Mba Agf Apostila Jbi V2
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O JEITO BARSI
DE INVESTIR
PROFESSORES LOUISE BARSI,
FABIO BARONI, FELIPE RUIZ E JEAN MELO
1
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
OS MESTRES DO NOSSO MESTRE .......................................................................... 7
AÇÕES GARANTEM O FUTURO ............................................................................ 30
O JEITO BARSI DE INVESTIR (JBI).......................................................................... 49
ESTUDO PRÁTICO ............................................................................................... 77
CONCLUSÃO ..................................................................................................... 104
2
INTRODUÇÃO
Vamos esmiuçar, neste módulo, como funciona o Jeito Barsi de Investir
(JBI), quais são suas origens e princípios, e como utilizá-lo para compor
uma carteira previdenciária de investimentos, com foco no recebimento
de dividendos.
3
Todas faliram em meados da década de 1980 por má gestão, desvios e
baixa capitalização dos recursos.
1. Resultados sólidos.
2. Consolidação no mercado.
3. Perenidade do negócio.
4
As quatro características são importantes para discernir quais empresas
são adequadas para uma carteira previdenciária. A Bolsa no Brasil possui
mais de 400 empresas listadas! O investidor precisa ter foco para não
perder tempo investigando ação por ação. Nasce daí o acrônimo BESST,
formado pelas iniciais de Bancos, Energia, Saneamento, Seguros e
Telecom – setores geralmente associados às características fundamentais
que buscamos selecionar. Esse filtro, então, precisa ser refinado ainda
mais qualitativamente, até chegar ao ponto de analisar a reputação do
acionista controlador, a qualidade dos gestores e o tamanho e a
concentração da base acionária.
5
investimentos em ações ou a sempre ganhar na Bolsa, assegurando um
retorno superior ao do mercado com base em algum tipo de mágica, sem
esforço algum. Quando se aprende algo novo – como aprender a dirigir, a
falar um novo idioma, tocar um instrumento musical ou investir na bolsa –
sempre existe um processo composto por quatro fases.
6
Fase 3 – Competência Consciente. Feito é melhor do que perfeito, mas a
prática te deixa cada vez mais próximo disso. Aqui começa a fase 3,
chamada de Competência Consciente, quando você sabe o que sabe. O
motorista já conhece todas as funções do carro, mas às vezes deixa o
motor morrer ou erra a marcha. Algo semelhante acontece com os
investimentos: o investidor já entendeu a dinâmica do mercado, mas
ainda tem algumas dúvidas.
7
Warren Buffett, foi, com toda a certeza, um dos nomes mais influentes na
carreira de Barsi, que dele incorporou o estilo frugal de levar a vida e
alguns comportamentos necessário para comprar ações. No entanto,
ambos têm alguns critérios distintos para selecionar boas ações.
Warren Buffet
8
BENJAMIN GRAHAN
1. A primeira lição de Graham você já deve ter visto por aqui: "Uma
ação não é apenas um sinal eletrônico. Ela representa o interesse
do proprietário em um negócio real, com valor intrínseco
independente do preço da ação". O autor faz, ao longo do livro,
várias menções a respeito da incerteza em relação ao processo de
precificação de uma ação. Alguns exemplos: "O futuro dos preços
de valores mobiliários nunca é previsível" e "Raramente é possível
fazer previsões confiáveis sobre mudanças, absolutas ou relativas,
nos preços".
9
2. Reconhecer a existência de uma distinção entre valor intrínseco e
preço, e que é difícil prever este último, nos leva à segunda grande
lição do livro: “O mercado é um pêndulo que sempre oscila entre o
otimismo insustentável (que torna as ações muito caras) e um
pessimismo injustificável (que as torna muito baratas). O investidor
inteligente é um realista que vende para os otimistas e compra dos
pessimistas”.
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3. A terceira grande lição de Benjamin Graham decorre justamente
dessa dificuldade em discernir o otimismo insustentável e o
pessimismo injustificável: “Não importa o quanto você é cuidadoso,
nenhum investidor pode eliminar o risco de errar”. A única maneira
de minimizar o risco de errar é insistindo no que Graham chamou
de “margem de segurança”: nunca pagar um preço elevado demais,
independentemente de quanto um investimento possa ser
atraente.
11
Graham fala então do tipo de setor que consideramos perene: “Em
comparação, o investidor em ações, digamos, de concessionárias de
utilidade pública com um valor aproximadamente equivalente ao de
seu patrimônio líquido, pode sempre se considerar o proprietário
de uma participação em um negócio saudável e em expansão,
adquirida a um preço racional, não obstante o que o mercado de
ações possa dizer ao contrário”.
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Resumindo, Graham afirma: “O verdadeiro investidor pode tirar
vantagem do preço de mercado diário ou desconsiderá-lo,
conforme ditado por suas próprias ideias e inclinações, mas
também precisa tomar conhecimento dos movimentos de preço
importantes, pois de outra forma seu julgamento será desprovido
de uma base”.
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5. Por fim, mas não menos importante, temos a quinta e última
grande lição: "O segredo do seu sucesso financeiro está em você
mesmo. Se você se tornar um pensador crítico que não acredita
fielmente em todos os 'fatos' de Wall Street e investe com
confiança e paciência, pode tirar vantagens constantes até mesmo
dos piores mercados de baixa. Ao desenvolver disciplina e coragem,
você pode evitar que as variações de humor de outras pessoas
governem seu destino financeiro. No fim das contas, o
comportamento de seus investimentos é bem menos importante do
que o seu próprio comportamento".
PHILIP FISHER
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Dentro da primeira categoria, a de baixo custo, Fisher acrescenta:
"Para ser considerada um investimento realmente conservador,
uma empresa deve apresentar os custos de produção mais baixos -
ou tão baixos quanto qualquer uma de suas concorrentes - em
todas ou quase todas as suas linhas de produção".
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exatamente isso. Para ele, a falta de um gerenciamento bem-
sucedido nessas áreas pode resultar em:
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O autor resume: “a companhia que se qualifica adequadamente na
primeira dimensão de um investimento conservador é uma
produtora ou operadora de custo bastante reduzido em sua área;
conta com um marketing e uma habilidade financeira de destaque;
além de uma destreza comprovada, acima da média, quanto ao
complexo problema do gerenciamento para obtenção de resultados
consideráveis de sua organização tecnológica ou de pesquisa”.
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do pensamento inovador para aprimorar um sistema de
trabalho, e não de uma reação forçada diante de uma crise.
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a luta pelas vendas provoca maior ou menor redução na elevada
margem de lucro anterior. As altas margens de lucro podem ser
comparadas a um pote de mel aberto de propriedade da companhia
numa fase próspera. O mel inevitavelmente atrairá um enxame de
insetos famintos, prontos para devorá-lo".
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Fisher chama de “bem-afortunados” os investidores que mantêm
ações no longo prazo, devido ao fenômeno responsável pela maior
compensação com relação ao risco envolvido: “Esse fenômeno é o
aumento substancial no preço que resulta do efeito combinado da
súbita melhoria dos rendimentos por ação individual e do
considerável aumento simultâneo na proporção de preço-
rendimento”.
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quanto tempo o futuro se tornará uma realidade. A expectativa
acaba sendo, muitas vezes, mais importante do que os próprios
fatos. “O único teste verdadeiro para saber se as ações estão
‘baratas’ ou ‘caras’ não é o seu preço corrente em relação ao preço
anterior, não importa o quanto possamos ter nos acostumado a ele,
e sim se as bases estruturais da companhia são significativamente
mais ou menos favoráveis em relação à corrente avaliação da
comunidade financeira sobre aquelas ações”.
LUIZ BARSI
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1. Os retornos dos mercados não são os mesmos retornos dos
indivíduos, principalmente pelo fator COMPORTAMENTO. A
maioria perderá dinheiro na renda variável. Controlar os instintos
mais primitivos de seguir a manada é um grande desafio (ainda mais
nos dias de hoje, diante da intensidade e da agilidade na geração e
no processamento de informações pelos agentes econômicos).
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excelente investimento. Fundamentalmente, uma das poucas coisas
não corrigidas pelo longo prazo é pagar caro por algo.
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Qual é então o diferencial de Barsi em relação aos demais?
Indiscutivelmente, o peso atribuído por ele à capacidade de distribuição
dos dividendos em sua tomada de decisão. Não somente porque o
objetivo final é a renda em detrimento da valorização do patrimônio, mas
sim porque uma empresa capaz de distribuir proventos sustentáveis tem
grandes probabilidades de ter uma geração de fluxo de caixa saudável e
duradoura.
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As ações de crescimento estão proibidas então? NÃO! Mas novamente,
cumpra algumas metas previdenciárias antes de adentrar esse tipo de
investimento. Um bom investimento em uma empresa de crescimento vai
depender do seu preço, sempre. Sobre o assunto, Graham é enfático no
livro Investidor Inteligente: "O investidor inteligente se interessa por ações
de alto crescimento não quando elas são as mais populares, mas quando
algo dá errado". Raramente encontraremos uma excelente empresa a um
excelente preço se nada de errado estiver ocorrendo com ela. A tarefa é
descobrir se o problema é temporário, o que justificaria uma compra no
momento de queda no preço do ativo, ou se há uma perda grave de
fundamento.
Veremos mais adiante que Barsi utiliza o preço teto como um dos
parâmetros para selecionar empresas. Trata-se de uma métrica derivada
da equação de dividend yield, que nos fornece, ao invertermos algumas
variáveis, o valor máximo a pagar por um ativo dada uma rentabilidade
mínima desejada em dividendos. Para Barsi, portanto, uma ação valerá o
quanto ela poderá remunerar o acionista.
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opinião, esse peso é muito particular. Sugerimos que, antes de investir em
ações, você primeiro tenha uma reserva de emergência na renda fixa. O
dinheiro na Bolsa é aquele realmente destinado para investimento e que
não será necessário no curto prazo.
É possível ter uma carteira com 100% em ações? Sim, mas são raros os
investidores que reúnem as condições favoráveis para isso. Nesse quesito,
também concordamos com a recomendação de Graham: “para uma
minoria ínfima de investidores, uma carteira 100% em ações pode fazer
sentido. Você é um deles se: tem dinheiro suficiente para sustentar a
família durante pelo menos um ano; investirá consistentemente durante
pelo menos 20 anos; sobreviveu a um mercado de baixa; não vendeu
ações durante a baixa; comprou mais ações durante a baixa; implementou
um plano formal para controlar seu próprio comportamento de
investidor.”
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Outras ações na carteira são Banco Santander, Eletrobrás, Transmissora
Paulista, Sabesp e Auren. A fortuna estimada varia conforme a flutuação
de mercado, mas gira em torno de R$ 4 bilhões.
27
assunto, mas talvez um bom parâmetro para evitar a pulverização seja
multiplicar por 3 o número de anos investindo – o resultado será a
quantidade máxima de papéis na carteira. Um investidor que, por
exemplo, esteja há 5 anos na Bolsa, poderia ter no máximo 15 ativos em
carteira.
Barsi sempre foi um defensor ferrenho de que o investidor deve ser seu
próprio gestor, afinal, a estrutura de fundos costuma ser muito mais
vantajosa para o próprio fundo do que para o cotista. As taxas de
administração e performance, ao longo dos anos, vão corroendo a
rentabilidade.
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bons quanto os profissionais. O que você não pode fazer é ganhar dos
profissionais no jogo deles. Os profissionais não conseguem ganhar nem
em seu próprio jogo! Para isso, reconheça que investir com inteligência
envolve controlar o controlável. Você não pode controlar se as ações
superarão o mercado hoje ou amanhã. No curto prazo, o retorno é refém
do Sr. Mercado e de seus caprichos. No entanto, você pode controlar seus
custos de corretagem, custos de propriedade, suas expectativas, seus
riscos e seu próprio comportamento”.
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setores que você já compreende”. Não é uma regra totalmente
implausível, e centenas de investidores lucraram com ela ao longo dos
anos, mas é preciso aplicá-la completamente: “Encontrar uma companhia
promissora é apenas o primeiro passo. O próximo é pesquisar.” Para
Lynch, ninguém deveria investir em uma empresa, seja qual for a
qualidade de seus produtos, sem estudar seus balanços financeiros e
estimar seu valor comercial. Exatamente como propomos aqui no Jeito
Barsi de Investir.
30
apenas têm características inerentes que não condizem com as premissas
da nossa estratégia:
31
• Varejo: é outro setor à prova de Barsi (em um sentido amplo, sem
entrar nas particularidades dos nichos de mercado). Novamente,
quantas grandes marcas do varejo desapareceram nos últimos 30
anos? Podemos citar Mappin, Casa Sopre, Mesbla, Ultralar, Clipper,
Eletro Radiobrás e, mais recentemente, Máquina de Vendas,
formada pela união entre as redes Insinuante e Ricardo Eletro. Essas
empresas costumam ter forte dependência macroeconômica e
margens extremamente apertadas. Outras características do setor
são as baixíssimas barreiras de entrada, a concorrência acirrada, a
pequena ou inexistente fidelidade do cliente à marca e a
sensibilidade da relação entre preço e demanda.
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Em resumo, os setores à prova de Barsi são extremamente complexos,
expostos a inúmeros fatores incontroláveis e com margens insuficientes
para remunerar com constância o investidor interessado em dividendos.
Obviamente, você até poderá encontrar exceções no meio do caminho,
mas não vemos por que focar nesses setores se há outros muito mais
aderentes à metodologia de carteira previdenciária.
BESST
33
Fachada da B3, em São Paulo.
34
Dependem pouco ou nada do cliente final e precisam se preocupar
basicamente com a disponibilidade do sistema. Por essas características,
seu fluxo de caixa tem uma previsibilidade ímpar e, consequentemente,
são boas pagadoras de proventos.
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que pode não ser uma prioridade para outros. Gostamos também de
investigar a fundo a reputação e experiência dos gestores, o que implica
uma avaliação muito subjetiva.
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
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estratégia de dividendos só é incentivada em momentos de instabilidade
dos mercados, afinal funcionam como um porto seguro.
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não remunera adequadamente seu acionista, a estratégia de renda cai por
terra.
Existem dois tipos de empresas que não pagam dividendos: as que não
querem e as que não podem. O primeiro caso muitas vezes é
compreensível. Até mesmo boas pagadoras de dividendos passam por
turbulências ou períodos de maior investimento ou desalavancagem. Mas
se o fundamento estiver mantido e a pausa nas distribuições for
circunstancial, ainda estarão preservados os motivos pelos quais esta ação
entrou na carteira. É recomendável, no entanto, passar longe das
companhias que não PODEM pagar dividendos, como aquelas em fase de
crescimento ou com margens tão estreitas que os investimentos e o capex
corroem todo o fluxo de caixa.
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Justamente por isso, é de extrema importância ler e compreender como
as empresas remuneram seus acionistas.
Em muitos casos, as regras são tão específicas que a empresa opta por
manter um estatuto simples e deixar a definição das diretrizes e condutas
para a política de remuneração ao acionista. Na falta deste documento, o
estatuto permanece como o guia principal.
39
aprovação dos acionistas, enquanto os dividendos intermediários
são pagos tendo como referência os resultados de exercícios
anteriores (ou seja, que já passaram pelo rito da Assembleia).
40
possível com a utilização de parte do saldo acumulado até o exercício
anterior na Conta de Reservas de Retenção de Lucros.
41
mão do acionista, inclusive da própria União, cada um pode definir o seu
destino com mais transparência.
42
Nossa preferência tem pendido cada vez mais para as classes de ativos
mais líquidos, porque há mais demanda por aluguel e a possibilidade do
uso das opções para realizar o dividendo sintético. No caso do Bradesco,
ambos os tickers têm liquidez aceitável, e a decisão nesse caso deve ser
pautada pelo custo-benefício. A que estiver mais barata e pagando melhor
deve ser incluída na carteira.
Outro direito dos acionistas sobre o qual o Estatuto não deve ser omisso é
o tag along, um mecanismo de defesa que garante aos minoritários o
direito de vender suas participações em caso de troca de controle. Um tag
along de 100% significa que, caso o controle da companhia seja vendido,
os pequenos investidores têm direito de receber pelas ações o mesmo
valor pago aos controladores. No caso do Bradesco, esse direito é de 80%
para ambas as classes. Na Transmissora Paulista, o tag along é de 0% nas
preferenciais e de 80% nas ordinárias.
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consideração o primeiro semestre para os proventos distribuídos em
setembro e o segundo semestre para a parcela dos proventos de março.
Todo investidor está sujeito a cometer erros. Até mesmo Luiz Barsi. Em
2012, a Oi anunciou um ambicioso plano estratégico para crescer e fazer
frente às suas concorrentes. A empresa, fruto da fusão da Brasil Telecom e
da Telemar, era a grande aposta do Governo Federal para se tornar uma
“super tele”, como parte de uma estratégia de estimular a formação de
um grupo de grandes companhias que passaram a ser conhecidas como as
“campeãs nacionais”.
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A euforia do mercado tinha uma razão: os números apresentados pela Oi
eram da casa dos 10 dígitos! Estavam previstos investimentos de mais de
R$ 24 bilhões até 2015, inclusive com o pagamento de impressionantes R$
8 bilhões em dividendos. Na época dessa discussão, a companhia aprovou
em assembleia o pagamento de R$ 2 bilhões em proventos, levando todos
a crer que a promessa de proventos bilionários seria cumprida até o
último centavo.
Nesse momento, outro erro poderia ser cometido pelos investidores que
buscam renda: a ilusão proporcionada por um dividend yield altíssimo.
Ocorre que o yield é calculado sobre os dividendos dos 12 meses
anteriores, enquanto o preço é corrente, rapidamente corrigido pela
expectativa do mercado. Se o numerador se mantém e o denominador
cai, o yield aumenta. Isso ocorre não pelo crescimento do dividendo, mas
pela queda do preço – e no caso da Oi não se configurava uma
oportunidade para comprar, pois o recuo das cotações se devia a
problemas de gestão e governança.
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OUTROS TIPOS DE REMUNERAÇÃO DO ACIONISTA
46
(a) até 50% do lucro líquido do período vigente (antes da dedução
dos juros).
47
para fortalecer o capital de giro ou até mesmo para adquirir outra
empresa. Mas e se a melhor oportunidade do momento forem suas
próprias ações?
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Veja que o investidor não realizou nenhum aporte, mas receberá um valor
maior. Outra grande vantagem: não é necessário fazer nenhum ajuste na
declaração de imposto de renda, porque o lucro simplesmente será
dividido por um número menor de ações em circulação.
A empresa tem até 12 meses para completar o seu plano, mas sem a
obrigação efetiva de comprar as ações. Caso o preço suba, por exemplo,
poderá optar por não realizar novas compras. Justamente por isso, é
extremamente importante para o investidor acompanhar quantas ações
foram efetivamente para a tesouraria e qual o seu destino. Elas poderão
ser simplesmente canceladas ou alienadas quando a administração julgar
lucrativo.
Agora que você já sabe todas as formas de obter renda com ações, vamos
para a sua carteira no JBI.
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seja conhecer as características qualitativas das empresas filtradas. Uma
diligência básica no Estatuto, na política de proventos, nos históricos dos
resultados ou na gestão da companhia pode poupar o trabalho de analisar
os números de uma empresa que nem sequer passaria nos seus crivos
pessoais.
CRITÉRIOS QUANTITATIVOS
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É possível tirar uma série de conclusões apenas "olhando" os
demonstrativos, sem precisar fazer uma única conta sequer. Uma dessas
técnicas chama-se Análise Horizontal e Vertical, na maioria das vezes já
apresentada nas tabelas de resultado.
Você está fazendo uma análise horizontal quando compara o lucro deste
ano com o do ano anterior, por exemplo. O analista pode calcular as
variações percentuais em relação ao ano imediatamente anterior ou em
relação a um ano fixo para efeitos de comparação.
51
Ao utilizarmos essa metodologia, alguns desafios aparecem no meio do
caminho, como a dificuldade de encontrar ativos similares listados em
bolsa, pelo menos aqui no Brasil. É fundamental também a padronização
dos múltiplos, geralmente calculados com base em duas fontes: os preços
vigentes no mercado acionário e os preços praticados na compra e na
venda de empresas. Vamos examinar alguns conceitos importantes para
uma boa análise por múltiplos:
Valor de mercado
Não haveria lógica em fazer uma comparação pura e simples dos preços
de ações de diferentes empresas, pois o que interessa não é o preço da
ação individual, mas sim o valor de Bolsa ou o chamado Valor de Mercado
da empresa. Em um mercado eficiente, o preço refletiria os seus lucros
potenciais e seus dividendos, os riscos do negócio, os riscos financeiros e o
valor dos ativos.
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Ebitda
Um dos múltiplos mais comum usa o Ebitda como referência. Por ser
independente da estrutura de capital, esse indicador permite a
comparação de empresas com diferentes níveis de capitalização. Isso
justifica sua grande utilização nas avaliações para compra e venda de
empresas. Lembre-se, porém, que não podemos confundir Ebitda com
fluxo de caixa para empresa, apesar de existir uma forte correlação entre
ambos.
Preço/Lucro
Os indicadores de Valor de Mercado (VM) só podem ser comparados com
indicadores formados APÓS a dívida, como patrimônio líquido, lucro
líquido e fluxo de caixa livre para os acionistas. Um dos mais conhecidos é
o Preço/Lucro (P/L). Utilizamos esse indicador com mais atenção no caso
dos bancos, que não possuem endividamento, tornando a comparação
mais lógica. Uma desvantagem é que o P/L não pode ser utilizado por
empresas com prejuízo, que sofrem os impactos dos juros e despesas
financeiras.
Preço/Valor Patrimonial
Os dois indicadores a seguir são os mais utilizados por nós e, é claro,
também pelo Barsi. O primeiro deles é o Preço/Valor patrimonial por
ação, com o qual muitos talvez já estejam familiarizados, embora nem
todo mundo saiba muito bem como interpretá-lo. A ideia é comparar o
preço de mercado de uma empresa com o quanto os investimentos feitos
pelos acionistas a preço de custo valorizaram por ação.
53
verdadeiro: um indicador acima de 1 demonstra um valor de mercado
superior ao patrimonial). A correta interpretação deste múltiplo está
sujeita à análise dos motivos pelos quais o preço e o PL variaram – só
depois será possível afirmar se a ação está "cara" ou "barata".
Payout
Na esteira dos múltiplos de dividendos, não podemos nos esquecer do
payout, já mencionado em outras partes deste módulo, que se trata do
percentual do lucro líquido distribuível destinado à remuneração dos
acionistas.
54
em relação ao preço médio de cada investidor. Nessa divisão, o acionista é
capaz de encontrar sua rentabilidade pessoal com os proventos.
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4) Histórico de lucros positivos por pelo menos dez anos,
com crescimento de lucros em pelo menos um terço dos
dez anos anteriores.
56
disso. Muitas empresas das nossas carteiras deixaram temporariamente
de pagar dividendos, mas nem por isso nós as vendemos. Ao contrário,
por conhecer seus históricos, vimos muitas oportunidades surgirem a
preços antes inimagináveis.
Sendo:
57
Vamos usar como exemplo numérico o levantamento feito pelo livro O
investidor em ações de dividendos para as ações do Itaú. Os autores
salientam logo de início que, embora o banco tenha vários anos de
histórico de pagamento, sua política de distribuição mudou sensivelmente
ao longo dos anos, tornando difícil o uso de uma proxy para um
crescimento médio de dividendos. Isso se repete em grande parte das
empresas brasileiras.
58
Preço teto
Encontrar o valor justo de uma empresa não é uma arte precisa e exige
estudo e dedicação. Cada empresa e setor demandará uma avaliação
individual, mas essa não é a métrica mais utilizada no nosso dia a dia.
O indicador que mais utilizamos é o dividend yield, não apenas para avaliar
o pagamento de dividendos de uma ação, mas também para definir um
preço máximo de entrada em um portfólio. Isso é possível porque o
indicador só pode ser um balizador para empresas que possuem um bom
histórico de proventos. Além disso, o perfil de empreendimentos que
procuramos costuma ter comportamento mais defensivo e previsível no
longo prazo.
Pegamos a fórmula:
59
e a transformamos em:
No entanto, se você quiser ser ainda mais conservador, pode usar uma
média histórica de 10 anos ou outro período de sua escolha. Nas técnicas
de valuation, tudo é possível - depende dos critérios que o investidor
desejar atribuir a cada uma das variáveis.
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Qual seria, então, o preço limite a pagar pelas ações da BB Seguridade,
considerando o retorno mínimo de 6% a.a.? A conta é simples: dividimos o
valor do dividendo médio pago nos últimos 6 anos pelos 6% a.a - no nosso
exemplo, resultaria em um preço teto de aproximadamente R$ 33,50.
61
Floresta da Klabin: ativos biológicos.
62
Uma alternativa caseira para o projetado é utilizar o guidance fornecido
pelas próprias empresas. Infelizmente, poucas adotam essa prática de
divulgar as projeções de lucro para o ano. Uma das exceções é o Banco do
Brasil. No início de 2022, a companhia esperava lucrar no mínimo R$ 23
bilhões. Considerando o payout anunciado de 40%, esse resultado
representava uma distribuição de proventos bruta total de
aproximadamente R$ 9,2 bilhões. Em uma base acionária com 2,86
bilhões de ações, seriam aproximadamente R$ 3,21 em dividendos por
ação.
Para o investidor iniciante, ainda sem muita prática para interpretar esses
movimentos de mercado, o uso do dividendo médio pago nos 6 anos
anteriores pode ser uma metodologia mais adequada – tanto pela
simplificação matemática, quanto pelo fácil acesso a essas informações e
pelo conservadorismo dos números.
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O ESTUDO ORIGINAL
No caso da CESP, esse exercício ficava ainda mais fácil, já que os proventos
da empresa eram assegurados pelo seu estatuto social e pagos sempre
sobre seu valor nominal de Cr$ 1,00, independentemente do lucro anual
que a companhia viesse a obter. Na análise retrospectiva do estudo, Barsi
faz uma simulação para mostrar a importância que os proventos exercem
na rentabilidade do investimento.
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Observe que, se o investidor tivesse adquirido 1.000 ações preferenciais
em maio de 1972, ao preço de Cr$ 0,90, ele teria passado pela seguinte
situação (lembrando que a empresa distribuía um dividendo anual de Cr$
0,10 por ação):
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Para comprar as 1.000 ações, Barsi tinha investido Cr$ 900,00 – mas como
recebeu Cr$ 373,85 em dividendos, seu custo real foi de Cr$ 526,15
(equivalente ao valor investido menos o valor recebido em dividendos).
Ao dividir esse valor pelas 1.558 ações, o custo por ação caiu dos Cr$ 0,90
iniciais para somente Cr$ 0,34 – e isso em apenas 30 meses.
66
dois momentos no ano -- o primeiro de janeiro a julho (anterior ao
momento da distribuição da bonificação, que geralmente ocorria em julho
ou agosto) e o segundo de agosto a dezembro, incluindo as compras
restantes no ano.
67
receber 1.970 ações a título de bonificação. Com mais 5.000 ações
compradas de agosto a dezembro, ele encerraria o segundo ano com
26.670 ações na sua carteira.
Você deve estar se perguntando se, para iniciar um programa como esse,
não é preciso ter muito dinheiro? O próximo quadro ajuda a responder a
sua pergunta. Nele você pode observar a renda obtida com os dividendos
ao longo dos anos. As colunas “Ações com Direitos” mostram a posição de
ações em cada semestre com direito ao recebimento de dividendos.
68
As ações compradas nos cinco primeiros meses do ano dariam ao
acionista o direito de receber o dividendo pago em maio pela CESP. A
mesma lógica vale para o segundo semestre. As ações compradas ao
longo do ano até o 11o mês dariam o direito ao dividendo que seria pago
em novembro.
Aliás, como você pode ver na coluna retirada líquida anual, ainda sobraria
um valor que poderia ser retirado para outros usos pessoais. Ou, caso
você preferisse, também poderia direcionar esses recursos excedentes de
volta para o mercado, investindo na própria CESP ou em ações de alguma
outra empresa. Isso certamente te ajudaria a potencializar os resultados e
a acelerar o processo de conquista de uma renda generosa.
Por meio desse plano relativamente simples, Luiz Barsi consolidou sua
metodologia na Bolsa de Valores. Sua primeira meta foi a de ter 100.000
ações da CESP -- algo desafiador no início, mas batida com muita disciplina
nos aportes.
69
processo, mas sim em manter o foco na remuneração recebida por meio
dos dividendos.
É por isso que setores muito cíclicos, como o de construção civil, acabam
sendo problemáticos. Em geral, no topo do ciclo essas empresas geram
um ótimo caixa, mas buscam novos investimentos nos quais alocar capital
e crescer – o que é contraintuitivo, pois justamente nessa hora os ativos
disponíveis no mercado estão mais caros. Na baixa do ciclo, as empresas
preservam caixa para proteger os balanços e acabam privilegiando o
pagamento de dívidas. Em resumo, tanto na fase de alta quanto na de
baixa do ciclo, o dividendo para o acionista acaba ficando em segundo
plano.
70
NOVO ESTUDO: A KLABIN
71
No setor de celulose, é muito comum que alguns fatores com efeito não-
caixa – isto é, que não geram desembolso efetivo – impactem os
resultados contábeis da empresa, gerando às vezes prejuízo. Esses fatores,
em geral, são variações cambiais, que pesam sobre a dívida em moeda
estrangeira, e alguns outros, como a contabilização do valor dos ativos
biológicos.
72
Para facilitar a análise, usamos dados reais de 2009 até o final de 2018.
Daí em diante, assumimos algumas premissas:
Lembre-se também que até 2015 a Klabin pagava dividendos três vezes ao
ano – e passou pagá-los quatro vezes ao ano, uma por trimestre, a partir
de 2016. No programa de investimento previdenciário o investidor define
uma determinada quantidade a ser comprada mensalmente (no caso,
1.200 ações), e segue o programa com total disciplina e sem nenhuma
interrupção.
73
Com os aportes realizados e a quantidade de ações evoluindo, é hora de
analisar os proventos anuais. Obviamente, o fluxo de renda gerado pelos
dividendos vai crescendo com os anos, à medida que a quantidade de
ações em carteira aumenta. No início de seu projeto, em 2009, o
investidor teve uma renda quase insignificante com os dividendos: R$
197,21. Com o passar dos anos, essa renda aumentaria progressivamente
até atingir mais de R$ 172.000 no trigésimo ano. Finalmente, para
entender o resultado de tudo isso, devemos comparar o investimento
realizado com o fluxo de dividendos gerados, o que é apresentado na
próxima tabela 2.
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Ao subtrair os proventos recebidos (primeira coluna à esquerda) do
investimento (segunda coluna), percebemos que durante quinze anos há
um investimento líquido, até que no 16o ano a renda gerada pelos
próprios dividendos já será suficiente para cumprir sua meta de
investimento mensal. A partir daí, fica a critério do próprio investidor
retirar parte da renda gerada pelos dividendos ou reinvestir um pedaço
disso. No exemplo, somente essa retirada já geraria uma renda de quase
R$ 127 mil por ano. Esse valor é uma função direta do tamanho dos
aportes ao longo dos anos. Quanto mais altos eles forem, maior a renda
anual futura.
Todo estudo tem limitações teóricas e, para que possa ser extrapolado
para o futuro, é precisa adotar premissas sobre as quais não se tem
certeza, além de considerar algumas variáveis ceteris paribus (tudo ou
mais constante).
Sabemos que não é assim que a vida real funciona. Mas a experiência
mostra ser viável a estratégia a proposta pelo estudo Ações Garantem o
Futuro – selecionar uma excelente empresa, que pague bons dividendos
de maneira perene. Mas é preciso estar ciente de que ao longo de 30 anos
muitas coisas acontecem. A cotação da ação pode disparar bem acima do
preço teto. O dividendo pode cessar por algum motivo circunstancial,
como de fato aconteceu em 2020. Ou pode ocorrer até algo mais grave,
fora do alcance do investidor, como uma fraude.
São riscos com os quais o investidor precisa conviver, mas eles podem ser
mitigados com a diversificação natural que ocorre ao longo do tempo
quando se adota o Jeito Barsi de Investir. Como já dissemos
anteriormente, não temos uma regra escrita em pedra, mas a métrica que
gostamos de usar para verificar se uma carteira está pulverizada é
multiplicar os anos de investimento por 3 (vamos lembrar: se um
investidor está na Bolsa há 3 anos, então seria aceitável encontrar em sua
carteira ações de 9 empresas diferentes). Quanto mais tempo, em tese,
maior a experiência e ar complexidade que esse acionista poderia se dar
75
ao luxo de adicionar à sua carteira. A quantidade de empresas em uma
carteira é uma métrica extremamente pessoal e deve levar em
consideração a premissa básica de que os dividendos são pagos em função
da quantidade de ações possuídas.
O nível de diversificação deve levar em consideração também a
capacidade de aporte individual. Uma carteira com R$ 1 milhão em
patrimônio provavelmente terá mais papéis do que uma carteira de R$ 50
mil. A diversificação dependerá também dos pesos que você atribuídos a
cada um dos setores BESST ou às empresas que mais gosta e tem metas
mais ambiciosas.
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A construção das metas começa, com a mesma linha de raciocínio, pela
renda anual desejada. Basta dividir, então, pelo dividendo médio
distribuído por ação para chegar à posição necessária. Multiplique pelo
preço do ativo e encontre por fim o investimento total necessário para sua
carteira previdenciária.
ESTUDO PRÁTICO
O Ações Garantem o Futuro (AGF) nasceu com o objetivo de disseminar a
metodologia comprovadamente vencedora do maior investidor pessoa
física da bolsa: Luiz Barsi. Através de nossos cursos Jeito Barsi de Investir
e MBA em Value Investing, trazemos de forma didática a estratégia
previdenciária para que esteja acessível a todos a construção de um futuro
melhor sem depender de terceiros.
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Esse estudo tem como objetivo acabar com esse mito, demonstrando com
número reais como se comporta uma estratégia de dividendos ao longo
do tempo. E esperamos inspirar outras pessoas a começar agora mesmo a
construir sua aposentadoria, para não se arrepender quando já for tarde
demais.
Acreditamos que até hoje não há um estudo similar ou uma planilha que
tenha proposto ao investidor essa simulação com números reais em um
período tão longo (10 anos). Esse estudo é meramente informativo, não se
configurando como recomendação de compra. Rentabilidade passada não
é garantia de rentabilidade futura.
PREMISSAS
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E) Foram feitas compras regulares todos os meses, independente da
condição de mercado, para exercitar também a disciplina do aporte
mensal.
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▪ Margem de segurança: É a distância da cotação da
empresa em relação ao preço teto. O valor é definido
em percentual, quanto maior, melhor. Sua segurança
em comprar é maior, já que obterá um retorno em
dividendos mais satisfatório em relação ao preço pago.
Porém, vale observar que essa métrica sozinha não
deve ser a única balizadora na decisão de compra. Para
calculá-la basta pegar o preço teto e dividir pela
cotação atual. Em 2013, por exemplo, o Preço Teto do
ano para VIVT3 era de R$ 67,29, conforme vimos
anteriormente. A cotação em 02/01/2013 era de R$
44,10. Se dividirmos um pelo outro (67,29/44,10)
temos então o percentual de margem de segurança de
52,60% para essa compra.
80
podemos apoiar nossa decisão de compra de
determinada empresa para que possamos então
utilizar de um fluxo de caixa constante, que somado ao
nosso aporte, acelera o processo e gera uma grande
bola de neve. Portanto, com base nos meses do MDI,
junto com as outras métricas acima, tomamos nossa
decisão de compra.
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CALCULANDO A META EM NÚMERO DE AÇÕES MANUALMENTE
82
Agora basta dividir o valor em dividendo desejado por cada empresa pelo
DPA médio para achar qual a meta em número de ações. Exemplo VIVT3:
(40.000/3,2411) = 12.341 ações. Ao final temos as seguintes metas
conforme tabela a seguir:
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Vale a pena ainda dizer que no Aportador, à medida que você adiciona
novas empresas na sua carteira, a distribuição de metas já é feita
automaticamente de acordo com o número de empresas. Observe na
imagem acima que o Aportador automaticamente já nos deu a informação
de qual a meta em cada uma das empresas em número de ações para
alcançar o objetivo. Definida as metas, começamos a comprar as
empresas mês a mês ao longo de 2013 até 2022, com nossos aportes
mensais de R$ 4.500,00. Para que o documento não se ocupe com muitos
números da planilha optamos por omitir alguns dados. Mas todos eles
estão disponíveis na planilha que complementa nosso treinamento.
Aportes:
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Dividendos recebidos mês a mês:
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Resultado acumulado ano a ano:
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Observe acima que tivemos em 2022 um total em dividendos de R$
164.996,59, o que daria uma média de R$ 13.749,22 por mês em
dividendos. Em relação ao seu aporte inicial de R$ 4.500,00, significa que
só a partir dos dividendos recebidos foi possível aumentar o aporte em
mais de 36 vezes, já que com os dividendos recebidos foi feito o
reinvestimento. Vale lembrar que a meta inicial era uma aposentadoria de
R$ 10.000,00 por mês. Significa que atingimos nossa meta no 9o ano,
obtendo em 2021 uma média de R$ 10.455,00 reais mensais. Já em 2022,
ultrapassamos bastante nossa meta, com uma média de R$ 13.749 por
mês. Isso significa que já atingimos 137,5% em relação à meta de R$
10.000,00 por mês. Veja também que em 10 anos nosso desembolso total
foi de R$ 716.020. Ou seja, somente o total de dividendos que recebemos
nos últimos 10 anos (R$ 542.192) representa quase 76% do que foi
investido.
Por último, mas não menos importante, nosso YoC (Yield on Cost), que são
os dividendos recebidos nos últimos 12 meses dividido por nosso
desembolso, representou a incrível marca de 23,04%.
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Observe que em 10 anos atingimos 89% da meta em VIVT3, 33% em
BBAS3 e 193% em TAEE11. Para o Banco do Brasil, atingimos uma meta
bem mais baixa do que as outras empresas, devido a termos passado
alguns anos sem comprar a empresa, já que ela não atendida nossas
premissas.
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GRÁFICOS DE EVOLUÇÃO NO APORTADOR
O Aportador dentro do AGF+ consegue ainda trazer gráficos sobre a
evolução do investidor ao longo do tempo. Veja a seguir como os gráficos
mostram uma evolução clara e constante:
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Os aportes e proventos pagos por cada empresa ao longo do tempo:
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E essa é a concentração percentual em cada empresa até na data final:
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Se considerarmos nosso desembolso de R$ 716.020,04, temos então uma
rentabilidade em 10 anos de 113,80%. Adicionando os proventos temos
quase 189%. Quem disse que empresas de dividendos não crescem? ;)
Para que esse estudo não fique muito extenso e cansativo, iremos poupar
o leitor do detalhamento realizado no estudo anterior. Iremos apresentar
aqui somente os resultados em recebimento de dividendos de acordo com
cada valor de aporte, já que a planilha estará disponível para que
todos simulem e vejam os valores.
Aporte de R$ 500,00:
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Aporte de R$ 1.000,00:
Aporte de R$ 2.000,00:
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Aporte de R$ 10.000,00:
Aporte de R$ 20.000,00:
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CONCLUSÃO
Começamos este Módulo conhecendo conceitos mais teóricos e o
encerramos com o estudo prático, no qual pudemos observar que a
construção de uma carteira previdenciária focada em dividendos é
completamente viável e atingível. Bastando que o investidor tenha foco,
paciência e disciplina ao longo do tempo.
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