TCL Final
TCL Final
TCL Final
Este trabalho foi aprovado com _____ (_________) valores no dia _____de
__________ de 2017 por nós, membros do júri examinador da Faculdade
de Agricultura.
_____________________________________
(Supervisor)
_____________________________________
(Presidente do Júri)
______________________________________
(Oponente)
RESUMO
I
Fazer parte do sistema de concessão melhorou muito o rendimento dos
produtores de algodão do distrito de Monapo, uma vez que com a renda
que eles tem agora conseguem satisfazer necessidades básicas como
alimentação, habitação, acesso a educação, acesso a saúde, vestuário, entre
outras.
Palavras-Chave: ????
II
ABSTRACT
The Nampula province is the largest producer of this fiber, followed by the
Cabo Delgado and Sofala. At the province level, the Monapo district is a
regional reference in the cultivation of cotton. In this way, the present work
tries to evaluate the impact of the concession system model on the income
of the small cotton producer in Monapo district, Nampula province.
Being part of the concession system greatly improved the income of cotton
farmers in the Monapo district, since with the income they now can meet
basic needs such as food, housing, access to education, access to health,
and clothing, among others.
Keywords: ????
III
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, Francisco Tovela e Maria Tomás, que
sempre procuraram dar o melhor para que eu concluísse a minha formação
com êxito.
IV
AGRADECIMENTOS
Agradecer aos meus pais Francisco Tovela e Maria Tomás, aos meus
irmãos, Hortência Francisco, Teddy Simão e Sheryl Claúdia, ao meu tio
Vasco Mepula, por tudo quanto fizeram para que a minha formação se
solidifica-se.
V
A todos os meus colegas do curso, pelas contribuições que me foram dando
durante a formação, pelas dificuldades que juntos ultrapassamos, em
especial a Selma Vaz e ao Benildo Macaringue pelo companheirismo e
apoio incondicional durante a realização do trabalho.
VI
Índice
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO...................................................................1
1.1. Justificativa.......................................................................................4
1.2. Contextualização...............................................................................6
1.3. Problemática.....................................................................................8
1.4. Hipóteses........................................................................................10
1.5. Objectivos.......................................................................................11
1.5.1. Geral:........................................................................................11
1.5.2. Específicos:..............................................................................11
CAPÍTULO II. REVISAO BIBLIOGRAFICA..........................................12
2.1. Historial e evolução da cultura do algodão.....................................12
2.1.1. Evolução da produção do algodão............................................15
2.2. Produção da cultura do algodão......................................................17
2.2.1. Condições ecológicas...............................................................18
2.3. Cadeia de valor do algodão.............................................................40
CAPÍTULO III. METODOLOGIA.............................................................45
3.1. Descrição do local e do trabalho de campo....................................45
3.2. Método de amostragem e colecta de dados....................................48
3.3. Método de análise de dados............................................................50
CAPÍTULO IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES ………………………
51
4.1. Estatística descritiva dos produtores seleccionados do distrito de
Monapo....................................................................................................51
4.2. Papel das empresas concessionárias na cadeia de valores da cultura
do algodão................................................................................................56
4.3. Vantagens e desvantagens que o sistema de concessão traz para os
pequenos produtores de algodão..............................................................57
4.3.1. Vantagens.................................................................................57
4.3.2. Desvantagens............................................................................58
4.4. Rendimento antes da participação dos produtores no sistema de
concessão.................................................................................................60
VII
4.4.1. Análise cruzada entre produção total e rendimento do produtor
61
4.4.2. Análise cruzada entre quantidade vendida e rendimento do
produtor.................................................................................................61
4.4.3. Análise cruzada entre custos de produção e rendimento do
produtor.................................................................................................62
4.5. Rendimento depois da participação dos produtores no sistema de
concessão.................................................................................................63
4.5.1. Análise cruzada entre produção total e rendimento do produtor
64
4.5.2. Análise cruzada entre quantidade vendida e rendimento do
produtor.................................................................................................65
4.6. Comparação entre o rendimento antes e o rendimento depois da
participação dos produtores no sistema de concessão.............................66
4.7. DISCUSSÃO..................................................................................67
4.8. Síntese das relações cruzadas entre o rendimento antes e
rendimento depois com outras variáveis..................................................67
CAPÍTULO V. CONCLUSÕES E RECOMENDACÕES.........................68
5.1. Conclusões......................................................................................68
5.2. Recomendações..............................................................................70
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................71
ANEXOS.....................................................................................................74
VIII
Lista de Tabelas
IX
Tabela 14: Relação cruzada entre rendimento do produtor-1 e produção
total - 1........................................................................................................61
X
Lista de Figuras
XI
Lista de Abreviaturas
XII
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO
1
O algodoeiro é uma planta que se adapta bem a uma grande diversidade de
tipos de solos e climas. Não sendo uma cultura muito exigente, consegue
produzir satisfatoriamente do Norte ao Sul de Moçambique, desde que as
terras tenham razoável fertilidade e as chuvas sejam suficientes.
2
A agricultura é a actividade dominante no distrito e envolve quase todos os
agregados familiares, estes têm o algodão como a principal cultura de
rendimento da região e a produção do mesmo ocorre em regime de
sequeiro.
3
1.1. Justificativa
4
Cerca de 10 empresas concessionárias têm no algodão a sua actividade
central, caracterizando-se por investimentos em fábricas de
descaroçamento, facilidades de armazenamento, meios de transporte e
equipamento de produção agrícola. Cada empresa algodoeira representa um
investimento de não menos de 1.500.000 USD (IAM, 2009).
5
1.2. Contextualização
Após a Independência, num período inicial, até meados dos anos 80,
predominou um paradigma estatizante e de economia centralizada, em que
as machambas dos colonos e a grande maioria das concessionárias, no caso
do algodão, foram transformadas em machambas estatais e foram
promovidos mecanismos de produção colectiva, como cooperativas, em
6
que os camponeses eram apenas executores dos planos e metas fixadas
centralmente.
7
1.3. Problemática
8
Os produtores incorrem em perdas, por o custo de produção não ser
compensado pelo que recebem da venda dessa produção. E o poder de
monopólio (um único comprador) pode resultar na redução dos preços
pagos aos agricultores pelo seu algodão e consequentemente na redução do
rendimento dos mesmos.
9
1.4. Hipóteses
10
1.5. Objectivos
1.5.1. Geral:
1.5.2. Específicos:
11
CAPÍTULO II.REVISAO BIBLIOGRAFICA
12
Dentre os principais usos da fibra do algodão, incluem-se móveis,
aplicações médicas, na indústria automobilística e em várias outras
indústrias. No entanto, o principal consumo é para fiação destinada á
indústria têxtil, que absorve 60% da produção mundial de fibra de algodão
(UNCTAD, 2005).
O algodão em Moçambique foi insignificante até aos anos 20. Foi depois
que o Governo português se ter inspirado na experiência belga do ``sistema
de zoneamento´´ assegurando o direito de exclusividade na compra de
algodão caroço que a produção cresceu, acompanhada pela implementação
de uma lei que, literalmente, forçava os produtores a cultivarem algodão
(ISAACMAN e CHILUNDO, 1995).
13
país. Dedicavam-se a esta cultura 376.007 produtores, ou seja, 24,8% dos
agricultores existentes (CARVALHO, 1996).
14
machambas dos colonatos ou pelo seu cultivo forçado nas machambas
camponesas.
15
Após a independência, verificou-se decréscimos
Fase de significativos da produção do algodão, como resultado do
abandono dos 1974-1979 abandono de muitos centros produtivos de algodão e da fuga
centros de técnicos. Neste contexto, foi criada a Secretaria do Estado
produtivos (SEA), com objectivo de dinamizar o subsector.
Este foi o período considerado mais crítico para este
Período de subsector. Tendo registado a produção mínima de 5000
deterioração das toneladas, devido, principalmente, à guerra civil e às secas
condições de 1979-1989 severas e consecutivas registadas ao longo deste período.
produção
16
2.2. Produção da cultura do algodão
17
exigências e ao grau de preferência dos potenciais compradores
(ALBERTO, 2012).
Solos
18
cultivo intensivo das terras, sem adequados planos de rotação de culturas
(CARVALHO, 1980).
Clima
19
das plantas, e, consequentemente, a produção, serão prejudicadas
(CARVALHO, 1980).
Preparação da terra
Lavoura
20
terras devem estar a ser gradadas, para se iniciar as sementeiras. Lavouras
tardias representam sementeiras tardias, o que tem sérios inconvenientes.
i) Profundidade de lavoura
ii) Gradagem
Nas terras leves e soltas, uma única passagem de grade de discos nos
campos já lavrados, é preparação suficiente para a sementeira. Os solos
argilosos requerem, normalmente, duas gradagens para desfazerem
convenientemente os torrões deixados pela lavoura e alisarem o terreno.
21
Nestas terras pesadas torna-se, por vezes, necessário completar a
preparação da terra, com uma passagem de grade de dentes a quebrar os
torrões menores, deixados pela de discos.
Com a gradagem destrói-se grande parte das ervas daninhas que, com as
primeiras chuvas, nasceram no campo. Convém que a sementeira se siga
imediatamente à última gradagem, para que os capins não tenham uma
maior oportunidade de desenvolvimento do que a própria cultura.
Épocas
Isto quer dizer que, se a sementeira de Dezembro desse 1000 Kg/ha, a feita
um mês depois só daria 500 Kg/ha.
Quantidade de sementes
Tratos culturais
24
com resistência a herbicidas deve modificar de forma significativa o
processo produtivo do algodão. A altura das plantas deve ser monitorada e
controlada, se necessário, com aplicação de reguladores de crescimento
para que não ultrapasse, no estágio final, 1,5 vezes o espaçamento entre as
linhas (BELTRÃO et al., 1999).
Pragas e doenças
i) Pragas
25
Métodos de controlo: Controlo biológico inclui algumas vespas
parasíticas como o Trichogramma mandelai (parasita de ovos), Carcelia
evolans, Eurytoma braconidis (parasita de larvas e pupas) e Mallada
boninensis (predador). O uso de Bacillus thuringiensis (Bt) também revelou
ser efectivo (MATTHEWS, 1989).
Nas Folhas:
26
inferior dando-lhes um aspecto de concha, por fim as folhas morrem
(ALMEIDA, A. e ALMEIDA, F., 1967).
27
Afídeo (piolho): são insectos sugadores que ocorrem em grandes colónias
na superfície inferior das folhas. O dano é causado através da injecção de
toxinas salivares que conduzem ao atrofiamento das folhas, particularmente
nos estágios mais jovens da fase vegetativa (SIDUMO, 2006).
28
Métodos de controlo: Controlo químico, predominantemente utilizado,
porém com eficiência limitada (MATTHEWS, 1989).
Nas plântulas:
No caule:
Helopelte: esta praga pica o caule dos algodoeiros, ainda tenros, e introduz
toxinas na planta, a qual reage pela formação de cancros que deformam o
29
caule, provocando também o encurtamento dos entrenós (ALMEIDA, A. e
ALMEIDA, F., 1967).
ii) Doenças
30
externamente) podendo causar tombamento em pré e em pós
emergência (GRUPO POOL, 2013).
Doenças nutricionais
Natureza do solo;
Terras cansadas;
Monocultivo do algodão;
Lavagem dos solos pelas chuvas;
Adubações impróprias.
Deficiência de Azoto
31
Clorose uniforme, acentuando-se gradualmente nas folhas mais velhas, as
quais na região do ângulo do lóbulo, passam a exibir manchas, inicialmente
avermelhadas e, a seguir pardacentas, secam e caem prematuramente.
Plantas de porte baixo, pouco enfolhadas, improdutivas.
Deficiência de Fósforo
Deficiência de Potássio
Deficiência de Enxofre
32
Clorose forte das folhas do broto terminal, progredindo rapidamente para as
folhas mais velhas inferiores e caracterizada por uma coloração verde-
limão típica. Limbo foliar brilhante, na fase inicial desta clorose.
Deficiência de Zinco
Deficiência de Ferro
Deficiência de Boro
Deficiência de Magnésio
Necessidade de rega
O algodoeiro requer entre 600 a 700 milímetros de água para o seu normal
desenvolvimento, mas mais importante que o total de água recebida pela
cultura é a sua distribuição durante as fases de crescimento da planta e o
quantitativo que lhe é dado de cada vez. Um ano chuvoso pode requerer um
maior número de regas do que outro considerado de baixa pluviosidade, se
as chuvas, apesar de abundantes, forem intervaladas por períodos longos de
seca (ALMEIDA, A. e ALMEIDA, F., 1967).
i) Oportunidade da rega
34
pode dispensar-se, uma vez que as primeiras chuvas são geralmente
abundantes. Como, porém, é economicamente vantajoso, mesmo nestas
regiões, fazer as sementeiras antes do início das chuvas, os agricultores que
dispõe de regadio, recorrem à rega para anteciparem a data das sementeiras.
Nas regiões secas, em que não se pode contar com as chuvas que venham a
cair após a sementeira, esta primeira rega deve ser abundante, de forma a
constituir uma reserva de humidade na zona em que virão a desenvolver-se
as raízes das plantas. Normalmente o campo não voltará a ser regado tão
cedo e as raízes dos algodoeiros, não encontrado humidade à superfície, são
solicitadas pela água armazenada nas camadas mais profundas, forçando o
seu desenvolvimento em forçando o seu desenvolvimento em
profundidade, como é de desejar. Para se conseguir este objectivo são
necessárias regas de 70 a 100 milímetros (ALMEIDA, A. e ALMEIDA, F.,
1967).
35
Imediatamente após a gradagem procede-se à sementeira, podendo,
inclusivamente, realizar-se simultaneamente as duas operações, acoplando
o semeador à grade.
36
Durante a floração e a formação das cápsulas, o algodoeiro é muito
exigente em água, respondendo à secura com a queda exagerada de flores e
frutos em formação, o que se faz ressentir desfavorávelmente na produção.
Para assegurar o bom rendimento da cultura, torna-se indispensável que,
durante esse período, não falte água às plantas, fornecida quer sob a forma
de chuva quer de rega (ALMEIDA, A. e ALMEIDA, F., 1967).
37
vão bem nestes terrenos e é preferível mantê-los em cultura durante um
ano, antes de lhes meter o algodão (ALMEIDA, A. e ALMEIDA, F., 1967).
Pelo contrário, nas terras de baixa fertilidade e nas arenosas, obtêm-se boas
produções quando o algodão se segue imediatamente à arroteia. Também
nas terras cansadas, mesmo de textura pesada, o algodão produz melhor
quando cultivado logo após o pousio do que se for intercalada uma cultura
entre pousio e o algodão (ALMEIDA, A. e ALMEIDA, F., 1967).
38
Montepuez e Balama
(Cabo Delgado)/ Maúa
Região Chimoio (Niassa)/ Lioma Cuamba Cabo Delgado e
Ano (Manica) (Zambézia) (Niassa) Nampula
1o ano Sideração Sideração Sideração Sideração
2o ano Milho Milho Mapira Mapira
3o ano Feijão Algodão Algodão Amendoim
4o ano Algodão Girassol Girassol Algodão
Fonte: (PSEA, 1978)
Fertilizantes químicos
39
Superfosfato de cálcio a 18% 100-500
Sulfato de potássio a 48% 50-150
Adubos compostos
8 : 16 :8 350-550
10 : 10 : 10 350-550
12 : 12 : 17 : 2% Mg 310-580
13 : 13 : 20 300-500
15 : 15 : 15 250-400
15 : 15 : 6 : 4% Mg 250-400
15 : 30 : 15 150-350
20 : 20 : 20 200-350
Fonte: (CARVALHO, 1980)
i) Fertilizantes orgânicos
40
A competitividade do sector privado depende de quão bem o mercado está
organizado e de como se maximiza a produtividade em toda a cadeia da
actividade, a partir das entradas de matérias-primas para comercialização
de bens finais (GDS, 2005). Este autor ainda refere que a análise da cadeia
de valor pretende atingir os seguintes objectivos:
Pequenos Produtores
agricultores privados
41
Contrato de
descaroçamento e
comercialização
42
tecelagem; e (5) confecção de roupa (SANTOS, 2012 apud BRUNA,
2014).
Exportação da
fibra
43
Para além da fibra, é retirada a semente que posteriormente é vendida para
os processadores da mesma, para a produção de óleo e bagaço que, por sua
vez, em termos gerais, são vendidos no mercado interno (BRUNA, 2014).
A cadeia de valor do algodão foi ainda mais prejudicada pelo colapso das
indústrias de fiação, tecelagem e vestuário nos anos 1990 e início de 2000,
em grande parte devido ao inadequado capital e inadequadas habilidades
técnicas e gerenciais (ARLINDO e KEYSER 2007 apud BRUNA, 2014).
44
ausência de serviços públicos de apoio a este subsector, tendo como
consequência o aumento dos custos operacionais (GDS, 2005).
a) Descrição do local
45
Figura 3. Mapa de localização do distrito de Monapo
46
O distrito tem um grande potencial para a cultura do algodão, sendo o
primeiro produtor na província. Contudo, nos últimos anos, a produção do
algodão tem vindo a baixar devido à baixa de preços ditada pelo mercado
internacional. No entanto, porque neste momento o preço tem tendência a
subir, o Governo tem vindo a incentivar as populações a continuarem a
produzir esta cultura de rendimento familiar.
b) Trabalho de campo
47
Deste modo, primeiramente o pesquisador pediu apoio ao FONPA (Fórum
Nacional de Produtores de Algodão) e ao IAM (Instituto de Algodão de
Moçambique) no que concerne ao fornecimento de contactos que pudessem
facilitar o trabalho de campo naquele distrito. Uma vez dado este apoio,
após a chegada do pesquisador na sua área de estudo, este foi encaminhado
a empresa SANAM que se situa no distrito de Meconta para que pudesse se
apresentar e explicar a estes o objectivo do estudo, a importância do mesmo
para os produtores do distrito de Monapo, aproveitando pedir a empresa,
assistência necessária para que o estudo se realizasse sem muitas
dificuldades.
48
escolhidos de forma aleatória, simplesmente pelo facto destes serem mais
acessíveis.
49
os sexos, na sua maioria homens para o presente trabalho.
b) Fonte de informação
c) Tipo de pesquisa
Diante do que foi exposto neste trabalho, optou-se por realizar uma
pesquisa de campo do tipo mista onde fez-se uma combinação dos métodos
qualitativos e quantitativos para recolher mais informações do que se
poderia conseguir isoladamente.
50
estatística descritiva, auxiliou tanto nas comparações dos rendimentos dos
produtores antes da participação no sistema de concessão e o rendimento
proveniente da participação dos produtores no mesmo, assim como na
percepção dos agricultores sobre o impacto que o sistema de concessão traz
no rendimento destes.
51
4.1. Estatística descritiva dos produtores seleccionados do distrito
de Monapo
Género do produtor
Idade do produtor
52
Total 35 100
Fonte: Trabalho de Campo
Nível de escolaridade
Agregado familiar
53
De 9 á 11 5 14.3
Total 35 100
Fonte: Trabalho de Campo
Estado civil
54
De 0.5 á 1.5 18 51.4
De 1.6 á 3.5 11 31.4
De 3.6 á 5 6 17.1
Total 35 100
Fonte: Trabalho de Campo
Culturas produzidas
55
Quanto as culturas produzidas pelos produtores do distrito de Monapo
verifica-se que a maior parte dos produtores inquiridos, produzem algodão,
feijão nhemba, mandioca, milho e mapira, representando 34.3% dos
produtores e somente um produtor (2.9%), produz apenas algodão. A
maioria das culturas são produzidas para o auto-consumo, sendo o algodão
a maior fonte de renda dos produtores do distrito de Monapo.
Dificuldades enfrentadas
56
4.2. Papel das empresas concessionárias na cadeia de valores da
cultura do algodão
57
trabalho digno; não uso do trabalho infantil; treinamento em agricultura de
conservação, para melhorar a estrutura do solo, a retenção da água.
4.3.1. Vantagens
58
Mercado seguro, uma vez que a empresa garante a compra da
totalidade da produção de algodão obtida pelos produtores da sua
área de fomento.
Na época chuvosa, a empresa ajuda aos produtores com bens como
sabão e alimentos;
Treinamento e capacitações sobre como produzir o algodão, desde a
conservação da semente até a colheita;
Treinamento e capacitações sobre técnicas de combate á pragas e
doenças;
Monitoria dos campos por parte dos técnicos da empresa;
Transporte para o escoamento do algodão garantido;
4.3.2. Desvantagens
59
Falta de maquinarias para a preparação da terra em algumas
localidades;
Atraso na disponibilização de maquinarias para se fazer a lavoura
para a preparação da terra, normalmente os produtores fazem as
lavouras no mês de Outubro, mas a empresa traz os tractores no mês
de Janeiro;
Falta de qualidade e insuficiência dos produtos químicos;
Atraso na entrega dos sacos para colocar o algodão depois da
colheita, demora na compra do produto também por parte da empresa
e os produtores são obrigados a dormir nos pontos de venda para
controlarem os sacos para que não sejam roubados;
Falta de informação sobre o preço dos produtos químicos e outros
insumos;
Falta de técnicos em algumas localidades;
Os produtores reclamam por não terem poder de negociação do
preço do algodão;
Atraso na entrega dos produtos químicos por parte dos técnicos e
quando trazem por vezes já é tarde e a produção já foi prejudicada;
Falta de equipamentos necessários para a pulverização das plantas;
60
4.4. Rendimento antes da participação dos produtores no sistema
de concessão
17
Número de entrevistados
12
3
2
1
De 400 a 3200 De 3201 a 6250 De 6251 a 12500 De 12501 a 16000 De 16001 a 21000
Rendimento do Produtor - 1
61
que no menor rendimento encontra-se a maior percentagem dos produtores
e o no maior apenas um.
62
(46%) cujo rendimento encontra-se no intervalo de 3201 á 6250, venderam
de 0.9 á 2 Ton de algodão e somente um produtor cujo rendimento varia
entre 16001 á 21000 Mt, vendeu de 5 á 10 Ton de algodão.
63
Tabela 16: Relação cruzada entre rendimento do produtor - 1 e os custos
de produção - 1
Rendimento do Produtor – 1
400-3200 3201-6250 6251-12500 12501-16000 16001-21000 Total
Custos de N. de N. de N. de N. de N. de N. de
produção-1 entrev % entrev % entrev % entrev % entrev % entrev %
De 70 a 85 8 62% 4 29% 0 0% 0 0% 1 8% 13 37%
De 86 a 150 5 56% 4 46% 0 0% 0 0% 0 0% 9 26%
De 151 a 1100 3 30% 4 25% 3 30% 0 0% 0 0% 10 29%
De 1101 a 3000 1 33% 0 0% 0 0% 2 67% 0 0% 3 9%
Total 17 49% 12 50% 3 9% 2 6% 1 3% 35 100%
Fonte: Trabalho de Campo
13
5 5
3
Rendimento do produtor - 2
64
Fonte: Trabalho de Campo
Rendimento do Produtor – 2
Quantidad 600-6407.5 6407.6-17500 17501-26200 26201-33000 33001-68300 Total
e vendida-2 N. de N. de N. de N. de N. de N. de
% % % % % %
entrev. entrev. entrev. entrev. entrev. entrev.
De 0.1 a 1.2 13 48% 9 29% 3 11% 2 7% 0 0% 27 77%
De 1.3 a 2 0 0% 0 46% 1 33% 1 33% 1 33% 3 9%
100
De 2.1 a 2.5 0 0% 0 25% 0 0% 0 0% 2 2 6%
%
De 2.6 a 3 0 0% 0 0% 1 33% 0 0% 2 67% 3 9%
Total 13 37% 9 50% 5 14% 3 9% 5 14% 35 100%
Fonte: Trabalho de Campo
66
4.6. Comparação entre o rendimento antes e o rendimento depois
da participação dos produtores no sistema de concessão
67
Rendimento do Número de entrevistados Rendimento do
Produtor - 1 Antes Depois Produtor - 2
De 400 a 3200 17 13 De 600 a 6407.5
De 3201 a 6250 12 9 De 6407.6 a 17500
De 6251 a 12500 3 5 De 17501 a 26200
De 12501 a 16000 2 3 De 26201 a 33000
De 16001 a 21000 1 5 De 33001 a 68300
Fonte: Trabalho de Campo
4.7. DISCUSSÃO
68
4.8. Síntese das relações cruzadas entre o rendimento antes e
rendimento depois com outras variáveis
5.1. Conclusões
69
e assistência técnica a pequenos produtores, em contrapartida os
agricultores devem vender toda a sua produção para a empresa e de
devolver o empréstimo que lhes foi dado.
Deste modo, aceita-se a hipótese nula que diz que o sistema de concessão
tem um impacto positivo naquele que é o rendimento dos produtores do
distrito de Monapo.
70
5.2. Recomendações
71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBERTO, António. (2012). Fibra Moçambicana preferida no
estrangeiro.
ALMEIDA, A. Antunes de; ALMEIDA, F. Sousa de. (1967).
Manual do Algodoeiro. Maputo: Tip. Académica, Lda.
ARLINDO, Pedro e KEYSER, John C. (2007). Competitive
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BELTRÃO, N. E. de M. (Org.). (1999). O agronegócio do algodão
no Brasil. Brasília: Embrapa – CTT/EMBRAPA-CNPA.. v. 2, 551p.
BRAVO, Nelson Saraiva. (1963). A Cultura Algodoeira na
Economia do Norte de Moçambique. Lisboa: Junta de Investigações
do Ultramar.
BRUNA, Natacha. (2014). Competitividade do algodão em
Moçambique. Maputo.
CARVALHO, Pedro. (1980). Manual da cultura do
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ANEXOS
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