Ensinode Língua Portuguesa Como L2 para Surdos
Ensinode Língua Portuguesa Como L2 para Surdos
Ensinode Língua Portuguesa Como L2 para Surdos
João Paulo Ferreira da Silva chama a atenção da importância dessas leis, pois a
falta da difusão da Libras pode fazer com que os surdos sintam-se estrangeiros no
próprio país, enquanto que, muitas vezes, os verdadeiros estrangeiros recebem um
melhor atendimento numa língua estrangeira. A autora ainda coloca que os espaços
onde o surdo não tem dificuldade de se integrar tornam-se espaços de incomunicação,
quando deveriam ser justamente o contrário.
Ana Cláudia Lodi enumerara três possíveis modelos para o ensino de Libras. O
primeiro visa o Ensino de Libras na sala de aula no período de escolarização para os
alunos que dela necessitam. Logo, ela é realizada a partir de uma língua que seja
acessível a todos os alunos e a partir do ensino fundamental, os alunos surdos seriam
incluídos nas salas regulares com alunos ouvinte se acompanhados por intérpretes.O
segundo seria apenas o ensino regular com profissional intérprete, todavia, este não
reconhece a dificuldade de se acompanhar uma aula através de um intérprete, sendo que
muitas vezes a responsabilidade do ensino recai sobre o intérprete, o aluno acaba
ficando distante do professor se a cooperação professor-intérprete não for bem
elaborada. O terceiro modelo é Ensino regular sem profissional intérprete, que vê papel
primeiro da escola é como a socialização, tendo o ensino aprendizagem em salas
especializadas para surdos (como contra-turnos, por exemplo). Esse modelo acaba por
descaracterizar a sala o ensino regular como um espaço possível para os alunos surdos.
No entanto, apesar dos três modelos serem utilizados no Brasil, segundo Lodi,eles têm
um problema em comum: A libras como primeira língua.
A criança surda, muitas vezes nasce numa família ouvinte que não é fluente em
libras, o que a coloca em “desvantagem”, pois não está, desde já, inserida na relação
com o outro. Daí a importância de usuários de libras nesse segmento do aprendizado da
criança, para que estas não sejam prejudicadas. Esse ator se faz ainda mais necessário se
considerarmos que só ele é capaz de transmitir aspectos culturais e o próprio sentimento
de pertencimento a comunidade surda, além disso, seu maior conhecimento das práticas
de letramento em Libras são fundamentais para a alfabetização desta criança.
Bibliografia:
LODI, Ana Cláudia Balieiro. Ensino da língua portuguesa como segunda língua para
surdos: impacto na Educação Básica. In: COLEÇÃO UAB−UFSCAR - PEDAGOGIA.
Língua brasileiradesinais–Librasumaintrodução.SãoCarlos:UFSCar,2011.