MARIA RODRIGUES MATIBE
Comissão examinadora
A / O Presidente do júri:
_______________________________
Professor orientador:
________________________________
Leitor:
________________________________
Beira. _____/______/______
Somente através da ajuda da
Inteligência Infinita de Deus que este trabalho
foi concluído de forma satisfatória. Agradeço e
dedico esta monografia a Ele.
Agradecimentos
Em primeiro lugar, а Deus, que fez com que meus objectivos fossem alcançados,
durante todos os meus anos de estudos.
Ao meu querido esposo, Paulo Boi Mucheura pelo seu amor incondicional e por
compreender minha dedicação ao trabalho de pesquisa e aos aos meus filhos, Boi Paulo Boi e
Marcelino Paulo Boi por compreenderem as várias horas em que estive ausente por causa do
desenvolvimento deste trabalho.
Ao professor, Nelson Saimone Cebola por ter sido meu orientador e ter desempenhado
tal função com dedicação e amizade e a todos os meus professores do curso de Nutrição da
Universidade Adventista de Moçambique pela excelência da qualidade técnica de cada um.
Às pessoas cоm quem convivi aо longo desses anos de curso, que me incentivaram e
que certamente tiveram impacto na minha formação acadêmica.
1 Introdução
Para (Peter & Olson, 2009), a vida de todos na sociedade presente é permeada pelo
consumo e na óptica de (Karsaklian, 2004), ser consumidor significa ser humano. Com base
nessa situação, (Peter & Olson, 2009) afirmam que se torna indiscutível a importância dada aos
consumidores e aos clientes, uma vez que as empresas, em meio à concorrência, buscam
diversificar a forma como oferecem os produtos e serviços que os consumidores precisam, a
fim de torná-los leais. Ainda para (Peter & Olson, 2009), o consumidor é dinâmico, assim como
o ambiente no qual está imerso, onde sempre ocorrem mudanças. Tais mudanças têm afectado,
entre vários outros, o sector de alimentação (Lima Filho, Maia, Mantovani, & Arakaki, 2004).
Ora, o acto de se alimentar, (Poulain J. P., 2002) afirma que se desenrola de acordo com
regras impostas pela sociedade, influenciando a decisão de escolha e compra. Essas regras são
representadas pelas maneiras no preparo dos alimentos, pela montagem dos pratos e pelos
rituais das refeições (como, por exemplo, os modos e as posições das pessoas à mesa, a divisão
da comida entre os indivíduos, os horários estipulados, entre outros), contribuindo para que o
12
Homem se identifique com o alimento, também por sua representação simbólica. Nessa relação,
pode-se destacar a questão do Homem como um ser vivo onívoro, representada pela capacidade
de comer de tudo, que lhe dá uma suposta liberdade de escolha alimentar. Todavia, nem tudo o
que a natureza oferece é escolhido por ele, uma vez que o indivíduo é determinado por diversas
condições que irão influenciar essa decisão.
1.1 Justificativa
As decisões do consumidor durante a compra de um alimento em nenhum momento
foram tão holísticas. Actualmente, os consumidores têm acesso a uma enorme variedade de
informação, o que lhes permite serem mais seletivos nas suas escolhas. As compras deixaram
de se fazer tanto por impulso e passaram a ser pensadas e, por vezes estudadas, antes do acto
da compra em si. Mais do que isso, o que o consumidor consome hoje diz quem ele é, suas
preferências reflectem atitudes não somente pessoais, mas também sociais e econômicas.
Existindo, no entanto, alguns atributos que são determinantes para a decisão de compra
de um certo produto, é necessário que tais atributos determinantes sejam levados em
consideração por todos porque diante da decisão de compra, de acordo com (Alvarenga,
Figueiredo, Timerman, & Antonaccio, 2016), o consumidor escolhe os produtos não apenas
pelo que eles fazem, mas também pelo que eles significam, ou seja, os papéis que os produtos
representam na vida das pessoas vão além das tarefas que eles desempenham.
Entretanto, entender a fundo como são elaboradas as decisões e quais são os atributos
determinantes na compra de alimentos é fundamental, tanto para o nutricionista embasar um
13
1.2 Contextualização
Conhecer o consumidor, o que ele pensa, em que acredita, quais são seus julgamentos
acerca de si mesmo e dos outros, qual é sua posição na escala social, sua idade, renda, estilo de
vida e como reage aos estímulos presentes no momento da compra é indispensável para
compreendê-lo. Em se tratando do consumidor de alimentos, outras variáveis precisam ser
consideradas, como as preferências alimentares do comedor, sua história de vida, seus aspectos
biopsicossociais, culturais e antropológicos (Pinheiro, Castro, Silva, & Nunes, 2011).
De acordo com (Wansink & Sobal, 2007), a maioria das pessoas faz mais de duzentas
decisões de escolhas alimentares por dia e (Jomori, Proença, & Calvo, 2008) diz que para tomar
decisões, o consumidor primeiro precisa estar motivado, ter a oportunidade de ser exposto a um
produto para então perceber e atender as in formações nele contidas; também deve pensar sobre
essas informações, desenvolver atitudes sobre isso e formar memórias. O ambiente cultural
também afecta a motivação do consumidor, como ele processa a informação e os tipos de
decisões que faz. Idade, gênero, classe social, etnia, família, amigos e outros factores afectam
os valores de consumo e estilos de vida e, por sua vez, influenciam as decisões que os
consumidores fazem, como e por que eles fazem (Alvarenga, Figueiredo, Timerman, &
Antonaccio, 2016).
1.3 Problematização
De acordo com (Alvarenga, Figueiredo, Timerman, & Antonaccio, 2016), ao longo da
história da humanidade, o objectivo primário da busca por comida estava relacionado a
sobrevivência, manutenção da homeostase energética e luta contra a inanição.
até de seu apelo saudável). Embora o sabor tenha esse papel central, muitas pessoas têm medo
do prazer em comer. Um estilo de vida saudável é comumente assumido como algo que não
pode ser prazeroso, e uma alimentação prazerosa é, muitas vezes, tida como não saudável
(Alvarenga, Figueiredo, Timerman, & Antonaccio, 2016). Verifica-se também, que nas últimas
décadas, em vários países há maior ocorrência de mudanças de hábitos alimentares, revelando
a complexidade dos modelos de consumo e de seus atributos determinantes (Pineiro, s.d)
1.4 Objectivos
1.6 Metodologia
1.6.1 Área e do estudo
▪ A presente pesquisa foi desenvolvida no mercado da Cerâmica, Cidade da Beira,
Sofala.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Desta forma, (Rozin, 1990) aponta que um alimento provavelmente não será comprado
ou consumido se não parecer saboroso ou com um odor agradável e característico, com boa
aparência ou textura, independentemente da situação econômica do indivíduo ou da
disponibilidade do alimento (e até de seu apelo saudável) .
1
O termo taste (traduzido como “sabor” para português) está relacionado, no sentido estrito, apenas às sensações
despertadas pelo paladar, que incluem o sabor doce, salgado, azedo e amargo. Entretanto, é usado comumente para
denotar o complexo estímulo sensorial decorrente de olfato, paladar e tato, mas a contribuição do sistema visual e
auditivo na identificação, escolha e apreciação da comida também é apontada (Alvarenga, Figueiredo, Timerman,
& Antonaccio, 2016).
18
Daí que, o sabor é o principal factor de escolha dos alimentos e constitui o melhor
atributo da escolha e do consumo de alimentos, independentemente de restrições financeiras ou
disponibilidade, e do apelo “saudável”. No entanto, há um interesse crescente dos consumidores
em características não sensoriais, como conveniência, valor nutricional e naturalidade,
especialmente a ausência de aditivos alimentares (Alvarenga, Figueiredo, Timerman, &
Antonaccio, 2016).
2.1.1.2 Higiene
Não somente o sabor, mas também, a higiene dos alimentos e dos ambientes nos quais
eles são consumidos são tidos como factores que colocam em risco a saúde do indivíduo,
limitando e direccionando a escolha alimentar (Tritscher, Miyagishima, Nishida, & Branca,
2013) citados por (Alvarenga, Figueiredo, Timerman, & Antonaccio, 2016)
Razão disto que, por meio de um instrumento proposto para entender principalmente
a população urbana ocidental, os aspectos sensoriais, preço, conveniência e saúde foram os mais
importantes dentre os factores que levam à escolha alimentar e, tais factores, entretanto, não
foram considerados, necessariamente, ao comportamento real de escolha alimentar, ou seja, às
práticas alimentares realizadas por esses indivíduos, mas sim às representações dos motivos
que levam a essas escolhas (Jomori, Proença, & Calvo, 2008).
19
Na óptica de (Engel, Blackwell, & Miniard, 2000), durante a avaliação das alternativas
de compra, certos consumidores colocam mais peso em alguns atributos do produto do que em
outros. A razão disso deve-se geralmente à cultura da qual o indivíduo faz parte. Como é
possível ver no caso de alguns consumidores de alto poder aquisitivo dando muito valor a preço
baixo, não porque não tenham dinheiro, mas porque valores culturais influenciam as escolhas.
Do mesmo modo que, um consumidor de menor poder aquisitivo pode comprar alimentos caros
influenciado por valores do grupo em que está inserido. É por meio da cultura que são ditados
os padrões do comportamento (Larentis, 2009).
correspondentes aos valores pessoais, aos grupos de influência – como família e amigos – e ao
estilo de vida e à demografia2.
Apontam, no entanto, (Kotler & Keller, 2006) que o grupo de referência que, directa ou
indirectamente, influencia o comportamento de compra, pode fazer pressões que afectam as
decisões de compra do indivíduo, bem como introduzi-lo em um novo comportamento ou estilo
de vida. A família tem muita relevância por ser a mais importante instituição compradora de
bens de consumo de uma sociedade, a influência do pensamento de um amigo, de um líder ou
de um formador de opinião. Ou, então, dos grupos ou movimentos – “tribos” – aos quais o
indivíduo pertença (Larentis, 2009).
2
Segundo o (Houaiss, 2001), demografia é a “ciência que investiga as populações humanas (em aspectos como
natalidade, produção económica, migração, distribuição étnica etc.) sob uma perspectiva quantitativa”.
21
Cobra (2009), citado por (Kotler & Armstrong, 2015) em (Azevedo, 2019) lembra que
realmente existem diversos factores que agem sobre o indivíduo predispondo-o ou não a compra
de produtos ou serviços. Os factores não podem ser controlados, mas devem ser levados em
consideração quando da análise por parte dos profissionais.
Deve-se considerar cada fator não como único, mas como pilares que estruturam as
análises quando da necessidade de se conhecer os comportamentos de compra das pessoas, ou
até das organizações. Pois, para Zuppani e Lima (2014) citados por (Azevedo, 2019), os
consumidores podem ser individuais ou grupos, a exemplo das organizações.
Dessa forma, é possível dizer que o consumo é composto de influências para a compra,
porém (Correia, Silva, Silva, & Freitas, 2017), mostra que o consumidor é quem determina o
22
seu nível de consumo a partir da sua posição econômica, cultural, social, e ainda, que é levado
em consideração o estado emocional como a ansiedade, o ego, o impulso, etc.
Para (Samara & Morsch, 2005), embora a decisão de compra pareça desorganizada e
casuística, é necessário ainda, que tenhamos a percepção de que ela parte de um processo lógico
e estruturado de tomada de decisão. Após sofrer influência de um determinado conjunto de
múltiplos factores, a decisão de compra se desenvolverá por meio de um processo desencadeado
em etapas integradas, que afetarão a escolha.
Para (Kotler & Keller, 2006), o processo de decisão do comprador se divide em cinco
etapas: (1) reconhecimento do problema, (2) busca de informações, (3) avaliação de
alternativas, (4) decisão de compra e (5) comportamento pós-compra. Obviamente, esse
processo começa bem antes da compra real e tem consequências que perduram por muito
tempo. Mas nem sempre os consumidores passam por todas as etapas ao comprar um produto
– eles podem pular ou inverter algumas delas.
necessidade é provocada por estímulos externos, por exemplo uma pessoa admira o carro novo
de um amigo ou vê uma propaganda de férias em Las Vegas na televisão, o que desencadeia
ideias sobre a possibilidade de fazer uma compra.
Há casos que o consumidor não precisa buscar mais informações sobre o que se deseja
adquirir, ou que precisa ir atrás de pouco conhecimento acerca daquilo. Porém, geralmente em
compras mais complexas e com alto poder aquisitivo a ser dispendido, essa fase torna-se
criticamente importante. No entanto, (Sheth, Mittal, & Newman, 2001) apontam que a busca
por informações dificilmente engloba todas as marcas, pois os clientes selecionam apenas
aquelas que eles consideram como prioridades e as organizam dessa forma: conjunto conhecido,
aquele onde estão as marcas conhecidas pelo cliente, e conjunto evocado, aquele que estão as
marcas lembradas no momento da tomada de decisão. Entretanto, vale ressaltar que nem todas
essas marcas irão atender as necessidades, sendo descartadas, ficando somente aquelas que o
cliente irá considerar para a compra (conjunto considerado).
Nesta fase, é importante apontar ainda a relação colocada por (Hawkins & Best, 2007),
entre o grau de envolvimento da compra e o tipo de tomada de decisão. Os autores dizem que,
compras de baixo envolvimento, aquelas em que há pouco risco percebido pelo cliente,
demandam uma tomada de decisão com pouca procura interna e sem procura externa. Em se
tratando de uma compra de alto envolvimento, a tomada de decisão envolve uma intensa
procura interna e externa.
É dito por (Loureiro, 2020) que, na óptica de (Cardoso, 2009), a avaliação das
alternativas é considerada a fase em que o consumidor usa a informação que dispõe sobre as
alternativas de compra para fazer a sua escolha através da utilização de critérios, que vão
segundo o valor que o mesmo confere a um conjunto de atributos do produto aos quais atribui
diferentes graus de importância. Para (Blackwell, 2005), os critérios variam de acordo com o
produto específico, o conjunto de alternativas consideradas, as caraterísticas do indivíduo, a
relação com o produto e as situações de compra e de consumo.
No entanto, através de (Engel, Blackwell, & Miniard, 2000), aponta (Queiroz, 2019)
que essa avaliação é tratada como um processo cognitivamente orientado, ou seja, o consumidor
forma julgamentos em sua maioria racionais e conscientes, pois está na busca de atender
algumas necessidades e procura satisfazê-las por meio de certos benefícios. Sendo assim, cada
produto é visto por ele como um conjunto de atributos e cabe a ele identificar o quanto cada
benefício consegue atender às suas necessidades. Na óptica de (Engel, Blackwell, & Miniard,
2000), esta etapa, a qual denomina de avaliação de alternativa pré-compra, é o momento em
que o consumidor analisa, compara os atributos do produto disponibilizado com seus padrões
e especificações para comparar produtos e marcas distintas.
relacionados aos aspetos e informações que envolvem o produto, como o preço, a marca, a
embalagem, o rótulo e o país de origem, por exemplo.
Decisão de
compra
Atitudes de Factores
outros situacionais
imprevistos
Intenção de
compra
Avaliação de
alternativas
Fonte: adaptado de (Kotler & Keller, 2006).
muito insatisfeitos. Outros minimizam essa diferença e ficam menos insatisfeitos (Kotler &
Keller, 2006).
Buscou-se identificar quem são os clientes que fazem suas compras no mercado
informal da cerâmica. Especificamente, foram levantadas informações referentes ao gênero,
faixa etária, estado civil, ocupação, a renda do domicílio dos entrevistados e a frequência com
que essas pessoas compram no mercado de cerâmica.
Figura 4: Gênero
Masculino
33%
Feminino
67%
29
8%
2%
25%
20% 18 – 23
24 – 29
30 – 35
36 – 41
42 ou mais
45%
Solteiro; 19;
21%
Outros; 3; 3%
Viúvo; 1; 1%
Divorciado; 0;
0%
Casado; 68;
75%
30
Figura 7: ocupação
Estudante e
autônomo; 13;
Estudante e 17%
empregado; 2; Estudante; 19;
3% 24%
Empregado; 5;
6%
Autônomo; 39;
50%
Todos os dias
3%
21% Pelo menos 1x por
20% semana
Pelo menos 2x por
semana
3x por semana ou mais
17% 13%
Pelo menos 1x p/mês
Para identificar a classe social à qual pertencem os entrevistados, foi perguntada a renda
do domicílio, ou seja, a renda somada de todas as pessoas que moram no domicílio (figura 9).
Os dados demonstram que os compradores que frequentam no mercado informal da Cerâmica,
em sua maioria (56%), não apresentam um poder aquisitivo que pode ser de grande margem
discricionário, ou por outra, no geral os entrevistados apresentam poucos recursos financeiros.
13% 2%
0 a 2.234,00mts
4.468,00mts a
6.702.00mts
29% 6.703,00mts a
56% 8.936,00mts
Igual ou mais que
8.936,00mts
Foi questionado aos clientes qual o principal atributo relacionado ao alimento determina
na sua decisão de compra. Foram apresentadas nove opções de respostas, sendo elas: variedade,
preço, disponibilidade, sabor, aparência, conveniência, valor nutricional, naturalidade, higiene
(figura 10). Para a maioria, 23% dos respondentes nesse caso, o principal atributo é o preço que
varia de alimento para alimento. Para 22%, dos respondentes, o principal atributo é o sabor,
10% dos respondentes, o principal atributo é o valor nutricional. Entretanto, variedade,
disponibilidade e aparência, para cada atributo corresponde a 10% do total dos entrevistados.
Ora para 7%, 6% e 5% dos respondentes, os principais atributos são respectivamente, a
naturalidade, a higiene e a conveniência.
32
Portanto, esses resultados observados apresentam o preço, o sabor, como sendo maiores
atributos relacionados aos alimentos, que determinam na decisão de compra. De forma similar,
(Steptoe, Pollard, & Wardle, 1995) revelaram que o preço dos alimentos exerce inegável
influência sobre a escolha alimentar, principalmente para pessoas com um menor poder
aquisitivo. E isso é justificável pois, conforme acima descrito, os compradores que frequentam
no mercado informal da Cerâmica, em sua maioria (56%), não apresentam um poder aquisitivo,
ou por outra, no geral os entrevistados apresentam poucos recursos financeiros.
O sabor, também, de acordo com (Costell, Tárrega, & Bayarri, 2010) é o principal factor
de escolha dos alimentos, constitui o melhor atributo da escolha e do consumo de alimentos,
independentemente de restrições financeiras ou disponibilidade.
6% 9%
7%
10%
23%
5%
9%
Variedade
9%
Preço
Disponibilidade
22%
Sabor
Aparência
Conveniência
Valor nutricional
Naturalidade
Higiene
33
Outros
9%
Religião
Tradições
22%
41%
Valores
28%
Indagados em relação aos aspectos sociais (figura 12), de todos os clientes questionados,
33% apontam a família como sendo a principal determinante, 31% consideram os amigos e
27%, meios de comunicação ficando atrás dos atributos como propaganda (7%) e moda (2%).
34
Esses resultados entram em consonância com (Lake, et al., 2007; Germov & Willians,
1996) que declaram com firmeza que o homem, como ser complexo, é influenciado, também,
por mecanismos psicossociais, como [...] informação, meio, influência da família, amigos e
mídia.
Propaganda
7% Moda
2%
Amigos
Meios de 31%
comunicação
27%
Familiares
33%
Esses resultados coadunam com (Kotler P. , 2000) pois na sua óptica, conforme relatado
na pesquisa, as decisões do consumidor são influenciadas por características pessoais, como
[...] ocupação e circunstâncias económicas. Ora, o padrão de consumo dos indivíduos é
35
influenciado por sua ocupação e renda. Assim, a profissão e as circunstâncias económicas das
pessoas definem o seu poder aquisitivo e acabam por influenciar no seu interesse ou escolha
por determinados produtos.
Idade
3% 5%
2% 6%
Sexo
12%
Estado nutricional
32%
Doença
18%
Profissão
Circunstâncias
22% económicas
Estilo de vida
Conhecimento, crenças
36
4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO
Este trabalho teve como escopo estudar um campo ainda pouco explorado, buscando
entender e aprofundar lacunas existentes no que diz respeito ao processo de compra dos
alimentos. O objectivo geral desta pesquisa centrou-se em identificar quais atributos são
determinantes para os consumidores na tomada de decisão de compra desses alimentos, a partir
de levantamento de dados. As categorias utilizadas foram: atributos relacionados aos alimentos
e relacionados ao consumidor.
A partir dos dados obtidos, foi possível identificar o perfil dos compradores do mercado
informal da Cerâmica. Em relação ao gênero, obteve-se um maior quantitativo relactivo ao
feminino (67%), quanto à variável faixa etária dos respondentes, foi possível verificar a maior
composição (45%) entre 24 e 29 anos. No que diz respeito ao estado civil, foi possível verificar
que a maioria é casado (75%) e quanto a ocupação, obteve-se maior constituição de autônomos
(45%).
A maior frequência de compra no mercado ocorre pelo menos três vezes ou mais,
mensalmente (21%), pelo menos duas vezes por mês (17%) e pelo menos uma vez por mês
(16%). Trata-se de um público cuja maioria não tem maior poder aquisitivo.
Entretanto, tem-se que esses resultados não representam a totalidade da realidade geral
dos mercados, são resultados restritos ao objecto estudado. Para pesquisas futuras sugere-se a
ampliação deste estudo em outros mercados, a fim de suprir as lacunas existentes teoricamente
sobre o assunto, bem como comparar seus resultados de modo a verificar possíveis
generalizações.
37
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41
APÊNDICES
Cronograma de actividades
Acções
Levantamento de literatura
Montagem do projecto
Recolha de dados
Tratamento de dados
Elaboração do relatório final
Revisão do texto
Entrega do trabalho
Aprovação do trabalho
Apresentação dos resultados
Orçamento
Roteiro de Questionário
DADOS DEMOGRÁFICOS
Gênero
A. Masculino
B. Feminino
Faixa etária/Anos
A. 18 – 23
B. 24 – 29
C. 30 – 35
D. 36 – 41
E. 42 ou mais
Estado civil
A. Solteiro;
B. Casado;
C. Divorciado;
D. Viúvo;
E. Outros
Ocupação
A. Estudante;
B. Empregado;
C. Autônomo;
D. Estudante e empregado;
E. Estudante e autônomo;
F. Outro
Renda Mensal
A. 0 a 2.234,00mts
B. 4.468,00mts a 6.702.00mts
43
C. 6.703,00mts a 8.936,00mts
D. Igual ou mais que 8.936,00mts
Além dos alimentos, marque um (X) na linha correspondente, sobre você, a razão que te
leva na decisão de compra de um alimento
Aspectos culturais Tradições Valores Religião Outros
Amigos
Familiares
Profissão
44
Sua colaboração é bastante útil e necessária para o desenvolvimento da pesquisa, todavia sua
participação é de carácter voluntaria.
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Sujeito da pesquisa
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ANEXOS