Apostila 1 - Prof. Danilo - Inst. Água Fria
Apostila 1 - Prof. Danilo - Inst. Água Fria
Apostila 1 - Prof. Danilo - Inst. Água Fria
FACULDADE DE PIRACANJUBA
Os textos que seguem foram elaborados
com o intuito de auxiliar os alunos do curso
de engenharia civil da Faculdade de
Piracanjuba nos estudos da disciplina
Instalações Prediais Hidráulicas e
ministrada pelo prof. MSc. Danilo G.
Batista.
2024/1
O dimensionamento das instalações prediais de água fria envolve basicamente duas etapas:
Nos pontos de suprimento de reservatórios, a vazão de projeto pode ser determinada dividindo-se a
capacidade do reservatório pelo tempo de enchimento. No caso de edifícios com pequenos
reservatórios individualizados, como é o caso de residências unifamiliares, o tempo de enchimento
deve ser menor do que 1 h. No caso de grandes reservatórios, o tempo de enchimento pode ser de até
6 h, dependendo do tipo de edifício.
Obs. As tubulações devem ser dimensionadas de modo que a velocidade da água, em qualquer trecho de
tubulação, não atinja valores superiores a 3 m/s.
De acordo com a Norma NBR 5626, existe uma maneira para definir o tamanho certo dos
reservatórios Inferior e Superior.
Por exemplo: Vamos supor um prédio com reservatório superior de 10.000 litros, cuja classificação
da área de risco o enquadre com uma RT de 5 m³. Neste caso teríamos um reservatório superior de
15.000 litros.
Vamos acompanhar um exemplo para entender melhor esses cálculos. Qual a capacidade da caixa
d’água de uma residência que irá atender 6 pessoas?
De acordo com a tabela de estimativa de consumo predial diário, uma pessoa consome em média 150
litros de água por dia. Este dado pode ser obtido através da Tabela 1.
Lembrando que o reservatório deverá atender a casa por três dias, esse valor deverá ser multiplicado
por 3. Ou seja:
Observação: Para unidades habitacionais de baixo custo, recomenda-se o uso do bom senso nos
casos onde a capacidade calculada da caixa ultrapassar as condições financeiras do consumidor e
as condições técnicas da obra (estrutura, por exemplo), que devera resistir ao peso da caixa.
Lembre-se que 1000 litros = 1000 kg. Na situação do exemplo, como o calculo foi feito para três
dias e em eventuais faltas de abastecimento de água o consumidor já tem por hábito economizar
água, pode se decidir pelo uso de uma caixa de menor capacidade, que atenda o consumo de pelo
menos 1 dia, que neste exemplo é de 900 litros. Um reservatório de 1000 litros seria o suficiente.
Outra observação é que a NBR 5626 recomenda que no caso de residência de pequeno tamanho, que
a reserva mínima seja de 500L.
Com base no valor calculado de 2.700 litros, vamos dimensionar as capacidades dos reservatórios
inferior e superior.
Reservatório Inferior:
Para calcular o tamanho do reservatório inferior, devemos achar o valor correspondente a 3/5 (ou
60%) de 2.700 da seguinte forma:
Reservatório Superior:
Para a caixa d’água superior, o valor que devemos encontrar é de 2/5 (ou 40%) do consumo, ou seja,
2/5 de 2.700:
As primeiras informações necessárias para o correto dimensionamento das tubulações de água fria
são, a saber:
Esta quantidade de água está relacionada com um número chamado de “peso das peças de
utilização”. Esses pesos por sua vez, tem relação direta com os diâmetros mínimos necessários para o
funcionamento das peças. Portanto, para que possamos determinar os diâmetros dos barriletes,
colunas, ramais e sub-ramais, devemos utilizar os valores expressos na Tabela 3 extraída na norma
ABNT NBR 5626.
Tabela 3 - Pesos relativos nos pontos de utilização identificados em função do aparelho sanitário e da peça de
utilização
Resolução: O cálculo deve ser iniciado partindo do reservatório, ou seja, trechos AB e DE. Vamos
iniciar calculando o trecho AB e os ramais que o mesmo atende.
A vazão que passa por esse trecho é correspondente à soma dos pesos de todas as peças alimentadas
por esta tubulação; portanto, a vazão de água que passa pelo trecho AB (1° barrilete), corresponde ao
peso da válvula de descarga que atende o vaso sanitário. Olhando na Tabela 3, encontra-se o peso
relativo de 32.
Com esse valor, vamos procurar no ábaco luneta (extraído da TIGRE CONEXÕES) qual o diâmetro
indicado para o trecho AB, que neste caso corresponde a 40 mm para tubulação soldável ou 1. ¼”
para tubulação roscável.
- Cálculo do Trecho BC
A vazão de água que passa pelo trecho BC (coluna) é igual ao trecho AB, pois serve ao mesmo
aparelho: A válvula de descarga. Sendo assim, o trecho BC terá o mesmo valor de peso relativo que o
trecho AB, ou seja, Peso = 32.
Também nesse caso, verificando no ábaco luneta, concluímos que a tubulação em questão
corresponde a 40 mm para tubulação soldável ou 1. ¼” para tubulação roscável. Na prática, deve-se
observar que o diâmetro das válvulas de descarga nem sempre acompanham os diâmetros dos tubos,
a Tigre e a Amanco, por exemplo, disponibilizam adaptadores soldáveis curtos para transição.
Normalmente em residências são utilizadas válvulas de descargas de 1.1/2”. Dessa forma o tubo
soldável 40 mm do exemplo acima pode ser interligado na válvula através de um Adaptador Soldável
- Cálculo do Trecho DE
Para calcular o diâmetro necessário para a tubulação do trecho DE, ou seja, o ramal que abastecerá a
ducha higiênica, o lavatório, o chuveiro elétrico, a pia da cozinha (com torneira elétrica), tanque e a
torneira de jardim. Deve-se primeiramente somar os pesos dessas peças de utilização, obtidos através
da Tabela 3, como segue:
Com este valor, procura-se no ábaco luneta qual o diâmetro indicado para esse trecho de tubo.
O número 2 está entre 1,1 e 3,5. Portanto os diâmetros correspondentes são: 25 mm para tubulação
soldável ou ¾” para tubulação roscável.
A vazão de água que passa pelos trechos EF (coluna) e FG (ramal), é igual a soma dos pesos dos
aparelhos atendidos pelo trecho DE, ou seja, Trecho EF = Trecho FG = Trecho DE. Logo, pode-se
utilizar o mesmo raciocínio utilizado para o cálculo do trecho DE, onde a soma dos pesos é igual a
2,0 e o diâmetro correspondente é de 25 mm para tubulação soldável ou ¾” para tubulação roscável.
Os sub-ramais são os trechos de tubulação compreendidos entre o ramal é a peça de utilização. Para o
cálculo destes, analisa-se individualmente o peso de cada peça de utilização, verificando em seguida
qual será o diâmetro para cada uma no ábaco luneta:
PROF. MSc. DANILO G. BATISTA Página 11
• Ducha higiênica = 0,4
• Torneira de lavatório = 0.3
• Chuveiro elétrico = 0,1
• Pia(torneira elétrica) = 0,1
• Torneira de jardim = 0,4
Nota-se que todos estão compreendidos no trecho entre 0 e 1,1 no ábaco luneta. Concluímos então
que para esses sub ramais, o diâmetro das tubulações deve ser 20 mm ( para tubulação soldável) ou
1/2” (para tubulação roscável).
A perda de carga nas conexões que ligam os tubos, formando as tubulações, deve ser expressa em
termos de comprimentos equivalentes desses tubos. As tabelas 4 e 5 apresentam esses comprimentos
para os casos de Equivalência com tubos rugosos e tubos lisos, respectivamente. Quando for
impraticável prever os tipos e números de conexões a serem utilizadas, um procedimento alternativo
consiste em estimar uma porcentagem do comprimento real da tubulação como o comprimento
equivalente necessário para cobrir as perdas de carga em todas as conexões; essa porcentagem pode
variar de 10% a 40% do comprimento real, dependendo da complexidade de desenho da tubulação,
sendo que o valor efetivamente usado depende muito da experiência do projetista.
Para os cálculos aqui desenvolvidos, empregar a fórmula de Hazen Wiliams proposta pela NBR
13714.
Tabela 4 - Perda de carga em conexões - Comprimento equivalente para tubo rugoso (tubo de aço-carbono,
galvanizado ou não)
Para o cálculo da perda de carga em hidrômetros, pode ser estimada empregando-se a seguinte
equação:
Onde: