Instruçãao Normativa SESA SSPDS
Instruçãao Normativa SESA SSPDS
Instruçãao Normativa SESA SSPDS
Resolvem:
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
I - Morte natural é a que tem como causa a doença que iniciou a sucessão de
eventos mórbidos que levou a pessoa diretamente à morte, desde que não
tenha sido agravada por fator exógeno.
II – Morte suspeita é a que ocorre sem qualquer causa aparente, de forma
duvidosa, e para a qual não se tem evidência de ter sido de causa violenta ou
por antecedentes patológicos, incluindo-se aquelas ocorridas em unidades de
privação de liberdade e em locais de trabalho. Nesta hipótese, para envio do
corpo à Pefoce, deverá haver uma suspeita fundamentada acerca da
possibilidade de violência/causa externa.
III – Morte violenta é aquela resultante de ação exógena e lesiva, incluindo-
se as mortes oriundas de violência (homicídio, suicídio ou acidente) ou de
meios estranhos que agravem o fisiologismo normal ou as patologias internas.
Inclui também morte acidental violenta, sem qualquer participação humana,
mas motivada por força maior (eletricidade, fogo, inundação, terremoto, etc.)
ou por ação de animais (ofidismo, escorpionismo, aracnismo, etc.) ou em
ocasiões cujo descaso foi motivo da causa de morte por omissão de socorro.
Art. 3° O SVO é o órgão público vinculado à SESA que tem por finalidade
esclarecer a causa da morte através de necropsia, nos óbitos por causa
natural, com ou sem assistência médica, ainda sem elucidação diagnóstica.
TÍTULO II
DA RESPONSABILIDADE PELA EMISSÃO DE DECLARAÇÕES DE ÓBITO
Art. 9º. Em casos de morte natural havidos nos municípios sem SVO:
I - a declaração de óbito deverá ser fornecida pelos médicos do serviço
público de saúde mais próximo do local onde ocorreu o evento ou, na sua
ausência, por qualquer médico da localidade, conforme Resolução 1.779/2005
do Conselho Federal de Medicina, Art. 2º, 1, b;
II – caberá às secretarias municipais de saúde normatizar o fluxo de
transporte local do corpo, bem como a emissão de declaração de óbito pelos
médicos de suas unidades.
TÍTULO III
ENCAMINHAMENTO E TRANSLADO DOS CORPOS
Parágrafo único. Nos casos de mortes que exijam atuação da Pefoce, serão
acionados, simultaneamente, a Coordenadoria de Perícia Criminal e o veículo
de transporte fúnebre da Pefoce para que se proceda à análise
perinecroscópica, ao exame do local da ocorrência e à remoção do corpo à
Pefoce.
§4º Quando o agente acionante a que se refere o caput deste artigo for o
Delegado de Polícia, e mesmo não sendo identificados pelo Perito Criminal
elementos compatíveis com morte violenta ou suspeita de violência/causa
externa, o corpo deverá ser, necessariamente, encaminhado à Pefoce a fim de
que o médico perito legista proceda à avaliação pertinente.
§5º Ao preencher o formulário constante no anexo I, em caso de resposta
“SIM” em quaisquer dos itens 1 a 8, o Perito Criminal automaticamente
deverá encaminhar o corpo à Pefoce.
Art. 12. A qualquer momento após admissão do corpo no SVO, caso seja
encontrado ou verificado no histórico da ocorrência e/ou no corpo qualquer
tipo de lesão que possa ter iniciado os eventos que levaram ao óbito
decorrente de violência, acidente, suicídio, uso de drogas (lícitas ou ilícitas) ou
outro evento de causa externa, bem como morte suspeita, o corpo será
encaminhado à Pefoce, nos termos do art. 15, e lá será executada a
necropsia.
§1º Após as análises e exames inferidos no caput desse artigo, caso o médico
perito legista regulador não encontre elementos compatíveis com os incisos II
e III do Art. 2º, e não havendo sinais de decomposição cadavérica, admitir-se-
á o encaminhamento do corpo da Pefoce ao SVO.
§5º Após translado do corpo da Pefoce ao SVO, por conta das diretrizes
contidas no Art. 16, §1º, 2º e 3º, sobrevindo fato novo que chegue ao
conhecimento do Delegado de Polícia que atraia a incidência de circunstâncias
de violência ou suspeição de violência sobre o caso, a Pefoce, após ser
cientificada pelo Delegado, atuará junto ao SVO para devolução do corpo a
este órgão de perícia criminal:
Art. 17. Para efeitos de identificação civil, esta pode ser atestada por
quaisquer dos seguintes documentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho e previdência social;
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do falecido.
Art. 18. Não havendo meios para a comprovação da identidade civil do de cujus,
a Pefoce encarregar-se-á de identificá-lo através de procedimentos de sua
atribuição.
TÍTULO V
REALIZAÇÃO DE NECROPSIAS
Art. 19. No SVO, as necropsias serão procedidas somente nos casos de morte
natural, devendo considerar que as necropsias serão realizadas após o
consentimento por escrito do responsável legal ou familiar de até segundo
grau do falecido, em ordem preferencial, ou daquele em que é possível
estabelecer o vínculo familiar.
TÍTULO VI
DA IDENTIFICAÇÃO CADAVÉRICA DE CORPOS LOCALIZADOS NO SVO
Art. 21. Tão logo o corpo seja admitido no SVO, o responsável legal deverá ser
questionado sobre a existência de documentos de registro civil (Certidão de
Nascimento ou Certidão de Casamento) e/ou documentos oficiais de
identidade (Carteira de Identidade Civil, CTPS, Passaporte, dentre outros
documentos de identificação válidos - Lei nº 7.116/83 e Lei nº 13.037/2009)
relativos ao cadáver.
TÍTULO VII
DA LIBERAÇÃO DE CORPOS QUE NÃO APRESENTEM PARENTES PARA
LIBERAÇÃO E COLETA DE DNA
Art. 22. Os cadáveres relacionados ao Art. 21, §6º, que, embora identificados,
não apresentem parentes que comprovem o vínculo familiar para proceder à
sua liberação (pai, mãe, filho ou irmãos) ou cônjuge, deverão ser submetidos
à coleta de material biológico pela equipe do SVO com vistas à inserção do
respectivo perfil genético no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) pela
Pefoce.
TÍTULO VIII
DA NÃO APLICABILIDADE OU USO DE FORMOL
TÍTULO IX
DOS CASOS OMISSOS
Art. 29. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação,
revogando-se todas as disposições em contrário.
_____________________________________________________
Samuel Elânio de Oliveira Júnior
Secretário da Segurança Pública e Defesa Social
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará
_______________________________________________
Tânia Mara Silva Coelho
Secretária da Saúde do Ceará
Secretaria da Saúde do Estado do Ceará
ANEXO I
RELATÓRIO DE ENCAMINHAMENTO DE CORPO DA COORDENADORIA DE
PERÍCIA CRIMINAL (COPEC) DA PEFOCE AO SVO
I – DADOS DA OCORRÊNCIA:
Data/hora aproximada do óbito:
Local do óbito:
Data/hora do comparecimento da perícia:
II – DADOS DA VÍTIMA:
Nome:
Documento de identificação:
Data de Nascimento e Naturalidade:
Filiação:
Endereço:
NOME:
DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO:
PAI:
MÃE:
OCUPAÇÃO:
ENDEREÇO:
PARECER MÉDICO
Fortaleza, de de 2022
_______________________________
Médico Plantonista
ANEXO III
RELATÓRIO DE ENCAMINHAMENTO DE CORPO DA COORDENADORIA DE
MEDICINA LEGAL (COMEL) DA PEFOCE AO SVO
I – DADOS DA VÍTIMA:
Nome:
Local do óbito:
Data do óbito: Hora:
Delegacia:
N° da guia policial:
Informações sobre a causa mortis:
Senhor Delegado,
O médico perito legista da Coordenadoria de Medicina Legal (Comel), abaixo
citado, informa que o cadáver identificado como [nome relativo ao cadáver],
encaminhado a esta coordenadoria por meio da Guia Cadavérica nº [citar nº da guia]
expedida por esta delegacia, foi submetido à prévia avaliação por médico perito legista,
constatando-se, diante das circunstâncias que permeiam o caso, que se trata de cadáver
que não reclama procedimento necroscópico por parte da Pefoce, haja vista encontrar-
se envolto, até então, em circunstâncias que apontam apenas para causa mortis natural
e não violenta. Dessa forma, o corpo será transladado ao Serviço de Verificação de
Óbito (SVO), órgão ligado à Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, ou aos cuidados
da Secretaria de Saúde do município onde ocorreu o óbito.
Informamos que o SVO tem por atribuição institucional esclarecer a causa da morte
nos óbitos relacionados à causa natural, ainda sem elucidação diagnóstica, com ou sem
assistência médica.
Ressaltamos ainda que a Pefoce/Comel tem por missão precípua realizar exames
periciais e pesquisas médico e odonto legais de interesse das investigações criminais,
realizando procedimentos necroscópicos em vítimas de morte violenta ou suspeita de
violência e em mortes de indivíduos não identificados, intrinsecamente ligados,
portanto, a circunstâncias jurídico criminais.
Dessa forma, considerando as especificidades das atribuições dos órgãos públicos
em questão, tendo em vista que não há na guia cadavérica ou outro documento
expedido pela Delegado de Polícia qualquer informação que correlacione o cadáver a
circunstâncias violentas a serem apuradas e considerando as informações contidas no
relatório fundamentado em anexo expedido por este médico perito legista regulador,
estamos dando ciência a vossa senhoria do translado do cadáver para aquele órgão de
saúde pública (SVO) ou aos cuidados da Secretaria de Saúde do município [cidade do
fato].
Para fins de ciência e providências administrativas referentes a procedimento
investigatório eventualmente existente relacionado à guia cadavérica em questão.
Atenciosamente,
_______________________________
Médico Perito Legista Regulador
Coordenadoria de Medicina legal
ANEXO V
DO PROCEDIMENTO PARA COLETA DO MATERIAL GENÉTICO DESTINADO À
COORDENADORIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS FORENSE (CALF) DA PEFOCE
• No caso de a coleta ser realizada com swabs, estes deverão ser acondicionados
em caixa padrão própria para o transporte, que deverá ser também fornecida pela
Pefoce, contendo a devida identificação do cadáver à qual se relaciona. Os swabs
não deverão ser guardados, armazenados ou enviados em saco plástico.
• No caso de a coleta ser realizada em papel FTA, o kit também será fornecido pela
Pefoce, e deverá ser acondicionado de acordo com instruções próprias.
• Não há necessidade de armazenar tanto os swabs como o papel FTA em
geladeira ou freezer, podendo ser mantidos à temperatura ambiente até posterior
entrega à CALF.
• Ressalte-se que o calor e a umidade excessiva podem degradar o DNA.
I – DADOS DA VÍTIMA
Nome:
Data de Nascimento:
Documento de Identificação:
Filiação:
II – DADOS DA OCORRÊNCIA
Data/hora aproximada do óbito:
Local do óbito: