ARVORISMO
ARVORISMO
ARVORISMO
ARVORISMO
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Eduardo Coelho
Gelderson Pinheiro
Israel Waligora FOTOS | ILUSTRAÇÕES
Patrick Muller
Diretoria Alex Ribondi
Alvaro Barros
Anderson Florêncio
Eduardo Cunha
Manual de boas práticas de arvorismo / ABETA e Felipe Aragão Jr.
M294 Ministério do Turismo. – Belo Horizonte: Ed.
Ion David
dos autores, 2009.
48 p. (Série Aventura Segura) Ju de Francisco
Marcelo Skaf
ISBN: 978-85-62714-03-0
Pian Castelli
1. Turismo de aventura. 2. Arvorismo. I. Associação Rafael Marques
Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Tadeu Fessel
Aventura. II. Ministério do Turismo.
CDD: 338.4791
CDU: 380.8
Bibliotecária responsável: Maria Aparecida Costa Duarte CRB/6 – 1047
9
em 13/Ago/2007
Publicada em 31/Out/2005
relativos à segurança para o treinamento de mergulhadores autônomos – Parte 2: Nível
2 – Mergulhador autônomo – Publicada em 28/Jan/2008
clientes – Publicada em 31/Out/2005
– Competências de pessoal – Publicada em 25/Set/2006 de serviços de mergulho autônomo recreativo – Publicada em 28/Jan/2008
“Os documentos de referência para este manual são dois projetos de norma técnica
– Competências de pessoal – Publicada em 11/Dez/2006
ABNT. O 2º Projeto 54:003.11-001/1 – Turismo de aventura – Parques de arvorismo
– Parte 1: Requisitos das Instalações Físicas e o Projeto 54:003.11-001/2 – Turismo de
ou bugues – Requisitos para produto – Publicada em 29/Dez/2006 aventura – Parques de arvorismo – Parte 2: Requisitos para produto.
Este manual não substitui o conteúdo do documento e, sim, serve para complementar
suas informações. Em muitos casos, faz referências e chama a atenção para a leitura
mais atenciosa das normas.”
para produto – Publicada em 16/Jun/2008
em 09/Jun/2008
Publicada em 09/Jun/2008
MANUAL DE BOAS PRÁ TICAS ARVORISMO 17
de pinheiros da região dos Alpes ou em postes com estruturas itinerantes colocados nos A exemplo da França, em 2008, o Brasil, através da Associação Brasileira de Normas
bairros da cidade de Paris. Técnicas ABNT, aprovou 2 normas para regular as instalações físicas (projeto
54:003.11.001/1) e a operação (projeto 54:003.11.001/2) de parques de arvorismo.
A tradição da via ferrata, concebida na Itália, ajudou muito o desenvolvimento rápido
dessa atividade, uma vez que os sistemas e equipamentos de segurança utilizados em
ambas as modalidades são muito similares. Outro dado importante na evolução dos
percursos de arvorismo na França é o fato de lá existir uma tradição forte de atividades
verticais. Com a rápida proliferação de centenas de parques de arvorismo, a França se
viu obrigada a elaborar uma norma técnica para a construção desse tipo de estrutura.
Os percursos de arvorismo brasileiros possuem muitas características dos percursos
franceses. Foi provavelmente o parcours d´aventure a maior inspiração para os
percursos nacionais, aqui chamados de percursos de arvorismo acrobáticos. Entre os
principais expoentes do início da atividade de arvorismo como Turismo de Aventura
no Brasil está o conteudista deste Manual – Jean-Claude Razel.
com quem cam) as instalações xas necessárias para a operação, pagas e instaladas pelo arrendador
Idealmente o dono do terreno deve participar do investimento construindo as instalações que
não sejam especi camente de aventura (banheiros, lanchonete). Isso mostra sua implicação no
desenvolvimento do local.
MANUAL DE BOAS PRÁ TICAS ARVORISMO 23
Arrendamento: R$5,00 por participante X 400 = R$2.000,00 por mês Fala-se de resgate em percurso de arvorismo quando um participante
precisa de auxílio para voltar ao chão. Isto pode acontecer se a pessoa
Escritório: R$1.000,00 por mês perdeu consciência, machucou-se ou se a pessoa desistiu da atividade,
sendo esta terceira opção a de maior probabilidade.
TOTAL CAD: R$5.416,00 por mês
A técnica de resgate usada deve ser simples e praticada com um kit
básico composto de corda, fita, mosquetão, descensor. Por ser praticada
Manutenção: R$250,00 por mês
por qualquer condutor, ela deve ser padronizada e treinada.
Marketing: 2,5% do faturamento: R$500,00 por mês
Comunicação
O aspecto comunicativo é fundamental no trabalho de um condutor de arvorismo.
Impostos: 8% do faturamento: R$1.600,00
Passar instruções com clareza e incentivar os praticantes é uma prática diária (ver
5.1). O condutor deve saber dosar os momentos de seriedade (qualquer informação
TOTAL CUSTOS: R$14.766,00 ligada à segurança) e de descontração,
afinal os praticantes estão num momento
precioso de lazer em família ou com amigos
MARGEM: R$5.234,00
e a atividade deve ser alegre!
Para um investimento de R$80.000,00 (16 a 18 atividades), o retorno A capacidade de trabalhar em equipe também
sobre investimento é de 15 meses. é essencial, porque as tarefas estão sempre
Reparar que o COP é o único item de custo em que a variação pode divididas entre os condutores do percurso.
ser importante. O plano de negócio inicial depende da capacidade
do gestor em manter rigorosamente as suas metas de COP. O condutor deve dominar totalmente os
procedimentos da empresa relativos à operação,
principalmente os do Sistema de Gestão
da Segurança e de resgate onde o quesito
comunicação (verbal e escrito) é essencial.
MANUAL DE BOAS PRÁ TICAS ARVORISMO 29
Já os seguros patrimoniais protegem o patrimônio da empresa e dos empreendedores. 5. Estar ciente de que a operadora tem o direito de cancelar e/ou modi car a atividade
a qualquer momento sem aviso prévio, por motivos meteorológicos e de segurança.
É importante, contudo, lembrar que o seguro serve como uma medida de segurança ao
Nestes casos, a decisão cabe ao condutor da atividade.
empreendedor, mas não deve ser classificado como a melhor forma de resolver uma
problemática, pois o fato de manter um seguro não evita que o incidente aconteça. É
necessário que o seguro seja complementado com outras medidas, como treinamento
de guias, manutenção de equipamentos, aplicação da norma de gestão de segurança,
dentre outras.
É indispensável que o empreendedor mantenha junto ao seu plano de emergência
os procedimentos de acionamento do seguro. Também é recomendável que o
empreendedor tenha uma cópia da apólice de seguro, disponível em papel ou no site,
para consulta dos clientes.
Fundamental é repassar para a seguradora os dados dos indivíduos segurados antes do
início da atividade. Existe histórico no Brasil de listas de segurados, passadas no mesmo
horário do acidente, gerando uma grande di culdade para conseguir reembolso da
seguradora. Esse procedimento de envio de listas de segurados deve ser muito bem de nido
e documentado. Por ser um item que raramente se usa (e com a adoção de práticas mais
seguras, espera-se que se precise usar menos ainda), o acionamento das coberturas de
seguros pessoais acaba sendo um procedimento que gera dúvida.
Atenção! Sempre veri que junto ao corretor a cobertura dos seguros que você contrata.
A arrasadora maioria de seguros de viagem oferecidos no Brasil, não cobre atividades de
aventura. E nem todos os agentes de seguro dominam esse produto. Exija documentos
que comprovem a cobertura. Também é importante saber que existem seguros especí cos,
que cobrem a atividade de aventura em si, mas não quaisquer acidentes ocorridos durante
o resto do dia (no restaurante ou no transporte, por exemplo). Tenha consciência disso,
para já antecipadamente deixar isso claro ao cliente, ou até mesmo oferecer um seguro
complementar para o restante do dia.
Em todos os casos, é importante ter o auxílio de um corretor que tenha experiência no
segmento do Turismo de Aventura.
Esta declaração deve estar assinada pelo praticante ANTES da atividade e ele deve
con rmar:
1. Saber dos riscos decorrentes da prática da atividade.
2. Gozar de boa saúde e informar, por escrito, qualquer condição médica adversa, diferente
da normalidade, bem como doenças pré-existentes e/ou uso de medicamentos.
3. Ter todas as dúvidas sobre riscos, procedimentos e segurança esclarecidas.
4. Ter ciência de que qualquer ato, contrário às informações recebidas e orientações
da equipe de operação, pode causar danos à integridade física do praticante e a de
outras pessoas.
MANUAL DE BOAS PRÁ TICAS ARVORISMO 33
EMPRESA:
________________________________________pessoa jurídica de direito privado,
e Termo de Conhecimento de Risco com inscrição no CNPJ sob o nº. (xxx) e endereço (xxx);
NOME:__________________________________________________ ________ - Ter sido informado de que a atividade oferece/não oferece seguro de acidentes pessoais.
- Ter sido informado dos riscos que as atividades de ____________________ oferecem.
NASCIMENTO: _____/_____/________ - Gozar de boa saúde e ter informado, por escrito, qualquer condição médica que possua, diferente
da normalidade, bem como doenças pré-existentes e/ou uso de medicamentos.
ENDEREÇO:______________________________________________________ - Ter realizado o treinamento prévio para a atividade ___________________ e que durante este
treino tive todas as minhas dúvidas esclarecidas.
- Entender e aceitar os riscos mencionados.
CIDADE:____________________UF______PAÍS:_________________________
- Ter ciência de que qualquer ato meu, contrário às informações recebidas e orientações da equipe
da CONTRATADA, podem causar danos à minha integridade física, ao meio ambiente e a terceiros,
TEL.CELULAR: ____________ TEL. FIXO: ______________________ ________ os quais assumo integralmente.
ALGUMA RESTRIÇÃO À ALIMENTAÇÃO? ______________________________ - Você deve fazer uma alimentação leve. A contratação aqui feita não oferece alimentação, então
seja precavido, alimente-se com antecedência e leve lanche caso pretenda fazer alguma refeição no
local do evento.
ALGUM MEDICAMENTO CONTROLADO OU DE USO CONTÍNUO? __________ - Para a boa realização da atividade, você deverá estar usando roupas________ (Detalhar as
roupas adequadas e equipamentos individuais que devam ser levados pelos turistas, bem como
1. NOME E TELEFONE PARA CONTATO COM AMIGO OU PARENTE, CASO SEJA quaisquer outras informações relevantes quanto à vestimenta do turista).
- Lançar neste campo quaisquer outras informações importantes no que se refere à segurança, ao
NECESSÁRIO: ___________________________________________________ horário de início e término das atividades.
Local e data
Tel.: _________________________________________________ _____ ___ ___
Cliente: _________________________________________________
PRODUTO TURÍSTICO ADQUIRIDO:___________________________________ Empresa: ________________________________________________
MANUAL DE BOAS PRÁ TICAS ARVORISMO 35
Na concepção do percurso, é muito aconselhado incluir no projeto 4 ou Para praticar arvorismo, os clientes devem ser informados que vão evoluir em
até 5 sessões. O investimento inicial deve ser feito somente das 2 ou 3 ambiente vertical, que envolve uso individual de equipamentos de segurança. Essa
primeiras sessões. Após o lançamento, que requer investimento forte de autonomia, pouco comum em Turismo de Aventura, é um dos aspectos positivos da
marketing e graças ao aprendizado dos primeiros tempos de operação, atividade: o praticante se torna o verdadeiro ator da sua aventura e não fica apenas
investir gradativamente nas outras sessões. Isso também permite conduzido como em muitas outras atividades.
fidelizar clientes que podem voltar para conhecer as novidades.
Essa autonomia é maior em percursos com linha de vida descontinua (ou seja,
na grande maioria dos percursos) com a técnica do autoseguro duplo usada pelo
praticantes. A autonomia diminui bastante no caso de linha de vida continua.
A altura do praticante é um aspecto
importante da operação. Geralmente
os percursos estão abertos para pessoas
Num efeito de moda, muito locais iniciaram seu uxo turístico com arvorismo. Com
a partir de 1m45cm de altura. Abaixo
certeza, pode ser uma boa porta de entrada, mas deve-se levar em consideração que é
deste tamanho, o percurso é infantil e
preciso tempo para iniciar um movimento turístico e criar um nome. Não é simplesmente
deve ter métodos construtivos adequados
porque foi montado um percurso de arvorismo, mesmo sendo o melhor possível, que
(acessível a partir dos 3 anos).
MANUAL DE BOAS PRÁ TICAS ARVORISMO 37
uma “chuva” de turistas vai cair. Observa-se que locais que já tenham um movimento A polia deve ser com roldana dupla.
turístico, mesmo que pequeno, têm mais chance de ser bem sucedidos rapidamente.
O vagão, sistema de linha de vida continua, permite que o praticante nunca se desconecte
Se o local nunca teve movimento turístico, é fundamental um investimento importante da estrutura, aumentando assim a segurança. Imprescindível para percursos infantis e
em marketing e instalações para os visitantes. para eventos de grande uxo.
Geralmente um percurso de arvorismo não é su ciente para sustentar sozinho um
empreendimento. É necessário entrar na lógica de um Centro de Aventura com oferta
variada de atividades, inclusive para quem não quer ou não pode praticar atividades de
Aventura e Natureza. Sempre conferir recomendações dos manuais de uso dos fabricantes que
devem ficar a disposição dos condutores no almoxarifado da empresa.
Na dúvida sobre o estado de um equipamento, descartar sem dó.
Para garantir uma boa instrução, deve existir um local especial para treinamento.
O condutor faz a demonstração dos procedimentos de segurança e convida cada
participante a passar por este treinamento. Nessa ocasião, o condutor observa
cuidadosamente se cada etapa do procedimento está sendo respeitada e orienta o
participante. O treinamento é obrigatório e individual.
Obviamente, sem lucro nenhuma empresa se sustenta, mas cada vez mais a ética, a
responsabilidade social e o meio ambiente são questões que devem preocupar empresas
que pretendem ser sólidas e diferenciarem-se no mercado.
É fundamental lembrar que ética nos negócios acontece quando cada empresa toma
suas decisões respeitando o direito, os valores e os interesses de todos aqueles que, de
uma forma ou de outra, são afetados por ela.
Com base nas 7 diretrizes estabelecidas pelo Instituto Ethos de Responsabilidade Social
Empresarial tudo ca mais simples! Elas sintetizam, de maneira clara e objetiva, os
aspectos que fazem parte de uma gestão socialmente responsável: