Laboratório de Aprendizagens

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Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais

Laboratório
de Aprendizagens
Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI)

2024
Governador do Estado de Minas Gerais
Romeu Zema Neto

Vice-governador do Estado de Minas Gerais


Mateus Simões de Almeida

Secretária de Estado de Educação


Igor de Alvarenga Oliveira Icassatti Rojas

Secretária Adjunta
Geniana Guimarães Faria

Subsecretaria de Desenvolvimento da Educação Básica


Kellen Silva Senra

Superintendência de Políticas Pedagógicas


Graziela Santos Trindade

Coordenação Geral de Educação Integral e Profissional


Andréa Botelho de Abreu

Coordenadora do Ensino Médio em Tempo Integral


Cláudia Maria Silva Lobo

EQUIPE TÉCNICA-PEDAGÓGICA

Frente Pedagógica
Cláudia Maria Silva Lobo

Consultoras:
Carolina Costa Cavalcanti
Adriessa Santos

Apoio
Instituto Sonho Grande
APRESENTAÇÃO
Professor e professora, este material tem o objetivo de apresentar o componente
Laboratório de Aprendizagens como parte do currículo do Ensino Médio em Tempo
Integral de Minas Gerais, embasando-o como um pilar imprescindível na formação
integral dos estudantes.
Além disso, elencamos 12 sugestões de projetos que foram divididos nos eixos Arte,
Cultura e Lazer, considerando os três anos escolares do ensino médio (1o, 2o e 3o
ano), ou seja, temos: 4 projetos sobre Arte; 4 projetos sobre Cultura e 4 projetos
sobre Lazer. A proposta é de um projeto por bimestre, que você pode adaptar de
acordo com as necessidades e potencialidades da sua turma.
Todas as propostas focam na participação ativa dos estudantes por meio da apren-
dizagem baseada em projetos e trazem Minas Gerais como pilar estruturante! Isso
mesmo, exploramos as possibilidades de fomentar a sensibilidade, investigação e
cocriação de projetos com foco no Estado, que é um celeiro de manifestações da
arte, cultura e lazer do país.
Esperamos que essa seja mais uma oportunidade de contribuir para a formação de
jovens autônomos, solidários e competentes, que sejam protagonistas de seus pro-
jetos de vida, amparados por uma visão crítico-reflexiva de mundo, de sociedade, de
educação, de arte, de cultura e de tecnologia.
Acreditamos que educar para a sensibilidade define a proposta da Arte, Cultura e
Lazer como um componente curricular para a formação integral. Isso significa per-
ceber os jovens de forma abrangente e mobilizar suas capacidades para que pos-
sam se envolver plenamente na sua cultura, conhecendo, apreciando, criando e
refletindo sobre a produção humana de seu tempo e de tempos passados. Significa
dar sentido àquilo que já apreciam e oportunizar novas experiências de Arte para a
ampliação do repertório e construção de novos saberes que reverberam diretamente
nas suas vidas, seja através da Arte, da Cultura ou pelo Lazer.

IMPORTANTE
Este material apresenta um constructo teórico para embasar
as escolhas deste projeto e, por isso, a leitura atenta é impres-
cindível. No entanto, os tópicos apresentados podem ser lidos
de maneira individual, ou seja, não são sequenciais. Por isso,
caso você queira conhecer os projetos, bem como entender as
justificativas das escolhas ou orientações, pode acessar dire-
tamente o tópico que apresenta essas informações.
SUMÁRIO
Educação Integral 06
Ensino Médio para a formação integral 09
Competências para o século 21 10
O papel da Arte, da Cultura e do Lazer na formação integral do sujeito 12
Aprendizagem significativa 16
Aprendizagem baseada em projetos: metodologia do Design Thinking 18
Avaliação na aprendizagem por projetos 23
O Design Thinking nos projetos de Arte, Cultura e Lazer 25
Justificativa das escolhas dos temas para o componente curricular
Arte, Cultura e Lazer d
 o EMTI e as competências BNCC 28
Orientação para a escolha dos projetos 30
Projetos: Arte 30
Projetos: Cultura 39
Projetos: Lazer 50
Considerações finais 60
Referências 60

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SUMÁRIO CAPÍTULO
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LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 6
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

1. EDUCAÇÃO INTEGRAL
A Educação Integral entende que a educação deve assegurar o desenvolvimento de
todos e todas nas suas diferentes dimensões: intelectual, física, emocional, social
e cultural. Para isso, é necessária a colaboração e participação efetiva de todos os
envolvidos, ou seja, deve ser compartilhada pelas crianças, jovens, famílias, educa-
dores, gestores e comunidades locais.
Trata-se de uma proposta que se fundamenta na formação de indivíduos críticos,
autônomos e conscientes de si mesmos e do mundo ao seu redor. Além disso, é in-
clusiva ao reconhecer a singularidade de cada um e fomenta a equidade ao valorizar
o direito universal de aprendizagem e acesso a oportunidades educacionais dife-
renciadas e diversificadas, por meio da interação com várias formas de linguagem,
recursos, ambientes, conhecimentos e agentes. Por isso, a Educação Integral é uma
proposta contemporânea, pois está alinhada às demandas do século 21.

PARA SABER +

Assista o vídeo da explicação sobre o conceito de


Educação Integral nas palavras de Miguel Arroyo,
professor da Faculdade de Educação da Universi-
dade Federal de Minas Gerais.
https://bitlybr.com/JFt

A educação integral pensa os processos educativos para além dos muros das
escolas.

Para a Escola da Escolha, proposta pelo Instituto de Corresponsabilidade pela Edu-


cação (2023), a Educação Integral deve oferecer não apenas uma formação acadê-
mica de qualidade, mas representar um currículo orientado pelo desenvolvimento de
competências pessoais e sociais, associado às cognitivas. Além disso, deve ampliar
as referências sobre valores e ideais do educando e o apoiar nos desafios do mun-
do. Para isso, o estudante e a construção do seu projeto de vida representam o cen-
tro do processo, a fim de que seus sonhos e desejos conduzam as suas escolhas e
atribuam sentido e significado à vivência escolar e o permita projetar uma visão de
si próprio no futuro.
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ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

A Escola da Escolha atua com currículo integrado pelos componentes da Base Na-
cional Comum Curricular (BNCC) e uma Parte de Formação Diversificada, oportuni-
zando experiências contextualizadas ao estudante, considerando suas necessida-
des e interesses. Para isso, esse modelo é configurado por dois pilares: um Modelo
Pedagógico e um Modelo de Gestão (Figura 1), que são materializados por meio
de um conjunto de inovações em conteúdo, método e gestão que pode ser represen-
tado pelas Metodologias de Êxito, Práticas Educativas, Espaços Educativos e pelos
elementos da Gestão do Ensino e da Aprendizagem.

MODELO DA ESCOLA DA ESCOLHA

MODELO PEDAGÓGICO MODELO DE GESTÃO

PRINCÍPIOS EDUCATIVOS PRINCÍPIOS


-Pedagogia da Presença -Ciclo Virtuoso
-Protagonismo -Comunicação
-Educação Interdimensional -Educação Pelo Trabalho
-Os Quatro Pilares da Educação
-Ludicidade CONCEITOS
-Experimentação -Descentralização
-Delegação Planejada
EIXOS FORMATIVOS -Ciclo de Melhoria Contínua
-Formação Acadêmica -Níveis de Resultados
de Excelência -Parceria
-Formação para a Vida
-Formação de Competências PLANEJAMENTO 
para o Século XXI E OPERACIONALIZAÇÃO
-Plano de Ação
-Programa de Ação

INOVAÇÕES EM CONTEÚDO, MÉTODO E GESTÃO

METODOLOGIA PRÁTICAS ESPAÇOS GESTÃO DO


DE ÊXITO EDUCATIVAS EDUCATIVOS ENSINO E DA
-Projeto de Vida -Rotina -Ambientes APRENDIZAGEM
-Pós-Médio -Corpo, Mente de Aprendizagem -Guia de Ensino e
-Pensamento e Movimento -Ambientes de Aprendizagem
Científico -Produção, de Convivência -Avaliação
-Estudo Orientado Imaginação -Conselho de Classe
-Eletivas e Criatividade
-Protagonismo -Tecnologia,
Informação
e Educação
-Vivências
em Protagonismo
-Tutoria

Fonte: Modelo da Escola da Escolha. Retirado de Cad. 4.


Concepção do Modelo Pedagógico (Pág. 59).
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ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

PARA SABER +
A Escola da Escolha acredita que a Educação
Conheça mais sobre Integral, pautada nesse modelo, oportunizará
a Escola da Escolha. que o estudante, ao final da educação bási-
ca, tenha constituído e consolidado uma for-
te base de conhecimentos e de valores; não
seja indiferente aos problemas reais existen-
tes e se apresente como parte da sua solução;
agregue um conjunto amplo de competências
que o permita seguir aprendendo nas dimen-
sões pessoal, social e produtiva, executando o
https://bitlybr.com/bMm seu Projeto de Vida, enfrentando os desafios
do mundo contemporâneo.

E FALANDO NA BNCC…
Os fundamentos da BNCC se pautam em um compromisso com a Educação Integral a partir
da compreensão das singularidades e diversidades dos sujeitos. A proposta é promover uma
educação voltada para o desenvolvimento pleno do estudante em suas diferentes dimensões
formativas. Assim, a visão plural e multidimensional da criança e do adolescente, proposta
na BNCC, leva o ideal de formação integral para perto das escolas brasileiras, considerando
que a Educação Básica deve estimular o desenvolvimento do estudante na sua totalidade e
potencialidade.
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ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

2. ENSINO MÉDIO PARA


A FORMAÇÃO INTEGRAL
A jornada integral, além de manter os estudantes por mais tempo dentro da escola,
oferece um espaço de reflexão, protagonismo e uma formação que contribua, de
modo sistemático, com a transição para a vida adulta e o ingresso no mundo do tra-
balho, já que atua em todas dimensões da formação humana.
Os pressupostos das escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI) vão ao
encontro dos fundamentos pedagógicos da BNCC (Brasil, 2018), que se pautam em
um compromisso com a Educação Integral a partir da compreensão das singularida-
des e diversidades de todos e todas. A proposta objetiva promover uma educação
voltada para o desenvolvimento pleno do estudante, na sua totalidade e potenciali-
dade, em suas diferentes dimensões formativas, que além dos aspectos cognitivos
e intelectuais, também abrangem as dimensões físicas, afetivas e socioemocionais,
sociais e culturais. Isso implica que, para além do enfoque tradicionalmente dado ao
desenvolvimento intelectual no modelo educacional, o ensino deve também abordar
a complexidade das dimensões humanas.
A integração dessas diversas dimensões no desenvolvimento integral dos estudantes
proporciona não apenas uma compreensão mais profunda do corpo e do autoconheci-
mento, mas também a capacidade de analisar criticamente o mundo, questões sociais
e o papel individual na sociedade. Isso promove o exercício da cidadania, incluindo o
desenvolvimento do pensamento analítico-crítico, permitindo que os estudantes atuem
de maneira consciente e responsável em todos os contextos sociais e culturais.
Nesse sentido, a inclusão das artes, cultura e lazer no currículo escolar desempe-
nham um papel fundamental na promoção do desenvolvimento dos estudantes, uma
vez que esses elementos contribuem significativamente para a formação integral, in-
centivando o autoconhecimento, o respeito à diversidade e a valorização da cultura
local. É possível contextualizar a história dos diferentes povos, explorar suas tradi-
ções e costumes, demonstrando aos estudantes a riqueza de uma região marcada
pela diversidade. Ao terem contato com esses elementos na escola, os estudantes
aprendem a respeitar e valorizar as diferenças culturais, contribuindo para a forma-
ção de cidadãos conscientes.

PARA SABER +

Matéria publicada pela página Agência Minas diz


que Educação em Tempo Integral será ampliada
para mais 238 escolas da rede estadual de Minas
Gerais. Cerca de R$ 200 milhões serão investidos
na expansão da Educação em Tempo Integral, en-
tre recursos do Estado e do Ministério da Educação
https://bitlybr.com/yAl
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ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

3. COMPETÊNCIAS PARA O SÉCULO 21


Como preparar as crianças e jovens de hoje para o futuro?
Foi pensando nessa questão que um comitê do National Research Council (2012),
formado por educadores, psicólogos e economistas, pesquisou sobre o que se espera
que os estudantes alcancem nos seus ciclos escolares, nos seus futuros trabalhos e
em outros aspectos da vida. A pesquisa resultou no livro digital "Educação para a Vida
e para o Trabalho: Desenvolvendo Transferência de Conhecimento e Habilidades do
Século 21” com uma lista das competências do século 21, a fim de orientar o desenho
de políticas públicas para o desenvolvimento de tais competências.
O estudo mostrou que o aprendizado deve estar centrado na capacidade de aplicar o
que se aprendeu em situações novas, chamado pelos pesquisadores de transferên-
cia de conhecimento, e para isso é necessário que a aprendizagem seja profunda.
Isso significa que não basta o estudante aprender os conteúdos curriculares, ele pre-
cisa utilizar o que aprendeu em sua vida. Essa habilidade de transferir o que se sabe,
seja em circunstâncias da vida real, seja dividindo conhecimento com outras pessoas,
ajuda os estudantes a desenvolverem as competências para o século 21.
Quando os alunos compreendem os porquês e os para quês da aprendizagem, a
transferência é favorecida. Para isso, é preciso tempo e investigação.
Mehta e Fine (2019), que investigam o aprendizado profundo nas escolas de ensino
médio, o definem como a interseção do domínio (desenvolvimento de habilidades e
conhecimentos), identidade (conectando o eu de cada um dos alunos ao que eles
estão aprendendo e fazendo) e criatividade (promovendo o aprendizado através da
produção de algo). Os autores afirmam que essas experiências são mais eficazes
no desenvolvimento de habilidades como colaboração e pensamento crítico e a prin-
cipal barreira para esses processos são as avaliações, ou melhor, a forma como as
atuais avaliações são elaboradas e aplicadas.
As avaliações para um aprendizado mais profundo não devem ser padronizadas.
Devem levar em consideração os ambientes em que os estudantes estão apren-
dendo por meio da experiência e da investigação. Isso significa que o processo de
aprendizado é tão importante quanto o resultado. Em ambientes de aprendizado
com discussões mais abertas, os resultados das experiências não são definidos
desde o início – as avaliações precisarão levar em conta o fato de que os resultados
podem não ser previsíveis ou universais para cada experiência de aprendizagem.

PARA SABER +

Para acessar o livro digital “Educação para a Vida e


para o Trabalho: Desenvolvendo Transferência de
Conhecimento e Habilidades do Século 21“
(disponível em inglês) acesse aqui.
https://bitlybr.com/MQr
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ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

Entre as competências do século 21 apresentadas na pesquisa, destacamos aqui as


mais citadas: pensamento crítico, habilidades de comunicação, criatividade, solu-
ção de problemas, perseverança, colaboração, literacia da informação, habilidades
tecnológicas e alfabetização digital, alfabetização midiática, consciência global, au-
todireção, habilidades sociais, habilidades literárias, alfabetização cívica, responsa-
bilidade social, habilidades de inovação, habilidades de pensamento.
Essas competências estão divididas em três grandes domínios (National Research
Council, 2012):
COGNITIVO - envolve estratégias e processos de aprendizado, criatividade,
memória e pensamento crítico; é o que está relacionado à aprendizagem mais
comumente conhecida por educadores.
INTRAPESSOAL - tem relação com a capacidade de lidar com emoções e
moldar comportamentos para atingir objetivos; requer competências como au-
todidatismo, perseverança e flexibilidade.
INTERPESSOAL - envolve a habilidade de expressar ideias, comunicar-se,
interpretar, responder aos estímulos de outras pessoas, ter empatia.
Para a aprendizagem profunda e o desenvolvimento das competências do século 21
é importante:
1. Elaborar objetivos de aprendizagem claros e estruturar um modelo de como
se espera que a aprendizagem se desenvolva, juntamente às avaliações que
monitorem o processo e não o fim.
2. Encorajar uma postura questionadora e proporcionar momentos em que os es-
tudantes possam expor o que sabem.
3. Incentivar os estudantes a participarem de desafios; nesse processo, seja um
facilitador, dê feedback e os faça compreender seus próprios processos de
aprendizagem.
4. Ensinar dando exemplos, citando casos; use, por exemplo, modelos de passo
a passo explicando cada etapa.
5. Primar pela motivação dos alunos, escolhendo temas que se conectem com
seus interesses; incentive-os a resolver problemas, prestando atenção na evo-
lução de seus conhecimentos, muito mais que em suas notas.
6. Utilizar modelagem para desenvolver habilidades nos estudantes, ou seja, ter
comportamentos que espera que eles desenvolvam.
7. Ensinar e estimular as competências de resolução de problemas e metacogni-
tivas no âmbito de uma disciplina ou área temática específica e não como um
curso autônomo.
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ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

4. O PAPEL DA ARTE, DA CULTURA E DO


LAZER NA FORMAÇÃO INTEGRAL
DO SUJEITO
A inserção da Arte, Cultura e Lazer no currículo, por meio do Laboratório de Aprendi-
zagens de forma intencional, pode desempenhar um papel vital na formação integral
dos estudantes.
Por que intencional? Primeiro, porque é preciso reconhecer o valor dessas aprendi-
zagens para que práticas efetivas sejam (re)pensadas nas aulas e segundo, porque
é urgente que expectativas ultrapassadas sobre os objetivos das aulas de Artes, por
exemplo, sejam ressignificadas. Pouco tempo de aula e espaços de aprendizagem
inadequados demonstram que a devida atenção não é dada ao ensino desse com-
ponente curricular.
Para Zagonel (2008), a Arte abrange o estudo das diversas linguagens artísticas,
como a música, as artes visuais composta pela fotografia, o audiovisual, o desenho,
a escultura, a pintura, a gravura e as artes cênicas, formada pela linguagem do te-
atro e da dança, que por razões variáveis são ensinadas, concomitantemente, de
modo misto e separado nas escolas brasileiras, sem observar uma concordância
conjuntural.
Se hoje o ensino de Arte é obrigatório no currículo, isso se deve à luta de arte-edu-
cadores e intelectuais da área para que ela conquistasse espaço dentro dos pilares
do ensino básico brasileiro pela Lei nº 9.394 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Brasileira de 1996.
A Arte pode fortalecer a identidade dos estudantes ao valorizar e promover o en-
tendimento das culturas às quais pertencem. Pode expandir a visão de mundo ao
apresentar a produção artística de diferentes épocas e lugares, além de oportunizar
um espaço de expressão e participação como criadores de cultura.
Conhecer diferentes processos artísticos e, consequentemente, diferentes proces-
sos de criação, afeta positivamente o processo de aprendizagem, tornando os estu-
dantes mais conscientes das diferentes formas de inteligência, além de respeitar e
valorizar as diferenças individuais. Essa abordagem cria oportunidades para discus-
sões enriquecedoras que permitem aos estudantes se perceberem como participan-
tes ativos de sua própria aprendizagem.
Uma forma de valorizar a potência da Arte e da Cultura na formação integral do
estudante é tornando-as mais relevantes para a realidade de todos e todas. Isso
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ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

envolve abordar temas atuais, estabelecer conexões históricas com o presente e


propor atividades e projetos que tenham significado com ênfase na cultura popular,
preferencialmente às culturas locais.
Todos e todas têm o direito de conhecer os artistas consagrados na Arte, mas não
podemos ignorar a realidade social de cada estudante, escola e comunidade. Nossa
cultura e produção artística, tanto a acadêmica quanto a popular, são extremamente
ricas e precisamos incluí-las no currículo escolar. Visitar comunidades, conhecer
grupos culturais tradicionais, apreciar formas de expressão e valorizar os conhe-
cimentos trazidos pelos estudantes são tão importantes quanto visitar o estudo da
história da Arte.
Ao valorizar o conhecimento das comunidades, fortalecemos a autoestima dos jo-
vens, tornamos a aprendizagem mais significativa e reconhecemos a cultura popular
como igualmente valiosa e digna, contribuindo para a formação cidadã, o respeito à
diversidade e a valorização da pluralidade cultural.
E o lazer? Vivenciar o lazer é debruçar-se em possibilidades de inserção do sujeito
no meio social. Em tempos cada vez mais individualistas, marcada por inovações
tecnológicas que interferem diretamente nos nossos hábitos de vida e que tomam a
maior parte dos momentos livres ou muitas vezes compreendidos como o consumo
de atividades recreativas e excludentes para uma parcela da população.
O lazer precisa ser entendido como um tempo privilegiado para a vivência de valores
que contribuam para mudanças de ordem moral e cultural, necessárias para ressig-
nificar a estrutura social. Para Bramante (1998), o papel do lazer é potencialmente
significativo, já que pode ser realizado no tempo livre, em que as pessoas podem se
expressar, divertir-se, sentir prazer, descansar, fomentar sua criatividade e isso pode
agregar sujeitos com desejos e necessidades semelhantes, num mesmo ambiente.
Ao considerarmos Arte, Cultura e Lazer, entendemos que esses pilares estão em con-
sonância com as 10 competências gerais da BNCC e os seus objetivos (Marini, 2018):
1. CONHECIMENTO — valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente cons-
truídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a
realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma socie-
dade justa, democrática e inclusiva. Objetivo: Entender e explicar a realidade,
colaborar com a sociedade e continuar a aprender.
2. PENSAMENTO CIENTÍFICO, CRÍTICO E CRIATIVO — exercitar a curiosidade
intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação,
a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas,
elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções com
base nos conhecimentos das diferentes áreas. Objetivo: Investigar causas, ela-
borar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções.
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ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

3. REPERTÓRIO CULTURAL — Valorizar e fruir as diversas manifestações artís-


ticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diver-
sificadas da produção artístico-cultural. Objetivo: Fruir e participar de práticas
diversificadas da produção artístico-cultural.

4. COMUNICAÇÃO — utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora,


como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital, bem como conheci-
mentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e
partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos
e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. Objetivo: Expressar-se e
partilhar informações, sentimentos, ideias, experiências e produzir sentidos que
levem ao entendimento mútuo.

5. CULTURA DIGITAL — compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de in-


formação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. Objetivo: Comunicar-se,
acessar e produzir informações e conhecimento, resolver problemas e exercer
protagonismo de autoria.

6. TRABALHO E PROJETO DE VIDA — valorizar a diversidade de saberes e vi-


vências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe pos-
sibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas
alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade. Objetivo: Entender o mun-
do do trabalho e fazer escolhas alinhadas à cidadania e ao seu projeto de vida
com liberdade, autonomia, criticidade e responsabilidade.

7. ARGUMENTAÇÃO — argumentar com base em fatos, dados e informações


confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e
decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a
consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local,
regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si
mesmo, dos outros e do planeta. Objetivo: Formular, negociar e defender
ideias, pontos de vista e decisões comuns com base em direitos humanos,
consciência socioambiental, consumo responsável e ética.

8. AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO — conhecer-se, apreciar-se e


cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade
humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas. Objetivo: Cuidar da saúde física e emocional,
reconhecendo suas emoções e a dos outros, com autocrítica e capacidade
para lidar com elas.
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ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

9. EMPATIA E COOPERAÇÃO — exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de


conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade
de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. Objetivo: Fazer-se
respeitar e promover o respeito ao outro e aos direitos humanos, com
acolhimento e valorização da diversidade, sem preconceito de qualquer
natureza.

10. RESPONSABILIDADE E CIDADANIA — agir pessoal e coletivamente com


autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários. Objetivo: Tomar decisões com princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e democráticos.

Educar para a sensibilidade define a proposta do Laboratório de aprendizagens como um


componente curricular para a formação integral. Isso significa perceber os jovens de forma
abrangente e mobilizar suas capacidades para que possam se envolver plenamente na sua
cultura, conhecendo, apreciando, criando e refletindo sobre a produção humana de seu tem-
po e de tempos passados. Significa dar sentido àquilo que já apreciam e oportunizar novas
experiências de Arte para a ampliação do repertório e construção de novos saberes que re-
verberam diretamente nas suas vidas, seja através da Arte, da Cultura ou pelo Lazer.

E como fomentar aprendizagens de Arte, Cultura e Lazer em territórios mineiros?


Minas Gerais é um celeiro de grandes nomes e manifestações da arte e cultura do
país. Nos capítulos 10, 11 e 12 vamos elencar temáticas que fomentam a aprendi-
zagem baseada em projetos e que enfatizam Arte, Cultura e Lazer de Minas Gerais.
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ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

5. APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
A aprendizagem significativa se caracteriza pela interação entre conhecimentos pré-
vios e conhecimentos novos. Nesse processo, o estudante amplia e atualiza a infor-
mação anterior, atribuindo novos significados a seus conhecimentos.
A teoria da aprendizagem significativa foi proposta por David Ausubel (1963), que
estabeleceu as seguintes condições para a sua ocorrência:
a. o material de aprendizagem deve ser potencialmente significativo, ou seja,
deve ser capaz de dialogar, de maneira apropriada e relevante, com o conheci-
mento prévio do estudante. Dessa maneira, a atribuição de significado cabe ao
sujeito, logo, não há aula, estratégia ou livro significativo.
b. o aprendiz deve ter predisposição para aprender e isso significa que não é
uma simples questão de motivação ou identificação com o componente, mas
uma predisposição para relacionar-se com novos conhecimentos, atribuindo
significados. Por outro lado, essa condição convida o docente a acolher as
ideias prévias dos estudantes, para, a partir delas, construir situações de apren-
dizagem capazes de promover a atribuição de significados aos temas tratados.
Embora os estudos de Ausubel sejam centrados na dimensão cognitiva, na atualida-
de, as outras dimensões humanas são consideradas tão relevantes para a aprendi-
zagem quanto somente a cognição. É por isso que os conhecimentos prévios e as
atribuições de sentido dependem das interações sociais. Nesse sentido, um tema é
relevante para o estudante quando sua abordagem não é esvaziada de significado
social, mas suas características socioculturais reais são mantidas. A escuta e circu-
lação da palavra, durante a aula, é fundamental para identificação dos significados
acerca do tema presentes entre os estudantes (Moreira, 2012).
Outro ponto importante a destacar é que uma abordagem lúdica, ainda que desejá-
vel, não garante uma aprendizagem significativa; é necessário promover reflexão e
negociação de significados.

E como tornar a aprendizagem significativa?


Se o estudante aprende a partir daquilo que já sabe, parece óbvio dizer que isso
deve ser levado em conta na hora de apresentar novos conhecimentos, no entanto,
é comum a prática pedagógica não considerar essas informações.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 17
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

Para tornar a aprendizagem significativa é importante considerar (Cardoso, 2022):


1. a utilização de organizador prévio, que pode ser um enunciado, uma pergunta,
uma situação-problema, uma demonstração, um filme, uma leitura introdutória,
uma simulação etc. Pode ser também uma aula que precede um conjunto de
outras aulas. A condição é que preceda a apresentação do material de aprendi-
zagem e que seja mais abrangente, mais geral e inclusivo.
2. os conteúdos gerais e específicos não precisam ser trabalhados, necessaria-
mente, de forma linear, mas mostrando aos estudantes como eles se relacio-
nam com os conhecimentos que eles já possuem.
3. é mais fácil para o estudante organizar seus conhecimentos prévios hierarqui-
camente se os tópicos estão sequenciados em termos de dependências hierár-
quicas, ou seja, de modo que certos tópicos dependam naturalmente daqueles
que os antecedem.
4. o uso de mapas conceituais, que são diagramas hierárquicos que destacam os
conceitos de um campo conceitual e as relações entre eles.
5. atividades colaborativas, em pequenos grupos, têm potencial para facilitar a
aprendizagem significativa porque viabilizam o diálogo, a reflexão, a negocia-
ção de significados e colocam o professor na posição de mediador.

Saídas pedagógicas como estratégia para tornar a aprendizagem significativa


Lugar de aprender não é apenas na sala de aula. As saídas pedagógicas, assim
como os estudos do meio, são estratégias que podem tornar a aprendizagem mais
significativa e consolidar o trabalho realizado dentro da escola, sendo fundamental
no desenvolvimento integral dos estudantes.
Entre as recomendações da BNCC (Brasil, 2018) está a importância dos estudantes
conhecerem e valorizarem as características fundamentais do Brasil nas dimensões
sociais, materiais e culturais e de se perceberem integrantes e agentes transforma-
dores do ambiente. Esses pontos podem ser trabalhados em aula, mas as atividades
de campo permitem comparar e confrontar, no mundo real, os conteúdos estudados.

PARA SABER +

Para saber mais “Como organizar boas saídas


pedagógicas” acesso o material da Nova Escola
disponível aqui

https://bitlybr.com/UZM
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 18
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

6. APRENDIZAGEM BASEADA
EM PROJETOS
Formar cidadãos críticos, participativos e autônomos tem sido uma demanda crucial
na educação contemporânea e, como já vimos, são competências para o século 21.
Na prática, esses objetivos, respaldados também pela BNCC, podem ser implemen-
tados em sala de aula por meio das metodologia ativas de aprendizagem, sendo a
Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), uma abordagem bastante eficaz pauta-
da nas Metodologias Ativas, já que coloca os estudantes no centro do processo de
ensino e aprendizagem, incentivando-os a buscar soluções para desafios do mundo
real, de preferência relacionados às suas próprias experiências.
A ABP busca envolver os estudantes em um projeto que pode durar semanas ou
meses e que tem como ponto de partida um problema ou uma necessidade específi-
ca. É a partir disso que eles criam soluções de forma coletiva, testam possibilidades
até chegarem em um produto, processo ou proposta final. Como um dos objetivos é
que os estudantes possam atuar na prática e não ficar, apenas, em uma discussão
teórica, o ideal é que seja algo o mais próximo possível da realidade deles, ou seja,
questões da escola, comunidade, bairro ou cidade.

PARA SABER +

Conheça o material Metodologias Ativas:


um guia prático para professores.

https://bitlybr.com/xwE

Como a ABP tem como foco criar soluções para problemas da vida real, projetos que
envolvam Arte, Cultura e Lazer permitem aos estudantes explorarem a sua cultura
local e pensarem de forma coletiva como podem atuar e colaborar nessas áreas.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 19
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

Uma das vantagens da ABP é oportunizar aos estudantes reconhecer que as dife-
rentes áreas do conhecimento dialogam, ou seja, não são compartimentalizadas.
Além disso, aquela questão comum em sala de aula: "Para que eu devo aprender
isso?" pode ser ressignificada, uma vez que os estudantes percebem, na prática,
que aquilo que aprendem na escola pode ser diretamente aplicado na sociedade
para resolver os seus problemas.
Por tratar-se de uma proposta coletiva e colaborativa, a ABP corrobora o desenvol-
vimento de diferentes habilidades como: raciocínio lógico; criatividade; pensamento
crítico; gestão de tempo; persistência; tolerância à frustração; capacidade de se
adaptar; habilidade de utilizar determinadas ferramentas ou programas. Por isso, a
atenção do professor para orientar e mediar a organização de grupos heterogêneos
é muito importante.

PARA SABER +

Para saber mais a respeito de como planejar o trabalho em grupo orienta-


do para o ensino da equidade, vale a pena conhecer o livro: Planejando o
Trabalho em Grupo – Estratégias para Salas de Aula Heterogêneas, das
autoras Elizabeth Cohen e Rachel Lotan. Nele, as pesquisadoras vão
ressaltar três princípios: (1) Delegação de autoridade aos alunos para
que se esforcem sozinhos e cometam erros. (2) Cooperação entre eles,
pois precisarão uns dos outros em algum momento para completar a ati-
vidade. (3) Subsídios para que conversem entre si com autonomia.

Uma das possibilidades de aprendizado baseado em projetos é por meio Design


Thinking (DT), que tem como premissa central a resolução de problemas por meio
da criatividade e da inovação (CAVALCANTI e FILATRO, 2017). Embora seja um ter-
mo difícil de traduzir para o português, o que literalmente significa “Pensamento de
Design”, podemos entender o DT como uma abordagem que coloca o participante
no centro do processo de criação e busca entender suas necessidades para desen-
volver as melhores soluções.

DESIGN THINKING É UM MODELO DE PENSAMENTO.


Tenny Pinheiro e Luis Alt, autores do livro “Design Thinking Brasil”, ressaltam que o DT
deve ser considerado como uma abordagem e não uma metodologia, porque não se
trata de um passo a passo - uma receita de bolo - que ao final chegará a um resultado
(previamente) esperado. O DT envolve criação e inovação, isso significa que mesmo
tendo passos a serem seguidos, os resultados serão sempre diferentes, porque o DT
dá a liberdade de errar e aprender com os erros, pois novas ideias e feedbacks de
outras pessoas, permitem que as ideias sejam repensadas constantemente.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 20
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

PARA SABER +

Para conhecer mais sobre a proposta, assista ao


vídeo Design Thinking para Educadores

https://bitlybr.com/qJg

O processo de DT baseia-se nas etapas: descoberta, interpretação, ideação, ex-


perimentação e evolução. Na figura 2, identificamos as cinco etapas, as pergun-
tas desencadeadoras e os passos de cada uma delas. Na mesma figura também
observamos o número de possibilidades ao longo das fases e a oscilação entre o
pensamento divergente (considera várias maneiras de solucionar um problema) e
convergente (considera apenas uma solução para um problema) no processo de DT.

Como posso abordá-lo? Como posso interpretá-la? Como posso criar? Como posso concretizá-la? Como posso aprimorá-la?

PASSOS

feedback

Fonte: Processo
de Design. Re-
tirado de Design
Thinking para
número de possibilidades

Educadores. (Pág.
15). 1a Edição.
Disponível em:
https://professor.
escoladigital.
pr.gov.br/sites/pro-
O processo de Design Thinking fessores/arquivos_
oscila entre modelos de
pensamento divergentes e
restritos/files/do-
convergentes. É importante cumento/2019-09/
saber qual é o modelo que
corresponde à fase do design livro_design_
na qual você está trabalhando. thinking_para_edu-
cadores.pdf.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 21
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

DESCOBERTA E INTERPRETAÇÃO - as duas primeiras etapas estão rela-


cionadas à construção de desafios que instiguem os estudantes a buscar por
respostas e por soluções. Não é o momento de se esperar respostas, mas sim
de introduzir o tema e despertar a curiosidade e a habilidade investigativa dos
estudantes. Por isso, é preciso considerar os conhecimentos prévios e incenti-
vá-los a compartilhar com os seus pares.
IDEAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO - nessas etapas, as oportunidades de cria-
ção começam a ser trabalhadas. Na ideação, todos os participantes contribuem
com ideias e sugestões, temos a chamada "chuva de ideias" (originalmente
chamada de brainstorm), que podem ou não solucionar o problema levantado.
Na fase de experimentação, é preciso compreender e analisar todas as ideias
propostas e buscar/identificar/aperfeiçoar aquelas que melhor podem resolver
os problemas levantados. É nesse segundo momento que temos as possíveis
soluções para o problema e partimos para a última etapa.
EVOLUÇÃO - essa etapa consiste em colocar o trabalho em prática. É preciso
organização e planejamento para chegar ao resultado que responde ao pro-
blema ou à pergunta que foi desenvolvida na primeira fase. É o momento de
mobilizar os recursos para um processo de busca por boas soluções de forma
ativa e autônoma.

Desafios e possibilidades do Design Thinking na Educação


Para que a utilização do DT seja exitosa, é importante que o professor esteja prepa-
rado, tenha boa compreensão da abordagem e conheça os seus desafios.

PARA SABER +

No livro Design Thinking para Educadores, você


vai conhecer como é o DT na prática e o detalha-
mento das cinco etapas da abordagem.

https://bitlybr.com/GDq

Um aspecto que apresenta uma linha tênue entre o desafio e as possibilidades de


trabalho com o DT é a necessidade de adaptação da proposta às diferentes reali-
dades e necessidades dos estudantes. Ter bons recursos materiais e tecnológicos
é importante para bons resultados, mas a falta deles não pode ser um impeditivo,
pelo contrário, pode ser um canal de possibilidades de criatividade e inovação, que
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são pilares do DT. Por isso, considerar os interesses dos estudantes, as problemáti-
cas que eles julgam relevantes e com necessidade de soluções, são centrais nessa
abordagem (Santos e Souza, 2023).
Como o DT valoriza a participação ativa, é importante estar preparado para lidar
com diferentes perfis e lidar com a resistência dos estudantes. Justamente por essa
prática envolver uma forma de aprendizagem participativa, criativa e colaborativa,
é possível que alguns estudantes apresentem resistência ao processo. Caso isso
ocorra, é importante dialogar e apresentar as vantagens e benefícios da prática.
Faça um bom convite para o seu estudante, mas para isso é preciso que você, pro-
fessor, acredite na proposta do DT e nas suas potencialidades de desenvolvimen-
to de habilidades como criatividade, pensamento crítico e resolução de problemas
(Santos e Souza, 2023).
Planejamento, organização do tempo e avaliação também são desafios a serem en-
frentados na aplicação do DT. Como a proposta envolve várias etapas é importante
o planejamento adequado das atividades e tempo suficiente para a realização de
cada uma delas (Santos e Souza, 2023).
E como avaliar os projetos? Em trabalhos como esse, é preciso também muito pla-
nejamento por parte dos professores, considerando que são muitas etapas e os es-
tudantes precisam de acompanhamento constante. Além disso, caso haja mais pro-
fessores responsáveis pelo projeto, é preciso que todos estejam incluídos em todas
as etapas e que decidam juntos, logo no início, quais serão os critérios avaliativos.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 23
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

7. AVALIAÇÃO NA APRENDIZAGEM
POR PROJETOS
Avaliar representa uma prática reflexiva no processo de ensino e aprendizagem.

Segundo Luckesi (2005), o papel da avaliação é diagnosticar a aprendizagem, tendo


em vista subsidiar a tomada de decisão para a melhoria da qualidade do desempe-
nho do educando. Nesse contexto, a avaliação é um processo contínuo e dinâmi-
co. Para a avaliação, na perspectiva de construção, Hoffmann (1993) propõe duas
premissas fundamentais: confiança na possibilidade do estudante construir as suas
próprias verdades e valorização de suas manifestações e interesses.
Avaliar, portanto, é acompanhar o desenvolvimento do estudante no processo de
construção do conhecimento. O professor precisa caminhar junto ao educando, pas-
so a passo, durante todo o caminho da aprendizagem e essa é a premissa da ava-
liação na aprendizagem por projetos.
Algumas sugestões de avaliações:
1. AVALIAÇÃO FORMATIVA - este tipo de avaliação prevê um acompanhamento
bastante próximo das atividades, projetos, trabalhos, criações dos estudantes,
de tal maneira que o professor possa identificar o que está dando certo e os
aspectos que precisam ser ajustados na jornada de aprendizagem inicialmen-
te planejada. Estratégias comuns adotadas na avaliação formativa/processual
são: relatórios, debates, apresentações, roteiros (que depois serão transforma-
dos em produções), protótipos etc.
2. AVALIAÇÃO POR PARES - avaliar os membros de um grupo em atividades
e projetos desenvolvidos de forma colaborativa ou a produção de colegas de
turma. É um tipo de avaliação que torna ou estudantes atores e protagonistas
do processo avaliativo, uma vez que assumem o papel de avaliadores do tra-
balho de seus colegas, ou pares, tornando-se responsáveis por estabelecer
critérios para desenvolver esse processo. Essa metodologia também permite
que o estudante aprenda a avaliar o seu próprio trabalho, tenha uma melhor
compreensão dos seus acertos e erros e possibilita o desenvolvimento de há-
bitos, capacidades, autonomia, reflexão e criticidade.
3. AUTOAVALIAÇÃO - parte do próprio estudante, permitindo-lhe avaliar seu pró-
prio desempenho, identificando aspectos positivos e negativos e traçar medi-
das corretivas para alcançar seus objetivos. O processo de autoavaliação tem
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como objetivo capacitar o estudante a conduzir de forma crítica seu próprio


processo de ensino e aprendizagem, possibilitando-lhe gerenciar seus compor-
tamentos, pensamentos e emoções, ou seja, alcançar a autorregulação. Além
disso, a autoavaliação pode ser vista como um processo de metacognição,
uma vez que o estudante analisa e reflete sobre o caminho percorrido.
4. AVALIAÇÃO POR RUBRICAS - as rubricas são ferramentas que tem como
função definir e explicitar as expectativas de aprendizagem em relação a uma
determinada tarefa. Ela serve para dar objetividade a critérios de avaliação, que
sempre devem ser explicados para a turma antes do início da atividade. Não é
possível reutilizar a mesma rubrica para tarefas diferentes, pois ela é construí-
da de acordo com os objetivos de aprendizagem e etapas de cada atividade. As
rubricas descrevem as expectativas de aprendizagem de uma atividade a partir
de 3 a 5 níveis a serem avaliados. Esses níveis não são binários, ou seja, não
determinam o que é certo ou errado. É preciso incluir etapas intermediárias, em
que devem ser descritas as ações esperadas, como uma espécie de escala.
Para elaborar uma rubrica, deve-se estabelecer os níveis a serem avaliados,
a partir de uma expectativa de aprendizagem de referência para determinado
conceito, habilidade ou competência. Exemplo: (I – não atendeu às expectati-
vas de aprendizagem; II – atendeu parcialmente às expectativas de aprendiza-
gem; III – atendeu a maioria das expectativas de aprendizagem; IV – atendeu
todas as expectativas de aprendizagem). A avaliação por rubricas é indicada
para trabalhos como seminários, projetos, debates e redações. A principal van-
tagem da avaliação por rubricas é a agilidade de feedback.

IMPORTANTE
A avaliação por rubricas só será eficaz se você tiver clareza so-
bre os objetivos de aprendizagem e as habilidades que devem
ser desenvolvidas com a atividade proposta.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 25
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8. O DESIGN THINKING NOS PROJETOS


DE ARTE, CULTURA E LAZER
Falar em Arte e Cultura no país significa olhar para as referências de Minas Gerais.
As pinturas rupestres datam como as primeiras manifestações culturais do Estado
e podem ser encontradas em diversos sítios arqueológicos. As igrejas, preservadas
até hoje em cidades como Ouro Preto, Diamantina e Congonhas do Campo, reco-
nhecidas pelo estilo barroco, destacam os trabalhos de Aleijadinho e Mestre Ataíde
(Minas Gerais, 2023).
Atualmente, a região possui um importante acervo arquitetônico e artístico, totalizando
188 bens protegidos no Estado, entre núcleos históricos e edificações isoladas, que
estão sob a responsabilidade do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico
de Minas Gerais (Iepha-MG). Além disso, segundo a Unesco no Brasil, Minas Gerais
possui o maior número de Patrimônios Culturais da Humanidade, localizados nas ci-
dades de Ouro Preto, Diamantina, Congonhas e Belo Horizonte (Minas Gerais, 2023).
São esses e outros destaques do acervo cultural que fazem de Minas Gerais um
celeiro de Arte, Cultura e Lazer, por isso projetos que envolvam essas temáticas são
fontes riquíssimas de trabalho para a abordagem do DT, uma vez que a pesquisa em
campo, a criatividade e a inovação estão presentes em todas elas.
A seguir (quadro 1), você encontra uma sugestão para organizar as etapas do DT
em um bimestre, o que corresponde a 16 aulas com dois encontros semanais, pre-
ferencialmente um em seguida do outro (dobradinhas).
Nos capítulos 10, 11 e 12 apresentaremos as sugestões dos projetos a serem de-
senvolvidos (e adaptados, caso necessário) e em todos, a organização de trabalho
pode seguir as orientações do quadro.

QUADRO 1: PLANEJAMENTO BIMESTRAL


PARA A ABORDAGEM DE DESIGN THINKING.
ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO
Apresentação do tema, desafio, organi-
Aula 1 e 2 zação dos grupos e preparação para a
pesquisa.

Descoberta Pesquisar sobre o tema, levantar o que


e Interpretação o grupo já sabe sobre o assunto e o que
precisam saber para depois pesquisar sobre
Aula 3 e 4
o tema. Reconhecer quem são as pessoas
impactadas pelo desafio. Planejamento para
a observação e entrevistas (se for o caso).
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ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO

Observação e entrevistas (explorar


Aula 5 e 6
ambientes externos à escola).

Compartilhar descobertas realizadas


Descoberta na etapa anterior - criar personas* e
e Interpretação mapa da empatia** (se fizer sentido).
Aula 7 e 8 *Persona - representação fictícia do público-alvo.
**Mapa da empatia objetiva colocar-se no lugar do
outro, conhecer a persona, refletir sobre o que ela diz,
pensa, sente, seus anseios e experiências. Há um
modelo de mapa da empatia em anexo.

Criar soluções a partir da chuva de


ideias, com a participação de todos os
integrantes do grupo. Categorização
Ideação das ideias criadas de forma visual*.
Aula 9 e 10
e Experimentação * O mapa mental pode ser um recurso. Consiste
em criar resumos cheios de símbolos, cores, setas
e frases de efeito com o objetivo de organizar o
conteúdo e facilitar associações entre as informações
destacadas.

Entender o que são os protótipos*.


Criar protótipos que respondam ao
Aula 11 e 12 desafio inicial do projeto.
*Prototipar significa trazer as ideias para o mun-
do físico, colocar no papel. É a representação
primária de uma ideia.

Apresentação dos protótipos dos gru-


pos para a turma e/ou convidados, vi-
sando coletar opiniões e novas ideias.
Uma boa estratégia para esse momen-
Evolução to é pelo Método Aquário (conhecido
Aula 13 e 14 por fishbowl). É um formato de discus-
são em grupo que promove o diálogo e
a troca de experiência entre os partici-
pantes da sessão e permite que todos
tenham as mesmas chances de opinar
e expressar seus pontos de vista.

Ajustes finais nos protótipos e apre-


sentação para outras turmas, famílias,
Aula 15 e 16
convidados etc. Celebração pelos
resultados obtidos.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 27
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

PARA SABER +

Conheça mais sobre o Mapa da Empatia e Entrevista Empática (estratégias


para coletar dados na perspectiva do DT): [texto] Conheça o mapa da empa-
tia e saiba como usar1; [oficina online] Mapa da empatia na escola2; [texto]
Entrevista empática3.

https://bitlybr.com/cyK https://bitlybr.com/Iny https://bitlybr.com/ZvD

PARA SABER +

Conheça mais sobre o Método


Aquário (Fishbowl) ouvindo o
podcast.

https://bitlybr.com/tCp

PARA SABER +

Assista a este vídeo para aprender


como fazer mapa mental no Canva
(gratuito).

https://bitlybr.com/Skn https://bitlybr.com/DjJ
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 28
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9.JUSTIFICATIVA DAS ESCOLHAS


DOS TEMAS DOS PROJETOS E
AS COMPETÊNCIAS BNCC
A escolha das temáticas, para cada um dos eixos propostos para o componente
curricular "Laboratório de Aprendizagens", dá-se com a intenção de fomentar a sen-
sibilidade, investigação e cocriação de projetos com foco em Minas Gerais, que é
um celeiro de manifestações da arte e cultura do país.
Ao considerarmos um novo componente para estudantes do ensino médio em tem-
po integral, residentes neste Estado, entendemos que essa é uma oportunidade
única de voltarmos todas as intenções de projeto - que, aliás, é a estrutura basilar
desse componente: aprendizagem baseada em projetos (4 por ano letivo) - para
essa temática, que pode contar com entrevistas, buscas em fontes históricas, visitas
a campo, bem como o estímulo à criatividade e inovação de novos projetos e/ou
soluções a partir das lentes dos próprios jovens, que vivem a realidade do estado ou
que, mesmo residindo em territórios mineiros, não tiveram a oportunidade de explo-
rar a própria Arte, Cultura e Lazer de Minas Gerais.
Quanto às competências alinhadas à BNCC, listamos:
1. Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas (artísticas,
corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção
de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias,
para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilida-
des de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar apren-
dendo.
2. Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que per-
meiam as práticas sociais de linguagem, respeitar as diversidades, a pluralida-
de de ideias e posições e atuar socialmente com base em princípios e valores
assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando
a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, combatendo
preconceitos de qualquer natureza.
3. Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com
autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de
forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respei-
tem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e
o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 29
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4. Compreender as línguas como fenômenos geopolíticos, históricos, sociais, va-


riáveis, heterogêneos e sensíveis aos contextos de uso, reconhecendo-as e
vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas,
bem como respeitando as variedades linguísticas e agindo no enfrentamento
de preconceitos de qualquer natureza.
5. Compreender os múltiplos aspectos que envolvem a produção de sentidos nas
práticas sociais da cultura corporal de movimento, reconhecendo-as e viven-
ciando-as como formas de expressão de valores e identidades, em uma pers-
pectiva democrática e de respeito à diversidade.
6. Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, con-
siderando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus co-
nhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir
produções autorais individuais e coletivas, de maneira crítica e criativa, com
respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.
7. Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimen-
sões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de
produzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender
a aprender nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação, e vida pessoal
e coletiva.
A proposta de organização curricular para o componente curricular "Laboratório de
Aprendizagens", altera sensivelmente o modo como os professores passarão a or-
ganizar os contextos de aprendizagem na Educação Integral. Ela se distancia da
tradicional organização do planejamento das práticas pedagógicas, cuja estrutura
se ancorava em datas comemorativas, conteúdos, áreas de conhecimento ou com-
ponentes curriculares.
A BNCC privilegia a formação integral do estudante e atribuiu ao professor o papel de
mediador das aprendizagens cognitivas, emocionais, físicas e culturais dos estudantes.
Um novo olhar ao currículo é necessário, tirando o foco do saber docente para con-
templar mais amplamente a ação do estudante. Assim, a mediação docente conver-
te a experiência sociocultural em experiências educativas que buscam consolidar
os direitos de aprendizagem e que são favorecidas pelas propostas de trabalho de
aprendizagem baseada em projetos com foco no Design Thinking.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 30
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10. ORIENTAÇÃO PARA A ESCOLHA


DOS PROJETOS
O componente curricular Laboratório de Aprendizagens apresenta os eixos de tra-
balho: Arte, Cultura e Lazer e para cada um deles são propostos 4 (quatro) projetos.
A escola pode escolher o eixo (Arte, Cultura ou Lazer) de acordo com o interesse
dos estudantes e as possibilidades da instituição. O professor que assumir as aulas
em extensão de carga horária ou o professor convocado para ministrar esse compo-
nente irá desenvolver de um a quatro projetos ao longo do ano letivo.

11. PROJETOS: ARTE


A seguir, apresentamos os 4 (quatro) projetos como foco no eixo Arte. Na sequência,
estão os objetivos de cada projeto, bem como as habilidades desenvolvidas, segun-
do a BNCC e uma sugestão de entrega.

IMPORTANTE
Professor e professora, os projetos apresentados a seguir são
sugestões, isso significa que podem ser adaptados de acordo
com a realidade, necessidades e potencialidades do seu gru-
po. Você pode alterar as ordens propostas, diminuir e/ou es-
tender as aulas previstas (respeitando as etapas) e, inclusive,
pensar as sugestões de entregas como um evento semestral,
desde que reúnam os objetivos propostos para cada projeto no
bimestre, uma vez que a etapa que contempla a Celebração
dos resultados obtidos é de extrema importância para a finali-
zação do projeto.

PROJETO 1 PROJETO 2 PROJETO 3 PROJETO 4


(1O BIMESTRE) (2O BIMESTRE) (3O BIMESTRE) (4O BIMESTRE)

O maior museu Um povo, muitas


a céu aberto do Artesanato em histórias: Minas Grafite é Arte!
mundo é mineiro: Minas Gerais Gerais na literatu- Hip Hop é Arte!
conheça Inhotim ra brasileira
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 31
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No quadro 2, temos o exemplo de como um projeto pode ser desenvolvido em


um bimestre.

Projeto 1: O maior museu a céu aberto do mundo é mineiro: conheça Inhotim


Objetivos: Reconhecer Inhotim como um dos mais importantes acervos de arte
contemporânea do Brasil, e o maior museu a céu aberto do mundo, e produzir ma-
teriais (documentário, podcast, ebook, etc) para a comunidade local a fim de ampliar
o acesso a esse patrimônio.
Habilidades BNCC: (EM13LGG601) Apropriar-se do patrimônio artístico e da cul-
tura corporal de movimento de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua
diversidade, bem como os processos de disputa por legitimidade. (EM13LGG703)
Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produ-
ção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais. (EM13LGG704)
Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e busca de informação, por
meio de ferramentas e dos novos formatos de produção e distribuição do conheci-
mento na cultura de rede. (EM13LP15) Elaborar roteiros para a produção de vídeos
variados (vlog, videoclipe, videominuto, documentário etc.), apresentações teatrais,
narrativas multimídia e transmídia, podcasts, playlists comentadas etc., para ampliar
as possibilidades de produção de sentidos e engajar-se de forma reflexiva em prá-
ticas autorais e coletivas.
Sugestão de entrega: Elaboração de documentário, podcast, ebook etc., como for-
ma de acessibilizar a riqueza de Inhotim para a comunidade local.

Projeto 2: Artesanato em Minas Gerais


Objetivos: Explorar a diversidade de Minas Gerais, presente na riqueza de seu ar-
tesanato, trabalhado em pedra, barro, madeira, prata, estanho e fibra trançada.
Habilidades BNCC: (EM13LGG602) Fruir e apreciar esteticamente diversas mani-
festações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar,
de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade.
(EM13LGG604) Relacionar as práticas artísticas e da cultura corporal do movimento
às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica e econômica.
Sugestão de entrega: Exposição com diferentes obras artesanais de artistas con-
vidados pelos estudantes.

Projeto 3: Um povo, muitas histórias: Minas Gerais na literatura brasileira


Objetivos: Ampliar o repertório da literatura brasileira, com vistas para a produção
literária em Minas Gerais, e estimular a escrita criativa a partir de releituras e/ou ins-
piração das obras.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 32
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

Habilidades BNCC: (EM13LGG201) Utilizar adequadamente as diversas lingua-


gens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as como
fenômeno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensível aos contextos
de uso. (EM13LGG603) Expressar-se e atuar em processos criativos que integrem
diferentes linguagens artísticas e referências estéticas e culturais, recorrendo a co-
nhecimentos de naturezas diversas (artísticos, históricos, sociais e políticos) e expe-
riências individuais e coletivas. (EM13LP46) Participar de eventos (saraus, competi-
ções orais, audições, mostras, festivais, feiras culturais e literárias, rodas e clubes de
leitura, cooperativas culturais, jograis, repentes, slams etc.), inclusive para socializar
obras da própria autoria (poemas, contos e suas variedades, roteiros e microrrotei-
ros, videominutos, playlists comentadas de música etc.) e/ou interpretar obras de
outros, inserindo-se nas diferentes práticas culturais de seu tempo. (EM13LGG403)
Fazer uso do inglês como língua do mundo global, levando em conta a multiplicidade
e variedade de usos, usuários e funções dessa língua no mundo contemporâneo.
Sugestão de entrega: Organização de um sarau para a expressão e manifestação
artística, que pode envolver dança, poesia, leitura de livros, música acústica e tam-
bém outras formas de arte como pintura, teatro e comidas típicas, que representam
a literatura brasileira.

Projeto 4: Grafite é Arte! Hip Hop é Arte!


Objetivos: Apropriar-se destas manifestações artísticas como meios de reconhecer,
valorizar, fruir e produzir tais manifestações, com base em critérios estéticos e no
exercício da sensibilidade.
Habilidades BNCC: (EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de inte-
resse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes
mídias como forma de ampliar suas as possibilidades de explicação e interpretação
crítica da realidade. (EM13LGG604) Relacionar as práticas artísticas e da cultura
corporal do movimento às diferentes dimensões da vida social, cultural, política,
histórica e econômica. (EM13LGG302) Compreender e posicionar-se criticamente
diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes lingua-
gens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação. (EM13LGG502)
Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder subjacentes às
práticas e discursos verbais e imagéticos na apreciação e produção das práticas da
cultura corporal de movimento.
Sugestão de entrega: Organização de um evento que promova uma batalha de Hip
Hop com grafitagem ao vivo, com a participação dos estudantes ou artistas por eles
convidados.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 33
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

Quadro 2: Exemplo de planejamento do projeto “O maior museu a céu aberto do


mundo é mineiro: conheça Inhotim”.

O MAIOR MUSEU A CÉU ABERTO DO MUNDO É MINEIRO: CONHEÇA INHOTIM


OBJETIVOS: Reconhecer Inhotim como um dos mais importantes acervos de arte contemporânea
do Brasil e o maior museu a céu aberto do mundo e produzir materiais (documentário, podcast,
ebook etc.) para a comunidade local a fim de ampliar o acesso a esse patrimônio.

SUGESTÃO DE ENTREGA: Elaboração de documentário, podcast, ebook etc., como forma de


acessibilizar a riqueza de Inhotim para a comunidade local.

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO

Apresentação do tema do projeto, dos ob-


jetivos, da expectativa de entrega e como
o estudante será avaliado.

Professor, esse projeto tem como objetivo


reconhecer Inhotim como um dos mais
importantes acervos de arte contemporânea
do Brasil e o maior museu a céu aberto do
mundo e produzir materiais (documentário,
podcast, ebook etc.) para a comunidade lo-
cal a fim de ampliar o acesso deste patrimô-
nio. Como sugestão de entrega está a ela-
boração de documentário, podcast, ebook
etc., como forma de acessibilizar a riqueza
de Inhotim para a comunidade local.

Converse com o seu grupo sobre essas


Descoberta
Aula 1 e 2 ideias e caso optem por adequá-la é im-
e Interpretação
portante que essas decisões sejam toma-
das na fase inicial. Professor, lembre-se
que na aprendizagem baseada em proje-
tos não há avaliação somativa. Na seção
“Avaliação na aprendizagem por projetos”
trazemos indicações de como avaliar.

Formação dos grupos de trabalho.

Professor, neste material temos a indicação


de um livro “Planejando o Trabalho em Gru-
po”, que pode te ajudar nessa organização.

Preparação e planejamento para a pesqui-


sa: considerando o tema do projeto, quais
as possibilidades de trabalho? Discussão
com os estudantes.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 34
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO


Professor, uma visita à Inhotim certamente
seria uma experiência única para o gru-
po e, caso isso seja previsto por você, é
importante que converse com a escola e
mapeie as possibilidades dessa saída pe-
dagógica (neste material, temos a indica-
ção de uma leitura sobre planejamento de
saída pedagógica). Para os projetos que
envolvem estudo de campo é necessário
Aula 1 e 2
o encaminhamento do projeto para Se-
cretaria de Educação (SRE), solicitando a
verba para a saída (a escola é responsável
por elaborar o projeto). No entanto, caso
a visita não seja possível, o site oficial de
Inhotim permite uma visita online. No site
oficial há muitas informações para pes-
quisa e organização da saída, caso optem
pela visitação.
Levantar o que o grupo já sabe sobre o
assunto e o que precisam saber antes de
iniciar a pesquisa.
Descoberta
e Interpretação Professor, nesse momento é essencial dar
voz aos estudantes. Você pode solicitar
que, em grupo, eles façam esse levan-
tamento e compartilhem, na sequência,
com o coletivo. Aqui, vale a pena que cada
grupo eleja um integrante para a partilha e
outro para registro na lousa.

Pesquisar sobre o tema.


Aula 3 e 4
Professor, como nessa aula teremos pes-
quisas, é importante que reserve as salas
de informática da escola com antecedência
e/ou peçam autorização à gestão (também
com antecedência) para a liberação da
internet e uso de celulares na sala de aula.
Lembre-os de que o Instituto Inhotim é a
sede de um dos mais importantes acervos
de arte contemporânea do Brasil e con-
siderado o maior museu a céu aberto do
mundo, por isso, há muito o que explorar.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 35
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO


Planejamento para a observação (saída a
campo ou visita online).

Professor, para relembrar: nos projetos


que envolvem estudo de campo, é neces-
sário o encaminhamento do projeto para
Secretaria de Educação (SRE) solicitando
a verba para a saída.

Caso a sugestão de entrega tenha sido


mantida, converse com os estudantes
sobre esse planejamento, ou seja, será
necessária a captação de imagens, víde-
os e áudios. Se forem feitos pelo celular
é importante verificar a memória para a
visita, além de elaborar um roteiro, já que
Aula 3 e 4
o parque tem diversas obras.

Planejamento para entrevistas, se for o


caso.
Descoberta
e Interpretação Professor, além das visitas a campo ou
virtuais (vídeos e páginas específicas),
os estudantes podem entrevistar pessoas
acerca do tema do projeto, que podem ser,
inclusive, membros da família que tenham
ligação com Inhotim ou funcionários e/ou
visitantes que encontrarem pelo parque.
O roteiro de perguntas deve estar pronto
para o dia da entrevista, que pode ser
junto da visita.

Observação e exploração: saída a campo


ou visita online; entrevistas (se for o caso).

Professor, aqui é a hora de colocar em práti-


ca todo o planejamento das aulas anteriores.
Aula 5 e 6
Reforce com o grupo que o sucesso de uma
boa saída e de uma boa entrevista advém
de um excelente planejamento, por isso é
preciso empenho nas etapas anteriores.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 36
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO


Compartilhar as descobertas realizadas na
etapa anterior (criar personas e mapa da
empatia, se fizer sentido).

Professor, essa etapa de partilha é muito


importante para todos, por isso, enfatize
isso para os estudantes. Uma estratégia
para engajamento é pedir que cada grupo
formule perguntas para o que está com-
partilhando as descobertas, isso os ajuda
Descoberta
Aula 7 e 8 a pensar sobre os pontos levantados e
e Interpretação
aumenta as possibilidades de soluções,
que é o foco da etapa seguinte.

Professor, no quadro 1 deste material há


a explicação do que são personas e mapa
da empatia, bem como um “Para saber
mais”, que aborda esse assunto. Também
há um anexo que traz um modelo de mapa
da empatia para ser utilizado.

A partir do compartilhamento das desco-


bertas (etapa anterior), criar soluções com
base na chuva de ideias, com a participa-
ção de todos os integrantes do grupo.

Categorização das ideias criadas de forma


visual.

Professor, a partir da etapa anterior, é


chegada a hora de categorizar as ideias.
Ideação Vale a pena retomar os objetivos do projeto
Aula 9 e 10
e Experimentação e a entrega final (que pode ser a sugestão
apresentada no escopo do projeto ou aque-
la que vocês decidiram enquanto grupo).

OBJETIVOS: Reconhecer Inhotim como


um dos mais importantes acervos de arte
contemporânea do Brasil e o maior museu
a céu aberto do mundo e produzir mate-
riais (documentário, podcast, ebook etc.)
para a comunidade local, a fim de ampliar
o acesso a esse patrimônio.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 37
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO

SUGESTÃO DE ENTREGA: Elaboração


de documentário, podcast, ebook etc.,
como forma de acessibilizar a riqueza de
Inhotim para a comunidade local.
Ideação Professor, aqui você pode incentivar a utili-
Aula 9 e 10
e Experimentação zação de mapas mentais em aplicativos ou
manuscritos com materiais como cartoli-
nas, papel pardo e canetas coloridas. Nes-
te material, temos um “Para saber mais”,
que aborda sobre os mapas mentais.

Entender o que são os protótipos.

Professor, prototipar significa trazer as


ideias para o mundo físico de forma visual.
Pode ser colocar no papel ou produzir algo
digitalmente, a ser apresentado para ou-
tras pessoas. Você pode indicar o Canva
para os estudantes, que apresenta muitas
possibilidades de templates para uso no
projeto.

Criar protótipos que respondam ao desafio


do projeto.
Aula 11 e 12
Professor, o desafio corresponde a como
alcançar o objetivo proposto, com vistas a
entrega final. Por isso, retome mais uma
vez: Elaboração de documentário, podcast,
ebook etc., como forma de acessibilizar
a riqueza de Inhotim para a comunidade
local. [Professor, caso vocês tenham pen-
Evolução sando em outra entrega, faça a adaptação
no momento dessa apresentação].

Professor, provoque os estudantes a pen-


sarem e elaborarem como eles farão essa
entrega: como organizarão o documentá-
rio, podcast, ebook, entre outros?
Apresentação dos protótipos dos grupos
para a turma e/ou convidados para coletar
opiniões e novas ideias. Uma boa estratégia
para esse momento é pelo Método Aquário.

Professor, relembre os estudantes da


importância do compartilhamento de ideias
Aula 13 e 14
e da troca que deve haver entre os grupos.
Uma boa estratégia para esse momento
é pelo Método Aquário, no quadro 1 deste
material há a explicação do que é essa
estratégia e também há um “Para saber
mais”, que aborda esse assunto.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 38
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO


Ajustes finais nos protótipos.

Professor, após a etapa anterior pode ser


que os grupos precisem fazer ajustes finais
nas suas propostas, utilize essas aulas
para isso.

Celebração pelos resultados obtidos:


apresentação para outras turmas, famí-
lias, convidados etc., dos materiais de-
senvolvidos.

Professor, a data da celebração não


Evolução Aula 15 e 16 precisa, necessariamente, ser no dia da
sua aula. A depender do que decidirem,
enquanto grupo, como entrega final, já
deixem uma data reservada para isso.
Caso mantenham a sugestão de organi-
zação de uma feira gastronômica, esse
evento pode ser um dia destinado para
isso, à noite ou em um sábado. Lembre-se
que falamos em celebração de todas as
conquistas desse percurso e não em um
evento acadêmico com outros fins, por
isso, Professor, curta esse momento com
os seus estudantes!
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 39
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

12. PROJETOS: CULTURA


A seguir, apresentamos os 4 (quatro) projetos como foco no eixo Cultura. Na sequ-
ência, estão os objetivos de cada projeto, bem como as habilidades desenvolvidas,
segundo a BNCC, e uma sugestão de entrega.

IMPORTANTE
Professor e professora, os projetos apresentados a seguir são
sugestões, isso significa que podem ser adaptados de acordo
com a realidade, necessidades e potencialidades do seu gru-
po. Você pode alterar as ordens propostas, diminuir e/ou es-
tender as aulas previstas (respeitando as etapas) e, inclusive,
pensar as sugestões de entregas como um evento semestral,
desde que reúnam os objetivos propostos para cada projeto no
bimestre, uma vez que a etapa que contempla a Celebração
dos resultados obtidos é de extrema importância para a finali-
zação do projeto.

PROJETO 1 PROJETO 2 PROJETO 3 PROJETO 4


(1O BIMESTRE) (2O BIMESTRE) (3O BIMESTRE) (4O BIMESTRE)

Do docim Conceição Clube da Esquina:


Rota dos
de leite ao leitão Evaristo: suas qual a influência
Quilombos:
a pururuca: escrevivências (hoje) da música
outras histórias
conheça a gastro- e outros autores mineira que mar-
da Estrada Real
nomia mineira mineiros cou gerações?

No quadro 3, temos o exemplo de como um projeto pode ser desenvolvido em um


bimestre.
Projeto 1: Rota dos Quilombos: outras histórias da estrada real
Objetivos: Reconhecer o Vale do Jequitinhonha como uma das regiões do Brasil
com o maior número de comunidades quilombolas, a partir da identificação de que
onde havia realeza, também havia escravidão.
Habilidades BNCC: (EM13LGG105) Analisar e experimentar diversos processos
de remediação de produções multissemióticas, multimídia e transmídia, como forma
de fomentar diferentes modos de participação e intervenção social. (EM13LGG304)
Mapear e criar, por meio de práticas de linguagem, possibilidades de atuação social,
política, artística e cultural para enfrentar desafios contemporâneos, discutindo seus
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 40
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

princípios e objetivos de maneira crítica, criativa, solidária e ética. (EM13LGG403)


Fazer uso do inglês como língua do mundo global, levando em conta a multiplicidade
e variedade de usos, usuários e funções dessa língua no mundo contemporâneo.
(EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de po-
der subjacentes às práticas e discursos verbais e imagéticos na apreciação e pro-
dução das práticas da cultura corporal de movimento. (EM13LGG601) Apropriar-se
do patrimônio artístico e da cultura corporal de movimento de diferentes tempos e
lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de disputa por
legitimidade. (EM13LGG703) Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas
digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em am-
bientes digitais. (EM13LGG704) Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa
e busca de informação, por meio de ferramentas e dos novos formatos de produção
e distribuição do conhecimento na cultura de rede. (EM13LP15) Elaborar roteiros
para a produção de vídeos variados (vlog, videoclipe, videominuto, documentário
etc.), apresentações teatrais, narrativas multimídia e transmídia, podcasts, playlists
comentadas etc., para ampliar as possibilidades de produção de sentidos e engajar-
-se de forma reflexiva em práticas autorais e coletivas.
Sugestão de entrega: Produção de uma página/recurso digital (blog, site, canal no
youtube, instagram, Tik Tok (ou) entre outros) que apresente a rota dos quilombos
pelas lentes dos jovens para a comunidade escolar e outras pessoas interessadas.

Projeto 2: Do docim de leite ao leitão a pururuca: conheça a gastronomia mineira


Objetivos: Explorar a gastronomia mineira, a fim de compreender as suas origens e
fator de desenvolvimento econômico, social, turístico e cultural para o Estado.
Habilidades BNCC: (EM13LGG203) Analisar os diálogos e conflitos entre diver-
sidades e os processos de disputa por legitimidade nas práticas de linguagem e
suas produções (artísticas, corporais e verbais), presentes na cultura local e em
outras culturas. (EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social,
analisando diferentes argumentos e opiniões manifestados, para negociar e sus-
tentar posições, formular propostas, e intervir e tomar decisões democraticamente
sustentadas, que levem em conta o bem comum e os Direitos Humanos, a consci-
ência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global.
(EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de língua
adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso,
respeitando os usos das línguas por esse(s) interlocutor(es) e combatendo situa-
ções de preconceito linguístico.
Sugestão de entrega: Organização de uma feira gastronômica com as diversas
possibilidades das “cozinhas de Minas” que conseguem representar, ao mesmo
tempo, a rica história e do Estado e suas potencialidades no turismo gastronômico
e na indústria criativa.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 41
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

Projeto 3: Conceição Evaristo: suas escrevivências e outros autores mineiros


Objetivos: Reconhecer Conceição Evaristo como uma das principais autoras do
país por resgatar a ancestralidade negro-brasileira e pesquisar outros autores minei-
ros que colaboram com a luta antirracista.
Habilidades BNCC: (EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interes-
se, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mí-
dias como forma de ampliar suas possibilidades de explicação e interpretação crítica
da realidade. (EM13LGG203) Analisar os diálogos e conflitos entre diversidades e
os processos de disputa por legitimidade nas práticas de linguagem e suas produ-
ções (artísticas, corporais e verbais), presentes na cultura local e em outras cultu-
ras. (EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando
diferentes argumentos e opiniões manifestados, para negociar e sustentar posições,
formular propostas, e intervir e tomar decisões democraticamente sustentadas, que
levem em conta o bem comum e os Direitos Humanos, a consciência socioambiental
e o consumo responsável em âmbito local, regional e global. (EM13LGG403) Fa-
zer uso do inglês como língua do mundo global, levando em conta a multiplicidade
e variedade de usos, usuários e funções dessa língua no mundo contemporâneo.
(EM13LGG703) Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em pro-
cessos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais.
(EM13LP09) Fazer curadoria de informações, tendo em vista diferentes propósitos
e projetos discursivos. (EM13LP52) Produzir apresentações e comentários aprecia-
tivos e críticos sobre livros, filmes, discos, canções, espetáculos de teatro e dança,
exposições etc. (resenhas, vlogs e podcasts literários e artísticos, playlists comenta-
das, fanzines, e-zines etc.).
Sugestão de entrega: Organização de material (impresso ou digital) que represente
uma curadoria de autores e autoras mineiros que lutam pelo antirracismo com textos
autorais que demonstrem a análise e opinião dos estudantes acerca deste assunto.

Projeto 4: Clube da Esquina: qual a influência (hoje) da música mineira que


marcou gerações?
Objetivos: Compreender a influência do Clube da Esquina no cenário da música
popular e como essa influência dialoga com a mineiridade da música brasileira até
os dias de hoje.
Habilidades BNCC: (EM13LGG601) Apropriar-se do patrimônio artístico e da cul-
tura corporal de movimento de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua
diversidade, bem como os processos de disputa por legitimidade. (EM13LGG602)
Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das lo-
cais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a
sensibilidade, a imaginação e a criatividade. (EM13LGG603) Expressar-se e atuar
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 42
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

em processos criativos que integrem diferentes linguagens artísticas e referências


estéticas e culturais, recorrendo a conhecimentos de naturezas diversas (artísticos,
históricos, sociais e políticos) e experiências individuais e coletivas. (EM13LGG701)
Explorar tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC), compreenden-
do seus princípios e funcionalidades, e mobilizá-las de modo ético, responsável e
adequado a práticas de linguagem em diferentes contextos. (EM13LP20) Produzir,
de forma colaborativa, e socializar playlists comentadas de preferências culturais
e de entretenimento, revistas culturais, fanzines, e-zines ou publicações afins que
divulguem, comentem e avaliem músicas, games, séries, filmes, quadrinhos, livros,
peças, exposições, espetáculos de dança etc., de forma a compartilhar gostos, iden-
tificar afinidades, fomentar comunidades etc.
Sugestão de entrega: Organização de um álbum musical que represente uma cura-
doria da mineiridade da música brasileira e que traga descrições autorais (dos estu-
dantes) que justifiquem a escolha desses artistas. O álbum será disponibilizado em
plataformas digitais de streaming gratuitas de músicas online.

Quadro 3: Exemplo de planejamento do projeto “Do docim de leite ao leitão a pu-


ruruca: conheça a gastronomia mineira”.

DO DOCIM DE LEITE AO LEITÃO A PURURUCA:


CONHEÇA A GASTRONOMIA MINEIRA
OBJETIVOS: Explorar a gastronomia mineira, a fim de compreender as suas origens e fator de
desenvolvimento econômico, social, turístico e cultural para o Estado.

SUGESTÃO DE ENTREGA: Organização de uma feira gastronômica com as diversas possibili-


dades das “cozinhas de Minas” que conseguem representar, ao mesmo tempo, a rica história do
Estado e suas potencialidades no turismo gastronômico e na indústria criativa.

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO


Apresentação do tema do projeto, dos ob-
jetivos, da expectativa de entrega e como
o estudante será avaliado.

Professor, esse projeto tem como objetivo


explorar a gastronomia mineira, a fim de
compreender as suas origens e fator de
Descoberta desenvolvimento econômico, social, turís-
e Interpretação Aula 1 e 2 tico e cultural para o Estado. Como su-
gestão de entrega está a Organização de
uma feira gastronômica com as diversas
possibilidades das “cozinhas de Minas”
que conseguem representar, ao mesmo
tempo, a rica história do Estado e suas
potencialidades no turismo gastronômico e
na indústria criativa.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 43
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO

Converse com o seu grupo sobre essas


ideias e, caso optem por adequá-la, é im-
portante que essas decisões sejam toma-
das na fase inicial. Professor, lembre-se
que na aprendizagem baseada em proje-
tos não há avaliação somativa. Na seção
“Avaliação na aprendizagem por projetos”
trazemos indicações de como avaliar.

Formação dos grupos de trabalho.

Professor, neste material temos a indica-


ção de um livro “Planejando o Trabalho em
Grupo”, que pode te ajudar nessa organi-
zação.

Preparação e planejamento para a pesqui-


sa: considerando o tema do projeto quais
Descoberta
as possibilidades de trabalho? Discussão
e Interpretação Aula 1 e 2
com os estudantes.

Professor, o texto a seguir é uma sugestão


de sensibilização para o tema retirado da
página oficial do governo de MG.

Café coado na hora, queijo curado na


mesa e um tabuleiro de broa de fubá e pão
de queijo saindo do forno. Para o almoço,
costelinha com ora-pro-nobis, angu, tutu
de feijão, couve refogada e canjiquinha no
fogão a lenha – essas delícias são apenas
alguns dos elementos que traduzem, com
propriedade, a gastronomia mineira. As
diversas possibilidades das “cozinhas de
Minas” conseguem representar, ao mesmo
tempo, a rica história do Estado e suas
potencialidades no turismo gastronômico e
na indústria criativa.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 44
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO

Admirada e reconhecida nacional e in-


ternacionalmente, a gastronomia mineira
ganhou uma data representativa em 2012,
quando o Governo do Estado de Minas
Gerais definiu que em todo dia 5 de julho,
dia do nascimento de Eduardo Frieiro,
autor do primeiro livro de gastronomia de-
dicado aos sabores de Minas, seria come-
morado o Dia da Gastronomia Mineira. A
publicação “Feijão, angu e couve – Ensaio
sobre a comida dos mineiros” foi lançada
em 1966.

Professor, como o Dia da Gastronomia


Mineira é comemorado no dia 5 de julho,
esse projeto pode ser realizado no segun-
Descoberta
do semestre e a sugestão de entrega, uma
e Interpretação Aula 1 e 2
celebração a essa data.

A Secretaria de Estado de Cultura e Tu-


rismo de Minas Gerais (Secult) coordena,
em conjunto com outras pastas, entidades
vinculadas e instituições de terceiro setor
e iniciativa privada, o Plano Estadual de
Gastronomia Mineira (PEGM), que tem o
objetivo de fomentar, desenvolver e promo-
ver toda a cadeia produtiva do setor. Entre
as ações e estratégias do plano estão a
valorização dos produtos e produtores mi-
neiros por meio da certificação, capacitação
de profissionais de diversos segmentos da
gastronomia, viabilização de oportunidades
de comercialização de produtos e parcerias
com o Ministério do Turismo.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 45
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO


Professor, saídas pedagógicas certamen-
te seriam uma experiência única para o
grupo e, caso isso seja previsto por você,
é importante que converse com a escola
e mapeie as possibilidades dessa saída
(neste material temos a indicação de uma
leitura sobre planejamento de saída pe-
Aula 1 e 2
dagógica). Para os projetos que envolvem
estudo de campo é necessário o encami-
nhamento do projeto para Secretaria de
Educação (SRE) solicitando a verba para a
saída (a escola é responsável por elaborar
o projeto).

Levantar o que o grupo já sabe sobre o


assunto e o que precisam saber antes de
iniciar a pesquisa.

Descoberta Professor, nesse momento é essencial dar


e Interpretação voz aos estudantes. Você pode solicitar
que, em grupo, eles façam esse levan-
tamento e compartilhem, na sequência,
com o grande grupo. Aqui, vale a pena
que cada grupo eleja um integrante para a
partilha e outro para registro na lousa.

Pesquisar sobre o tema.


Aula 3 e 4
Professor, como nessa aula teremos pes-
quisas, é importante que reserve as salas
de informática da escola com antecedência
e/ou peçam autorização à gestão (também
com antecedência) para a liberação da
internet e uso de celulares na sala de aula.
Lembre-os de que a gastronomia mineira
não apenas é sinônimo de acolhimento,
afeto, hospitalidade e diversidade, mas
também de cultura, história e desenvolvi-
mento socioeconômico para Minas Gerais.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 46
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO


Reconhecer quem são as pessoas impac-
tadas pela proposta.

Professor, provoque os estudantes a refle-


tirem sobre quem são as pessoas impac-
tadas por essa proposta a nível individual
e coletivo. Perguntas que indagam como
e por que um projeto sobre a Gastronomia
Mineira pode impactar a vida deles, da
família, dos amigos e de pessoas que não
conhecem, são bacanas de serem feitas.

Planejamento para a observação (saída a


campo ou visita online).

Professor, para os projetos que envolvem


estudo de campo é necessário o encaminha-
mento do projeto para Secretaria de Educa-
ção (SRE) solicitando a verba para a saída.
Descoberta Na página oficial do governo de MG, há
Aula 3 e 4
e Interpretação uma seção específica sobre a gastronomia
mineira e pode ser uma boa sugestão para
explorar as opções da gastronomia, além
de ser possível a visita virtual, em alguns
casos.

Planejamento para entrevistas, se for o


caso.

Professor, além das visitas a campo ou


virtuais, os estudantes podem entrevistar
pessoas acerca do tema do projeto, que
podem ser, inclusive, membros da família
que tenham ligação com a gastronomia
mineira. Pensando nisso, você pode fazer
perguntas que os remetam a pensar so-
bre pessoas próximas que tenham essa
ligação, como: qual a ligação dos meus
familiares com a gastronomia mineira?
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 47
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO

Observação e exploração: saída a campo


ou visita online; entrevistas (se for o caso).

Professor, aqui é a hora de colocar em prá-


tica todo o planejamento das aulas ante-
Aula 5 e 6
riores. Reforce com o grupo que o sucesso
de uma boa saída e de uma boa entrevista
advém de um excelente planejamento, por
isso é preciso empenho nas etapas ante-
riores.

Compartilhar as descobertas realizadas na


etapa anterior (criar personas e mapa da
empatia, se fizer sentido).
Descoberta
e Interpretação Professor, essa etapa de partilha é muito
importante para todos, por isso, enfatize
isso para os estudantes. Uma estratégia
para engajamento é pedir que cada grupo
formule perguntas para o grupo que está
compartilhando as descobertas, isso os
Aula 7 e 8
ajuda a pensar sobre os pontos levantados
e aumenta as possibilidades de soluções,
que é o foco da etapa seguinte.

Professor, no quadro 1 deste material, há


a explicação do que são personas e mapa
da empatia, bem como um “Para saber
mais”, que aborda esse assunto. Também
há um anexo que traz um modelo de mapa
da empatia para ser utilizado.

A partir do compartilhamento das desco-


bertas (etapa anterior), criar soluções, a
partir da chuva de ideias, com a participa-
ção de todos os integrantes do grupo.

Categorização das ideias criadas de forma


visual.
Ideação
Aula 9 e 10 Professor, a partir da etapa anterior, é
e Experimentação
chegada a hora de categorizar as ideias.
Vale a pena retomar os objetivos do proje-
to e a entrega final (que pode ser a su-
gestão apresentada no escopo do projeto
ou aquela que vocês decidiram enquanto
grupo).
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 48
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO


OBJETIVOS: Explorar a gastronomia mi-
neira, a fim de compreender as suas ori-
gens e fator de desenvolvimento econômi-
co, social, turístico e cultural para o Estado.

SUGESTÃO DE ENTREGA: Organização


de uma feira gastronômica com as diversas
possibilidades das “cozinhas de Minas” que
conseguem representar, ao mesmo tempo,
a rica história do Estado e suas potenciali-
Ideação dades no turismo gastronômico e na indús-
Aula 9 e 10
e Experimentação tria criativa. [Professor, caso vocês tenham
pensando em outra entrega, faça a adapta-
ção no momento dessa apresentação].

Professor, aqui você pode incentivar a utili-


zação de mapas mentais em aplicativos ou
manuscritos, com materiais como cartoli-
nas, papel pardo e canetas coloridas. Nes-
te material, temos um “Para saber mais”,
que aborda sobre os mapas mentais.

Entender o que são os protótipos.

Professor, prototipar significa trazer as


ideias para o mundo físico de forma visual.
Pode ser colocar no papel ou produzir algo
digitalmente a ser apresentado para outras
pessoas. Você pode indicar o Canva para
os estudantes, que apresenta muitas possi-
bilidades de templates para uso no projeto.

Criar protótipos que respondam ao desafio


do projeto.

Professor, o desafio corresponde a como


alcançar o objetivo proposto, com vistas a
Evolução Aula 11 e 12
entrega final. Por isso, retome mais uma
vez: Organização de uma feira gastro-
nômica com as diversas possibilidades
das “cozinhas de Minas” que conseguem
representar, ao mesmo tempo, a rica his-
tória do Estado e suas potencialidades no
turismo gastronômico e na indústria criati-
va. [Professor, caso vocês tenham pensan-
do em outra entrega, faça a adaptação no
momento dessa apresentação].

Professor, provoque os estudantes a pen-


sarem e elaborarem como eles farão essa
entrega.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 49
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO

Apresentação dos protótipos dos grupos


para a turma e/ou convidados, para coletar
opiniões e novas ideias. Uma boa estra-
tégia para esse momento é pelo Método
Aquário.

Professor, relembre os estudantes da


Aula 13 e 14
importância do compartilhamento de ideias
e da troca que deve haver entre os grupos.
Uma boa estratégia para esse momento
é pelo Método Aquário, no quadro 1 deste
material, há a explicação do que é essa
estratégia e também há um “Para saber
mais”, que aborda esse assunto.

Ajustes finais nos protótipos.

Professor, após a etapa anterior pode ser


Evolução que os grupos precisem fazer ajustes finais
nas suas propostas, por isso utilize essas
aulas para isso.

Celebração dos resultados obtidos: apre-


sentação para outras turmas, famílias, con-
vidados etc., dos materiais desenvolvidos.

Professor, a data da celebração não


Aula 15 e 16 precisa, necessariamente, ser no dia da
sua aula. A depender do que decidirem,
enquanto grupo, como entrega final, já
deixem uma data reservada para isso.
Caso mantenham a sugestão de organi-
zação de uma feira gastronômica, esse
evento pode ser um dia destinado para
isso, à noite ou em um sábado. Lembre-se
que falamos em celebração de todas as
conquistas deste percurso e não em um
evento acadêmico com outros fins, por
isso, Professor, curta esse momento com
os seus estudantes!
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 50
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

13. PROJETOS: LAZER


A seguir, apresentamos os 4 (quatro) projetos como foco no eixo Lazer. Na sequ-
ência, estão os objetivos de cada projeto, bem como as habilidades desenvolvidas,
segundo a BNCC, e uma sugestão de entrega.

IMPORTANTE
Professor e professora, os projetos apresentados a seguir são
sugestões, isso significa que podem ser adaptados de acordo
com a realidade, necessidades e potencialidades do seu gru-
po. Você pode alterar as ordens propostas, diminuir e/ou es-
tender as aulas previstas (respeitando as etapas) e, inclusive,
pensar as sugestões de entregas como um evento semestral,
desde que reúnam os objetivos propostos para cada projeto no
bimestre, uma vez que a etapa que contempla a Celebração
dos resultados obtidos é de extrema importância para a finali-
zação do projeto.

PROJETO 1 PROJETO 2 PROJETO 3 PROJETO 4


(1O BIMESTRE) (2O BIMESTRE) (3O BIMESTRE) (4O BIMESTRE)

Mercado
Central de BH: as
comidas típicas, o
Os Parques Minas em movi-
artesanato, a cul-
Xadrez em Minas Estaduais de mento: qual é o
tura e a tradição
Minas Gerais seu esporte?
como opção de
lazer em Minas
Gerais

No quadro 4, temos o exemplo de como um projeto pode ser desenvolvido em um


bimestre.

Projeto 1: Xadrez em Minas


Objetivos: Oferecer o xadrez como proposta de ampliação de vivência esportiva e
lazer e compreender o papel desse esporte/lazer na sociedade.
Habilidades BNCC: (EM13LGG503) Praticar, significar e valorizar a cultura corpo-
ral de movimento como forma de autoconhecimento, autocuidado e construção de
laços sociais em seus projetos de vida. (EM13LP19) Compartilhar gostos, interes-
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 51
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ses, práticas culturais, temas/problemas/questões que despertam maior interesse


ou preocupação, respeitando e valorizando diferenças, como forma de identificar
afinidades e interesses comuns, como também de organizar e/ou participar de gru-
pos, clubes, oficinas e afins.
Sugestão de entrega: Organização de um evento sobre o xadrez, com a participa-
ção da comunidade escolar, que, além de um campeonato, conte com oficinas que
ensinem os movimentos básicos e exibam trechos de filmes, seguidos de rodas de
conversa, que retratem o papel desse esporte ao longo da história.

Projeto 2: Mercado Central de BH: as comidas típicas, o artesanato, a cultura e


a tradição como opção de lazer em Minas Gerais
Objetivos: Identificar a diversidade cultural dos produtos ofertados no Mercado
Central de BH, por meio do estímulo ao lazer.
Habilidades BNCC: (EM13LGG301) Participar de processos de produção individu-
al e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais), levan-
do em conta seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos.
(EM13LGG403) Fazer uso do inglês como língua do mundo global, levando em con-
ta a multiplicidade e variedade de usos, usuários e funções dessa língua no mundo
contemporâneo. (EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e
o estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao
gênero do discurso, respeitando os usos das línguas por esse(s) interlocutor(es) e
combatendo situações de preconceito linguístico. (EM13LGG602) Fruir e apreciar
esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais,
assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a
imaginação e a criatividade. (EM13LP09) Fazer curadoria de informações, tendo em
vista diferentes propósitos e projetos discursivos.
Sugestão de entrega: Elaboração de materiais digitais para visita autônoma ao
Mercado Central de BH como prática de lazer, de modo que o visitante consiga ex-
plorar a diversidade cultural dos produtos ofertados.

Projeto 3: Os Parques Estaduais de Minas Gerais


Objetivos: Pesquisar sobre os parques estaduais de Minas Gerais, como possibi-
lidades de lazer, e visitar pelo menos uma das opções, a fim de explorar a riqueza
natural e registrar o percurso com marcações de passos, calorias e tempo gasto
(aplicativos gratuitos no celular).
Habilidades BNCC: (EM13LGG503) Praticar, significar e valorizar a cultura corpo-
ral de movimento como forma de autoconhecimento, autocuidado e construção de
laços sociais em seus projetos de vida. (EM13LGG604) Relacionar as práticas ar-
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 52
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

tísticas e da cultura corporal do movimento às diferentes dimensões da vida social,


cultural, política, histórica e econômica. (EM13LGG703) Utilizar diferentes lingua-
gens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa
e projetos autorais em ambientes digitais.
Sugestão de entrega: Exposição dos registros realizados durante a visita a um par-
que estadual, que contarão com fotografias do ambiente, áudios que narram a expe-
riência (QR code gratuito) e marcações do percurso (passos, calorias e tempo gasto).

Projeto 4: Minas em movimento: qual é o seu esporte?


Objetivos: Favorecer a diversidade da prática esportiva como forma de lazer.
Habilidades BNCC: (EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de
forma consciente e intencional para interagir socialmente em práticas da cultura
corporal, de modo a estabelecer relações construtivas, éticas e de respeito às dife-
renças. (EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações
de poder subjacentes às práticas e discursos verbais e imagéticos na apreciação
e produção das práticas da cultura corporal de movimento. (EM13LGG503) Prati-
car, significar e valorizar a cultura corporal de movimento como forma de autoco-
nhecimento, autocuidado e construção de laços sociais em seus projetos de vida.
(EM13LP19) Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais, temas/problemas/
questões que despertam maior interesse ou preocupação, respeitando e valorizan-
do diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses comuns, como tam-
bém de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins. (EM13LP24)
Participar de reuniões na escola (conselho de escola e de classe, grêmio livre etc.),
agremiações, coletivos ou movimentos, entre outros, em debates, assembleias, fó-
runs de discussão etc., exercitando a escuta atenta, respeitando seu turno e tempo
de fala, posicionando-se de forma fundamentada, respeitosa e ética diante da apre-
sentação de propostas e defesas de opiniões, usando estratégias linguísticas típicas
de negociação e de apoio e/ou de consideração do discurso do outro (como solicitar
esclarecimento, detalhamento, fazer referência direta ou retomar a fala do outro,
parafraseando-a para endossá-la, enfatizá-la, complementá-la ou enfraquecê-la),
considerando propostas alternativas e reformulando seu posicionamento, quando
for caso, com vistas ao entendimento e ao bem comum.
Sugestão de entrega: Organização de Clubes de Protagonismo1, articulados pelos
estudantes com propostas de acordo com os seus interesses e aptidões e que tra-
gam como um dos Clubes a diversidade no esporte.

1
O Clube de Protagonismo é um espaço destinado ao estudante e organizado para atender às
suas áreas de interesse e, a partir delas, seus integrantes devem desenvolver atividades que pro-
porcionem trocas de informações, de experiências relacionadas ou não à vida escolar. O objetivo
relevante é a formação do estudante Protagonista, pois a partir da vivência no Clube, o estudante
desenvolverá e exercitará um conjunto de habilidades essenciais para a sua formação, nos âmbitos
da sua vida pessoal, social e produtiva. Nesta página do governo do ES há mais informações sobre
essa proposta.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 53
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

Quadro 4: Exemplo de planejamento do projeto “Os Parques Estaduais em Minas


Gerais”.
OS PARQUES ESTADUAIS EM MINAS GERAIS
OBJETIVOS: Pesquisar sobre os parques estaduais de Minas Gerais, como possibilidades de la-
zer, e visitar pelo menos uma das opções, a fim de explorar a riqueza natural e registrar o percurso
com marcações de passos, calorias e tempo gasto (aplicativos gratuitos no celular).

SUGESTÃO DE ENTREGA: Exposição dos registros realizados durante a visita a um parque esta-
dual, que contarão com fotografias do ambiente, áudios que narram a experiência (QR code gratui-
to) e marcações do percurso (passos, calorias e tempo gasto).

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO


Apresentação do tema do projeto, dos ob-
jetivos, da expectativa de entrega e como
o estudante será avaliado.

Professor, esse projeto tem como objetivo


pesquisar sobre os parques estaduais de
Minas Gerais, como possibilidades de la-
zer, e visitar pelo menos uma das opções,
a fim de explorar a riqueza natural e regis-
trar o percurso com marcações de passos,
calorias e tempo gasto (aplicativos gratui-
tos no celular). Como sugestão de entrega,
temos a exposição dos registros realizados
durante a visita a um parque estadual, que
contarão com fotografias do ambiente,
áudios que narram a experiência (QR code
Descoberta
gratuito) e marcações do percurso (pas-
e Interpretação Aula 1 e 2
sos, calorias e tempo gasto).

Converse com o seu grupo sobre essas


ideias e, caso optem por adequá-la, é im-
portante que essas decisões sejam toma-
das na fase inicial. Professor, lembre-se
que na aprendizagem baseada em proje-
tos não há avaliação somativa. Na seção
“Avaliação na aprendizagem por projetos”
trazemos indicações de como avaliar.

Formação dos grupos de trabalho.

Professor, neste material temos a indicação


de um livro “Planejando o Trabalho em Gru-
po”, que pode te ajudar nessa organização.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 54
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO


Preparação e planejamento para a pesqui-
sa: considerando o tema do projeto quais
as possibilidades de trabalho? Discussão
com os estudantes.

Professor, a página Turismo do Estado de


Minas ressalta que a natureza foi generosa
com Minas Gerais. Cascatas que despen-
cam de morros, rios caudalosos, formações
rochosas impressionantes, cachoeiras e um
cenário deslumbrante compõem os 38 par-
ques estaduais, dos quais 10 são abertos
à visitação. Além da beleza, esses parques
proporcionam momentos de tranquilidade
e lazer, sendo uma ótima forma de manter
contato com as riquezas naturais. Já na
Aula 1 e 2 página oficial do governo de MG, há uma
seleção de parques com lindas imagens
que você também pode explorar com o
grupo.

Professor, saídas pedagógicas certamente


Descoberta seriam uma experiência única para o grupo
e Interpretação e, caso isso seja previsto por você, é impor-
tante que converse com a escola e ma-
peie as possibilidades dessa saída (neste
material, temos a indicação de uma leitura
sobre planejamento de saída pedagógica).
Para os projetos que envolvem estudo de
campo é necessário o encaminhamento do
projeto para Secretaria de Educação (SRE)
solicitando a verba para a saída (a escola é
responsável por elaborar o projeto).
Levantar o que o grupo já sabe sobre o
assunto e o que precisam saber antes de
iniciar a pesquisa.

Professor, nesse momento é essencial dar


voz aos estudantes. Peça para que eles
Aula 3 e 4 contem sobre suas experiências, caso já
tenham visitado algum parque. Você pode
solicitar que, em grupo, eles façam esse
levantamento e compartilhem, na sequên-
cia, com o grande grupo. Aqui, vale a pena
que cada grupo eleja um integrante para a
partilha e outro para registro na lousa.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 55
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO


Pesquisar sobre o tema.

Professor, como nessa aula teremos pes-


quisas, é importante que reserve as salas
de informática da escola com antecedência
e/ou peçam autorização à gestão (também
com antecedência) para a liberação da
internet e uso de celulares na sala de aula.
Provoque-os com perguntas que gerem
pesquisa, como a diferença entre parques
nacionais, estaduais e municipais; quais
os parques mais visitados em MG, entre
outras questões que você pode levantar ao
caminhar com escuta ativa pelos grupos
de trabalho.

Reconhecer quem são as pessoas impac-


tadas pela proposta.
Descoberta
Aula 3 e 4 Professor, provoque os estudantes a refle-
e Interpretação
tirem sobre quem são as pessoas impac-
tadas por essa proposta, a nível individual
e coletivo. Há pessoas que vivem a partir
da renda do turismo dos parques? Quem
são elas? Como acessibilizar as informa-
ções sobre os parques para as pessoas da
comunidade escolar? Como tornar atrativo
a visita a um parque para pessoas que não
têm interesse por esse assunto?

Planejamento para a observação (saída a


campo ou visita online).

Professor, para os projetos que envolvem


estudo de campo é necessário o encami-
nhamento do projeto para Secretaria de
Educação (SRE) solicitando a verba para
a saída.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 56
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO

Na página oficial do governo de MG, há


uma seção específica sobre os parques,
como opções de lazer, além de diversas
páginas no Instagram e Tik Tok, além de
vídeos no Youtube que abordam sobre o
tema. Incentive os estudantes a pesquisa-
rem mais sobre isso.

Caso a sugestão da entrega final seja


mantida, é importante retomar e fazer um
lista de tudo o que será necessário para a
visita, como câmeras fotográficas e grava-
dores (se for feito pelo celular, checar se
o aparelho está com memória suficiente);
pesquisar e baixar os aplicativos para as
marcações do percurso (passos, calorias e
tempo gasto). Estimule os próprios estu-
Aula 3 e 4
dantes a pesquisarem por aplicativos que
façam essa contagem e marcação, mas
aqui estão algumas sugestões: calorias e
passos. O tempo gasto pode ser avaliado
Descoberta pelo próprio registro no celular.
e Interpretação
Planejamento para entrevistas, se for o
caso.

Professor, além das visitas a campo ou


virtuais (vídeos e páginas específicas),
os estudantes podem entrevistar pessoas
acerca do tema do projeto, que podem ser,
inclusive, membros da família que tenham
ligação com parques estaduais ou funcio-
nários e/ou visitantes que encontrarem
pelo parque.

Observação e exploração: saída a campo


ou visita online; entrevistas (se for o caso).

Professor, aqui é a hora de colocar em práti-


Aula 5 e 6 ca todo o planejamento das aulas anteriores.
Reforce com o grupo que o sucesso de uma
boa saída e de uma boa entrevista advém
de um excelente planejamento, por isso é
preciso empenho nas etapas anteriores.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 57
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO


Compartilhar as descobertas realizadas na
etapa anterior (criar personas e mapa da
empatia, se fizer sentido).

Professor, essa etapa de partilha é muito


importante para todos, por isso, enfatize
isso para os estudantes. Uma estratégia
para engajamento é pedir que cada grupo
formule perguntas para o grupo que está
compartilhando as descobertas, isso os
Descoberta
Aula 7 e 8 ajuda a pensar sobre os pontos levantados
e Interpretação
e aumenta as possibilidades de soluções,
que é o foco da etapa seguinte.

Professor, no quadro 1 deste material, há


a explicação do que são personas e mapa
da empatia, bem como um “Para saber
mais”, que aborda esse assunto. Também
há um anexo que traz um modelo de mapa
da empatia para ser utilizado.

A partir do compartilhamento das desco-


bertas (etapa anterior), criar soluções a
partir da chuva de ideias com a participa-
ção de todos os integrantes do grupo.

Categorização das ideias criadas de forma


visual.

Professor, a partir da etapa anterior, é


chegada a hora de categorizar as ideias.
Vale a pena retomar os objetivos do proje-
Ideação to e a entrega final (que pode ser a su-
Aula 9 e 10
e Experimentação gestão apresentada no escopo do projeto
ou aquela que vocês decidiram enquanto
grupo).

OBJETIVOS: Pesquisar sobre os parques


estaduais de Minas Gerais, como possibi-
lidades de lazer, e visitar pelo menos uma
das opções, a fim de explorar a riqueza
natural e registrar o percurso com marca-
ções de passos, calorias e tempo gasto
(aplicativos gratuitos no celular).
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 58
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO

SUGESTÃO DE ENTREGA: Exposição


dos registros realizados durante a visita
a um parque estadual, que contarão com
fotografias do ambiente, áudios que nar-
ram a experiência (QR code gratuito) e
marcações do percurso (passos, calorias e
Ideação tempo gasto).
Aula 9 e 10
e Experimentação
Professor, aqui você pode incentivar a utili-
zação de mapas mentais em aplicativos ou
manuscritos, com materiais como cartoli-
nas, papel pardo e canetas coloridas. Nes-
te material, temos um “Para saber mais”,
que aborda sobre os mapas mentais.

Entender o que são os protótipos.

Professor, prototipar significa trazer as


ideias para o mundo físico de forma visual.
Pode ser colocar no papel ou produzir algo
digitalmente a ser apresentado para outras
pessoas. Você pode indicar o Canva para
os estudantes, que apresenta muitas
possibilidades de templates para uso no
projeto.

Criar protótipos que respondam ao desafio


do projeto.

Professor, o desafio corresponde a como


alcançar o objetivo proposto, com vistas a
entrega final. Por isso, retome mais uma
Evolução Aula 11 e 12 vez: Exposição dos registros realizados
durante a visita a um parque estadual, que
contarão com fotografias do ambiente,
áudios que narram a experiência (QR code
gratuito) e marcações do percurso (pas-
sos, calorias e tempo gasto). [Professor,
caso vocês tenham pensando em outra
entrega, faça a adaptação no momento
dessa apresentação].

Professor, provoque os estudantes a pen-


sarem e elaborarem como eles farão essa
entrega.

Professor, para gerar os QR codes (caso


optem por esse recurso) para acesso às
imagens, vídeos e/ou gravações, neste
site o acesso é gratuito é fácil de fazer.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 59
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ETAPAS AULAS PLANEJAMENTO


Apresentação dos protótipos dos grupos
para a turma e/ou convidados para coletar
opiniões e novas ideias. Uma boa estra-
tégia para esse momento é pelo Método
Aquário.

Professor, relembre os estudantes da


Aula 13 e 14 importância do compartilhamento de ideias
e da troca que deve haver entre os grupos.
Uma boa estratégia para esse momento
é pelo Método Aquário, no quadro 1 deste
material, há a explicação do que é essa
estratégia e também há um “Para saber
mais”, que aborda esse assunto.

Ajustes finais nos protótipos.

Professor, após a etapa anterior, pode ser


que os grupos precisem fazer ajustes finais
Evolução nas suas propostas, utilize essas aulas
para isso.

Celebração dos resultados obtidos: apre-


sentação para outras turmas, famílias, con-
vidados etc., dos materiais desenvolvidos.

Professor, a data da celebração não


Aula 15 e 16 precisa, necessariamente, ser no dia da
sua aula. A depender do que decidirem,
enquanto grupo, como entrega final, já
deixem uma data reservada para isso.
Caso mantenham a sugestão de expo-
sição de registros, esse evento pode ser
um dia destinado para isso, à noite ou em
um sábado. Lembre-se que falamos em
celebração de todas as conquistas desse
percurso e não em um evento acadêmico
com outros fins, por isso, Professor, curta
esse momento com os seus estudantes!
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 60
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

14. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Professor e Professora, chegamos ao final deste material e esperamos que a apre-
sentação do componente Laboratório de Aprendizagens e os projetos construídos
com foco em Minas Gerais sejam significativos para os estudantes e também para
você.
A proposta da aprendizagem baseada em projetos que apresentamos, permite mui-
tas possibilidades de trabalho e, embora refira-se ao papel ativo do estudante na
construção do seu conhecimento com vistas ao seu protagonismo, ressaltamos que
isso só é possível mediante o seu papel enquanto professor, que também é ativo e
protagonista. Aliás, nas linhas finais deste documento, podemos chamar de co-pro-
tagonismo.
Convidamos você para fazer parte disso! Aproveite o processo de construção de no-
vos saberes junto com os seus estudantes e curta o Laboratório de Aprendizagens
que traz Arte, Cultura e Lazer do seu território: Minas Gerais.

15. REFERÊNCIAS
AUSUBEL, David. The Psychology of Meaningful Verbal Learning.
New York: Grune & Stratton, 1963.
BNCC Ensino Médio: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/
BNCC_EnsinoMedio_embaixa_site_110518.pdf
BENDER, William N. Aprendizagem Baseada em Projetos: educação diferencia-
da para o século XXI. Porto Alegre: Penso. 2014.
BRAMANTE, Antônio Carlos. Lazer: Concepções e significados. Licere, Belo Hori-
zonte, v.14, n.1, p. 9-17, 1998.
BRASIL, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
BRASIL, Portaria nº 2.116, de 6 de dezembro de 2019. Estabelece novas diretri-
zes, novos parâmetros e critérios para o Programa de Fomento às Escolas de
Ensino Médio em Tempo Integral - EMTI, em conformidade com a Lei nº 13.415,
de 16 de fevereiro de 2017. Diário Oficial da União. Publicado em: 09/12/2019; edi-
ção: 237; seção: 1; Página: 28.
CARDOSO, Renata. Aprendizagem significativa: o que é e como colocar em
prática. Desafios da Educação. 2022. Disponível em: https://desafiosdaeducacao.
com.br/aprendizagem-significativa-o-que-e-e-como-colocar-em-pratica/. Acesso em
28 ago 2023.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 61
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

CAVALCANTI, C. FILATRO, A. Design Thinking na Educação Presencial, a dis-


tância e corporativa. São Paulo, Saraiva, 2017.
EDUCATION FOR LIFE AND WORK. Developing Transferable Knowledge and
Skills in the 21st Century. 2012. Disponível em: https://nap.nationalacademies.
org/catalog/13398/education-for-life-and-work-developing-transferable-knowledge-
-and-skills. Acesso em 28 ago 2023.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-
-escola à universidade. Porto Alegre: Educação & Realidade, 1993.
INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO (ICE). Disponível
em: https://icebrasil.org.br/escola-da-escolha/#. Acesso em 25 out. 2023.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola: reelabo-
rando conceitos e criando a prática. 2 ed. Salvador: Malabares Comunicações e
eventos, 2005.
MARINI, Eduardo. Entenda as 10 competências gerais da BNCC. Educação.
Edição 252. 2018. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/2018/10/05/bncc-
-competenciasgerais/. Acesso em 04 set. 2023.
MEHTA, Jal., FINE, Sarah. In Search of Deeper Learning: The Quest to Remake
the American High School. Harvard University Press, 1ª edição. 2019.
MINAS GERAIS. Governo Diferente, Estado Eficiente. Artes Visuais. Disponível
em: https://www.mg.gov.br/pagina/artes-visuais. Acesso em 11 set. 2023.
MOREIRA, Marco Antonio. O que é afinal aprendizagem significativa? Revista
cultural La Laguna Espanha, 2012. Disponível em: http://moreira.if.ufrgs.br/oqueea-
final.pdf. Acesso em 28 ago 2023.
SANTOS, Décio Oliveira dos; SOUZA, José Clécio Silva de. Design thinking
na Educação. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, v. 23, nº 21, 2023.
Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/23/21/desig-
n-thinking-na-educacao#:~:text=(2020).,a%20coopera%C3%A7%C3%A3o%20
entre%20os%20estudantes. Acesso em 11 set. 2023.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE PERNAMBUCO. Metodologias Ativas: Um
guia para professores. 2020.
SILVA, Marco Antonio Morgado da. CAVALCANTI, Carolina Costa (coord. técnica).
Metodologias Ativas: um guia prático para professores. Secretaria de Educa-
ção e Esportes. Governo do Estado de Pernambuco. XXXX.
ZAGONEL, Bernadete. Arte na educação escolar. Curitiba: Ibpex, 2008.
LABORATÓRIO DE APRENDIZAGENS 62
ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (EMTI)

ANEXO
Mapa da empatia

MA PA DA EM PATIA

O QUE
PENSA E SENTE?

O QUE O QUE
OUVE? VÊ?

O QUE
FALA?

QUAIS SÃO AS DORES? QUAIS SÃO AS NECESSIDADES?

PROJETO VERSÃO DATA

Fonte: SEBRAE.
Disponível em: https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/29579/1511973377mapa-empatia.pdf

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