Prova Comentada Mpms
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Prova Comentada Mpms
PROVA COMENTADA
OBSERVAÇÕES INICIAIS
Aos alunos da turma de reta final MPMS 2022, pedimos que não deixem de
reler os conteúdos das rodadas com temas antecipados na prova. A melhor fixação será
importante nos próximos desafios (e também para 2ª fase do concurso, aos que
prosseguirão). Como perceberam, o estudo em sprint final foi revertido em pontos
decisivos. Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é possível evoluir mesmo
em menor prazo. Os feedbacks recebidos pós-prova comprovam que novamente
teremos uma invasão megeana, com muitos alunos em sua primeira oportunidade em
2ª fase.
Aos colegas que não estão dentro dessas faixas, indicamos, conforme o caso,
entrar imediatamente no Clube do MP (que iniciará em janeiro) ou que foque nas retas
finais de MPSP, MPSC E MPBA que em breve abriram suas inscrições.
O Clube Do MP 2022 é uma solução incrível que irá acompanhá-lo durante toda
sua preparação para carreira (com estudo otimizado da lei seca, materiais de doutrina
resumida, simulados específicos para carreira, videoaulas e muito mais). Além do apoio
de nossa equipe, com a experiência de já ter comemorado a aprovação de mais de 500
alunos, por tempo ininterrupto em estudo constante e atento a todo cenário dos
concursos para MP e suas novidades abordadas em cada prova e edital.
CLUBE DO MP 2022
https://clube.mege.com.br/assine-clube-mp/
1
Outras questões podem apresentar polêmicas não comentadas neste arquivo, diante do curto tempo
para apresentação, e incidirem em recursos e anulações.
O clube conta com tudo que você precisa para preparação em todas as fases do
concurso. Desde o estudo da lei comentada até correções de provas de 2ª fase de forma
personalizada e até mesmo a opção de acompanhamento personalizado. Vale a pena
conferir!
Agora é com vocês, vamos para análise de tudo que caiu na objetiva do MPMS.
Bons estudos.
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Sumário
DIREITO CONSTITUCIONAL ..........................................................................................................5
DIREITO PENAL ..........................................................................................................................34
DIREITO PROCESSUAL PENAL ....................................................................................................53
DIREITO CIVIL .............................................................................................................................34
DIREITO PROCESSUAL CIVIL .......................................................................................................85
TUTELA DE INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. .......................96
DIREITO ADMINISTRATIVO, TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO .......................................................138
DIREITO ELEITORAL..................................................................................................................147
DIREITOS HUMANOS ...............................................................................................................158
DIREITO INSTITUCIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO ................................................................163
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DIREITO CONSTITUCIONAL
(A) A CRFB/88 considera expressamente, nas disposições transitórias, como uma outra
Constituição, anteriormente a ela, a Constituição Militar imposta de 1967, produzida
pelo regime militar, contudo grande parte de seu texto foi constituído por meio da
Emenda nº 01 de 1969. Vale afirmar, ainda, que o STF foi instado a se manifestar sobre
a existência do poder constituinte originário revolucionário, em relação à CF de 88,
diante da convocação da EC nº 26/85, e o assunto foi julgado apenas no ano de 2010.
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
O tipo de Poder Constituinte oriundo da EC citada não foi revolucionário, mas inicial
constituído. A referida emenda, via análise do STF na ADPF 153 de relatoria de Eros
Graus, acabou por conferir ao Congresso Nacional o poder de elaborar uma nova
constituição, que seria dotada de caráter constitutivo. Instalaria um novo sistema
normativo. Com base nos ensinamentos de Tércio Sampaio Ferraz Júnior, aduziu-se que
o Congresso Nacional, poder constituído, se transformou em poder constituinte ao
promulgar a EC nº 26/85, pois alterou o próprio procedimento de reforma da
Constituição Federal de 1967; promulgou uma norma-origem, de caráter constitutivo,
haja vista que “constitui ela própria o comportamento que ela mesma prevê”. Conclui o
relator na presente ação, que, se a anistia de 1979 foi reafirmada no texto da EC nº 6
26/85, norma-origem, promulgada pelo mesmo poder constituinte que elaborou a
CF/88, não há como questionar se aquela foi ou não recepcionada por esta. O Ministro
Gilmar Mendes seguiu a mesma conclusão (dispositivo) do Relator, fazendo, contudo,
algumas observações no âmbito de sua fundamentação. Denominou o Congresso
Nacional de 1985 de poder constituinte especial, pois colocou no mesmo texto a
convocação da constituinte e suas condições de realização, tendo a anistia como um dos
pressupostos de possibilidade da construção da nova ordem constitucional. Defendeu
que a EC nº 26/85 constituiu um peculiar ato constitucional, não tendo, contudo,
natureza própria de emenda constitucional, tratando-se, na verdade, de ato político que
rompeu com a Constituição anterior, dela não fazendo parte, material ou formalmente.
Por fim, entendeu que a EC nº 26/85 “muito se aproxima de um modelo de revisão total
instaurado pela própria ordem constitucional, sem maiores rupturas do ponto de vista
histórico político”.
(E) INCORRETA
(A) A inconstitucionalidade reflexa, ou oblíqua, pode ser questionada por meio de ADIN.
(C) Se o órgão fracionário, ao analisar recurso, no qual uma das partes discute
inconstitucionalidade de lei, mas entender que a lei é constitucional, pode julgar
imediatamente o caso concreto, não constituindo isso em violação à reserva de plenário.
Contudo, se o fundamento desse julgamento revelar que o órgão fracionário não
aplicará a lei debatida e não promoverá a remessa ao pleno, constituirá ofensa à súmula
vinculante nº 10 (full bench).
(E) São legitimados universais, para propor ADIN, entre outros, o Presidente da
República, a mesa do Congresso Nacional e o Procurador Geral da República.
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RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
Esse controle é repressivo, aquele realizado após o ato normativo já ter sido produzido,
isto é, após, por exemplo, a medida provisória ter sido publicada e a lei ter sido
sancionada e promulgada. Embora possa ser realizado também pelos Três Poderes, é
primordialmente realizado pelo Poder Judiciário.
(C) CORRETA.
A reserva de plenário é também conhecida como regra do full bench, full court ou
julgamento en banc e está prevista no art. 97 da CF/88 e nos art. 948 e 949 do CPC 2015:
Súmula vinculante 10
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário
de Tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Não se aplica se o órgão fracionário declarar a constitucionalidade da norma
Se o órgão fracionário do Tribunal for declarar que determinada lei ou ato normativo
é constitucional, não será necessário observar a cláusula de reserva de plenário.
Não se aplica se a lei ou ato normativo for anterior ao texto da Constituição Federal
STF. 2ª Turma. ARE 792562 AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 18/03/2014.
No mesmo sentido: STF. 2ª Turma. RE 1240114 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 14/02/2022.
A cláusula de reserva de plenário se aplica para o STF quando ele realize o controle
difuso de constitucionalidade?
STF. 2ª Turma. RE 361829 ED, Min. Rel. Ellen Gracie, julgado em 02/03/2010.
(E) INCORRETA
12
Os legitimados para propor ADI estão previstos no art. 103 da CF/88:
I - o Presidente da República;
VI - o Procurador-Geral da República;
Por outro lado, o STF afirmou que os demais legitimados, ao proporem a ADI, deveriam
comprovar que possuem legítimo interesse na ação. São, por isso, chamados
de legitimados ativos especiais. Este legítimo interesse que precisa ser demonstrado é
chamado de pertinência temática.
São aqueles que podem propor ADI e São aqueles que somente podem
ADC contra leis ou atos normativos que propor ADI e ADC contra leis ou atos
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versem sobre qualquer matéria, sem a normativos que tratem sobre matérias
necessidade de comprovar interesse que digam respeito às funções ou
específico no julgamento da ação. objetivos do órgão ou entidade. O autor
especial terá que provar o seu interesse
específico no julgamento daquela ação.
(A) De acordo com o artigo 34 da CF, a União não intervirá nos Estados nem no Distrito
Federal, exceto em algumas situações. Sobre o tema, dispõe a Carta da República que
caberá à União assegurar os seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana,
sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c)
autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
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e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento
social.
(C) O artigo 18, §2º, da Constituição Federal caiu em desuso a partir do momento em
que o território de Fernando de Noronha foi incorporado ao estado de Pernambuco, não
havendo no Brasil, atualmente, nenhum território.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 34 da CF A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
(...)
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
(B) INCORRETA. Na CF/88 o federalismo está previsto expressamente em seu art. 1º,
caput, sendo tal previsão considerada cláusula pétrea, nos termos do seu art. 60,
parágrafo 4º, inciso I. 15
Quanto ao Modo de Separação de Atribuições: federalismo dual ou
federalismo cooperativo:
Não obstante, ainda prevalece que a Constituição da República de 1988 adotou elementos
de federalismo cooperativo e de federalismo dual na repartição de competências entre
os entes federados, distribuindo competências exclusivas, privativas, comuns e
concorrentes.
No Brasil, embora convivamos com assimetrias reais que vão desde uma cultura
rica e diversa até realidades econômicas muito diferentes, adotamos um federalismo
simétrico do ponto de vista formal-constitucional. Entretanto, a doutrina aponta a
existência de “erros de simetria” em razão das diferenças de dimensão territorial, de
desenvolvimento econômico, culturais, etc., bem como das diferenças de competências
16
entre os entes federados.
(E) CORRETA. Na Constituição de 1824, fomos estruturados como um estado unitário. Nos
exatos termos do artigo 2º, “o território é dividido em Províncias na forma em que actualmente
se acha, as quaes poderão ser subdivididas, como pedir o bem do Estado”.
Nos anos 30, durante o período Vargas, observou-se a volta do centralismo, com a restrição da
autonomia administrativa e política dos Estados membros. O Decreto n.º 19.398, de
11/11/1930, dissolveu o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas Estaduais e as Câmaras
Municipais, cassou os mandatos de todos os Governadores e Prefeitos e nomeou interventores
em cada Estado membro.
Em 1934, entramos em uma nova ordem constitucional que, em muitas de suas disposições,
mostrava-se mais liberal e progressista, mas, de outro, era conservadora, inspirada na
Constituição de Weimar, promoveu-se uma grande centralização em torno da União, retirando-
se competências antes afetas aos estados.
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Nas demais Constituições, essa tendência centralizadora foi se acentuando. Até mesmo na
Constituição de 1946, de caráter democrático, não houve alteração neste quadro.
Em 1987, retorna o debate sobre a forma de estado que deveria ser implantada no Brasil. Em
05 de outubro de 1988, a nova Constituição organizou o Estado, em seu Título III, de forma muito
conservadora, concentrando as competências na União.
No tocante a nossa Constituição de 1988, José Afonso da Silva aduz que a nova Carta buscou
resgatar o princípio federalista e estruturou um sistema de repartição de competências que
tentou refazer o equilíbrio das relações entre o poder central e os poderes estaduais e
municipais.
CUIDADO! A forma unitária de Estado pode ser CENTRALIZADA OU
DESCENTRALIZADA. A descentralização se restringe geralmente à ordem
administrativa, sem implicar necessariamente numa fragmentação do poder político
central. Perceba que, em que pese originariamente ser o Brasil tenha sido um Estado
unitário, nesse período, houve descentralização em vários momentos.
(A) Diante dos impactos nas finanças públicas, é possível a utilização, em caráter
excepcional, de recursos vinculados ao FUNDEB para ações de combate à pandemia do
novo coronavírus (COVID-19).
(B) É constitucional a requisição, desde que com prévia autorização judicial, de dados
bancários e fiscais considerados imprescindíveis pelo Corregedor Nacional de Justiça
para apurar infração de sujeito determinado, desde que em processo regularmente
instaurado mediante decisão fundamentada e baseada em indícios concretos da prática
do ato.
(D) O “Disque 100” do MMFDH não pode ser utilizado para queixas contra a
obrigatoriedade da vacinação e das medidas restritivas contra a Covid.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
O STF estabeleceu que não poderia utilizar os recursos do FUNDEB para outras
finalidades.
ADI 6490.
(B) INCORRETA.
ADI 4709.
As entidades alegavam que a Constituição Federal exige ordem judicial para a quebra de
dados e da intimidade, e o regimento não poderia autorizar a medida por autoridade
administrativa. Argumentavam, ainda, que apenas a Constituição Federal poderia criar
as competências do corregedor nacional de Justiça, cabendo ao Estatuto da
Magistratura defini-las.
(C) INCORRETA.
RE 1224394
O Tribunal, por unanimidade, apreciando o tema 1.079 da repercussão geral, deu
provimento ao recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator, Ministro Luiz Fux
(Presidente). Foi fixada a seguinte tese: "Não viola a Constituição a previsão legal de
imposição das sanções administrativas ao condutor de veículo automotor que se recuse
à realização dos testes, exames clínicos ou perícias voltados a aferir a influência de álcool
ou outra substância psicoativa (art. 165-A e art. 277, §§ 2º e 3º, todos do Código de
Trânsito Brasileiro, na redação dada pela Lei 13.281/2016)". Plenário, 19.5.2022.
(D) CORRETA.
ADPF 754
(E) INCORRETA. Ao contrário, a Lei nº 6.815/80 não dispensava do pagamento das taxas o
estrangeiro hipossuficiente e foi inteiramente revogada pela Lei nº 13.445/2017, chamada de
“Lei de Migração” (essa sim, expressamente dispõe sobre a imunidade).
Além de que decidiu o STF que é imune ao pagamento de taxas para registro da regularização
migratória o estrangeiro que demonstre sua condição de hipossuficiente, nos termos da
legislação de regência.
STF. Plenário. RE 1018911/RR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/11/2021 (Repercussão Geral –
Tema 988) (Info 1037).
(B) A prerrogativa do poder de veto presidencial deve ser exercida dentro do prazo
expressamente previsto na Constituição, admitindo exercê-la após a sua expiração, em
situações excepcionais.
(D) Não caracteriza afronta à vedação imposta pelo art. 62, § 1º, IV, da Constituição
Federal (CF) a edição de medida provisória no mesmo dia em que o Presidente da
República sanciona ou veta projeto de lei com conteúdo semelhante.
RESPOSTA: D e E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
Plenário. ADPF 893/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, redator do acórdão Min. Roberto
Barroso, julgado em 20/6/2022 (Info 1059).
O poder de veto previsto no art. 66, § 1º, da Constituição não pode ser exercido após o
decurso do prazo constitucional de 15 (quinze) dias.
STF. Plenário. ADPF 893/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, redator do acórdão Min. Roberto
Barroso, julgado em 20/6/2022 (Info 1059).
(C) INCORRETA.
(D) CORRETA.
MEDIDA PROVISÓRIA
Não caracteriza afronta à vedação imposta pelo art. 62, § 1º, IV, da CF a edição de MP
no mesmo dia em que o Presidente sanciona ou veta projeto de lei com conteúdo
semelhante.
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(E) CORRETA
STF. Plenário. ADPF 714/DF, ADPF 715/DF e ADPF 718/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 13/2/2021 (Info 1005).
6. É lição básica das Ciências Criminais que, com a ocorrência de uma infração penal,
materializa-se o poder-dever de punir do Estado, cabendo a ele iniciar a persecutio
criminis para aplicar a lei penal ao caso concreto. Com efeito, a investigação preliminar
é o ponto de partida para uma persecução penal bem-sucedida, que atenda ao interesse
da sociedade de elucidar crimes, sem abrir mão do respeito aos direitos mais
comezinhos dos investigados. Daí a importância da Polícia Judiciária, dirigida por
Delegado de Polícia de carreira (art. 144 da Constituição Federal), a quem incumbe a
condução da investigação criminal por meio dos diversos procedimentos policiais, nos
termos da legislação correlata.
Tendo em vista esses preceitos, analisados sob o enfoque constitucional conferido à
Polícia Judiciária, tido como órgão estatal destinado à Segurança Pública, assinale a
alternativa correta.
(A) Em regra, a polícia civil será subordinada ao chefe do Poder Executivo estadual, de
modo que não é possível atribuir-lhe independência funcional, sob pena de ofensa ao
art. 129, I, VI e VIII, bem como ao art. 144, § 6º, da Constituição Federal (CF).
(B) As normas, ainda que originárias do poder constituinte decorrente, que venham a
atribuir autonomia funcional, administrativa ou financeira a outros órgãos ou
instituições não constantes da CF, padecem de vício de inconstitucionalidade formal,
por violação das regras atinentes à competência constitucional.
(C) O desenho institucional, concebido pelo art. 144 da Constituição Federal para a
configuração do aparelho de segurança pública, permite soluções legislativas locais
calcadas na ideia do poder discricionário do administrador público.
(D) A outorga constitucional de funções de polícia judiciária não impede nem exclui a
possibilidade de o Ministério Público, que é o "dominus litis", determinar a abertura de
investigações, requisitar esclarecimentos, diligências e acompanhar quaisquer atos de
investigação penal, mesmo aqueles que tramitam sob regime de sigilo. Assim,
considerando a Teoria dos Poderes Implícitos, é assegurado ao Ministério Público o
poder-dever de assumir a presidência do inquérito policial, de acordo com as balizas
reconhecidas pelo STF.
(E) Incumbe à Polícia Civil dos Estados-membros e do Distrito Federal, ressalvada a 26
competência da União Federal e excetuada a apuração dos crimes militares, a função de
proceder à investigação dos ilícitos penais (crimes e contravenções), sem prejuízo do
poder investigatório de que dispõe, como atividade subsidiária, o Ministério Público,
observando o permanente controle jurisdicional dos atos documentados.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
O vício neste caso será do tipo nomoestático, ou seja, referente ao aspecto material do
tema.
(C) INCORRETA.
O art. 144 é fechado e não dispõe de competência concorrente nos termos da CF/88.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
CE, art. 77. O controle externo a cargo da Assembléia Legislativa será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete: III - apreciar, para fins de
registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, bem como a da concessão de aposentadoria, reforma e pensões, ressalvadas as
melhorias posteriores que não alterem o fundamento do ato concessório.
(B) INCORRETA.
CE, art. 77. O controle externo a cargo da Assembléia Legislativa será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete: II - julgar as contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta ou indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público estadual, e as contas daqueles que derem causa a perda, a
extravio ou a outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.
(C) INCORRETA.
CE, art. 77. O controle externo a cargo da Assembléia Legislativa será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete: VII - prestar as informações
solicitadas pela Assembléia Legislativa ou suas comissões, sobre fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;
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(D) INCORRETA.
CE, art. 77. O controle externo a cargo da Assembléia Legislativa será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete: IX - se verificada a ilegalidade,
assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei;
(E) INCORRETA
CE, art. 77. O controle externo a cargo da Assembléia Legislativa será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete: VI - fiscalizar a aplicação de
quaisquer recursos repassados pelo Estado através de convênio, acordo, ajuste ou
outros instrumentos congêneres, a Municípios ou outras entidades.
8. Estabelece o art. 4º, inciso II, da Constituição Federal que a República Federativa do
Brasil deve ser regida nas suas relações internacionais pelo princípio da prevalência dos
direitos humanos, sendo a dignidade da pessoa humana (art. 1º, inciso III) um de seus
fundamentos. Por esse balizamento, há outras previsões no texto constitucional, a
exemplo do artigo 245, que determina o dever estatal de proteção especial à vítima de
criminalidade, inclusive direito à reparação do dano decorrente do crime que sofreu. Já
em âmbito internacional, temos a Resolução nº 40/34 da ONU, aprovada pela
Assembleia Geral em 29 de novembro de 1985, que, além de trazer conceito amplo de
vítima, recoloca-a em posição mais relevante no processo penal e estabelece um rol
diversificado de direitos que devem ser reconhecidos. Com base nesses postulados, o
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) regulamentou a Política Institucional
de Proteção Integral e de Promoção de Direitos e Apoio às Vítimas (Resolução 243/2021
- CNMP).
Considerando o arcabouço normativo citado, a fim de assegurar direitos fundamentais
às vítimas de infrações penais, o(a) candidato(a), uma vez aprovado(a) e empossado(a)
no cargo de Promotor(a) de Justiça Substituto(a), deverá adotar as seguintes
providências, EXCETO
(A) diligenciar a fim de que seja assegurada às vítimas a prestação de apoio e
atendimento especializado por meio de equipe multidisciplinar da própria instituição ou
pelo devido encaminhamento às redes de apoio externas.
(B) zelar para que as vítimas tenham participação efetiva na fase da investigação e no
processo, seja por meio da materialização dos direitos de serem ouvidas, de terem seus
bens restituídos, de apresentarem elementos de prova, de serem comunicadas de
decisões no curso do processo, notadamente acerca do ingresso e saída do autor do fato
da prisão, caso assim manifestem interesse, entre outras formas de participação.
(C) estimular políticas públicas e criar, em sua estrutura interna, meios de atendimento
às vítimas que busquem evitar a revitimização, bem como núcleos próprios de jurimetria
para diagnosticar e produzir uma política de atuação mais eficaz, resolutiva e preventiva.
(D) implementar projetos e mecanismos de resolução extrajudicial de conflitos, por
meio da negociação, mediação e conferências reparadoras dos traumas derivados dos
29
eventos criminosos ou de atos infracionais.
(E) compilar informações do número de casos atendidos, do número de casos em que
se verificou a reparação dos danos sofridos, das taxas de vitimização, além de outras
políticas que permitam a identificação de direitos difusos, coletivos ou individuais
homogêneos lesados.
RESPOSTA:
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 8º O Ministério Público deverá zelar para que as vítimas tenham participação efetiva
na fase da investigação e no processo, seja por meio da materialização dos direitos de
serem ouvidas, de terem seus bens restituídos, de apresentarem elementos de prova,
de serem comunicadas de decisões no curso do processo, notadamente acerca do
ingresso e saída do autor do fato da prisão, caso assim manifestem interesse, entre
outras formas de participação.
(C) INCORRETA.
Art. 11. Incumbe ao Ministério Público estimular políticas públicas e criar, em sua
estrutura interna, meios de atendimento às vítimas que busquem evitar a revitimização,
bem como núcleos próprios de jurimetria para diagnosticar e produzir uma política de
atuação mais eficaz, resolutiva e preventiva.
(D) INCORRETA.
DA JUSTIÇA RESTAURATIVA
RESOLULÇÃO 243 CNMP, art. 10. Incumbe ao Ministério Público implementar projetos
e mecanismos de resolução extrajudicial de conflitos, por meio da negociação, mediação
e conferências reparadoras dos traumas derivados dos eventos criminosos ou de atos 30
infracionais, observandose as diretrizes traçadas nas Resoluções CNMP n os 118, de 1º
de dezembro de 2014, e 181, de 7 de agosto de 2017
(E) CORRETA
Uma vez que essa competência não é do Promotor ou Promotora de Justiça, nos termos
da Resolução 243 do CNMP.
DA ATUAÇÃO PREVENTIVA E DIFUSA
Art. 11. Incumbe ao Ministério Público estimular políticas públicas e criar, em sua
estrutura interna, meios de atendimento às vítimas que busquem evitar a revitimização,
bem como núcleos próprios de jurimetria para diagnosticar e produzir uma política de
atuação mais eficaz, resolutiva e preventiva.
Art. 12. Caberá à Presidência do Conselho Nacional do Ministério Público compilar
informações do número de casos atendidos, do número de casos em que se verificou
a reparação dos danos sofridos, das taxas de vitimização, além de outras políticas que
permitam a identificação de direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos
lesados.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
(C) INCORRETA.
As normas de eficácia limitada são aquelas que dependem de uma regulamentação futura
para que possam produzir todos os efeitos que pretendem. Ou seja, como toda norma
constitucional, elas possuem eficácia, mas não aptidão para produção geral de seus efeitos.
Um dos exemplos mais conhecidos de norma de eficácia limitada é o prescrito no inciso VII
do artigo 37 da Constituição Federal: VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
limites definidos em lei específica.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA 32
A tese não é acolhida pelo STF – entendimento amplamente divulgado segundo os
julgados daquela Corte Suprema.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
CF/88, art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.
(E) INCORRETA
DIREITO PENAL
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(B) INCORRETA. Item em contradição com o enunciado da Súmula 587 do STJ: “Para a
incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a
efetiva transposição de fronteiras entre estados da federação, sendo suficiente a
demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual.”
(C) INCORRETA. Com arrimo nos arts29 e 30 do CP e na Teoria Unitária no que tange ao
Concurso de Pessoas, bem como pela jurisprudência do STJ, apresenta-se equivocada a
afirmação de que somente incidirá a majorante do art.40, V da Lei nº 11.343/2006 ao
acusado que realizou o efetivo transporte.
35
12 Tício foi preso preventivamente durante uma operação de combate à corrupção e
processado pelo crime de corrupção ativa, ficando preso provisoriamente por 10 (dez)
meses. Posteriormente, após recursos da defesa em Tribunais Superiores, restou
absolvido de todas as acusações penais. No ano seguinte, voltou à administração pública
sendo novamente preso em investigação por corrupção ativa e peculato, tendo a
sentença condenatória transitado em julgado desta vez. A defesa de Tício, então, entra
com um pedido para a inclusão na contagem do tempo de pena cumprido, os dez meses
nos quais ficou preso no caso anterior, do qual foi plenamente absolvido, pois, com o
tempo já cumprido neste e no caso anterior, já teria direito à liberdade. Como Promotor
de Justiça do caso, você
(A) concorda com o pedido, pois o condenado efetivamente cumpriu a pena estipulada,
sendo que o tempo anterior não poderia ser desconsiderado por uma questão de
Justiça, de acordo com os Tratados Internacionais de Direitos Humanos.
(B) concorda em parte com o pedido, somente podendo ser feita a detração no caso de
crimes iguais, devendo apenas ser considerada na pena da corrupção ativa e não no
peculato, devendo ser feito novo cálculo de pena descontando-se somente quanto à
pena da corrupção ativa.
(C) não concorda com o pedido, pois o instituto da detração penal de crimes anteriores
somente seria possível nos casos de penas provisórias cumpridas no estrangeiro. (D)
concorda, uma vez que não precisa haver ligação entre o fato criminoso praticado, a
prisão preventiva e a pena, devendo ser computado o tempo total como detração penal.
(E) não concorda, fundamentando no fato de que não se pode aplicar a detração penal
em relação a delitos cometidos posteriormente à custódia cautelar.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Em relação aos itens A, B, C e E, a questão busca confundir o candidato
com as causas de aumento de pena previstas no art.2º,§4º da Lei nº 12.850/2013, bem
como nas causas de aumento estabelecidas no art.40 da Lei de Entorpecentes.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(D) INCORRETA. Com base no comentário acima, deverá o Promotor de Justiça Criminal
pleitear que seja estabelecido valor mínimo de indenização pelos danos gerados pelo
delito, tendo como fulcro o art.91, I do CP e o art.387, IV do CPP.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
6ª Turma - Pois não se trata de aplicar duas leis ao mesmo fato, mas sim a crimes
diferentes (princípio da individualização da pena) - STJ. 6ª Turma. AgRg no HC
707.263/SC-2022: “Na hipótese de múltiplos crimes praticados pelo sentenciado, cada
um mantém sua natureza na fase da execução da pena. Por isso, a incidência retroativa
do art. 112 da LEP, somente em relação a incisos mais benéficos à progressão de regime,
não significa cumulação de leis. Além de diferenciados, são distintos os cálculos para a
concessão de benefícios, a depender das particularidades de cada condenação, e não se
está criando uma terceira regra, não prevista na atual ou na antiga legislação, para o
mesmo ilícito.”
(E) INCORRETA
16. Paulo e Luciana foram chamados na escola pela dona e a diretora da escola,
Roseanne, em razão de sua filha Astreia apresentar problemas no manejo escolar. Em
uma reunião, foi informado para a escola que a criança foi diagnosticada com TEA –
Transtorno do Espectro Autista – e que, em razão de tal fato, talvez fosse necessário um
acompanhante especializado para frequentar o ensino de forma regular. Após tal
informação, foi informado que tal professor não seria possível pelo custo para sua
contratação, dando a opção de a criança ser separada das demais e acompanhada por
uma estagiária. Com a não concordância de Paulo e Luciana, a escola disse que teria que
desligar Astreia da escola. Após a reunião, a dona publicou no site da escola o caso,
afirmando que a escola não tinha condições de atender a criança e explicando seus
motivos. Paulo e Luciana contestaram a publicação na rede social, falando dos direitos
dos autistas, e procuraram Roseanne para retirada da publicação, oportunidade em que
ela afirmou que nada tinha feito de errado e que ainda iria processá-los por escrever
contra a escola. Considerando o caso, é correto afirmar que
(A) a escola e sua diretora não cometeram qualquer ilícito penal, sendo que a questão
afeta somente a esfera civil, na qual deve ser tratada a questão de eventuais danos
morais e atendidos os direitos da criança.
(B) a diretora e dona da escola não poderia ter excluído a criança da escola estando
enquadrada no artigo 1º da Lei nº 7.716/1989 pela discriminação quanto à doença da
criança, lei que deve ser aplicada em razão da decisão do STF que, ao julgar Ação Direta
de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) nº 26 e no Mandado de Injunção nº 4.733,
criminalizou para as práticas de preconceito de homofobia e contra deficientes, apesar
de não haver tipificação específica.
40
(C) os pais da criança e a diretora cometeram crime, previsto no Art. 232 do ECA – Lei nº
8.069/1990 –, ao submeter a criança a constrangimento pelas publicações na internet,
sendo a questão da vaga e do atendimento resolvida conforme estabelecido nos artigos
58 e seguintes da Lei Federal nº 9.394/1996, art. 24 do Decreto nº 3.289/99 e art. 2° da
Lei nº 7.853/89.
(D) a dona e diretora da escola responderá por crime específico previsto no artigo 8º,
inciso I, da Lei nº 7.853/1989, por cessar a inscrição do aluno no estabelecimento, sem
justa causa, em razão de seu autismo, além de crime previsto no art. 88, § 2º, da Lei nº
13.146/2015, por ter praticado a discriminação em divulgação por meio de comunicação
social.
(E) a dona e diretora da escola incidiu no crime de injúria qualificada, previsto no art.
140, § 3º, do Código Penal, pela utilização de elemento referente à condição de pessoa
portadora de deficiência, enquanto os pais, ao não procurar a justiça e contestar a
publicação, cometeram o crime de exercício arbitrário das próprias razões, previsto no
art. 345 do Código Penal, ao fazer justiça com as próprias mãos.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(C) INCORRETA. Os pais não cometeram delito algum, devendo a responsabilidade penal
ser imputada à diretora/dona da escola.
(D) CORRETA. O item está em sintonia com o art.8º, inciso I, da Lei nº 7.853/1989 e com
o art.88, § 2º, da Lei nº 13.146/2015.
Lei nº 7.853/1989
Art. 8o Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição
de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão
de sua deficiência;
Lei nº 13.146/2015
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência:
(...)
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é cometido por intermédio de meios 41
de comunicação social ou de publicação de qualquer natureza:
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(I) INCORRETA. – Crime está previsto no art.359-P do Código Penal, não havendo tal
previsão no Código Eleitoral.
(III) INCORRETA. O crime do art.24-A somente foi inserido na Lei 11.340/2006 pela
alteração promovida pela Lei 13.641/2018.
(IV) CORRETA. Redação da Súmula 610 do STF: “Há crime de latrocínio, quando o
homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.”
(V) CORRETA Redação da Sumula 703 do STF: “A extinção do mandato do Prefeito não 42
impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art. 1º do DL
201/67”.
RESPOSTA: B
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(B) INCORRETA. O item encontra-se errado, pois tanto o Estado de Necessidade como a
Legitima Defesa admitem a configuração do excesso, com base no art.23, parag.único.
RESPOSTA:D
COMENTÁRIOS
(B) CORRETA. Em decisão recente, o STF decidiu nos exatos termos do enunciado do
item: “ (...) 2. A dosimetria da pena é matéria sujeita a certa discricionariedade
judicial, à míngua de previsão, no Código Penal, de rígidos esquemas matemáticos ou
regras absolutamente objetivas para a fixação da pena. 3. A jurisprudência desta Corte
entende que a invocação da natureza e da quantidade da droga, como fundamento da
exasperação da pena-base, configura vetor suficiente a justificar a fixação da
reprimenda acima do mínimo legal, tendo em conta o disposto no art. 42 da Lei
11.343/2006. Precedentes.”- HC 215168/2022 AgR, Relator(a): ROSA WEBER.
(C) CORRETA. O STJ possui jurisprudência pacifica nesse sentido. Senão vejamos :
“1. “Não caracteriza bis in idem a utilização da agravante genérica prevista no art. 61, II, f, do
Código Penal e da majorante específica do art. 226, II, do Código Penal, tendo em vista que a
circunstância utilizada pelo Tribunal de origem para agravar a pena foi a prevalência de relações
domésticas no ambiente intrafamiliar e para aumentá-la na terceira fase, em razão da
majorante específica, utilizou-se da condição de padrasto da vítima, que são situações distintas.”
(REsp 1645680/RS, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em
14/02/2017, DJe 17/02/2017)” (AgRg no REsp 1.872.170/DF, j. 09/06/2020).
“[…] A valoração negativa das circunstâncias do crime se deu com base no fato de que o acusado
praticava os delitos na própria casa da família e nas ocasiões em que a mãe da ofendida não
estava presente, o que tornava a vítima mais vulnerável às investidas do réu, enquanto a
majorante prevista no inciso II do art. 226 do CP, leva em consideração a existência de relação
de parentesco ou autoridade do sujeito ativo com a vítima, não restando caracterizado o
alegado bis in idem […]” (AgRg no AREsp 1.478.526/ES, j. 06/08/2019).
(D) INCORRETA. Item em contradição com o enunciado da Sumula 630 do STJ: "A
incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de
entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a
mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio."
46
21 Considerando o chamado crime impossível, assinale a alternativa correta.
(A) O momento correto para a avaliação da idoneidade do meio ou do objeto, para
configuração do crime impossível, deve ser no exato momento da consumação do crime,
pois somente no momento da consumação se pode avaliar a real situação dos fatos e
definir a ocorrência de crime impossível ou de tentativa.
(B) O crime impossível tem como natureza jurídica uma causa de excludente da
tipicidade ou da antijuridicidade dependendo da incidência do fato relativamente ao
meio executório empregado ou ao objeto material do crime.
(C) O tipo penal descrito no art. 33 da Lei nº 11.343/2006 é de ação múltipla e de
natureza permanente, razão pela qual a prática criminosa se consuma, por exemplo, a
depender do caso concreto, nas condutas de "ter em depósito", "guardar",
"transportar" e "trazer consigo", antes mesmo da atuação provocadora da polícia, o que
afasta a tese defensiva de flagrante preparado.
(D) A existência de monitoramento eletrônico de vigilância e a presença de seguranças
no estabelecimento impedem a configuração do crime de furto na forma consumada,
uma vez que produz uma idoneidade relativa, permitindo somente a tentativa.
(E) Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação, em razão da adoção da teoria subjetiva do crime impossível pelo Código
Penal Brasileiro.
RESPOSTA: C
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(C) CORRETA. O item traz o exato enunciado da jurisprudência em tese do STJ: “Em se
tratando o tráfico de drogas, nas condutas de “guardar”, “transportar” e “trazer
consigo”, de delito de natureza permanente, a prática criminosa, in casu, se consumou
antes mesmo da atuação policial (“compra fictícia”), o que afasta a alegação de
flagrante preparado.” (AgRg no AgRg no REsp 1.455.188/SP-2019).
(D) INCORRETA. Item em contradição com a Súmula 567 do STJ: “Sistema de vigilância
realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de
estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de
furto.”
(E) INCORRETA O item está em acordo com a Súmula 145 do STF, porém o erro está em
afirmar que a Teoria adotada pelo CP seria a Subjetiva, pois na verdade a adotada é a
Teoria objetiva temperada ou intermediária.
22 Caim foi preso e denunciado duas vezes por cometimento do crime de roubo
qualificado em concurso material, por ter, de posse de uma arma de fogo, abordado um
casal e roubado os celulares das vítimas. Na defesa prévia, o advogado do denunciado
alegou que a denúncia não poderia ser recebida porque:
1) não existe o concurso material de dois roubos, pois, apesar de existirem duas vítimas,
foi realizado somente em um ato;
2) a qualificadora do crime de roubo pelo uso da arma de fogo não pode subsistir, uma
vez que não há perícia da arma juntada nos autos, logo não há materialidade para
sustentar a qualificadora, ante o fato de não ter sido apreendida a arma;
3) o denunciado não tinha dolo do roubo, somente cometendo o ato, pois precisava usar
o celular para fazer uma ligação para sua mãe doente e estava voltando para devolver
logo após, no momento em que foi preso em flagrante e
4) também não poderia ser recebida, pois o celular roubado possuía valor muito baixo
sendo celular “comprado em camelô” do tipo “Smartphone Xing Ling”, custando
somente cinquenta reais, devendo ser aplicado o princípio da insignificância. Como
Promotor de Justiça, em resposta à defesa prévia apresentada e ao recebimento da
denúncia, aponte a correta manifestação ministerial.
(A) A denúncia deve ser integralmente recebida, não havendo qualquer reparação na
peça acusatória, uma vez que realizou a grave ameaça contra duas vítimas, sendo
irrelevante a juntada da perícia para configuração da qualificadora do uso de arma de
fogo, e ainda que teve o elemento subjetivo específico de subtrair a coisa para si e, por
fim, que o valor do bem subtraído não justifica a aplicação do princípio da insignificância,
pois o ato foi praticado com grave ameaça e uso de arma de fogo.
(B) A denúncia deve ser parcialmente recebida, uma vez que deve ser acolhida a tese de
crime único, afastando-se o concurso material de crimes, pois foi realizado somente um
ato, bem como afastada a qualificadora, pois se verificou que realmente não foi juntada,
na fase investigatória, a perícia da arma, que sequer foi apreendida, e mantido os
demais termos da denúncia.
(C) A denúncia não deve ser recebida, pois, como o denunciado estava indo devolver o
celular furtado que era de baixo valor, não subsiste o crime de roubo, restando somente
o crime de ameaça, que deve ser apurado perante o Juizado Especial Criminal. (D) A
48
denúncia deve ser parcialmente recebida, pois se verificou que realmente não foi
juntada, na fase investigatória, a perícia da arma, que sequer foi apreendida, devendo
ser afastada a qualificadora e mantidos os demais termos da denúncia.
(E) A denúncia deve ser parcialmente recebida, uma vez que o roubo praticado contra
vítimas diferentes em um único contexto configura o concurso formal e não crime único,
afastando-se o concurso material de crimes, pois foi realizado somente um ato,
devendo-se manter os demais termos da denúncia.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(1) CORRETA. O item está em consonância com a jurisprudência do STJ: “ (...) 5. A teor do
entendimento consolidado desta Corte, foi reconhecida a prática pelo réu de dois crimes de
roubo qualificado, em concurso formal próprio (CP, art. 70, primeira parte), já que, mediante
uma só ação e no mesmo contexto fático, foram subtraídos bens pertencentes a duas vítimas
distintas. (...) “ - (HC 596.204/SP-2020, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(D) INCORRETA. O item encontra-se em discordância das Sumulas 588 e 589 do STJ:
Sum 588 STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência
ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa
de liberdade por restritiva de direitos.
RESPOSTA: C.
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. O item encontra-se correto já que tal posicionamento refere-se a doutrina
minoritária. Em relação ao entendimento majoritário doutrinário, tem-se que o desvalor
do resultado, nos crimes de imprudência, constitui elemento próprio do injusto penal.
(C) CORRETA. Diante da jurisprudência do STJ, o item assinalado está CORRETO, pois no
HC 194.468/2012 e no HC 118.773/2010, a Corte Superior destacou exatamente que
"tratando-se de crime de porte de arma de fogo, faz-se necessária a comprovação da
potencialidade do instrumento, já que o princípio da ofensividade em Direito Penal exige
um mínimo de perigo concreto ao bem jurídico tutelado pela norma, não bastando a
simples indicação de perigo abstrato. Em síntese, o crime de perigo abstrato não é de
mera conduta, mas exige uma materialidade, um desvalor de
resultado, consubstanciada na periculosidade do comportamento — que não se
confunde com a exigência de lesão nem de perigo concreto. O reconhecimento
dessa materialidade é a única forma de compatibilizar a técnica legislativa de descrição
de uma mera conduta típica com o princípio de exclusiva proteção aos bens jurídicos,
consagrado pela dogmática penal.”
(D) INCORRETA. Na verdade, o item encontra-se incorreto pois induz o candidato a erro,
tendo em vista ser pacifico na jurisprudência do STJ a possbilidade da figura do furto
qualificado-privilegiado ou furto híbrido, pois há inclusive entendimento Sumulado
sobre o assunto: Súmula 511-STJ: “É possível o reconhecimento do privilégio previsto no
§ 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a
primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem
objetiva”.
25. Aponte, dentre os seguintes entendimentos sobre matéria penal, qual está em
conformidade com o expressado pelo STF.
(A) O acórdão condenatório sempre interrompe a prescrição, exceto quando
confirmatório da sentença de 1º grau, seja mantendo, reduzindo ou aumentando a pena
anteriormente imposta.
(B) O previsto no inciso III, artigo 40 da Lei nº 11.343/2006, relativamente ao transporte 52
público no tráfico, está caraterizado ao se utilizar linha interestadual de ônibus para o
transporte de droga para outro estado.
(C) A reiteração criminosa indicadora de delinquência habitual ou profissional não é
suficiente para descaracterizar o crime continuado.
(D) A decisão que, com base em certidão de óbito falsa, julga extinta a punibilidade do
réu gera coisa julgada em sentido estrito e não pode ser revogada.
(E) No tráfico de drogas, a falta de laudo pericial da droga não conduz, necessariamente,
à inexistência de prova da materialidade de crime que deixa vestígios, a qual pode ser
demonstrada, em casos excepcionais, por outros elementos probatórios constantes dos
autos da ação penal.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. O erro do item está na exceção apontada, pois segundo a jurisprudência
do STF: “o acórdão condenatório sempre interrompe a prescrição, inclusive quando
confirmatório da sentença de 1º grau, seja mantendo, reduzindo ou aumentando a pena
anteriormente imposta”.(STF. 1ª Turma. RE 1195122/2020 AgR-segundo, Rel. Min.
Marco Aurélio, Red. acórdão Min. Alexandre de Moraes.)
(B) INCORRETA. Item em discordância com a jurisprudência do STJ e do STF sobre o
assunto: “O art. 40, III, da Lei de Drogas prevê como causa de aumento de pena o fato
de a infração ser cometida em transportes públicos. Se o agente leva a droga em
transporte público, mas não a comercializa dentro do meio de transporte, não incidirá
essa majorante. A majorante do art. 40, II, da Lei n.° 11.343/2006 somente deve ser
aplicada nos casos em que ficar demonstrada a comercialização efetiva da droga em seu
interior. STF. 2ª Turma. HC 120624/MS, Red. p/ o acórdão, Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 3/6/2014 (Info 749). STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.295.786-MS, Rel. Min.
Regina Helena Costa, julgado em 18/6/2014 (Info 543)
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. O item está correto de acordo com a doutrina pátria, devendo o candidato
inclusive recordar dos institutos de provas cautelares, não repetíveis e antecipadas,
que em vários momentos encontram relação com o contraditório diferido/postergado.
(B) CORRETA. O item traduz a exata redação do art.70 do CPP: “A competência será, de
regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo
lugar em que for praticado o último ato de execução”.
(C) INCORRETA. O item está incorreto, pois não é caso de competência por prevenção,
e sim competência por conexão estabelecida no art.76, II do CPP:
RESPOSTA:
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Item em perfeita consonância com a redação do art.13-B do CPP: “Se
necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o
membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante 55
autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou
telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como
sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do
delito em curso. “
(D) INCORRETA. O item encontra-se incorreto, pois conforme redação do art.1, § 1°da
Resolução 181/2007 CNMP: “O procedimento investigatório criminal não é condição de
procedibilidade ou pressuposto processual para o ajuizamento de ação penal e não
exclui a possibilidade de formalização de investigação por outros órgãos legitimados da
Administração Pública”.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(B) INCORRETA. O item está inexato por discordância com o art.798-A do CPP, pois não
se aplica o recesso forense nos casos de que envolvam:
II - nos procedimentos regidos pela Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da
Penha);
(E) INCORRETA O item está incorreto, pois conforme redação do art.25 do CPP, “a
representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.”
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(C) CORRETA. Com fulcro no art.155 do CPP, o Processo Penal Brasileiro adotou, como
regra, o Sistema do Livre Convencimento Motivado: “O juiz formará sua convicção pela
livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas”
(D) CORRETA. Item em perfeita consonância com a jurisprudência do STJ exarada no
REsp No 1825022 – MG/2019, Relator Ministro Sebastião Reis Júnior.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. O item retrata a redação do art.316, parag.único do CPP: “Art. 316 (...)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão
revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão
fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal”.
(C) CORRETA. O item está em consonância com a jurisprudência do STJ que firmou o
entendimento de que “a gravidade concreta da conduta é motivação idônea a
caracterizar o risco à ordem pública - um dos requisitos para se decretar a prisão
preventiva. A gravidade concreta do crime e a periculosidade do paciente, evidenciada
pelo modo como agiu -- efetuou disparos de arma de fogo contra a vítima, enquanto ela
dormia, porque suspeitava que ela lhe havia furtado R$ 200,00 -- justificam a prisão
preventiva para garantia da ordem pública (art. 312 do CPP).” (RHC 105.018/MS-2019,
Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro.)
59
(E) CORRETA O item refere-se a exata redação do art.290, caput do CPP.
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Está correta de acordo com o entendimento do STJ, pois o STF possui
jurisprudência majoritária em sentido contrário que inclusive está pendente de decisão
de repercussão geral (tema 1087). Conforme STJ :”a anulação da decisão absolutória do
Conselho de Sentença (ainda que por clemência), manifestamente contrária à prova dos
autos, segundo o Tribunal de Justiça, por ocasião do exame do recurso de apelação
interposto pelo Ministério Público (art. 593, III, “d”, do CPP), não viola a soberania dos
veredictos”. (STJ. 5ª Turma. HC 560.668/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 18/08/2020).
(...)
§ 2o Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será
julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto
no § 1o deste artigo.
(C) INCORRETA. O item está incorreto, pois conforme art.415, IV do CPP, não é caso de
impronuncia e sim de absolvição sumária.
RESPOSTA: E 61
COMENTÁRIOS
(E) INCORRETA O item compõe-se de erro, pois, conforme art.569 do CPP, tal
possibilidade se dá até a sentença final: “As omissões da denúncia ou da queixa, da
representação, ou, nos processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de
prisão em flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.”
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Conforme jurisprudência do STF no RHC 194952 AgR/SP-2021, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski: “(...) caracteriza manifesta ilegalidade, por violação ao princípio
da “non reformatio in pejus”, a majoração da pena de multa por tribunal, na hipótese 62
de recurso exclusivo da defesa. Isso porque, na apreciação de recurso exclusivo da
defesa, o tribunal não pode inovar na fundamentação da dosimetria da pena, contra o
condenado, ainda que a inovação não resulte em aumento da pena final”.
(B) CORRETA. O item encontra perfeita sintonia com a redação do art.581, I, IV e XXV do
CPP.
(C) CORRETA. O item encontra perfeita sintonia com a redação do art.581, VIII.
(D) CORRETA. Conforme jurisprudência do STF na Rcl 43007 AgR/DF-2021, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski: “Os pedidos de reconsideração carecem de qualquer respaldo no
regramento processual vigente. Eles não constituem recursos em sentido estrito, nem
mesmo meios de impugnação atípicos. Por isso, não suspendem prazos e tampouco
impedem a preclusão”.
(E) CORRETA Exata redação da Súmula 604 do STJ: “O mandado de segurança não se
presta para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal interposto pelo Ministério
Público”.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(C) INCORRETA. Errado. O item está em contradição com o art.51 do CPP que estabelece
o prazo de 90 dias (e não 60 dias) para o indiciado solto: “O inquérito policial será
concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias,
quando solto. “
(D) CORRETA. Tanto o STJ como o STF possuem entendimento jurisprudencial pacifico
nesse sentido.
STF. Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/3/2016 (Info 816).
STJ. 6ª Turma. HC 403.550/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
15/08/2017.
(E) CORRETA O item encontra-se em acordo com a jurisprudência do STF sobre o assunto
( HC 178.101/2019, Rel. Ministra Rosa Weber)
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Conforme art.2º da Lei 9.099/95, o principio da formalidade não integra
o rol de princípios atinentes a referida legislação.
(B) INCORRETA. Conforme art.89 da Lei 9.099/95, apenas no caso de o acusado estar
sendo PROCESSADO (ação) compor-se-ia causa de impedimento para sursis processual.
Assim, a existência de inquérito policial em curso não é circunstância idônea a obstar o
oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo.
(C) INCORRETA. A Quinta Turma do STJ decidiu pela constitucionalidade do art. 90-A da
Lei n. 9.099/95, que veda a aplicação desta aos crimes militares. (AgRg no AREsp
1104239/MG-2022)
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Conforme jurisprudência em tese do STJ (tema 983) : “ é possível a fixação
de valor mínimo de indenização a título de dano moral, desde que haja pedido expresso
da acusação ou da parte ofendida, ainda que sem especificação do valor. Essa
indenização não depende de instrução probatória específica sobre a ocorrência do dano
moral, pois se trata de dano presumido”.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(B) INCORRETA. Não há previsão legal no CPP no sentido de impossibilitar o ANPP nas
hipóteses em que seja cabível a suspensão condicional da pena, sendo apenas declarado
impossível a celebração no caso de ser cabível transação penal prevista na Lei 9.099.
(C) CORRETA. Item em consonância com a redação do art.28-A, II do CPP
(D) INCORRETA. Tanto o STF (HC 191464/2020 AgR, Rel. Roberto Barroso) como o STJ
(HC 607003-SC/2020, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca) possuem entendimento no
sentido de que: “O acordo de não persecução penal aplica-se a fatos ocorridos antes da
Lei nº 13.964/2019, desde que não recebida a denúncia.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. O item está em desacordo com a Súmula Vinculante 56 do STF: “A falta
de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em
regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros
fixados no RE 641.320/RS”.
(C) INCORRETA. Inicialmente, de acordo com o art.29 da LEP: “O trabalho do preso será
remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do
salário mínimo”. Analisando tal dispositivo, o STF, no julgamento da ADPF 336/DF-2021,
Rel. Min. Luiz Fux, decidiu que “o patamar mínimo diferenciado de remuneração aos
presos previsto no art. 29, caput, da Lei nº 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP) não
representa violação aos princípios da dignidade humana e da isonomia, sendo
inaplicável à hipótese a garantia de salário-mínimo prevista no art. 7º, IV, da
Constituição Federal”. A razão disso é que o preso não se sujeita ao regime da
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (art. 28, § 2º, da LEP) e seu trabalho possui
finalidades educativa e produtiva, não podendo ser comparado com o trabalho das
pessoas que não cumprem pena.
(D) INCORRETA. O item está em desacordo com a Súmula 535 do STJ: "A prática de falta 68
grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto."
(E) INCORRETA Com fulcro no art.126 da LEP, a remição apenas se aplica aos regimes
fechado e semi-aberto: “O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou
semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da
pena”.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(D) CORRETA. O Item está em exata conformidade com a jurisprudência do STJ exarada
no julgamento do CC 182728-PR-2021, Rel. Min. Laurita Vaz (INFORMATIVO 714)
(E) INCORRETA O Item está em exata conformidade com o enunciado da Súmula 648 do
STJ: "A superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido de trancamento da
ação penal por falta de justa causa feito em habeas corpus".
DIREITO CIVIL
41 Conforme a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, é correto afirmar que
(A) o início da vigência da lei ocorre no prazo de 30 (trinta) dias depois de ela ser
oficialmente publicada, salvo disposição em contrário.
(B) para que haja repristinação, é necessário que a norma repristinatória preveja
expressamente a restauração da vigência da norma revogada.
(C) o prazo para começo de vigência da lei não sofre alteração se, antes de ela entrar em
vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada à correção.
(D) as correções a texto de lei já em vigor não são consideradas lei nova.
(E) a lei somente deixa de viger quando termina o prazo preestabelecido para ela vigorar
ou quando lei posterior expressamente revogá-la.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Segundo o art. 1º da LINDB, salvo disposição contrária, a lei começa a
vigorar em todo o país 45 dias após a sua publicação, momento em que se torna
obrigatória. Portanto, a lei é elaborada, promulgada e publicada, tendo vigência
somente após o período a que se denomina de "vacatio legis". Normalmente o próprio
texto da lei prevê o período da “vacatio legis", como aconteceu com o CC/02, onde o
legislador dispôs no art. 2.044 que “Este Código entrará em vigor 1 (um) ano após a sua
publicação". Entretanto, nada impede que ela entre em vigor na data da sua publicação.
(B) CORRETA. Alternativa justificada pela letra de lei, art. 2º, §3º, da LINDB. O § 3° do
art. 2° da Lei de Introdução é claro em prever que o referido instituto não existe se – e
somente se – não houver nada em contrário, haja vista conter a cláusula “salvo
disposição em contrário”. Portanto, havendo qualquer disposição em sentido diverso, é
de rigor reconhecer o revigoramento de uma norma anteriormente revogada.
(C) INCORRETA. De acordo com o art. 1º, §3º, da LINDB se, antes de entrar a lei em vigor,
ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos 70
parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. Dessa forma, nos casos em
que se fizer necessária republicação de lei ainda não publicada ou publicada mas ainda
não vigente, por conter incorreções e erros materiais que lhe desfigurem o texto, a Casa
de onde a mesma se originou publicará nova lei corrigida, e o seu período de vigência
deverá ser contado a partir da nova publicação.
(D) INCORRETA. Conforme o §4º do art. 1º da LINDB, as correções a texto de lei já em
vigor consideram-se lei nova. Não obstante, o art. 2º da LINDB prevê que “Não se
destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”.
Nesse sentido, da leitura dos artigos acima transcritos, que não se destinando à vigência
temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. Entretanto, as
correções a texto de lei já em vigor, consideram-se, sim, lei nova, pois não há como ser
corrigida a lei mediante mera interpretação judicial analógica; faz-se necessário a
produção de lei corretiva.
(E) INCORRETA. Alternativa justificada pela letra do art. 2º, §1º, da LINDB, o qual
estabelece que a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,
quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que
tratava a lei anterior.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) CORRETA. Afirmativa 1 - VERDADEIRA. Entendimento firmado pela Súmula 642 do
STJ: “O direito à indenização por danos morais transmite-se com o falecimento do
titular, possuindo os herdeiros da vítima legitimidade ativa para ajuizar ou prosseguir a
ação indenizatória”.
Afirmativa 2 – FALSA. Entendimento firmado pela Súmula 403 do STJ, que ficou com a
seguinte redação: “Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não
autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”.
Afirmativa 3 – VERDADEIRA. No direito brasileiro, a regra é que os danos sejam
comprovados pelo ofendido para que se justifique o arbitramento judicial de
indenização. Entretanto, em hipóteses excepcionais, são admitidos os chamados danos
in re ipsa, nos quais o prejuízo, por ser presumido, independe de prova. Ao longo do
tempo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já estabeleceu uma série de situações em
que há a configuração do dano in re ipsa, e continua analisando, cotidianamente, os
mais diversos casos em que se pode ou não presumir a existência do dano.
Afirmativa 4 – VERDADEIRA. Entendimento firmado pela Súmula 537 do STJ: Em ação de
reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o
pedido do autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto com o segurado, ao
pagamento da indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice.
Afirmativa 5 – VERDADEIRA. Entendimento firmado com base na Súmula 476 do STJ, a
qual afirma que o endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde
por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário.
Com isso, firmou-se a tese na qual tivemos a seguinte afirmativa: “Só responde por
danos materiais e morais o endossatário que recebe título de crédito por endosso-
mandato e o leva a protesto se extrapola os poderes de mandatário ou em razão de ato
culposo próprio, como no caso de apontamento depois da ciência acerca do pagamento
anterior ou da falta de higidez da cártula” (Recurso Especial nº 1.063.474).
(E) INCORRETA. Independentemente do objeto, o testamento pode ser revogado pelo
testador. A revogação é feita pelo testador que, em vida, se manifesta conscientemente
com o fim de tornar o testamento ineficaz. É nula de pleno direito, por ofensa ao
princípio da autonomia da vontade, eventual cláusula testamentária em que o testador
declare que nunca revogará seu testamento. A fundação instituída por escritura pública
é irrevogável, de modo que, uma vez lavrada a dita escritura, o instituidor é obrigado à
transferir à fundação a propriedade dos bens dotados ou outro direito real sobre os bens 72
dotados, sob pena de ação de adjudicação compulsória, quando, então, o registro dos
bens em nome da fundação será feito por mandado judicial (art. 64 do CC - Constituída
a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a
propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão
registrados, em nome dela, por mandado judicial.).
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Afirmativa 1 – CORRETA. Essa foi a tese aprovada pela 2ª Seção do
Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de recursos repetitivos, quais sejam: REsp
1.840.531, REsp 1.840.812, REsp 1.842.911, REsp 1.843.332 e REsp 1.843.382. Dessa
forma, para o fim de submissão aos efeitos da recuperação judicial, considera-se que a
existência do crédito é determinada pela data em que ocorreu o seu fato gerador, não
pelo trânsito em julgado da sentença que o reconhece.
Afirmativa 2 – CORRETA. A ação revocatória (ação autônoma) é utilizada nas hipóteses
em que se pleiteia declarar a revogação de um ato que tenha sido praticado pelo
devedor. Existem duas hipóteses contempladas na LRF, a primeira trata-se de atos
73
ineficazes (art. 129, LRF) e a segunda de atos que podem ser revogados (art. 130, LRF).
O ato que foi praticado é valido, mas não produz efeitos perante a massa (não se fala
em ato anulável ou nulo). A ação revocatória por revogação, deverá ser proposta
(legitimados ativos) pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério
Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da falência. Ultrapassado esse
prazo não será possível a propositura da revocatória por revogação.
Afirmativa 3 – INCORRETA. Justificada pela letra da Lei de Recuperação Judicial e
Extrajudicial, em seu art. 5º, inciso II: “Não são exigíveis do devedor, na recuperação
judicial ou na falência: II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na
recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o
devedor.”.
Afirmativa 4 – INCORRETA. Justificada pela letra da Lei de Recuperação Judicial e
Extrajudicial, em seu art. 94, inciso I, §1º, in verbis: “Art. 94. Será decretada a falência
do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação
líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; § 1º
Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o
pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo.”.
Afirmativa 5 – CORRETA. Justificada pela letra da Lei de Recuperação Judicial e
Extrajudicial, em seu art. 19: “O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o
representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação
judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no
Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de
qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro
essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da
inclusão no quadro-geral de credores.”.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A afirmação dessa alternativa está correta, conforme o que dispõe no
art. 2021, do CC/2002, o qual aduz que “Quando parte da herança consistir em bens
remotos do lugar do inventário, litigiosos, ou de liquidação morosa ou difícil, poderá
proceder-se, no prazo legal, à partilha dos outros, reservando-se aqueles para uma ou
mais sobrepartilhas, sob a guarda e a administração do mesmo ou diverso inventariante,
e consentimento da maioria dos herdeiros.”. Portanto, não é o gabarito da questão.
(B) INCORRETA. A afirmação dessa alternativa está correta, conforme o conceito de
aceitação ou adição de herança, que consiste no ato pelo qual o herdeiro anui à
transmissão dos bens do de cujus, ocorrida por lei com a abertura da sucessão,
confirmando-a. Nesse sentido, temos a aceitação expressa ou tácita, conforme o art.
1.805, do CC/2002: “A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração
escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de
herdeiro”, bem como temos a aceitação presumida, que é quando o herdeiro
permanece silente, depois de notificado, nos termos do art. 1.807, CC/2002. Portanto,
não é o gabarito da questão.
(C) CORRETA. A afirmação dessa alternativa está incorreta, em razão de o ato de
disposição patrimonial representado pela cessão gratuita da meação em favor dos
herdeiros configura uma verdadeira doação, a qual, nos termos do art. 541 do Código
Civil, que poderá ser feito por Escritura Pública ou instrumento particular. Portanto, é o
gabarito da questão.
(D) INCORRETA. A afirmação dessa alternativa está correta, tendo em vista que no
sistema constitucional vigente, é inconstitucional a diferenciação de regimes
sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos,
o regime estabelecido no artigo 1.829 do Código Civil. Com base nesse entendimento, o
Plenário, ao apreciar o Tema 498 da repercussão geral, por maioria, deu provimento ao
recurso extraordinário para reconhecer, de forma incidental, a inconstitucionalidade do
art. 1.790 (1) do Código Civil de 2002 e declarar o direito do recorrente de participar da
herança de seu companheiro, em conformidade com o regime jurídico estabelecido no
art. 1.829 do referido código. Portanto, não é o gabarito da questão.
(E) INCORRETA. A afirmação dessa alternativa está correta, conforme o que dispõe no
art. 80, inciso II, do CC/2022, in verbis: “Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos
legais: II - o direito à sucessão aberta.”. Portanto, não é o gabarito da questão.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Justificada pela letra do art. 25, do CC/2002, o qual aduz que “Quando
insuficientes para constituir a fundação, os bens doados serão convertidos em títulos da
dívida pública, se outra coisa não dispuser o instituidor, até que, aumentados com os
rendimentos ou novas dotações, perfaçam capital bastante.”. Justificada, ainda, pela
letra do art. 63, do mesmo diploma, o qual aduz que “quando insuficientes para
constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o
instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou
semelhante.”.
(B) INCORRETA. A afirmativa está incorreta, nos termos do §2º do art. 66, do CC/2002:
"art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. § 1º Se
funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério
Público do Distrito Federal e Territórios. § 2º Se estenderem a atividade por mais de um
Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público".
Portanto, as fundões que estiverem em mais de um Estado, serão zeladas pelo MP de
cada um desses Estados e não pelo MP Federal.
(C) CORRETA. Afirmação correta, conforme o art. 67, inciso III, do CC/2002: “Art. 67.
Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: III – seja
aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco)
dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a
requerimento do interessado".
(D) INCORRETA. Afirmação incorreta, justificada pelo parágrafo único do art. 65, do
CC/2002: “Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não
havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.”.
(E) INCORRETA. 76
46 Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a
alternativa com a sequência correta.
(F) A pensão alimentícia não incide sobre o décimo terceiro salário e o terço
constitucional de férias, também conhecidos, respectivamente, por gratificação natalina
e gratificação de férias.
(V) Os efeitos da sentença que reduz, majora ou exonera o alimentante do pagamento
retroagem à data da citação, vedadas a compensação e a repetibilidade.
(V) A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente
se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos
pais.
(F) O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade ocorre
automaticamente, sem necessidade de decisão judicial.
(V) O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de
outros.
(A) V – V – F – F – V.
(B) F – V – V – F – V.
(C) V – V – V – F – V.
(D) F – F – V – F – V.
(E) F – F – V – V – F.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) CORRETA. Afirmação 1 – FALSA. De acordo com o entendimento do STJ, o décimo
terceiro salário integra a remuneração do trabalhador por sua natureza salarial. Dessa
forma, incorpora a base de cálculo da pensão alimentícia. Ademais, o tema 192 do STJ
diz: “A pensão alimentícia incide sobre o décimo terceiro salário e o terço constitucional
de férias, também conhecidos, respectivamente, por gratificação natalina e gratificação
de férias.”
Afirmação 2 – VERDADEIRA. Letra da Súmula 621 do STJ: “os efeitos da sentença que
reduz, majora ou exonera o alimentante do pagamento retroagem à data da citação,
vedadas a compensação e a repetibilidade”.
Afirmação 3 – VERDADEIRA. Letra da Súmula 596 do STJ: "a obrigação alimentar dos
avós tem natureza complementar e subsidiária, somente se configurando no caso da
impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais."
Afirmação 4 – FALSA. Letra da Súmula 358 do STJ: “o cancelamento de pensão 77
alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante
contraditório, ainda que nos próprios autos."
Afirmação 5 – VERDADEIRA. Afirmação correta de acordo com o caput, do art. 1.696, do
CC/2002: “Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos,
e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau,
uns em falta de outros.”
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A alternativa está correta, em razão da Súmula 277 do STJ: “julgada
procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da
citação.”. Endossada, ainda, pelo art. 4º, da Lei nº 5.478/68: “art. 4º As despachar o
pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo
se o credor expressamente declarar que deles não necessita. Julgada procedente a
investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da citação, isso se os
alimentos não forem fixados provisoriamente, por meio de tutela antecipada ou em
cautelar de alimentos provisionais.”. Portanto, não é o gabarito da questão.
(B) INCORRETA. A alternativa está correta. Em ação investigatória, a recusa do suposto
pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade. Esse
entendimento foi reiterado pela 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça a respeito da
convocação de parentes para investigação de paternidade. Essa, inclusive, é a redação
da Súmula 301 do STJ. Portanto, não é o gabarito da questão.
78
(C) INCORRETA. A alternativa está correta, justificada pelo art. 1.609, inciso III, do
CC/2002: “art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é
irrevogável e será feito: III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;”.
Portanto, não é o gabarito da questão.
(D) CORRETA. A alternativa está incorreta. Ao julgar o Recurso Extraordinário (RE)
898.060, em setembro de 2016, a Corte fixou uma tese de repercussão geral na qual
cabe a multiparentalidade, ou seja, num processo judicial podem ser reconhecidos como
pai tanto o biológico quanto o socioafetivo simultaneamente. Nesse sentido, “A
paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com
todas as suas consequências patrimoniais e extrapatrimoniais”, cita a tese fixada pela
maioria dos ministros do STF. Portanto, é o gabarito da questão.
(E) INCORRETA. A alternativa está correta. É possível o reconhecimento da paternidade
socioafetiva post mortem, ou seja, mesmo após a morte do suposto pai socioafetivo.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.500.999-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
12/4/2016 (Info 581). Os ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) mantiveram uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que
reconheceu a paternidade afetiva após a morte do autor da herança. A decisão foi
unânime.
RESPOSTA: E
79
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA. Afirmação 1 - CORRETA. Conforme dispõe o a Art. 140, CC/2002: “o falso
motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.”.
Afirmação 2 - INCORRETA. O dolo é causa de anulabilidade do negócio jurídico,
consoante dispõe o art. 145, CC/2002: “são os negócios jurídicos anuláveis por dolo,
quando este for a sua causa.”.
Afirmação 3 - INCORRETA. Assevera o art. 130, CC/2002 que: “ao titular do direito
eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos
destinados a conservá-lo.”.
Afirmação 4 - INCORRETA. Art. 155, CC/2002: “subsistirá o negócio jurídico, se a coação
decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter
conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que
houver causado ao coacto.”.
Afirmação 5 - CORRETA. Art. 1.859, CC/2002: “extingue-se em cinco anos o direito de
impugnar a validade do testamento, contado o prazo da data do seu registro.”.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Justificada pela literalidade do art. 1.639, § 2º do Código Civil de 2002: “É 80
admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido
motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e
ressalvados os direitos de terceiros.”.
(B) INCORRETA. Está incorreta. De acordo com o art. 1.523, inciso III, do CC/2002, o
divorciado NÃO DEVE se casar, veja-se a literalidade da lei: “Não devem casar: (...) III - o
divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do
casal”.
(C) INCORRETA. Está incorreta, justificada pela literalidade do art. 1.524, do CC/2002:
“as causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes
em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em
segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins.”. O Ministério Público é ilegítimo
para a oposição de causas suspensivas. Vislumbrando que o interesse discutido nas
causas suspensivas e estritamente particular (e, muita vez, de índole patrimonial),
sequer o Ministério Público poderá provocá-las.
(D) INCORRETA. De acordo com o art. 1.526, do CC/2002: “a habilitação será feita
pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência do Ministério
Público.”.
(E) INCORRETA. Está incorreta, justificada através da literalidade do art. 1.723, §2º, do
CC/2002: “é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a
mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o
objetivo de constituição de família. § 2 o As causas suspensivas do art. 1.523 não
impedirão a caracterização da união estável.”.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA. Afirmação 1 – VERDADEIRA. A Segunda Seção do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), sob a sistemática dos recursos especiais repetitivos (Tema 1.091),
estabeleceu a tese de que é válida a penhora do bem de família de fiador dado em
garantia em contrato de locação de imóvel – seja residencial ou comercial –, nos termos
do artigo 3º, inciso VII, Lei 8.009/1990. "O fiador, no pleno exercício de seu direito de
propriedade de usar, gozar e dispor da coisa (Código Civil, artigo 1.228), pode afiançar,
por escrito (CC, artigo 819), o contrato de locação (residencial ou comercial), abrindo
mão da impenhorabilidade do seu bem de família, por sua livre e espontânea vontade,
no âmbito de sua autonomia privada, de sua autodeterminação", afirmou o ministro
Luis Felipe Salomão, relator dos recursos especiais analisados pela seção.
Afirmação 2 – VERDADEIRA. O bem de família voluntário consiste naquele instituído por
ato de vontade do casal, da entidade familiar ou até mesmo de terceiro, mediante
registro no Cartório de Registro de Imóveis, conforme previsão normativa nos artigos
1.711 e seguintes do Código Civil (2002).
Afirmação 3 – VERDADEIRA. Súmula 475: Responde pelos danos decorrentes de
protesto indevido o endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito
contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de
regresso contra os endossantes e avalistas.
Afirmação 4 – FALSA. A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em
julgamento sob o rito dos recursos especiais repetitivos (Tema 985), estabeleceu a tese
de que o reconhecimento da usucapião extraordinária, mediante o preenchimento de
seus requisitos específicos, não pode ser impedido em razão de a área discutida ser
inferior ao módulo estabelecido em lei municipal. STJ. Recurso Especial n. 1667843 –
Santa Catarina, Relator Ministro Luis Felipe Salomão, julgado em 03/12/2020, DJe de
05/04/2021. EMENTA OFICIAL: RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA. IMÓVEL USUCAPIENDO COM ÁREA
INFERIOR AO MÓDULO URBANO DISPOSTO NA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL. REQUISITOS
PREVISTOS NO ART. 1.238 DO CC: POSSE, ANIMUS DOMINI, PRAZO DE 15 (QUINZE)
ANOS. RECONHECIMENTO DO DIREITO À AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE NÃO SUJEITO A
CONDIÇÕES POSTAS POR LEGISLAÇÃO DIFERENTE DAQUELA QUE DISCIPLINA
ESPECIFICAMENTE A MATÉRIA. 1. Tese para efeito do art. 1.036 do CPC/2015: O
reconhecimento da usucapião extraordinária, mediante o preenchimento dos requisitos
específicos, não pode ser obstado em razão de a área usucapienda ser inferior ao
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módulo estabelecido em lei municipal. 2. No caso concreto, recurso especial não
provido, a fim de afirmar a inexistência de impedimento para que o imóvel urbano, com
área inferior ao módulo mínimo municipal, possa ser objeto da usucapião
extraordinária. (STJ. Recurso Especial n. 1667843 – Santa Catarina, Relator Ministro Luis
Felipe Salomão, julgado em 03/12/2020, DJe de 05/04/2021).
Afirmação 5 – VERDADEIRA. A fungibilidade ou infungibilidade é conceito próprio das
coisas móveis. Em sentido oposto, os imóveis, mormente aqueles que o são por sua
natureza, são sempre infungíveis.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA
RESPOSTA: E
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RESPOSTA: A
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(A) CORRETA. Afirmação 1 - INCORRETA. Art. 6º, parágrafo único da lei 11.804/08: Após
o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão
alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.
Afirmação 2 - INCORRETA. Art. 6º. Convencido da existência de indícios da paternidade,
o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança,
sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. Desta forma,
a certeza da paternidade não é necessária, sendo suficiente a existência de indícios do
vínculo.
Afirmação 3 - INCORRETA. Tema 706 STF: “É incompatível com a Constituição Federal a
ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em
razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente
obtidos e publicados em meios de comunicação social – analógicos ou digitais. Eventuais
excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de informação devem ser
analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais, especialmente os
relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral,
e as expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e cível”.
Afirmação 4 - CORRETA. Neste sentido dispõe o art. 12 do Código Civil: Pode-se exigir
que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos,
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Em se tratando de
morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge
sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Afirmação 5 - CORRETA. A assertiva traz a exata redação do art. 2o, §1º e 2º da lei
6.766/79, a seguir: O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante
loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das
legislações estaduais e municipais pertinentes. §1º. Considera-se loteamento a
subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de
circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das
vias existentes. §2º. Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes 85
destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não
implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento,
modificação ou ampliação dos já existentes.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA
RESPOSTA: LETRA C.
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II – INCORRETA. O artigo 180 do CPC estabelece que a intimação é pessoal – por carga,
remessa ou meio eletrônico. 86
III – CORRETA. Para haver desistência, o titular do direito precisa autorizar.
RESPOSTA: LETRA D.
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RESPOSTA: LETRA C.
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(D) INCORRETA. Conforme o artigo 180, § 1º, do CPC o juiz requisitará os autos e dará
andamento ao processo.
(E) INCORRETA. O artigo 178, I, do CPC estabelece que o MP atuará quando houver
processo envolvendo o interesse público ou social.
56 Em relação aos prazos processuais, analise as assertivas e assinale a alternativa
correta. I. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de
advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações,
em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento, ainda que se trate
de autos eletrônicos.
II. Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma
expressa, prazo próprio para o Ministério Público.
III. Na ausência de prazo legal ou judicial, será de 15 (quinze) dias o prazo para a prática
de ato processual a cargo da parte.
IV. Quando a lei foi omissa, o juiz determinará os prazos levando em consideração a
complexidade do ato.
(A) I, II, III e IV estão incorretas.
(B) Apenas II e IV estão incorretas.
(C) Apenas III está incorreta.
(D) I, II, III e IV estão corretas.
(E) Apenas I e III estão incorretas.
RESPOSTA: LETRA E
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(D) INCORRETA. Conforme artigo 1033, § 5º, do CPC, a regra trazida na alternativa é
excetuada quanto aos embargos de declaração.
RESPOSTA: LETRA A
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RESPOSTA: LETRA B
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RESPOSTA: LETRA D.
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III – INCORRETA. O artigo 189 do CPC não traz como hipótese de segredo de justiça os
processos que envolvam improbidade administrativa.
RESPOSTA: LETRA A.
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(A) INCORRETA. Artigo 85, § 11, do CPC. Haverá majoração e não fixação dos honorários.
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(B) CORRETA. Conforme artigo 85, § 8º, do CPC.
RESPOSTA: LETRA C.
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I – INCORRETA. Conforme artigo 942, § 4º, do CPC não se aplica a técnica à remessa
necessária. Na apelação basta julgamento não unânime para aplicação da técnica, o
artigo 942, caput, do CPC não exige reforma da sentença.
II – CORRETA. Artigo 942, caput, do CPC
III – CORRETA. Artigo 942, § 3º, II, do CPC.
IV – INCORRETA. Deve haver a rescisão da sentença – artigo 942, § 3º, I, do CPC.
63 Quanto aos recursos e à ordem dos processos nos Tribunais, assinale a alternativa
INCORRETA.
(A) No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela
legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob
pena de deserção. 93
(B) O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento
do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu
advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.
(C) Na sessão de julgamento do mandado de segurança, depois da exposição da causa
pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido
e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo
improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões.
(D) Contra decisão proferida pelo relator, caberá agravo interno para o respectivo órgão
colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.
(E) Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou
improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada,
condenará o agravante a pagar ao agravado multa de cinco por cento do valor atualizado
da causa.
RESPOSTA: LETRA E.
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RESPOSTA: LETRA E.
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RESPOSTA: B
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Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:
l - ao meio-ambiente;
ll - ao consumidor;
VI - à ordem urbanística;
(B)INCORRETA. Deve ser assinalada. De fato, dispõe o art. 8º da LACP que para instruir
a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e
informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias.
Não obstante, a instauração do inquérito civil é uma atribuição exclusiva do Ministério
Público. Por consectário lógico, os demais legitimados para a propositura da ACP não
possuem essa atribuição, o que torna a assertiva incorreta.
O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar,
de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou
perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.
Além do mais, cumpre destacar que a própria CF/88 aduz ser função institucional do
MP. Vejamos:
(...)
Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no
que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do
Consumidor. (Incluído Lei nº 8.078, de 1990)
RESPOSTA: E
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(A) INCORRETA. O art. 14 do Estatuto do Idoso, com redação dada pela Lei nº 14.423,
de 2022, aduz que se a pessoa idosa ou seus familiares não possuírem condições
econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao poder público esse provimento, no
âmbito da assistência social.
(B) INCORRETA.
OBS 1: Nos veículos de transporte coletivo serão reservados 10% (dez por cento)
dos assentos para as pessoas idosas.
OBS 2: ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício
da gratuidade para o idoso que tem entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco)
anos, nos meios de transporte coletivo público urbano e semiurbanos.
OBS 3: Para ter acesso à gratuidade, basta que a pessoa idosa apresente qualquer
documento pessoal que faça prova de sua idade.
(C) INCORRETA. Dispõe o Art. 13 da Estatuto do Idoso: ‘‘as transações relativas a
alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor
Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo
extrajudicial nos termos da lei processual civil. ‘’
(E) CORRETA. Deve ser assinalada, uma vez que se encontra em dissonância com a
jurisprudência do STJ firmada no Tema Repetitivo 952. Vejamos:
RESPOSTA:B
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Art. 10. Incumbe ao Distrito Federal e aos Municípios a gestão integrada dos
resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios, sem prejuízo das
competências de controle e fiscalização dos órgãos federais e estaduais do
Sisnama, do SNVS e do Suasa, bem como da responsabilidade do gerador pelo
gerenciamento de resíduos, consoante o estabelecido nesta Lei.
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
(D) INCORRETA. De fato, a Lei nº 12.305/10 dispõe no art. 25 que o poder público, o
setor empresarial e a coletividade são responsáveis pela efetividade das ações voltadas
para assegurar a observância da Política Nacional de Resíduos Sólidos e das diretrizes e
demais determinações legais.
Não obstante, ao contrário do que aduz a assertiva, o art. 27 § 1o estabelece que
a contratação de serviços de coleta, armazenamento, transporte, transbordo,
tratamento ou destinação final de resíduos sólidos, ou de disposição final de rejeitos,
não isenta as pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 da responsabilidade por
danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento inadequado dos respectivos
resíduos ou rejeitos.
Ademais, a própria lei destaca que as etapas sob responsabilidade do gerador que
forem realizadas pelo poder público serão devidamente remuneradas pelas pessoas
físicas ou jurídicas responsáveis (observado o disposto no § 5o do art. 19 da Lei nº
12.305/10).
Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos: 104
I - os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas “e”, “f”, “g” e “k” do inciso I
do art. 13;
Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte
classificação:
b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua
natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares
pelo poder público municipal;
(E) INCORRETA. Desde que observados os ditames legais, não há condição para que o
Poder Público institua medidas mais restritivas que o disposto na Lei nº 12.305/10,
proibindo outras formas de destinação ou disposição final dos resíduos sólidos. Ao
contrário, com vistas a proteção do meio ambiente é até aconselhável. Nesse sentido
dispõe a Lei nº 12.305/10:
art. 47. São proibidas as seguintes formas de destinação ou disposição final de
resíduos sólidos ou rejeitos:
68 Em dezembro de 2020, durante uma das fases mais agudas da pandemia COVID-19
no Brasil, com números altos de contaminados e mortes, o Supremo Tribunal Federal
julgou as ADIs 6.586/DF e 6.587/DF e o Recurso Extraordinário com Agravo nº 1.267.879,
fixando tese quanto à obrigatoriedade de imunização por meio de vacina, inclusive
quanto à vacinação obrigatória de crianças e adolescentes versus recusa dos pais ou
responsáveis em vacinarem seus filhos com base em convicção filosófica. Sobre os
mencionados julgados, assinale a alternativa correta.
(A) É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina, mesmo que
esta não tenha sido registrada em órgão de vigilância sanitária.
B) A liberdade de consciência é protegida constitucionalmente como direito absoluto
(art. 5º, VI e VIII, da CF/88) e se expressa no direito que toda pessoa tem de fazer suas
escolhas existenciais e de viver o seu próprio ideal de vida boa.
(C) A vacinação compulsória, firmada como tese pelo Supremo Tribunal Federal, significa
compulsoriedade a ser alcançada mediante restrições indiretas, sendo proibida
vacinação forçada.
(D) É ilícita qualquer restrição ao exercício de certas atividades ou à frequência de
determinados lugares aos não vacinados, mesmo que previstas em lei, ou dela
decorrentes.
(E) As limitações impostas no exercício de certas atividades ou frequência a
determinados lugares podem ser implementadas pela União, que é quem tem
competência para coordenar o Programa Nacional de Imunizações no país, não sendo
atribuída aos Estados, Distrito Federal e Município.
106
RESPOSTA: C
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RESPOSTA: B
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(A) CORRETA. Art. 11 da LACP - Na ação que tenha por objeto o cumprimento de
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz determinará o cumprimento da prestação da
atividade devida ou a cessação da atividade nociva, sob pena de execução específica, ou
de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível, independentemente
de requerimento do autor.
(B) INCORRETA. Deve ser assinalada. Não há falar em extinção do processo individual.
Tanto o STF como o STJ têm precedentes no sentido de que, nesses casos, se deve
sobrestar os feitos individuais até a solução definitiva do litígio coletivo.
108
Vejamos:
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. AÇÃO INDIVIDUAL DE
INDENIZAÇÃO POR SUPOSTO DANO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE ADRIANÓPOLIS.
AÇÕES CIVIS PÚBLICAS. TUTELA DOS DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. EVENTO
FACTUAL GERADOR COMUM. PRETENSÕES INDENIZATÓRIAS MASSIFICADAS. EFEITOS
DA COISA JULGADA. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO À REPARAÇÃO DOS DANOS
INDIVIDUAIS E AO AJUIZAMENTO DE AÇÕES INDIVIDUAIS. CONVENIÊNCIA DA
SUSPENSÃO DOS FEITOS INDIVIDUAIS. EXISTÊNCIA.
1. A tese a ser firmada, para efeito do art. 1.036 do CPC/2015 (art. 543-C do CPC/1973),
é a seguinte:
Até o trânsito em julgado das Ações Civis Públicas n. 5004891-93.2011.4004.7000 e n.
2001.70.00.019188-2, em tramitação na Vara Federal Ambiental, Agrária e Residual de
Curitiba, atinentes à macrolide geradora de processos multitudinários em razão de
suposta exposição à contaminação ambiental decorrente da exploração de jazida de
chumbo no Município de Adrianópolis-PR, deverão ficar suspensas as ações individuais.
Para aprofundamento: RECURSO ESPECIAL No 1.525.327 - PR (2015/0037555-8)
(C) CORRETA. O art. 5o , § 6° da LACP dispõe que os ÓRGÃOS PÚBLICOS LEGITIMADOS
poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às
exigências legais, mediante cominações e que esse acordo terá eficácia de título
executivo extrajudicial. Vide questão 65.
(D) CORRETA. STJ. Tema Repetitivo 510: Não é possível se exigir do Ministério Público o
adiantamento de honorários periciais em ações civis públicas. Ocorre que a referida
isenção conferida ao Ministério Público em relação ao adiantamento dos honorários
periciais não pode obrigar que o perito exerça seu ofício gratuitamente, tampouco
transferir ao réu o encargo de financiar ações contra ele movidas. Dessa forma,
considera-se aplicável, por analogia, a Súmula n. 232 desta Corte Superior ('A Fazenda
Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do depósito prévio dos
honorários do perito'), a determinar que a Fazenda Pública ao qual se acha vinculado o
Parquet arque com tais despesas.
RESPOSTA: C
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(A) INCORRETA. Os art. 191 e art. 193, II da Lei 14.133/21 estabelecem que até o decurso 110
do prazo de 2 (dois) anos da publicação oficial da Lei 14.133/21 (conhecida como nova
lei de licitações), a Administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente de
acordo com as disposições da nova lei de licitações ou de acordo com as leis 8.666/93,
a Lei 10.520/02, e os arts. 1º a 47-A da Lei nº 12.462/11. Além do mais, estabelecem
também que a opção escolhida deverá ser indicada expressamente no edital ou no aviso
ou instrumento de contratação direta, vedada a aplicação combinada da nova lei com
as anteriores.
(B) INCORRETA.
(E) INCORRETA. No tocante às fases da licitação, diz-se que não houve uma grande
mudança trazida pela nova lei, mas, sim, a solução para discussões doutrinárias
ocorridas sob a égide da Lei nº 8.666/93 acerca do efetivo início do procedimento
licitatório. Os incisos do artigo 17 da Lei nº 14.133 preveem que as fases da licitação
observarão a seguinte sequência:
1) preparatória;
2) divulgação do edital;
4) julgamento;
5) habilitação;
6) recursal;
Chama-se atenção ao §2º deste artigo, que enfatiza que na nova lei, o que era exceção,
vira a regra, ou seja, "as licitações serão realizadas preferencialmente sob a forma
eletrônica", sendo a utilização da forma presencial uma exceção motivada.
I - preparatória;
IV - de julgamento;
V - de habilitação;
VI - recursal;
VII - de homologação.
Estabelece o 100 do ECA os princípios que regem a aplicação das medidas, quais
sejam:
115
I - condição da crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos
criança e do nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal;
adolescente como
sujeitos de
direitos:
II - proteção
a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma contida
integral e
nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos
prioritária direitos de que crianças e adolescentes são titulares;
III -
a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a
responsabilidade
adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos
primária e
casos por esta expressamente ressalvados, é de
solidária do poder
responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de
público governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da
possibilidade da execução de programas por entidades não
governamentais;
IV - interesse a intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e
superior da direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
criança e do consideração que for devida a outros interesses legítimos no
adolescente âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso
concreto;
V - privacidade a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente
deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem
e reserva da sua vida privada;
VI - intervenção a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada
precoce logo que a situação de perigo seja conhecida;
VII - intervenção a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas
mínima autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva
promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente;
VII- a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de
proporcionalidade perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no
e atualidade momento em que a decisão é tomada;
IX- a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam
responsabilidade os seus deveres para com a criança e o adolescente;
parental
X- prevalência da na promoção de direitos e na proteção da criança e do
família: adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os
mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou,
se isso não for possível, que promovam a sua integração em
família adotiva;
XI - a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de
obrigatoriedade desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou
da informação responsável devem ser informados dos seus direitos, dos
motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta
se processa;
116
A assertiva ‘‘B’’ está incorreta e, portanto, deve ser assinalada. A um, porque o
princípio da condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos dispõe
sobre a titularidade de direitos da criança e do adolescente.
A dois, o examinador quis confundi-los com o princípio da prioridade absoluta. Ora, a
prioridade absoluta, considerado o mais importante princípio, definido pela CF/88,
estabelece que as crianças e aos adolescentes têm prioridade, antecedência e primazia
para efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária.
Em vista disso, o termo “absoluta” quer dizer que não há qualquer outra
hipótese que possa oferecer exceção à prioridade, sendo oponível a todos, a ser
cumprida tanto pela família, como pela comunidade (sociedade) e pelo Estado, por
suas três esferas de Governo. Trata-se da primazia incondicional dos interesses e
direitos da criança e do adolescente.
Além do mais, reforçando o referido princípio, o art. 18-A, acrescido pela Lei
Menino Bernardo, acentua que a família e os responsáveis pela criança, inclusive os
agentes públicos que executam medida socioeducativa, não podem usar tratamento
agressivo com castigos físicos que causem sofrimento físico ou lesão, tampouco podem
sujeitar a criança e o adolescente a tratamento cruel ou degradante, ameaçador,
ridicularizante ou que provoque humilhação.
Nessa toada, a jurisprudência do STF e do STJ tem decidido que cabe ao Estado
realizar os direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes, sendo incabível a
alegação da “reserva do possível”, em proibição ao retrocesso quanto aos direitos
prestacionais positivos do Estado, o que confirma o princípio da prioridade absoluta.
Senão vejamos:
A cláusula da reserva do possível que não pode ser invocada,
pelo Poder Público, com o propósito de fraudar, de frustrar e de
inviabilizar a implementação de políticas públicas definidas na
própria Constituição - encontra insuperável limitação na garantia
constitucional do mínimo existencial, que representa, no
contexto de nosso ordenamento positivo, emanação direta do
postulado da essencial dignidade da pessoa humana. Doutrina.
Precedentes. - A noção de “mínimo existencial”, que resulta, por
implicitude, de determinados preceitos constitucionais (CF, art.
1o, III, e art. 3o, III), compreende um complexo de prerrogativas
117
cuja concretização revela- se capaz de garantir condições
adequadas de existência digna, em ordem a assegurar, à pessoa,
acesso efetivo ao direito geral de liberdade e, também, a
prestações positivas originárias do Estado, viabilizadoras da
plena fruição de direitos sociais básicos, tais como o direito à
educação, o direito à proteção integral da criança e do
adolescente, o direito à saúde, o direito à assistência social, o
direito à moradia, o direito à alimentação e o direito à segurança.
Declaração Universal dos Direitos da Pessoa Humana, de 1948
(Artigo XXV)”. (STF, Ag Reg. no Recurso Extraordinário com
agravo 639.337)
Para complementação:
https://www.tjpb.jus.br/sites/default/files/anexos/2021/08/principios_do_direito_da_
crianca_e_do_adolescente_e_guarda_compartilhada_0.pdf
RESPOSTA: B
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Não obstante, o art. 71 da LDB, logo em seguida, nos informa as despesas que não
constituirão a manutenção e desenvolvimento do ensino, quais sejam, aquelas
realizadas com:
I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou, quando efetivada fora
dos sistemas de ensino, que não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua
qualidade ou à sua expansão;
II - subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, desportivo ou
cultural;
119
III - formação de quadros especiais para a administração pública, sejam militares ou civis,
inclusive diplomáticos;
IV - programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontológica,
farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência social;
V - obras de infraestrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou
indiretamente a rede escolar;
VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em desvio de função
ou em atividade alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino.
(B) CORRETA.
(D)INCORRETA.
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a
garantia de:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria;
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de
idade, organizada da seguinte forma
a) pré-escola
b) ensino fundamental;
c) ensino médio
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; (Redação
dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades
especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;
(...)
RESPOSTA: D
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(C) CORRETA. Art. 13. da Lei 9.790/99 - Sem prejuízo da medida a que se refere o art.
12 desta Lei, havendo indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origem
pública, os responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, à
Advocacia-Geral da União, para que requeiram ao juízo competente a decretação da
indisponibilidade dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem
como de agente público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou
causado dano ao patrimônio público, além de outras medidas consubstanciadas na Lei
no 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990.
(D) INCORRETA. Deve ser assinalada. O Poder Executivo poderá qualificar como
organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas
atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos
aos requisitos previstos nesta
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe
foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas
atividades, em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização 123
social qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e
bens por estes alocados;
(E) CORRETA. Organizações sociais são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, prestadoras de atividades de interesse público e que, por terem
preenchido determinados requisitos previstos na Lei 9.637/98, recebem a
qualificação de “organização social”. A pessoa jurídica, depois de obter esse
título de “organização social”, poderá celebrar com o Poder Público um
instrumento chamado de “contrato de gestão” por meio do qual receberá
incentivos públicos para continuar realizando suas atividades. Foi ajuizada uma
ADI contra diversos dispositivos da Lei 9.637/98 e contra o art. 24, XXIV, da Lei
8.666/93, que prevê a dispensa de licitação nas contratações de organizações
sociais.
O Plenário do STF não declarou os dispositivos inconstitucionais, mas deu
interpretação conforme a Constituição para deixar explícitas as seguintes
conclusões:
a) o procedimento de qualificação das organizações sociais deve ser conduzido
de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do
“caput” do art. 37 da CF, e de acordo com parâmetros fixados em abstrato
segundo o disposto no art. 20 da Lei 9.637/98;
b) a celebração do contrato de gestão deve ser conduzida de forma pública,
objetiva e impessoal, com observância dos princípios do “caput” do art. 37 da
CF; c) as hipóteses de dispensa de licitação para contratações (Lei 8.666/1993,
art. 24, XXIV) e outorga de permissão de uso de bem público (Lei 9.637/1998,
art. 12, § 3º) são válidas, mas devem ser conduzidas de forma pública, objetiva
e impessoal, com observância dos princípios do “caput” do art. 37 da CF;
d) a seleção de pessoal pelas organizações sociais deve ser conduzida de forma
pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do “caput” do
art. 37 da CF, e nos termos do regulamento próprio a ser editado por cada
entidade; e
e) qualquer interpretação que restrinja o controle, pelo Ministério Público e
pelo Tribunal de Contas da União, da aplicação de verbas públicas deve ser
afastada. STF. Plenário. ADI 1923/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o
acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 15 e 16/4/2015 (Info 781).
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Art. 19-A do ECA - A gestante ou mãe que manifeste interesse em
entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à
Justiça da Infância e da Juventude.
(B) CORRETA. Art. 19-A, § 9º do ECA - É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o
nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei.
(C) CORRETA. Art. 25 do ECA - Entende-se por família natural a comunidade formada
pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende
para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes
próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade
e afetividade.
(D) CORRETA. Art. 28, § 4º do ECA - Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção,
tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de
risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de
solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos
vínculos fraternais.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a teoria da aparência – que
leva ao reconhecimento de efeitos jurídicos em uma situação que apenas parece real –
pode ser aplicada em casos muito diversos: de relações de consumo a comunicações
processuais, da solidariedade na responsabilidade civil à autorização para o ingresso da
polícia em imóveis. A doutrina conceitua a aparência de direito como "uma situação de
fato que manifesta como verdadeira uma situação jurídica não verdadeira, e que, por
causa do erro escusável de quem, de boa-fé, tomou o fenômeno real como
manifestação de uma situação jurídica verdadeira, cria um direito subjetivo novo,
mesmo à custa da própria realidade" (Álvaro Malheiros, citado pelo ministro Reynaldo
Soares da Fonseca no RMS 57.740). No julgamento do REsp 1.637.611, a ministra Nancy
Andrighi também recorreu à doutrina para explicar que a teoria da aparência se baseia
na proteção do terceiro, pois a confiança legítima desse terceiro, agindo de boa-fé, é
que faz surgirem consequências jurídicas em situações às vezes inexistentes ou
inválidas.
Ao interpretar o artigo 3º do Código de Defesa do Consumidor (CDC) durante o
julgamento do REsp 1.580.432, a Quarta Turma decidiu que se enquadra como
fornecedor aparente a empresa que legitimamente se utiliza de marca de renome
mundial para comercializar seus produtos, mesmo não sendo a sua fabricante.
(B) INCORRETA. É possível dividir o fornecedor em duas categorias: (I) direito ou 126
imediato; e (II) indireto ou mediato. O primeiro, é “aquele que constitui diretamente a
relação de consumo com o destinatário final dos produtos e serviços”. Já o fornecedor
indireto ou mediato é quem “não celebrou o contrato, mas integrou a cadeia econômica
como fornecedor do produto ou do serviço” (LISBOA, Roberto Senise. Responsabilidade
civil nas relações de consumo. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 94-95).
Segundo lecionam Claudia Lima Marques, Antonio Herman V. Benjamin e Bruno
Miragem, “o art. 3º do CDC bem especifica que o sistema de proteção do consumidor
considera como fornecedores a todos os que participam da cadeia de fornecimento de
produtos e da cadeia de fornecimento de serviços (o organizador da cadeia e os demais
partícipes do fornecimento direto e indireto, mencionados genericamente como 'toda
pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividades de (...) prestação de serviços'), não
importando sua relação direta ou indireta, contratual ou extracontratual com o
consumidor” (Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 4. ed. São Paulo:
Thomson Reuters Brasil, 2021, p. RL-1.2).
Destacam os autores que “o reflexo mais importante, o resultado mais destacável desta
visualização da cadeia de fornecimento, do aparecimento plural dos sujeitos-
fornecedores, é a solidariedade dentre os participantes da cadeia mencionada nos arts.
18 a 20 do CDC e indicada na expressão genérica “fornecedor de serviços” do art. 14,
caput, do CDC” (Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 4. ed. São Paulo:
Thomson Reuters Brasil, 2021, p. RL-1.2).
Ademais, leciona a doutrina que, “para viabilizar uma proteção mais efetiva à vítima de
acidentes de consumo, amplia-se o nexo de imputação para abranger outras pessoas
que, embora não tendo relação direta com o produto ou o serviço no momento da sua
criação, instante provável do surgimento do defeito, participam ativamente da
circulação no mercado de consumo até chegar às mãos do consumidor ou usuário, como
ocorre com o importador, o distribuidor, o comerciante. Estabelece-se, assim, na
responsabilidade por acidente de consumo, uma ampliação do nexo de imputação para
abranger pessoas que, no sistema tradicional, não seriam atingidas” (SANSEVERINO,
Paulo de Tarso Vieira. Responsabilidade civil no Código do Consumidor e a defesa do
fornecedor. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 171).
Nessa linha de intelecção, a jurisprudência consolidada no STJ é de que todos os
integrantes da cadeia de consumo ou de fornecimento respondem solidariamente
pelos danos causados ao consumidor (AgInt no AREsp 1.800.191/DF, 3a Turma, DJe
2/9/2021; AgInt no AREsp 1.796.758/SP, 4a Turma, DJe 7/6/2021; AgInt nos EDcl nos
EDcl no AREsp 1.569.919/AM, 3a Turma, DJe 24/6/2020).
(C) INCORRETA. Ao dar parcial provimento ao REsp 1.955.083 de uma empresa que
patrocinou a exibição de manobras radicais de motocicletas, a Terceira Turma do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que o mero patrocinador de evento, que não
assume garantia de segurança dos participantes, não pode ser considerado fornecedor
para fins de responsabilização por acidente de consumo.
Assim, para ela, não há dúvida de que o menino estava na condição de consumidor, pois
assistiu à apresentação como destinatário final.
"É certo que, apesar de não ter sido cobrado ingresso do público, o evento proporcionou
ganhos indiretos aos seus organizadores, seja pela exposição da marca ou de produtos",
observou.
76 Nos termos da jurisprudência do STJ e do STF, sobre o novo Código Florestal, a Lei da
Política Nacional do Meio Ambiente, a Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos e a
Lei do Saneamento Básico, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Na vigência do novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), a extensão não edificável
nas Áreas de Preservação Permanente de qualquer curso d’água, perene ou
intermitente, em trechos caracterizados como área urbana consolidada, deve respeitar
o que disciplinado pelo seu art. 4º, caput, inciso I, alíneas a, b, c, d e e, a fim de assegurar
a mais ampla garantia ambiental a esses espaços territoriais especialmente protegidos
e, por conseguinte, à coletividade.
(B) O novo Código Florestal não pode retroagir para atingir o ato jurídico perfeito, os
direitos ambientais adquiridos e a coisa julgada, razão pela qual o cumprimento de
Termo de Ajustamento de Conduta deve ser regido pelo Código Florestal vigente à época
da celebração do acordo.
(C) O cômputo das Áreas de Preservação Permanente no percentual de Reserva Legal,
previsto no art. 15 da Lei nº 12.651/2012, resulta de legítimo exercício, pelo legislador,
da função que lhe assegura o art. 225, §1º, III, da Constituição Federal, razão pela qual
é admitida a retroatividade para alcançar situações já consolidadas.
(D) É vedada a captação de água subterrânea para uso de núcleos residenciais sem que
haja prévia outorga e autorização ambiental do Poder Público.
(E) O Ministério Público ostenta legitimidade para propor ação civil pública na hipótese
de poluição sonora decorrente de excesso de ruídos, tendo em vista se tratar de
poluição, situação para a qual o órgão tem legitimidade para a propositura de ação,
conforme prevê o art. 14, § 1º, da Lei nº 6.938/1981 (Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente).
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Na vigência do novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), a extensão não
edificável nas Áreas de Preservação Permanente de qualquer curso d' água, perene ou
intermitente, em trechos caracterizados como área urbana consolidada, deve respeitar
o que disciplinado pelo seu art. 4º, caput, inciso I, alíneas a, b, c, d e e, a fim de assegurar
a mais ampla garantia ambiental a esses espaços territoriais especialmente protegidos
e, por conseguinte, à coletividade. STJ. 1ª Seção. REsp 1770760/SC, Rel. Min. Benedito 129
Gonçalves, julgado em 28/04/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1010) (Info 694).
Fundamentos:
A norma do Código Florestal é a que garante, de forma mais eficaz, a proteção do
meio ambiente natural e do meio ambiente artificial, em cumprimento ao disposto
no art. 225 da CF/88, sempre com os olhos também voltados ao princípio do
desenvolvimento sustentável (art. 170, VI,) e às funções social e ecológica da
propriedade.
Código Florestal é mais específico (critério da especialidade) Se compararmos com o
art. 4º, III-A, da Lei nº 6.766/76, vamos chegar à conclusão de que a norma do art. 4º,
I, do Código Florestal é especial e específica, devendo, portanto, reger a proteção das
APPs ciliares ou ripárias em áreas urbanas consolidadas, espaços territoriais
especialmente protegidos (art. 225, III, da CF/88), que não se condicionam a fronteiras
entre o meio rural e o urbano. Depois do julgado acima, foi editada a Lei nº
14.285/2021 que acrescentou o § 10 no art. 4º do Código Florestal, prevendo o
seguinte: Art. 4º (...) § 10. Em áreas urbanas consolidadas, ouvidos os conselhos
estaduais, municipais ou distrital de meio ambiente, lei municipal ou distrital poderá
definir faixas marginais distintas daquelas estabelecidas no inciso I do caput deste
artigo, com regras que estabeleçam: I – a não ocupação de áreas com risco de
desastres; II – a observância das diretrizes do plano de recursos hídricos, do plano de
bacia, do plano de drenagem ou do plano de saneamento básico, se houver; e III – a
previsão de que as atividades ou os empreendimentos a serem instalados nas áreas
de preservação permanente urbanas devem observar os casos de utilidade pública,
de interesse social ou de baixo impacto ambiental fixados nesta Lei.
(B) CORRETA. Caso concreto: o Termo de Ajustamento de Conduta foi celebrado sob a
égide da Lei nº 4.771/65 (antigo Código Florestal). Ocorre que entrou em vigor o novo
Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) com regras diferentes daquelas que haviam sido
ajustas no TAC. Será possível aplicar as regras do novo Código Florestal? Não. O novo
Código Florestal não pode retroagir para atingir o ato jurídico perfeito, os direitos
ambientais adquiridos e a coisa julgada. Uma vez celebrado, e cumpridas as
formalidades legais, o Termo de Ajustamento de Conduta - TAC constitui ato jurídico
perfeito, imunizado contra alterações legislativas posteriores que enfraqueçam as
obrigações ambientais nele estabelecidas. Deve, assim, ser cabal e fielmente
implementado, vedado ao juiz recusar sua execução, pois do contrário desrespeitaria a
garantia da irretroatividade da lei nova, prevista no art. 6º da LINDB STJ. 2ª Turma. REsp
1802754-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 08/10/2019 (Info 679).
(C) INCORRETA. O Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) autorizou o cômputo das Áreas
de Preservação Permanente no cálculo do percentual da Reserva Legal nas propriedades
rurais. Assim, admite-se a soma com a APP, desde que esteja preservada ou em
recomposição, e não implique mais desmatamento, conforme estabelece o art. 15.
Insta consignar que, em recente julgamento, o Superior Tribunal de Justiça entendeu 130
que a previsão contida no Código Florestal de 2012 NÃO PODERIA RETROAGIR PARA
ALCANÇAR AS SITUAÇÕES CONSOLIDADAS NA VIGÊNCIA DA ANTIGA NORMA (LEI Nº
4.771/1965). A Corte Superior manifestou entendimento de que em matéria ambiental
é inadmissível aplicação de norma atual a fatos pretéritos, sob pena de retrocesso
ambiental.
(D) CORRETA. A Lei nº 9.433/97 (Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos) e a Lei nº
11.445/2007 (Lei do Saneamento Básico) preveem, de forma expressa, categórica e
inafastável que é proibida a captação de água subterrânea para uso de núcleos
residenciais, sem que haja prévia outorga e autorização ambiental do Poder Público. As
normas locais devem respeitar essa regra geral fixada pela legislação federal, sob pena
de serem inconstitucionais. STJ. 1ª Seção. EREsp 1335535-RJ, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 26/09/2018 (Info 678).
‘‘A poluição sonora, mesmo em área urbana, mostra-se tão nefasta aos seres humanos
e ao meio ambiente como outras atividades que atingem a “sadia qualidade de vida”,
referida no art. 225, caput, da Constituição Federal. 4. O direito ao silêncio é uma das
manifestações jurídicas mais atuais da pós-modernidade e da vida em sociedade,
inclusive nos grandes centros urbanos. 5. O fato de as cidades, em todo o mundo, serem
associadas à ubiqüidade de ruídos de toda ordem e de vivermos no país do carnaval e
de inumeráveis manifestações musicais não retira de cada brasileiro o direito de
descansar e dormir, duas das expressões do direito ao silêncio, que encontram justifi
cativa não apenas ética, mas sobretudo fi siológica. 6. Nos termos da Lei n. 6.938/1981
(Lei da Política Nacional do Meio Ambiente), também é poluição a atividade que lance,
no meio ambiente, “energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos”
(art. 3º, III, alínea e, grifei), exatamente a hipótese do som e ruídos. Por isso mesmo,
inafastável a aplicação do art. 14, § 1º, da mesma Lei, que confere legitimação para
agir ao Ministério Público. 7. Tratando-se de poluição sonora, e não de simples
incômodo restrito aos lindeiros de parede, a atuação do Ministério Público não se dirige
à tutela de direitos individuais de vizinhança, na acepção civilista tradicional, e, sim, à
defesa do meio ambiente, da saúde e da tranqüilidade pública, bens de natureza difusa.
8. O Ministério Público possui legitimidade para propor Ação Civil Pública com o fito
de prevenir ou cessar qualquer tipo de poluição, inclusive sonora, bem como buscar a
reparação pelos danos dela decorrentes. 9. A indeterminação dos sujeitos, considerada
ao se fixar a legitimação para agir na Ação Civil Pública, não é incompatível com a
existência de vítimas individualizadas ou individualizáveis, bastando que os bens
jurídicos afetados sejam, no atacado, associados a valores maiores da sociedade,
compartilhados por todos, e a todos igualmente garantidos, pela norma constitucional
ou legal, como é o caso do meio ambiente ecologicamente equilibrado e da saúde.’’
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
A) INCORRETA. A ação de improbidade administrativa possui natureza civil,
mostrando-se indevida a sua equiparação às ações penais para as quais o
detentor de mandato eletivo possui prerrogativa de foro, sendo o juízo de
primeiro grau o competente para processar e julgar a causa.” Acórdão 836098,
20100112150926APC, Relator: MARIO-ZAM BELMIRO, Terceira Turma Cível,
data de julgamento: 19/11/2014, publicado no DJE: 04/12/2014.
B) INCORRETA. Nas ações de ressarcimento ao erário e improbidade administrativa
ajuizadas em face de eventuais irregularidades praticadas na utilização ou
prestação de contas de valores decorrentes de convênio federal, o simples fato
de as verbas estarem sujeitas à prestação de contas perante o Tribunal de Contas
da União, por si só, não justifica a competência da Justiça Federal. Igualmente, a
mera transferência e incorporação ao patrimônio municipal de verba desviada,
no âmbito civil, não pode impor de maneira absoluta a competência da Justiça
Estadual. Se houver manifestação de interesse jurídico por ente federal que
justifique a presença no processo, (v.g. União ou Ministério Público Federal)
regularmente reconhecido pelo Juízo Federal nos termos da Súmula 150/STJ, a
competência para processar e julgar a ação civil de improbidade administrativa
será da Justiça Federal. As Súmulas 208 e 209 do STJ provêm da 3ª Seção do STJ
e versam hipóteses de fixação da competência em matéria penal, em que basta
o interesse da União ou de suas autarquias para deslocar a competência para a
Justiça Federal, nos termos do inciso IV do art. 109 da CF. Logo, não podem ser
utilizadas como critério para as demandas cíveis. Diante disso, é possível afirmar
que a competência cível da Justiça Federal deve ser definida em razão da
presença das pessoas jurídicas de direito público previstas no art. 109, I, da CF/88
132
na relação processual, seja como autora, ré, assistente ou oponente e não em
razão da natureza da verba federal sujeita à fiscalização do TCU. Assim, em regra,
compete à Justiça Estadual processar e julgar agente público acusado de desvio
de verba recebida em razão de convênio firmado com o ente federal, salvo se
houver a presença das pessoas jurídicas de direito público previstas no art. 109,
I, da CF/88 na relação processual. STJ. 1ª Seção. CC 174764-MA, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 09/02/2022 (Info 724).
As teses de repercussão geral fixadas pelo STF, no ARE 843989, foram as seguintes:
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Art. 1º, §§ 2ºe3º, da Lei 8.429-92 (Lei de Improbidade Administrativa)
– A lei de Improbidade Administrativa exige a comprovação do elemento subjetivo dolo
para a configuração dos atos previstos em seus arts. 9º, 10 e 11. “§ 2º Considera-se dolo
a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11
desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. § 3º O mero exercício da função ou
desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito,
afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021)”.
(B) CORRETA. Deve ser assinalada. Art. 37, § 4º, da CRFB/88 – “Os atos de improbidade
administrativa importarão A SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.”.
(C) INCORRETA. : Art. 2º, da Lei 12. 846 (Lei Anticorrupção) – “Art. 2º As pessoas jurídicas
serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos
lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não”.
(D) INCORRETA. “Para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções da Lei nº
8.429/92 é indispensável que seja identificado algum agente público como autor da
prática do ato de improbidade.
Assim, não é possível a propositura de ação de improbidade exclusivamente contra o
particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da
demanda.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.171.017-PA, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 25/2/2014 (Info
535)”.
NÃO CONFUNDIR!! É viável o prosseguimento de ação de improbidade 134
administrativa exclusivamente contra particular quando há pretensão de
responsabilizar agentes públicos pelos mesmos fatos em outra demanda conexa.
STJ. 1ª Turma. AREsp 1.402.806-TO, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador
convocado do TRF da 5ª Região), julgado em 19/10/2021 (Info 714).
COMENTÁRIOS
(B) INCORRETA. Art. 21 da LIA - A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de
ressarcimento e às condutas previstas no art. 10 desta Lei; (Redação dada pela Lei
nº 14.230, de 2021)
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo
Tribunal ou Conselho de Contas
(C) INCORRETA. Art. 12 da LIA - que independentemente do ressarcimento integral do
dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis
e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de
improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato.
(...)
(D) CORRETA. Deve ser assinalada. A Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, chamada
de Lei anticorrupção, trata da responsabilização administrativa e civil de PESSOAS
JURÍDICAS pela prática de atos de corrupção contra a administração pública, nacional
ou estrangeira, e atende ao pacto internacional firmado pelo Brasil. O objetivo é coibir
a atuação de empresas em esquemas de corrupção e assim, evitar que grandes prejuízo
sejam causados aos cofres públicos.
(E) INCORRETA. Vale a leitura:
Art. 3 § 2o As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de
improbidade administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração
pública de que trata a Lei no 12.846, de 1o de agosto de
2013. (Incluído pela Lei no 14.230, de 2021)
Consoante o Art. 3, § 2o da Lei de Improbidade, introduzido pela Lei 14.230/21, as
sanções previstas na LIA não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade
administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de que
trata a Lei no 12.846.
136
Colaciono os seguintes comentários pela clareza da explanação e relevância do
conteúdo:
A Lei Anticorrupção ressalvou no art. 30 a sua total independência normativa frente a
outras leis que protegem a probidade administrativa. A pretensão dessa norma é
admitir a cumulação de sanções previstas nas Leis no 8.429/1992 (improbidade
administrativa), no 8.666/1993 (licitações e contratos) e no 12.462/2011 (RDC), caso o
ato praticado configure ilícito em qualquer um desses diplomas legais.
Esse regime de independência permite que uma pessoa seja responsabilizada
simultaneamente por diferentes sistemas sancionatórios, como acontece no caso de
uma fraude à licitação que pode caracterizar infração simultânea ao art. 5o, IV, da Lei
12.846/2013 e ao art. 10, VIII, da Lei 8.429/1992, sem falar no crime do art. 337-F do
Código Penal, imputável, naturalmente, às pessoas físicas envolvidas no ato.
A autonomia da Lei Anticorrupção se assenta em seus distintos elementos estruturais e,
fundamentalmente, na liberdade política do legislador em editar diferentes leis voltadas
a proteção de determinados bens jurídicos. A sobreposição normativa é legitimada
também pelo incremento protetivo do direito fundamental a probidade administrativa,
pelo que não há propriamente um conflito de normas nesses casos. No mesmo sentido,
entende Modesto Carvalhosa.
Em que pese vozes em sentido contrário, alguns entendem que a diferença de
tratamento existente nessas leis é suficiente para refutar alegação de violação ao
princípio do ne bis in idem, segundo o qual, ninguém pode, pelo mesmo fato, ser
processado duas vezes, incorporado ao ordenamento brasileiro por meio da Convenção
Americana de Direitos Humanos de 1969 (Pacto de San José da Costa Rica, inserido no
ordenamento jurídico brasileiro por meio do Decreto 678/1992), que assim dispõe no
art. 8, n.o 4: “O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser
submetido a novo processo pelos mesmos fatos”.
Ora, a Lei Anticorrupção Empresarial, a Lei de Improbidade Administrativa e as leis
penais enfrentam a corrupção com instrumentos, estratégias e eixos diferentes, que
resultam em sanções diversas entre si. Isso permite que um mesmo ato seja
sancionado por diferentes normas e múltiplos sistemas de responsabilidade. Aliás,
seguindo essa linha de ideias, a Suprema Corte do Brasil já reconheceu a inexistência
de ‘bis in idem’ pela circunstância de, pelos mesmos fatos, terem sido aplicadas a pena
de multa pelo Tribunal de Contas da União e a pena de cassação da aposentadoria pela
Administração. (...)
Além disso, o fato de algumas sanções previstas em ambos os diplomas legais serem
comuns também não justifica, a nosso ver, o afastamento de uma das leis, sob a tese de
violação da proibição do bis in idem. No regime de independências de instâncias, é
comum a aplicação simultânea de sanções semelhantes entre si, assentadas em normas
distintas entre si, ainda que diante de uma mesma unidade factual, sem que cogite de
violação ao referido princípio.
(...)
Acontece que a questão foi sensivelmente modificada pela nova previsão do § 2o do art.
3o e §§ 6o, 7o e 8o do art. 12, ambos da Lei 8.429/1992 com a redação dada pela Lei
137
14.230/2021, que cria um sistema de independência relativa entre a Lei Anticorrupção
e de Improbidade. Vejamos.
Dispõe referidas normas:
Art. 3o (...)
§ 2o As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade
administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de que
trata a Lei no 12.846, de 1o de agosto de 2013.
Art. 12 (...)
§ 6o Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta
Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e
administrativa que tiver por objeto os mesmos fatos.
§ 7o As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei no 12.846,
de 1o de agosto de 2013, deverão observar o princípio constitucional do non bis in idem.
Primeiro ponto a ser considerado, ao contrário do que poderia autorizar uma leitura
apressada, é que essas novas disposições legais não isentam a pessoa jurídica de
responsabilidade pelo sistema da Lei de Improbidade. Na verdade, essas normas se
referem apenas as sanções e criam uma espécie de detração sancionatória, que
permite um desconto ou um abatimento de sanções aplicadas por violação à Lei
Anticorrupção Empresarial junto à esfera da improbidade administrativa.
Isso significa que, caso a pessoa jurídica não seja responsabilizada à luz da Lei
Anticorrupção, porque, por exemplo, o caso foi fulminado pela prescrição, nada impede
que ela o seja à luz da Lei 8.429/1992. Se a intenção do legislador fosse evitar e impedir
que a pessoa jurídica respondesse pelo sistema da Lei de Improbidade Administrativa
bastaria ter feito uma textual previsão assim.
Mas como se vê, o § 2o do art. 3o da Lei 8.429/1992 apenas isenta a pessoa jurídica das
sanções aplicadas na órbita da improbidade administrativa caso, pelo mesmo ato, tenha
sido sancionada à luz da Lei Anticorrupção. Observe-se que, para incidir essa hipótese
normativa, deve o ato ilícito praticado amoldar-se nas duas leis e, além disso, ter havido
prévia condenação pela Lei Anticorrupção Empresarial.
A lei impôs assim algumas condições para a ocorrência dessa detração: além de duas
condenações sucessivas, elas devem se referir ao mesmo fato. Trata-se de previsão
crucial para evitar a formação de uma espécie de crédito em favor da pessoa jurídica
envolvida em atos ilícitos, que lhe permitiria praticar novos atos ímprobos diferentes
daqueles correspondentes à condenação por violação à lei anticorrupção que restariam
indistintamente neutralizados por um indevido saldo remanescente da primeira
condenação. Essa é a interpretação capaz de evitar manobras oportunistas e a
desproteção do direito fundamental à probidade administrativa.
Assim, doravante, caso a pessoa jurídica seja sancionada pela Lei Anticorrupção
Empresarial poderá ter computada a sanção aplicada pelo sistema de responsabilidade
138
da Lei de Improbidade Administrativa, regra que rompe, ainda que parcialmente, com
sistema de independência normativa entre as Leis. Anote-se, contudo, que devido à falta
de previsão legal, essa compensação sancionatória é via de mão única: só ocorre se
primeiro houver condenação na Lei Anticorrupção Empresarial e depois na esfera da
improbidade administrativa. Não há previsão legal de desconto em sentido contrário,
mesmo porque, a Lei Anticorrupção é regida pela independência total proclamada pelo
seu art. 30, I. Essas disposições compensatórias desafiam questões relevantes de ordem
prática principalmente por causa da diferença de tempo na investigação e
processamento destes ilícitos, situação que deverá ser analisada caso a caso.
Rogério Sanches Cunha e Renee do Ó Souza.
DISPONÍVEL EM:
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2022/03/07/independencia- da-lei-
anticorrupcao-em-face-da-lei-de-improbidade-depois-da-reforma- promovida-pela-lei-
14-2302021/
(E) INCORRETA
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) CORRETA.
(D) INCORRETA.
Não só.
(E) INCORRETA
Art. 28. A União não poderá conceder garantia ou realizar transferência voluntária aos
Estados, Distrito Federal e Municípios se a soma das despesas de caráter continuado
derivadas do conjunto das parcerias já contratadas por esses entes tiver excedido, no
ano anterior, a 5% (cinco por cento) da receita corrente líquida do exercício ou se as
despesas anuais dos contratos vigentes nos 10 (dez) anos subsequentes excederem a 140
5% (cinco por cento) da receita corrente líquida projetada para os respectivos exercícios.
(Redação dada pela Lei nº 12.766, de 2012) § 2º Na aplicação do limite previsto
no caput deste artigo, serão computadas as despesas derivadas de contratos de parceria
celebrados pela administração pública direta, autarquias, fundações públicas, empresas
públicas, sociedades de economia mista e demais entidades controladas, direta ou
indiretamente, pelo respectivo ente, excluídas as empresas estatais não dependentes.
(Redação dada pela Lei nº 12.024, de 2009)
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
I INCORRETO. É inexigível neste caso, nos termos do art. 74, V da Lei 14.133/21.
II – CORRETO. De acordo com o art. 73: Na hipótese de contratação direta indevida 141
ocorrida com dolo, fraude ou erro grosseiro, o contratado e o agente público
responsável responderão solidariamente pelo dano causado ao erário, sem prejuízo de
outras sanções legais cabíveis.
III – CORRETO. Nos termos do art. 75, VII, a licitação é dispensável nos casos de guerra,
estado de defesa, estado de sítio, intervenção federal ou de grave perturbação da
ordem.
(A) INCORRETA.
(B) CORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA
82 João, profissional liberal dotado de elevado grau de instrução acadêmica, resolveu
auxiliar seu irmão, Pedro, com instrução do ensino fundamental completo, na busca pela
aprovação em concurso público para cargo com exigência de grau de instrução
compatível com a de Pedro. Para tanto, João combinou que faria a prova o mais rápido
possível e, após, deixaria as respostas transcritas e escondidas no banheiro para que
Pedro obtivesse acesso às suas respostas. Assim procederam ao se inscreverem no
certame, prestarem a prova e obterem aprovação. Apenas Pedro ingressou no cargo. A
ação dos irmãos fora descoberta somente após o ingresso de Pedro no cargo, tendo sido
instaurado processo administrativo para apuração dos fatos, e Pedro afastado de suas
funções. O processo concluiu pela efetiva prática irregular dos irmãos com deliberado
intuito de beneficiar Pedro, concluindo, também, que não houve participação de
terceiros nos fatos. Com base nas disposições da Lei de Improbidade Administrativa,
assinale a alternativa correta.
(A) Apenas Pedro auferiu vantagem indevida com o recebimento de seus vencimentos,
configurando enriquecimento ilícito e, por isso, deve responder por ato de improbidade
administrativa.
(B) A atitude de ambos causou prejuízo ao erário no que tange aos vencimentos pagos
indevidamente pela administração pública, e, por isso, ambos devem responder por ato
de improbidade administrativa.
(C) Ambos não poderão responder por ato de improbidade administrativa, pois, nos
termos da Lei nº 8.429/1992, com as alterações da Lei nº 14.230/2021, sua ação não
142
pode ser caracterizada como ato doloso contrário ao caráter concorrencial do concurso
público.
(D) Ambos frustraram, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso
público e, por isso, devem responder por ato de improbidade administrativa.
(E) Ambos só responderiam por ato de improbidade administrativa se, quando de suas
condutas, fossem agentes públicos, ou, ainda, agido com a participação de agentes
públicos terceiros.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA
(B) INCORRETA
Não estamos diante de hipótese que, se fosse o caso, geraria o prejuízo ao erário.
(C) INCORRETA
(E) CORRETA
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(I) CORRETA
CF/88, art. 163. Lei complementar disporá sobre: I - finanças públicas; II - dívida pública
externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas
pelo Poder Público.
(II) CORRETA
CF/88, art. 167. São vedados: I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei
orçamentária anual; II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas
que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; III - a realização de operações de
créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas
mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por maioria absoluta.
(IV) CORRETA
CF/88, art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios não pode exceder os limites estabelecidos em lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA
144
84 Concernente à prescrição e decadência em matéria tributária, assinale a alternativa
correta. (A) O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se
após 5 (cinco) anos, contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver
anulado, por vício material, o lançamento anteriormente efetuado.
(B) Exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo para a impugnação ou
com a notificação de seu julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela
Administração para o pagamento voluntário, inicia-se o prazo prescricional para a
cobrança judicial do crédito tributário.
(C) O prazo prescricional se interrompe pelo protesto do crédito tributário, admitido o
protesto extrajudicial.
(D) No lançamento por homologação, o prazo decadencial é de 5 (cinco) anos, a contar
da ocorrência do fato gerador. Expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha
pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o
crédito, independentemente de comprovar fraude, dolo ou simulação por parte do
contribuinte.
(E) Tanto a ocorrência da prescrição quanto a da decadência não acarretam, por si só, a
extinção do crédito tributário, devendo, para tanto, serem reconhecidas judicialmente.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA
CTN, art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se
após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão
que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
(B) CORRETA
O direito a que se refere este artigo (173) extingue-se definitivamente com o decurso
do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do
crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória
indispensável ao lançamento.
(C) INCORRETA
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados
da data da sua constituição definitiva. Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I –
pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp
nº 118, de 2005) II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua
em mora o devedor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que
importe em reconhecimento do débito pelo devedor.
(D) INCORRETA
145
Segundo o art. 150, §4º, se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos,
a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública
se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente
extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
(E) INCORRETA
Fundamentos acima.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA
(B) INCORRETA
(C) INCORRETA
146
O valor da transação declarado pelo contribuinte goza da presunção de que é condizente
com o valor de mercado, que somente pode ser afastada pelo fisco mediante a regular
instauração de processo administrativo próprio – Art. 148 do CTN.
(D) CORRETA
O Município não pode arbitrar previamente a base de cálculo do ITBI com respaldo em
valor de referência por ele estabelecido unilateralmente. STJ. 1ª Seção.REsp 1937821-
SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 24/02/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1113)
(Info 730).
(E) INCORRETA
Fundamento letra C.
RESPOSTA:
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA
DIREITO ELEITORAL
RESPOSTA: LETRA C
COMENTÁRIOS
148
(A) CORRETA.
Correta, letra de lei, conforme o art. 14, § 3º, incisos I ao V da Constituição Federal.
(B) CORRETA.
(C) INCORRETA.
Incorreta, uma vez que, de acordo o com o art. 12 da CF, o cargo de presidente da
república não pode ser ocupado por brasileiro naturalizado
O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;
Entendimento TSE
Sendo alistável e elegível, mas não filiável, basta-lhe, nessa condição excepcional, como
suprimento da prévia filiação partidária, o pedido do registro da candidatura,
apresentado pelo Partido e autorizado pelo candidato.
(E) CORRETA
Art. 14 da Constituição
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Entendimento do TSE
(B) CORRETA.
(C) CORRETA.
(E) CORRETA
SÚMULA Nº 49 TSE
"O prazo de cinco dias, previsto no art. 3º da LC nº 64/90, para o Ministério Público
impugnar o registro inicia-se com a publicação do edital, caso em que é excepcionada a
regra que determina a sua intimação pessoal".
89 Em relação aos avanços dos direitos sobre a cota de gênero na Justiça Eleitoral,
assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Houve recente alteração no Código Eleitoral para acrescentar como crime eleitoral a
conduta daquele que assedia, constrange, humilha, persegue ou ameaça, por qualquer
meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de
menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a
finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou desempenho de seu
mandato eletivo.
(B) O tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído pelos
partidos às respectivas candidatas deverá ser de no mínimo 30% (trinta por cento),
proporcional ao número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada conforme
critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias.
(C) Cada partido ou coligação deverá preencher o mínimo de 30% (trinta por cento) e o
máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.
(D) Para fins de distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo partidário
e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), os votos dados a candidatas
mulheres para a Câmara dos Deputados, nas eleições realizadas de 2022 a 2030, serão
contados em dobro.
(E) Houve recente emenda constitucional instituindo reserva de cadeiras para mulheres
como forma de garantir efetiva participação de mulheres na política.
RESPOSTA: LETRA E
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
Código Eleitoral
Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio,
candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de
menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a
finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu
mandato eletivo.
151
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
(B) CORRETA.
Código Eleitoral
Art. 50-B. O partido político com estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral
poderá divulgar propaganda partidária gratuita mediante transmissão no rádio e na
televisão, por meio exclusivo de inserções, para:
§ 2º Do tempo total disponível para o partido político, no mínimo 30% (trinta por
cento) deverão ser destinados à promoção e à difusão da participação política das
mulheres.
(C) CORRETA.
Lei 9.504/97
Art. 10
§ 3o Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou
coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta
por cento) para candidaturas de cada sexo.
(D) CORRETA.
EC nº 111 de 2021
Art. 2º Para fins de distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo
partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), os votos dados a
candidatas mulheres ou a candidatos negros para a Câmara dos Deputados nas eleições
realizadas de 2022 a 2030 serão contados em dobro.
(E) INCORRETA
Houve ações afirmativas, mas nenhuma instituindo reserva de cadeiras para mulheres.
RESPOSTA: LETRA A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
(B) INCORRETA.
Lei 9.504
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA
RESPOSTA: LETRA C
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
(B) CORRETA.
(C) INCORRETA.
O art. 11-A, §1º da Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95) declara:
No entanto, o detentor de cargo eletivo eleito pelo sistema majoritário não se submete
a fidelidade partidária, razão pela qual o disposto no § 9º do referido artigo “Perderá o
mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, de partido que
integra federação.”, se aplica somente aos detentores de cargo eletivo eleitos pelo
sistema proporcional e não pelo sistema majoritário.
Súmula TSE nº 67
O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, no uso das atribuições que lhe confere o art. 23,
inciso XV, do Código Eleitoral, resolve aprovar a proposta de edição do seguinte verbete
de súmula:
(D) CORRETA.
(E) CORRETA
Correta, conforme o disposto na Lei Complementar 64/90, artigo 1º, inciso I, alínea “e”.
RESPOSTA: LETRA C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA
Todas as ações podem levar à cassação do registro ou diploma.
(B) INCORRETA
Nos termos da CF/88, art. 14, §10: O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a
Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com 156
provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
(C) INCORRETA
Nos termos da LC 64/90: Art. 3° Caberá a qualquer candidato, a partido político,
coligação ou ao Ministério Público, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação
do pedido de registro do candidato, impugná-lo em petição fundamentada. § 1° A
impugnação, por parte do candidato, partido político ou coligação, não impede a ação
do Ministério Público no mesmo sentido. § 2° Não poderá impugnar o registro de
candidato o representante do Ministério Público que, nos 4 (quatro) anos anteriores,
tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido ou exercido atividade
político-partidária. § 3° O impugnante especificará, desde logo, os meios de prova com
que pretende demonstrar a veracidade do alegado, arrolando testemunhas, se for o
caso, no máximo de 6 (seis).
(D) CORRETA
Da detida análise dos fundamentos da decisão denegatória de seguimento do recurso
extraordinário, bem como à luz das razões de decidir adotadas pelo Tribunal de origem,
por ocasião do julgamento do recurso veiculado na instância ordinária, concluo que
nada colhe o agravo. Inicio pelo exame da violação dos princípios da segurança jurídica
e da isonomia, calcada na suposta mudança abrupta de jurisprudência do TSE, em
contrariedade ao art. 16 da Constituição Federal. Alegam os agravantes ter o Tribunal,
sem a devida sinalização, revisto seu posicionamento, no sentido de ser obrigatória a
formação litisconsórcio entre o autor da conduta configuradora de abuso do poder
político e o candidato por ela beneficiado, para assentar sua desnecessidade nas
Eleições 2018. Colho, contudo, da decisão agravada, corretamente inadmitida a
pretensão recursal no ponto, pois "como se observa, o TSE concluiu não haver ofensa
aos mencionados dispositivos constitucionais em razão de a mudança jurisprudencial
ter ocorrido no julgamento do primeiro feito referente às eleições de 2018, mantendo-
se o entendimento do Tribunal sobre o litisconsórcio passivo necessário em relação aos
processos de eleições anteriores. A petição de recurso extraordinário, apesar de
mencionar apenas julgados referentes aos pleitos anteriores ao de 2018, reafirma os
argumentos constantes dos embargos de declaração, no sentido de que a mudança
jurisprudencial ocorreu sem que houvesse qualquer sinalização nesse sentido. Assim, a
parte deixou de se insurgir contra fundamento autônomo e suficientes por si para a
manutenção da decisão recorrida, qual seja de que o princípio da segurança jurídica não
é óbice à revisão da jurisprudência, impedindo apenas que eventual mudança de
orientação alcance os pleitos anteriores em observância ao art. 16 da CF. Essa
circunstância atrai o óbice da Súmula nº 283 do STF, segundo a qual ‘é inadmissível o
recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento
suficiente e o recurso não abrange todos eles" (edoc nº 141, pg. 5). Ainda que
contornado o óbice da Súmula nº 283, melhor sorte não teria o apelo. Do acórdão
recorrido, verifico afastada a contrariedade ao art. 16 da Constituição Federal nos
seguintes termos:
"Sobre o tema do litisconsórcio passivo necessário, é de conhecimento desta Corte o
entendimento sobre a matéria a partir das Eleições 2016, conforme a tese firmada no
REspe nº 843-56/MG (redator para o acórdão Ministro Henrique Neves da Silva).
Segundo a jurisprudência, a partir das eleições de 2016, é obrigatória a formação de 157
litisconsórcio passivo entre o autor da conduta apontada como ilícita e o beneficiário
nas AIJEs em que se apura a prática de abuso de poder. A questão posta em análise
neste momento é se o tema merece ser revisitado por esta Corte para as Eleições 2018
e seguintes, como defendem os recorrentes e a PGE. A resposta, a meu sentir, é
afirmativa. Rememoro que, no julgamento do REspe nº 501-20/MG, houve por parte
deste Tribunal [...] sinalização, em obiter dictum, da necessidade de rever, para as
Eleições 2018, a atual jurisprudência em relação à obrigatoriedade de formação de
litisconsórcio passivo entre os responsáveis pela prática do ato e os candidatos
beneficiados nas AIJEs por abuso de poder [...] No julgamento dos AgR-REspes nºs 685-
65/MT e 684- 80/MT, rel. designado Min. Luís Roberto Barroso, julgados em 28.5.2020,
DJe de 31.8.2020, o tema do litisconsórcio passivo necessário voltou ao debate - naquela
oportunidade, quanto aos suplentes no caso de fraude à cota de gênero - demonstrando
a importância de esta Corte revisitar o tema, agora sob o viés de AIJE por abuso do poder
político, que é a matéria de fundo deste feito.
Mais recentemente, em 23.6.2020, na análise da AIJE nº 0601752-22, de relatoria do
Ministro Og Fernandes, os Ministros Luis Felipe Salomão, Alexandre de Moraes e Edson
Fachin reafirmaram a premência de o TSE debater a exigência de litisconsórcio passivo
necessário em AIJE por abuso de poder. Conforme bem pontuado pela PGE, ‘ [...] a
revisão do tema é indispensável para conferir às ações eleitorais a maior efetividade
possível, sem que se instaure, com isso, ambiente propício à impunidade’ (ID 26496088,
fl. 9). Registro que, embora os ED-REspe nº 325-03/MG tenham sido julgados em
28.4.2020, tal processo se refere às eleições 2016 e, ao contrário do alegado pelos
recorridos, não houve pronunciamento, por esta Corte, sobre o tema para as Eleições
2018 e seguintes, o que se propõe seja realizado nesta oportunidade. Ainda quanto às
alegações dos recorridos, o princípio da segurança jurídica não é óbice à revisão da
jurisprudência. Além disso, eventual mudança de orientação não retroagirá para
alcançar pleitos anteriores a 2018, em observância ao corolário inserto no art. 16 da CF."
Deflui do julgado, não só sinalizada, desde as eleições de 2016, a necessidade de revisitar
o tema para as eleições de 2018, como reafirmada tal necessidade nos debates travados
em diversos casos, o que afasta a alegação de surpresa indevida aos jurisdicionados.
Robustece essa compreensão, o fato de que a nova diretriz fora adotada no primeiro
caso julgado em 2018, sem notícias de aplicação retroativa e/ou da concessão de
tratamento jurídico desigual a casos referentes ao mesmo pleito, de forma a se ter
efetivamente comprometidas a segurança jurídica e a isonomia. Noutro vértice, a
existência de posições vencidas, externadas ainda em feitos relativos ao pleito de 2016,
tampouco beneficia os agravantes, sendo o dissenso próprio das decisões colegiadas, a
mais conferir-lhes verticalidade, e a violação à segurança jurídica, quando existente,
aferida a partir do cotejo entre a posição prestigiada e a eventual necessidade de
modulação de seus efeitos, à luz da estabilidade do processo eleitoral em curso. Nessa
linha, esse Supremo Tribunal Federal já decidiu que "e m razão do caráter especialmente
peculiar dos atos judiciais emanados do Tribunal Superior Eleitoral, os quais regem
normativamente todo o processo eleitoral, é razoável concluir que a Constituição
também alberga uma norma, ainda que implícita, que traduz o postulado da segurança
jurídica como princípio da anterioridade ou anualidade em relação à alteração da
jurisprudência do TSE. Assim, as decisões do Tribunal Superior Eleitoral que, no curso do
pleito eleitoral (ou logo após o seu encerramento), impliquem mudança de
jurisprudência (e dessa forma repercutam sobre a segurança jurídica), não têm
158
aplicabilidade imediata ao caso concreto e somente terão eficácia sobre outros casos no
pleito eleitoral posterior" (RE nº 637.485/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJE de 21.5.2013
- destaquei). In casu , reitero indicada a nova tese em 2016, ao exame do Respe nº 501-
20, porém implementada a mudança interpretativa apenas no pleito seguinte, em 2018,
no primeiro caso examinado pelo TSE, a evidenciar a preservação dos postulados da
igualdade e da segurança jurídica, em estrita observância a orientação emanada desta
Suprema Corte.
(E) INCORRETA
LC 64/90: art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público
Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou
Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura
de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico
ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação
social, em benefício de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito: (Vide
Lei nº 9.504, de 1997)
DIREITOS HUMANOS
COMENTÁRIOS
159
(A) CORRETA.
Antes da EC 45/2004, embora houvesse intenso debate doutrinário, o STF entendia que
todos os tratados internacionais, fossem sobre direitos humanos ou sobre temas
diversos, teriam hierarquia de Lei Ordinária Federal. Após o advento da EC 45, os
tratados internacionais de direitos humanos, que não forem aprovados na forma do art.
5º, § 3º, da CF/88, têm natureza supralegal, ficando abaixo da Constituição, mas acima
de toda e qualquer lei. Por sua vez, os tratados aprovados no rito especial do § 3º do
art. 5º, possuem status constitucional, sendo equivalentes às Emendas à Constituição.
Com base nesse tratamento diferenciado dos tratados de direitos humanos a depender
da forma de incorporação, consagrou-se a Teoria do Duplo Estatuto dos tratados de
direitos humanos, adotada pelo STF.
(B) INCORRETA.
Visto que as normas aprovadas pelo rito previsto no art. 5º, §3º, da CF/88, como
mencionado anteriormente, possuem status de emenda constitucional, compondo,
portanto, o bloco de constitucionalidade, sendo parâmetro para o controle de
constitucionalidade.
(D) INCORRETA.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Para o STF o conceito de racismo não se limita a aspectos baseados unicamente na cor
da pele ou elementos fenotípicos, estendendo-se também a etnia, religião, procedência
nacional, discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero.
(B) INCORRETA.
COMENTÁRIOS
I. CORRETA: Dispõe o art. 2º, parágrafo único da Lei 10.216/01 que: são
direitos da pessoa portadora de transtorno mental: VI- ter livre acesso aos
meios de comunicação disponíveis;
II. CORRETA: Art. 4º. A internação, em qualquer de suas modalidades, só será
indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
III. CORRETA: Art. 6º. A internação psiquiátrica somente será realizada mediante
laudo médico circunstanciado que caracterize os seus motivos.
IV. CORRETA: Art. 8º. §1º A internação psiquiátrica involuntária deverá, no
prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público
Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha
ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da
respectiva alta.
V. A lei 10216/01 não dispõe acerca do tratamento destinado aos usuários ou
dependentes de drogas como sendo uma modalidade à parte, ou específica.
Desta forma, a pessoa com dependência química ao ser submetida a
internação psiquiátrica terá sua situação regida por uma das três
modalidades elencadas no diploma legal (voluntária, involuntária ou
compulsória), considerando-se que em todas elas a internação só será
indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes,
conforme dispõe o art.4º da lei. Serão priorizadas, desta forma, as
modalidades de tratamento ambulatorial, como afirmou a assertiva.
(A) CORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA
163
96 Quanto à organização do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul no que
se refere ao Procurador-Geral de Justiça, de acordo com a LC n o 72/94, informe se é
verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a
sequência correta.
( ) Ocorrendo a vacância do cargo de Procurador-Geral de Justiça, este será exercido,
inteirina e sucessivamente, pelo Procurador de Justiça mais antigo no cargo, pelo
Corregedor-Geral do Ministério Público e, na falta ou ausência destes, pelos
Procuradores-Gerais Adjuntos de Justiça.
( ) Nas hipóteses de impedimento ou suspeição na presidência do Conselho Superior do
Ministério Público, o Procurador-Geral de Justiça será substituído, de forma automática
e sucessiva, pelo membro do Conselho Superior mais antigo na instância ou pelo
Corregedor-Geral do Ministério Público e, na falta ou ausência destes, pelos
Procuradores Gerais Adjuntos de Justiça.
( ) Compete ao Procurador-Geral de Justiça prover os cargos de Procurador-Geral
Adjunto de Justiça, entre os membros do Ministério Público com mais de dez anos de
carreira e trinta e cinco anos de idade, preenchidos ao menos com um Procurador de
Justiça.
( ) Compete ao Procurador-Geral de Justiça promover o inquérito civil e a ação civil
pública para a defesa do patrimônio público e social, bem como da probidade e
legalidade administrativas, quando a responsabilidade for decorrente de ato praticado,
em razão de suas funções, por prefeito municipal.
(A) V – F – F – V.
(B) V – V – V – F.
(C) F – F – V – V.
(D) F – V – F – F.
(E) F – F – V – F.
RESPOSTA: C
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V** Art. 30. da LC 72/94 - Além das atribuições previstas nas Constituições Federal
e Estadual, na Lei Orgânica Nacional do Ministério Público e em outras leis,
compete ao Procurador-Geral de Justiça:
X - promover o inquérito civil e a ação civil pública* para a defesa do patrimônio
público e social, bem como da probidade e legalidade administrativas, 39 Lei
Orgânica do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul quando a
responsabilidade for decorrente de ato praticado, em razão de suas funções,
por: a) Secretário de Estado; b) Membro de Diretoria ou do Conselho de
Administração de entidade da Administração Indireta do Estado; c) Deputado
Estadual; d) Prefeito Municipal; e) Membro do Ministério Público; f) Membro
do Poder Judiciário.
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97 Analise as assertivas e assinale a alternativa correta. Compete ao Colégio de
Procuradores de Justiça do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, de
acordo com a LC no 72/94:
I. eleger o Corregedor-Geral e o Ouvidor do Ministério Público do MS;
II. determinar, por voto da maioria de seus integrantes, a remoção, a disponibilidade ou
a aposentadoria de membros do Ministério Público, por interesse público, assegurada
ampla defesa;
III. disciplinar, por resolução, o procedimento do inquérito civil;
IV. editar regulamento, estabelecendo as normas gerais do concurso de ingresso na
carreira, e eleger os membros da Comissão de Concurso.
(A) Apenas III e IV estão corretas.
(B) Apenas I, III e IV estão corretas.
(C) Apenas II e IV estão corretas.
(D) Apenas III está correta.
(E) Apenas I e II estão corretas.
RESPOSTA: D
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RESPOSTA: E
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(A) INCORRETA. Art. 27, I, ‘‘b’’ requisitar informações, exames periciais, certidões e
documentos de autoridades federais, estaduais e municipais, bem como dos órgãos e
entidades da administração direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das entidades (TAMBÉM
REQUISIÇÃO E NÃO SOLICITAÇÃO) sem fins lucrativos que recebam verbas públicas ou
incentivos fiscais ou creditícios;
(B) INCORRETA. Art. 27, III - REQUISITAR à autoridade competente a instauração de
sindicância ou procedimento administrativo cabível, podendo acompanhá-los e indicar
provas;
(C) INCORRETA. Art. 27, § 6º - O membro do Ministério Público PROMOVERÁ, SEMPRE
QUE POSSÍVEL, a solução consensual dos conflitos
(D) INCORRETA. No exercício de suas funções, o Ministério Público poderá expedir
notificações para colher depoimento ou esclarecimentos, requisitar informações,
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exames periciais e documentos de autoridades federais, estaduais e municipais, bem
como dos órgãos e entidades da administração direta, indireta ou fundacional, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Município
Não obstante, há exceções no art. 26, § 1o da LC do MPMS. Vejamos:
As notificações e requisições previstas neste artigo, quando tiverem como destinatários
o Governador do Estado, os membros do Poder Legislativo e os desembargadores,
serão encaminhadas pelo Procurador-Geral de Justiça.
Perceba, no entanto, que o Prefeito não se encontra elencado na referida exceção.
(E) CORRETA Art. 27. No exercício de suas funções, o Ministério Público poderá:
VII - sugerir ao Poder competente a edição de normas e a alteração da legislação em
vigor, bem como a adoção de medidas propostas, destinadas à prevenção e ao controle
da criminalidade, assim como ao aperfeiçoamento de serviços públicos e de políticas
públicas;
99 No que tange aos Órgãos Auxiliares do Ministério Público do Estado de Mato Grosso
do Sul, conforme disposto na Lei Complementar Estadual nº 72/94 (MPMS), assinale a
alternativa INCORRETA.
(A) As funções de Ouvidor e Ouvidor Substituto serão exercidas por membros em
atividade do Ministério Público que contem com mais de dez anos de carreira e trinta e
cinco anos de idade, mediante designação do Procurador-Geral de Justiça para mandato
de dois anos, sujeitando-se as designações a referendo do Colégio de Procuradores de
Justiça.
(B) A Escola Superior do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, vinculada
à Procuradoria-Geral de Justiça, será dirigida por um Diretor-Geral, Procurador de
Justiça ou Promotor de Justiça da mais elevada entrância, escolhido pelo Procurador-
Geral de Justiça, depois de ouvido o Conselho Superior do Ministério Público.
(C) A Escola Superior do Ministério Público contará com um Conselho Administrativo-
Consultivo, presidido pelo Diretor-Geral e integrado por, no mínimo, três membros do
Ministério Público, indicados pelo Procurador-Geral de Justiça.
(D) O Procurador-Geral de Justiça, ouvido o Colégio de Procuradores de Justiça, instituirá
os Centros de Apoio Operacional, dirigidos por coordenadores designados por aquele,
dentre os Procuradores e Promotores de Justiça da mais elevada entrância.
(E) A Comissão de Concurso será composta pelo Procurador-Geral de Justiça, que a
presidirá e, em número paritário, por Procuradores e Promotores de Justiça, com mais
de dez anos de carreira e trinta e cinco anos de idade, e respectivos suplentes, eleitos
pelo Conselho Superior do Ministério Público, por um representante e um suplente da
Magistratura do Estado de Mato Grosso do Sul e por um representante e um suplente
da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Mato Grosso do Sul, indicados pela
respectiva instituição, mediante solicitação do Procurador-Geral de Justiça, na forma a
ser estabelecida em regulamento.
RESPOSTA: D
(A) INCORRETA. Art. 37-B. As funções de Ouvidor e Ouvidor Substituto serão exercidas
por membros em atividade do Ministério Público que contem com mais de dez anos de
carreira e trinta e cinco anos de idade, mediante designação do Procurador-Geral de
Justiça para mandato de dois anos, sujeitando-se as designações a referendo do Colégio
de Procuradores de Justiça. (Incluído pela Lei Complementar no 281, de 17 de dezembro
de 2020)
(B) INCORRETA. Art. 41-A. A Escola Superior do Ministério Público do Estado de Mato
Grosso do Sul, vinculada à Procuradoria-Geral de Justiça, será dirigida por um Diretor-
Geral, Procurador de Justiça ou Promotor de Justiça da mais elevada entrância,
escolhido pelo Procurador-Geral de Justiça, depois de ouvido o Conselho Superior do
Ministério Público
(C) INCORRETA. Art. 41-A, § 1º - A Escola Superior do Ministério Público contará com
um Conselho Administrativo-Consultivo, presidido pelo Diretor-Geral e integrado por,
no mínimo, três membros do Ministério Público, indicados pelo Procurador-Geral de
Justiça.
(D) CORRETA.
Art. 37. Os Centros de Apoio Operacional - C.A.O. - são órgãos auxiliares da atividade
funcional do Ministério Público, competindo-lhes, na forma desta Lei Orgânica, entre
outras atribuições:
§ 1o O Procurador-Geral de Justiça, ouvido o Colégio de Procuradores de Justiça, instituirá os
Centros de Apoio Operacional, dirigidos por coordenadores designados por aquele, dentre os
PROCURADORES DE JUSTIÇA.
(E) INCORRETA. Art. 39. A Comissão de Concurso será composta pelo Procurador- Geral
de Justiça, que a presidirá e, em número paritário, por Procuradores e Promotores de
Justiça, com mais de dez anos de carreira e trinta e cinco anos de idade, e respectivos
suplentes, eleitos pelo Conselho Superior do Ministério Público, e por um representante
e um suplente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Mato Grosso do Sul, por
esta indicados, mediante solicitação do Procurador-Geral de Justiça, na forma a ser
estabelecida em regulamento próprio. (Redação dada pela Lei Complementar no 281,
de 17 de dezembro de 2020)
RESPOSTA: B
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I INCORRETA. Art. 177. O membro do Ministério Público está sujeito às seguintes
sanções disciplinares: I - advertência; II - censura; III - suspensão; IV - cassação
da disponibilidade remunerada; V - demissão.
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