P3 15dez23 (Gabarito Comentado)
P3 15dez23 (Gabarito Comentado)
P3 15dez23 (Gabarito Comentado)
1) Quando um planeta passa na frente de sua estrela hospedeira (transita pelo disco estelar), ele bloqueia
uma pequena parte da luz da estrela. Isso faz com que o brilho da estrela diminua por um curto período de
tempo.
Para detectar um planeta por trânsito, os astrônomos monitoram o brilho de uma estrela por um longo
período de tempo. Se eles observarem uma diminuição periódica no brilho da estrela, isso pode ser um sinal
de que um planeta está passando na frente dela.
O gráfico a seguir traz a medida do fluxo de uma estrela, que possui em sua órbita um exoplaneta, ou planeta
extrassolar, com raio 13 vezes o da Terra (ou seja, um pouco maior que o raio de Júpiter). Os pontos pretos
correspondem à média dos fluxos medidos e a linha cheia, à curva de luz (melhor ajuste às médias).
Considere que o exoplaneta orbita sua estrela numa órbita circular de raio r = 0,19 UA, com período orbital
de P 30 dias.
Junto com as informações contidas no gráfico, assinale a opção que traz o raio da estrela hospedeira em
termos do raio do Sol. Assuma, em primeira aproximação, que o exoplaneta cruza o disco estelar
diametralmente.
Dados: Raio do Terra RT = 6.378 km; Raio do Sol RSol = 695.500 Km; UA = 1,5 × 108 km
a) 0,78 RSol
b) 0,70 RSol
c) 1,28 RSol
d) 0,64 RSol
e) 1,40 RSol
Resposta: a) 0,78 RSol
Pelo gráfico vemos que a duração do trânsito é de 5 horas.
2) Escondida sob as águas do Golfo do México, a Cratera Chicxulub marca o local do impacto de um asteroide
que atingiu a Terra há 66 milhões de anos. O resultado mais importante desse evento cataclísmico foi a quinta
extinção em massa, pelo qual nosso planeta passou e que exterminou cerca de 80% de todas as espécies
animais, incluindo quase todos os dinossauros.
Estudos recentes da Nature Communications indicam que o asteroide responsável pela cratera possuía 12 km
de diâmetro.
Assinale a alternativa que traz o número aproximado da energia liberada no impacto, medida em número de
equivalentes de Bombas de Hiroshima (a bomba atômica lançada sobre Hiroshima, no Japão, em 6 de agosto
de 1945, ao término da Segunda Guerra Mundial).
a) 6,8 × 109
b) 5,4 × 1010
c) 1,1 × 107
d) 1,2 × 109
e) 6,2 × 105
Com as informações contidas na imagem e com seus conhecimentos, avalie as afirmações a seguir e assinale
a opção correta.
I – Este relógio está corrigido pela Equação do Tempo.
II – O mostrador indica a Hora Solar Verdadeira.
III – Este relógio está corrigido em longitude.
IV – As linhas curvas A e B indicam, respectivamente, os Solstícios de Verão e de Inverno.
a) Apenas a afirmação III está correta.
b) Apenas as afirmações II e III estão corretas.
c) Apenas as afirmações I e II estão corretas.
d) Apenas as afirmações I, IV estão corretas
e) Apenas a afirmação II está correta.
Resposta: a) Apenas a afirmação III está correta.
A afirmação I está errada, pois no lugar das linhas horárias deveríamos ter analemas.
A afirmação II está errada, pois a linha horária central, quando o Sol está no ponto mais alto do céu marca
13 horas e não 12 horas.
A afirmação III está correta, pois a linha horária central, quando o Sol está no ponto mais alto do céu marca
13 horas, sinal que o mostrador foi adaptado para a longitude para onde o relógio foi projetado.
A afirmação IV está errada, pois como o relógio tem um mostrador vertical, durante o Inverno, com o
caminho aparente do Sol mais baixo, as sombras serão curtas e durante o Verão com o caminho aparente do
Baseado nas informações fornecidas e em seus conhecimentos, avalie as afirmações a seguir e assinale a
opção correta. Considere as altitudes medidas a partir da superfície da Terra e o raio da Terra RT = 6.378 km.
I – A precessão do semi-eixo maior da órbita do satélite é de 8’/dia (8 minutos de arco por dia).
II – Depois de 1.200 órbitas, após t = 0, o apogeu do satélite terá se deslocado de 90° da sua posição inicial.
III – O semi-eixo maior da órbita do satélite vale 22.823 km.
IV – O satélite voltará para a sua posição inicial (t = 0) depois de 2.430 dias.
Considerando as órbitas de GJ 3512 b e GJ 3512 c coplanares, assinale a opção que traz o raio máximo que
GJ 3512 c poderá ter para ser completamente eclipsado por GJ 3512 b.
Dados: UA = 150 × 106 km; Raio de Júpiter RJ = 71.492 km
a) 0,35 RJ
b) 0,17 RJ
c) 0,70 RJ
d) 1,27 RJ
e) 1,40 RJ
Resposta: a) 0,35 RJ
Os cálculos são semelhantes ao cálculo da sombra da Terra à distância da Lua, encontrado neste link:
http://astro.if.ufrgs.br/eclipses/sombra1.htm
Primeiro, vamos calcular o comprimento da sombra de GJ 3512 b.
L = comprimento da sombra
R' = raio de GJ 3512 b
r(l) = raio da sombra à distância l, entre de GJ 3512 b e de GJ 3512 c (l = 1,29 UA – 0,34 UA = 0,95 UA)
Novamente por semelhança de triângulos temos que:
𝑟(𝑙) 𝑅′ 𝐿−𝑙
= → 𝑟(𝑙) = 𝑅′
𝐿−𝑙 𝐿 𝐿
Substituindo-se os valores:
1,31 𝑈𝐴 − 0,95 𝑈𝐴
𝑟(0,95) = 1,27 𝑅𝐽 → 𝑟(0,95) ≅ 0,35 𝑅𝐽
1,31 𝑈𝐴
O planeta GJ 3512 c precisa ter, no máximo, 0,35 RJúpiter para ser completamente eclipsado por GJ 3512 b.
Se a chapa fotográfica registra 5% da luz que chega até ela, mas o CCD registra 90%, assinale a opção que traz
quanto tempo o novo sistema levará para coletar tanta informação quanto o antigo detector registrava em
uma exposição de 1 hora?
a) 200 s
b) 18 s
c) 450 s
d) 85 s
e) 40 s
Resposta: a) 200 s
Vamos considerar um fluxo F chegando na chapa fotográfica, cuja eficiência é de 0,05, por 1 hora. O mesmo
fluxo, agora, chega a um detector cuja eficiência é e 0,90.
O tempo para se coletar a mesma informação será:
𝐹 × 1ℎ × 0,05 = 𝐹 × 𝑡 × 0,90
Resolvendo para t:
1ℎ × 0,05 3.600 𝑠 × 0,05
𝑡= = → 𝑡 = 200 𝑠
0,90 0,90
7) Altair (α Aquilae, α Aql) tem nome de origem árabe que significa "aquele que voa" é a estrela mais brilhante
da constelação da Águia e a 12ª estrela mais brilhante no céu noturno, com magnitude aparente de m = 0,75
e magnitude absoluta M = 2,20. A sua distância à Terra é de D = 5,14 parsecs, o que a torna uma das estrelas
mais próximas de nós.
Altair possui um movimento próprio de = 0,658’’/ano (segundo de arco por ano) e uma velocidade radial
de vr = -26 km/s. O que quer dizer que Altair está se aproximando do Sol.
A geometria do problema é mostrada na figura a seguir, fora de escala.
Com todas estas informações, assinale a opção que traz a distância mínima d que Altair chegará do Sol e qual
será sua magnitude aparente m neste ponto.
Dados, se precisar: 1 parsec = 206.265 UA 3,10 1013 km; 1 UA = 1,5 108 km; 1 ano 3,15 107 s
Dica: a velocidade tangencial vt de Altair será equivalente a D, se estiver em radianos.
O tempo que Altair levará para cruzar radialmente (horizontalmente) 5,14 pc a 26 km/s será o tempo que ela
levará para cruzar tangencialmente (verticalmente) a distância d a 16,14 km/s.
5,14 𝑝𝑐 𝑑 16,14
= ↔ 𝑑 = 5,14 𝑝𝑐 → 𝑑 ≅ 3,19 𝑝𝑐
26 𝑘𝑚⁄𝑠 16,14 𝑘𝑚⁄𝑠 26
Para sabermos qual será a magnitude aparente de Altair a esta distância, aplicamos o módulo de distância:
𝑚 = 𝑀 + 5 log(𝑑) − 5
Substituindo-se os valores:
𝑚 = 2,20 + 5 log(3,19) − 5 → 𝑚 ≅ −0,28
Considere que existam cerca de 250 milhões de estrelas na galáxia elíptica M32.
Assinale a opção que traz a magnitude aparente m, aproximada, de apenas uma estrela desta galáxia, fazendo
a suposição, em primeira aproximação, de que as luminosidades de todas estas estrelas são iguais.
a) m = 29,1
b) m = 26,6
c) m = 31,6
d) m = 21,8
e) m = 27,3
Resposta: a) m = 29,1
Em geral, dado qualquer número de estrelas, seus fluxos podem ser somados para se obter sua magnitude
total.
1
Para acompanhar a dedução desta fórmula, assista à esta videoaula do canal ABF AstroBioFísica: https://www.youtube.com/watch?v=RTTj2HCu-LY
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9) Os satélites artificiais podem ser classificados de acordo com a órbita que utilizam:
• LEO (Low Earth Orbit, ou satélite de baixa órbita), ficam entre 500 e 2000 km de altitude.
• MEO (Medium Earth Orbit, ou satélite de média órbita), ficam entre 8.000 e 20.000 km de altitude.
• GEO (Geostationary Orbit, ou órbita geoestacionária), ficam em torno de 36.000 km da superfície
da Terra, e possuem o mesmo período de revolução da Terra.
• HEO (Highly Elliptical Orbit, ou órbita altamente elíptica), com distâncias variando de 1.000 a
40.000 km de altitude, sendo colocados nesta posição principalmente para cobertura dos Polos.
Considere que um LEO e um MEO foram colocados a 1.622 km e 13.622 km de altitude, respectivamente.
Ambos ao longo de órbitas equatoriais circulares, na direção da rotação da Terra.
Assinale a opção que traz os períodos aproximados de rotação dos dois satélites do ponto de vista de um
observador fixo na Linha do Equador.
Dados: Constante da Gravitação G = 6,67 10-11 N.m²/kg²; Raio da Terra RT = 6.378 km; Massa da Terra MT =
6,00 1024 kg;
a) 2,15 horas e 11,15 horas
b) 1,97 horas e 7,81 horas
c) 1,39 horas e 5,52 horas
d) 2,79 horas e 11,04 horas
e) 1,52 horas e 7,88 horas
Resposta:
Primeiro precisamos calcular as velocidades orbitais.
Sabemos que força centrípeta = força gravitacional:
2
𝑚𝑣𝑜𝑟𝑏 𝐺𝑀𝑡 𝑚
=
𝑟 𝑟2
Simplificando e resolvendo para vorb, temos:
𝐺𝑀𝑇
𝑣𝑜𝑟𝑏 = √
𝑟
Substituindo-se os valores:
10) Os cometas são objetos altamente imprevisíveis no que diz respeito ao seu brilho, pois isso depende da
dispersão da luz solar das partículas de poeira na cabeleira e na cauda do cometa. Esta poeira está
continuamente se afastando do núcleo do cometa e a sua densidade em qualquer momento específico é
governada pela taxa de sublimação do gelo no núcleo do cometa, à medida que é aquecido pelos raios solares.
Também depende da quantidade de poeira misturada ao gelo. Isto é muito difícil de prever antecipadamente
e pode ser altamente variável mesmo entre aparições sucessivas do mesmo cometa.
O gráfico a seguir traz algumas medidas da magnitude do cometa C/2023 H2 (Lemmon), descoberto em 23
de abril de 2023. A linha contínua é uma tentativa de previsão teórica da magnitude deste cometa, de março
de 2023 a julho de 2024. A linha vertical, em 29 de outubro, corresponde à sua passagem pelo periélio.
2
Para acompanhar a dedução desta fórmula, assista à esta videoaula do canal ABF AstroBioFísica: https://www.youtube.com/watch?v=VoQBbZdfAzM
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11) Duas estrelas de magnitude absoluta M1 = 4,0 e M2 = 5,0 estão a uma distância d = 10,0 parsec uma da
outra e um observador está localizado na linha que une as duas estrelas.
Assinale a opção que traz a que distância, aproximadamente, da estrela 1 o observador deve estar localizado
para observá-las com a mesma magnitude aparente?
a) 6,1 pc
b) 3,9 pc
c) 4,4 pc
d) 5,6 pc
e) 4,9 pc
Resposta: a) 6,1 pc
12) O que chamamos de pêndulo nada mais é do que um objeto maciço acoplado a uma haste bem mais leve
do que ele. O movimento do conjunto é determinado pela força da gravidade e pelo comprimento da haste,
que é responsável pelo tempo de oscilações completas do sistema. Denomina-se de “período do movimento”
o tempo necessário para que o pêndulo realize uma oscilação completa em um determinado período de
tempo.
Um peso fornece energia para que o relógio funcione por um preciso período de tempo. Quando ele sobe,
armazena energia potencial gravitacional que, à medida em que ele desce, é convertida em energia cinética,
responsável pelo funcionamento do relógio. Para controlar essa descida, existe o sistema de escape,
composto pela roda de escape e pela âncora. Enquanto a âncora libera e trava o movimento da roda de
escape, esta última faz com que o peso desça na marcha controlada pela âncora. O contato constante das
duas produz o famoso e característico ruído de “tic tac” dos relógios de pêndulo. Na Terra, o intervalo entre
um TIC e um TAC é tipicamente de 1 segundo. A seguir vemos um esquema simplificado desta engenharia.
O período T, de um pêndulo pode ser calculado, com boa aproximação, através da seguinte equação, nas
unidades do SI:
Substituindo-se os valores:
Enquanto na Terra o ponteiro das horas dá uma volta completa de 360°, em Marte o ponteiro das horas dará
uma volta incompleta de 360°/1,626 221,402°.
Ou seja, a cada volta completa do ponteiro na Terra, em Marte o ponteiro “atrasa” 360° - 221,402° = 138,598°.
O ponteiro em Marte irá “atrasar” 360° depois de 360°/138,598° 2,597 voltas.
Como no relógio da Terra 1 volta corresponde a 12 horas, 2,597 voltas corresponderão a:
12 horas 2,597 = 31,164 horas.
Conferindo:
Se em Marte, 1 volta completa do ponteiro corresponde à (12 1,626) horas, então em 31,164 horas teremos:
1 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎 𝑥
= → 𝑥 ≅ 1,597 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎
(12 × 1,626) ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 31,164 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
Ou seja, 31,164 horas depois da sincronização, na Terra o ponteiro terá dado 2 voltas completas + 0,597 volta
e em Marte o ponteiro terá dado 1 volta completa + 0,597 volta.
13) Acredita-se que os planetas se formaram a partir da nebulosa solar primordial, a nuvem em forma de
disco de gás e poeira que sobrou da formação do Sol. A teoria atualmente aceita pelo qual os planetas se
formaram é a da acreção, no qual os planetas começaram como grãos de poeira em órbita ao redor da
protoestrela central. Através do contato direto e da auto-organização, esses grãos formaram aglomerados de
até 200 m de diâmetro, que por sua vez colidiram para formar corpos maiores (planetesimais) de 10 km de
diâmetro. Estes aumentaram gradualmente através de novas colisões, crescendo à taxa de centímetros por
ano ao longo dos milhões de anos seguintes.
Considere um protoplaneta crescendo por acréscimo de material da nebulosa solar primordial. Suponha que
no início da sua formação, à medida que cresce, sua densidade permaneça aproximadamente constante. Para
facilitar as contas, suponha que o protoplaneta cresça de forma esférica.
Por qual fator a gravidade superficial do protoplaneta mudará à medida que o seu raio duplicar?
a) 2 X
b) 1/2 X
c) 4 X
d) 1/4 X
e) 8 X
Resposta: a) 2 X
Primeiramente vamos escrever a equação da aceleração da gravidade g para um corpo de massa m e raio r:
𝐺𝑚
𝑔=
𝑟2
Onde, G = constante universal da gravitação
Agora vamos escrever a massa m em função da sua densidade e do seu volume V:
𝑚
𝜌 = ↔ 𝑚 = 𝜌𝑉
𝑉
Reescrevendo g e substituindo V pelo volume de uma esfera:
4
𝐺𝜌 (3 𝜋𝑟 3 ) 4
𝑔= → 𝑔 = ( 𝐺𝜌𝜋) 𝑟
𝑟2 3
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Podemos substituir o termo entre parênteses por uma constante C e reescrever:
𝑔 = 𝐶𝑟
Vemos que no caso de um crescimento à densidade constante, a gravidade superficial de um protoplaneta é
proporcional ao seu raio. Portanto, quando seu raio duplicar, sua gravidade superficial também duplicará.
14) Uma estrela passa quase toda a sua vida em equilíbrio hidrostático, onde a gravidade a puxa para seu
centro enquanto a pressão térmica a empurra para fora. Este estado é conhecido como Sequência Principal,
durante o qual inúmeros átomos de hidrogênio se fundem para formar átomos de hélio e liberam energia
(radiação) no processo.
Podemos prever quanto tempo esta radiação constante irá durar com base na massa da estrela. Poderíamos
pensar que estrelas mais massivas têm mais combustível para queimar e, como resultado, queimarão por
mais tempo. Embora mais massa signifique mais combustível, também significa maior temperatura e pressão,
o que significa uma maior taxa de fusão. Na verdade, estrelas massivas vivem uma vida muito mais curta do
que as menos massivas - a vida útil é aproximadamente proporcional a M-2,5, onde M é a massa da estrela.
O gráfico a seguir traz tempo aproximado que uma estrela passa na Sequência Principal (SP) como uma função
de sua razão de massa em relação ao Sol.
Baseado nas informações fornecidas no gráfico e em seus conhecimentos, avalie as afirmações a seguir e
assinale a opção correta.
I – Uma estrela com o dobro da massa do Sol não chega a viver nem 1 bilhão de anos na SP.
II – Uma estrela com uma expectativa de vida na SP de 1/5 da expectativa do Sol tem 5 MSol.
III – Uma estrela com apenas 20% da massa do que o Sol tem uma expectativa de vida na SP de quase
1 trilhão de anos.
IV – Uma estrela 100 vezes mais massiva do que o Sol tem uma expectativa de vida na SP de cerca de
100.000 anos.
a) Somente as afirmações III e IV estão corretas.
b) Somente as afirmações I e II estão corretas.
c) Somente a afirmação III está correta.
d) Somente a afirmação IV está correta.
e) Somente a afirmação II está correta.
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Resposta: a) Somente as afirmações III e IV estão corretas.
• A afirmação I está INCORRETA, pois vemos no gráfico que a expectativa de vida de uma estrela com
2,0 MSol está entre 1 bilhão e 10 bilhões de anos.
• A afirmação II está INCORRETA, pois vemos no gráfico que a expectativa de vida do sol é de 10 bilhões
de anos e 1/5 disso seria 2 bilhões de anos. O gráfico mostra que uma estrela com 5 MSol tem uma
expectativa de vida entre 100 milhões e 1 bilhão de anos
• A afirmação III está CORRETA, pois vemos no gráfico que a expectativa de vida de uma estrela com
0,2 MSol chega quase a 1.000.000.000.000 (1 trilhão) de anos.
• A afirmação IV está CORRETA, pois vemos no gráfico que a expectativa de vida de uma estrela com
100 MSol é de 100.000 anos.
15) Um feixe de luz que brilha através de uma densa nuvem molecular tem sua intensidade diminuída por
um fator de 2 para cada 5 parsecs que ele percorre.
Em quantas magnitudes, aproximadamente, a luz de uma estrela de fundo varia se a espessura total da nuvem
é de 60 parsecs?
Dado: log (2) 0,3
16) A energia de uma supernova é frequentemente comparada com a produção total de energia do Sol
durante toda a sua vida.
Usando a luminosidade atual do Sol, calcule a produção total de energia solar, assumindo uma vida na
Sequência Principal de 1010 anos.
Através da fórmula de Einstein E = mc2, assinale a opção que traz a quantidade de massa que tem que ser
transformada para gerar toda esta energia, em termos de massas terrestres.
Dados:
Luminosidade do Sol LSol = 3,86 1026 W (J/s); Massa da Terra MTerra = 6,00 1024 kg; 1 ano 3,15 107 s;
velocidade da luz c = 3,00 105 km/s
a) 225 MTerra
b) 135 MTerra
c) 386 MTerra
d) 315 MTerra
e) 300 MTerra
17) O momento angular de um corpo esférico é proporcional à velocidade angular do corpo vezes o quadrado
do seu raio.
Usando a Lei da Conservação do Momento Angular, estime a rapidez com que um núcleo estelar colapsado
giraria se a sua taxa de rotação inicial fosse de uma revolução por dia e o seu raio diminuísse de 10.000 km
para 10 km.
a) 11,6 revolução/s
b) 46,4 revolução/s
c) 23,2 revolução/s
d) 5,8 revolução/s
e) 34,8 revolução/s
Resposta: a) 11,6 revolução/s
Pela lei da conservação do momento angular temos que o momento angular inicial Li deve ser igual ao
momento angular final Lf:
𝐿𝑖 = 𝐿𝑓 → 𝜔𝑖 × 𝑟𝑖2 = 𝜔𝑓 × 𝑟𝑓2
Onde é a velocidade angular.
Resolvendo para f, teremos:
2
𝑟𝑖
𝜔𝑓 = 𝜔𝑖 ( )
𝑟𝑓
Substituindo-se os valores, teremos:
1 𝑟𝑒𝑣 10.000 𝑘𝑚 2 𝑟𝑒𝑣
𝜔𝑓 = ( ) = 1.000.000
𝑑𝑖𝑎 10 𝑘𝑚 𝑑𝑖𝑎
Lembrando que 1 dia = 24 h = 24 60 min = 24 60 60 s, então, em 1 segundo, teremos:
18) Suponha que você está monitorando uma espaçonave se movendo em uma órbita circular de raio r =
100.000 km ao redor de um planeta distante e que você está localizado no plano da órbita da espaçonave.
A espaçonave transmite um sinal de rádio em comprimento de onda constante, mas você descobre que o
sinal varia periodicamente entre 1 = 2,99964 m e 2 = 3,00036 m.
Assumindo que o rádio da espaçonave esteja transmitindo normalmente, assinale a opção que traz a massa
aproximada deste planeta, em relação à massa de Júpiter.
Dica: calcule a velocidade orbital através do Efeito Doppler.
Dado: Constante da Gravitação G = 6,67 10-11 N.m²/kg²; velocidade da luz c = 3,00 105 km/s; massa de
júpiter MJup = 1,90 1027 kg
a) 2% mais massivo.
b) 2% menos massivo.
c) 4% mais massivo.
d) 4% menos massivo.
e) Mesma massa de Júpiter.
Resposta: a) 2% mais massivo
A geometria do problema é mostrada na figura a seguir, fora de escala.
Substituindo-se os valores:
𝑚 2
(3,60 × 104 𝑠 ) × (108 𝑚)
𝑀=
6,67 × 10−11 𝑁. 𝑚2 ⁄𝑘𝑔2
𝑀 ≅ 1,94 × 1027 𝑘𝑔
Em relação à massa de Júpiter:
𝑀 1,94 × 1027 𝑘𝑔
= ≅ 1,02
𝑀𝐽𝑢𝑝 1,90 × 1027 𝑘𝑔
O planeta é 2% mais massivo do que Júpiter.
19) A Equação do Tempo é a diferença, ao longo de um ano, entre o tempo lido a partir de um relógio de Sol
e o tempo civil (Hora Oficial), ou seja, a diferença entre o tempo solar verdadeiro e o tempo solar médio.
O gráfico a seguir traz a Equação do Tempo para a cidade de Olinda/PE (08° 00’ S, 35° 00’ O) para o ano de
2023. O eixo das ordenadas traz os minutos que devem ser subtraídos da hora lida em um relógio de Sol, sem
correção de longitude, para obtermos a hora civil. Os círculos indicam os Solstícios e os Equinócios.
A equação do tempo, representada pela curva contínua azul na figura, é o somatório das diferenças entre a
hora solar verdadeira e a hora civil resultantes da combinação de dois efeitos:
20) Uma estrela Cefeida é uma estrela gigante ou supergigante amarela, de 4 a 15 vezes mais massiva e de
100 a 30 000 vezes mais luminosa que o Sol. A luminosidade desse tipo de estrela varia de 0,1 a 2 magnitudes
em um período bem definido, compreendido entre 1 e 100 dias.
A relação empírica entre o período de uma Cefeida, P (em dias), e sua magnitude absoluta Mv é dada por:
A tabela e o gráfico a seguir trazem as magnitudes aparentes (mv) observadas de uma Cefeida em função do
tempo.
Através das informações fornecidas pelo texto, tabela e gráfico, assinale a opção que traz, respectivamente,
a magnitude aparente média <mv> e magnitude absoluta Mv aproximada desta Cefeida.