Artigo Tais Ronaldo Davide
Artigo Tais Ronaldo Davide
Artigo Tais Ronaldo Davide
http://id.caicyt.gov.ar/ark:/s25251635/x5c1cj2jp
Davide Carbonai
https://orcid.org/0000-0002-2211-3749
Universidade Federal do Rio Grande do Sul/
Universidade Federal do Pampa, Brasil
davide.carbonai@ufrgs.br
*
Esta pesquisa é financiada com fundos da Chamada CNPq Nº 4/2021 - Bolsas de
Produtividade em Pesquisa - PQ
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/
Los autores conservan sus derechos
REVISTA LATINOAMERICANA DE ESTUDIOS RURALES 7 (13) 2022 ISSN 2525-1635
2
D. CARBONAI, R. CALVERO & T. CAMORETTO Sindicatos de trabalhadores rurais ...
INTRODUÇÃO
A reforma trabalhista do governo Temer –as leis 13.429/2017 e
13.467/2017– seguidas pela lei 13.874/2019 (a assim chamada lei da
“liberdade econômica”) e as medidas provisórias do governo
Bolsonaro (com destaque a MP 905/2019 e a MP 927/2020) tiveram
seus efeitos repercutidos no sistema brasileiro do direito do trabalho,
nas relações trabalhistas (convenções e acordos coletivos) e no próprio
meio sindical (Krein, 2018; Galvão, et al. 2019). Logo, a crise da
COVID-19 –os efeitos nas organizações– deve ser analisada junto às
reformas mais recentes em matéria de direito do trabalho. Como
levantado por uma recente pesquisa do Dieese (2020), durante a
pandemia da COVID-19, para proteger saúde e direitos dos
trabalhadores, as entidades sindicais laborais buscaram alternativas
também nas cláusulas contratuais (regras sanitárias nos locais de
trabalho, licenças remuneradas, férias individuais ou coletivas, entre
outras).
O sindicalismo rural tem suas próprias características (Picolotto,
2014); contudo, a Reforma trabalhista, antes, e a COVID-19, depois,
afetaram significativamente as relações trabalhistas e a organização
sindical no meio rural: a obrigatoriedade do imposto sindical, extinta
em 2017, assim como o fim da gratuidade da justiça do trabalho,
3
REVISTA LATINOAMERICANA DE ESTUDIOS RURALES 7 (13) 2022 ISSN 2525-1635
4
D. CARBONAI, R. CALVERO & T. CAMORETTO Sindicatos de trabalhadores rurais ...
NOTAS METODOLÓGICAS
O artigo apresenta os recentes resultados de uma pesquisa sobre
mudanças na atuação e gestão dos sindicatos de trabalhadores rurais
do Rio Grande do Sul, devido às reformas de trabalho introduzidas a
partir de 2017 e à crise da COVID-19. A pesquisa é o resultado de
um conjunto de entrevistas não-estruturadas ocorridas em duas
distintas épocas: o primeiro grupo de entrevistas (geralmente face-to-
face) ocorreu nos últimos meses de 2019, enquanto o segundo bloco
de entrevistas ocorreu em junho e julho 2020 (todas por telefone) e
focadas nos efeitos da COVID-19. No total, foram entrevistados
quinze dirigentes sindicais, na maioria presidentes de um Sindicato
de Trabalhadores Rural (STR) do Rio Grande do Sul, e alguns
trabalhadores assalariados.
O artigo responde a três perguntas: como os sindicatos organizam a
prestação de assistência médica ao assalariado rural no meio da crise
da COVID-19? Quais ações são desenvolvidas pelos sindicatos de
trabalhadores rurais? A negociação coletiva apresentou inovações
relevantes para contrastar o avanço da COVID-19? De qualquer
forma, a pesquisa tem um caráter exploratório, limitando-se ao
entendimento geral destas questões.
As entrevistas de 2019 foram geralmente filmadas; os vídeos podem
ser visualizados nesse canal YouTube: https://www.youtube.com/user/
davidecarbonai/ (as entrevistas são rotuladas pelo tag «rural
workers»). Os áudios das entrevistas de 2020 foram também
gravados; três entrevistas podem ser encontradas nesse podcast:
https://open.spotify.com/show/14Fqtgd2vP8y9PrHhyOcmA?
si=AjVCzeggRhS12eA_8JOsIQ. De fato, a pesquisa segue o intuito da
assim chamada public ethnography, como devidamente apresentado
por Vannini (2019): além da transcrição dos trechos mais relevantes,
há a possibilidade de assistir às entrevistas em vídeo ou escutar o
áudio e assim entender melhor o contexto social e o raciocínio do
entrevistado.
Além das entrevistas foram analisados alguns documentos (ata
congressuais, convenções coletivas de trabalho) disponibilizados pela
5
REVISTA LATINOAMERICANA DE ESTUDIOS RURALES 7 (13) 2022 ISSN 2525-1635
6
D. CARBONAI, R. CALVERO & T. CAMORETTO Sindicatos de trabalhadores rurais ...
7
REVISTA LATINOAMERICANA DE ESTUDIOS RURALES 7 (13) 2022 ISSN 2525-1635
8
D. CARBONAI, R. CALVERO & T. CAMORETTO Sindicatos de trabalhadores rurais ...
9
REVISTA LATINOAMERICANA DE ESTUDIOS RURALES 7 (13) 2022 ISSN 2525-1635
10
D. CARBONAI, R. CALVERO & T. CAMORETTO Sindicatos de trabalhadores rurais ...
11
REVISTA LATINOAMERICANA DE ESTUDIOS RURALES 7 (13) 2022 ISSN 2525-1635
12
D. CARBONAI, R. COLVERO & T. CAMORETTO Sindicatos de trabalhadores rurais ...
13
REVISTA LATINOAMERICANA DE ESTUDIOS RURALES 7 (13) 2022 ISSN 2525-1635
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a crise da COVID-19 a condição do assalariado não melhora:
ainda que haja um relativo aumento na base salarial, os entrevistados
levantam a questão da informalidade, os salários que permanecem de
qualquer forma baixos, e os riscos crescentes ligados à segurança do
trabalho. A COVID-19 afasta ainda mais a fazenda do alcance do
14
D. CARBONAI, R. COLVERO & T. CAMORETTO Sindicatos de trabalhadores rurais ...
REFERÊNCIAS
Brasil (2014). Nota Técnica n. 88. Em Brasil, Ministério do Trabalho e
Emprego. Manual de Procedimentos de Registro Sindical. Brasília, DF: MTE.
Dieese (2020). Acordos negociados pelas entidades sindicais para enfrentar a
pandemia do coronavírus - COVID 19. Estudos e Pesquisas, 91.
https://www.dieese.org.br/estudosepesquisas/2020/estPesq91AcordosCovid
.html.
15
REVISTA LATINOAMERICANA DE ESTUDIOS RURALES 7 (13) 2022 ISSN 2525-1635
16