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2.2Desenvolvimento sustentável
Autorescomo Moraes e Barone (2001), já sinalizavam apossibilidadede que a era da
teoria econômica que contribuiu de forma significativa para o crescimento quantitativo estava
se encerrando, principalmente pelo fato de não estaratendendosatisfatoriamente à
simultaneidade dos objetivos econômicos, sociais e ambientais. Os autores afirmavam que a
teoria econômica, principalmente a partir dos estudos neoclássicos, enfatizava
demasiadamente o crescimento econômico, desconsiderando que os recursos naturais são
finitos. Contudo, considerando que estes recursos seriam finitos, e que o crescimento poderia
ser limitado por esse fator, fazia-se necessária uma outra forma de se mensurar o progresso.
De acordo com Gürlük (2009),a moderna teoria do crescimento (teoria do
crescimento endógeno) considerava como força do crescimento, nas novas formulações, tanto
o desenvolvimento econômico e o progresso tecnológico, como os recursos naturais.
Além das consideraçõesanteriormente apresentadas, Gadotti (2000) acrescentou que a
forma de desenvolvimento capitalista globalizado, que priorizava o crescimento econômico
frente ao desenvolvimento humano, estabelecia a concentração de poder e de recursos,
estimulando desigualdades e devastando o meio ambiente.
Para Meadows et al. (1972), no relatório mundialmente conhecido e intitulado The
limits to growth–resultado de estudos do Clubede Roma, formado por cientistas, intelectuais
e empresários, no final dos anos 60 –pode-se acompanhar a discussão da tese da
incompatibilidade entre o modelo de desenvolvimento vigente e a defesa do meio ambiente.
Segundo estes autores, o planeta chegaria a uma situação catastrófica caso os países
subdesenvolvidos passassem a consumir recursos naturais num nível equivalente àquele dos
países desenvolvidos.
Dessa maneira, a ideia do limite do crescimento, defendida por Meadows et al. (1972),
passou a ser acompanhada com maior interesse, uma vez que a continuação do crescimento
exponencial da economia mundial levaria a desestruturação dos fundamentos naturais da vida
e, em menos de cem anos, o limite do crescimento seria atingido.
Como pode ser observado a partir dos resultados obtidos em estudos mais recentes
realizados por Moussiopouloset al.(2010),a pressão antrópica sobre o ambiente urbano
atingiu níveis críticos em todo o mundo. Isso tem feito com que sejam adotadasmedidas
específicas comoresposta e enfrentamento a essas questões.
Em relação ao relatório The limits to growth, Bellen (2006) formulou uma comparação
com o rompimento da ideia dominante até então, sobre o crescimento contínuo da sociedade
industrial sem a fixação de limites que inibissema exploração exacerbada do meio ambiente.
Por outro lado, autores comoo economistaSachs (2004) reconheceram que foi a partir
dos anos 1970 que a preocupação com a questão ambiental tornou-se determinante para uma
nova definição do termo desenvolvimento. Tudo isso, segundo o economista, como
consequência da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
realizada em Estocolmo no ano de 1972, quando surgiu a ideia direcionada ao
ecodesenvolvimento que, posteriormente, foi nomeado desenvolvimento sustentável.
Ao contribuir no debate que estava instalado, Bellen (2006) considerou que o termo
ecodesenvolvimento surgiu como uma nova opção à ideia clássica do desenvolvimento,
acrescentando que ele significou um avanço significativo paraa noção de interdependência,
que estava se consolidando, entre desenvolvimento e meio ambiente.
É oportuno salientar que o termo desenvolvimento sustentável foi debatido
primeiramente pela World Conservation Unionno documento intitulado World’s
Conservation Strategy, onde consta que “para que o desenvolvimento seja sustentável devem
se considerar aspectos referentes às dimensões social e ecológica, bem como fatores
econômicos, dos recursos vivos e não-vivos e as vantagens de curto e longos prazos de ações
alternativas” (BELLEN, 2006, p. 23). Observa-se, assim, que o foco desse conceito está
baseado na integridade ambiental e que, segundo o autor, somente a partir da definição do
RelatórioBrundtlandfoi dada ênfase ao elemento humano, indicando a busca de um
equilíbrio entre as dimensões econômica, ambiental e social.