A Crise Damodernidade
A Crise Damodernidade
A Crise Damodernidade
Faculdade da Educação
1ºGrupo
A crise damodernidade
Chimoio
2023
1ºGrupo
ii
A crise damodernidade
Chimoio
2023
i
Índice
Introdução...............................................................................................................................................2
Objectivos...............................................................................................................................................3
Objectivo geral........................................................................................................................................3
Objectivos específicos............................................................................................................................3
Metodologias de pesquisa.......................................................................................................................3
Revisão bibliográfica..............................................................................................................................4
A crise da Modernidade..........................................................................................................................4
Revolução retardada...............................................................................................................................6
Blanquismo.............................................................................................................................................6
Socialismo...............................................................................................................................................7
Resumo sobre o socialismo.....................................................................................................................7
Violência.................................................................................................................................................8
Socialismo sem estado..........................................................................................................................10
Anarquismo...........................................................................................................................................10
Socialismo Contra o estado...................................................................................................................11
Socialismo ético e liberal......................................................................................................................12
Leninismo e precedentes.......................................................................................................................13
Socialismo libertário.............................................................................................................................14
Socialismo religioso..............................................................................................................................15
Sindicalismo..........................................................................................................................................15
Social-democracia.................................................................................................................................16
Comunidade de Robert Owen...............................................................................................................17
Autores socialistas................................................................................................................................17
Diferença entre socialismo e comunismo.............................................................................................17
Marxismo..............................................................................................................................................18
Características do marxismo.................................................................................................................19
Filosofia................................................................................................................................................21
Marxismo nas escolas...........................................................................................................................21
Proudhon – Federalismo anárquico;.....................................................................................................22
Georges Eugène Sorel sindicalismo anarquista...................................................................................25
Crítica a Karl Marx...............................................................................................................................27
Considerações finais.............................................................................................................................28
Referencias bibliográficas.....................................................................................................................29
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Introdução
A modernidade é a era que rompe com as tradições da idade média. Literalmente
modernidade retracta o novo, o actual. Surgida com o renascer da crença na razão humana, a
modernidade traz o homem para o centro das atenções, o homem como ser iluminado, dotado
de razão, que se divorcia da mitologia e da metafísica e aposta na razão, na ciência e no
empirismo, paradigmas positivistas, modernos por excelência. São vários os alicerces que
sustentam a modernidade. Construções racionais que formam uma estrutura concreta que crê
na ordem, na ordenação de todas as coisas e no assujeitam-no de tudo à razão humana.
Instrumentos da manutenção da ordem moderna são o Estado e o Direito moderno -
positivado, legislado, ordenado e codificado.
O homem que estava no centro do universo, não era qualquer homem e, muito menos,
representava a maioria dos homens. O sistema moderno era um sistema que se preocupava
com a ordem e a manutenção de uma estrutura que privilegiava apenas parte dos homens. A
crise da modernidade, revelada em meados do século XX, gerou inúmeros estudos, alguns
autores a denominaram modernidade líquida, hipermodernidade, modernidade reflexiva ou,
simplesmente, pós-modernidade. Fato é que a crise é clara. As ilusões da modernidade foram
expostas e os questionamentos foram inevitáveis.
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Objectivos
O objectivo principal deste trabalho é analisar a crise da modernidade e seus reflexos no
Socialismo contemporâneo. Para isso será necessário reflectir acerca da modernidade, seus
pilares e estruturas; analisar a crise da modernidade, a modernidade líquida e a pós-
modernidade; por fim, identificar e reflectir acerca dos reflexos da crise da modernidade no
Socialismo contemporâneo.
Objectivo geral
Conhecer os principais marcos da crise da modernidade
Objectivos específicos
Entender revolução retardada
Analisar reflexivamente sobre a crise da modernidade.
Descrever as forma de socialismo sem o estado e contro o estado.
Explicar os contornos do marxismo na crise da modernidade
Falar do federalismo e do sindicalismo.
Metodologias de pesquisa
De salientar que a materialização que na elaboração da actividade em alusão foi
precisamente usado o método bibliográfico, que consistiu na leitura da obra que retractam o
assunto em causa.
Revisão bibliográfica
A crise da Modernidade.
O termo modernidade não é um termo novo, ainda que represente categoricamente o que é
novo, actual. Segundo Habermas (2001, p. 168), a palavra “modernus” foi utilizada já no
século V para diferenciar um presente cristão de um passado pagão. Percebe-se nitidamente
que a palavra quer representar uma ideia de inovação carregada de um sentido evolucionista,
de descontinuidade, de ruptura com tradições. Moderno, do latim modernus, significa o que é
“recente”, “agora mesmo”. Do ponto de vista histórico, considera-se que a filosofia moderna
se inicia com Descartes e Francis Bacon, caracterizando uma ruptura com o medieval,
sobretudo com a escolástica. O pensamento moderno acompanha fatos que ocorrem durante
os séculos XV a XVII e marcam uma nova visão de mundo que se contrapõe à visão
medieval, caracterizando o surgimento do mundo moderno. “‘Moderno’ identifica-se, neste
sentido, à ideia de progresso e de ruptura com o passado” (JAPIASSU; MARCONDES,
2001, p. 132).
A modernidade rompe com os paradigmas medievais, inaugurando uma nova ordem social
baseada no racionalismo. Há um rompimento com a ideia de centralizar o espiritual, e
coloca-se a razão, e o homem racional no centro de toda fonte de conhecimento. Tal factor,
determinante para o nascimento de um novo paradigma é reconhecido historicamente como o
período pós-renascimento e o iluminismo. O renascimento do homem como ser iluminado e
dotado de razão.
Observa-se que a modernidade possui alicerces sólidos, concretos, criados para sustentar um
novo paradigma: o paradigma da modernidade. Com promessas de igualdade, liberdade,
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O paradigma da modernidade surge entre o Renascimento e a Idade Moderna, por uma série
de condições, como o modelo heliocêntrico de Copérnico na astronomia, a física de Galileu e
Newton, que superou o modelo de Aristóteles, além da mudança metodológica da
epistemologia de René Descartes e Francis Bacon, reconhecendo o indivíduo como o sujeito
do conhecimento. Esse paradigma da modernidade se evoluiu para o Iluminismo, onde seu
nome representa o caminho das luzes para guiar o ser humano no mundo e consigo mesmo,
guiando este por meio da razão, entendida por Immanuel Kant como a maioridade do
espírito.
O momento actual corresponde a uma crise dos valores da modernidade, entendendo que o
modo de produção capitalista, apesar de alcançar sua expansão, está também chegando em
sua falência, pois a sociedade não conseguiu alcançar suas promessas esperadas. Deste modo
vivenciamos um momento de crise e de vazio, por não termos ainda um modelo novo para
substituir o actual falho. A crença dos filósofos da modernidade era de que a razão científica
fosse colaborar para a emancipação humana. Porém, com o passar do tempo, a história nos
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Revolução retardada
Blanquismo
Expressão que designa a doutrina política básica do grande revolucionário francês Louis-
Auguste Blanqui (1805-1881). Seguindo a tradição conspiratória de Babeuf e Buonarroti,
Blanqui procurou organizar uma elite relativamente pequena, centralizada e hierárquica, que
realizasse uma insurreição para substituir o poder de Estado capitalista pela sua própria
ditadura revolucionária. Acreditando que a prolongada sujeição à sociedade de classes e à
religião impedia que a maioria reconhecesse seus verdadeiros interesses, Blanqui opunha-se
ao estabelecimento do sufrágio universal até que as pessoas tivessem atravessado um longo
período de reeducação sob essa ditadura, cujo centro seria Paris. Como meta última haveria,
sob o COMUNISMO, uma “ausência de governo” (apud Bernstein, 1971, p.312).
Socialismo
O socialismo é uma ideologia de matiz política, económica e filosófica que realizou uma
análise científica do capitalismo como forma de propor a sua superação. Os socialistas
defendem o estabelecimento de uma sociedade justa e igualitária e traçaram caminhos
diferentes para que isso fosse alcançado.
O mais importante texto de Marx sobre o assunto é a Crítica ao Programa de Gotha (1875),
no qual Marx faz uma severa crítica do programa adoptado pelo congresso reunido em Gotha
em que se unificaram as duas alas do movimento operário alemão (lassalianos e
eisenaquianos) para formar o Partido Socialista Operário, mais tarde denominado Partido
Social-Democrata da Alemanha. Nesse texto, Marx distingue duas fases na sociedade
comunista. Uma “primeira fase” é aquela forma de sociedade que sucederá imediatamente ao
capitalismo, e terá as marcas de sua origem: os operários, como a nova classe dominante,
necessitarão de seu próprio Estado (a ditadura do proletariado ) para se protegerem de seus
inimigos; o horizonte intelectual e espiritual do povo estará ainda colorido por ideias e
valores burgueses; o que os indivíduos recebem, embora deixe de resultar da propriedade,
terá de ser calculado de acordo com o trabalho feito e não com as necessidades.
Violência
A questão de se é ou não necessário o recurso à violência generalizada para promover uma
transformação socialista é uma questão permanentemente colocada, para a tradição marxista,
no que diz respeito às relações entre meios e fins, e vem constituindo há muito uma das
principais causas de divisão entre marxistas. A questão da violência tem um variado cenário
histórico. A mística da transformação radical que só é alcançável pelo conflito violento teve
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origem na Revolução Francesa de 1789. Foi perpetuada na tradição socialista por Babeuf e
Blanqui e ganhou renovado vigor com as revoluções europeias de 1848. O fracasso
generalizado desses movimentos, que não conseguiram conquistar direitos políticos amplos
para a classe operária, e o evidente agravamento do nível de vida dessa classe levaram
muitos autores, inclusive Marx, à concepção de que não havia outro recurso senão a
violência revolucionária para conseguir a emancipação da força de trabalho. A busca de uma
transformação pacífica do capitalismo era, concluiu ele, característica do socialismo utópico.
Ocasionalmente (como em seu discurso de Haia, em Setembro de 1872) Marx reconheceu
que, nos países onde a burocracia e o exército permanente não dominavam o Estado, “os
trabalhadores podem alcançar sua meta por meios pacíficos”, mas “na maior parte dos países
da Europa continental a alavanca da revolução terá de ser a força”.
A questão da violência apresenta-se também sob uma dimensão epistemológica que deriva
das divergências dentro do marxismo quanto à maneira pela qual indivíduos e classes
chegam a compreender o mundo em que vivem. Em geral, os marxistas que desejam
diminuir o papel da violência dão ênfase à história como um processo governado por leis e
que funciona com uma compulsão interna no sentido do colapso do capitalismo. Os homens,
sendo criaturas racionais, podem compreender, articular e divulgar essas leis do
desenvolvimento histórico e demonstrar a racionalidade e a superioridade do socialismo.
Dizem ainda que, ao contrário do anarquismo, o marxismo se propõe a reestruturar, e não a
destruir, o sistema produtivo criado pelo capitalismo, e que as tarefas construtivas da gestão
de uma economia moderna e da criação de uma solidariedade social mais harmoniosa
chocam-se com a arbitrariedade da violência das massas e os hábitos que esta cria. Em suma,
os objectivos do socialismo não poderão ser realizados por meios violentos.
Anarquismo
O anarquismo defende sociedades apátridas geralmente definidas como instituições
voluntárias autogovernadas mas que vários autores definiram como instituições mais
específicas baseadas em associações livres não hierárquicas. Enquanto o anarquismo
considera o Estado indesejável, desnecessário ou prejudicial, este não é o aspecto central. O
anarquismo envolve autoridade oposta ou organização hierárquica na conduta das relações
humanas, incluindo o sistema de Estado. Os mutualistas apoiam o socialismo de
mercado, anarquistas colectivistas favorecem cooperativas de trabalhadores e salários com
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"o anarquismo em geral está mais próximo do socialismo do que do liberalismo. [...]
O anarquismo encontra-se amplamente no campo socialista, mas também tem
batedores no liberalismo. Não pode ser reduzido ao socialismo e é melhor visto como
uma doutrina separada e distinta".
política para incluir a democracia económica para garantir aos empregados e outras partes
interessadas direitos suficientes de co-determinação.
Ele apoia uma economia mista que se opõe à desigualdade, pobreza e opressão, ao mesmo
tempo que rejeita uma economia de mercado totalmente desregulada ou uma economia
totalmente planejada. Políticas sociais democráticas comuns incluem direitos sociais
universais e serviços públicos universalmente acessíveis, como educação, saúde,
compensação de trabalhadores e outros serviços, incluindo creche e cuidados com os
idosos. A social-democracia apoia o movimento sindical e os direitos de negociação
colectiva dos trabalhadores. A maioria dos partidos social-democratas é filiada
à Internacional Socialista.
O socialismo liberal incorpora princípios liberais ao socialismo. Ele foi comparado à social-
democracia do pós-guerra por seu apoio a uma economia mista que inclui bens de capitais
públicos e privados. Enquanto o socialismo democrático e a social-democracia são posições
anticapitalistas na medida em que a crítica ao capitalismo está ligada à propriedade
privada dos meios de produção, o socialismo liberal identifica os monopólios artificiais e
legalistas como sendo culpa do capitalismo e se opõe a um economia de mercado totalmente
não regulamentada. Considera a liberdade e a igualdade social compatíveis e mutuamente
dependentes.
Princípios que podem ser descritos como socialistas éticos ou liberais foram baseados ou
desenvolvidos por filósofos como John Stuart Mill, Eduard Bernstein, John Dewey, Carlo
Rosselli, Norberto Bobbio e Chantal Mouffe . Outras importantes figuras do socialismo
liberal incluem Guido Calogero, Piero Gobetti, Leonard Trelawny Hobhouse, John
Maynard Keynes e R. H. Tawney. O socialismo liberal tem sido particularmente proeminente
na política britânica e italiana.
Leninismo e precedentes
O blanquismo é uma concepção de revolução que leva o nome de Louis Auguste Blanqui.
Afirma que a revolução socialista deve ser realizada por um grupo relativamente pequeno de
conspiradores altamente organizados e secretos. Ao tomar o poder, os revolucionários
introduzem o socialismo. Rosa Luxemburgo e Eduard Bernstein criticaram Lenin, afirmando
que sua concepção de revolução era elitista e blanquista. O marxismo-leninismo combina os
conceitos socialistas científicos de Marx e o anti-imperialismo, centralismo
democrático e vanguardismo de Lenin.
Hal Draper definiu o socialismo de cima como a filosofia que emprega uma administração
de elite para dirigir o Estado socialista. O outro lado do socialismo é um socialismo mais
democrático visto de baixo. A ideia do socialismo de cima é discutida com muito mais
frequência nos círculos da elite do que o socialismo de baixo - mesmo que esse seja o ideal
marxista - porque é mais prático.
Draper via o socialismo de baixo como sendo a versão mais pura e marxista do
socialismo. De acordo com Draper, Karl Marx e Friedrich Engels eram devotamente opostos
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Segundo Arthur Lipow, Marx e Engels foram "os fundadores do socialismo democrático
revolucionário moderno", descrito como uma forma de "socialismo de baixo" que é "baseado
em um movimento de massas da classe trabalhadora, lutando de baixo para cima pela
extensão da democracia e liberdade humana ". Este tipo de socialismo é contrastado com o
do "credo autoritário e antidemocrático" e com "as várias ideologias
colectivistas totalitárias que reivindicam o título de socialismo", bem como com "as muitas
variedades de 'socialismo de cima' que conduziram no século XX aos movimentos e formas
de estado em que uma despótica 'nova classe' governa uma economia estatizada em nome do
socialismo, uma divisão que "permeia a história do movimento socialista". Lipow identifica
o belamismo e o stalinismo como duas correntes socialistas autoritárias proeminentes na
história do movimento socialista.
Socialismo libertário
Socialismo religioso
Sindicalismo
O sindicalismo opera por meio de sindicatos industriais. Ele rejeita o socialismo estatal e o
uso de políticas estabelecidas. Os sindicalistas rejeitam o poder do Estado em favor de
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estratégias como a greve geral. Os sindicalistas defendem uma economia socialista baseada
em sindicatos federados ou de trabalhadores que possuem e administram os meios de
produção. Algumas correntes marxistas defendem o sindicalismo, como o De Leonismo.
O anarco-sindicalismo vê o sindicalismo como um método para os trabalhadores
da sociedade capitalista obterem o controle de uma economia. A Revolução Espanhola foi
amplamente orquestrada pelo sindicato anarco-sindicalista CNT. A Associação Internacional
dos Trabalhadores é uma federação internacional de sindicatos e iniciativas anarco-
sindicalistas
Social-democracia
Na medida em que a social-democracia torna seu “ideal socialista” cada vez mais
“científico”, este ideal se manifesta mais e mais como a “distribuição socialista” da renda
nacional entre os membros de toda a sociedade culta, do exército de trabalhadores
intelectuais.
Os operários não separam este ideal da realidade de seus próprios interesses de classe. O
movimento proletário não defende senão as pessoas condenadas ao trabalho físico servil. Sua
meta é a emancipação. O socialismo proletário aparece, portanto, diametralmente oposto ao
dos trabalhadores intelectuais, que consiste em socializar o capital, em transformá-lo de
privado, que é, em capital socialista, nacional, em capital constante social.
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Para Marx e Engels, a conscientização do proletariado sobre sua condição e, a partir disso,
sua organização política constituíam o caminho revolucionário para debelar o capitalismo e
construir em seu lugar uma sociedade igualitária. O socialismo seria marcado pela abolição
da propriedade privada e pela socialização dos meios de produção, isto é, terras, indústria,
todos os activos de produção de riqueza pertenceriam à sociedade e seriam controlados pelo
Estado e pela economia planificada, com o Estado dirigindo os sectores económicos,
definindo preços e salários, regulando o mercado. Após a aniquilação das desigualdades por
meio da interferência estatal, o próprio Estado seria abolido, e a sociedade seria livre e sem
classes. O socialismo faria a transição para o comunismo.
Autores socialistas
Os primeiros pensadores socialistas, do chamado socialismo utópico, foram:
Esse controle social se daria mediante o Estado, que equalizaria os processos produtivos até
que cada trabalhador pudesse apropriar-se do produto de seu trabalho sem que isso
desapossasse a outrem ou limitasse a si mesmo. Então viria o comunismo, em que a
sociedade regularia a produção, mas não imporia a ninguém uma actividade fixa para sua
subsistência. O homem livre poderia “Caçar de manhã, pescar a tarde, pastorear à noite e
fazer crítica depois da refeição (...) sem por isso me tornar exclusivamente caçador, pescador
ou crítico”.
“Marx e Lênin detalharam muito pouco sobre o sistema político e as instituições que
existiriam em um país socialista, o que deixou muitas questões em aberto. Os países tiveram
que desenvolver suas próprias instituições. Mesmo assim pelo que vimos nas tentativas
comunistas na prática não pareciam nada com os ideais propostos originalmente”
Marxismo
A palavra marxismo designa dubiamente a doutrina política elaborada por Karl Marx e
Friedrich Engels e o método de análise socioeconómica baseada no que Marx chamou de
materialismo histórico dialéctico, que apresenta como elemento de definição e análise da
sociedade a sua produção material.
Quando nos referimos ao marxismo ou aos marxistas, estamos tratando especificamente desses
elementos. Para referirmo-nos aos livros de Marx ou à sua obra, sem a especificação da doutrina ou
do método de análise social, devemos utilizar o adjectivo “marxiano”, como a “obra marxiana” ou a
“teoria marxiana”.
O marxismo ainda é amplamente estudado nos âmbitos da sociologia, da filosofia e da
economia. Actualmente, pelo fato de o marxismo estar alinhado a um pensamento de
esquerda, sectores da direita, sobretudo da direita conservadora, acusam os movimentos de
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Karl Marx (à esquerda) e Friedrich Engels (à direita) foram os responsáveis pela elaboração
teórica do marxismo.
Características do marxismo
O pensamento marxista está fundamentado no reconhecimento de um sistema de exploração
da classe operária pela burguesia. Fundado por Karl Marx e Friedrich Engels, o marxismo
fundou-se com base em um pensamento socialista já existente na Europa industrial, a fim de
criar uma doutrina amparada pela socialização dos meios de produção (indústrias) e
pela tomada de poder da classe operária, tendo em vista sua libertação do sistema
explorador.
O marxismo começou a ser difundido por meio das obras de Marx e Engels, lembrando que
não foram os autores que criaram o termo “marxismo”, e ganhou força no fim do século XIX
a partir da formação de grandes sindicatos de operários. A expressão maior do
marxismo deu-se com a Revolução Russa e a ascensão de Vladimir Lenin ao poder na
nascente União Soviética.
O marxismo, na sua forma pura, defende que deve haver uma revolução pela qual a classe
operária toma para si os meios de produção e o governo, suprimindo a burguesia e os seus
meios de hegemonia e manutenção do poder, que constituem os conjuntos chamados infra-
estrutura e superestrutura. Com base nisso, deveria ser criado um Estado forte, com um
governo chamado de socialista, que acabaria com a propriedade privada e controlaria toda a
propriedade em nome da população, formando uma ditadura do proletariado.
A tendência, defende o sistema marxista, é que aos poucos a diferença de classes sociais
deixaria de acontecer, pois as classes seriam suprimidas, formando uma população
economicamente homogénea por meio da igualdade social. O fim desse processo, de
igualdade plena, seria o chamado comunismo, que pode ser considerado uma utopia, pelo
fato de que, até hoje, não foi concretizado.
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Durante a Guerra Fria, onde se formaram dois blocos económicos centrais, o socialista e o
capitalista, houve uma intensa campanha ideológica dos Estados Unidos para suprimir o que
eles chamavam de ameaça comunista, que envolvia governos marxistas, governos de
esquerda em geral e pensadores e ideólogos marxistas.
Filosofia
A principal contribuição da teoria marxista para a filosofia reside no conceito de
materialismo histórico dialéctico. Essa concepção filosófica opera uma reviravolta no que se
entendia por dialéctica até então, de Platão a Hegel. O conceito de dialéctica ganha
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Artistas como Frida Kahlo e o dramaturgo Bertold Brecht inspiraram-se na teoria marxista
na composição de suas obras e defenderam abertamente o marxismo como solução para as
mazelas sociais. Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir fundaram uma nova perspectiva
existencialista que angariou elementos do marxismo, da obra nietzschiana e do conceito de
angústia, proveniente da obra do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard.
Acontece que, na óptica de muitas pessoas que tecem essa acusação, qualquer elemento do
currículo pode ser chamado de marxismo, inclusive coisas que nada têm a ver com
marxismo, como feminismo e teorias de género, e assuntos que até se relacionam com o
marxismo, mas não são exclusivos dele, como a redução das desigualdades sociais.
Assim como o marxismo cultural, a acusação de uma doutrinação ideológica marxista nas
escolas é infundada e rasa, não representando a realidade das escolas, sobretudo as escolas
públicas brasileiras, que têm problemas muito maiores para enfrentar, como a superlotação
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das salas, a falta de investimento e os desvios de verba, que impedem a chegada do dinheiro
nas instituições, a baixa remuneração dos professores, os problemas sociais que refletem na
sala de aula etc.
• A concepção federal dos grupos nacionais opõe ao unitarismo centralizador uma visão
pluralista de sociedade: enquanto a tradição monárquica ou jacobina não concebe o bem
social senão sob a forma de absorção das partes numa centralizar; à única, o federalismo
opõe-se a toda centralização e respeita a autonomia dos agrupamentos particulares. Não se
trata de assegurar a unidade ao preço das liberdades mas assegurar ao mesmo tempo a
unidade e as liberdades na unidade.
Proudhon esboça o plano destes centros autónomos que irão limitar o poder político em
nível dos agrupamentos profissionais e das soberanias locais. Segundo um projecto
c1aborado desde 18487, as oficinas e as companhias industriais organizadas, por elas
próprias democraticamente, seriam conduzidas a federarem-se por profissões e por indústrias
para constituírem uma forma de centralização no nível nacional. Esta federação de industrias
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• No federalismo, a comuna, grupo local e natural, readquire a sua soberania; ela tem o
direito de governar-se, administrar-se, díspar das suas propriedades, fixar os impostos,
organizar a educação, fazer a sua própria política. Deve reconstituir uma verdadeira vida
colectiva, o que implica que os problemas sejam debatidos, que os interesses se pronunciem,
que os regulamentos internos sejam discutidos e escolhidos. Este aspecto e, aos olhos de
Proudhon, decisivo: não se trata somente de reconhecer uma certa limitação do Estado pela
presentação dos agrupamentos, mas afirmar a pluralidade das soberanias e, por conseguinte,
a liberdade efectiva da comuna.
• O federalismo implica, por outro lado, que seja restituída as regiões e as províncias uma
parte da sua autonomia, quer dizer que os grupos naturais unidos por uma comunidade de
dialecto, de costumes ou de religião readquirem esta autonomia relativa que a centralização
absorvente lhes fez perder o grupo natural formado pela comunidade local identidade de
costumes e a conexão dos interesses com efeito, uma realidade social mais viva que os
grupos artificiais formados pelos Estados.
Marxista heterodoxo, fortemente influenciado pela ética de Proudhon e também por Ernest
Renan, Giambattista Vico, Nietzsche e, mais tarde, por Henri Bergson e William James,
Sorel cumpriu uma trajectória política peculiar. Engenheiro, ele pediu demissão do emprego
em 1892, aos 45 anos, para dedicar-se ao estudo da filosofia social. Ligado ao sindicalismo
revolucionário, de extrema-esquerda, flertou por algum tempo com o
movimento monarquista. Admirava o poeta monarquista Charles Maurras (1910)
e Lênin (1918-1922).
Sorel, são "conjuntos de imagens capazes de evocar em bloco e somente pela intuição, antes
de qualquer análise reflectida, a massa dos sentimentos" (Réflexions sur la violence).
Com relação à força, em determinada passagem Sorel faz uma análise que é bastante
próxima da visão gramsciana de coerção, sendo a força um elemento presente não apenas por
meio da brutalidade física, mas também do direito:
Com relação a delitos criminosos, que ocorreriam de acordo com os interesses mesquinhos
dos homens, são cometidos mais por violência física quanto menos economicamente
desenvolvida for uma sociedade, e mais por meio da astúcia e da corrupção quanto maior for
tal desenvolvimento. Mas como impelir os homens à acção violenta de classe, em que
interesses colectivos estão acima dos interesses individuais mesquinhos? Sorel apela aqui
para o que chama de “sentimento do sublime”.
a luta na qual o proletariado se engaja só pode terminar de duas formas: seu triunfo
completo ou sua escravidão, ambos os casos envolvendo todo o conjunto dos
trabalhadores. Em tais circunstâncias, de acordo com o autor, o sentimento do
sublime (a abnegação altruísta) brotaria naturalmente das condições da luta (SOREL,
1992, p. 238).
A participação do proletariado no processo parlamentar ou eleitoral seria completamente
nociva para os objectivos do sindicalismo revolucionário. O desenvolvimento do capitalismo
não é possível sem a corrupção e os delitos movidos pela astúcia. O envolvimento do
movimento dos trabalhadores com a política parlamentar seria o envolvimento com a
pequenez moral e a astúcia.
O papel da violência proletária seria forjar nos trabalhadores valores morais elevados, o
“sentimento do sublime”, uma espécie de reforma moral levada a cabo no espírito do
proletariado por meio da guerra contra o capitalismo, por meio da prática de luta. O
revolucionário francês demonstra preocupação constante com a criação de um "direito
proletário" que opõe ao jacobinismo. Este se configuraria como a ditadura de uma minoria
que se arrogaria a liderança dos trabalhadores e cuja desconsideração à criação de nova
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condição jurídica conduziria aos excessos de terror e ao autoritarismo. Como se pode ler
acima, Sorel considera, numa interpretação flagrantemente equivocada que ignoraria o
próprio jacobinismo do partido bolchevique, que os soviets se inspirariam mais na obra de
Proudhon que em alguma escola socialista marxista.
Sorel é um autor controverso quanto à linha política a qual adere. Suas ideias foram aceitas
tanto pelos fascistas (Benito Mussolini) quanto pelos comunistas italianos (Antonio
Gramsci). Também influenciou os anarcossindicalistas, bem como Walter Benjamin. Entre
os pensadores latino-americanos sua influência é notável nos escritos do marxista
peruano José Carlos Mariátegui.
Em suas cartas, Proudhon expressou seu desacordo com os pontos de vista de Marx sobre a
revolução: "Creio que não temos necessidade dela para ter sucesso e que, consequentemente,
não devemos apresentar a acção revolucionária como um meio de reforma social, porque isso
induzirá um apelo à força, à arbitrariedade, em suma, uma contradição".
Ele fez poucas críticas públicas a Marx ou Marxismo, porque em sua vida Marx era um
pensador relativamente desconhecido. Foi só depois da morte de Proudhon que o marxismo
se tornou um grande movimento. Ele, no entanto, criticou socialistas autoritários da sua
época. Isso incluiu o socialista autoritário Louis Blanc, do qual Proudhon disse:
você não deseja nem catolicismo nem monarquia nem nobreza, mas você quer ter um
Deus, uma religião, uma ditadura, uma censura, e uma hierarquia. Mas eu nego o teu
Deus, a tua autoridade soberana, o teu Estado judiciário ditatorial e todas as tuas
mistificações"
Considerações finais
28
Referencias bibliográficas
29
SOREL, Georges, (1992). Reflexões sobre a violência. São Paulo: Martins Fontes.