Cap 33 - Campo Magntico - Parte 2-Compactado

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Campo Magnético

Cap 33: O campo Magnético


A definição de B
Força Magnética sobre uma corrente elétrica
Torque sobre uma espira de corrente
Efeito Hall
Trajetória de uma carga num campo magnético uniforme
Cíclotrons e Síncrotrons
A descoberta do elétron

Professor: Luciano Rodrigues da Silva


luciano@fisica.ufrn.br

Assistente: Rennan Gleyson Sousa de Sá


gssrenn@gmail.com
Trajetória de uma carga num campo magnético uniforme
• A figura a seguir mostra uma carga negativa que foi introduzida com velocidade v num campo magnético
uniforme B. A relação 𝐹Ԧ = 𝑞 𝑣Ԧ × 𝐵 mostra que a partícula fica sujeita à ação de uma força de módulo qvB,
que tende a desviá-la lateralmente. Como essa força está contida no plano da figura, vemos que a
partícula permanecerá sempre sobre esse plano. Usando a segunda lei de Newton, temos:

𝑚𝑣² 𝑚𝑣
𝑞𝑣𝐵= ou 𝑟 = o que nos dá o raio do
𝑟 𝑞𝐵 círculo.

• A velocidade angular 𝜔 pode ser calculada a partir do valor de


𝑣 /r. Assim:
𝑣 𝑞 𝐵
𝑣 = 𝜔𝑟 𝒐𝒖 𝜔= =
𝑟 𝑚
• A frequência 𝑓, medida em rotações por segundo, é dada por:
2𝜋
𝜔= =2𝜋𝑓
𝑇
𝜔 𝑞 𝐵
𝑓= =
2𝜋 2𝜋𝑚
Trajetória de uma carga num campo magnético uniforme
• Note que 𝑓 não depende da velocidade da partícula. As partículas rápidas movem-se em círculos maiores,
𝒎𝒗
𝒓 = , e as lentas em círculos menores, mas toda levam o mesmo tempo T (período) para dar uma
𝒒𝑩
volta completa.

𝝎 𝒒 𝑩
𝒇= =
𝟐𝝅 𝟐𝝅𝒎

➢ A frequência 𝑓 é uma das características da partícula carregada


no campo, podendo ser comparada nesse sentido, com a
frequência característica das oscilações de um pêndulo no
campo gravitacional da terra. Ela é chamada de frequência de
cíclotron da partícula no campo magnético, pois esta é, a
frequência do movimento circular das partículas num cíclotron.
Trajetória de uma carga num campo magnético uniforme
𝒎𝒗
• As partículas rápidas movem-se em círculos maiores, 𝒓 = .
𝒒𝑩

𝝎 𝒒 𝑩
𝒇= =
𝟐𝝅 𝟐𝝅𝒎
Trajetória de uma carga num campo magnético uniforme
Exemplo 6: Um elétron de 10 eV (energia cinética) gira num plano perpendicular a um campo magnético
uniforme de 1,0 × 10−4 T (igual a 1,0 Gauss).

(a) Qual o raio de sua orbita?


2𝐾
• A velocidade de um elétron com energia cinética K é:
𝑣= = 1,9 × 106 m/s
𝑚

𝑚𝑣
𝑚𝑣 9,1 × 10−31 kg (1,9 × 106 m/s)
• Com 𝑟 = então seu raio será: 𝑟 = = −19 −4
= 0,11 m
𝑞𝐵 𝑞𝐵 1,6 × 10 𝐶 (1,0 × 10 )
Trajetória de uma carga num campo magnético uniforme
Exemplo 6: Um elétron de 10 eV gira num plano perpendicular a um campo magnético uniforme de 1,0 ×
10−4 T (igual a 1,0 Gauss).

(b) Qual o valor da frequência de cíclotron?

𝑤 𝑞 𝐵 1,6 × 10−19 𝐶 (1,0 × 10−4 )


• Com 𝑓= = 𝑓= = 2,8 × 106 Hz
2𝜋 2𝜋𝑚 2 𝜋 9,1 × 10 −31 kg

(c) Qual o valor do período de rotação T?

1 1
• Com 𝑇= = 6
= 3,6 × 10−7 𝑠 O elétron gasta 0,36 𝜇𝑠 para completar uma rotação no
𝑓 2,8 × 10
campo magnético de 1,0 Gauss.
Trajetória de uma carga num campo magnético uniforme
Exemplo 6: Um elétron de 10 eV gira num plano perpendicular a um campo magnético uniforme de 1,0 ×
10−4 T (igual a 1,0 Gauss).

(d) Qual o sentido da rotação visto por um observador que olha na mesma direção (e sentido) do campo
magnético.

➢ Como indicado na figura ao lado vemos que a força magnética


q 𝑣Ԧ × 𝐵 aponta para dentro do circulo, uma vez que ela é
responsável pela força centrípeta. Portanto o movimento tem
sentido horário. Se a partícula fosse positiva o movimento seria no
sentido anti-horário.
Cíclotrons e Síncrotrons
• O Cíclotron é um aparelho capaz de acelerar partículas carregadas, como prótons ou deutérios, até altas
energias, de modo a poderem ser usados em experiências de desintegração de átomos. No centro do
cíclotron existe uma fonte de íons onde moléculas de deutério (próton + nêutron) são bombardeadas por
elétrons de energia suficientemente altas para formar muitos íons positivos através das colisões. Muitos
desses íons são deutérios livres, que penetram no cíclotron por um pequeno orifício na parede da fonte de
íons, sendo, então submetidos ao processo de aceleração.
Cíclotrons e Síncrotrons
• Suponhamos que o deutério, que emerge da fonte de íons, penetra na peça de maior potencial. Ele será,
então, atraindo pela peça oposta, terminando eventualmente por nela entrar. Uma vez que isto acontece,
ele se encontra blindado das forças elétricas pelas paredes metálicas dos D’s. O campo magnético,
entretanto não é blindado, de forma que o íon, dentro dos D’s, percorre uma trajetória circular cujo raio, que
depende da velocidade, é dado por:

𝑚𝑣
𝑟=
𝑞𝐵

• Depois de um certo tempo 𝑡𝑜 o deutério emerge do D


oposto ao orifício da fonte de íons. Suponhamos que,
nesse instante, a diferença de potencial entre os D’s
tenha trocado de sinal. Então o íon defronta-se
novamente com um D negativo, sendo outras vezes
acelerado e descrevendo, dentro dele, um movimento
semicírculo, agora com um raio um pouco maior:
Cíclotrons e Síncrotrons
• Uma vez que o período de rotação T de um íon que circula num campo magnético não depende da
velocidade do íon, vemos que o tempo de passagem através de qualquer um dos D’s é sempre igual a 𝑡𝑜 .
Esse processo continua até que o íon atinja a superfície circular de um dos D’s, onde uma placa defletora
negativa, convenientemente colocada, o desvia para fora do sistema.

• A chave para a operação de um cíclotron está na


igualdade das frequências f, de rotação dos íons no
campo magnético, e 𝑓𝑜 do oscilador elétrico, isto é:

𝑓 = 𝑓0

• Esta condição de ressonância nos diz que para


aumentar a energia da partícula que circula no cíclotron
devemos ceder-lhe energia com frequência 𝑓0 que é igual
à frequência f do movimento circular. Isso é análogo ao
fato de que para aumentar a amplitude das oscilações de
um balanço devemos empurrá-lo periodicamente com a
frequência natural das suas oscilações.
Cíclotrons e Síncrotrons
• Da equação 𝑓 =
𝑞 𝐵
podemos escrever a condição de ressonância na forma: 𝑞𝐵
2𝜋𝑚 = 𝑓0
2𝜋𝑚

• Geralmente o oscilador é projetado para operar numa


única frequência 𝑓0 . Uma vez escolhida a partícula para
que queremos acelerar, o que fixa o valor de q/m,
devemos “sintonizar” o cíclotron, variando o valor de B,
𝑞𝐵
até que a equação 2 𝜋 𝑚 = 𝑓0 seja satisfeita e possibilite o
aparecimento do feixe acelerado.
Cíclotrons e Síncrotrons
• A energia das partículas do feixe produzido por cíclotron depende do valor do R dos D’s. Vemos que da
𝑚𝑣
equação 𝑟 = 𝑞𝐵 que a velocidade de uma partícula, que circula numa órbita de raio R, é dada por:

𝑞𝐵𝑅
𝑣=
𝑚

• A energia cinética correspondente é, portanto:

𝟏 𝟐
𝒒² 𝑩² 𝑹²
𝑲= 𝒎𝒗 =
𝟐 𝟐𝒎
Cíclotrons e Síncrotrons
Exemplo 7: A frequência de oscilação do cíclotron da Universidade de Pittsburgh era igual a 12 × 106 Hz,
sendo o raio dos seus “dês” igual a 21 polegadas (53,3 cm). Massa do Deutério m = 3,3 × 10−27 .

(a) Qual o valor de B necessário para a aceleração de deutérios?

2 𝜋 𝑓0 𝑚 2 𝜋 12 × 106 (3,3 × 10−27 )


𝐵= = −19
= 1,6 T
𝑞 1,6 × 10

(b) Qual a energia adquirida pelos deutérios?

1 2
𝑞² 𝐵² 𝑅² 1,6 × 10−19 2 1,6 2 (0,53)² −12 J
• Sendo 𝐾 = 𝑚𝑣 = = = 2,8 × 10
2 2𝑚 2 (3,3 × 10−27 )²

1 eV
𝐾 = 2,8 × 10−12 J = 17 MeV
1,6 × 10−19 J
A descoberta do Elétron
• A experiência efetuada por J. J. Thomson consistiu em medir a razão entre a carga e e a massa m do
elétron, observando a sua deflexão quando submetido à ação simultânea de campos elétricos e
magnéticos. Essa experiência correspondeu à descoberta do elétron como constituindo uma partícula
fundamental.
• A figura a seguir representa uma experiência similar à utilizada por Thomson, onde os elétrons são
emitidos pelo filamento F e acelerados pela diferença de potencial V. Os elétrons penetram, então, com
velocidade 𝑣Ԧ numa região onde existe campo elétrico 𝐸 e um campo magnético 𝐵, dispostos de modo que
os vetores 𝑣,
Ԧ 𝐸 𝑒 𝐵 sejam mutuamente ortogonais. O desvio sofrido pelo feixe, de acordo com o campo
aplicado, pode ser observado na imagem.

• A força total que atua sobre um elétron é dada pela equação:

𝑭 = 𝒒𝟎 𝑬 + 𝒒𝟎 𝒗 × 𝑩 𝑬
A descoberta do Elétron
• A experiência efetuada por J. J. Thomson consistiu em medir a razão entre a carga e e a massa m do
elétron, observando a sua deflexão quando submetido à ação simultânea de campos elétricos e
magnéticos. Essa experiência correspondeu à descoberta do elétron como constituindo uma partícula
fundamental.

𝑭 = 𝒒𝟎 𝑬 + 𝒒𝟎 𝒗 × 𝑩
A descoberta do Elétron
• Analisando a imagem, vemos que a tendência do campo elétrico, quando aplicado de cima para baixo, é
de desviar a partícula para cima, enquanto o campo magnético, que está penetrando o plano da imagem,
tende a fazer justamente o oposto. Para que estas duas forças se compensem (isto é, 𝐹Ԧ = 0), devemos ter:

𝑒𝐸 =𝑒𝑣𝐵

• Ou seja,

𝐸=𝑣𝐵

➢ Assim, para uma dada velocidade 𝑣 do elétron, a


condição de desvio nulo pode ser obtida ajustando-se
os valores de E ou de B.
A descoberta do Elétron
(Relembrando – Exemplo 8 – Cap - 27) Deflexão de um feixe de elétrons. A figura a seguir mostra um elétron
𝒆, de massa m, e velocidade 𝒗𝟎 que entra perpendicularmente num campo uniforme 𝑬.
• O movimento é semelhante ao de um projetil disparado horizontalmente no campo gravitacional. Logo:
𝑙
𝑥 = 𝑙 = 𝑣0 𝑡 𝑡=
𝑣0
1 2
𝑒𝐸
𝑦= 𝑎𝑡 = 𝑡²
2 2𝑚

𝒆𝑬
• Eliminando o fator temporal, temos: 𝒚= 𝒍²
𝟐 𝒎 𝒗𝟎 ²

𝒆𝑬
➢ Ao sair da região entre as placas o elétron move-se numa linha tangente à parábola da equação 𝒚 = 𝒍² no ponto de
𝟐 𝒎 𝒗𝟎 ²
saída. Colocamos um anteparo fotossensível S a uma certa distância das placas. Ao colidir contra ele o elétron produzirá um
ponto luminoso no local do impacto. Este é o princípio do osciloscópio de raios catódicos de deflexão eletrostática.
A descoberta do Elétron
• Assim, o procedimento adotado por Thomson para a descoberta foi:

a) Observar a posição da mancha causada pelo feixe no tubo sem ação de nenhum campo transversal
(𝐸 = 𝐵 = 0);

b) Aplicar então o campo elétrico 𝐸, medindo o deslocamento do feixe luminoso.

c) Aplica-se então o campo magnético (ortogonal), ajustando o seu valor até o feixe retornar a sua
posição inicial (isto é, desvio nulo).

• Como visto, a deflexão será da seguinte forma:

𝒆 𝑬 𝒍²
𝒚=
𝟐 𝒎 𝒗𝟎 ²

• Onde 𝒗 é a velocidade do elétron e 𝒍 é o comprimento das placas.


A descoberta do Elétron
• O valor de y não pode ser medido diretamente. Se aumenta o campo E até a imagem dos elétrons sumirem
do anteparo. Isto quer dizer que as partículas estão passando pelo ponto (x1, y1) (ver exemplo 8, Cap. 27).
Portanto y1 é o y desejado.
• Conhecidos os valores de y, E e l ainda não podemos calcular a razão e/m, pois ainda não sabemos a
velocidade. Para isto ajustamos os valores de E e B para terem o mesmo modulo.
𝐸
𝑭𝒆 = 𝑭 𝑴 𝒒𝟎 𝑬 = 𝒒𝟎 𝒗 × 𝑩 𝐸 = 𝑣 𝐵 𝑐𝑜𝑠 (90) 𝑣=
𝐵 ∴ 𝑣 = 𝑣0
𝑒 𝐸 𝑙²
• Substituindo este resultado na equação 𝑦 = teremos então:
2 𝑚 𝑣0 ²

𝑒 𝐸 𝑙² 𝑒 𝐸 𝑙² 𝑒 𝐵 𝑙²
𝑦= = =
2 𝑚 𝑣0 ² 2 𝑚 𝐸 ² 2 𝑚 𝐸
𝐵

𝑒 2𝑦𝐸

𝑒
➢ O valor encontrado por Thomson para a razão foi = 1,7 × 1011 𝐶/𝑘𝑔, uma vez
= 2 𝑚
𝑚 𝐵 𝑙² 11
que o valor conhecido hoje é de 1,758 × 10 𝐶/𝑘𝑔, Thomson foi muito preciso
em suas medidas.
A descoberta do Elétron
• O valor de y não pode ser medido diretamente. Se aumenta o campo E até a imagem dos elétrons sumirem
do anteparo. Isto quer dizer que as partículas estão passando pelo ponto (x1, y1) (ver exemplo 8, Cap. 27).
Portanto y1 é o y desejado.
• Conhecidos os valores de y, E e l ainda não podemos calcular a razão e/m, pois ainda não sabemos a
velocidade. Para isto ajustamos os valores de E e B para terem o mesmo modulo.

𝑒 𝐸 𝑙²
• Substituindo este resultado na equação 𝑦 = 2 𝑚 𝑣² teremos
então: F
2
𝑒 2𝑦𝐸

𝑒 2 𝑦 𝑣² 2𝑦 𝐸 V
𝑚
=
𝐸 𝑙²
=
𝐸 𝑙² 𝐵
= 2
𝑚 𝐵 𝑙²

𝑒
➢ O valor encontrado por Thomson para a razão foi = 1,7 × 1011 𝐶/𝑘𝑔, uma vez que o valor conhecido hoje é de
𝑚
1,758 × 1011 𝐶/𝑘𝑔, Thomson foi muito preciso em suas medidas.
Apêndice
• Produto Vetorial: Cálculo Matricial
𝐴Ԧ = 𝐴𝑥 𝑖Ƹ + 𝐴𝑦 𝑗Ƹ + 𝐴𝑧 𝑘෠
• Dado o produto de dois vetores:
𝐵 = 𝐵𝑥 𝑖Ƹ + 𝐵𝑦 𝑗Ƹ + 𝐵𝑧 𝑘෠

• Para determinar o produto vetorial 𝑭 = 𝑨 × 𝑩 calcula-se o determinante deste produto:

𝒊Ƹ 𝒋Ƹ ෡
𝒌
𝐹Ԧ = 𝐴Ԧ × 𝐵 = 𝐴𝑥 𝐴𝑦 ෡ 𝐴𝑥 𝐵𝑦 − 𝐴𝑦 𝐵𝑥
𝐴𝑧 = 𝒊Ƹ 𝐴𝑦 𝐵𝑧 − 𝐴𝑧 𝐵𝑦 + 𝒋Ƹ 𝐴𝑧 𝐵𝑥 − 𝐴𝑥 𝐵𝑧 + 𝒌
𝐵𝑥 𝐵𝑦 𝐵𝑧


𝑭 = 𝑭𝒙 𝒊Ƹ + 𝑭𝒚 𝒋Ƹ + 𝑭𝒛 𝒌
Revisão: Um dipolo num campo elétrico
• Chamamos uma distribuição de cargas de dipolo elétrico se:

a) Quando colocada num campo elétrico externo ela sofre ação de um torque dado por 𝝉 = 𝒑 × 𝑬

b) Ela produz um campo elétrico próprio que, para pontos muitos distantes, pode ser descrito
qualitativamente pelas linhas de força, como na figura abaixo e quantitativamente pela equação

q 2 𝑎 cos 𝜃 1 𝑝 cos 𝜃
𝑉= =
4 πε0 𝑟2 4 πε0 𝑟2

• Estas duas condições não são independentes. Se uma delas for


satisfeita, a outra também o será.

𝝉= 𝒑 ×𝑬

• Cujo modulo é: 𝝉 = 𝒑 𝑬 𝒔𝒆𝒏 𝜽


Revisão: Um dipolo num campo elétrico
• Podemos considerar o momento de dipolo elétrico como um vetor 𝒑. O sentido de 𝒑 é orientado da carga
negativa para a positiva. A figura a seguir mostra um dipolo elétrico formado por duas cargas +q e –q,
separadas por uma distância 2a. Esse dipolo é colocado num campo elétrico externo uniforme 𝑬, seu
momento de dipolo 𝒑 faz um ângulo 𝜃 com esse campo. Duas forças 𝑭 e −𝑭 , de mesmo modulo e sentido
opostos, atuam como vemos na figura ao lado.

𝐹=𝑞𝐸
Revisão: Um dipolo num campo elétrico
• Podemos considerar o momento de dipolo elétrico como um vetor 𝒑. O sentido de 𝒑 é orientado da carga
negativa para a positiva. A figura a seguir mostra um dipolo elétrico formado por duas cargas +q e –q,
separadas por uma distância 2a. Esse dipolo é colocado num campo elétrico externo uniforme 𝑬, seu
momento de dipolo 𝒑 faz um ângulo 𝜃 com esse campo. Duas forças 𝑭 e −𝑭 , de mesmo modulo e sentido
opostos, atuam como vemos na figura ao lado.
𝐹=𝑞𝐸
• A força total é nula, mas existe um torque, em relação a um
eixo que passa por O, dado por:

𝜏 = 2 𝐹 (𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝜃) 𝜏 = 2 𝑎 𝑞 𝐸 𝑠𝑒𝑛 𝜃 ∴ 𝜏 = 𝑝 𝐸 𝑠𝑒𝑛 𝜃

• Portanto, um dipolo elétrico colocado num campo elétrico


externo 𝑬 sofre um torque que tende a alinhá-lo com o
campo. Temos assim, na forma vetorial:

𝝉=𝒑 ×𝑬
Revisão: Um dipolo num campo elétrico
• A força total é nula, mas existe um torque, em relação a um eixo que passa por O, dado por:

𝜏 = 2 𝐹 (𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝜃) 𝜏 = 2 𝑎 𝑞 𝐸 𝑠𝑒𝑛 𝜃 ∴ 𝜏 = 𝑝 𝐸 𝑠𝑒𝑛 𝜃

• Portanto, um dipolo elétrico colocado


num campo elétrico externo 𝑬 sofre um
torque que tende a alinhá-lo com o
campo. Temos assim, na forma vetorial:

𝝉=𝒑 ×𝑬
Torque sobre uma espira de corrente
• A figura a seguir mostra uma espira retangular de comprimento a e largura b, colocada num campo magnético uniforme 𝐵.
Os lados 1 e 3 da espira são (colocados) sempre perpendiculares à direção do campo, enquanto que a normal nn’ ao plano
da espira faz com o vetor 𝐵 um ângulo 𝜃.

Visão lateral da espira.

• Suponha que a espira é percorrida por um corrente i, no sentido indicado na figura.


Torque sobre uma espira de corrente
• A força total sobre a espira é a soma das forças que atuam sobre cada um dos seus lados. No lado 2, o vetor 𝑙Ԧ tem módulo
igual a b e aponta no sentido da corrente. O ângulo entre 𝑙 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑏 e 𝐵, para pontos desse lado, é igual a 90° − 𝜃. Assim
sendo, o módulo da força sobre esse ramo do circuito é:

𝑭𝟐 = 𝒊 𝒃 𝑩 𝒔𝒆𝒏 𝜷 = 𝒊 𝒃 𝑩 𝒔𝒆𝒏 𝟗𝟎° − 𝜽 = 𝒊 𝒃 𝑩 𝐜𝐨𝐬 𝜽

𝛽 = 90 − 𝜃
Torque sobre uma espira de corrente
• Da equação 𝑭 = 𝒊 𝒍Ԧ × 𝑩 vemos que a força 𝑭𝟐 aponta para fora do plano, assim como 𝑭𝟒 , que tem o
mesmo módulo, mas sentido oposto, e em nada elas contribuem sobre o movimento da espira, pois não só
a sua soma é igual a zero, como também é nulo o torque exercido por elas, uma vez que possuem a
mesma linha de ação.
• As forças 𝑭𝟏 𝒆 𝑭𝟑 também têm módulo iguais (a 𝒊 𝒂 𝑩 𝒔𝒆𝒏 𝟗𝟎 = 𝒊𝒂𝑩) e direções opostas, de modo a não
terem efeito sobre o movimento do centro de massa da espira. Contudo, para a posição mostrada elas não
possuem a mesma linha de ação, havendo portanto um torque que tende a girar a espira, no sentido dos
ponteiros do relógio, em torno do eixo xx’. A espira pode ser então suportada por este eixo rígido.
• Este torque pode ser representado por um vetor ao longo do eixo
xx’ orientado, da direita para a esquerda, 𝑥’𝑥 , ou seja, para
dentro da figura no ponto 𝑥’. O módulo desse torque 𝝉′ pode ser
obtido calculando o momento da força 𝑭𝟏 ao longo do eixo 𝑥𝑥’ e
multiplicando-se por dois o resultado, de modo a levar em conta a
contribuição de 𝑭𝟑 , que tem o mesmo valor. Temos então:


𝒃
𝝉 = 𝟐 𝒊 𝒂 𝑩 𝒄𝒐𝒔 𝟗𝟎 − 𝜽 = 𝒊 𝒂 𝒃 𝑩 𝒔𝒆𝒏 𝜽
𝟐
Torque sobre uma espira de corrente
𝝉′ = 𝒊 𝒂 𝒃 𝑩 𝒔𝒆𝒏 𝜽

• Se tivermos um bobina com N espiras o torque será multiplicado por N.


𝝉 = 𝑵𝝉′ = 𝑵 𝒊 𝒂 𝒃 𝑩 𝒔𝒆𝒏 𝜽 = 𝑵𝒊 𝑨 𝑩 𝒔𝒆𝒏 𝜽
• Onde substituímos o produto ab pela área A da espira.
• É possível mostrar que este resultado é válido para qualquer
espira de área A, independentemente da sua forma. A existência
de um torque sobre uma espira de corrente é o princípio básico
do funcionamento dos motores elétricos e da maioria dos
aparelhos destinados à medida de correntes elétricas e
diferenças de potencial.

➢ O fato de uma espira orientar-se (alinhar-se) de maneira a ficar


sempre perpendicular ao campo magnético externo, lembra-nos o
comportamento de uma bússola. Uma face da espira se
comporta como polo norte e a outra como polo sul.
Torque sobre uma espira de corrente
• Situação 1 • Situação 2

b b
• Torque devido a 𝐹1 : 𝐹1 2 cos 90 − 𝜃 = 𝐹1 2 𝑠𝑒𝑛𝜃.
Torque sobre uma espira de corrente
𝝉 = 𝑵𝝉′ = 𝑵 𝒊 𝒂 𝒃 𝑩 𝒔𝒆𝒏 𝜽 = 𝑵𝒊 𝑨 𝑩 𝒔𝒆𝒏 𝜽
Torque sobre uma espira de corrente
Torque sobre uma espira de corrente
• O módulo do torque é: 𝝉 = 𝒑 𝑬 𝒔𝒆𝒏 𝜽

• Comparando 𝜏 = 𝑝 𝐸 𝑠𝑒𝑛 𝜃 com a equação 𝜏 = 𝑁𝑖 𝐴 𝐵 𝑠𝑒𝑛 𝜃, que dá o torque sobre uma espira de
corrente, isto sugere que podemos considerar 𝑵𝒊𝑨 como sendo o momento de dipolo magnético 𝝁. Logo:

𝝉 = 𝑵 𝝉′ = 𝑵 𝒊 𝒂 𝒃 𝑩 𝒔𝒆𝒏 𝜽 = 𝑵 𝒊 𝑨 𝑩 𝒔𝒆𝒏 𝜽 = 𝝁 𝑩 𝒔𝒆𝒏 𝜽

𝝁=𝑵𝒊𝑨

• Escrevendo o torque de forma vetorial temos:

𝝉=𝝁× 𝑩
➢ O momento magnético de uma espira é paralelo ao eixo da mesma, sendo o seu sentido fornecido pela
regra da mão direita (ou do parafuso). Do fato de existir um torque atuando sobre uma espira de corrente
ou outro dipolo magnético qualquer quando submetidos à ação de um campo 𝑩 externo, podemos
concluir que haverá realização do trabalho pelo agente externo que for responsável por uma
mudança de orientação do dipolo.
Torque sobre uma espira de corrente
• Portanto, um dipolo magnético possui uma energia potencial relacionada com a sua direção relativamente
ao campo externo. Podemos considerar qualquer posição do dipolo como posição de referencia e
considerar a correspondente energia igual a zero, porque o que é importante é a diferença de energia.
• Vamos supor agora que essa energia magnética U seja nula quando 𝝁 𝒆 𝑩 forem perpendiculares, isto é,
quando 𝜃 = 90° . Esta escolha de uma configuração para a qual U = 0 é arbitrária, pois estamos
interessados, apenas, nas variações da energia que ocorrem quando o dipolo muda de direção.

• A energia potencial magnética correspondente a uma posição qualquer do eixo do dipolo é definida como
sendo igual ao trabalho que um agente externo deve realizar para girar o dipolo da posição de energia
igual a zero (𝜃 = 90°) até a posição correspondente ao valor dado para 𝜃, isto é:

𝜃 𝜃 𝜃

𝑈 = න 𝜏 𝑑𝜃 = න 𝑁 𝑖 𝐴 𝐵 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑑𝜃 = 𝜇𝐵 න 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑑𝜃 = −𝜇 𝐵 cos 𝜃


90° 90° 90°

• Onde usamos o valor de 𝜏 dado pela equação 𝜏 = 𝑁𝑖 𝐴 𝐵 𝑠𝑒𝑛 𝜃.


Torque sobre uma espira de corrente
• Como
𝑼 = −𝝁 𝑩 𝒄𝒐𝒔 𝜽

• Usando uma notação vetorial, podemos escrever este resultado na forma

𝑼=−𝝁 ∙𝑩

• Que corresponde exatamente à equação 𝑼 = − 𝒑 ∙ 𝑬, que dá o valor da energia potencial de um dipolo


elétrico colocado num campo elétrico externo.
Torque sobre uma espira de corrente
Exemplo 4: Uma bobina circular de N espiras tem um raio efetivo igual a a. Sendo i o valor da corrente que a
percorre, qual será o trabalho realizado para girá-la de uma posição onde 𝜃 = 0° ate outra 𝜃 = 180° na
presença de um campo magnético externo 𝐵? Suponha que N = 100, a = 5,0 cm, i = 0,10 A e B 1,5 T.

O trabalho realizado é igual à diferença de energia potencial entre duas posições. Usando a Eq. 𝑈 = −𝜇Ԧ ∙ 𝐵 :

𝑊 = 𝑈𝜃=180 ° − 𝑈𝜃=0° = −𝜇 𝐵 cos 180° − −𝜇 𝐵 cos 0° = 2 𝜇 B

Mas, como 𝜇 = N i A, podemos escrever

𝑊 = 2 𝑁 𝑖 𝐴 𝐵 = 2 𝑁 𝑖 𝜋 𝑎2 𝐵

𝑊 = 2 100 0,10 𝜋 (5 × 10−2 )2 1,5 = 2,4 J


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