Controle de Constitucionalidade
Controle de Constitucionalidade
Controle de Constitucionalidade
direito constitucional
e ao controle de
constitucionalidade
Rodrigo Canalli
EaD
SGP - Educação a Distância
sumário
Aula 6
Jurisdição constitucional
Controle difuso de
constitucionalidade
1. Introdução..................................................................................3
3. A Súmula Vinculante...............................................................9
3.3 Efeitos.......................................................................................12
4. Palavra final.............................................................................13
3 Introdução ao Direito Constitucional e ao Controle de Constitucionalidade
1. Introdução
Se não, antes de prosseguir, você pode refrescar a memória relendo a primeira parte
da Aula 4.
A esta altura do curso, você já sabe que o controle difuso de constitucionalidade pode
ser exercido por todos os juízes do Brasil, em qualquer caso sob sua responsabilidade, desde
que uma questão constitucional se faça presente.
Você também aprendeu que o controle difuso tem lugar nos processos subjetivos, cuja
finalidade primeira não é obter uma declaração sobre a constitucionalidade da lei, e, sim,
decidir sobre os direitos e interesses das partes em litígio. A questão constitucional, quando
aparece, é secundária, lateral, incidental, uma questão que precisa ser resolvida para que a
solução daquele caso seja dada, mas não a questão sobre a qual estão as partes disputando.
Terceiros que tenham sido admitidos a participar do processo por terem interesse no
seu desfecho também podem suscitar a declaração de inconstitucionalidade.
O Ministério Público, quando intervém no processo, mesmo não sendo parte, pode
fazê-lo se achar pertinente.
E ainda que ninguém tenha solicitado, o próprio juiz, se julgar que a solução correta
do caso depende de prévia decisão sobre a questão constitucional, pode vir a declarar a
inconstitucionalidade de uma norma que, do contrário, seria aplicável.
Em regra, das decisões judiciais de primeiro grau, inclusive quando enfrentam questões
constitucionais, cabe recurso da parte inconformada para o tribunal ao qual está vinculado
o juiz que a proferiu (das decisões do Juiz Eleitoral, para o Tribunal Regional Eleitoral; das
decisões do Juiz do Trabalho, para o Tribunal Regional do Trabalho; das decisões do Juiz de
Direito, para o Tribunal de Justiça; das decisões do Juiz Federal, para o Tribunal Regional
Federal).
Ele será o foco do nosso estudo sobre o controle difuso de constitucionalidade exercido
no Supremo Tribunal Federal.
A ideia por trás do recurso extraordinário é a de que, por mais que todos os juízes e
tribunais tenham competência para, no julgamento dos casos a eles submetidos, interpretar
a Constituição e, com base nisso, afastar a aplicação de lei tida como inconstitucional, é do
Supremo Tribunal Federal a última palavra sobre as questões constitucionais. O mecanismo
pelo qual o Supremo Tribunal Federal revisa o entendimento dos demais juízes e tribunais
sobre a Constituição no julgamento de determinado caso é o recurso extraordinário.
Por não ser um recurso comum, ordinário, o recurso extraordinário precisa cumprir
diversos requisitos formais para que o Supremo Tribunal Federal aceite examiná-lo.
De modo geral, esses requisitos funcionam como filtros para barrar, por exemplo,
recursos discutindo questões que não dizem respeito à aplicação ou à interpretação da
Constituição, ou questões que o STF já decidiu anteriormente, ou recursos pedindo ao STF
que se pronuncie sobre questão constitucional que sequer foi abordada naquele caso. A
maioria desses requisitos está fora do escopo deste curso, mas há um deles sobre o qual
estudaremos um pouco mais adiante: o instituto da repercussão geral.
Se a parte quiser que o Supremo Tribunal Federal julgue o seu recurso, precisa convencer
pelo menos um terço dos Ministros de que o seu processo não apenas envolve uma questão
constitucional, mas que essa questão tem repercussão geral. Neste momento, imagino que
você esteja se fazendo a seguinte pergunta: o que é que significa possuir repercussão geral?
A resposta é dada pelo artigo 1.035, § 1º, do Código de Processo Civil: “Para efeito
de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes do ponto
de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do
processo”.
Neste primeiro momento, o Tribunal não decide se o recorrente tem ou não razão.
Decide apenas se o recurso extraordinário atende ou não ao requisito da repercussão
geral. Em outras palavras, decide se a questão constitucional discutida naquele recurso
extraordinário é suficientemente relevante politicamente, juridicamente, economicamente
ou socialmente para justificar a atuação do Supremo Tribunal Federal.
Plenário Virtual
O tema fica disponível para a manifestação dos demais Ministros por um período de
vinte dias.
Para ser rejeitada a existência da repercussão geral, é necessário o voto de dois terços
dos Ministros do STF (oito votos).
Plenário do STF
Uma vez reconhecida a repercussão geral de uma questão, todos os demais processos
nos quais a mesma questão seja discutida ficam sobrestados. Em outras palavras, ficam
congelados, aguardando a decisão final do STF sobre o mérito daquela questão.
O STF julga um caso concreto, mas o entendimento que levou o STF a chegar àquela
decisão será enunciado por meio de uma tese e vinculará os casos idênticos.
ais
am
Saib
3. A Súmula Vinculante
Não podemos deixar de mencionar outra importante alteração trazida pela Emenda
Constitucional 45/2004: a súmula vinculante, prevista no artigo 103-A da Constituição.
Desde que o instituto foi criado, mais de cinquenta súmulas vinculantes já foram editadas.
Vamos estudar uma delas para entender melhor como são criadas e qual é o seu papel no
nosso sistema jurídico.
Nossa primeira indagação é: em quais casos o Supremo Tribunal Federal pode editar
súmula vinculante? As condições para a edição de súmula vinculante são previstas no caput
e no § 1º do artigo 103-A da Constituição. Podemos sistematizá-las da seguinte maneira:
4. deve existir controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre o Poder Judiciário e
a Administração pública;
Para compreender melhor o que essas condições significam, vamos analisar a Súmula
Vinculante 49, que diz o seguinte: “Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal
que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada
área”.
O quórum para a aprovação de súmula vinculante é de dois terços dos membros do STF,
ou seja, oito Ministros. A Súmula Vinculante 49 foi aprovada na sessão do Plenário realizada
em 17-6-2015, por unanimidade.
Envio de cópias ao
Manifestação
Procurador-Geral da
da Comissão de Deliberação do Plenário
República e aos demais
Jurisprudência do STF
Ministros do STF
3.3 Efeitos
O nome não dá margem a dúvidas: a súmula vinculante vincula a atuação dos demais
órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública Federal, estadual e municipal. Isso
quer dizer que, ao se depararem com questão constitucional sobre a qual o Supremo Tribunal
Federal já editou súmula vinculante, juízes e tribunais devem seguir o entendimento ali
consolidado.
Além disso, os Tribunais podem recusar recursos ao constatar que a decisão contra a
qual eles foram interpostos está em harmonia com uma súmula vinculante.
4. Palavra final