Era Uma Vez Na Cruz

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ERA UMA VEZ...

NA CRUZ...

Pesquisa Genealógica

Maria Elizabeth Albuquerque

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Ficha Técnica

Revisão:
Maria Elizabeth Albuquerque
Capa e arte Final:
José H.S. Albuquerque (Zequinha) ,
Rafael Albuquerque do Nascimento e
Gilberlânio Melo Rios
Impressão e Acabamento:
Expressão Gráfica

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CA
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CA FA

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, armazenamento


ou transmissão de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem
prévia autorização, por escrito, da autora.

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NOME DAS PESSOAS COM FOTO NA CAPA DO LIVRO

Para que todos possam identificar as pessoas das fotos, que forma a
cruz, na capa do livro, inseri uma folha igual, e no canto inferior direito
de cada foto um número. A seguir a relação dos números e respectivo
nome.

01 – Raimunda Nonata de Vasconcelos (Raimunda do Capim)


02 – Antônia Francisca de Vasconcelos (tia Toinha, irmã da nº 1)
03 – Ezequiel Antônio de Vasconcelos
04 – Geralda Firmo de Vasconcelos – esposa do nº 3
05 - Maria Eugênia de Jesus (do Jenipapeiro)
06 - Raymundo José de Freitas – esposo da nº 5
07 – Macário José de Farias (das Porteiras)
08 – Mª de Sousa Brandão e Antônio Rodrigues Muniz
09 - Raimunda Muniz Albuquerque
10 – Manoel Pinto da Silveira
11 – Raimundo Pinto da Silveira – filho do nº 10
12 – Maria Mendes da Silveira
13 – Úrsula Theotônia de Vasconcelos (do Capim)
14 – Isabel Maria de Vasconcelos (Moura)
15 – Francisco de Araújo Muniz
16 – Ignez Silveira de Araújo – esposa do nº 15
17 – Rosa de Sousa Brandão – esposa do nº 18
18 – Francisco Menezes Albuquerque (Francisco Muniz)
19 – Antônio Muniz Rodrigues (meu tio bisavô)
20 – Justino de Araújo Muniz
21 – José Francisco do Nascimento (Zé Gregório)
22 – Francisca Romana do Nascimento – esposa do nº 20
23 – Hermínia Maria de Vasconcelos – 2ª esposa do nº 24
24 – Joaquim Virgílio de Vasconcelos.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, o Senhor da vida, que me permitiu fazer parte desta história.


Aos meus pais, que me trouxeram a este universo.
A todos os cidadãos e cidadãs cruzenses que me ajudaram
a escrever este livro, com as informações que guardaram de suas
respectivas famílias e outros dados adicionais trazidos da tradição
oral. Agradeço igualmente, áqueles que nada sabiam do passado,
mas, gentilmente me escutaram e sugeriram outras pessoas que
eventualmente poderiam ajudaram.
Foram tantas as pessoas entrevistadas – na sede do município e
arredores: Tucuns, Lagoa Salgada, Pitombeiras, Porteiras, Lagoa de
Baixo, Aranaú, etc., que eu não poderia citá-las sem correr o risco de
esquecer alguém.
Agradecimento especial:
- à Maria Honorata Carmo, titular do Cartório do 1º Ofício de
Acaraú, que me facilitou a pesquisa nos diversos livros dos registros
antigos;
- à paróquia de Acaraú e Bispado de Sobral que também
disponibilizaram os livros de registros de batizados e casamento;
- e a Sebastião Luiz de Vasconcelos (falecido em 20/08/07), pela
importante contribuição de sua pesquisa particular, referente à
genealogia da sua família.

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APRESENTAÇÃO

Buscando a História

Fui em busca da história


E colhi o meu passado
Se o começo foi rude
Não tem nada registrado
São boatos dos mais velhos
De boca em boca passados.

Mais na minha persistência


Muitos rastros coletei
E os boatos colhidos
A páginas escritas somei
Estou apontando o roteiro
Nestes versos que engendrei.

A história só se faz
Ligando o passado ao novo
Os nossos antepassados
São as raízes de um povo
Pesquisando achei a síntese
E neste propósito me movo.

Que valha o meu intento


Termino nesta sextilha
O resto fica por conta
Da minha esforçada filha
Que com sua capacidade
Dá mais detalhes na trilha.

Zeca Muniz

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Í N D I C E

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL ----------------------------------------------------------------------- 13


CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES -------------------------------------------------------- 17
PREFÁCIO ------------------------------------------------------------------------------------------- 21

01. ORIGEM DO NOME CRUZ ---------------------------------------------------------------- 29


02. JOANA CORREIA DA SILVA ----------------------------------------------------------------- 37
03. A SESMARIA DE JOANA CORREIA ------------------------------------------------------- 43
04. CONSTRUÇÃO DA CAPELA ---------------------------------------------------------------- 49
05. O TAMARINEIRO ------------------------------------------------------------------------------ 51
06. AS PRIMEIRAS FAMILIAS ------------------------------------------------------------------- 55
6.1 OS VASCONCELOS ------------------------------------------------------------------------ 57
ALEXANDRE JOSE DE VASCONCELOS ---------------------------------------------- 69
6.2 FRANCISCO TEIXEIRA PINTO --------------------------------------------------------- 75
6.3 OS MUNIZ------------------------------------------------------------------------------------ 91
07. OUTRAS FAMILIAS --------------------------------------------------------------------------- 99
7.1 BRANDÃO ----------------------------------------------------------------------------------101
7.2 ARAUJO COSTA ---------------------------------------------------------------------------105
7.3 FONTELES ----------------------------------------------------------------------------------113
7.4 VIDAL----------------------------------------------------------------------------------------119
08. PRIMEIROS PROFESSORES ----------------------------------------------------------------125
09. HISTORIAS INTERESSANTES -------------------------------------------------------------133
9.1 A PEDRA MILAGROSA ------------------------------------------------------------------135
9.2 PRIMEIRO ACIDENTE DE AUTOMÓVEL -------------------------------------------139
9.3 LAGOA DOS MONTEIROS --------------------------------------------------------------141
10. ÁRVORE GENEALÓGICA -------------------------------------------------------------------143
11. BIBLIOGRAFIA --------------------------------------------------------------------------------145
12. ANEXOS -----------------------------------------------------------------------------------------147
ANEXO I ---------------------------------------------------------------------------------------------149
ANEXO II --------------------------------------------------------------------------------------------163
ANEXO III -------------------------------------------------------------------------------------------175

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

WELLINGTON MUNIZ DE SOUZA nasceu em 22/09/1982, em


São Paulo. É filho de Constantino Muniz de Sousa e Maria de Lourdes
Oliveira, sendo trineto de Domingos José Rodrigues e Felismina
Francisca de Jesus. É aqui que nos encontramos nessa genealogia;
mas, na parceria de trabalho o encontro aconteceu por volta de
2001, aproximadamente. Wellington esteve em Cruz, visitando seus
parentes e também pesquisando sua linhagem familiar. Por indicação
de sua tia chegou ao meu pai que, percebendo o interesse de um
garoto de 18 anos pelo passado das famílias locais, falou-lhe do meu
trabalho, disse-lhe que eu também morava em São Paulo e que seria
interessante a gente trocar idéia. E graças a invenção do telefone,
nos encontramos, e trocamos informações. Sua colaboração foi de
grande proveito na pesquisa probatória dos registros de pessoas,
antes conhecida apenas da tradição oral.
A fonte de pesquisa em questão foram os microfilmes da Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Esta Igreja filmou
mundo afora, os registros paroquiais e dos cartórios, transformando-
os em microfilmes e arquivando-os em sua sede, nos Estados Unidos,
podendo ser requisitados e estudados em determinadas condições,
aqui explicadas pelo próprio Wellington – via e-mail, respondendo a
uma consulta minha sobre a divulgação de suas fontes.
“Não há problemas na menção aos registros da Igreja. Tenho como
conseguir quem fez os microfilmes e períodos. A Igreja investe milhões
de dólares neste esforço e ela possui registros microfilmados de Igrejas,
Paróquias e outros acervos de qualquer lugar do mundo. O principio
é o cuidado dos mórmons pelas tradições familiares e preservação
da história. Leva-se dias ou semanas para fotografar cada página de
cada livro, é um trabalho muito profissional e que exige muita técnica,
pois são manuscritos primitivos, alguns anteriores a 1500, das cúrias
portuguesas por exemplo. Os registros são microfilmados e disponíveis
ao público em qualquer capela mórmon que possua um centro de

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história da família, tem um em Sobral, inclusive. Todo o catálogo do
acervo está disponível na internet onde as pessoas localizam as regiões e
períodos onde querem pesquisar e solicitam os microfilmes que ficam na
sede da organização nos EUA. Veja por exemplo o link da internet do site
da igreja que leva aos registros antigos paroquiais de Acaraú”.

http://www.familysearch.org/Eng/Library/fhlcatalog/
supermainframeset.asp?display=titledetails&titleno=1041
089&disp=Registros+paroquiais%20%20&columns=*,0,0
Estou inserindo aqui, a título de exemplo, uma mostra do
que encontrei no site acima referido. Os demais endereços estão
disponíveis na Bibliografia.

Title Registros paroquiais, 1843-1952


Authors Igreja Católica. Nossa Senhora da Conceição (Acaraú,
Ceará) (Main Author)
Notes
Microfilmagem de originais na Diocese de Sobral.

Microfilme de redução 42x. Use uma máquina de alta


ampliação.

A cidade de Acaraú é sede do município do mesmo


nome.

Roman Catholic church records of baptisms from


Acaraú, Acaraú, Ceará, Brazil. Text in Portuguese.

Subjects Brazil, Ceará, Acaraú - Church records


Format Manuscript (On Film)
Language Portuguese

14 Maria Elizabeth Albuquerque

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Publication Salt Lake City, Utah : Filmados pela Sociedade
Genealógica de Utah, 2000
Physical em 6 rolos de microfilme ; 16 mm.
For a printable version of this record click here then click your browser’s
Print button.

© 2002 Intellectual Reserve, Inc. All rights reserved.


Abaixo colei um resumo dos registros Paroquiais de Acaraú, a
partir de 1843. O endereço de acesso é o mesmo, chegando lá é só
clicar na palavra “here”, em azul, ao final do demonstrativo.
Vale ressaltar que 1843 é a data oficial em que a freguesia
de Acaraú foi criada. Todavia existem registros anteriores,
provavelmente originários da freguesia de Almofala – a primeira da
nossa região. Nicodemos Araújo no livro “Município de Acaraú”,
fala de um arquivo abrangendo o período de 1712 a 1762, do senhor
João Augusto de Castro Moura, referente ao Curato de Caiçara (hoje
Sobral). E o Padre Sadoc no livro “Cronologia Sobralense – Vol. 1”,
(Bibliografia - p. 417) cita, entre suas fontes de informação, Livros
de óbitos do Curato de Acaraú, a partir de 1725.
Registros paroquiais, 1843-1952

Authors: Igreja Católica. Nossa Senhora da Conceição (Acaraú, Ceará)


(Main Author)
Notes
Microfilmagem de originais na Diocese de Sobral.
Microfilme de redução 42x. Use uma máquina de alta ampliação.
A cidade de Acaraú é sede do município do mesmo nome.
Roman Catholic church records of baptisms from Acaraú, Acaraú, Ceará,
Brazil. Text in Portuguese.

Format Manuscript (On Film) Language: Portuguese

Publication: Salt Lake City, Utah : Filmados pela Sociedade Genealógica


de Utah, 2000

Physical em 6 rolos de microfilme ; 16 mm.

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Film Notes - Note - Location [Film]
Batismos 1843-1849, 1851-1862, 1864-1869 - VAULT INTL Film [ 2124609
Items 5 - 10 ]
Batismos 1862-1879 - VAULT INTL Film [ 2124609 Items 11 - 14 ]
Batismos 1886-1889 - VAULT INTL Film [ 2244201 Item 1 ]
Batismos 1879-1886, 1889-1922 - VAULT INTL Film [ 2244201 Items 2 - 17 ]
Batismos 1922-1933 - VAULT INTL Film [ 2244202 Items 1 - 10 ]
Batismos 1932-1933 - VAULT INTL Film [ 2244202 Item 11 ]
Batismos 1932-1937 - VAULT INTL Film [ 2244202 Items 12 - 16 ]
Batismos 1937-1948 - VAULT INTL Film [ 2244203 ]
Batismos 1948-1951 –
Casamentos 1843-1930 - VAULT INTL Film [ 2244204 Items 1 - 12 ]
Casamentos 1927-1936 - VAULT INTL Film [ 2244204 Items 13 - 14 ]
Casamentos 1936-1952 -- Óbitos 1854-1884 - VAULT INTL Film [ 2244205
Items 1 - 5 ]
© 2002 Intellectual Reserve, Inc. All rights reserved.
É por conta desse trabalho de pesquisa do Wellington, sobre a
história da família, que ele é citado freqüentemente neste livro.

16 Maria Elizabeth Albuquerque

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CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Todo livro tem sua história, e este não foge à regra.


A maior parte das informações aqui apresentadas é fruto da
memória das antigas famílias que vivificam esta história. Através de
entrevistas com seus descendentes e de documentos ou apontamentos
fornecidos por alguns deles, e outras pesquisas em documentos
antigos do Cartório de Registro Civil, assim como da leitura de alguns
livros relativos às regiões circunvizinhas, citados oportunamente,
consegui organizar e comprovar, até onde me foi possível, a origem
das nossas raízes.
A parte documental nesse caso é muito escassa, limita-se a
alguns títulos de eleitores, guardados de lembrança por um ou outro
parente, bem como alguma certidão de casamento religioso, que vem
comprovar que a pessoa existiu de fato. Juntei, no ANEXO II, um
Título de Eleitor da década de trinta, ainda com a fotografia e cópias
de certidões de nascimento, casamento e óbito de diversas pessoas,
de diferentes famílias, e idade. Meu objetivo é mostrar o trabalho
diversificado para comprovar a idade de cada pessoa, assim como
seu nome correto e dos seus pais, dando um mínimo de consistência
e credibilidade a este trabalho.
E para melhor situar o leitor, em relação a seus descendentes,
ofereço os Gráficos de Linhagem que compõem o ANEXO I.
Escolhi como “cabeça-de-gráfico” pessoas que possibilitam mostrar
o encadeamento do maior número possível de famílias, criando uma
mostra representativa das nossas raízes genealógicas.
De volta à pesquisa concluímos que, os registros mais antigos,
que fariam boa prova seriam os da Igreja e os do Cartório. Iniciei com
os registros de batismo e casamento, mas, os primeiros só registram
(ou registrava, naquele tempo) o primeiro nome da criança, de forma

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que, se eu não soubesse a data de nascimento e o nome de seus pais
não poderia identificá-la. Já os registros de casamento informavam
apenas os nomes do casal. Juntei cópia da certidão de batismo de
Miguel Albano da Silveira, no ANEXO II, antes referido, visando
exemplificar a dificuldade apontada, e também para fundamentar
outros comentários no decorrer desta nossa história.
Passei então aos registros do Cartório do 1º Ofício da Comarca
de Acaraú (titular atual – Maria Honorata Carmo) mais viáveis para
o meu trabalho, posto que, uma certidão de nascimento contém: o
nome da pessoa, dos seus pais e dos avós maternos e paternos. Isto
naturalmente se quem fez o registro tivesse conhecimento desses
dados. Naquele tempo, o acesso ao Acaraú não era nada fácil, sendo
comum este registro ser feito por algum parente, ou amigo, que ia
para lá tratar de assuntos particulares. Em função disso temos muita
divergência de nomes e datas, quando comparamos as informações
com os respectivos registros. Naquela época, ninguém tinha
documento de identificação como temos hoje, com filiação e outros
dados, assim, quando o escrivão perguntava o nome dos pais e dos
avós da criança – a pessoa encarrega de registrá-la - dizia o nome do
seu conhecimento; isto em relação ao pai (e avô), pois a mãe (e avó)
era conhecida quase sempre como “a mulher do fulano”, no máximo
conhecia-se seu primeiro nome.
Outra dificuldade no cruzamento das informações da tradição
oral com registros oficiais é que, embora o Cartório de Acaraú
tenha começado seus registros a partir de 1889, eles não eram
obrigatórios. O que valia na época eram os registros da Igreja
– casamento e batizado. O Casamento Civil acontecia entre as
pessoas mais esclarecidas, ou em função de herança; ou ainda
por algum interesse de ordem legal. O registro dos filhos não era
diferente, só era exigido para tirar o título de eleitor e para o
casamento civil. E era comum a própria pessoa se registrar na
ocasião e, às vezes, a falta de informação era tanta que acontecia
não saberem nada a respeito dos avós, ficando em branco o
espaço reservado a estes dados. Fora isso, por volta de 1950 ou

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fins da década de 40, o governo concedeu um abono aos casais
com mais de seis filhos, e o registro de nascimento dos filhos
era exigido para a concessão do benefício. Deixo de fornecer
detalhes sobre o benefício citado, que não faz parte do objeto
deste trabalho e por isto não foi pesquisado.
Entendo que seja oportuno registrar, também, o estado em que
se encontravam os livros antigos do Cartório, em 2004, quando
fiz essa pesquisa. Escritos à pena-tinteiro, estão se desmanchando.
Algumas folhas com palavras ou linhas já apagadas pelo tempo,
outras parcialmente destruídas pelo cupim. Juntando-se tudo isso à
difícil caligrafia da época, o acesso ao seu conteúdo por pessoas não
treinadas para seu manuseio é muito difícil. Hoje, 21 de dezembro
de 2008, quando preparo este livro para publicação, considero a
possibilidade de que Dona Honorata já tenha conseguido informatizar
o acervo referido – que é de interesse coletivo. Afinal temos aí um
século de registros (nascimento, casamento, óbito e até inventários),
que não pertencem somente ao Município de Acaraú, mas também,
a várias cidades dele desmembradas. Entretanto, se permanecer a
situação de 2004 será necessário ajudá-la a informatizar urgente tais
registros, enquanto é possível

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Maria Elizabeth Albuquerque

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PREFÁCIO

Comecei este livro pesquisando minha genealogia, no início da


década de noventa, por insistência de meu pai que estava sempre
a dizer: os mais velhos vão morrendo e a história vai com eles.
Em 1992, aproximadamente, ele me escreveu uma carta e juntou
informações sobre a sua descendência e a de minha mãe. Os
apontamentos sobre sua genealogia – origem dos Muniz e Brandão
– com data de 15/03/1983, ele havia levantado junto a sua mãe, tias
e outros familiares, partindo dos seus bisavós. Já os dados sobre a
família de minha mãe, um resumo datado de 19/03/1992, era uma
contribuição de João Evangelista de Vasconcelos (irmão de minha
avó materna), onde ele, João Lúcio, relacionou sua descendência
– origem dos Vasconcelos – a partir dos seus avós. Na ocasião eu
morava em São Paulo e achei tudo muito interessante, mas não
cheguei a me empolgar com o assunto. Mesmo assim, guardei a carta
com as respectivas informações.
Mais tarde, aproveitando a oportunidade de uma viagem de
férias a esta cidade (Cruz), procurei complementar as mencionadas
informações, montando gráficos da genealogia de meus pais, a partir
de conversa com minhas tias e tios. Assim, descobri com minha
madrinha Rita, irmã de minha mãe, cópia das anotações de minha
bisavó materna – Raimunda Nonata de Vasconcelos (N.27/05/1868
<> F.06/04/1960), escritas em 10/05/1938 no Capim, por seu filho
Antônio Carlos de Vasconcelos e continuada ainda por algum
tempo, por outro filho – o João Lúcio, citado antes. Este último,
também reescreveu parte das primeiras informações, de forma que
temos algumas datas divergentes, assim como o sobrenome do avô
materno de Raimunda Nonata – Ignácio Manoel de Almeida casado
com Maria José de Almeida (dados de Antônio Carlos) e Ignácio

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Manoel “Sueira” casado com Maria José de Jesus, na informação
de João Lúcio, que além da numeração das páginas já em caneta
esferográfica, anotou na capa: “Capim, 29 de outubro de 1948” e
assinou seu nome. Este legado ficou em poder de Úrsula – outra filha
de dona “Raimundinha do Capim” – até sua morte. Era uma espécie
de caderno: quatro folhas de papel almaço com uma capa de papel
madeira, costuradas ao meio com um cordão.
Do mesmo baú, da Rita Zaquiel, em outra oportunidade, saiu um
romance em versos, de autoria dita desconhecida, que descrevia a
origem das famílias de Cruz. Era uma cópia que ela havia conseguido
com o Raimundo Gabriel (Raimundo Horácio de Freitas), que por
sua vez, teria localizado numa viagem de ônibus e a pessoa que lhe
emprestou (para fazer uma cópia), teria dito desconhecer sua origem.
Uma história confusa que, mais parecia um conto da carochinha.
Recentemente falei sobre isso com o Raimundo Gabriel, e o mistério
aumentou ainda mais, pois ele me garantiu que o personagem do
ônibus era seu irmão, MANUEL (já falecido), e ele (o Raimundo) não
sabia quem era o cidadão que lia o romance no ônibus e emprestou ao
Manoel para copiá-lo. Mas lembrou que o “desconhecido cidadão”
teria recomendado a devolução do romance ao OSCAR Rodrigues
de Souza (também falecido). Tentei confirmar essa história com a
viúva do Oscar, mas ela não tinha conhecimento do assunto. Assim
permanece o mistério sobre quem cedeu a cópia deste romance, e
suas razões para não querer aparecer.
Já o anonimato dos seus autores acabou em 2004, após muita
pesquisa, com base nos versos 21, 70, 77 e 79 do tal romance – que
faz parte deste livro como ANEXO III. Por agora quero destacar
a importância deste achado para a montagem desta genealogia. E
também proporcionar-lhes a oportunidade de conhecer este trabalho,
um tipo de literatura perfeitamente identificada com a personalidade
simples, criativa e alegre da gente que nos precedeu.
Quando ficou pronta a minha árvore genealógica – seis gerações
até o ZÉ MUNIZ (José Muniz Rodrigues c.c Maria Antônia), o
primeiro Muniz conhecido entre nós, e oito gerações até JOANA
CORREIA DA SILVA (c.c Manuel Carlos de Vasconcelos) – percebi

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que retornando até meus tetravôs, a origem de todas as famílias era
basicamente a mesma. Três troncos: os Muniz, os Vasconcelos
e o conhecido Teixeira Pinto, que deu aos seus filhos diferentes
sobrenomes – Menezes, Albuquerque, Cavalcante de Albuquerque,
Nascimento, Teixeira Pinto e Silveira. Pelo casamento esses três
troncos praticamente se fundiram numa grande família. Podemos
constatar isso melhor através dos gráficos da minha genealogia e dos
meus pais, anexados ao final deste capítulo.
Guardar só para mim, o conhecimento de tantas informações
relacionadas aos primeiros habitantes de Cruz? Não seria justo,
pensei. Foi então que resolvi expandir meu trabalho transformando-o
num livro que abrigaria os registros em foco, disponibilizando-
os para as gerações futuras que, eventualmente, se interessem em
pesquisar suas origens.
É oportuno registrar, a essa altura, que a tradição oral, embora
de fundamental importância na montagem desta história – à falta de
documentos históricos suficientes – não escapou de ser desfigurada
pela ação do tempo. Assim é que, hoje, mais de 10 anos depois daquela
carta, onde meu pai me propunha fazer alguma coisa, apresento à
cidade esta síntese da minha pesquisa, sob o título: ERA UMA VEZ
NA CRUZ..., porque, quando criança, as histórias que os mais velhos
nos contavam sempre começavam assim: “era uma vez...”.

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ORIGEM DO NOME CRUZ

Segundo a tradição oral, essa denominação teve origem em uma


CRUZ DE AROEIRA, fincada sobre uma sepultura à margem leste
da Lagoa dos Escondidos, hoje conhecida como Lagoa da Cruz.
Um marco divulgado por todos em informações do tipo “pra lá da
cruz”, ou “à direita da cruz tantos passos”, ou ainda “bem antes da
cruz tantas braças”, etc., etc., até ser incorporado pela comunidade e
tornar-se o NOME DO LUGAR.
A controvérsia é sobre a criatura sepultada naquele local e a
causa de sua morte. O livro “O Município de Cruz”, de Nicodemos
Araújo, publicado em 1989 (p.19) traz duas versões: uma delas, que
a sepultura seria de um retirante que teria morrido de fome na seca
de 1725, a outra que seria de um rapaz assassinado pelo sogro por
questões de honra. Diz ainda, o Sr. Nicodemos, que esta última é
confirmada pelo historiador Raimundo Girão em seu livro “Os
Municípios Cearenses e Seus Distritos”, p. 268. E, logo no parágrafo
seguinte informa que a primeira versão é a que vem sendo aceita
pela população local, desde a povoação.
Devo confessar, aqui, minha ignorância neste particular. Eu
conhecia apenas a segunda versão. A do rapaz que, após engravidar
a filha de um fazendeiro da Parnaíba - PI, onde trabalhava, fugiu,
sendo localizado pelo pai da moça e seus filhos e morto a tiros
naquele local, onde foi sepultado pelos moradores da comunidade.
Somente em julho de 1993, quando vim pela primeira vez a esta
então CIDADE DE CRUZ – depois da instalação do Município – é
que conheci a versão do retirante. Lembro bem que eu e minha irmã
Salete, ao ler referida história no monumento (pedestal da Cruz),
ficamos muito decepcionadas. Mas, depois de absorvido o “choque
inicial” resolvemos que, se não havia provas de nenhuma delas,

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ficaríamos com aquela que conhecíamos antes. Afinal, concluímos,
é bem mais interessante pensar que a cidade nasceu sob a égide do
amor do que da fome, mesmo sendo esse um amor torto, bandido. E
assim encerramos o assunto.
Durante as pesquisas e entrevistas que realizei com várias
pessoas da comunidade para a consecução deste trabalho, ou para
a remontagem desta história - talvez seja mais acertado dizer assim
- tive a oportunidade de ler um trabalho escolar sobre a história da
Cruz e suas famílias, realizado em 1986, pela turma de alunos do 3º
ano do Curso Pedagógico da Escola Fundamental São Francisco.
Referido trabalho foi coordenado pela professora Maria Socorro
de Vasconcelos (também conhecida por BAIDY) que assumiu
naquele ano a disciplina de Estudos Regionais no curso supracitado.
E considerava não só a origem das famílias, mas também outros
aspectos: educacional, cultural, econômico, religioso, etc.,
relacionados com a história do seu Município. Mas, o embrião desse
estudo nasceu um pouco antes, talvez no ano anterior, por ocasião da
Festa de São Francisco – Padroeiro da cidade. Foi quando o pároco
(Padre Manoel Valdery da Rocha) incluiu na programação sócio-
cultural das noites, após as novenas, a apresentação da história das
famílias locais mais numerosas, ficando responsável um membro
de cada família para pesquisar a sua origem. Assim a mencionada
professora começou essa pesquisa, com a participação de suas
colegas, também professoras, Maria Alice do Nascimento e Maria
de Lourdes Muniz.
Tal pesquisa teve por base a tradição oral, pois não havia, nem há
dados escritos suficientes. Assim, foram entrevistadas várias pessoas
entre as mais idosas da comunidade, conhecedoras da história, ouvida
dos seus antepassados. Algumas delas já são falecidas no momento
em que escrevo estas linhas. Nesse trabalho os alunos consideraram,
dentre as informações colhidas, apenas as que apresentaram
concordância entre si, constando também as duas versões, mas
salientando que a do “rapaz assassinado pelo pai da moça” era a
mais aceita pela população local, e contava, em detalhes, a fuga e
morte do tal rapaz, que, em linhas gerais é a seguinte.
Numa certa fazenda da Parnaíba apareceu um rapaz que se apresentou

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como Renato pernambucano, pedindo alojamento e trabalho ao
fazendeiro, com o qual passou a morar por algum tempo. Entre
Renato e uma filha do fazendeiro tera havido um romance secreto
que acabou em gravidez, e também na fuga de Renato, logo que
soube da novidade.
O pai da moça tomou conhecimento da “tragédia” quatro dias
depois do desaparecimento do empregado, e, juntamente com seus
dois filhos, saiu à procura do fugitivo. Conseguiram, ao longo da
estrada, informações de que Renato havia passado pelas regiões
de Jericoacoara, Caiçara e Cajueirinho. Algumas pessoas da
localidade de Cajueirinho teriam contado até que morava ali uma
família, cujo nome perdeu-se no tempo, que teria informado ao
fazendeiro que o tal Renato havia pernoitado lá, “embaixo de um
cajueirinho”, vindo daí o nome daquele lugar.
O Fazendeiro continua a sua busca rumo a antiga Lagoa dos
Escondidos. Ali chegando descobriu que Renato encontrava-se no
povoado. E, pedindo informações, aqui e ali, o fazendeiro encontra
Renato e mata-o, deixando ao povo do local a incumbência de
sepultá-lo. Segundo esta história, Renato era um nome falso, seu
nome verdadeiro seria Edmundo Paiva de Araújo.
Alguns moradores da comunidade providenciaram o enterro da
vítima e, como era de costume, fincaram sobre a sepultura uma cruz
de aroeira, sendo essa a origem do nome Cruz.

No final de 2003, quando já estava quase concluindo minhas


pesquisas de campo sobre as raízes das primeiras famílias, andei
investigando o assunto. E escutei do senhor Valci (José Valci da Costa)
essa mesma história, com algumas variações de nomes e outros detalhes
até então desconhecidos para mim. Ele disse-me ter ouvido a referida
história, da boca do “Seu Bernardo” (Bernardino Muniz Sobrinho),
citado como um grande conhecedor da história da Cruz.
O destaque aqui é para a parte final da história dele - ela nos dá
conta que o “falso Renato” ou “falso Edmundo”, as duas histórias
divergem nesse ponto, teria prestado serviço nos três dias em que
esteve no povoado de Cruz para: Antônio Carlos de Vasconcelos

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(meu tetravô pelo lado materno), para seu cunhado Francisco
Teixeira Pinto e para o Capitão Theotônio, filho deste último. Isso
teria acontecido por volta de 1840.
E mais, o fazendeiro e seus filhos teriam passado na casa dos
citados senhores à procura do fugitivo, sendo informados que ele
já havia saído, há pouco tempo, para a Barra do Acaracú (hoje
Acaraú). Eles saem encontram Renato, ou Edmundo, e o matam.
Em seguida, os criminosos teriam retornado à casa do Capitão
Theotônio, comunicado o fato e pedido que este providenciasse o
enterro. Nesse momento, diz a história em foco, o capitão Thetônio
preparou-se para prendê-los; mas, o pai da “moça desonrada”
tinha uma patente igual a sua. Assim ele teria se limitado a pedir
explicações, e registrar a ocorrência na qualidade de autoridade
local. Depois, juntamente com os moradores da comunidade
providenciou o enterro da vítima.
Quando seu Bernardo acabou de contar a história, o senhor Valci
pergunta:
- Quando é que você pode contar essa historia todinha (outra
vez) pra eu copiar? Não precisa, ele teria dito. Eu tenho um folheto
escrito e lhe empresto. Não é pra todo mundo que empresto porque
tenho muito ciúme desse folheto. O senhor Valci copiou e guardou
sua cópia junto com um livro e outros pertences amarrados num
pacote. Certo tempo depois, uma pessoa a quem ele havia alugado
um quarto na sua casa, foi embora sem avisar e levou seu pacote,
entre outras coisas. E assim sumiu a famoso folheto.

Meu pai e muitas pessoas da idade dele (87 anos, em março


de 2008) lembram que essa cruz era grande e bem acabada, bonita
mesmo; mas ninguém sabe precisar como ou quando ela desapareceu.
Até 1942, é certo que ela ainda estava lá, pois foi quando meus avós
maternos mudaram-se para o povoado de Cruz, e minhas tias – Rita e
Izabel (esta última falecida em 2005 com 75 anos) lembraram dela.
O trágico final desta triste história me leva à seguinte reflexão: o
“infeliz trio”, certamente não explicou a ninguém porque desejava
encontrar o rapaz. Isso, mesmo hoje, é um sinal de alerta. Devemos

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pensar duas vezes, pelo menos, quando alguém que não conhecemos
nos pedir informações sobre a vida ou o paradeiro de uma pessoa.
Vale lembrar, que não há como provar que a criatura lá sepultada
era o rapaz fujão, que “buliu com a moça,” ou o retirante. Ou até
os dois, já que existe entre as duas ocorrências um espaço de mais
de um século. O retirante teria morrido na seca de 1725, enquanto
o assassinato do “quase genro” teria ocorrido por volta de 1840,
valendo a história contada pelo senhor Valci.
A verdade é que não há prova documental de nenhuma delas, hoje
são apenas lendas, embora as duas situações sejam perfeitamente
possíveis. Dessa forma fica a gosto de cada um escolher a que mais
lhe agrade, ou lhe pareça lógica.
Todavia, é importante salientar aqui alguns aspectos. Primeiro
que o senhor Valci é nosso contemporâneo e os moradores desta
nossa cidade de Cruz o conhecem como pessoa séria e digna de
crédito. E ele garante que viu esse manuscrito e que chegou a copiá-
lo, com autorização do “Seu Bernardo”, sendo tal cópia extraviada,
há muito tempo. E o manuscrito original, que seria uma espécie de
Boletim de Ocorrência, teria se deteriorado ou se perdido no tempo.
Segundo, que o já falecido senhor Miguel Albano, igualmente
conhecido na cidade e digno de todo respeito, também contava a
história do crime de honra. A bem da verdade, muita gente contava
e continua contando esta história, estou citando-os aqui porque
quero provocar uma reflexão sobre o assunto.
Consideremos que os senhores: Miguel Albano da Silveira
e Bernardino Muniz Sobrinho fizeram parte da 3ª geração de
dois dos primeiros habitantes de Cruz, com registros de filiação
comprovados em cartório, conforme Certidão de óbito do João
Muniz Rodrigues, Certidão do 2º casamento do Albano José da
Silveira e Batistério de Miguel Albano (ANEXO II). Este último
(n.17/09/1901 - f. 21/08/1985) é neto de Francisco Teixeira Pinto,
enquanto Bernardo Muniz, como era conhecido (n.13/08/1886 –
f.13/05/1975) é neto de José Muniz Rodrigues, o “primeiro Muniz”
da nossa história. Pode-se dizer que – Miguel Albano e Bernardo
Muniz – transitaram entre a história passada e a presente. Por que
não acreditar na versão deles? Os historiadores que me desculpem,

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mas para mim, a palavra dos dois tem mais peso, porque eles foram
partes atuante desta história, que ora reconto.
Outro fato que chama atenção é a data de inaugurarão da
Capela de Cruz - 20 de dezembro de 1884. Um forte indício de
que o povoamento efetivo de nossa cidade não é tão antigo quanto o
retirante da seca de 1725. É sabido que, naquele tempo, onde havia
um povoado de tamanho razoável logo se levantava uma Capela.
Donde se conclui que estamos bem mais próximos da segunda
história - a do Romeu às avessas. A menos que a seca que vitimou o
retirante seja a de 1825.
Nicodemos Araújo fala sobre as secas, no capitulo 12 (p. 264/270),
do seu livro Município de Acaraú – Notas para sua História, citando
muitas obras e autores que escreveram a respeito do assunto.
Consta que houve seca nas duas datas: a de 1725 durou quatro anos,
atingindo quase todo o norte do Brasil, e de modo terrível o Ceará,
pela completa escassez de gêneros alimentícios; e a de 1825 teria se
iniciado em 1823 e foi chamada seca do 25, uma calamidade para o
povo cearense.
Por último, registramos que houve um período em que o povoado
foi chamado “São Francisco da Cruz”. Há registro disso em vários
documentos da Igreja e do Cartório; a certidão de casamento do
Albano, citada anteriormente é um deles. O fato é também lembrado
pelos moradores da cidade com mais de 70 anos. E começou a partir
da escolha de São Francisco para Padroeiro, no ano de 1884 (Livro
O Município de Cruz, p. 19 § 7º e 65/66). Não me foi possível apurar
se isso foi apenas uma conseqüência da instalação da “Capela de São
Francisco da Cruz”, ou uma tentativa de alteração do nome do lugar.
Mas, qualquer que tenha sido o motivo, não deu certo. CRUZ veio
para ficar, devia estar escrito nas estrelas...
Quero encerrar este capítulo com uma nota a respeito da retirada
da cruz da entrada da cidade – o monumento histórico que marcou
a instalação do Município. Se ainda hoje, encontramos ao longo das
estradas, pequenos pedestais com cruz, assinalando um acidente fatal
no local, por que então retirar uma que atravessou um século, no
mínimo, e que deu nome à cidade? Há, ainda, entre os habitantes da
cidade, muitos que conheceram esta cruz e sua localização, bastaria
convidar um grupo deles para achar o local, senão exato, pelo menos
próximo disso. E deixar lá as duas versões sem, contudo, favorecer
nenhuma delas.

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NOTA
No site da Prefeitura Municipal de Cruz – http://www.cruz.
ce.gov.br – encontramos dados atualizados sobre nosso município
tais como: localização, limites, aspectos geográficos, econômicos e
sociais, entre outros. A população lá fornecida – em setembro de
2008 – é de 22.144 habitantes, tendo como fonte o IBGE – censo de
2007. O município foi criado em 14/01/1985, pela Lei 11.002, sendo
sua emancipação decidida em Plebiscito de 08/01/1984. Ocupa uma
área aproximada de 335 km², a 243 km de Fortaleza.

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JOANA CORREIA DA SILVA

Este é, sem sombra de dúvida, o personagem mais antigo da


nossa árvore genealógica. Aliás, durante muito tempo a história [que
passou de pai pra filho...] era contada assim:
“...Joana Correia da Silva era casada com um Português de
nome ignorado, nascido numa das ilhas de Portugal, que chegou
ao povoado de Cruz por volta do fim do Século XVIII...”
Por volta de 1998, chegou às minhas mãos o livro “Raízes
Portuguesas do Vale do Acaraú”, de autoria do Padre Francisco
Sadoc de Araújo, publicado em 1991. Uma contribuição histórica
muito importante, que veio trazer luz a esta parte obscura de nossa
raiz – qual seja: o nome do esposo da referida Joana Correia.
O livro supracitado apresenta, no último capítulo, uma relação de
120 portugueses (embora ele se refira a 122 na p.9, quando anuncia
esta relação) que se estabeleceram no território da antiga Ribeira do
Acaraú (p.186/199). Esta lista, que traz a naturalidade lusa de cada
personagem, segundo seu autor (p. 9, §§ 2º e 3°), foi fruto de minuciosa
consulta aos velhos livros de assentos de batismo, casamento e
óbito, registrados desde 1725, pelas paróquias portuguesas. Por isso,
diz ele: “servirá de roteiro seguro a quem necessite de buscar nos
arquivos portugueses os dados referentes aos nossos mais antigos
ascendentes”.
E, no nº 94 desta lista, encontra-se o casal que povoou a região
do atual Município de Cruz – Manoel Carlos de Vasconcelos e Joana
Correia da Silva, que transcrevo a seguir. Grifei os nomes do casal
visando identificá-los melhor.
“(...) nº 94

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Manuel Carlos de Vasconcelos, nat. da vila de Cabeceiras de
Basto, filho de Carlos Manuel de Vasconcelos e Antônia Maria
Luísa, c.c. Joana Correia da Silva, filha de Antônio Correia
Peixoto e Maria da Silva de Morais, a 5 de outubro de 1735,
povoou a região do atual Município de Cruz.”
A partir de então considerei que esse casamento havia ocorrido
em Portugal e que, Joana Correia teria chegado viúva nestas nossas
paragens (como consta dos livros de Nicodemos Araújo, citados a
seguir), quem sabe acompanhando algum familiar, já que naquela
época os direitos da mulher eram tão restritos que, dificilmente,
uma mulher viajaria sozinha de um país a outro e ainda conseguiria
ser considerada capaz de cumprir as exigências para receber uma
sesmaria, como a memória popular trouxe até nossos dias. Essa,
suposta viuvez, até explicaria o fato de seu nome ter sido gravado pela
tradição oral e o de seu marido não.
Nicodemos Araújo, nos livros: O Município de Cruz, ed. 1989
(p. 35, § 5º, parte final), e Município de Acaraú – Notas para sua
História, ed.1971 (p.51, § 4º), informa que JOANA CORREIA DA
SILVA era uma viúva portuguesa que desembarcou em Acaraú, no
Porto de Cacimbas, no ano de 1750. E que, em 1760, Sua Majestade,
Dona Maria I, lhe teria concedido uma sesmaria, medindo duas léguas
– que ia desde o marco do Guarda até a Porteira Velha – já na orla
marítima; compreendendo, portanto, parte do território onde hoje se
localiza o Município de Cruz. Dessa sesmaria não encontrei registro,
mas de uma concedida a seu pai, que suponho, tenha recebido por
herança. Falarei sobre ela oportunamente, em capítulo específico.
A casa de Joana Correia da Silva, ficava no local onde era a casa
do Sr. José Bernardino de Farias, conhecido como ZÉ DE BENA
(pai do Sr. Josino), que, por sua vez, morava, ao lado da casa do
Sr. Miguel Albano. Quem me deu esta localização foi o tio Zé Inez
(José Silveira Muniz) que ouviu de Antônio Carlos de Vasconcellos
(irmão de minha avó materna).
Antônio Carlos, segundo ele, teria dito: “vou lhe contar isso,
pra no futuro, quando alguém lhe perguntar...”

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Para as pessoas mais jovens, que não sabem quem era ZÉ DE
BENA, eu estive no mencionado local, fazendo a identificação das
ruas. Assim, pelo traçado atual da cidade, o local da referida casa
seria na esquina da Av. tenente Albano com a Rua Vicente Justa.
Em 2005 li outra obra do Padre Sadoc que veio enriquecer este
nosso trabalho com informações valiosas sobre o casal em foco -
Cronologia Sobralense, edição de 1974 - uma pesquisa histórica que
traz, no 1° volume, dados e datas que abrangem o período de 1604
a 1800. Localizamos, nas páginas 108, 124 e 230, do mencionado
volume, o registro de casamento de MANOEL CARLOS DE
VACONCELOS e JOANA CORREIA DA SILVA, a relação dos
seus filhos, e outras informações sobre os genros e noras.
Transcrição do registro de casamento - (Cronologia Sobralense
- vol.1, p.108)
“5 de outubro de 1735 (4a. feira): No sítio Castelhano,
casamento de MANOEL CARLOS DE VASCONCELOS,
filho de Carlos Manoel de Vasconcelos e de Antônia Maria
Luiza, naturais de Portugal, com JOANA CORREIA DA
SILVA, filha de Antônio Correia Peixoto e Maria da Silva
de Morais, moradores nesta freguesia, em presença do
Pe. Agostinho de Castro Moura. (Liv. Cas. Missão Velha,
fl.126 v).”

A história do casal “Matriz dos Vasconcelos”, da nossa região, já


redigida com base na tradição oral, complementada pelas informações
do mesmo autor no primeiro livro citado (Raízes Portuguesa do Vale
do Acaraú) começa a ganhar novos contornos. O quebra-cabeça vai se
completando. O casal, objeto deste estudo, não tinha só os dois filhos
conhecidos da tradição oral: Manuel Carlos de Vasconcelos e Anna
Maria Leite. Eram sete os filhos apresentados naquele livro, com os
respectivos cônjuges e datas de casamento, que serão relacionados
no capítulo sobre a família Vasconcelos.
Visando confirmar se o “sitio Castelhano” onde se realizou o
casamento de Joana Correia e Manoel Carlos seria o nosso conhecido

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“Casteliano” fomos ao Bispado de Sobral, na esperança de conseguir
a Certidão de Casamento do nosso casal, mas, os dados não eram
suficientes para tanto. Até mostraram-me um livro de casamento
e batizado das Missões - que seria o único, disseram-me. Este já
tinha muitas folhas apagadas, outras destruídas pelo cupim e, no que
sobrou dele não constava o registro em questão.
Entretanto, conseguimos confirmar, por outro meio, que este
casamento aconteceu mesmo na nossa região. O Padre Agostinho
de Castro Moura, que aparece na transcrição do casamento como
celebrante, está relacionado entre os vários padres que visitaram a
capela da Barra do Acaraú, em datas ignoradas.
A informação supra referida consta do livro “Município de
Acaraú”, já citado anteriormente. Nele, Nicodemos Araújo dedica
um capítulo aos Missionários (p.96/100), explicando, ao final, que o
registro de suas notas foram recolhias do arquivo do Sr. João Augusto
de Castro Moura, referente ao Curato de Caiçara (hoje Sobral),
abrangendo o período de 1712 a 1762. Fala ainda que não encontrou
todos os livros do Tombo da paróquia de Acaraú, e por isso, apesar de
suas minuciosas pesquisas não conseguiu anotar as datas das visitas
de todos os Missionários que trouxeram a mensagem do Evangelho
à nossa região – até o ano de 1838, quando chegou ao Acaraú seu
1º vigário – Padre Antônio Xavier de Castro e Silva, que também
se assinava Antônio Xavier de Maria e Castro.
Dos registros de Nicodemos (citando Padre Antônio Tomás
e Antônio Bezerra) retiramos informações sobre o início da vida
religiosa do povoado de Acaraú, onde ele diz, entre outras coisas, que
a capela teria sido construída em 1749, de taipa e coberta de palhas de
coqueiro (p. 88). Os religiosos vinham de Almofala, onde os Jesuítas
dedicaram-se à Missão Evangelizadora dos índios Tremembés, sendo
o Pe. José Borges Novais o 1º Missionário que se instalou entre eles,
iniciando seu trabalho em 1702, assim como a construção de uma
Igreja no sitio Aracati-Mirim, sob a invocação de Nossa Senhora da
Conceição. O local chamou-se inicialmente Missão dos Tremembés e
de 1766 em diante Nossa Senhora da Conceição de Almofala (p. 84).
Neste ano foi criada a freguesia de Almofala – em 12/09/1766, ligada

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então à Diocese de Pernambuco. Em 1832, mais de 60 anos depois,
esta Freguesia foi removida para a Barra do Acaraú por força do
Decreto Geral de 05/09/1832. Somente em 10/09/1838, a Lei nº 139,
que criou a Freguesia de Santana, restaurou a de Almofala, ficando
extinta a de Acaraú, a qual foi restaurada, definitivamente, pela Lei nº
283, de 15/12/1842 (p.85/86). Sobral tornou-se a sede do Curato de
Nossa Senhora da Conceição da Ribeira de Acaraú em 1742, informa
o Padre Francisco Sadoc de Araújo em Cronologia Sobralense, Vol. 1,
p. 10/11 (edição informatizada, disponível para leitura na página www.
familiascearenses.com.br – volumes 1 e 3). Nesta mesma edição,
(Vol.1, p.126), há um comentário sobre uma nota de falecimento
registrada em 10/05/1735, às fls. 166 do livro de assentos religiosos
da Missão Velha dos Tremembés (Almofala); registro feito por Elias
Pinto de Azevedo, cura e vigário da Vara de Acaracu. Já não tenho
dúvidas de que o casamento de Manoel Carlos e Joana Correia foi
celebrado mesmo por um dos missionários sediados em Almofala,
na localidade conhecida como “Casteliano”.
Este parêntese era necessário, a meu ver, porque o município
de Cruz fazia parte da jurisdição de Acaraú, tanto religiosa
quanto política, desmembrando-se daquela Freguesia em
19/03/1958, quando foi assinada a portaria que criou a paróquia
de São Francisco da Cruz; e do Município, em 01/01/1986, com
a instalação do Município de Cruz, criado pela Lei nº 11.002, de
14 de janeiro de 1985.
DETALHE: o sítio castelhano, onde se casou Joana Correia com
Manuel Carlos, em 05/10/1735, pertencia, a Manoel Barbosa de
Morais – registro de sesmaria nº 31 – Volume 10, p. 56/57, concedida
em 07/04/1716 (detalhes no próximo capítulo, sobre as sesmarias).
Significa dizer que MANOEL BARBOSA DE MORAIS já estava
no Castelhano antes de 1716, podendo bem ser o avô materno de
Joana Correia, já que sua mãe também tinha o sobrenome Morais
[Maria da Silva de Morais]. Isto é só um palpite, claro; não há como
provar, pelo menos por enquanto. Mas, quem sabe se - após a leitura
destas minhas informações - não aparece algum descendente que se
encaixe dentro da família aqui identificada?

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A SESMARIA DE JOANA CORREIA

Desde menina ouvi falar nessa sesmaria, de duas léguas - que


ia do Guarda até as Porteiras - que Sua Majestade, Dona Maria I,
havia concedido a Joana Correia. Sesmaria esta, que não consegui
localizar nos órgãos públicos que guardam os registros respectivos.
Na procura dos documentos correspondentes à mencionada
sesmaria, estive no Cartório de Acaraú e no Arquivo Público do
Estado do Ceará, para onde fui remetida. Uma historiadora de lá me
recomendou o IBGE, onde, finalmente, encontrei a obra que contém
o registro das sesmarias, exceto aquela tão procurada.
Esta obra, intitulada “Datas de Sesmaria”, compõe-se de um
Índice Geral Alfabético Remissivo e mais 14 volumes.
A coleção, no dizer de Eusébio de Sousa, Diretor do Arquivo
Público em 1933 (que fez o prefacio), representa a conclusão
de grandioso empreendimento de pesquisa sobre a origem da
propriedade rural do Estado do Ceará, com base nos documentos de
terra registrados pelas administrações passadas.
A autorização para publicação dos manuscritos, em volumes, é
de 18/03/1920, ato do então Presidente do Estado do Ceará - João
Thomé de Saboya e Silva. Já o Índice, que conclui a obra em foco,
foi publicado em 1933, em virtude de dispositivo regulamentar (art.
48, inciso XIII do Decreto nº 643 de 29/06/1932) determinando a
publicação dos documentos inéditos e interessantes do Arquivo
Publico do Estado conforme consta na página de abertura.
Outro índice, da mesma obra, foi publicado em 1979, pela
SUDEC – Superintendência do Desenvolvimento do Estado do
Ceará - sob o título Sesmarias Cearenses, Distribuição Geográfica.
Seu autor, Thomaz Pompeu Sobrinho, é apresentado por Eduardo de
Castro Bezerra Neto (Superintendente da SUDEC na época, p. 5),

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como dos mais pacientes e criteriosos pesquisadores da história e da
realidade física do Ceará.
Este índice – Sesmarias Cearenses, Distribuição Geográfica
– apresenta as Sesmarias pela ordem de localização nos rios e
outros acidentes geográficos relevantes, que serviram de referência,
enquanto o índice anterior observa a ordem cronológica das datas
de concessão (disponível para consulta na Biblioteca Pública
Governador Menezes Pimentel - setor de Obras raras –, integrada
ao Centro Cultural Dragão do Mar, à Av. Presidente Castelo Branco,
255 – centro, Fortaleza/CE). Consta ainda, da apresentação, que os
originais dos livros de Sesmarias do Ceará, que serviram de base
para a obra em foco, encontram-se no Arquivo Público do Estado,
mas que foram transcritos pelos historiadores Antônio Bezerra e
Eusébio de Sousa, para os fins de publicação – obra de 14 volumes,
já mencionada.
Toda esta explicação serve para mostrar que, o que existe
disponível sobre o assunto foi pesquisado, e não consta uma Sesmaria
concedida a Joana Correia da Silva.
De toda forma, nesta pesquisa localizei o registro das cinco
sesmarias que, no comentário de Nicodemos Araújo (livro O
Município de Cruz, p. 41), atingiram o território onde hoje se localiza
o Município de Cruz, que seriam as seguintes:
1. A primeira, concedida ao Cel. João Pereira Veras e Tereza de
Jesus, em data de 19 de julho de 1705, pelo Capitão-mor João
da Mota; media seis léguas, sendo três léguas de comprido para
cada um deles e uma de largura para cada lado do rio Acaraú.
Localizada – registro de nº 44 – Volume 1º - As especificações
são vagas “...começando da parte do mar onde houver capacidade,
pelo rio acima até o primeiro provido em dito rio Acaraú...” A
informação de que ela partia da Jacoca era do conhecimento in
loco do Sr. Nicodemos, e naturalmente, mais recente.
2. Outra, de três léguas, do rio Acaraú ao Córrego do Falcão,
foi concedida a Antônio Correia Peixoto, pelo Capitão-mor
Domingos Simões Jordão, em data de 28 de novembro de 1736.
Localizada – registro de nº 61 – Volume 13, especifica: “três

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léguas de terra de comprido e meia de largura, da Barra do Rio
Acaracu até a Barra do Rio Uruanahu”.
3. Outra também de três léguas, “no sítio Castelhanos”, concedida
ao Ten.cel. Manoel Barbosa de Morais, pelo mesmo Capitão-mor
Domingos Simões Jordão, a 28 de março de 1737. Localizada –
registro de nº 72 – Volume 13, especifica três léguas de comprido
e uma de largura, meia para cada banda pegando das ilhargas do
dito sítio, pelo Córrego do Tanque acima até se encher das ditas
três léguas de terra de comprido por uma de largo.
OBS.: esta sesmaria de 28/03/1737 foi, como se lê no enunciado
acima, uma expansão do Sítio Castelhanos, que foi objeto de
outro registro de sesmaria para Manoel Barbosa de Morais –
o registro de nº 31 – Volume 10, de 07/04/1716. Ele confirma
a posse das terras, arrematadas em um Tribunal, dito “dos
Ausentes”, cuja posse da sesmaria pertencia a FRANCISCO
ALBERTO ALQUINTAMOR, e que seus herdeiros puseram a
venda “pelo falecimento do dito”, como diz a petição de Manoel
Barbosa, ao pedir o restabelecimento do seu direito.
4. Outra, de duas léguas, “compreendida desde o Marco do Guarda
até a Porteira Velha”, já na orla marítima, concedida a Joana
Correia da Silva, em 1760, por Sua Majestade, Dona Maria I.
Não localizada.
5. E ainda outra, de três léguas de comprido e uma de largura
concedida pelo Governador Manoel Inácio de Santana ao
Capitão Diogo Lopes de Araújo Costa, a 18 de junho de 1817,
que se limitava “a oeste, com terras da Cruz; ao poente, com as
ilhargas do Castelhano; ao norte, com terras da Timbaúba; e ao
sul, com terras da Lagoa do Mato” - Localizada - registro de nº
728 – volume 9, termo transcrito no Livro Capitão Diogo Lopes
– Notas Biográficas, de Nicodemos Araújo (ed. 1978 - p.25).
Tudo leva a crer que esta sesmaria da Joana Correia seja a
mesma, ou parte daquela concedida a Antônio Correia Peixoto [que

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tem o mesmo nome de seu pai], a segunda relacionada neste tópico.
A seguir transcrevemos alguns trechos do seu registro trazendo
detalhes para melhor identificá-la.
Registro Nº 61
“Registro da data e sesmaria de Antônio Correia Peixoto, de uma
sorte de terra de três léguas, da barra do Rio Acaracu athe a barra
do Rio Uruanahu, concedida pelo Capitão Mor Domingos Simões
Jordão em 28 de novembro de 1736, das páginas 55v a 56 do Livro
n.12 das Sesmarias”. (Este livro 12 é parte do acervo que deu origem a
publicação).
No enunciado da petição de Antônio Correia Peixoto ele diz que
não tem terras onde possa criar seus gados vacuns e cavalares,
“... e como nas Ilhargas das terras do Sitio Timbaúba que he do
Comissário geral Domingos de Aguiar se acham terras devolutas e
desaproveitadas que nunca foram pedidas,...” quer que lhe sejam
concedidas por sesmaria.
“... três léguas de terra de comprido pegando da barra do Rio
Acaracu pela testada abaixo com légua e meia até encostar no
lagamar, da Barra do Uruanahu, e dali buscando pelo Córrego do
Falcão, acima até se encher das ditas três léguas, com meia de largo
do Mar para o Sertão...” (grifo meu).
O Sr. Sebastião Luiz de Vasconcelos, que conheceu bem a região,
identificou nessa “Barra do Uruanahu, ao Córrego do Falcão”, a
barra de Aranaú, onde a camboa formada pelo córrego do Falcão
despeja no oceano.
Assim podemos ver que a dita sesmaria da Joana Correia se
acha compreendida dentro da área especificada no registro 61. “...
pelo Córrego do Falcão acima até se encher das
ditas três léguas, com meia de largo do Mar para
o Sertão...”, e tem tudo para ser herança de seu pai, embora
não possamos comprovar. Mas, as coincidências não param por aí,
esta sesmaria é próxima, ou vizinha, do Sítio Castelhano (sesmaria
de Manoel Barbosa de Morais), onde foi celebrado o casamento de
Joana Correia com Manoel Carlos.

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Tenho esperança que, depois da publicação desta minha pesquisa,
apareça algum descendente das famílias de Joana Correia da Silva
e de Manoel Barbosa de Morais – que eventualmente tenha se
identificado dentro delas – com informações que possam completar
estas lacunas.
Finalmente, fechando este capítulo – e entendendo melhor
a nossa origem portuguesa – vamos reproduzir alguns trechos do
livro “Raízes Portuguesa do Vale do Acaraú” de autoria do Padre
Francisco Sadoc de Araújo, relativo à vinda dos portugueses para o
Ceará e a concessão de sesmarias.
(...)
A VINDA PARA O BRASIL
“...foi somente a partir do 1º governo do Capitão-mor Sebastião
de Sá (1678/1681) que começaram a ser distribuídas datas de
sesmarias no território compreendido no Estado cearense. Nos
dois decênios finais do século XVII, essas concessões tornaram-
se freqüentes e o povoamento do sertão começou a se organizar.
Simultaneamente, em Portugal corriam notícias de que no Brasil
estavam sendo feitas doações de terra, com o mínimo de exigências,
a quantos portugueses desejassem contribuir para o povoamento da
colônia brasileira. Ainda mais, é o que se propalava, mesmo que
não recebessem sesmos, os emigrantes lusos encontrariam trabalho
fácil e abundante, tendo em vista a grande necessidade de mão de
obra para tratar da pecuária e da lavoura que se estavam a instalar
em acelerado ritmo” (grifo meu).
“Tais notícias provocaram, no Reino, um frêmito de entusiasmo
para com o Brasil, principalmente na região do Entre Douro e Minho,
onde a população era mais densa e o minifúndio predominante.
“Assim, o povoamento do Ceará começou a ser estabelecido no
sertão, a partir das décadas finais do século XVII, acelerando-se no
início do século XVIII, proporcionando a ocupação das terras, com
base na organização das sesmarias (grifo meu)”.
E sobre a povoação da nossa região ele assim se manifesta, logo
na introdução (p.8).
(...)

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“Na realidade a ribeira do Acaraú foi povoada por humildes
lavradores, vaqueiros e pescadores oriundos, em sua grande maioria,
de vilarejos rurais e povoas marítimas do antigo Reino de Portugal.
Se algum deles enobreceu ou enriqueceu foi aqui, pelo esforço
diuturno de suas mãos calejadas no amanho da terra, no arranjo do
gado ou na conquista do mar costeiro...”.
E semelhante, na Cronologia Sobralense, do mesmo autor –
Vol.1, p.25, em 1650, na seguinte data:
8/DEZ (5ª feira): Alvará do Rei determina que “os Governadores,
em benefício da povoação e da lavoura das terras do Brasil, as
dessem em sesmarias a todas as pessoas que, com mulher e filhos,
viessem para qualquer parte do Brasil”. Com esta determinação
liberal a colonização do interior brasileiro foi imensamente facilitada
motivando a imigração de muitos portugueses para o Brasil.

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CONSTRUÇÃO DA CAPELA

Sobre a construção da Capela de São Francisco, Nicodemos


Araújo, no livro “O Município de Cruz” (p.65/66), nos informa,
entre outras coisas, que:
em “carta pastoral datada de 14/09/1885, transcrita no 2º Livro
do Tombo da Paróquia de Acaraú – pág. 154”, Dom Joaquim
José Vieira, 2º Bispo do Ceará escreveu que “... o instituidor, o
cidadão Francisco Bernardino de Albuquerque, animado dos mais
nobres sentimentos de religião, já começou, não só concorrendo
com seus próprios bens, como com as oblatas oferecidas pelos
fiéis, a dar os passos necessários, no sentido de paramentá-la
convenientemente para o culto público”.
encabeçaram os trabalhos de construção da capela dois cidadãos:
Francisco Bernardino de Albuquerque e Albano José da Silveira,
com o apoio das famílias ali residentes;
A capela ficou pronta em fins de 1884, sendo consagrada a
São Francisco. A benção solene da capela aconteceu no dia
20/12/1884, oficiada pelo Pe. Vicente Gifoni Patrício, após
a chegada da imagem de São Francisco, trazida em procissão
da cidade de Acaraú para o povoado de Cruz. Muitas pessoas
participaram desta solenidade, centenas, diz ele, vindas de
diferentes lugares da Região do Baixo Acaraú.
Também consta da memória popular que todas as famílias da
comunidade participaram ativamente dos trabalhos para a construção
da Igrejinha; tanto com doações como na promoção de eventos para
angariar recursos para o custeio da obra. Cada um ajudou como pôde
nessa parceria feliz. O patrimônio da Capela consta das páginas
81/82 da obra supra referida.

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O que desejo destacar, neste caso, é a lenda que envolve Francisco
Bernardino de Albuquerque e a construção da capela.
Francisco Bernardino nasceu em 20/06/1843, era filho de
Alexandre Bernardino de Albuquerque e de Maria da Penha da
Exaltação (neto paterno de Francisco Teixeira Pinto e Anna Maria
de Jesus e pelo lado materno, de Antônio Carlos de Vasconcellos e
Maria Angélica Dutra). Esteve no Amazonas, como muitos de sua
época, expondo-se às intempéries no perigoso trabalho de extração
da borracha, e teria feito uma promessa com São Francisco – em
um momento de apuro – construir uma Igreja se chegasse vivo à
sua terra. Assim, ao voltar da Amazônia, encabeçou um movimento
junto à comunidade para a construção de uma Capela consagrada a
São Francisco.
Verdade ou lenda o certo é que ele liderou e cuidou da construção,
tanto que é ele quem aparece na Carta Pastoral como “o instituidor”
da capela de Cruz.

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O TAMARINEIRO

Quantas lembranças desse velho amigo! Nosso lazer, nosso


mirante – olhávamos do alto dele o clarão das luzes do Acaraú -
quando a luz elétrica para nós, ainda parecia um sonho distante.
Lembro-me bem de senhores e senhoras, hoje avós, fazendo dessas
artes no tamarineiro.
Todos os que nasceram por aqui (em Cruz) ou que vieram a
morar nas suas imediações, quando crianças ou adolescentes,
brincaram bastante em seus galhos. Ora subindo para pegar os frutos,
ora brincando de se esconder; outras vezes para olhar ninhos de
passarinhos, alguns até para pegar os ovinhos. Nossas mães tinham
uma simpatia para proteger os filhotes das aves: “diziam que, se a
gente pegasse nos filhotes ou nos ovinhos, as cobras iriam comê-los”.
Parece que o toque das pessoas atraia os predadores ou provocavam
a rejeição das mães, ou algo assim.
Mas não eram só as crianças e jovens que usufruíam dos seus
favores. À tardinha nossas mães e suas amigas sentavam à sombra do
tamarineiro, aproveitando a brisa, no bate-papo da boa vizinhança.
Enquanto conversavam chuleavam a roupa, outras bordavam, enfim,
adiantavam seus afazeres manuais.
O “Pé de Tamarino”, ou tamarindo, que insiste em continuar vivo,
ainda hoje, no canto da Praça Monsenhor José Edson Magalhães, na
lateral direita da Igreja, é pelo que se sabe, a árvore mais antiga
da região central de Cruz, quem sabe, até da sede do Município. É
o representante do passado participando do nosso presente, como
a nos dizer que não se pode descartar o idoso em função de sua
idade, pois há outro tipo de força inerente a esta fase que pode
ser melhor aproveitada. No caso do Tamarineiro, por exemplo,

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quantos acidentes de trânsito sua presença ali já evitou, forçando os
motoristas mais apressados a diminuírem a velocidade. É como um
velho e amoroso guardião que, apesar de já ter completado o tempo
para a aposentadoria, continuasse cumprindo sua tarefa, mesmo
sem salário; merecia uma placa, mas não lhe deram nem o anel de
cimento [em volta do tronco] que suas irmãs da praça – as árvores
mais novas – ganharam, onde o jardineiro deposita água para que
elas continuem belas e viçosas.
Há quem diga que ele tem mais de 300 anos. Não há prova de
que tenha tudo isso, mas uns 200 anos é possível que tenha. Segundo
conta a tradição oral, ele já estava ali quando ANTÔNIO CARLOS
DE VASCONCELOS [neto da Joana Correa e de seu marido
Manoel Carlos] se estabeleceu no local. Este seria o desbravador
da mata que havia no lugar correspondente a atual Praça da Matriz
e adjacências, e nessa ocasião teria descoberto o Pé de Tamarino.
ANTÔNIO CARLOS nasceu em out/1786, portanto, em outubro de
1800 estava com 14 anos. Mesmo começando a vida adulta muito
cedo, fato comum naquele tempo, o mais provável é que ele tenha
feito esse “desflorestamento” quando se preparava para casar, já que
teria usado a própria madeira na construção de uma casa de taipa,
que ficou conhecida como a “Casa Grande”, a qual ocupava o espaço
onde hoje ficam o Prédio Paroquial e uma boa área em volta. Não
se sabe a data do 1º casamento de Antônio Carlos, mas, seu filho
Manoel Antônio Nasceu em 1815. Assim, se o tamarineiro fosse
uma plantinha nova nesta data, teria hoje em 2008, 193 anos, mas, se
já fosse uma árvore, podemos considerar aí em torno de 200 anos.
Há também os que dizem que o tamarineiro nasceu no curral do
gado de ANTÔNIO RAPHAEL, que já é neto de Antônio Carlos.
Este não se sabe em que ano casou, mas seu 1º filho nasceu em 1870.
Se levarmos em conta esta hipótese sua idade cai para 138 anos.
Seja como for é uma árvore centenária. E já mereceu atenção
da comunidade em 1880, ano em que começou a construção
da capelinha do povoado. Dizem que Francisco Bernardino de
Albuquerque, o instituidor da capela, hoje Matriz, recebeu de seu
pai, Alexandre Bernardino de Albuquerque, o pedido para não cortar
o Tamarineiro.

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Vejam que maravilha! Naquele tempo, esse cidadão já tinha
noção da importância das árvores. Aliás, justiça seja feita, nossos
antepassados conviveram muito bem com as árvores, elas foram
sumindo à medida que fomos “tomando conta do pedaço” e, achando
que o progresso tem primazia sobre a natureza, ou que uma coisa
exclui a outra.
É o que se verifica pelas duas agressões que esse velho amigo
sofreu. Não lembro ao certo o ano, mas com certeza faz mais de 40
anos da 1ª ocorrência (1957 ou 1959). Ele foi praticamente decepado,
sem nenhuma razão lógica. Os moradores ficaram muito revoltados,
foi uma confusão. A 2ª vez deve ter sido uns 10 ou 15 anos depois da
primeira. Aí já foi com ordem das Autoridades Municipais, parece-
me que a justificava foi que seus galhos atrapalhavam a passagem
dos caminhões carregados. Não foi tão radical desta vez, mas,
como o velho Tamarineiro ainda não tinha se recuperado, não
voltou mais ao seu apogeu.
Mas tudo isso, ainda era café pequeno, perto do que estava para
acontecer ao pobre Tamarineiro. Na década de setenta, quando foi
feito o calçamento da Rua 6 de Abril, o velho amigo sofreu sua pior
agressão, pois “suas raízes foram calçadas também”. Desta vez -
quando os paralelepípedos encaixotaram as raízes do tamarineiro -
ninguém brigou por ele. Não fizemos nada, apesar de já sermos mais
esclarecidos. No passado ficamos tristes, nos indignamos, cobramos
providências. O que teria mudado, em nós, de lá para cá?
De toda forma, seja pela benção de São Francisco, seja para
fazer valer o ditado popular: “o nordestino é antes de tudo um forte”,
o velho Tamarineiro ainda está vivo, em novembro de 2008, quando
escrevo esta matéria; embora desnutrido e seco, nesse inverno ainda
ofertou seus frutos à população.
É bem oportuno lembrar que – São Francisco, o Padroeiro
desta Cidade – há séculos atrás já tinha a preocupação de viver em
harmonia com a natureza. Ele era uma criatura muito evoluída, e
pautava sua vida pelo amor à criação de Deus, nos dando o exemplo
de que o ser consciente, usando adequadamente a inteligência, pode
viver em perfeita integração com a natureza, pois ela não é nossa

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inimiga, pelo contrário, foi colocada à disposição do ser humano para
que ele interagisse com ela em benefício próprio. Procuremos seguir
este exemplo de São Francisco e o meio ambiente agradecerá.
E São Francisco, lá do Céu, aplaudirá!

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PRIMEIRAS FAMÍLIAS

A grande maioria das famílias naturais do município de Cruz


tem sua origem em três troncos básicos, cuja descendência e suas
ramificações serão objeto de capítulo específico.
Troncos básicos: VASCONCELOS, TEIXEIRA PINTO
e MUNIZ.
1. O Vasconcelos provém do português Manuel Carlos de
Vasconcelos c.c. JOANA CORREIA DA SILVA. Este casal teve sete
(7) filhos, entre eles MANOEL PEREIRA DE VASCONCELOS,
que ficou conhecido entre nós como Manoel Carlos, certamente
por causa de seu pai. Ele é o primeiro Vasconcelos da nossa árvore
genealógica (nascido na nossa região).
2. Francisco Teixeira Pinto uniu-se aos Vasconcelos casando-
se com uma filha de Manuel Carlos (Pereira) de Vasconcelos. Este
casal teve onze (11) filhos, sendo 7 homens que contribuíram com
5 sobrenomes: Menezes, Albuquerque, Cavalcante de Albuquerque,
Nascimento e Teixeira Pinto. Alguns filhos destes casais se
interrelacionaram (primos e também tios).
3. A união dos Muniz com o Teixeira Pinto aconteceu através
do casamento de uma neta deste, com um filho de JOSÉ MUNIZ
RODRIGUES c.c. Maria Antônia. Este é o primeiro Muniz
(identificado), entre nós. E novamente houve casamentos entre
os membros destas duas famílias e entre os destas e dos casais
anteriores.
É assim que eu me encontro bem no meio deste emaranhado,
tentando me situar em relação a cada um deles. E para dar-lhes uma

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pequena mostra do que vem por aí, peço licença para me valer de
alguns versos do poema CANTANDO UM CONTO DA CRUZ, de
autoria de Zeca Muniz (meu pai), onde ele fala do seu parentesco
com o Teixeira Pinto.
(...)
Na árvore da sua gênese
Nas pontas do ramo estou
Descobri que dos seus filhos
Tenho três tataravôs
Dos netos também três
Duas bis e um bisavô.

Dois bisnetos se casaram


Meu avô com minha avó
Meu pai era seu trineto
E para eu não ficar só
Digo, já tenho bisneto
E assim desatei o nó.
Meu pai participou da 1ª fase das minhas pesquisas. Esteve
presente em muitas das entrevistas que fiz com pessoas antigas,
conhecidas dele, ou indicadas por alguém que ele conhecia.
Juntando as informações colhidas, ao que ele já sabia, acabou
lançando – a história em versos – antes do final deste trabalho. O
poema antes referido foi publicado, virtualmente (entre poesias e
prosa), pela Prefeitura, no seu site http://www.cruz.ce.gov.br –
espaço GENTE DA CASA. Naturalmente que, como a pesquisa
seguiu buscando prova dos ditos da memória popular, podemos
encontrar alguma divergência entre a história, ora apresentada,
e aquela contada antes.
Fechando este tema quero registrar que, Francisco Teixeira Pinto
não foi o único pai daquele período, a dar aos filhos sobrenome
diferente do seu, mas na diversificação ele bateu recorde. Pelo visto,
não existia nele a preocupação de marcar sua descendência com um
nome de família, e nem era exigência da época em nossa região. Os
primeiros responsáveis pelo Cartório de Registro Civil de Acaraú
registravam as pessoas, quando adultas, pelo sobrenome que elas
escolhiam, temos vários desses casos comprovados, alguns dos quais
serão identificados na respectiva família.

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OS VASCONCELOS

A história dos VASCONCELOS começa com o casal “Manuel


Carlos de Vasconcelos e Joana Correia da Silva”, já apresentados no
capítulo intitulado, Joana Correia da Silva, como “o casal povoador”
da região onde hoje se situa o Município de Cruz. Redigido com
base na tradição oral e complementado pelas valiosas informações do
Padre Francisco Sadoc de Araújo (livros: Raízes Portuguesa do Vale
do Acaraú – p.196 e Cronologia Sobralense - vol.1, p.108). Vamos
reproduzir aqui apenas o registro de casamento para relacionar os
filhos a partir dele.
Transcrição do registro de casamento
“5 de outubro de 1735 (4a. feira): No sítio Castelhano,
casamento de MANOEL CARLOS DE VASCONCELOS,
filho de Carlos Manoel de Vasconcelos e de Antônia Maria
Luiza, naturais de Portugal, com JOANA CORREIA DA
SILVA, filha de Antônio Correia Peixoto e Maria da Silva
de Morais, moradores nesta freguesia, em presença do Pe.
Agostinho de Castro Moura. (Liv. Cas. Missão Velha, fl.126 v).”
No mesmo volume supracitado – páginas 124 e 230, localizamos
a relação dos filhos do casal, objeto deste estudo, com os respectivos
cônjuges e datas de casamento. Para surpresa nossa eram sete os
filhos apresentados naquele livro, e que relacionamos a seguir, para
conhecimento de todos.
1 – Manuel Pereira de Vasconcelos, c.c. Ana Maria da Conceição,
filha de Damaso Vieira Passos e Rita Teresa de Jesus, em 19/10/1765
na capela de Santa Cruz (hoje Bela Cruz);
2 – Anna Maria Leite, c.c. Antônio Pereira Dutra, filho de João

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da Silveira Dutra e sua 1ª esposa Maria Soares, em 16/11/1778, na
Fazenda Cruz; (certamente é nossa cidade de Cruz).
3 – João Pereira de Vasconcelos, c.c. Maria Marques, filha de
Antônio da Costa Leitão e Maria Barbosa dos Santos, em 22/02/1773,
na Fazenda Tapera; (a Tapera fica atrás da Lagoa do Canema e faz
parte do atual território de Bela Cruz);
4 – Francisco Xavier de Vasconcelos, c.c. Inácia da Silveira Dutra,
filha de João da Silveira Dutra e sua 1ª esposa Maria Soares, em
28/04/1778, na Fazenda Olho d’Água, (Santana do Acaraú);
5 – Antônia Correia de Vasconcelos, c.c. Manoel Rodrigues de
Sousa, filho de Manoel Rodrigues Peixoto e Úrsula Ferreira, em
01/09/1781, no lugar Oficinas;
OFICINAS - nome dado a então povoação de Acaracu, ao tempo
das charqueadas – época áurea da carne-seca – e que permaneceu
por alguns anos. As “oficinas” de secagem da carne ficavam perto
do Porto de Cacimbas, que registrava então “um dos maiores
movimentos portuários do Ceará”, no dizer de Nicodemos Araújo
– livro Município de Acaraú – notas para sua história (p.14, 52, 158
e 233).
6 – José Carlos de Vasconcelos, c.c. Rosa Santiago de Jesus, filha
de Sebastião Barbosa Morais e Ana de Santiago, em 09/12/1776 em
Sobral;
7 – Maria Teresa de Jesus, c.c. Manoel Carneiro da Cunha, filho
de Antônio Aires de Morais e Isabel Carneiro, em 07/10/1782, na
Fazenda Cruz.
Os dois primeiros filhos da lista ficaram na memória popular
como: Manoel Carlos de Vasconcelos (certamente por causa do
pai) e Anna Leite ou Anna Neide, não se sabia ao certo. Os demais
filhos, considerando o nome das localidades onde se realizaram os
respectivos casamentos, também deixaram sua descendência em
Cruz e cidades vizinhas, apenas não guardaram a ligação com a
origem, como fez a descendência de Manuel Carlos, ou não dei sorte

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de encontrá-los. Quem sabe, depois que este livro for divulgado
apareçam seus descendentes. De qualquer forma estamos trazendo
a público a origem dos “VASCONCELOS” da nossa região. A partir
disso, qualquer pessoa descendente deste tronco pode levantar a
sua genealogia.
Manoel Pereira de Vasconcelos, ou Manoel Carlos, como ficou
conhecido, é o “primeiro Vasconcelos” conhecido na nossa região.
Ele casou-se em 19/10/1765, com Ana Maria da Conceição e tiveram
os seguintes filhos:
1 - Antônio Carlos de Vasconcelos, nascido em out/1786
2 – Manoel
3 – Francisco
4 – Pedro
5 – Jerônima
6 – Francisco
7 – Rosa
8 – Ana Maria de Jesus
Também neste caso apenas dois filhos ficaram registrados na
memória popular. Antônio Carlos, que segundo a tradição oral foi
o desbravador da mata que outrora havia onde hoje é a Praça da
Matriz, e que com esta madeira, ele teria construído sua moradia.
Uma casa de taipa, no local onde hoje se localiza o Salão Paroquial
de Cruz, e que ficou conhecida como a “Casa Grande”. E Ana
Maria de Jesus que casou com Francisco Teixeira Pinto, em
1800 e será objeto de outro capítulo.
ANTÔNIO CARLOS DE VASCONCELOS casou-se três vezes.
A 1ª, com Maria Angélica Dutra, filha de Antônio Pereira Dutra
e Anna Maria Leite. A 2ª, com sua sobrinha, Anna Joaquina da
Conceição (1840-1803), filha de Francisco Teixeira Pinto e Anna
Maria de Jesus, em 28/03/1828. A 3ª, com Ignês Maria de Jesus,
em 02/10/1844, filha de Cláudio Luiz de Albuquerque e Floriana
Coelho de Moraes; ela teria falecido 1877 e Antônio Carlos em
02/05/1870. A data desse casamento no manuscrito de minha bisavó
[Raimunda] é 09/04/1842, essa outra foi localizada por Wellington
nos documentos microfilmados.

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Do primeiro casamento - com Maria Angélica Dutra, sua prima,
nasceram três filhos, segundo o manuscrito acima mencionado: Rita,
Maria e Manoel Antônio. Das duas filhas nada soube.
Manoel Antônio de Vasconcelos nasceu em 01/01/1815, e
casou-se duas vezes. Em janeiro de 1835, com sua prima Rita
Francisca de Jesus, filha de Francisco Teixeira Pinto e Anna Maria
de Jesus, portanto irmã de sua madrasta; ele também morou na “Casa
Grande” de seu pai. A identificação deste casal consta do registro de
nascimento de sua neta - Cândida Rita de Vasconcellos, nascida em
21/11/1888, conforme certidão juntada no ANEXO II Nas anotações
de minha bisavó, e que foi passado de boca em boca pelos parentes,
ela se chamava Rita Maria do Espírito Santo, e teria nascido em
1808, em Cruz e falecido em 1860, no Capim.
Deste casamento nasceu, em 24/10/1840, em Cruz, Antônio
Rafael de Vasconcelos, o qual foi estudar em Pernambuco para ser
Padre, mas, acabou se enamorando de dona Antônia Cândida da
Conceição, com quem veio a casar-se em data que desconhecemos.
Segundo a certidão de nascimento referida no parágrafo anterior, ela
seria natural de Recife – PE, e filha de Antônio Alves de Melo e
Cândida Maria de Melo. Seu registro de óbito diz que ela faleceu em
30/12/1910, em Angico, Acaraú - CE, aos 62 anos, portanto nasceu
em 1848. Já a certidão de óbito de Antônio Raphael diz que ele
faleceu em 10/06/1911, no Poço da Onça, aos 65 anos, o que leva
seu nascimento para 1846, também diferindo dos apontamentos
da família.
Antônio Rafael e Antônia Cândida vieram morar na já referida
“Casa Grande”. Consta que ele foi professor particular, em Cruz e
também no Capim, depois que fez sua morada lá perto, na localidade
de Angico, onde nasceram seus 11 filhos, quais sejam:
01 – Manoel Antônio de Vasconcelos – nasceu em 1870, c.c. Isabel
do Nascimento, filha de Gregório Francisco do Nascimento e Úrsula
Maria da Conceição, este, dizem os parentes, tinha o “apelido de
NEL” e mudou-sei para o Amazonas, onde deixou descendência.

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Alguém deles há muitos anos atrás, teria vindo em visita aos parentes,
talvez por ocasião da morte do seu irmão – Ezequiel, meu avô.
02 – Maria Cândida de Vasconcelos – nasceu em 16/03/1872 e
casou-se em 29/09/1892, com Luiz José de Farias, filho de José Luiz
de Farias e Maria Francisca de Jesus. Luiz José nasceu em 1864 em
Cruz e faleceu em 10/02/1939, no Capim. E Cândida faleceu em
mar/1959, em Cruz. (casamento registrado sob n° 16, no 1° Livro do
Cartório de Acaraú).
03 – Gabriel Antônio de Vasconcelos – residiu no Amazonas
quando rapaz e só retornou muito tempo depois, e bem doente, tendo
falecido logo, no Angico. Teria deixado descendência por lá.
04 – Rachel Cândida de Vasconcelos – nasceu em 1874 e casou-se
em 01/09/1906, com José Gabriel do Nascimento, natural de Cruz,
filho de Gabriel Teixeira do Nascimento e Maria Joaquina.
05 – Izabel Cândida de Vasconcelos – nasceu 1878 e casou-se em
16/08/1902, com José Bernardino de Farias, nascido em Cruz em
1878, irmão do seu cunhado Luiz José. O casal faleceu no Poço da
Onça, ele em 03/11/1915 e ela em 28/02/1958.
06 – Ezequiel Antônio de Vasconcelos – nasceu em 27/02/1880 e
casou-se em 06/06/1912, com Geralda Firmo de Vasconcelos, sua
prima, nascida em 01/06/1891 no Capim, filha de Lúcio Teixeira de
Vasconcelos e Raymunda Nonata de Vasconcelos. Ezequiel e Geralda
faleceram em Cruz, ele 30/10/1952 e ela em 24/09/1970.
07 – Daniel Antônio de Vasconcelos – nasceu em 1882 e casou-
se com Izabel Maria do Nascimento, nascida em 1869 e viúva de
João José de Farias. Ela era filha de Luís Malachias do Nascimento
e Maria Madalena de Albuquerque.
08- Abel Raphael de Vasconcelos – nasceu em 1884 e casou-se com
Germana Cristina do Nascimento, conhecida como SINHÁ, filha de
Gregório Francisco do Nascimento e Úrsula Maria da Conceição.
Abel e Sinhá faleceram nos Tucuns, onde moravam. Ela em 1962 e
ele em 05/03/1968.
09 – Rita Cândida de Vasconcelos – nasceu em 1886 e casou-se
em outubro de 1912, aproximadamente, com Joaquim Virgilio de

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Vasconcelos, nascido em 07/04/1867, filho de Clemente José de
Vasconcelos e Anna Barreto de Jesus. O casal faleceu na ilha do
joá – Cruz, ela em 1920 ou 21 e ele em 13/10/1947. A identificação
dos pais do noivo consta da certidão de nascimento de seu neto
Raymundo (filho deste casal), incluída no ANEXO II.
10 – Cândida Rita de Vasconcelos – nasceu em 21/11/1888 e casou-
se em com um viúvo de Bela Cruz chamado José Avelino da Silveira,
Ela faleceu em 12/06/1959 em Cruz.
11 – Ismael Raphael de Vasconcelos – nasceu em 10/08/1893 e
casou-se com Ângela Marques (que seria filha do Antônio Marques
do Guriú, irmão do Caboquinho Marques). Ismael e Ângela faleceram
em Jericoacoara, onde residiam.
Voltemos ao segundo casamento de Manoel Antônio de
Vasconcelos, celebrado em 07/08/1862, com Maria do Carmo
de Jesus, nascida em 15/11/1838, em Santa Rosa, no lugar “gado
brabo do termo de Santa Ana”, atualmente região da lagoa da Santa
Rosa. Filha de Ignácio Manuel de Almeida e Maria José de Jesus.
O sobrenome de seu pai surge como “Sueira”, em outra parte das
informações da minha Bisa, e é corrente uma lembrança antiga, de
alguns parentes mais idosos, que dona Raimundinha e tia Toinha, sua
irmã, falavam de alguns parentes residentes no Marco, que seriam os
“Sueiras”, não pude confirmar tal informação, pois minha pesquisa
a esse respeito limitou-se aos descendentes de Manoel Antônio e
Maria do Carmo, residentes no Município de Cruz e Acaraú.
O casal fez sua morada no Capim, onde Manoel Antônio já tinha
sua propriedade. Não sei dizer se a casa foi reformada para receber a
segunda esposa, embora me lembre que a dita casa tinha uma parte
mais nova. Lá nasceram os oito filhos do casal, sendo que apenas
seis chegaram a idade adulta.
01 – Rita Fernando de Vasconcelos – nasceu em 29 ou 30/05/1864
e faleceu em 07/12/1936, era muda.
02 – Maria Sixto de Vasconcelos – nasceu em 15/08/1865.
03 – Francisco Antônio de Vasconcelos – nasceu em 27/02/1875 e
faleceu em 10/06/1895.

62 Maria Elizabeth Albuquerque

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04 – Francisca Thomé de Vasconcelos – nasceu em 21/12/1876,
parece que também era muda.
05 – Antônia Francisca de Vasconcelos – a “tia Toinha” como
era conhecida, nasceu em 03/12/1878 e faleceu em 22/09/1961,
no Capim.
06 – Raymunda Nonata de Vasconcelos – nasceu em 27/05/1868
e casou-se em 15/10/1885, no Marco-CE, com Lúcio Teixeira de
Vasconcelos, natural de Cruz (Lagoa do Zacarias), nascido em
21/08/1854, filho de Antônio Teixeira de Vasconcelos e Maria
Theotônia de Menezes. Nesta data o pai da noiva já era falecido, de
forma que dona Maria do Carmo, viúva e com quatro filhas solteiras e
um garoto de 10 anos, provavelmente achou conveniente que o casal
ficasse morando mesmo no Capim. E assim foi, viveram todos juntos
na imensa propriedade, se ajudando mutuamente. Lúcio faleceu no
Capim, em 03/01/1923 e Raymunda em 06/04/1960, em Cruz.
Raimunda e Lúcio, do Capim, criaram treze filhos:
01 – Antônio Carlos de Vasconcelos – nasceu em 30/10/1886 e
casou em 16/09/1916 em Acaraú, com Raimunda Alice de Medeiros,
nascida em 05/02/1898 no Tabuleirinho, filha de Augusto Alves de
Medeiros e Maria Cristina de Oliveira.
02 – Manoel Lúcio de Vasconcelos – nasceu em 06/06/1888 e casou
em 10/01/1912, com Rita Mendes, nascida em 14/09/1887, na Lagoa
Salgada; ela era filha de José Mendes Ferreira e Francisca Telles
Mendes.
03 – Francisco de Assis de Vasconcelos – nasceu em 04/10/1889
e casou em 06/02/1919, com Francisca Elvira de Araújo, filha de
Antônio Raimundo de Araújo e Maria José de Araújo.
04 – Geralda Firmo de Vasconcelos – nasceu em 01/06/1891 e casou
em 06/06/1912 em Acaraú, com Ezequiel Antônio de Vasconcelos,
nascido em 27/02/1880, no Angico, filho de Antônio Raphael de
Vasconcelos e Antônia Cândida da Conceição. O casal faleceu em
Cruz, ele em 30/10/1952 e ela em 24/09/1970.
05 – José Carlos Teixeira – nasceu em 03/09/1892 e casou em
24/10/1922, com Francisca Silveira, nascida 25/03/1895 em Cruz,

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filha de Urbano José da Silveira e Idalina Maria dos Anjos.
06 – Anna Joaquina de Vasconcelos – nasceu em 04/01/1895,
sendo registrada no Cartório de Acaraú no dia 07/08/1895 (reg nº
200 - Livro A-1, às fls. 102v e 103), como Anna Maria do Carmo.
Anna não casou e faleceu em 12/01/1962, em Cruz.
07 – Joaquim Teixeira de Vasconcelos – nasceu em 20/08/1896 e
casou duas vezes. A 1ª vez, em 12/02/1918, com Maria Elvira de
Souza, nascida em 02/07/1901, na lagoa dos Monteiros, filha de
Jacintho Francisco de Sousa e Francisca Maria de Sousa; ela faleceu
de parto em 18/09/1927, no Capim. O segundo casamento foi em
1930, com Maria José Suné, nascida em 1908. Ambos faleceram em
Acaraú, ele em 07/04/1968 e ela 15/04/1987.
08 – Maria do Carmo de Vasconcelos – nasceu em 14/10/1898 e
casou em 06/11/1926, com Vicente de Paulo Fontelles, nascido em
28/07/1896, no Tabuleirino, filho de Manoel Fonteles de Maria e
Maria Antônia. Residiram no Tabuleirinho, onde criaram seus filhos
e faleceram. Ela em 31/12/1981 e ele em 28/11/1989.
09 – Lúcio Teixeira Filho – nasceu em 03/01/1900 e casou em
06/10/1924, com Ana Eunária Medeiros, nascida em 23/02/1902,
filha de Augusto Alves de Medeiros e Maria Cristina de Oliveira.
10 – Izabel Maria de Vasconcelos – nasceu em 17/08/1901 e
casou em 06/11/1926, com Manoel Batista de Moura, nascido em
25/10/1896, filho de Francisco Vicente de Moura e Florinda Galdino
de Araújo. Ambos faleceram no Capim, ela em 10/10/1945 e ele em
02/04/1962.
11 – Úrsula Theotônia de Vasconcelos – nasceu em 10/04/1903 e
faleceu solteira em 20/04/1989, na Macajuba.
12 – João Evangelista de Vasconcelos – nasceu em 25/04/1907
e casou em 11/09/1932, com Raimunda Maria de Freitas, nascida
em 04/03/1916 no Jenipapeiro, filha de Raimundo José de Freitas e
Antônia Maria de Jesus. Ela faleceu em 11/02/1983, no Jenipapeiro
e ele em 14/07/1997, em Cruz.
13 – Rita Firmo de Vasconcelos – nasceu em 12/12/1908 e casou em
26/10/1933, com Gabriel Nunes de Freitas, nascido em 16/03/1908
no Canema, filho de Raimundo Marques de Freitas e Antônia Maria

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de Jesus. Faleceram na localidade de Córrego das Varas, ela em
02/04/1982 e ele em 24/06/1998
Até aqui mostramos a descendência de Antônio Carlos e Maria
Angélica – sua 1ª esposa. Passemos agora ao seu 2º casamento.
Antônio Carlos e Anna Joaquina – oito filhos.
01 – Antônio Francisco Teixeira de Vasconcelos nasceu em
04/03/1829, em Cruz e casou-se em 30/07/1850, com Maria
Theotônia de Menezes, também natural de Cruz (lagoa dos Talos,
atual bairro Brasília), nascida em 16/01/1833, filha de Theotômio
Francisco de Menezes e Geralda Maria da Conceição.
02 – Angelina de Vasconcelos nasceu em 1830 e casou-se com
Pedro Marques da Rocha, desconhecemos a data bem como a filiação
do noivo. Consta do registro de casamento de seu filho Joaquim
Marques da Rocha que ANGELINA já era falecida naquela ocasião
(Reg. 9, do 1° Livro em 03/10/1891) e que eles moravam no local
Carrapateiras
03 – Maria de Vasconcelos nasceu em 1832, sem mais dados.
04 – Zeferina de Vasconcelos nasceu em 1833 e casou-se com
Theotônio Francisco de Menezes, viúvo e seu tio. Ele nasceu em
Cruz, em 18/02/1802 e faleceu em junho de 1876. Era filho de
Francisco Teixeira Pinto e Anna Maria de Jesus. Dos filhos deste
casal falaremos no capítulo dedicado à família do Teixeira Pinto.
05 – Benvinda Vasconcelos nasceu em 1834, sem mais dados.
06 – Anna Francisca de Paula nasceu em 1836 e casou-se em
31/10/1856, com Francisco Teixeira Pinto Neto, filho de Bernardino
Francisco de Albuquerque e Antônia Rita de Araújo.
07 – Cezário de Vasconcelos nasceu em 1837.
08 – Domingos de Vasconcelos nasceu em 1838.
Vamos tratar agora dos filhos do primeiro casal
Antônio Francisco e Maria Theotônia, casados em 30/07/1850,
fizeram sua morada no lugar conhecido à época por lagoa do
Zacarias, hoje Aningas, onde faleceram: ela em 04/11/1904 e ele

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em 06/09/1906. Ainda existe por lá pedaços do alicerce daquela
casa, no terreno de propriedade do Manoel Clemente, situado na Rua
Francisco Muniz – bem na curva que leva ao rio – quase em frente à
casa do mencionado Manoel Clemente.
01 – Úrsula Maria da Purificação nasceu em 31/01/1852 e casou em
1872, com Antônio Farias de Menezes, nascido em 27/02/1841, filho
de Theotômio Francisco de Menezes e Geralda Maria da Conceição.
Ambos faleceram nas porteiras: Úrsula em 1905 e seu marido em
janeiro de 1918.
02 – Lúcio Teixeira de Vasconcelos nasceu em 21/08/1854 e casou
em 15/10/1885, com Raymunda Nonata de Vasconcelos, nascida em
27/05/1868, no Capim, filha de Manoel Antônio de Vasconcelos e
Maria do Carmo de Jesus.
03 – Maria Florência de Vasconcelos nasceu em 14/03/1856 e casou
em 1884, com Livino Francisco de Menezes, nascido em 06/06/1857,
filho de Gabriel Antunes de Menezes e Antônia Anastácia de Araújo.
Não descobri a data de falecimento deles, mas seus nomes identifiquei
no registro de nascimento de seu neto José Francisco de Farias
Menezes (filho de Sixto Romão de Farias e Philomena Apolônio de
Menezes), nascido em 19/09/1911 e registrado em 22/10/1916 sob
o nº 967, às fls. 123v/124 do livro A-3 do Cartório de Acaraú. Neste
registro consta Maria Florência de Menezes, o nome de casada, mas
sua neta (Mª Alice de Menezes) disse-me que o nome dela era Maria
Florência dos Anjos.
04 – José Germano de Vasconcelos nasceu em 28/05/1860 e casou
com Maria Lourença de Menezes, nascida em 1864 na lagoa dos
Talos – Cruz (irmã da mãe dele, por parte de pai). Era filha Theotômio
Francisco de Menezes e Zeferina Maria de Vasconcelos.
05 – Manoel Raimundo de Vasconcelos nasceu em 24/11/1861
e casou em 1885, com Mariana Antunes de Menezes, nascida em
1870 na localidade de Carrapateiras. Para mais detalhes ver certidão
de nascimento da filha do casal [Cristina Maria de Menezes] no
ANEXO II, deste livro.
06 – Philomena Benvinda de Vasconcelos (ou Philomena Benévola
como aparece no seu registro de casamento nº 9, do 1º livro), nasceu

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em 23/01/1863 e casou em 03/10/1891 em Cruz, com Joaquim
Marques da Rocha, nascido em 1857 em Carrapateiras, viúvo de
Philomena Francisca da Conceição e filho de Pedro Marques da
Rocha e Angelina Maria da Conceição.
07 – Antônio Teixeira de Vasconcelos nasceu em 20/03/1866, nada
descobri sobre este e os três irmãos seguintes.
08 – Maria de Vasconcelos – nasceu em 11/06/1867.
09 – José Teixeira de Vasconcelos – nasceu em 16/01/1869.
10 – Anna Teixeira de Vasconcelos – nasceu em 23/02/1871.
11 – Joaquim Felipe de Vasconcelos – nasceu em 01/05/1872 e
casou em 07/02/1903 com Vicência Maria de Albuquerque, nascida
em 19/01/1882, filha de Francisco Bernardino de Albuquerque e
Antônia Idalina de Araújo.
Encerramos aqui a mostra da descendência de Antônio Carlos e sua
2ª esposa, ANNA e passamos ao seu 3º e último casamento.

ANTÔNIO CARLOS e IGNEZ

Do casamento com IGNEZ, realizado em 09/04/1842, teria


nascido Alexandre Bernardino de Vasconcelos, por volta de
1850. Nenhuma informação consegui sobre ele. A novidade é que o
Wellington Muniz localizou o registro deste casamento, através de
microfilmes dos documentos paroquiais, celebrado na Fazenda Cruz,
em 02/10/1844, onde os pais dela foram identificados e também o
nascimento de dois filhos: o Alexandre, acima referido e uma Maria
nascida em 11/11/1848. Ignez Maria de Jesus teria falecido em 1877,
segundo o manuscrito da minha bisavó Raymunda.

É oportuno salientar que deixamos de considerar alguns


“Vasconcelos” deste tronco, conforme especificamos a seguir:

1. os irmãos de Antônio Carlos, cuja descendência


desconhecemos;

2. os outros filhos de Joana Correia e Manuel Carlos, que


também não temos informações sobre sua descendência;

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3. os “Vasconcelos” nascidos de relações extra-conjugais, com
o objetivo de evitar possíveis polêmicas;

4. os Vasconcelos do também português, Capitão Matheus


Mendes de Vasconcelos casado com Maria Ferreira Fonteles
(ou Pinto), filha de Manoel Ferreira Fonteles e Maria Pereira,
moradores da Fazenda Curralinho. A descendência deles
ficou mais pelo Marco e Santana do Acaraú, onde o pai de
Maria Ferreira tinha muitas terras. Matheus Mendes pode até
ser parente do nosso Manoel Carlos de Vasconcelos, mas,
não faz parte do nosso tronco genealógico.

5. e a descendência de Alexandre José de Vasconcelos que,


acredito, seja filho de um irmão de Antônio Carlos; como
não posso provar tal parentesco e a família é grande, dedico
a este um capítulo específico.

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ALEXANDRE JOSÉ DE VASCONCELOS
e sua descendência

Sebastião Luiz de Vasconcelos, de saudosa memória (N.18/04/1925


<> F.20/08/2007), era descendente de Alexandre José, e muito
interessado pela história dos seus antepassados. Assim, pesquisou
entre os seus contemporâneos e foi seguindo o rastro dos indicados
como conhecedores da história, até que levantou sua genealogia.
Como era amigo do meu pai, quando soube da minha pesquisa me
mandou uma cópia da sua. Foi assim que nos conhecemos e acabamos
trocando valiosas informações; uma pena que ele já não esteja aqui
para participar do lançamento deste livro. De toda forma, acredito
que, onde quer que ele esteja, ficará contente com o resultado da
soma dessas pesquisas, agora, ao alcance de todos os interessados, e
sem o risco de se perder no tempo.
A referida pesquisa, diz que Alexandre José de Vasconcelos
era filho de Manoel Carlos de Vasconcelos e Maria Felicidade, esta
natural de Jaibara – Sobral, segundo a tradição oral. Recentemente
o Wellington me confirmou que o nome correto dela é Felicidade
Maria de Brito.
Como falei, no capítulo “família Vasconcelos”, Antônio Carlos
de Vasconcelos tinha mais irmãos, entre eles um “MANOEL” que,
provavelmente, seja este que aparece como pai de Alexandre José,
mas não tenho como provar esta filiação. Quanto aos dois casamentos
de Alexandre José, levantados pelo senhor Sebastião, confirmei
nos livros antigos do Cartório do 1° Ofício de Acaraú, através dos
registros de nascimento de dois dos seus netos, especificado em cada
casamento, como veremos a seguir.
Alexandre José de Vasconcelos teria nascido no Jenipapeiro,
onde viveu e morreu. Casou duas vezes. A 1ª vez, com Maria Eugênia

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do Nascimento, com quem teve sete filhos, a 2ª, com Maria Joaquina
da Anunciação, que teve seis filhos, somando 13 filhos dos dois
casamentos. A filiação das duas esposas não é conhecida.
Primeiro casamento – comprovado através do registro de
nascimento do neto PHILOMENO Marques de Vasconcelos [filho
de Constância Maria do Nascimento], nascido em 09/out/1888, em
Pajusé, e registrado sob n° 908, às fls.96v./97, do livro A-3, trazendo
como avós maternos - Alexandre José de Vasconcelos e Maria
Eugênia do Nascimento.
DETALHE: este registro foi feito por Constantino Júlio do
Nascimento, em 10/10/1916, não sei dizer qual seu parentesco com
a Constância, se irmão, tio ou mesmo filho.
Segundo casamento – comprovado através do registro de
nascimento da neta MARIANINHA Maria do Nascimento [filha de
Miguel José de Vasconcelos] nascida em 25/07/1889, em Timbaúba,
atualmente Aranaú e registrada sob n° 124, às fls. 62 do livro A-01
(o mais antigo), que traz como avós paternos, Alexandre José de
Vasconcelos e Maria Joaquina da Anunciação.
Os 7 filhos do 1º casamento [Alexandre José e Mª Eugênia]
01 – Manoel Carlos de Vasconcelos (Neto) seria o mais velho e
segundo consta da pesquisa em foco também casou duas vezes. 1º
com Raimunda Izabel de Sousa (F.13/08/1815), que seria filha de
Francisco Manoel de Sousa e Domiciana Maria de Sant’Ana e, a
segunda vez, com Eugênia Maria de Jesus, filha de Francisco Xavier
Dutra e Maria Marques de Jesus. Ele teria vivido na Lagoa Salgada,
onde veio a falecer em 07/09/1907, deixando vasta descendência.
O primeiro matrimônio ficou constatado no registro de casamento
de seu filho [Francisco Manoel com Domiciana Maria de Sousa],
assentado no Livro B-4, às fls. 172/173 que localizei, em agosto
de 2004, no Cartório de Acaraú, constando lá, também, a data de
falecimento dos pais do noivo - Manoel Carlos e Raimunda que
tiveram seis filhos:
• Pedro Manoel de Vasconcelos – nascido em 1863, casou em

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03/10/1891, com Maria Eugênia do Espírito Santo, nascida em
1866, no Jenipapeiro, filha de Antônio Pereira de Vasconcelos e
Serafina Francisca de Maria.
• Alexandre Carlos de Vasconcelos – nascido em 19/07/1866,
casou em 23/08/1893, com Josepha Maria de Jesus, nascida em
19/03/1867, no Jenipapeiro, filha de Manoel Marques da Costa
(Filho) e Rosa Maria de Jesus.
• Maria Ferreira da Conceição – nascida em 1868, casou com
Alexandre Pereira de Vasconcelos, nascido em 1869, irmão da
esposa de Pedro Manoel.
• Francisco Manoel de Vasconcelos – nascido em 11/12/1872,
casou em 11/05/1918, com Domiciana Maria de Sousa, nascida
em 10/12/1880, na Lagoa Salgada, filha de João Francisco de
Sousa e Maria do Livramento Bonfim.
• Miguel Arcanjo de Vasconcelos – nascido em 1873, casou com
Maria Francisca de Sousa, nascida em 1876, também filha de
João Francisco e Maria do Livramento.
• Ezequiel Terino de Vasconcelos – nascido em 1875, casou-se
com Francisca Maria de Jesus, nascida em 29/09/1877, outra
filha de Manoel Marques e Rosa.
02 – Antonino de Vasconcelos, nenhuma informação sobre ele.
03 – Fidelis José de Vasconcelos casou em 09/07/1868, com
Angélica Maria da Trindade.
04 – Rosa Maria de Jesus, nascida em 08/03/1842, casou em
27/06/1861 com Manoel Marques da Costa (Filho), nascido em
09/06/1836, filho de Manoel Marques da Costa e Ignácia Maria de
Jesus. Ambos faleceram no Jenipapeiro, ele em 12/12/1881 e ela em
26/10/1924, e lá nasceram seus sete filhos, quais sejam:
• José Marques de Freitas, nascido em 22/11/1863, casou com
Maria Madalena do Espírito Santo, nascida em 21/07/1868, no
Trairi, filha de Manoel José Monteiro e Thereza Maria de Jesus.
Informações do seu neto Alônsio Marques de Freitas, segundo
o qual, ela se chamava Maria Madalena Monteiro. Entretanto, o
nome que consta do registro de casamento de seu filho - Manoel

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Antônio (Livro B-3, fls.7v, em 10/09/1910 - Cartório de Acaraú)
é Maria Madalena do Espírito Santo, provavelmente seja este
seu nome de solteira. Eles Faleceram no Jenipapeiro, ele em
07/03/1933 e ela em 30/08/1961.
• Josepha Maria de Jesus, nascida em 19/03/1867, casou em
23/08/1893, com seu primo, Alexandre Carlos de Vasconcelos,
filho de Manoel Carlos e Raimunda, nascido em 19/07/1866, na
Lagoa Salgada.
• Antônia Maria de Jesus, nascida em 09/10/1868, casou em
14/05/1890, com Raymundo Marques de Freitas, nascido em
16/11/1862, no Tabuleirinho, filho de Antônio Nunes de Freitas e
Maria Francisca de Oliveira. Esta, segundo o Raimundo Gabriel
(que deu as informações sobre os “Nunes de Freitas” - família
de seu pai), seria filha de Francisco Pernambuco de Oliveira; ele
não soube dizer de onde ele veio nem quem era a sua esposa.
Antônia faleceu no Córrego das Varas em 31/07/1960 ou 62 e
seu marido em 11/06/1946, no Canema.
• Florêncio Marques da Costa, nascido em 21/11/1872, casou
com Maria Marques do Nascimento, natural do Guarda – Bela
Cruz, filha de Alexandre Marques de Freitas e Maria Francisca
do Nascimento. O casal, assim como o nome de seus pais, foi
identificado no registro de nascimento de seu filho Alexandre
Marques de Freitas (Neto) lavrado no Livro A-1, sob n° 42, às
fls. 31/32, Cartório de Acaraú.
• Raymundo José de Freitas, nascido em 06/03/1875, casou em
18/11/1913 (Livro B-3, fl. 126 e verso, do já citado Cartório)
com Maria Eugênia de Jesus, sua sobrinha (filha de Antônia),
nascida em 12/11/1892, no Canema. Faleceram no Jenipapeiro,
ele em 21/02/1958 e ela em 24/07/1980.
• Francisca Maria de Jesus, nascida em 29/09/1877, casou com seu
primo, Ezequiel Terino de Vasconcelos, filho de Manoel Carlos e
Raimunda, nascido em 1875, na Lagoa Salgada.
• Rosa Marques – casou-se com Rapael Pereira Brandão, natural
de Aranaú, filho de João Pereira Brandão e Maria Magdalena das
Virgens.
• 05 – Rita Maria de Jesus casou em 28/02/1856, com Frutuoso
José de Freitas. Não consegui muitas informações sobre este

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casal. Segundo a pesquisa do Sr. Sebastião, já referida na inicial,
eles “viveram em Córrego Fechado e lá faleceram deixando uma
prole numerosa”. Dados comprovados pelo registro de nascimento
do seu neto Vicente Marques Freitas (filho de Frutuoso Marques
Freitas e Maria Eugênia Trindade, n. 04/09/1890 – reg. nº 932,
fls. 108 - livro A-3), segundo o qual, seus pais residiam no
Cajueirinho, embora ele tenha nascido no Córrego Fechado. Este
registro confirma como seus avós - paternos: Antônio Nunes de
Freitas e Maria Francisca de Oliveira; e maternos: Frutuoso
José de Freitas e Rita Maria de Jesus.

06 – Constância Maria do Nascimento, nascida 15/02/1842,


casou em 27/06/1861, com Victoriano Marques da Costa, filho
de Manoel Marques da Costa e Ignácia Maria de Jesus. Nomes e
filiação confirmados através do registro de nascimento do filho
[Philomeno Marques de Vasconcelos], citado no início deste capítulo,
identificando o casamento dos pais de Constância.
07 – Helena do Nascimento Vasconcelos, nascida em 10/08/1848,
casou com João Pedro da Rocha, em 10/09/1866. Viveram na Lagoa
Salgada, onde deixaram descendência, segundo o senhor Sebastião,
que também informou sobre a seguinte filha:
• Filomena Júlia do Nascimento, nascida em 1881, casou com
João Geraldo de Sousa em 22/06/1918 nascido em 1872, filho
de Geraldo José de Sousa e Joanna Maria de Jesus.
VEJAMOS, AGORA
os 6 filhos do 2º casamento [Alexandre José e Mª Joaquina]
01 – Alexandre José de Vasconcelos (Filho), nascido em 08/03/1851,
casou em 21/10/1869, com Francisca Maria de Jesus, nascida em 1852,
filha de Vicente Marques de Sousa e Maria Francelina da Conceição.
Ele faleceu em 02/11/1921, em Pitombeiras, sendo o registro de óbito
providenciado por João Pereira Dutra, um amigo da família [livro nº 3,
fls. 61], que declarou oito filhos. Entretanto, segundo outras informações
de parentes eram 10 filhos ou mais, havendo, também, divergência entre
alguns nomes.
02 – João Pereira de Vasconcelos, nascido em 1855, casou em 17/06/1874,

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com Rita Maria do Nascimento, nascida em 1848, filha de Manoel
Gregório do Nascimento e Thomázia Maria da Conceição. Ele faleceu em
19/08/1931, no Jenipapeiro, embora a pesquisa do Sr. Sebastião diga que
ele se instalou no Córrego da Prata.
03 – Miguel José de Vasconcelos, nascido em 02/10/1856, casou-se 1º
com Cosma Brandão e depois com Maria José do Nascimento, nascida
em 1866, em Aranaú. As duas eram filhas de João Pereira Brandão e Maria
Magdalena das Virgens..
04– Geraldo José de Vasconcelos, nascido em 05/12/1857, casou com
Maria da Conceição Costa, nascida em 20/07/1864, filha de Manoel da
Costa Paixão e Rita Francisca do Espírito Santo. Ambos faleceram no
Jenipapeiro, ele em 09/02/1926 e ela em 19/08/1950. Nomes e filiação
confirmados em Cartório, através do registro da filha Idalina (n.01/02/1890,
Reg. nº 175, fl. 90/v°, Livro A-1, o mais antigo).
05 – Maria Anna de Vasconcelos, nascida em 25/05/1859, casou com
Antônio Manoel de Vasconcelos, nascido em 1855, filho de Clemente José
de Vasconcelos e Anna Barreto de Jesus. Ele faleceu em 28/10/1915 e, na
mesma data, seu irmão Pompílio Procópio de Vasconcellos fez o registro
de óbito, lavrado, sob n° 790, à fl. 172v°, do Livro n° 2, do já referido
Cartório, onde podemos confirmar também, o nome dos seus pais.
06 - José Alexandre de Vasconcelos, casou-se em 17/09/1876 com
Francisca Romana de Maria, natural de Aranaú, onde o casal teria
vivido. Francisca era filha de João Pereira Brandão e Ignácia Maria da
Purificação.
Certamente este número de filhos pode não ser exato, estamos
trabalhando com uma memória muito antiga. Nossa base nesse caso
– a pesquisa do Sr. Sebastião – foi complementada pela pesquisa
do Wellington Muniz de Souza, nos microfilmes do Cartório e da
Igreja.
Considerando que esta segunda família de Alexandre José de
Vasconcelos é mais nova e conhecida, com vasta descendência na
Lagoa Salgada, além da inter-relação entre as duas famílias, com
diversos casamentos entre primos, entendo que os dados aqui
apresentados, são suficientes para que seus descendentes possam
levantar o histórico da sua própria família até o presente.
Já os filhos do primeiro casamento [Alexandre José e Maria
Eugênia], são pouco conhecidos. Uma família antiga, que agregou
novas famílias, muitas das quais se estabeleceram fora do então
povoado de Cruz. Por essa razão direcionei o foco da minha pesquisa
no Cartório para eles, buscando registros de nascimento de seus netos,
ou casamento de filhos, visando comprovar até mesmo a existência
deles, assim como a filiação. Foi necessário expandir mais a geração,
para que seus descendentes se encontrem através dela.

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FRANCISCO TEIXEIRA PINTO
Tronco de diversas Famílias menores

FRANCISCO TEIXEIRA PINTO, segundo a tradição oral era


filho de Manuel Coelho de Albuquerque, um português que teria
chegado ao Brasil no início do ano de 1776, fugindo da guerra e
fixado residência na Serra de Uruburetama. Não se sabe o nome
da esposa, mas dizem que o casal teve três filhos: 2 homens e
uma mulher, sendo Francisco Teixeira Pinto o filho mais velho.
Também não se sabe por que se separou da família vindo para nossa
região. A realidade conhecida dele é a partir da sua união com os
Vasconcelos pelo casamento, quando se estabeleceu no povoado de
Cruz. Entretanto, a memória popular nos trouxe algumas histórias,
sobre a vinda do mencionado Teixeira Pinto para essas bandas de cá.
Apresento aqui duas delas:
1ª - a Rádio 6 de Abril veiculou um “Programa Conversando
com o Cidadão”, por volta de 2002, onde o senhor CHAGA SAMU
(Francisco das Chagas da Silveira – n.21/02/1917, residente na
Lagoa de Baixo) contou de memória, o que sabia sobre o passado da
comunidade, incluindo, na 2ª parte do programa, a história do Teixeira
Pinto e de seu filho Albano José da Silveira. Este último era bisavô
do senhor Chaga Samu, pelo lado paterno. Nesta ocasião ele fala que
Manuel Coelho de Albuquerque teria chegado a Uruburetama em
1770, e lá casado com Maria do Socorro Pinto, de cuja união teria
nascido 5 filhos: Rita - 1772; Guilermina – 1774; Hermínia – 1776;
Francisco Teixeira Pinto – 1777 e Angelina – 1779.
Nada se conhece desses irmãos do FranciscoTeixeira Pinto. Nem
mesmo o nome da mãe (Maria do Socorro Pinto) era conhecido antes
do programa acima mencionado.

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Segundo essa mesma fonte, FRANCISCO TEIXEIRA PINTO
teria vindo para Cruz antes de 1800, acompanhando um grupo de 20
famílias, aproximadamente – originárias de Uruburetama a Santana
do Acaraú - que fugiam de uma grande seca que assolava o Ceará.
Referidas famílias se estabeleceram no baixo Acaraú, distribuindo-
se pelas praias do Acaraú ao Guriú. E seriam as famílias conhecidas
como: CARLOS, MARQUES, BRANDÃO E FARIAS. O Manoel
Carlos ficou na Cruz e a razão da vinda do Francisco Teixeira Pinto
teria sido o amor pela filha de Manoel Carlos – “Anna Maria de
Jesus”, com quem se casou por volta de 1800.
Pelo menos no que se refere ao Manoel Carlos (Manoel Pereira
de Vasconcelos) essa história não condiz com a realidade pesquisada,
pois o mesmo casou-se em 19/10/1765, em Bela Cruz, e segundo seus
descendentes, ele nasceu e faleceu no povoado de Cruz; e mais ainda,
seus pais Joana Correia da Silva e Manoel Carlos de Vasconcelos
casaram-se em 05/10/1735, no sítio Castelhano, assunto detalhado
nos capítulos dedicados a Joana Correia e família Vasconcelos,
respectivamente.
Mas existe ainda outra história sobre o motivo da vinda do
Francisco Teixeira Pinto, que já não me lembro quem contou. Ele
teria se desentendido seriamente com a segunda esposa de seu pai,
por isso teria fugido de lá, em busca do porto, pensando em ir para
Portugal, já que não acreditava que seu pai o perdoasse. Assim teria
chegado ao povoado de Cruz e encontrado Manoel Carlos, que, quem
sabe lhe arrumou trabalho e moradia... e acabou casando com a filha
dele... tudo no campo da lenda...

FAMÍLIA DE TEIXEIRA PINTO


Francisco Teixeira Pinto teria nascido em 17/09/1777 e, em
1800, casado com Anna Maria de Jesus, filha de Manuel Pereira
(Carlos) de Vasconcelos e Ana Maria da Conceição, com quem teve
11 filhos, sendo sete homens, que receberam diferentes sobrenomes:
Menezes, Albuquerque, Cavalcante de Albuquerque, Nascimento,
Silveira e Teixeira Pinto – sete filhos homem e seis sobrenomes
– incluindo o seu, que ele deu ao penúltimo filho. Assim temos
novas famílias, unidas aos Vasconcelos que, a rigor, seria a família
“Vasconcelos Teixeira Pinto”, ou no mínimo, uma variação desses
três sobrenomes.

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Relação dos onze filhos deste casal

01 – Theotônio Francisco de Menezes – nasceu em 1802 e


casou duas vezes, a 1ª com Geralda Maria da Conceição, natural
de Santana do Acaraú, nascida 13/10/1809 e falecida em 1848 ou
1850. Sua filiação não é conhecida. É possível, porém, que ela tenha
alguma ligação como José Luiz de Farias, conhecido como Ten. José
Luiz. O segundo casamento foi com a sobrinha Zeferina Maria de
Vasconcelos, nascida em Cruz, em 1833, filha de sua irmã ANNA
casada com Antônio Carlos de Vasconcelos.
Abro agora um pequeno parêntese para falar sobre o capitão
Theotônio que, segundo Nicodemos Araújo, fez parte da 1ª Câmara
Municipal de Acaraú, cujo pleito eleitoral realizou-se em 01/10/1850
e a correspondente apuração em 14 de novembro do mesmo ano,
no Juizado de Sobral. Entre os 17 vereadores relacionados, com as
respectivas quantidades de votos, Theotônio Francisco de Menezes
foi o 9º colocado, com 1003 votos; sendo que o vereador mais votado
teve 1012 votos e o menos votado teve 242 votos (Livros: Município
de Acaraú – Notas para sua Historia – p.55 e O Município de Cruz
– p.35).
02 – Anna Joaquina da Conceição – nasceu em 1803 e casou
em 28/03/1828 com Antônio Carlos de Vasconcelos, nascido
em out/1786, em Cruz, filho de Manoel Pereira de Vasconcelos e
Ana Maria da Conceição. Anna faleceu em 1840 e seu esposo em
02/05/1870, em Cruz. Os filhos deste casal foram relacionados no
capítulo dedicado a Família Vasconcelos.
03 – Bernardino Francisco de Albuquerque – nasceu em 1805 e
casou em 1835 com Antônia Rita de Araújo, sobre a qual não temos
outras informações.
04 – Maria da Conceição – nasceu em 1807, não casou.
05 – Rita Maria do Espírito Santo – nasceu em 1808 e casou em
jan/1835 com Manoel Antônio de Vasconcelos, nascido em Cruz,
em 01/01/1815, filho de Antônio Carlos de Vasconcelos de Maria
Angélica Dutra. Os filhos de Rita e Manoel foram relacionados no
capítulo dedicado a Família Vasconcelos.

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06 – Quitéria Maria da Conceição – nasceu em 1810 e faleceu
em 23/06/1890, solteira, conforme o registro de óbito nº 117, às fls.
53, do Livro C-1, do Cartório do 1º Ofício de Acaraú, onde consta
também, que ela tinha 80 anos naquela data. O pai dela é que saiu
com o nome errado (Bernardino Teixeira Pinto) neste documento,
embora o declarante fosse seu sobrinho - Urbano José da Silveira.
07 – Miguel Cavalcante de Albuquerque – nasceu em 1812 e casou
em 1835 com Maria Thereza da Silveira, nascida em 1818, em Bela
Cruz, filha de José da Silveira Dutra e Francisca de Araújo Costa.
08 – Alexandre Bernardino de Albuquerque – nasceu em 1814 e
casou em 1840 com Maria da Penha da Exaltação, filha de Antônio
Carlos de Vasconcelos e Maria Angélica Dutra. Ele faleceu em
28/04/1884; sobre ela as informações eram divergentes e escassas, até
mesmo seu nome só foi identificado quando localizamos o Registro
de Casamento do seu filho (Valdevino) sob n° 211, às fls. 136/v°, do
Livro 1-B, do Cartório já referido
09 – Manuel Gregório do Nascimento – nasceu em 25/12/1815
e casou em 1840 com Thomazia Maria da Conceição, nascida em
1817, filha de Manoel do Ó e Ana América. Thomazia faleceu em
17/08/1910, viúva, em Lagoa dos Gregórios, conforme registro de
óbito nº 515, às fls. 39v, do livro C-2, juntado no ANEXO II. Este
casal morava no lugar “extrema do Capim”, segundo consta do
registro de casamento de seu filho Francisco Gregório.
10 – Antônio Teixeira Pinto – nasceu em 1817 e casou duas vezes.
A 1ª em 1840, com Rufina Maria de Oliveira Magalhães, em Santa
Quitéria, onde ele teria servido como major da Guerra Nacional.
O pai de Rufina seria Domingos Rodrigues Magalhães, segundo a
tradição oral, o nome da mãe não consegui descobri. O 2º casamento
de Antônio foi em 18/08/1885 com Joana Maria da Conceição,
nascida em 1852. Este registro foi mais um achado das pesquisas
do Wellington nos documentos da Igreja de Acaraú, microfilmados
pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias. Ele observa
que o Major Antônio Teixeira Pinto tinha 68 anos quando casou pela
segunda vez, na Capela de Cruz, o que confirma seu nascimento em
1817. Não houve filhos dessa união, segundo informa o registro de
óbito do major Antônio (Livro - 1, fls. 49/v, do já referido Cartório).

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O verso 42 do Cordel (ANEXO III), diz que ele possuiu três esposas,
embora só cite a Rufina e seus filhos. Não localizamos o registro deste
outro casamento que, se houve mesmo, teria sido após o falecimento
da Rufina e, neste caso, a referência ao “segundo casamento” no
documento antes referido seria falsa.
11 – Albano José da Silveira – nasceu em 1820 e também casou duas
vezes. A 1ª em 1844, com Izabel Franklina do Carmo, natural de Bela
Cruz, nascida em 1822, filha de José da Silveira Dutra e Francisca
de Araújo Costa. Ela faleceu em 1894 e ele casou novamente em
05/10/1895, aos 75 anos, com Maria Rita da Rocha, nascida em
1870, em Acaraú, mas domiciliada no povoado de São Francisco,
filha de Antonino Ferreira da Rocha e Rita Maria da Purificação –
certidão juntada no ANEXO II.
Aqui começamos a relação dos netos de Francisco Teixeira
Pinto, na ordem de nascimento dos seus filhos, e tendo por base as
informações do cordel do Zé Livino e Jaime Farias, combinado com
as informações de várias pessoas idosas das respectivas famílias,
complementadas com alguns documentos de cartório, uns vistos
por mim, e outros por Wellington Muniz, através de microfilmes, do
Cartório e da Igreja.
THEOTÔNIO FRANCISCO DE MENEZES e Geralda
Maria da Conceição – 1º casamento – 1830. Residiram no
povoado de Cruz (lagoa dos Talos, atual bairro Brasília),
onde nasceram seus filhos.
01 - Maria Theotônia de Menezes, nascida em 16/01/1833, casou em
30/07/1850 com Antônio Francisco Teixeira de Vasconcelos, nascido
em 04/03/1829, em Cruz, filho de Antônio Carlos de Vasconcelos e
Anna Joaquina da Conceição. O casal faleceu em Aningas, ela em
04/11/1904 e ele em 06/09/1906. Seus filhos foram relacionados no
capítulo da família Vasconcelos.
02 – Úrsula de Menezes, nasceu em 1834 – e, segundo diz o verso
86 do citado cordel, casou com seu cunhado Gabriel Antunes de
Menezes (F.18/11/1907). Úrsula não teve filhos, ela já casou com
mais de 40 anos, considerando que Gabriel ficou viúvo em 1877.

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03 – Antônia Anastácia de Araújo, nascida em 1835 (F. 1877),
casou em 30/08/1855 com Gabriel Antunes de Menezes, o qual seria
filho de Manoel Marques que morreu assassinado (ver detalhes nos
versos 81 e 82 do cordel – ANEXO III).
04 – Gregório Francisco de Menezes, nascido em 1836, casou-
se em 1864 com Maria Franklina do Carmo, nascida em 1848, em
Cruz, filha de Albano José da Silveira e Izabel Franklina do Carmo.
Ambos faleceram na Ilha Redonda, mas desconheço a data. Ela ficou
conhecida, na memória popular, como Maria do Carmo da Silveira,
entretanto, na Certidão de Casamento Civil de sua filha ANNA RITA
c.c. Manuel Raymundo de Albuquerque (ANEXO II), consta Maria
Franklina do Carmo, por isso estou considerando que este seja seu
nome de solteira.
05 – Theotônio Francisco de Menezes (Filho), nascido em 1837,
casou com Francelina Maria da Conceição, que segundo alguns de
seus descendentes teria vindo do Sertão.
06 – Antônio Farias de Menezes, nascido em 27/02/1841, casou
em 1872 com Úrsula Maria da Purificação, nascida em 31/01/1852,
em Aningas, filha de Antônio Francisco Teixeira de Vasconcelos
e Maria Theotônia de Menezes. Antônio e Úrsula faleceram na
localidade de Porteiras, ela em 1905 e ele em jan/1918, sendo seus
nomes confirmados através do registro de nascimento de seu neto
José Francisco de Farias Menezes (filho de Sixto e Philomena),
nascido em 19/09/1911 e registrado em 22/10/1916, sob n° 967, às
fls. 123v°/124, do Livro n° A-3, do Cartório.
07 – Manoel Theotônio de Menezes, nascido em 1842, casou-se
com Josephina Maria de Jesus, filha de Manoel Antônio de Freitas e
Francisca Manoela do Nascimento.
08 – Inocência Maria da Conceição Araújo – nasceu em 30/05/1844
e casou com José Luiz Damasceno de Farias.
09 – João Evangelista de Menezes, nascido em 1847, casou duas
vezes. A 1ª em 1872, com Maria José de Menezes, nascida em
10/06/1856, filha de Gabriel Antunes de Menezes e Antônia Anastácia
de Araújo. A 2ª em 1878, com Geralda Maria da Conceição, filha de
Thetônio Francisco Menezes Filho e Maria Francelina da Conceição.

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As duas eram sobrinhas dele. João faleceu em mai/1890, na Ilha
Redonda e Geralda em jun/1931, em Porteiras.
Capitão Theotônio ficou viúvo por volta de 1850, casando-
se novamente em 1853 ou 55, (ou neste espaço de tempo), com a
sobrinha Zeferina Maria de Vasconcelos, nascida em Cruz, em 1833,
filha de sua irmã ANNA casada.com. Antônio Carlos de Vasconcelos.
Dessa união nasceram mais 9 filhos, relacionados logo abaixo.
01 – Hygino Francisco de Menezes, nascido em 11/06/1855, casou
com Vitalina Francisca de Vasconcelos, filha de Feliciano Francisco
de Vasconcelos e Felismina Francisca de Jesus.
02 – Tibúrcio de Menezes, nascido em 09/04/1857, sem outras
informações.
03 – Maria Pia de Menezes, nascida em 1859, casou em 29/09/1891,
com Francisco Gregório do Nascimento, nascido em 1857, filho de
Manoel Gregório do Nascimento e Tomázia Maria da Conceição,
conforme registro nº 6, do Livro n° 01; e consta dele que o noivo tinha
34 anos e a noiva 32, na ocasião. Maria Pia faleceu 12/03/1913.
04 – Maria Magdalena de Menezes, nascida em 29/06/1860,
faleceu em 09/12/1912. Sem outras informações, assim como os três
últimos filhos desta seqüência.
05 – Maria Zeferina da Exaltação, nascida em 1863, casou em
24/05/1893 com Luiz José da Silveira, nascido em 1847, filho de
Albano José da Silveira e Izabel Franklina do Carmo.
06 – Maria Lourença de Menezes, nascida em 09/01/1864, casou
com José Germano de Vasconcelos, nascido em 28/05/1860, em
Aningas, filho de Antônio Francisco Teixeira de Vasconcelos e Maria
Theotônia de Menezes.
07 – Raymundo de Menezes – nasceu em 23/03/1869.
08 – Maria Petronília de Menezes – nasceu em 31/05/1870
09 – Aprígio de Menezes – nasceu em 03/01/1875.
BERNARDINO FRANCISCO DE ALBUQUERQUE e
Antônia Rita de Araújo – casaram em 1835. Residiram no
povoado de Cruz, onde nasceram seus nove filhos.

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01 – Francisco Teixeira Pinto (Neto), nascido em 1836, casou com
Anna Francisca de Paula, nascida também em 1836, filha de Antônio
Carlos de Vasconcelos e Anna Joaquina da Conceição.
02 – Maria Francisca de Jesus, nascida em 1839, casou com José
Luiz de Farias, também conhecido como tenente Zé Luiz, sem
filiação conhecida da nossa memória popular.
03 – Felismina Francisca de Jesus, nascida em 1841, casou-se duas
vezes. A 1ª com Feliciano Francisco de Vasconcelos (não conheço a
filiação), com quem teve duas filhas: Filomena e Vitalina. O segundo
casamento foi com Domingos José Rodrigues, filho de José Muniz
Rodrigues e Maria Antônia Rodrigues. Os filhos desta união estão
relacionados no capítulo da família Muniz.
04 – ANNA – nasceu em 22/07/1843; sem informação.
05 – Izaías Francisco de Albuquerque, nascido em 1845, casou em
1874 com Belarmina Francisca da Silveira, nascida em 1854, filha
de Albano José da Silveira e Izabel Franklina do Carmo.
06 – Bárbara Francisca de Albuquerque, nascida em 1847, casou
em 07/09/1867, na Capela de Cruz, com Vicente da Silveira Araújo,
nascido em 02/09/1843, em Bela Cruz, filho de Francisco Joaquim
da Silveira e Beatriz Geracina de Araújo Costa.
07 – RITA, nascida em 1849, sem mais informação.
08 – Maria Madalena de Albuquerque, nascida em 03/10/1851,
casou com Luís Malachias do Nascimento, nascido em 03/11/1844,
em Cruz, filho de Manoel Gregório do Nascimento e Thomázia
Maria da Conceição. Maria Madalena e Luís faleceram no Poço da
Onça, mas a data não é conhecida.
09 – Felicíssimo Francisco de Albuquerque, nascido em 1854,
casou em 09/10/1876 com Geralda Maria da Conceição, filha de
Theotônio Francisco de Menezes (Filho) e Francelina Maria da
Conceição. Esta é a mesma Geralda que casou em 1878 com seu
tio João Evangelista de Menezes; ela faleceu em jun/1931 em
Porteiras.
MIGUEL CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE e Maria
Thereza da Silveira – casaram em 1840 e residiram em Bela
Cruz, pois o registro de nascimento e casamento, de alguns
dos seus oito filhos é de lá.

82 Maria Elizabeth Albuquerque

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01 – JOÃO – nasceu em 1841; sem mais informação.
02 – Maria Thereza da Silveira, nascida em 1845 (F.1914), casou
em 24/04/1867, em Bela Cruz, com Joaquim Lopes de Araújo Costa,
nascido em 1840, em Bela Cruz, sendo filho de João de Araújo Costa
e Maria José do Espírito Santo.
03 – JOSÉ – nasceu em 1847 – sem mais informação, assim como
os filhos seguintes – os de nº 04 a 07.
04 – Maria Lourença – nasceu em 1851.
05 – Guilhermina – nasceu em 1853.
06 – Belarmina – nasceu em 1857.
07 – Francisca – nasceu em 1859.
08 – Manoel Teixeira da Silveira, nascido em 18/09/1862, casou
em 18/09/1884 com Maria José da Silveira, filha de José Ferreira de
Araújo e Antônia Maria de Jesus. Ele faleceu em Varjota, Bela Cruz,
antes de 1920.
– ALEXANDRE BERNARDINO DE ALBUQUERQUE e
Maria da Penha da Exaltação – casaram em 1840 e residiram
em Cruz, onde nasceram seus sete filhos.
01 – Manoel Teixeira de Albuquerque, nascido em 1840, casou
com Francelina Maria de Araújo, não descobri sua filiação.
02 – Francisco Bernardino de Albuquerque, nascido em
20/06/1843, casou duas vezes. A 1ª vez em 19/07/1865, na Fazenda
Cruz, com sua prima Antônia Idalina Araújo, nascida 1859 e falecida
em 01/06/1882, era filha de Antônio Teixeira Pinto e Rufina Maria
de Oliveira Magalhães. A morte de Antônia Idalina aconteceu poucos
meses após o nascimento de Vicência Maria de Albuquerque (c.c.
Joaquim Felipe de Vasconcelos em 07/02/1903), tendo sida a menina
criada, segundo lembra meu pai, por sua tia, Antônia Waldivina,
(c.c. Antonino Albano). Francisco Bernardino casou pela segunda
vez com Felina Rodrigues Magalhães, nascida em 1862, filha de
Francisco Rodrigues de Oliveira Magalhães e Maria Delfina de
Magalhães Araújo. A partir de então ele deve ter se mudado para
Gijoca, pois não encontramos no município de Cruz ninguém que

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soubesse informar sobre seus filhos, ou com quem ele casou. Precisei
ir à Gijoca, onde conheci alguns descendentes dele que me deram
muitas informações, recentemente completadas, principalmente no
que se refere aos seus dois casamentos, localizados por Wellington
Muniz, nos microfilmes dos registros paroquiais da Igreja de Acaraú.
Ele localizou e relacionou nove filhos de cada casamento, e pelas
informações colhidas na Gijoca, lá é por assim dizer, o berço deles,
donde se distribuíram para povoados e cidades vizinhas.
03 – Rita Francisca de Albuquerque, nascida em 1846, casou em
19/10/1875 com Manoel Antônio de Vasconcelos, filho de Joaquim
Pereira de Vasconcelos e Teodora Maria de Jesus.
04 – Maria Luiza de Albuquerque, nascida em 09/08/1848, casou
em 01/02/1868 com João Rodrigues de Vasconcelos, filho de Antônio
Rodrigues de Vasconcelos e Maria Quitéria do Espírito Santo.
05 – Alexandre Bernardino Filho, nasceu em 1850.
06 – Antônia Waldivina de Albuquerque, nascida em 09/07/1852,
casou em 1880 com Antonino José da Silveira, nascido em 21/04/1852,
filho de Albano José da Silveira e Izabel Franklina do Carmo.
07 – Waldivino Francisco de Albuquerque, nascido em 15/04/1857,
casou em 14/06/1902 com Maria Ferreira de Araújo, nascida em
1866, filha de Domingos Ferreira de Araújo e Maria Florinda (ou
Florentina) da Fonseca.
– MANOEL GREGÓRIO DO NASCIMENTO e Thomázia
maria da Conceição – casaram em 1840 e tiveram 17 filhos.
01 – Anna Maria da Conceição, nascida em 1841, casou em
08/06/1861 com Antônio José de Farias, filho de Manoel Luiz
Pereira Brandão e Maria Alves da Penha.
02 – Gabriel Teixeira do Nascimento, nascido em 1842, casou com
Maria Joaquina, desconheço sua filiação.
03 – Gregório Francisco do Nascimento, nascido em 24/02/1843,
casou com Úrsula Maria da Conceição (F.1942), filha de Vidal Ferreira
Fonteles e Ana Joaquina da Conceição. Segundo informações de seu neto
ODILON, Úrsula, veio do Estreito, Município de Santana do Acaraú.

84 Maria Elizabeth Albuquerque

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04 – Luís Malachias do Nascimento, nascido em 03/11/1844, casou
com Maria Magdalena de Albuquerque, nascida em 03/10/1851, filha
de Bernardino Francisco de Albuquerque e Antônia Rita de Araújo.
05 – Izabel Francisca do Nascimento, nascida 1845 (F.30/06/1921),
casou em 24/11/1862, com Vicente Francisco da Silveira, filho de
Ignácio Manoel da Silveira e Rita Maria da Conceição.
06 – Maria Thomázia do Nascimento, nascida 1847, sem outras
informações.
07 – Rita Maria do Nascimento, nascida em 1848, casou em
17/06/1874, com João Pereira de Vasconcelos, nascido em
1855 (F.19/08/1931), no Jenipapeiro, filho de Alexandre José de
Vasconcelos e Maria Joaquina da Anunciação.
08 – Manoel Gregório do Nascimento – nasceu em 1850 e faleceu
em 30/01/1929.
09 – Antônia Thomázia do Nascimento, nascida 1851, casou em
19/10/1876, com João Luiz de Sousa, filho de Luiz Joaquim de Sousa
e Teodora Maria Carolina.
10 – João do Nascimento – nasceu 1852, sem outras informações.
11 – Antônio Gregório do Nascimento, nascido em 18/03/1854,
casou em 04/10/1913, em Bela Cruz, com Maria Cypriana da
Conceição, nascida em 1873, filha natural de Maria da Conceição.
12 – Augusto do Nascimento – nasceu 1855, sem outras
informações.
13 – Francisco do Nascimento – nasceu 09/01/1856, sem outras
informações.
14 – Francisco Gregório do Nascimento, nascido em 1857, casou
em 29/09/1891, em Cruz, com Maria Pia da Conceição, nascida em
1859, filha de Theotônio Francisco de Menezes e Zeferina Maria de
Vasconcelos.
15 – Balbina Maria da Conceição, nascida em 15/03/1857, casou
em 19/10/1876, em Cruz, com João Baptista Teixeira, nascido em
1856, filho de Antônio Teixeira Pinto e Rufina Maria de Oliveira
Magalhães.
16 – Clementino Gregório do Nascimento – nasceu em 1860, sem
outras informações.

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17 – José do Nascimento – nasceu em 1862, sem outras
informações.
– ANTONIO TEIXEIRA PINTO e Rufina Maria de Oliveira
Magalhães – casaram-se em 1840 e residiram no povoado de
Cruz, onde nasceram seus 5 filhos.

01 – Francisco Rodrigues de Oliveira Magalhães – nasceu em


15/04/1845 e casou-se quatro vezes. A 1ª vez com Maria Delfina de
Magalhães Araújo, não temos outras informações sobre ela, nem a
data deste casamento, mas o primeiro dos seus 8 filhos nasceu em
1862 e o último em 1882, conforme registro de óbito do esposo
(12/09/1907, livro C-2, fls. 9v, reg. 458, do Cartório). A 2ª vez ele
casou com Porcina Rodrigues de Araújo, que faleceu de parto em
31/01/1895, aos 34 anos, diz o registro de óbito (livro - 1, fl.156v),
na localidade “Jurema” em Acaraú, e relaciona 4 filhos, o mais velho
com 8 anos e a mais nova com três, o que nos leva a deduzir que no
referido parto a criança também morreu, ou então esqueceram de
relacioná-la. Também consta que seus pais: Domingos Henrique de
Araújo e Delfina Henrique de Araújo (Delfina Maria da Anunciação,
segundo Wellington, provável nome de solteira) moravam em Santana
do Acaraú. O 3º casamento de Francisco Rodrigues de Oliveira
Magalhães foi com Maria Dorothéia de Albuquerque, que teve 2
filhos: um em 1897 e outro em 06/05/1898. Foi através do registro
de nascimento deste último filho – João Damasceno Magalhães
(livro A-1, reg. 400, fl.199) que confirmamos a informação de que
as duas últimas esposas eram irmãs, filhas de Raimundo Coelho de
Albuquerque e Maria da Conceição de Albuquerque. O 4º casamento
foi em 22/09/1901, em Acaraú (livro nº 1, reg. 201, fl. 128v) com
Francisca Manuella de Albuquerque, com 33 anos na ocasião; ela
também teve 2 filhos, um em 1904 e outro em 1907, ano em que
viuvou. Esta última esposa é a avó do Monsenhor José Edson de
Magalhães, o primeiro pároco de nossa cidade de Cruz.

Importa aqui abrir novo parêntese para registrar os feitos deste


cidadão que, no dizer de Nicodemos de Araújo (Livro “O Município

86 Maria Elizabeth Albuquerque

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de Cruz” - p. 59), foi o mais ilustre cidadão cruzense de todos os
tempos. Era Tenente-Coronel e ocupou vários cargos públicos como:
Intendente - 25/05/1893, Deputado Estadual – 1897 e Procurador
de Justiça, nomeado em 30/09/1899 pelo Governador Antônio Pinto
Nogueira Acioly. Embora nascido em Cruz, o registro de óbito
diz que ele era domiciliado em Acaraú, certamente a sua ascensão
política o levou para lá, que já era uma cidade próspera, enquanto
Cruz era apenas um pequeno povoado.
02 – Manoel Antônio Teixeira – nasceu em 1847 e casou em
09/01/1868 com Maria Jesuína da Conceição, não descobri sua
filiação.
03 – Antônia Idalina de Araújo – nasceu em 1850 e casou com
Francisco Bernardino de Albuquerque, nascido em 1843, filho
de Alexandre Bernardino de Albuquerque e Maria da Penha da
Exaltação. Ela faleceu em 01/06/1882 e ele em 02/02/1898.
04 – Herculano Teixeira de Magalhães – nasceu em 1852 e casou
com Francisca Antônia do Nascimento, também sem filiação.
05 – João Baptista Teixeira – nasceu em 1856 e casou em 19/10/1876
com Balbina Maria da Conceição, nascida em 15/03/1857, filha de
Manoel Gregório do Nascimento e Thomázia Maria da Conceição.
– ALBANO JOSÉ DA SILVEIRA e Izabel Franklina do
Carmo – casaram-se em 1844 e residiram em Cruz, onde
nasceram seus 15 filhos.
01 – Manoel Pinto da Silveira – nasceu em 05/05/1845 e casou
duas vezes. A 1ª em 1868, com Maria dos Anjos Fonteles, falecida
em 1878, filha de Miguel Fonteles da Silveira e Ana Joaquina de
Jesus e a 2ª vez com Maria do Carmo Fonteles, irmã da primeira
esposa. Ele faleceu em 22/01/1909.
02 – Luiz José da Silveira – nasceu em 1847 e também casou duas
vezes. A 1ª vez em 1869, com Maria Joaquina da Conceição, nascida
em 1847, filha de Pedro Marques da Rocha e Angelina Maria da
Conceição. Ela faleceu em 19/10/1892 e o viúvo casou pela 2ª vez em
24/05/1893 com Maria Zeferina da Exaltação, nascida em 1863, filha
de Theotônio Francisco de Menezes e Zeferina Mara da Conceição.

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03 – Maria Franklina do Carmo – nasceu em 1848 e casou em
1864 com Gregório Francisco de Menezes, nascido em 1836, filho
de Theotônio Francisco de Menezes e Geralda Maria da Conceição.
04 – Rita Franklina da Silveira – nasceu em 1850 e casou em
1868 com José Graciano de Vasconcelos, filho de Manoel Graciano
de Vasconcelos e Maria Antônia da Conceição. Rita faleceu em
29/09/1929.
05 – Antonino José da Silveira – nasceu em 21/04/1852 e casou
em 1880 com Antônia Waldivina de Albuquerque, nascida em
09/07/1852, filha de Alexandre Bernardino de Albuquerque e Maria
da Penha da Exaltação.
06 – Belarmina Francisca da Silveira – nasceu em 1854 e casou
em 1874 com Izaías Francisco de Albuquerque, nascido em 1845,
filho de Bernardino Francisco de Albuquerque e Antônia Rita de
Araújo. Ele faleceu em 26/07/1909.
07 – Francisca Maria da Silveira – nasceu em 05/11/1856 e casou
com Inácio Fonteles da Silveira, nascido em 1853, filho de Miguel
Fonteles da Silveira e Ana Joaquina de Jesus. Inácio faleceu em
1927, na Lagoa de Baixo.
08 – Guilhermina Maria da Silveira – nasceu em 1857 e casou em
1886 com João Baptista Fontelles, filho de Miguel Ferreira Fonteles
e Ana Joaquina de Jesus.
09 – Anna Maria da Silveira – nasceu em 17/04/1859 e casou em
1890 com José Raymundo Fonteles da Silveira, filho de Manoel
Fonteles da Silveira e Maria da Penha das Graças.
10 – João Batista da Silveira – nasceu em 1860 e casou em 1886
com Francisca das Chagas Fontelles, filha de Miguel Fonteles da
Silveira e Ana Joaquina de Jesus. Ele faleceu em 30/10/1922.
11 – Urbano José da Silveira – nasceu em 1862 e casou em
30/12/1892, em Cruz, com sua sobrinha Idalina Maria dos Anjos,
nascida em 1873, filha de Manoel Pinto da Silveira e Maria dos
Anjos de Maria.
12 – Francisco José da Silveira – nasceu em 1863 e casou duas vezes.
A 1ª em 1886, com Maria Farias, nascida em 1898. O 2º casamento
foi em 1900, com Philomena Maria da Silveira, sua sobrinha, filha

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de Manoel Pinto da Silveira e Maria do Carmo Fonteles.
13 – Livino José da Silveira – nasceu em 20/04/1868 e casou em
1892 com Antônia Maria da Silveira, também sobrinha, filha de
Luiz José da Silveira e Maria Joaquina da Conceição. Ele faleceu
em 27/09/1935.
14 – Maria Magdalena da Silveira – nasceu em 09/09/1869 e casou
em 1894 com seu sobrinho Antônio Graciano de Vasconcelos, filho
José Graciano de Vasconcelos e Rita Franklina da Silveira.
15 – Raymundo José da Silveira – nasceu em 07/07/1871 e casou
em 21/05/1898 com Leocádia Maria de Vasconcelos, nascida em
09/12/1874, no Jenipapeiro, filha de João Pereira de Vasconcelos e
Rita Maria do Nascimento. Ele faleceu em 18/11/1954.
– ALBANO JOSÉ DA SILVEIRA casou (pela 2ª vez) com
Maria Rita da Rocha em 05/10/1895, nascendo quatro filhos
dessa união, mas apenas um deles chegou à idade adulta.

01 – Miguel Albano da Silveira – nasceu em 15/09/1901 e casou


com Maria Raimunda de Farias, nascida em 19/10/1904, filha
de Antônio José de Farias e Maria Cristina de Farias. Miguel e
Raimunda faleceram em Cruz, ela em 07/08/1985 e ele em 21 de
agosto do mesmo ano.

OBS.: Maria Rita (da Silveira) conforme certidão do Casamento


Civil e Maria Filomena da Silveira, conforme Batistério de Miguel
Albano. Os dois documentos foram juntados no ANEXO II deste
livro. Parece que são duas pessoas diferentes, entretanto estamos
falando da mesma pessoa. Basta comparar a data do casamento deles
(Albano e Rita – 05/10/1895 – com a data de nascimento dos filhos:
1896, 1898, 1901, 1903). Infelizmente há muita divergência de dados
entre os documentos da época. Algumas netas de Miguel Albano,
que entrevistei, desconheciam o “Maria Rita”, do casamento civil,
garantindo-me que a mãe de Miguel Albano era conhecida como
Filomena. Podemos imaginar duas razões para este caso, considerando
o modo como as coisas ocorriam antigamente. Havia no povoado,

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ou na região, a função do “Juiz de Paz”, e a pessoa investida nesta
função, celebrava os casamentos, às vezes na residência dos pais da
noiva, e depois levava os documentos para o Juiz da Comarca de
Acaraú, que os sancionava. Não sabemos se eles traziam o livro de
assentos de casamento nessas ocasiões ou se faziam registros à parte
para ser lavrado no livro de registros depois. Além disso, eu conheci
o caso de uma senhora que me disse não gostar do nome e, quando
foi se registrar, já adulta, pediu permissão a mãe para mudá-lo; e
registrou uma variação do apelido pelo qual era conhecida. Só que,
afora as pessoas de casa, ninguém ficou sabendo da alteração do
seu nome. Dois sobrinhos dela, que me acompanhavam na visita, só
tomaram conhecimento do fato por ocasião desta nossa conversa.

90 Maria Elizabeth Albuquerque

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OS MUNIZ

A história dos nossos “MUNIZ” começa com o casal José


Muniz Rodrigues e Maria Antônia Rodrigues. Pouco se conhece
sobre eles; foram identificados, inicialmente, através da certidão de
óbito do filho João Muniz Rodrigues (ANEXO II), depois foram
localizados os registros paroquiais de outros filhos.
Da tradição oral restou apenas fragmentos de informação,
segundo os quais “Zé Muniz” seria filho de um “Muniz Farrapo”
e uma Maria Quitéria, ou “Maria de Santa Quitéria”. E que,
provavelmente, o “Farrapo” estaria ligado à profissão do pai (de
mascate) que, ao falecer teria deixado a viúva e o filho pequeno
na nossa região. Através dos microfilmes já citados anteriormente
o Wellington localizou nos registros do cartório de Santa Quitéria
os “Muniz Farrapo”, que a partir da 3ª ou 4ª geração passaram a
“Muniz Rodrigues”. O fato de não conhecermos o nome dos pais do
Zé Muniz impossibilitou-nos de fazer a ligação dele com os Muniz
Farrapo de Santa Quitéria.
Descobri mais tarde que a origem dos farrapos é outra. O livro
“Cronologia Sobralense, também já citado em outros capítulos,
traz muitas informações sobre MANOEL DA COSTA FARRAPO
(vol. II, p.17/21, 157, 279 e 305), inclusive que ele morreu em
29/04/1802, mordido de cobra. E identifica Manoel como natural da
Ilha de São Miguel, filho de Bartolomeu de Sousa e Isabel Muniz, da
mesma Ilha de São Miguel. Registra também que Manoel casou em
04/11/1773, na Fazenda Tucunduba, com Antônia Pereira dos Anjos,
filha de Luís Inácio do Nascimento (português da Ilha da Madeira)
e Maria Simplícia de Jesus, que segundo a mesma fonte era filha de
Ângelo Dias Leitão e Rosa Maria Ferreira, uma família paraibana que
morava no Cocó, região hoje integrante do Município de Fortaleza.

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Estou reproduzindo aqui a lista dos filhos do casal por acreditar que
esta seja a origem dos Muniz, embora não possa fazer a ligação, pelo
mesmo motivo apontado no parágrafo anterior. Todavia, se algum
descendente dos Muniz desejar ir a fundo na pesquisa, já tem por
onde começar, e com boas probabilidades de êxito.
Manoel da Costa Farrapo e Antonia Pereira dos Anjos, casados
em 04/11/1773, na Fazenda Tucunduba (área atualmente pertencente
ao Município de Marco) e seus nove filhos.
01 - Manoel da Costa Farrapo (Filho) casou.com. Maria Francisca
de São Pedro, em 29/04/1808.
02 – Isabel da Costa c.c. João Rodrigues Medeiros.
03 – Quitéria Muniz casou.com Inácio Fernandes Azevedo em
10/05/1804.
04 – Maria Muniz da Paixão casou.com Manoel Mendes de
Mesquita, em 18/04/1803, na Matriz de Sobral.
05 – Teresa Muniz – sem informação
06 – Jacinta Muniz casou.com João Pedro Nolasco, em
16/11/1807.
07 – Rosa Muniz do Espírito Santo casou.com José Madeira de
Matos (Filho), em 26/02/1808.
08 – Bartolomeu de Sousa Farrapo casou.com Maria Teresa do
Espírito Santo.
09 – João Muniz Farrapo casou.com Inácia Maria de Jesus.
Mas, vamos ao Zé Muniz, com registro conhecido entre nós como
José Muniz Rodrigues, e seus filhos, com Maria Antônia Rodrigues,
que também aparece em alguns registros como Maria Antônia da
Conceição, provavelmente seja este o seu nome de solteira.
01 – Domingos José Rodrigues, casou duas vezes. A 1ª em
30/07/1866, com a Felismina Francisca de Jesus, nascida em 1841,
filha de Bernardino Francisco de Albuquerque e Antônia Rita de
Araújo. O segundo casamento foi em 13/11/1876, com Francelina
Idalina de Maria, filha de Joaquim Ignácio de Maria e Angélica
Maria de Jesus. Não houve filhos.

92 Maria Elizabeth Albuquerque

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02 – João Muniz Rodrigues, nascido em 1827, também casou duas
vezes. Primeiro, com Luiza Manoela do Nascimento em 18/11/1856,
filha de Joaquim José de Freitas e Maria Manoela do Nascimento.
Em 01/09/1868 casou com Maria do Carmo da Conceição, natural
do Estreito, Município de Santana do Acaraú, filha de Vidal Ferreira
Fonteles de Maria e Ana Joaquina da Soledade.
03 – Francisco Muniz Rodrigues casou com Francisca Ribeiro do
Espírito Santo, teria deixado descendência em Itapagé-CE.
04 – Manoel Muniz Rodrigues - este, assim como seu irmão Sabino,
foram para o Amazonas, trabalhar na extração da borracha, e não
voltaram mais.
05 – Sabino Muniz Rodrigues
06 – Bernardino Muniz Rodrigues, casou em 05/04/1871, com Ana
Joaquina do Espírito Santo, filha de Manoel Joaquim de Vasconcelos
e Carolina Maria de Jesus.
07 – Joaquina Francisca do Espírito Santo, casou em 12/02/1867,
com Thomé Pereira de Vasconcelos, filho de Manoel Ignácio
Fontelles e Beatriz Lourença de Jesus.
08 – Estevão José Rodrigues, casou em 22/11/1864 com Maria
Antônia da Conceição (N.23/11/1844 – F.10/08/1915), filha de
Manoel Graciano de Vasconcelos e Maria Antônia da Conceição.
09 – Quitéria Maria de Jesus, casou em 11/08/1842, com Francisco
Serafim do Amaral. Na certidão não constava sua filiação, mas dizia
que ele era proveniente do Jaguaribe.
10 – Rita Francisca do Espírito Santo, casou em 13/05/1845, com
Manoel da Costa Paixão, filho de José da Costa Paixão e Silvéria
Maria do Carmo.
Recentemente descobrimos outra filha deste casal, ao pesquisar
os pais de Vidal Ferreira Fonteles de Maria. Este VIDAL casou em
segundas núpcias com Maria Muniz da Conceição, em 12/02/1867.
O registro de casamento diz que ela era natural de Acaraú e filha de
José Muniz Farrapo e Maria Antônia Rodrigues, sendo que o pai já
era falecido. Maria nasceu em 1834 e faleceu em 20/11/1912, em
Cruz. Seu registro de óbito listou três filhos, vivos em 1912, que

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pelas datas de nascimento seriam: Francisco Vidal Fonteles, n.1873;
Vicente Vidal, n.1876 e Raimunda Filismina Fontelles, n.1878.
São grandes as probabilidades de que o José Muniz Farrapo (cuja
esposa tem o mesmo nome da esposa do Zé Muniz) e o José Muniz
Rodrigues sejam a mesma pessoa, embora em nenhum outro registro
– dos demais filhos deste último – apareça o sobrenome Farrapo.
Falecimento de José Muniz Rodrigues e Maria Antônia Rodrigues
– diz Wellington que Maria Antônia já era falecida em 30/07/1866,
data do 1º casamento do filho Domingos, conforme consta do registro,
que não diz nada em relação ao pai. Mas no registro de casamento
desta suposta filha (Maria Muniz da Conceição, em 12/02/1867) é
dito que José Muniz era falecido. Assim podemos supor que seu
falecimento ocorreu entre uma data e outra.
Aqui começamos a relação dos netos de José Muniz
Rodrigues e Maria Antônia, observando a mesma seqüência
dada aos filhos, infelizmente não conseguimos informações sobre
todos e mesmo entre os identificados há muitos sem filiação ou datas
de nascimento, casamento, etc.
DOMINGOS JOSÉ RODRIGUES e Felismina Francisca
de Jesus – casados em 30/07/1866, residiram no povoado de Cruz
(Aningas), onde nasceram seus filhos. FILISMINA era viúva de
Feliciano Francisco de Vasconcelos, trazendo para o novo casamento
2 filhas: Vitalina Francisca de Vasconcelos e Filomena Francisca de
Vasconcelos, que, se somaram aos 4 filhos deste casal, relacionados
a seguir.
01 – José Muniz Rodrigues (Neto), nascido em 10/11/1867, casou-
se duas vezes: em 1890 com Germana Maria do Carmo, nascida em
16/07/1876, filha de José Luiz de Farias e Maria Francisca de Jesus,
moradores da Lagoa dos Cabocos. E em 18/01/1906, em Acaraú,
com Maria Francisca de Albuquerque, nascida em 05/04/1880,
filha de Izaias Francisco de Albuquerque e Belarmina Francisca
da Silveira. José Muniz e as duas esposas faleceram na Lagoa do
Belém: Germana em 29/10/1905 (10 filhos), Francisca em 1935 (10
filhos) e ele em fev/1952.

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02 – Manuel Raymundo de Albuquerque, nascido em 02/01/1869,
casou-se em 21/06/1893, em Acaraú, com Anna Rita de Menezes,
nascida em 1870, filha de Gregório Francisco de Menezes e Maria
Franklina do Carmo. Anna faleceu em 1934, em Aningas e teve
11 filhos, entre eles meu avô – Francisco Menezes Albuquerque,
conhecido como Francisco Muniz. Manoel Raymundo teria casado
outra vez, aos 70 anos, aproximadamente, com Josefa Saldanha, do
Cauassu - Acaraú/CE. Também ela era de idade avançada e não teve
filhos. (Certidão do 1º casamento no ANEXO II).
03 – Antônio Muniz Rodrigues, nascido em 14/10/1871, casou-
se em 22/06/1893, em Acaraú, com Alexandrina Nunes de Araújo,
nascida em 16/10/1866, filha de Justino Nunes de Araújo e Mariana
Francisca de Jesus. O casal viveu em Aningas e lá faleceu, ela em
1924 e ele em 24/10/1942. Alexandrina teve 6 filhos, entre eles
Francisco de Araújo Muniz casado com Ignez da Silveira Araújo, da
qual inseri um gráfico de linhagem (ANEXO I) a fim de demonstrar
a origem dos “Silveira Araújo” de Bela Cruz, bem como apresentar
uma trineta do cap. Diogo Lopes de Araújo Costa.
04 – Maria Filismina de Albuquerque, nascida em 1872, casou-se
com José Francisco de Menezes, nascido em 18/03/1868, filho de
Gregório Francisco de Menezes e Maria Franklina do Carmo. Só
descobri dois filhos deste casal: Domingos e Francisco de Assis.
JOÃO MUNIZ RODRIGUES e Maria do Carmo da
Conceição – casados em 01/09/1868, residiram no povoado
de Cruz (Tucuns), onde nasceram seus filhos.
01 – Manoel Muniz Rodrigues, nascido em 1875, casou com Maria
Silveira Araújo, natural de Bela Cruz, filha de Vicente da Silveira
Araújo e Bárbara Francisca de Albuquerque.
02 – Maria Antônia da Conceição, nascida em 1877.
03 – Raimunda Maria Muniz, nascida em 1878, teria casado duas
vezes: com João Tomé e José Francisco Rodrigues; não consegui
mais dados sobre eles.
04 – Ana Custódia do Nascimento, nascida em 02/10/1878, casou
com João Pio da Rocha, da Lagoa Salgada.
05 – Jose Rodrigues Muniz, nascido em 22/04/1880, casou com
Rita Muniz da Costa.

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06 – Francisca Maria Muniz, nascida em 1882, casou com José
Francisco da Silveira, natural de Bela Cruz, filho de Vicente da
Silveira Araújo e Bárbara Francisca de Albuquerque.
07 – João Muniz Rodrigues (Filho), nascido em 1885, casou com
SINHÁ, cujo nome não consegui descobrir, nem dos seus pais. Não
consta que tenha havido filhos deste casamento. João Muniz viveu
com Francisca Querubina Fonteles, nascida em 1905, filha de João
Vidal Fonteles e Maria dos Anjos, com quem teve filhos. Querubina
era casada com Theotônio Xavier de Sousa.
08 – Bernardino Muniz Sobrinho, nascido em 13/08/1886, casou
com Francisca Felina Mendes, filha de José Mendes Ferreira e
Francisca Telles Mendes. Ambos faleceram na localidade de Tucuns,
onde viveram. Ela em 26/12/1970 e ele em 13/05/1975.
09 – Antônio Rodrigues Muniz, nascido em 26/10/1888, casou em
09/02/1909, com Maria de Sousa Brandão nascida em 29/06/1887
em Aranaú e filha de Thomaz Francisco de Souza e Constância
Maria Brandão. Ambos faleceram em Cruz, ele em 06/07/1977 e ela
em 21/06/1982.
10 – Ana Cristina Muniz casou com Zuza Pinto da Rocha, não
consta da certidão de óbito de João Muniz. Entretanto Wellington
encontrou um registro de batismo de outra ANNA (além da Ana
Custódia) nascida em 20/12/1871, que teve como padrinhos Estevão
José Rodrigues e Maria Antônia da Conceição. Estamos considerando
que seja esta.
ESTEVÃO JOSÉ RODRIGUES e Maria Antônia da
Conceição – casados em 22/11/1864, residiram na localidade
de Jacoca.

01 – José Estevão de Vasconcelos, nascido em 10/02/1867, casou


em 27/10/1891, com Maria Salomé de Farias, nascida em 1869 em
Cruz, filha de José Luiz Farias e Maria Francisca de Jesus. Consta do
registro deste casamento (n° 2, 1º Livro de casamento do Cartório do
de Acaraú), que a celebração foi realizada na casa dos pais da noiva,
que residiam no povoado de São Francisco, e que o pai do noivo era
falecido e a viúva residia na Juritianha.
02 – Maria Muniz Rodrigues – nascida em 1865.

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RITA FRANCISCA DO ESPIRITO SANTO e Manoel da
Costa Paixão – casados em 13/05/1865.

01 – Maria Antônia da Conceição, nascida em 1848, casou em


04/07/1865, com Ignácio Francisco de Vasconcelos e fixaram
residência na localidade de Retiro, Acaraú/CE.
02 – Pedro da Costa Paixão, nascido em 1854, casou em 31/07/1883
com Antônia Maria de Jesus, nascida em 03/05/1869, filha de
Clemente José de Vasconcelos e Anna Barreto de Jesus.
03 – Miguel da Costa Paixão, nascido em 1856, casou com
Francisca Altina da Costa.
04 – Francisco da Costa Paixão, nascido em 1858, casou 2 vezes:
em 29/07/1890 com sua sobrinha Victalina Torquata da Conceição,
nascida em 1868 em Retiro-Acaraú, filha de Ignácio Francisco de
Vasconcelos e Maria Antônia da Conceição; a 2ª vez casou com
Maria Mendes da Conceição, que seria irmã do João Mendes da
Gijoca, segundo informações do senhor Sebastião.
05 – Maria da Conceição Costa, nascida em 20/07/1864, casou
em 06/11/1883 com Geraldo José de Vasconcelos, nascido em
05/12/1857 no Jenipapeiro, filho de Alexandre José de Vasconcelos
e Maria Joaquina da Anunciação. Residiram no Jenipapeiro onde
faleceram, ele em 09/02/1926 e ela em 19/08/1950.
06 – Thereza Maria de Jesus, nascida em 17/07/1868 casou com
Zeferino Vasconcelos, nascido em 14/10/1863 no Jenipapeiro, filho
de Clemente José de Vasconcelos e Anna Barreto de Jesus.
07 – Raimunda Francisca do Espírito Santo, nascida em 1871,
casou em 19/11/1896 com Antônio Marques de Vasconcelos, nascido
em 1874 no Jenipapeiro, filho de Antônio Pereira de Vasconcelos e
Serafina Francisca de Maria.
08 – Silvéria Maria do Carmo (ou Maria do Carmo como consta
do reg. Casam. da filha Petronília em 30/07/1910 – livro B-3, fl.5)
casou com Manoel Soares de Vasconcelos, filho de Manoel Ignácio
de Vasconcelos e Beatriz. O casal viveu no Poço da Onça, onde
nasceu Manoel em 1840 e faleceu em 18/10/1908.

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09 – José da Costa Paixão casou com Raymunda Maria da
Natividade, nascida em 08/05/1859. Este casal residia em Cauassu-
Acaraú, conforme registro de casamento da filha Maria da Costa
(ANEXO II).
10 – Antônio da Costa Paixão casou com Maria Antônia da
Conceição, em 14/06/1876.
11 – Izabel Maria do Carmo casou em 17/07/1883 com Francisco
Antônio de Vasconcelos, natural do Jenipapeiro, filho de Clemente
José de Vasconcelos e Anna Barreto de Jesus.
Atualmente a maior descendência dos “Muniz” na Cruz, provém
do Domingos José Rodrigues (meu trisavô) que se estabeleceu
em Aningas e do João Muniz Rodrigues que residiu nos Tucuns.
São famílias numerosas e conhecidas, já com registros regulares.
Entendo que a relação aqui fornecida, dos filhos e netos de José
Muniz Rodrigues (ou Farrapo) e Maria Antônia Rodrigues (ou da
Conceição) é uma boa base, que poderá ser melhorada no futuro,
se alguém resolver continuar a pesquisa. É importante salientar,
ainda, que aqui são considerados apenas os filhos que chegaram a
fase adulta.

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OUTRAS FAMILIAS

Diversas famílias residentes em povoados do vale do Acaraú


vieram agregar-se à nossa genealogia através do casamento de seus
filhos e netos. Como é o caso da família “Araújo Costa” que tem uma
descendente que casou com Albano José da Silveira, filho do Teixeira
Pinto, e da família “Silveira Dutra” já consorciada com a primeira,
que também teve uma descendente casada com outro filho do
Teixeira Pinto – Miguel Cavalcante de Albuquerque. Visando trazer
esta mistura para o presente, inseri aqui, no ANEXO I, o gráfico de
linhagem de dona Ignez da Silveira Araújo, nossa contemporânea,
que é um bom exemplo para situar o leitor dentro desta genealogia.
Na seqüência haverá um histórico, alguns breves, dependendo das
informações que conseguimos levantar sobre as seguintes famílias:
Brandão, Araújo Costa, Fonteles e Vidal.
No caso das famílias: Araújo Costa e Fonteles, há uma base
histórica, fruto da pesquisa do Padre Francisco Sadoc de Araújo
para o seu livro “Raízes Portuguesa do Vale do Acaraú”. Uma obra
com edição esgotada, infelizmente. Para pesquisa dispomos de um
exemplar deste livro, na Biblioteca Municipal de Cruz, do qual
me utilizei, e de onde estou transportando informações sobre as
referidas famílias.

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FAMÍLIA BRANDÃO

ROSA DE SOUSA BRANDÃO, minha avó paterna foi o elo


ligando os “Brandão” de Aranaú e os “Souza” da Lagoa Salgada
aos Muniz da Cruz. ROSA era filha de Thomaz Francisco de Souza
e Constância Maria Brandão. Seus avós paternos foram Francisco
Manoel de Souza e Domiciana Maria Sant’Ana e os avós maternos
João Pereira Brandão e Maria Madalena das Virgens.
Rosa nasceu em 31/08/1898, em Aranaú ou Caiçara. O casamento
Religioso foi celebrado em 21/01/1919 (e o Civil em 18/02/1937),
com Francisco Menezes de Albuquerque, que nasceu em Aningas,
a 22/06/1894 (onde também faleceu - 23/07/1966), filho de Manoel
Raimundo de Albuquerque e Anna Rita de Menezes. Francisco
Muniz, como ficou conhecido, era bisneto do Zé Muniz. Foram seus
avós paternos: Domingos José Rodrigues e Felismina Francisca de
Jesus; e maternos: Gregório Francisco de Menezes e Maria Franklina
do Carmo. Rosa e Francisco fixaram residência em Aningas, na
casa do alto, na beira do Rio Acaraú, ainda hoje conservada pelos
herdeiros. Lá nasceram seus filhos, com exceção do mais velho, que
já teria uns três anos, aproximadamente, quando se mudaram para a
dita casa, em que criaram 10 filhos, dos quais a maioria ainda vive
entre nós. Rosa faleceu em Cruz, a 30/03/1989.
Voltemos a JOÃO PEREIRA BRANDÃO e sua origem. Segundo
a tradição oral, ele seria filho de mãe solteira - na época, deixado
na porta de um senhor por nome “ATANÁZIO”, único morador da
Lagoa dos Tanques, próximo a Aranaú.
Examinei uma pesquisa de sua descendência, cedida por Sebastião
Luiz de Vasconcelos, seu bisneto, onde consta que a família da moça
seria de Acaraú (omitimos o nome de família por razões óbvias) e o

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pai um português que fugiu da responsabilidade; sendo João Pereira
Brandão criado, como filho pelo Senhor supra referido, cuja esposa
não se conhece o nome. Não há comprovação dessa história, nem
de que o sobrenome “Brandão” venha do senhor que o adotou. Esta
é mais uma lenda como tantas outras – legado da tradição oral.
Ainda segundo esta mesma fonte, João Pereira Brandão teria sido
o construtor da primeira Capela de Timbaúba, hoje Aranaú, onde
viveu, e faleceu em 1888. Grande parte das informações sobre a
descendência de João Pereira é desta pesquisa, umas eu confirmei
no cartório, outras o Wellington confirmou nos microfilmes da
Igreja e do Cartório; todavia essa confirmação documental é uma
amostra, apenas.
Também encontramos o sobrenome “Pereira Bandão”, na história
da “família Fonteles”, quando o português de Olinda, Francisco
Pereira Brandão, por volta de 1725 escreve a Manoel Ferreira Fonteles
avisando-o dos preparativos de sua viagem ao Ceará, trazendo a filha
(Maria Pereira) para a realização do casamento. (p. 67 e 196 - livro
Raízes Portuguesa do Vale do Acaraú).
João Pereira Brandão casou duas vezes. Primeiro com Ignácia
Maria da Purificação; ela seria irmã do Francisco Manoel de Sousa,
da Lagoa Salgada, conforme a pesquisa do Sr. Sebastião. O segundo
casamento foi com Maria Madalena das Virgens, que seria natural
do Rio Grande do Norte, e viúva com três filhos: Theotônio, ainda
criança, registrado como filho pelo J.P.Brandão; Alexandre Marques
e Maria Benvinda. MARIA MADALENA teria também, dois irmãos,
que se casaram com filhos do primeiro casamento de seu marido, quais
sejam: Francisca Dionizia de Maria e Bernardino Pereira Muniz.
Confirmei os dois casamentos em 2004, quando pesquisei os
livros antigos do Cartório de Acaraú. O 1º, através do registro de
nascimento de uma neta do casal: Salustiana Pereira de Vasconcellos
(n.08/06/1890, filha de Eugênia e Bernardino, registrada em
14/08/1916, sob n° 903, no Livro A-3, fls. 93v e 94). Consta como
avós maternos: João Pereira Brandão e Inácia Maria da Purificação e
paternos: Alexandre Pereira Muniz e Joaquina Maria da Conceição.
Valendo a informação de que Bernardino Pereira Muniz era irmão de

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Maria Magdalena das Virgens, teríamos aqui os pais dela – os sogros
de João Pereira Brandão, pelo segundo casamento; este também
confirmado através do registro de nascimento da neta Marianinha
Maria do Nascimento nascida em 25/07/1889 (filha de Maria José
do Nascimento, registrada sob n° 124, às fls. 62 do livro A-01, o
mais antigo), trazendo como avós maternos: João Pereira Brandão
e Maria Magdalena das Virgens e avós paternos: Alexandre José de
Vasconcelos e Maria Joaquina da Anunciação.
Filhos do 1º casamento [João Pereira Brandão e Ignácia]
01 – Canuto Ayres Brandão, nascido em 19/01/1842, casou em
1862, com Francisca Dionizia de Maria, nascida em 18/02/1842,
também chamada “Donina”, dita irmã da 2ª esposa de seu pai,
viveram nas imediações de Aranaú.
02 – Francisca Romana de Maria casou em 17/09/1876, com José
Alexandre de Vasconcelos, nascido em 1859, no Jenipapeiro, filho de
Alexandre José de Vasconcelos e Maria Joaquina da Anunciação.
03 – Eugênia Maria da Conceição, nascida em 08/06/1846, casou em
18/10/1865, com Bernardino Pereira Muniz, nascido em 10/09/1843,
filho de Alexandre Pereira Muniz (já falecido em 1850) e Joaquina
Maria da Conceição, outro suposto irmão de Maria Madalena, 2ª
esposa de seu pai. Nos registros localizados relativo a este casal e
seus filhos não há referência ao nascimento de Bernardino no Rio
Grande do Norte.
04 – Virgínia Maria da Purificação casou com Manoel Francisco
de Medeiros, não consta filiação, mas teria deixado descendência na
Prata.
05 – Ignácia Brandão casou com Manoel Francisco de Medeiros,
viúvo de sua irmã.
06 – Maria Inácia Brandão casou com José Antônio de Araújo.
07 – Antônio Pereira Brandão casou com Raquel, filha de Donato,
da Gijoca, e residiram em Caiçara. Antônio, seguindo os passos do
pai, liderou a construção da Capela de Caiçara, inaugurada em 1880
(Livro “O Município de Cruz”, p.65).

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08 – André Pereira Brandão, segundo a pesquisa do Sr. Sebastião,
já referida, casou duas vezes e residiu na Lagoa Velha, mas não
descobriu o nome das esposas, nem mesmo a família.
Filhos do 2º casamento [João Pereira Brandão e Maria Magdalena]
01 – Raimundo Pereira Brandão casou com Ana Maria de Jesus,
da Lagoa Salgada, sem identificação de família.
02 – Theotônio Pereira Brandão, nasceu em 1859 e casou duas
vezes. A 1ª, com Irene Marques de Sousa, filha de Otaviano Marques
de Sousa e Anna Francisca de Jesus. Irene faleceu em 21/02/1883.
Theotônio casou pela 2ª vez em 01/12/1883, com Rita Maria de
Sousa, nascida em 1864, na L. Salgada, filha de Geraldo José de
Souza e Joanna Maria de Jesus.
03 – Raphael Pereira Brandão, nasceu em 1860 e casou três
vezes. A 1ª vez, com Rosa Marques, do Jenipapeiro, filha de Manoel
Marques da Costa Filho e Rosa Maria de Jesus; a 2ª vez, com Liduína
Francisca da Rocha, filha de Raymundo da Rocha França e Jesuína
Francisca de Sousa; e 3ª com sua sobrinha – Damiana Vasconcelos,
filha de Cosma Brandão e Miguel José Vasconcelos.
04 – Constância Maria Brandão, nasceu em 1861 e casou com
Thomaz Francisco de Souza, nascido em 1860, na L. Salgada, filho
de Francisco Manoel de Souza e Domiciana Maria Sant’Anna.
Constância faleceu em 03/05/1901, deixando 10 filhos, entre eles
minha avó paterna [Rosa de Sousa Brandão]. Thomaz casou
novamente em 11/08/1906, com Maria da Costa e Souza, nascida
em 1878, em Cauassu – Acaraú, filha de José da Costa Paixão e
Raymunda Maria da Natividade (Anexo II). Houve quatro filhos deste
último matrimônio. Thomaz faleceu em 08/12/1914, em Aranaú. Ele
era neto paterno de Cypriano José de Souza e Rita Maria de Jesus.
05 – Maria José do Nascimento, nasceu em 1866 e casou com
Miguel José e Vasconcelos, nascido em 02/10/1856, no Jenipapeiro,
filho de Alexandre José de Vasconcelos e Maria Joaquina da
Anunciação. Miguel José faleceu em 06/06/1920 em Aranaú e era
viúva de Cosma, irmã de Maria José.
06 - Cosma Brandão casou com Miguel José de Vasconcelos.
07 - Damiana Brandão casou com Bernardo Marques, de
Massapé.

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FAMÍLIA ARAÚJO COSTA

A Família “Araújo Costa”, da Ribeira do Acaraú, e,


posteriormente, Araújo ou Costa, com os sobrenomes separados,
descende, de três irmãos portugueses: JOSÉ DE ARAÚJO COSTA,
PEDRO DE ARAÚJO COSTA E MANUEL DE ARAÚJO SÁ.
Quem nos dá detalhes da história dessa família é o Padre F. Sadoc
de Araújo, no seu livro “Raízes Portuguesa do Vale do Acaraú”
(p.143/159), já mencionado aqui, de onde extraí as informações que
seguem, com a finalidade de identificar cada um dos irmãos acima
citados e sua vida por estas bandas desde que aqui chegaram.
Estes irmãos são naturais de Portugal e filhos de Pedro de Araújo
e Maria da Costa de Sá, cujo casamento realizou-se em 02/01/1714
na Matriz dedicada à padroeira do Lugar – Nossa Senhora da
Apresentação (Livro Misto nº 3, fl. 81). O casal fixou residência em
Estrufe, onde nasceram os nove filhos, dos quais o Pe. Sadoc diz ter
localizado os registros de batismo, no “Livro Misto nº 4”, exceto
os de Pedro e Manuel. Estes livros, diz ele, assim como os demais
livros de assentos religiosos da freguesia de Santa Lucrecia de Louro,
encontram-se guardados no Arquivo Distrital de Braga, instalado na
Biblioteca Pública local, onde o referido autor registrou sua passagem
em 24/07/1986, com o objetivo de colher informações sobre seus
ancestrais portugueses. São avós paternos dos irmãos em foco:
Domingos de Araújo e Maria da Costa, originários da freguesia de
Nossa Senhora da Apresentação de Viatodos – concelho de Barcelos.
E avós maternos: Domingos da Costa e Ângela de Sá, naturais da
freguesia de Santa Lucrecia de Louro, Vila Nova Famalicão. As duas
freguesias são vizinhas.

Era uma vez na Cruz 105

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Os três irmãos, segundo o Padre F. Sadoc de Araújo, teriam
desembarcado na Ribeira do Acaraú, ainda solteiros, no início da
década de 1740, na faixa dos 20 anos de idade. Em outro trecho ele
diz: “após atingir a maioridade os três irmãos embarcaram no porto
vizinho de Vila do Conde em um dos patachos que freqüentemente
dali zarpavam rumo a Pernambuco, em longa e tormentosa viagem.
Do porto de Recife ao Acaraú e vice-versa, não faltavam sumacas,
especialmente nessa época de início do efervescente comércio das
charqueadas. Foi em um destes paquetes que eles chegaram às praias
acarauenses. O restante da viagem, até a Fazenda Boa Vista do tio,
Cel. José da Costa de Sá, foi a cavalo”.
Verificamos, pela transcrição do registro de batismo de José de
Araújo Costa (os registros de Pedro e Manuel não foram localizados)
que ele nasceu em 30/06/1724, portanto, tinha 16 anos em 1740. Já
o Pedro de Araújo Costa que, segundo a mesma fonte, faleceu em
19/06/1797, aos 70 anos, conclui-se que nasceu em 1727, teria então
13 anos. Do terceiro irmão não consta maiores informações. O certo
é que a chegado dos “irmãos Araújo Costa” é anterior a 1945, pois
eles já se encontravam por aqui quando faleceu o tio acima citado,
cujos dados seguem abaixo.
O Cel. JOSÉ DA COSTA DE SÁ, um tio materno dos rapazes,
também natural de Santa Lucrecia de Louro, já se encontrava nesta
região. Ele foi o primeiro proprietário da Fazenda Morrinhos, no atual
Município de Morrinhos. Deduz, o Pe. F. Sadoc de Araújo, que os 3
irmãos tenham vindo para nossa região a convite do tio, ou atraídos
pelas notícias de suas boas condições econômicas, evidenciadas em
seu inventário feito em 25/09/1746, no sítio Boa Vista, ribeira do
Acaraú, onde residia a viúva, sendo inventariante o sobrinho – JOSÉ
DE ARAÚJO COSTA.
Esse tio casou-se em Pernambuco com Josefa Maria de Jesus e
faleceu em 1745, quando viajava para lá. Depois da morte do tio os
três irmãos passaram a viver por conta própria e vamos a partir de
agora fazer um pequeno resumo do que consta da história de cada um
deles (no livro Raízes Portuguesa do Vale do Acaraú), nesta ribeira.

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1 – JOSÉ DE ARAÚJO COSTA
Dos três irmãos este foi o que deixou maior descendência e
também maior fortuna. Nasceu em 30/06/1724 e faleceu em
03/08/1791, aos 67 anos. Adquiriu a Fazenda Lagoa Grande,
perto de Bela Cruz, medindo uma légua, às margens do rio
Acaraú, até confrontar ao poente com as terras da capela de Santa
Cruz. Lá mesmo realizou-se, em 31/07/1747, seu casamento
com BRITTES DE VASCONCELOS, conforme assento no
livro original do Curato do Acaraú (Liv.1741–1769, fl.104v),
guardado no arquivo da Diocese de Sobral e transcrito para o
livro Raízes Portuguesa do Vale do Acaraú, de onde tomei todas
estas informações. Brites de Vasconcelos, nasceu em 1724, em
Igaraçu - PE e faleceu em 10/02/1814, na Serra da Meruoca,
onde passou a viver depois da morte do marido. Ela era filha de
Manuel Vaz Carrasco e Maria Madalena de Sá. Na transcrição do
casamento religioso consta que a cerimônia ocorreu no Sítio Lagoa
Seca; não me foi possível apurar se este sítio tinha dois nomes, ou
se era aquele onde residia a noiva, já que eles eram vizinhos.
Do matrimônio José de Araújo Costa e Brites de
Vasconcelos nasceram 11 filhos, sendo 8 mulheres, conforme
relaciono a seguir:
Anselmo de Araújo Costa, Alferes - casou em 30/05/1769,
com Francisca dos Santos Xavier, natural de Recife – PE,
filha de Manoel Gomes Diniz e Josefa Maria dos Santos.
Anselmo faleceu em 13/09/1795;
Maria Madalena de Sá – casou em 17/04/1774, com Inácio
Bezerra de Menezes, filho de Gonçalo João Coimbra e Cosma
de Melo Moura. Inácio faleceu em 21/01/1781;
Francisca de Araújo Costa – casou em 24/11/1777, com
o Capitão-mor Inácio Gomes Parente, português, natural de
São Martinho de Mouros, Lamego; filho de Manoel Gomes
e Catarina Lopes. Francisca faleceu em 08/04/1826 e Inácio
casou-se, pela segunda vez, em 19/08/1830, com Maria
Joaquina da Silva, e faleceu em 13/04/1838, com 96 anos.
Ana Maria de Jesus – casou em 15/08/1771, com o alferes

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João de Sousa Uchoa, filho de Luís de Sousa Xerez e Ana
Teresa de Albuquerque, de Olinda – PE. Ana Maria faleceu em
05/08/1792. O viúvo casou-se, então, com Ana Sebastiana de
Almeida, filha de Inácio Leite Meireles e Inácia de Almeida;
Anastácia de Sá Araújo – casou em 03/02/1789, com o
português João Francisco Perfeito, filho de Manoel Francisco
Perfeito e Ana Luisa dos Santos. João Francisco faleceu em
12/09/1806, com 36 anos de idade;
Antônia Maria da Purificação – casou em 14/02/1778, com
Paulo Joaquim de Medeiros, filho de Domingos Álvares
Magalhães e Clara da Silva Medeiros. Ele faleceu em
31/07/1794, deixando a viúva com 5 filhos menores;
Maria da Encarnação, nasceu em 30/01/1760 e casou-se
em 14/11/1777, com Bernardo Pereira de Carvalho, filho de
Tomás da Silva Porto e Nicácia Alves Pereira;
Diogo Lopes de Araújo Costa, capitão - nasceu em
08/03/1761 e faleceu 18/09/1838. Viveu maritalmente
com três mulheres sucessivas: Antônia Maria do Rosário,
Maria Rodrigues de Sousa e Maria Egipciaca da Fonseca,
conhecida por Siciaca. Com esta última, diz o Padre Sadoc,
parece que realizou matrimônio de consciência, após ficar
cego, pois ela consta do inventário dele como herdeira meeira,
o que não seria possível sem a cerimônia oficial, embora
religiosa. O mesmo inventário legitimou 16 filhos, nascidos
das 3 mulheres antes referidas. Sobre a vida desse lendário
e aventureiro capitão, pode-se ler o livro “Capitão Diogo
Lopes”, de autoria de Nicodemos de Araújo, publicado em
1978 pela Imprensa Universitária da UFC;
Rita Teresa de Jesus, nasceu em 21/01/1764 e casou em
08/07/1781, com José Álvares Linhares, filho de Antônio
Álvares Linhares e Inês Madeira de Vasconcelos. Residiam
no Mumbaba – Massapé. José Álvares faleceu em 16/10/1800
e Rita em 19/06/1828;
Maria Quitéria de Araújo, nasceu em 1765 e casou em
25/01/1796, com Narcísio Lopes de Aguiar, filho de Nicácio
Aguiar Silva e Micaela da Silva Medeiros. Narcísio faleceu
em 18/02/1840;

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Francisco Xavier Sales Araújo, nasceu em 13/12/1768 e
casou com Francisca Alves Feitosa, filha de Luís Vieira de
Sousa e Ana Alves Feitosa, na freguesia de São Gonçalo da
Serra dos Cocos.
Voltemos nossa atenção agora para a esposa de José de Araújo
Costa – BRITES DE VASCONCELOS – sua mãe chamava-se
Maria Madalena de Sá e seu pai Manuel Vaz Carrasco, e vieram
de Ipojuca-PE, ficando – Manuel Vaz Carrasco – conhecido como
o pai das chamadas “sete irmãs”, que na verdade eram oito. Talvez
tenha a ver com o falecimento de uma delas em 1792. De onde vem
o Vasconcelos da filha? É difícil saber. Vimos, ao longo de nossa
pesquisa, que o sobrenome antigamente não seguia a mesma
linha de família que hoje. Temos, aqui mesmo na nossa cidade,
o caso dos filhos do FRANCISCO TEIXEIRA PINTO, que
receberam sobrenomes diversos, dando origem a várias famílias
da nossa atualidade.
De volta ao nosso ponto de partida – a “Família Araújo
Costa” que iniciou este capítulo – para falar dos outros dois irmãos
portugueses, Pedro e Manoel.
2 - PEDRO DE ARAÚJO COSTA
Nasceu em 1727 e faleceu em 19/06/1797, aos 70 anos. Fixou
residência na Fazenda Morrinhos, no atual Município de Morrinhos,
antiga propriedade de seu tio – o coronel José da Costa e Sá. PEDRO
casou-se em 1780, com Maria José de Jesus, filha de Quintiliano
Dias Leitão e Bibiana Ferreira. Sua sogra, Bibiana, era filha de
Manoel Ferreira Fonteles, que foi classificado pelo Pe. Sadoc como
“o Adão do Vale Acaraú”. Deste matrimônio [de Pedro e Maria José]
nasceram 5 filhos:
Joaquim de Araújo Costa – casou em 20/09/1805, com Joana
Maria do Nascimento, filha de Antônio Soares Bulcão e Teodora
Inácia de Menezes. O casal passou a residir na Fazenda Tabuba e
Joaquim faleceu em 06/08/1863;
Francisco de Araújo Costa – casou em 06/08/1811, com
Rita Madeira de Vasconcelos, filha de Joaquim Reis Gomes

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e de Antônia Maria do Espírito Santo. Consta que, Rita tendo
viuvado, casou-se pela 2ª vez em 20/11/1820, com Antônio
Januário Linhares, filho de Francisco Antônio Linhares e Maria
Manuela da Conceição;
Emerência de Araújo – casou em 31/01/1808, na Capela de
Almofala, com o português Domingos Dias Silva, filho de Cosme
Gomes e de Maria do Rosário;
Francisca de Araújo Costa – casou em 20/11/1814, na Matriz
de Sobral, com José da Silveira Dutra, filho de João da Silveira
Dutra e sua 2ª esposa: Maria da Conceição Araújo;
Maria, falecida criança, a 20/11/1785.
Registramos a descendência do mencionado casal - Pedro
de Araújo Costa e Maria José de Jesus – se entrelaçando com a
descendência de Francisco Teixeira Pinto através do casamento de
seus filhos: Albano José da Silveira com Izabel Franklina do Carmo
e Miguel Teixeira Cavalcante com Maria Thereza da Silveira, ambas
filhas de José da Silveira Dutra e Francisca de Araújo Costa, de
Bela Cruz. Aliás, a 2ª esposa do Albano é da mesma descendência,
uma vez que ela era sobrinha da 1ª esposa. Sua mãe – Rita Maria da
Purificação – era irmã de Izabel Franklina do Carmo.
3 - MANOEL DE ARAÚJO E SÁ
O terceiro dos “três irmãos Araújo Costa” residia na Fazenda Boa
Vista, onde casou-se em 06/05/1753 com Ana Maria, filha de
Jerônimo Fernandes Jorge e Mariana Barbosa Álvares. Não consta
ter deixado descendência na região.
Encerrando o capítulo sobre a família “Araújo Costa” da ribeira
do Acaraú, o Padre Sadoc nos chama atenção para não confundir
esta, com a família dos Araújo Costa, descendente do Tenente-
coronel Custódio da Costa Araújo; português natural da freguesia
de São João de Rei, do concelho de Povoa de Lanhoso, onde nasceu
em 1699. Custódio emigrou para o Brasil e se fixou em Olinda-PE,
onde casou com Teresa de Jesus Maria. Este casal teve um filho que
recebeu o mesmo nome do pai, ficando conhecido como Cap. da
Costa Araújo, que emigrou de Pernambuco para a ribeira do Acaraú,

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casando-se na Matriz de Caiçara (Sobral), em 06/11/1760 com Cosma
Damiana do Espírito Santo, filha de Manuel Carneiro Rios e Maria do
Livramento. Outro Custódio nasceu dessa união, que para diferençar
do pai e do avô, homônimos, chamou-se Custódio de Araújo Costa,
com os sobrenomes trocados. Este casou-se com Bárbara Maria da
Soledade, filha de Domingos Rodrigues Lima e Maria da Soledade
Araújo, tratado na “Cronologia Sobralense”, vol.2, pág.41.
Entendendo oportuno, transcrever aqui, algumas informações do
Pe. F. Sadoc de Araújo (Livro Raízes Portuguesas do Vale do Acaraú
p.148 §§ 4 e 5), pois elas podem complementam ou esclarecer a
história dos outros “Costas” que temos aqui na nossa região, cuja
origem é focalizada numa lenda que segue ao final desta matéria.
(...)
“É importante observar que dentre os primeiros sesmeiros que
obtiveram terras no Vale do Baixo Acaraú, muitos tiveram
sobrenome dessas famílias, cujos nomes completos passo a
relacionar em ordem cronológica da doação de sesmarias:
Leonardo de Sá (1706), Maria de Sá, mulher de Félix da Cunha
Linhares (1707, Paulo Lopes da Costa (1708), Antônio Marques
da Costa (1717), Custódio da Costa Araújo (1717), Domingos da
Costa Araújo (1721), Francisco Peixoto de Araújo (1721)”.
“Por outro lado, entre os mais remotos possuidores de terra, não
sesmeiros, constam os mesmos sobrenomes: Ventura de Araújo
Costa, José da Costa de Sá e Luís de Sá Costa. De todos os que
encontrei, com descendência registrada em documentos locais, fiz
referência no 1º volume da Cronologia Sobralense, com atenção
especial para José da Costa e Sá (pág.156 ), natural também de
Santa Lucrecia de Louro, cuja filha Luísa da Costa casou-se com
o Cap. Manuel da Cunha Linhares...”.
E mais, o Padre Sadoc identifica Joaquim de Araújo Costa (filho
de Pedro e Maria José de Jesus) como seu trisavô paterno, o que torna
Pedro de Araújo Costa seu Tetravô. Também afirma, no mesmo livro
tantas vezes citado, que o Cap. José de Araújo Costa é seu hexavô,
pela parte materna.

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A LENDA DOS COSTA, DA JURITIANHA

O Sr. Valci (José Valci da Costa), contou-me uma história sobre


os “COSTAS”, dos quais descende, que eu já havia escutado de
outras pessoas. Então resolvi anotá-la para averiguar depois. Após
reler os dois parágrafos da página 148, transcritos anteriormente,
resolvi contá-la aqui para que cada um tire suas conclusões.
Em 1712 apareceu na costa de Cauassu um homem
desconhecido, que fugia a qualquer tentativa de aproximação dos
habitantes locais. Alguns homens daquele povoado reuniram-se e o
pegaram; mas não entendiam nada do que ele falava. Um desses
homens deu-lhe moradia. Ele era muito arisco, mas com o tempo
acostumou-se, e passou a fazer parte da comunidade. Ficou então
conhecido como o homem que veio da costa, resumido depois para
“o homem da costa”.
Quando o tal “homem da costa” casou-se, e constituiu família,
esta também recebeu o sobrenome Costa, que, segundo o Senhor
VALCI COSTA, tem descendência principalmente na Juritianha.
Esta história ainda tem outro lance interessante. O Sr. Valci
conta que, em 1715 – 3 anos após o aparecimento do homem da costa
– um senhor que morava em Santana do Acaraú, desesperado com a
gravidez de uma filha solteira, levou-a para a casa de um amigo na
praia de Cauassu, onde ela ficaria até o nascimento da criança que
ele (o amigo) criaria. Para os amigos e vizinhos da moça foi dito
que ela iria passar um ano fora, lecionando. A tal moça de Santana,
teria sobrenome Vasconcelos. Assim, o menino que nasceu recebeu
o nome de MANOEL INÁCIO DE VASCONCELOS, que, mais
tarde, teria se casado com uma filha do homem da costa. Seria esta,
então, a origem das famílias: COSTA, INÁCIO e VASCONCELOS,
da Juritianha.

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FAMÍLIA FONTELES

MANOEL FERREIRA FONTELES, nasceu em 07/03/1687,


no lugar de nome Fontelo, freguesia de Meixomil, em Portugal.
E faleceu em 30/04/1761, no Ceará, fazenda Tucunduba, sendo
sepultado na Capela de Santana. Era filho de Domingos Velho e
Maria Ferreira. O 3º filho de uma família de oito irmãos, dos quais
o Pe. Sadoc informa que localizou os registros de batismo no Livro
Misto nº 2 da Matriz de Meixomil, compreendendo o período de
1652 a 1707. Nenhum dos seus irmãos tem o “sobrenome Fonteles”,
pelo motivo exposto mais adiante.
O Padre F Sadoc de Araújo em seu livro “Raízes Portuguesa do
Vale do Acaraú”, dedicou um capítulo a este cidadão e sua família (p.
57/72). Também o livro “Cronologia Sobralense”, vol.1 (p. 40/42),
do mesmo autor, traz informações sobre ele, seus filhos e um irmão
que também teria vindo com ele para o Ceará.
O português Manoel Ferreira Fonteles, no dizer do Pe. Sadoc
é o ADÃO do Vale do Acaraú, por ter dado origem a uma enorme
descendência. E ele ainda vai mais além, diz que este Manoel
foi o maior povoador do Vale do Acaraú, que: “qualquer pessoa
branca natural do baixo e médio Acaraú salvo raras exceções seria
descendente dele”.
Naturalmente isso não se dá pela quantidade de filhos – seis
filhos do 1º casamento, mais uma filha com uma índia – entretanto,
como sua chegada por aqui já vai para uns 300 anos, foi no início da
povoação, podemos imaginar que seus filhos então espalharam sua
descendência entre diferentes famílias e lugares. Trouxemos para
cá a relação dos filhos de Manoel, e respectivos cônjuges, a fim de
que possamos entender melhor essa história de ADÃO do Vale do

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Acaraú. Intercalamos também, alguns pontos da interessante história
deste povoador de nossas plagas.
Ainda conforme a mesma fonte, Manoel esteve primeiro em
Pernambuco, onde desembarcou. “Em Olinda conheceu um seu
patrício, de nome Francisco Pereira Brandão, com quem mantinha
fortes laços de amizade. Este tinha uma filha de menor idade,
chamada Maria Pereira. Tendo que viajar para o Ceará o jovem
Manoel combinou com seu amigo que casaria com sua filha, logo que
esta alcançasse a idade. No tempo oportuno combinariam a data do
casamento, quando então, se encontrariam na vila de Aquirás, para
realizar a cerimônia do matrimônio religioso. Estando tudo assim
acertado, MANOEL embarcou para o Ceará em busca de terras e
trabalho”. A data exata de sua chegada aqui não se sabe, mas não
teria ocorrido antes de 1715.
“Enquanto residia em Aquirás, Manoel Ferreira Fonteles
conheceu uma índia tapuia, de nome Maria Fernandes, com quem
passou a viver maritalmente. Desta relação amorosa nasceu uma
menina que foi batizada em 1718, tomando o nome de LUISA”.
“Por volta de 1725, Manoel Ferreira Fonteles recebeu carta do
patrício residente em Pernambuco, na qual comunicava que estava
a preparar a viagem ao Ceará, em companhia da filha Maria, com
o fim de realizar o casamento. Conhecedora dos acontecimentos, a
índia (tapuia) revoltou-se contra o amante que lhe havia prometido
fidelidade... Dizendo-se ameaçado de morte pela amante, Manoel
Ferreira Fonteles conseguiu que a índia fosse presa na cadeia de
Aquirás, não devendo ser solta senão depois da realização do
casamento. A filha ficaria sobre seus cuidados de pai”.
“Na busca de sair-se bem da situação vexatória, Manoel procurou
enfrentar imediatamente os problemas, a fim de que, quando chegasse
de Pernambuco o futuro sogro, tudo estivesse resolvido. A primeira
providência a tomar foi adquirir uma propriedade rural onde se fixar,
longe dos problemas surgidos em Aquirás. Foi aí que comprou parte
da sesmaria de Nicolau da Costa Peixoto, no lugar Tucunduba, onde
pretendia se estabelecer e residir após a realização do matrimônio,
com a mulher e a filha. Uma vez casados, Manoel Ferreira Fonteles

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e Maria Pereira vieram para a Ribeira do Acaraú. A Fazenda, cujo
nome lembra a abundância de tucum ou palmeiras, media “meia
légua de terra, de comprido, por meia légua de largo, tudo de uma
só banda do Rio Acaraú”, à margem esquerda, e confinava ao norte
com as Fazendas Salgado e, ao sul, com as fazendas Raiz e Várzea
Redonda”.
Do casamento de Manoel Ferreira Fonteles e Maria Pereira,
nasceram seis filhos:
1. Maria Ferreira Fonteles, nasceu em 1729, casou em 19/09/1743,
na Fazenda Tucundaba, com o português Cap. Mateus Mendes de
Vasconcelos, filho de Mateus Mendes e Ana Carvalho, naturais
de Travanca, concelho de Amarante. Ela faleceu em 02/07/1795
e seu marido em 07/01/1793. Residiram na Fazenda Curralinho
onde nasceram os sete filhos (p.144/145 – Cron.Sobralense),
Tronco das numerosas famílias Mendes e Vasconcelos.
2. Ana Ferreira do Espírito Santo nasceu em maio de 1732 e casou-
se em 22/07/1753 com o português Francisco de Farias Almeida,
filho de Francisco de Farias Almeida (homônimos) e Emerência
de Jesus Magalhães. Tronco das famílias Santos, Farias e junção
c/a família Sousa; moravam na Fazenda Morro Gadelhudo.
Francisco faleceu em 10/07/1795.
Os outros quatro filhos casaram-se com filhos do cap. Ângelo Dias
Leitão e Rosa Maria Ferreira, paraibanos e moradores no Cocó,
arrabalde de Fortaleza, a saber;
3. Manoel Ferreira Fonteles Filho, nasceu em maio de 1740 e
casou com Ana Maria da Conceição, filha do citado Ângelo,
a 12/11/1755, na Capela de Santa Cruz. Manoel faleceu em
18/07/1795 e sua mulher em 19/02/1818. É o tronco mais prolífero
da família.
4. Bibiana Ferreira, batizada em 16/12/1742, casou com Qintiliano
Dias Leitão, filho do mesmo Ângelo, a 20/08/1756. Ele faleceu
em 23/02/1815 e Bibiana em 09/08/1805.
5.Tomé Ferreira Fonteles, gêmeo, nascido a 28/12/1747, de cujo
parto faleceu a mãe. Casou-se com Maria José de Verçosa, filha
de Ângelo e Rosa Maria, a 27/11/1764. Maria José faleceu em
01/05/1785.

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6. Francisco Ferreira Fonteles (RIOS), gêmeo com o precedente,
nasceu e casou no mesmo dia que o irmão TOMÉ. O 1º matrimônio
foi com Inácia Ferreira de Verçosa, filha do já citado Ângelo. O
2º casamento foi com Ana Quitéria de Jesus, filha de João da
Fonseca Álvares e Maria Teresa de Jesus, a 04/08/1796. Faleceu
em 18/07/1815. Tronco da família RIOS.
07. Luiza Ferreira Fonteles, a filha natural, com a índia tapuia
[Maria Fernandes], batizada em 1718, casou-se, em 26/11/1733,
na Fazenda Tucunduba, com o português Caetano Soares
Monteiro, filho de Simão Marques Leitão e Catarina Soares
Monteiro, naturais de Sobral da Lagoa, Óbidos, Portugal.
Caetano foi vereador da Câmara Municipal de Fortaleza, eleito
em 28/07/1747, com posse em 04/01/1748. Luisa Ferreira faleceu
em 16/11/1794. Deste matrimônio nasceram 8 filhos, a saber:
Maria Soares, casou-se em 2411/1746, na Fazenda Tucunduba,
com João da Silveira Dutra, filho de Manoel Dutra e Josefa
da Silveira, naturais da Ilha da Madeira - Portugal. Ela faleceu
em 29/06/1765; e seu marido João da Silveira Dutra casou com
Maria da Conceição Araújo, filha do Cap. Gabriel Cristóvão de
Meneses e Bernarda Correia de Araújo, a 18/set/1766, na Matriz
de Amontada (p.101/102 e 237/38, Cron. Sobralense)
Gabriel Soares Monteiro, casou-se em 26/11/1778, com
Quitéria Coelho de Albuquerque, filha do Cap. Antônio Coelho de
Albuquerque e Joana Teixeira de Morais, na Fazenda Pau Caído.
Josefa Maria da Conceição, casou-se em 10/09/1769, na Capela
de Santana, com Francisco Rodrigues Magalhães, filho de João
Rodrigues Magalhães e Grácia Ribeiro de Sousa. Ela faleceu em
15/09/1776. Seria a origem dos Magalhães da nossa região?
Maria Madalena, casou-se em 21/11/1777, na Fazenda Olho
d’Água do Chora, com Miguel dos Santos Silva, filho de Manoel
dos Santos Silva e Maria da Conceição.
Manoel Soares Monteiro, casou-se em 22/05/1799, na Matriz
de Sobral, com Custódia Lourença Justiniana, filha de João Pereira
da Silva e Quitéria Maria de Sousa.
Ana Ferreira do Espírito Santo, casou-se em 18/11/1790, na

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Fazenda Olho d’Água do Chora, com João Rodrigues da Silva,
filho de Francisco Dias da Silveira e Ana Cardoso;
Francisca do Espírito Santo, casou-se em 28/10/1771, na
Fazenda Olho d’Água do Chora, com Mariano Rodrigues Moreira,
filho do Cap. Manoel Moreira Soares e Ana da Costa Teixeira.
Vicente, batizado em 01/05/1760. Sem outras informações.
Todos os grifos e destaques na relação dos filhos (e netos) de
MANOEL FERREIRA FONTELES são meus. Uma forma de
chamar a sua atenção – leitor, para os detalhes.
Maria Pereira faleceu de parto dos gêmeos, na Fazenda
Tucunduba, a 28/12/1747 (p. 162 – Cron.Sobr); e Manoel casou pela
2ª vez, em 28/05/1752 com Rosaura Maria de Mendonça, viúva de
Bento de Barros, falecido em 07/01/1752. Deste matrimônio não
houve filhos.
Mas, voltemos ao “sobrenome Fonteles”, de onde vem?
Após a transcrição do assento de batismo de Manoel, consta que o
Pe. Luiz Ferreira que o batizou, assim como sua madrinha Catharina,
eram tios maternos da criança, irmãos de sua mãe – Maria Ferreira,
e todos agregados da Casa do Fontelo, onde residiam.
A Casa do Fontelo, diz Pe. Sadoc (p.58), está situada a 2 km
da Matriz de Meixomil, tendo origem esse nome em um “pequeno
ribeiro, com tal nome...”. Lá também viveram os avós paternos e
os pais de Manoel. É daí – do lugar Fontelo – que vem o apelido
Fonteles, que Manoel adotou por sobrenome, no Brasil, e o transmitiu
à sua família. Seu nome, que deveria ser Manoel Ferreira Velho, foi
modificado para Manoel Ferreira Fonteles.
O capítulo do livro Raízes Portuguesa do Vale do Acaraú,
referido logo no início, destaca ainda a influência deste cidadão: um
dos pioneiros nas atividades agropecuárias, nos primórdios da nossa
colonização; o que havia aprendido na Casa do Fontelo procurou
aplicar no Vale do Acaraú. Também fundou uma escola na fazenda
Tucunduba, a primeira a funcionar nos sertões do Vale do Acaraú,
diz Padre Sadoc. Além de outros feitos, como por exemplo: o de
participar da construção da Capela de Santana do Acaraú, cuja bênção
se realizou em 09/08/1739; e de exercer o cargo de Juiz Ordinário da
Ribeira do Acaraú, com posse em 22/04/1746.

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FAMÍLIA VIDAL

Esta foi uma família bem difícil de identificar. Minha pesquisa


não evoluía linearmente, pois todos os que eu entrevistava eram
primos. Localizei muitos descendentes da família Vidal, mas em
cada grupo familiar começava tudo de novo, porque a raiz da família
tinha ficado nas imediações de Santana – povoados de Estreito e
Chora, basicamente; chamados por seus descendentes, simplesmente
“Sertão”.
A distância e a dificuldade de transporte da época, fizeram com
que esses “VIDAL”, que se estabeleceram aqui, não visitassem seus
pais, ou levassem seus filhos para conhecerem os avós; daí a escassez
de informação sobre suas origens.
Apostando no ditado “quem procura acha” continuei procurando.
Pergunto de cá, pergunto de lá, encontro um descendente, que manda
pra outro..., finalmente cheguei à casa do senhor DEUSDEDIT
(Deusdedit Vidal Fonteles - n.15/10/1919), já com a saúde debilitada,
mas totalmente lúcido. Teve muita boa vontade, e o pouco que sabia
me passou. Mostrou-me a certidão de batismo. Seu pai era Francisco
Vidal Fontelles n. 1873, casado com Emília Maria do Nascimento,
sua sobrinha; segundo o senhor DEUSDEDIT, ela era filha de Úrsula,
uma irmã de seu pai. Significa dizer, que Emília era filha de Úrsula
Maria da Conceição e Gregório Francisco de Menezes. Essa foi uma
descoberta importante, mas, teve outra ainda melhor. Ele me disse
– que ouviu de seu pai – que o nome VIDAL foi resultado de uma
promessa com Frei Vidal da Penha. Seu avô [bisavô de Deusdedit],
por ocasião do nascimento de um filho, num momento de agonia,
prometera que, se o parto fosse bem-sucedido, sendo homem se
chamaria Vidal, e se mulher, seria Penha. Nasceu homem, deu tudo
certo, então foi batizado com o nome de Vidal, e a partir de então
começou a família, pois foi adotado como sobrenome.

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O senhor Desudedit seria, então, neto do 1º Vidal, pelo lado
paterno, mas não lembrava do nome do avô; sabia que seu pai havia
lhe falado, mas a memória já não o ajudava.
De posse destas informações fui em busca de um neto paterno da
Úrsula, morador dos Tucuns – ODILON Francisco do Nascimento
(filho de José Francisco do Nascimento n.1888 e Raimunda Augusta
da Rocha). Este confirmou que sua avó veio do Estreito e que vários
outros irmãos, teriam vindo depois, e casado com pessoas do povoado
de Cruz, constituído família na região.
Seriam os seguintes, esses membros da família Vidal, cujos
cônjuges fui descobrindo ao longo da pesquisa – quase todos.
01 – Úrsula Maria da Conceição, casada com Gregório Francisco
do Nascimento, nascido em 24/02/1843, em Cruz.
02 – Maria do Carmo da Conceição, casou em 01/09/1868, com
João Muniz Rodrigues, viúvo de Luiza Manoel do Nascimento.
03 - Miguel Vidal Fontelles casou com Maria da Purificação de
Vasconcelos.
04 – Manoel Vidal Ferreira casou com Guilhermina Carneiro do
Espírito Santo, também do Estreito.
05 – João Pedro Vidal casou com Maria Júlia Vidal.
06 – Vicente Vidal - este era cego e não se casou.
07 – Francisco Vidal Fontelles casou com Emília Maria do Nascimento.
Todos esses dados enviei a Wellington, para que checasse com seu
trabalho de pesquisa nos microfilmes dos registros civis e religiosos.
O resultado, no que se refere ao nome do 1º VIDAL [que, seria o pai
das sete pessoas acima listadas, pelas informações colhidas], foi o
seguinte:
Úrsula – foi identificada, através do registro de batizado, como filha
de Vidal Ferreira Fontelles e Ana Joaquina da Conceição.
Maria do Carmo – seu registro de casamento diz que ela era filha
de Vidal Ferreira Fontelles [de Maria] e Ana Joaquina da [Soledade].
O mesmo nome foi novamente confirmado por ele, no 2º casamento
de Vidal Ferreira Fontelles de Maria, com Maria Muniz da
Conceição (filha de José Muniz Farrapo e Maria Antônia Rodrigues),

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em 12/02/1867. Este registro diz que ela era natural do Acaraú e
ele do Município de Santana. Ela nasceu em 1834 e faleceu em
29/11/1912, em Cruz. Seu registro de óbito informa que o casal tinha
três filhos vivos, em 1912, que seriam: Francisco Vidal Fonteles –
n.1873; Vicente Vidal – n.1876; Raimunda Filismina Vidal – n.1878.
Esta última não constava da minha lista. Os demais, suponho, sejam
filhos do primeiro casamento.
Como a variação de nomes nos registros da época é grande, e
temos uma boa diferença de tempo – entre o registro de batizado da
Úrsula e o registro de casamento da Maria do Carmo – é mais do que
provável que as duas sejam realmente irmãs, e filhas do primeiro
casamento de Vidal Ferreira Fontelles [de Maria]. O “de Maria”
pode bem ser o complemento da promessa; num parto difícil, quem
sabe, promessa da mãe...
Na seqüência a relação dos filhos de Miguel, Manoel e Francisco,
que continuaram o sobrenome Vidal. Do João Pedro, não descobri
nada. Maria do Carmo e Úrsula, conforme a cultura de então,
assumiram o sobrenome do marido, assim como seus filhos.

FRANCISCO VIDAL FONTELLES e Emília criaram 8 filhos:

01 - DEUSDEDIT VIDAL FONTELES - n.15/10/1919 casou com


Albertina do Nascimento Lopes, filha de Raimundo Nonato Lopes e
Maria Júlia do Nascimento.
02 – MODESTO VIDAL FONTELES casou com Maria Eulina Mendes,
fillha de João Mendes Ferreira e Maria Mendes da Silveira.
03 – MARIA VIDAL FONTELES, a mais velha, teria falecido em
2003 aos 83 anos. Casou com Pedro Pinto, filho de Maria Filomena
de Vasconcelos e Miguel Pereira Pinto.
04 – RAIMUNDA VIDAL FONTELES casou com Rafael da Rocha
Sousa, filho de João Geraldo de Sousa e Filomena Julia do Nascimento.
05 – GERALDO VIDAL FONTELES, n.15/02/1924 casou com
Maria Nazaré Mendes, n. 06/02/1926, filha de Francisco das Chagas
Mendes e Maria José de Jesus.
06 – FRANCISCO VIDAL FONTELES (Filho) casou com IZILMA,
filha de Manoel Rodrigues da Lagoa Salgada.

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07 – ANTÔNIO VIDAL FONTELES, também conhecido como
Valci, segundo seu irmão Geraldo, era casado com RAIMUNDA,
filha de um Santo Davi, do Sertão.
08 – JOSÉ VIDAL FONTELES casou com Sebastiana Braga, da Lagoa Salgada.

MANOEL VIDAL FERREIRA e Guilhermina criaram 5 filhos:

01 – ANTÔNIO VIDAL DA SILVA - n. 31/12/1891, no Chora


(Santana). Casou com Maria dos Anjos do Espírito Santo, da
mesma localidade. Ambos faleceram em Juazeiro, onde moravam
(Cruz); ela em 1960, ele 18/02/1973. Maria dos Anjos era filha de
José Lourenço da Cunha e Maria Amarante do Espírito Santo. Este
casal teve 10 filhos, entre eles o senhor Geraldo Vidal da Silva -
n.13/02/1936, em Cruz e casado com Margarida Maria Muniz em
20/07/1957. Ela, filha de Rita de Cássia Muniz e Manoel Araújo
Muniz. Foi o senhor Geraldo Vidal (e sua filha, Aparecida) que me
forneceram todas as informações sobre Manoel Vidal Ferreira, seus
filhos e, especialmente, a descendência de Antônio Vidal da Silva.
OBS.: na certidão de batismo, de Antônio Vidal da Silva (sob a guarda
de seu filho – Geraldo Vidal), consta que seus pais eram Manoel
Ferreira Fonteles e Guilhermina Maria de Jesus.
Observem que, o primeiro que relacionamos tinha o sobrenome
“Vidal Fonteles”, enquanto este outro, é “Vidal Ferreira”, e tem um
filho com o sobrenome “Vidal da Silva”. Tentei descobrir a razão
e o Sr. Geraldo Vidal contou-me o seguinte. Seu pai só se registrou
por ocasião do casamento Civil, e, como não gostava do sobrenome
“FERREIRA”, que identificava [aquele que trabalha com ferro],
nem do sobrenome da sua mãe “CARNEIRO” - que lembrava [um
animal], escolheu um sobrenome do seu agrado - o “SILVA”. Vale
lembrar que este não era um fato incomum, naquela época, outras
pessoas me relataram casos semelhantes.
Mas, voltemos aos filhos de Manoel Vidal Ferreira, ou Manoel
Ferreira Fontelles casado com Guilhermina Carneiro do Espírito
Santo, ou Guilhermina Maria de Jesus.

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02 – JOAQUIM CARNEIRO DA SILVA casou com Tereza Pastora
de Jesus, também do chora. Falecida em 1960, em Cruz (Tucuns).
Ela, filha de Miguel Vidal Fonteles e Maria da Purificação de
Vasconcelos.
03 – MENANE VIDAL FERREIRA, sem informações.
04 – JOSÉ VIDAL FERREIRA casou com Francisca, também filha
de José Lourenço da Cunha e de Maria Amarante do Espírito Santo.
05 – FRANCISCA VIDAL DA SILVA casou com Manoel do
Nascimento Teles, também do Estreito. Santa, como era conhecida, era a
mãe do Sr. Generino, residente em Cruz, onde deixou descendência.

MIGUEL VIDAL FONTELES e Maria da Purificação: 5 filhos

01 – TEREZA PASTORA DE JESUS casou com Joaquim Carneiro


da Silva, filho de Miguel Vidal e Guilhermina, identificados no item
anterior.
02 – JOAQUIM ÂNGELO FONTELLES casou com Cristina Maria
de Farias, filha de Antônio José de Farias e Maria Cristina, também
conhecida como Maria Gregório. Ângelo e Cristina são os pais de
Maria Ângela Farias, esposa de Raimundo Raphael de Vasconcelos,
ambos já falecidos.
03 – JOSÉ THOMÉ FONTELES, n.1882 casou com Ana Lourdes
Fonteles da Silveira, n. 08/04/1891, filha de Inácio Fonteles da
Silveira e Francisca Maria da Silveira. No registro de Casamento
Civil deste filho (localizado por Wellington), seu pai aparece como
Miguel Ferreira Fontelles.
04 – MIRINO VIDAL (ou algo parecido – sem informações).
05 – MANOEL VIDAL - idem.
O que o sobrenome “Fonteles”, tão constante na família Vidal,
tem a ver com o português Manoel Ferreira Fonteles, o ADÃO do
Vale do Acaraú, no dizer do Pe. Sadoc? Vou ficar devendo essa.

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PRIMEIROS PROFESSORES

A ficha completa dos primeiros professores é algo impossível de


se conseguir. Aliás, como toda informação histórica sobre os nossos
antepassados. O que nos chegou até hoje é fruto da tradição oral,
que, como sabemos, ao passar de uma geração para outra [muita
coisa] vai se perdendo.
Para não dizer que não há nada escrito sobre eles vamos
reproduzir aqui um pequeno comentário de Nicodemos Araújo, livro
“Município de Acaraú – Notas para sua História” (p.325), dentro do
capítulo referente ao distrito de Cruz – item “Instrução e Cultura”.
“O mestre Antônio Rafael de Vasconcelos foi o pioneiro do
magistério na hoje vila de Cruz. Isto aí pelo ano de 1890. Continuaram-
lhe a nobre missão, os seguintes mestres: - Francisco Ferreira do
Nascimento, em 1895; João Pereira, subvencionado pela Prefeitura,
em 1908; Antônio Severo, em 1910; Professoras: Filomena Martins
dos Santos, em 1919; Ana Ferreira Cruz Nascimento, em 1950;
Geralda Miranda dos Santos, em 1952, as quais já se aposentaram,
bem como, as professoras municipais Maria Lindaura Araújo, Maria
Miraci de Farias Muniz e outras.”
Cabe acrescentar, que parte destes dados, também foi colhida da
lembrança popular, pois não se tem notícia que houvesse contrato com
o Município, ou com o Estado para remuneração desses professores,
pelo menos antes de 1900; embora a instalação do Município de
Acaraú tenha ocorrido em 05/02/1851. O que apurei, nas entrevistas
com pessoas que estudaram – ou que conheceram alguém que
estudou com eles – é que os pais dos alunos compartilhavam entre si
o custo da alfabetização dos filhos.

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A carência de professores na época era grande. Assim, quem
tinha condições para assumir o “ofício” na sua casa, atuava junto
a sua comunidade. Mas, na maioria das vezes, o professor (quase
sempre uma professora) vinha de outro povoado e ficava na casa
de alguém que pudesse abrigá-lo, por uns tempos. Nossos pioneiros
foram uns heróis. Tanto os professores como os pais, e também os
alunos, pela imensa boa vontade e o esforço conjunto para implantar
os alicerces da educação.
Os homens estudavam muito pouco, pois geralmente, só iam
à escola no período da entressafra – entre o final do inverno e o
preparo dos roçados, e outras atividades do campo – uns três meses
por ano; era o tempo que eles tinham para aprender a ler e escrever,
pois nem todos podiam voltar à Escola na próxima temporada. Já a
mulher não tinha esse problema, a dificuldade delas era outra; muitos
pais entendiam que mulher não precisava estudar, uma vez que
sua função era casar, ter filhos e cuidar deles, do marido e da casa.
Tempos difíceis Aqueles! Eles nem sonhavam com essas facilidades
que a escola de hoje oferece, a começar pela luz elétrica.
O livro “O Município de Cruz”, do mesmo autor (p. 89), traz
informações do gênero, e outras complementares, como a inauguração
da 1ª Escola na então Vila de Cruz, em 02/02/1951, pelo Prefeito
interino de Acaraú – Joaquim Rodrigues de Oliveira Magalhães, um
bisneto de Francisco Teixeira Pinto.
Em virtude de não se conhecer o período exato em que cada
uma dessas pessoas exerceu o magistério, nem a data de nascimento
de todas elas, estou relacionando-as em ordem alfabética. Não
quero dizer que estes sejam os únicos professores, foram os que
consegui identificar, relativamente à fase mais antiga, com atuação
na jurisdição atual do nosso Município.
1º - ANTÔNIO RAPHAEL DE VASCONCELOS (N.24/10/1840 – F.10/06/1911)
Este foi o primeiro professor da Vila de Cruz.
Era filho de Manoel Antônio de Vasconcellos e Rita Francisca
de Jesus. Estudou em Pernambuco, no Seminário. Seus pais o
queriam padre, ele porém, preferiu a vida com dona Antônia
Cândida da Conceição.

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Período: 1890 ...
Depois, quando se mudou para o Capim, em data que não descobri,
continuou dando aulas lá, ou no Angico, que era próximo.

2° - ANA FRANCISCA CRUZ NASCIMENTO (N.02/04/1916 – F.04/03/2007)


D. Naninha, como ficou conhecida, era filha de João Batista
da Cruz e Vicença Ferreira Lima. Morava em Acaraú, quando
foi contratada como Professora, e exerceu seu ofício em várias
localidades: Lagoa Salgada, Lagoa Velha, Jenipapeiro e Cruz.
Casou-se em 30/06/1940 com um cidadão cruzense – Geraldo
Vasconcelos do Nascimento, mais conhecido como Geraldo
Malaquia. A partir de 1951 (segundo seu esposo), passou a
lecionar na própria casa, que ficava em frente à porta principal
da Igreja. Ela foi minha segunda professora.

Período: 1935 até aposentar-se


3° - FILOMENA MARTINS DOS SANTOS

Dona “Filó” (Camirino), assim era tratada. Era natural de Acaraú.


Também ensinava na sua residência e, de acordo com vários
de seus ex-alunos, ela morou em diversas casas, no chamado
“Quadro”, atualmente mais identificado como Praça da Matriz.
Também teria ensinado nos Tucuns, na década de 40, sendo
substituída em 1946, aproximadamente, por Maria Lindaura de
Araújo (filha do senhor Celso Araújo) segundo me informou o
senhor José Nemézio.

Período: 1919 até o final da década de 40, talvez...

Entre os habitantes de Cruz, maiores de 70 anos – muitos


lembram de ter estudado com ela. Entre eles, meu pai, que foi
seu aluno por volta de 1933. E dona Rita Ferreira de Freitas - em
1925, aproximadamente, no dizer de seu filho, Alônsio Marques
de Freitas. Não descobri nenhum aluno anterior a 1925.
Entretanto, como 1919 foi a data de sua nomeação (conforme

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comentário de Nicodemos de Araújo, reproduzido no inicio),
sendo ela natural de Acaraú é provável que tenha lecionado
por lá, nos primeiros anos de seu contrato, e só posteriormente
transferida para a Vila de Cruz.

4º - GERALDA MIRANDA DOS SANTOS (N.30/07/1919 - F.23/04/2000)

Dona Geralda também era de Acaraú, filha de Francisco Felício


dos Santos e Raimunda Miranda dos Santos. Casou-se em Aranaú,
em 1943, com Antônio Medeiros de Sousa, conhecido entre nós
como “Antônio Petronilia”. Ela foi nomeada em 08/fev/1939
e lecionou em várias localidades: Acaraú, Pitombeiras, Lagoa
da Volta e Cruz, para onde veio transferida em 12/05/1951, e
ensinou até se aposentar, morando no próprio prédio do Estado.

Período: 1939 até aposentar-se.


Essa foi minha primeira professora, aliás, nem foi ela, pois a
mesma estava de licença maternidade e quem a substituiu foi
seu esposo, que acabou sendo meu primeiro professor.

5° - GRACIANO CARDOSO

Este foi professor durante um ano, apenas, na Ilha do Juá. Era


alguém de fora que passou uns tempos no povoado. Meu pai
(Zeca Muniz) estudou com ele neste período, assim como alguns
contemporâneos dele.
Período: 1940, aproximadamente

6º - JOÃO PEREIRA DUTRA (N.1847)

O Professor João Pereira era filho de Antônio Pereira Pinto e


Floriana Maria da Conceição. Casou 2 vezes: 1º com Maria
Cleofas de Jesus e depois com Joanna Maria de Sousa, e morava
na Lagoa Salgada, onde foi professor. Infelizmente não localizei
nenhum dos seus ex-alunos.
Período: 1908, em diante.

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Em maio de 2008 descobri um caderno de anotações de João
Evangelista de Vasconcelos (João Lúcio) onde consta que,
em 1916 o senhor Antônio Raimundo convidou uns amigos
e contratou um professor da Lagoa Salgada para ensinar no
Tabuleirinho. João Pereira Dutra, a quem ele se refere como
um bom mestre, e que teria levado duas moças que também
ensinavam. O tio João Lúcio completa dizendo que seu estudo
resumiu-se em três verões, exatamente os de 1916, 1917 e 1918,
pois no inverno o caminho do Capim para o Tabuleirinho ficava
muito ruim e seu pai o tirava da escola. E que 1919 foi ano de
seca, e ele foi tratar do gado e esqueceu da escola; mas não diz
se o professor João Pereira continuou ensinando lá ou não.
7º - JOSÉ FABIÃO PEREIRA (N.20/01/1872 – F.19/06/1953)
Conhecido como “Professor Fabião”, casado com Anna Maria
de Sousa, era filho de João Pereira Dutra e Maria Cleofas de
Jesus. Também morava na Lagoa Salgada, onde deu continuidade
ao trabalho de seu pai.
Período: 1935 , em diante.
O período foi informado pelo senhor José Nemézio, que estudou
com ele em 1942, mas lembrava que em 1935 José Fabião já era
professor.
8° - MACÁRIO JOSÉ DE FARIAS (N. 01/04/1879 – F.06/02/1961)
Macário, casado com Rufina de Oliveira Magalhães, era filho
de João Evangelista de Menezes e Geralda Maria da Conceição.
Morava nas Porteiras, onde começou seu ofício, ensinando em sua
casa de 1924 a 1925. Depois teria lecionado na Lagoa dos Patos
na casa do senhor Lucas Pinto no período de 1926 a 1933, e por
fim, numa Colônia de Pescadores, em Pajusé de 1934 a 1937.
Período: 1924 a 1937

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Informações aproximadas, fornecidas por Maria Alice de Menezes
Araújo, também residente em Porteiras (hoje é falecida).
9º - MANOEL PEREIRA PINTO (ou Vicente, segundo Wellington).
Este era o pai de Miguel Pereira Pinto, casado com Filó
Pereira, moradores da Lagoa Salgada, onde ele, segundo sua
bisneta (Rosalina de Menezes) foi um dos professores, embora
desconheça o período. E não localizei ninguém que soubesse
informar se foi antes, ou concomitante com o João Pereira Dutra.
Aliás, o pai deste último é Antônio Pereira Pinto. Quem sabe se
ele não era irmão do Manoel Pereira Pinto?
10 - MARIA ALICE DE MENEZES (N.05/05/1925, falecida em 2008)
Citada no item referente ao Macário José de Farias. Era casada
com Geraldo Muniz de Araújo, e filha de Sixto Romão de
Farias e Filomena Apolônio de Menezes. Morava na localidade
de Porteiras e lecionou lá, em sua casa de 1938 a 1939 e em
Aningas, de abril a outubro de 1948, na casa de Luiz João de
Farias casado com Rita Muniz de Albuquerque.
Período: 1938, 1939 e 1948
11 - RAIMUNDA ELVIRA BRANDÃO (N.21/01/1891 – F.27/02/1979)

“Raimundinha do Ludugero”, como ficou conhecida, era filha


de Teotônio Pereira Brandão e Rita Maria de Sousa. Casada com
Ludugero Marques de Souza morava na Lagoa Salgada, onde
exerceu o magistério.
Período: a partir de 1948, segundo seu filho, José Nemézio.
14 - MARIA DE FÁTIMA RODRIGUES BRANDÃO
Período: 1958 a 1965
Dona Fátima, como era tratada por seus alunos, também era
natural de Acaraú, e não temos sua biografia. Eu até agendei
um encontro com ela no final do 1º semestre de 2008 para tratar

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desse assunto, infelizmente houve um imprevisto e ficamos
de acertar uma nova data, o que acabou não acontecendo. Sua
vinda para o nosso povoado está ligada à criação da paróquia
e conseqüente nomeação do nosso 1º vigário – Pe. José Edson
Magalhães, cuja posse ocorreu em 06/abr/1958.
Detalhe: nosso primeiro vigário também é descendente das
primeiras famílias de Cruz, sendo trineto do Francisco Teixeira
Pinto e Anna Maria de Jesus, pelo lado paterno.
O Pe. Edson (hoje Monsenhor Edson) deu um novo impulso
à educação em Cruz, fundando em 04/mar/1959 o Instituto São
Francisco, que passou a funcionar na Casa Paroquial. E para dirigir
esta nova Escola convidou a professora Maria de Fátima Rodrigues
Brandão, diplomada no Colégio de Acaraú - CE, portanto, dispondo
de muitos recursos didáticos que os professores anteriores nem
conheciam. Foi a partir desta data que se deu a implantação do ensino
básico em nossa cidade, organizado de forma regular (à época, Curso
Primário). Com o passar do tempo não dava mais para acomodar
na Casa Paroquial a quantidade de alunos e o Padre Edson, num
esforço conjunto com as famílias locais providenciou a construção
do Prédio Paroquial que recebeu o nome de Instituto Fundamental
São Francisco, onde nossa Escola passou a funcionar de maneira
mais adequada.
Dona Fátima exercia o magistério em tempo integral, dividindo
o tempo de forma a deixar espaço para os ensaios relacionados às
atividades artísticas. Ensaios estes que aconteciam na casa da minha
avó – dona Geralda – onde ela morava nos primeiros tempos.
Este foi um período rico em movimentos culturais. E eu falo
com conhecimento dos fatos, pois tive a felicidade de viver esta
época. Realizavam-se constantes saraus, onde os dons artísticos dos
educandos desenvolviam-se, através de apresentação de peças de
teatro, poesia, canto e dança. A integração entre os jovens de então
despertava lideranças que organizava o lazer com jogos, piqueniques,
tertúlias. Isso apesar das dificuldades e restrições da época.

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Hoje, passados tantos anos, e aprendido um pouco mais, entendo
porque os “educadores escritores” defendem tanto a Arte como
veículo importante no trabalho de desenvolvimento da capacidade
criativa do indivíduo. “... ela proporciona a harmonia da alma,
desperta a sensibilidade e promove estados de espírito adequados à
aprendizagem intelectual e à prática moral”.
Naturalmente que houve a colaboração dos pais nesse processo.
O educador sozinho, sem o compromisso da família não consegue
milagres. Havia um consenso entre os pais, a professora e o padre,
que era o “Comandante in Chefe”, da cidade.
Este ciclo encerrou-se com a morte do Monsenhor Sabino de
Lima Feijão, que levou o Padre Edson para o Acaraú em 05/set/1965,
quando assumiu aquela paróquia; e dona Fátima permaneceu em
Cruz até o final do ano letivo de 1965.
O novo pároco – Padre Manoel Valdery da Rocha, natural de
Morrinhos, tomou posse em 12/09/1965 e continua conosco até hoje,
mesmo residindo parte do tempo em Sobral. Ele deu continuidade
ao processo educativo, expandindo-o e trazendo ao nível que
conhecemos hoje. Construiu, também junto com a comunidade,
outro prédio onde a partir de 1972 passou a funcionar a Escola
Fundamental São Francisco, com 1º e 2º graus, hoje um grande
Centro Educacional, dirigido pelas as Irmãs Missionárias do Coração
de Jesus, cuja casa é integrada à dita Escola, mais conhecida como o
“Colégio das Irmãs”.

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HISTÓRIAS

INTERESSANTES

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A PEDRA QUASE MILAGROSA

A famosa “Pedra do Capim” é conhecida de todos desta cidade


de Cruz. Quem ainda não experimentou a sua eficiência tem algum
parente ou conhecido que dela já se beneficiou. Em janeiro de 2008,
quando resolvi inserir neste livro a história da mencionada pedra,
procurei sua atual guardiã, para poder contá-la o mais fielmente
possível. Gentilmente a dona Rita me passou os dados gerais, do seu
conhecimento, e para outros detalhes que solicitei, ela me aconselhou
a procurar o Quincas (filho do tio João Lúcio) que podia saber mais
alguma coisa, pois havia guardado as anotações de seu pai.
Abro aqui um parêntese para contar que, hoje, quando estive
entrevistando a Rita pra escrever esta matéria - já com meus “60
janeiros” pude matar minha curiosidade. Vi a famosa pedra, que
na verdade nem parece uma pedra. A mim pareceu aqueles ímãs
de geladeira, menos de 5 cm de cumprimento por l cm de largura,
aproximadamente. A espessura então, nem se fala, poucos milímetros.
E sempre foi daquele tamanho, garante a Rita, não houve desgaste
pelo uso ou ação do tempo.
Conforme sugerido fui ao Jenipapeiro, onde tive a oportunidade
de ler a história desta maravilhosa pedra, diretamente no caderno
de anotações do tio João Lúcio (graças à boa vontade de Quincas
e Lili). Vale lembrar que João Lúcio já tinha 20 anos quando sua
mãe fez essa importante aquisição, e ele participou dela, portanto, os
detalhes anotados por ele são dignos de crédito. Em linhas gerais é
essa a história que ora registro, para conhecimento de todos.
A pedra supra referida teria sido adquirida em 1927, de um
farmacêutico comboieiro, por 50 mil réis. Esse homem, que se
chamava Alfredo, era também metido a médico, e costumava se
arranchar no Capim, segundo as mencionadas informações.

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Era costume da época dar pousada aos viajantes cansados. E dona
Raimundinha do Capim era muito generosa com os viajantes que
passavam por lá. Conta João Lúcio (1907/1997) que numa dessas
viagens em que o farmacêutico se arranchou em sua casa, teria dito
à sua mãe: “tenho um segredo pra lhe vender” e, chamando-a em
particular foram conversar no alpendre. Ele, porém os acompanhou
dizendo que também queria saber do que se tratava. Ali o farmacêutico
tirou de dentro de uma caixinha, a dita pedra, que mostrou como um
poderoso objeto para extrair veneno de quem fosse picado por bicho
ou inseto venenoso. “Esta pedra é ideal para a senhora, que mora
num local distante de médico e cercada de muitos perigos”, teria dito
o hábil vendedor. E passou a explicar os procedimentos para uso da
pedra: “quando alguém for mordido por uma cobra, ou algum inseto
venenoso, passe um algodão com álcool sobre o local e também na
pedra, e coloque-a sobre a marca da picada; se a pedra não grudar é
porque não há veneno, mas, se ela grudar deverá ficar no local até
que se solte sozinha, pois é quando todo o veneno já foi extraído”.
Recomendou ainda, que a pedra fosse guardada com muito cuidado.
E mais, que ela não fosse tocada e nem vista por mulher alguma com
menos de 60 anos, só depois da menor-pausa.
Mostradas todas as vantagens da pedra milagrosa ele disse o preço
– 50 mil réis. Percebe-se que não foi sem motivo que seu Alfredo quis
falar em particular; dona Raimundinha achou muito caro, segundo
as informações de João Lúcio, essa quantia era equivalente ao preço
de duas arroubas de cera de carnaúba. Mas, o vendedor teria dito:
“a senhora me conhece, lhe dou garantia, se não for como estou
lhe dizendo, na próxima viagem lhe devolvo o dinheiro e recebo a
pedra de volta”. Dona Raimunda e seu filho consideraram que, se a
pedra funcionasse mesmo valia o dinheiro. Então venderam a cera e
compraram a pedra.
Algum tempo depois, ANA, filha de dona Raimunda, foi picada
no calcanhar por uma jararaca. Já era noite e, em meio à agonia
geral, João Lúcio lembrou da pedra. Pediu a sua mãe e ele mesmo
tomou as providências conforme recomendadas pelo farmacêutico.
Foi o grande teste de validade da pedrinha, que para sorte de Ana,

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funcionou, salvando-lhe a vida naquele dia, abaixo de Deus. E de lá
para cá, continuou limpando veneno do sangue de muita gente.
Raymunda Nonata de Vasconcelos nasceu em 27/05/1868, lá
mesmo na localidade “Capim”, e já era viúva nessa ocasião. Seu
marido, Lúcio Teixeira de Vasconcelos faleceu em 1923. E segundo
contam os descendentes de dona Raimunda (e seu Lúcio do Capim)
eram duas as pedrinhas vendidas naquela época. A outra teria
ficado com uma família da Santa Rita, que não tomou os cuidados
necessários e acabou perdendo-a. Mas, a pedra do Capim foi cuidada
como uma jóia rara. Primeiro pela sua proprietária - D. Raimunda;
depois ficou com sua filha Úrsula até seu falecimento, quando passou
para o Manoel Jacinto, sobrinho e filho adotivo desta. Por último
está com a Rita de Cássia Moura, viúva do Manoel Jacinto e também
neta de dona Raimunda.
Contar alguma história das tantas pessoas que chegaram ao Capim,
quase mortas, carregadas em redes (a melhor forma de transportar
alguém doente naqueles tempos) e saiam andando é desnecessário;
pois desde os mais idosos ainda vivos em nosso meio, até os da
minha geração, todos conhecem a importância desta pedra na saúde
do nosso povo, assim como da generosidade de seus proprietários e
herdeiros, que sempre receberam e acomodaram os doentes em sua
casa em qualquer hora que por lá apareciam, prestando o socorro ao
seu alcance, sem cobrar nada por isso. O soro antiofídico, naquele
tempo, era algo tão distante da realidade das pessoas que não se
podia contar com ele a tempo de salvá-las da morte. Significa dizer
que, ser picado por determinado tipo de cobra venenosa e não chegar
a tempo pra colocar a pedra era morte na certa.
Mas, para não encerrar esta história sem contar nem um “causo”,
escolhi este que conheci durante minha conversa com a Rita. Em 2002
ou 2003, uma freira da Serra de Pirituba - Sobral, que já tinha passado
por muitas cirurgias e enxertos por causa da picada de um inseto, que
a deixou numa cadeira de rodas, usando fraldas e sem possibilidades
de cuidar de si mesma, ficou sabendo da pedra pelo Padre Valderi,
e não teve dúvidas, veio à Cruz, sendo levada até a Macajuba pelo
Bureta, juntamente com a enfermeira que a acompanhava. Lá ela até

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dormiu, pois a pedra ficou colada no local por umas quatro horas.
E, depois disso, diante dos olhares ansiosos de todos, ela levantou
sozinha e pediu pra ir ao banheiro, dispensando a enfermeira que
tentou ajudá-la. Quando saiu de lá estava felicíssima, já tinha jogado
seu fraldão no cesto e caminhava normalmente, agradecendo a Deus
e dizendo coisas lindas da pedrinha que lhe devolveu os movimentos,
contou-me dona Rita.
E se tem alguém pensando que a pedrinha já não faz mais
sucesso, pelo fato da cidade já contar com médicos e um sistema
de saúde organizado, enganou-se. O tal soro antiofídico, ainda não
é tão disponível, nem tão conhecido, na nossa cidade. E, até chegar
a Fortaleza ou a outra cidade que disponha deste antídoto e ser
atendido... se o bicho for dos brabos...nem é bom pensar. Deve ser
por isso que, até mesmo os médicos que conhecem o efeito da tal
pedrinha, recorrem a este recurso encaminhando pacientes, de vez
em quando.

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PRIMEIRO ACIDENTE DE AUTOMÓVEL

VÍTIMA: José Milton Nascimento (Zé Milton, hoje residente em


Goiânia), filho de Raimunda Muniz do Nascimento e José Raimundo
Nascimento, mais conhecido como Zeca Malaquia.

AGENTE: Padre Sabino de Lima Feijão, pároco de Acaraú

Foi logo nos primeiros dias da festa de São Francisco da Cruz,


por volta de 1954 – segundo ou terceiro dia, lembra o Zé Milton – no
espaço em frente à rua conhecida como “a Rua dos Silveira”, onde
foi montado o Parque de Diversões, naquela época de propriedade
de Inácio Costa, genro do tio Mundin.
Depois da novena, à noitinha, ainda sem luz elétrica, de repente
aparece o Padre Sabino brincando no seu Jeep novo. E brincar era
algo que ele adorava, quem o conhecia não descuidava perto dele.
Pois é, a praça cheia de gente, e, não mais que de repente, ele aparece
e dá uma buzinada. O povo, sem muita intimidade com aquelas
máquinas, corre assustado, em todas as direções.
Não se sabe que dança dançou o Zé...que o pneu do carro passou
por cima do seu pé. Coitado do Zé! Acabou a festa pra ele, mesmo
hospedado em frente à Igreja.
Dona Naninha, casada com seu tio Geraldo foi quem cuidou
da fratura: com reza, clara de ovo e mastruz, conta ele. O pé ficou
torto, para dentro. E ainda podia ser pior, se a rua não fosse de areia,
observa seu irmão que também estava no Parque e presenciou o
acidente. Zé Milton disse que, quando finalmente teve condições
para consultar um ortopedista achou que não valia mais a pena quebrar
o pé pra consertá-lo.
Perguntei-lhe se o Padre não tinha ficado com remorso depois,
se teria oferecido o Jeep para levá-lo ao médico ou algo do gênero.
Ele riu e disse que não. Que o Padre ia lá saber como ele estava, mas
era só de curioso.

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Aqui pra nós, eu acho que o “Zé Milton” ficou ressentido.
Também não era pra menos, perder a festa da Cruz - a melhor época
do ano para os jovens arranjar namorada...!

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LAGOA DOS MONTEIROS

Essa lagoa teria sido descoberta, por Manoel Monteiro, que


morava nos seus arredores. Em razão disso ela passou a ser chamada
“a lagoa dos Monteiros”. O nome ganhou o tempo e acabou ficando,
incorporando-se ao lugar, sendo esta a origem do nome da localidade
“Monteiros”.
Esta informação me foi dada por um bisneto de Manoel José
Monteiro, bem conhecido entre nós, o senhor ALONSIO MARQUES
DE FREITAS, neto pelo lado paterno de José Marques de Freitas e
Maria Madalena Monteiro. Esta, conforme registro de casamento de
um de seus filhos (Manoel Antônio - Livro B-3, fl.7v, Cartório de
Acaraú) chamava-se Maria Madalena do Espírito Santo.
MARIA MADALENA, segundo seu neto Alonsio, era filha do
já referido Manoel José Monteiro que era casado com Tereza Maria
de Jesus. O casal teria vindo do Trairi e, morado em alguns outros
lugares antes de se fixar nas imediações da lagoa que acabou dando
nome ao povoado de Monteiros.

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ÁRVORE GENEALÓGICA

Durante o paciente de trabalho de pesquisa para montagem deste


livro, levantei e organizei uma árvore genealógica de 3.500 pessoas,
aproximadamente.
Não pretendo guardar dados tão importantes e de interesse geral,
apenas para minha apreciação. A idéia é disponibilizá-la na internet
para quantos desejem pesquisá-la.
E para tanto, logo após o lançamento deste livro estarei buscando
uma forma de fazer isso, inclusive fazendo contato com o Wellington
para ver se ele pode participar deste projeto, uma vez que, com as
suas pesquisas nos microfilmes dos registros civis e religiosos mais
antigos ele montou uma árvore genealógica muito maior que a minha.
Temos inclusive trabalhado na conferência de várias famílias para os
ajustes necessários, mas isso leva tempo, e ele trabalha e estuda,
além de morar em São Paulo. Mas, no que depender da nossa boa
vontade ela estará disponível, no menor tempo possível.

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BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO, Padre Francisco Sadoc de. - Raízes Portuguesa do Vale do


Acaraú – Editado em Sobral em 1991; e Cronologia Sobralense
– Ed. Cearense, Fortaleza, 1974.
ARAÚJO, Nicodemos. – O Município de Acaraú – Notas para sua
História – editado em 1971, pelo Departamento de Imprensa
Oficial do Ceará; Capitão Diogo Lopes – Notas Biográficas
– editado em 1978, pela imprensa universitária - UFC; e O
Município de Cruz – Editora R. Esteves Tiprogresso Ltda,
Fortaleza, 1989.
SUDEC /1933 – Datas de Sesmaria (14 vol + 1 índice)
Historiadores: Antônio Bezerra e Eusébio de Sousa.
SUDEC/1979 – Sesmarias Cearenses – Distribuição Geográfica
Autor: Thomaz Pompeo Sobrinho
LINKS DA IGREJA de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
ACARAÚ - PAROQUIAIS
http://www.familysearch.org/Eng/Library/fhlcatalog/supermainframeset.a
sp?display=titledetails&titleno=1041089&disp=Registros+paroquiais%20
%20&columns=*,0,0
ACARAÚ - CÍVIL
http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.
asp?display=titledetails&titleno=468663&disp=Registros+civis%20%20
&columns=*,0,0
Acaraú - civil notas
http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.a
sp?display=titlefilmnotes&columns=*%2C0%2C0&titleno=468663&disp=
Registros+civis
BELA CRUZ - PAROQUIAL
http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.a
sp?display=titledetails&titleno=1041078&disp=Registros+paroquiais%20
%20&columns=*,0,0
bela cruz - paroquial notas
http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.as
p?display=titlefilmnotes&columns=*%2C0%2C0&titleno=1041078&disp=
Registros+paroquiais
bela cruz - civil

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http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.
asp?display=titledetails&titleno=468669&disp=Registros+civis%20%20
&columns=*,0,0
bela cruz - civil notas
http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.a
sp?display=titlefilmnotes&columns=*%2C0%2C0&titleno=468669&disp=
Registros+civis
CRUZ - CIVIL
http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.
asp?display=titledetails&titleno=972974&disp=Registros+civis%20%20
&columns=*,0,0
cruz - civil notas
http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.a
sp?display=titlefilmnotes&columns=*%2C0%2C0&titleno=972974&disp=
Registros+civis
JIJOCA DE JERICOACOARA - CIVIL
http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.
asp?display=titledetails&titleno=972975&disp=Registros+civis%20%20
&columns=*,0,0
jijoca de jericoacoara - notas
http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.a
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Registros+civis
SANTANA DO ACARAÚ - PAROQUIAL
http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.a
sp?display=titledetails&titleno=1045579&disp=Registros+paroquiais%20
%20&columns=*,0,0
santana do acaraú - paroquial notas
http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.as
p?display=titlefilmnotes&columns=*%2C0%2C0&titleno=1045579&disp=
Registros+paroquiais
SANTANA DO ACARAÚ - CIVIL
http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.
asp?display=titledetails&titleno=468677&disp=Registros+civis%20%20
&columns=*,0,0
santana do acaraú - civil notas
http://www.familysearch.org/eng/library/fhlcatalog/supermainframeset.a
sp?display=titlefilmnotes&columns=*%2C0%2C0&titleno=468677&disp=
Registros+civis

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ANEXOS

ANEXO I
Gráficos

ANEXO II
Certidões

ANEXO III
Cordel

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ANEXO I

GRÁFICOS DE FAMILIA

Relacionamos aqui o nome das pessoas que encabeçam cada


gráfico, objetivando dar aos descendentes das diversas famílias que
se ligaram pelo casamento, um parente conhecido, como ponto de
ligação, entre o presente e o passado. O critério de escolha dessas
pessoas, além da proximidade, comigo facilitando o levantamento de
dados, foi o maior número de gerações identificadas, possibilitando
através delas, o agrupamento de muitas das antigas famílias.

01 – Ignez Silveira Araújo


02 – Jaime Pereira de Farias
03 – João Bosco Nascimento
04 – Maria Alice do Nascimento
05 – José Livino de Menezes
06 – José Valci da Costa
07 – Maria de Fátima Vasconcelos
08 – Maria Marluce Menezes
09 – Marina Maria de Farias
10 – Raimundo Horácio de Freitas (Raimundo Gabriel)
11 – Sebastião Luiz de Vasconcelos
12 – Wellington Muniz de Souza

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ANEXO II

TÍTULO DE ELEITOR, CERTIDÕES E BATISTÉRIO

Através dos pais e avós das pessoas, objeto dessas certidões, os


leitores poderão descobrir seus bisavós e até tataravós, dependendo
da faixa etária de quem faz a consulta.

01 – Antônio Muniz Rodrigues - Titulo de Eleitor

02 – João Muniz Rodrigues – Certidão de Óbito

03 – Thomazia Maria da Conceição – Certidão de Óbito

04 – Cândida Rita de Vasconcelos – Certidão de Nascimento

05 – Cristina Maria de Menezes – Certidão de Nascimento

06 – Raimundo Antônio de Vasconcelos – Certidão de Nascimento

07 – Albano José da Silveira – Certidão de Casamento

08 – José Fabião Pereira – Certidão de Casamento

09 – Manoel Raimundo de Albuquerque – Certidão de Casamento

10 – Thomaz Francisco de Souza – Certidão de Casamento

11 – Miguel Albano da Silveira - Batistério

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ANEXO III

TRANSCRIÇÃO DE UM ROMANCE

tipo “literatura de cordel”, cuja 1ª cópia consegui em 1998, como


sendo de autor desconhecido; e que hoje, após muitas pesquisas já
identifiquei seus autores – JOSÉ LIVINO DE MENEZES E JAIME
PEREIRA DE FARIAS, ambos sendo, respectivamente, bisneto
e trineto do Capitão Theotônio Francisco de Menezes. O 3º autor
também trineto do Cap. Theotônio, pelo lado materno – RAIMUNDO
HORÁCIO DE FREITAS (conhecido como Raimundo Gabriel) -
fez os versos de nº 64 a 69 correspondente à descendência de seu
avô Lúcio Teixeira de Vasconcelos conhecido como Lúcio do Capim
(meu bisavô).

Como isso é uma transcrição, nada está sendo alterado, a não


ser alguns erros de ortografia e pontuação. Somente a formatação
é minha (isso inclui a numeração dos versos e símbolos diferentes
para o casamento de cada geração), pois quis chamar a atenção para
as datas e nomes, além de destacar bem a descendência de cada filho
do Francisco Teixeira Pinto.
É importante registrar que este romance é a soma de três cópias,
quatro com esta transcrição. A primeira, referida no início, vai até o
verso 69; a 2ª pertencia ao senhor Miguel Albano e me foi emprestada

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por seu neto José Benedito, vai até o verso 76; a terceira era um
caderno da professora Maria Marluce Menezes (vai até o verso 188),
trineta de Antônio Farias de Menezes, avô de José Livino e bisavô do
Jaime - os autores deste romance. Significa dizer que, cada vez que
alguém fazia uma cópia [não confundir com xérox] alguns nomes ou
datas saiam diferentes (Francisco em vez de Francisca, Antônio por
Antônia, etc.) talvez pela dificuldade de entender a letra manuscrita,
ou o cansaço pela quantidade de versos a copiar, o certo é que, os nomes
que não conseguimos checar, na pesquisa de cartório ou dos documentos
paroquiais considerei como correto os da primeira versão.
Na primeira conversa que tive com Maria Alice, irmã do poeta
conhecido com “Zé Livino” eu quis saber do original do romance,
e o porquê da diferença entre as cópias que não consideravam todos
os filhos da Maria Theotônia e seus netos. Ela me garantiu que seus
irmãos (além do Zé Livino, outros ajudaram com os dados e datas)
tinham trabalhado somente com a sua descendência, cuja árvore
genealógica trouxeram até eles próprios. Os versos correspondentes
ao 2º filho da Maria Theotônia, no caso meu bisavô “Lúcio do
Capim”, não era de autoria eles. Com suas informações e a ajuda da
Livramento e do José Jaime, ambos filhos do Jaime Pereira Farias,
co-autor do romance em foco, consegui chegar até a Marluce, única
parente dos poetas com uma cópia completa do romance. Ela me
emprestou seu caderno e eu copiei o restante do romance e entreguei
uma cópia à família do Jaime Pereira Farias.
A partir do verso 159 os autores deste cordel – José Livino de
Menezes e Jaime Pereira de Farias – relacionam seus irmãos e filhos,
os quais já pertencem a uma fase da história atual, devidamente
documentada, que não é objeto deste trabalho.
SÍMBOLOS, utilizados no cordel.
▪ Casamento dos filhos do Teixeira Pinto
2º casamento do Capitão Theotônio e demais irmãos
Casamento dos netos do Teixeira Pinto
Casamento dos bisnetos do Teixeira Pinto
Casamento dos trinetos do Teixeira Pinto

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CORDEL QUE DÁ A ORIGEM DAS FAMÍLIAS DE CRUZ,
denominado por seus autores “Árvore Genealógica”

1 6

Vou expandir minha musa, E para não ver meu nome


numa linguagem singela, numa nota de acinte
publicar mais uma etapa pela rua farrapado
relativa a parentela. como capa de pedinte.
Convido a sociedade O início tratado
para ouvir esta novela. dou na estrofe seguinte.
2 7
Depois de curta minúcia Manoel Coelho de Albuquerque
este tanto me dispus. era este português,
Levar à publicidade, que aportou no Brasil
embora com pouca luz, em 1776
a árvore genealógica e na Uruburetama
dessa família de Cruz. sua residência fez.
3 8
Licença aos nobres leitores Desertando das fileiras
peço com frase educada. do exército lusitano
Quem ler a história toda, saiu neste litoral
com atenção bem prestada, pelo começo do ano.
talvez no fim do romance Procurou refugiar-se
não dê por mal empregado. na serra, se não me engano.
4 9
Apesar que a minha lira Casando com filha dela,
não solta nada que agrade segundo o romance diz,
A pouca instrução que tive embora suponho falso,
já perdi mais da metade. mas nas pesquisas que fiz
Adquiri com esforço afirmo que sua esposa
e perdi com facilidade. foi filha desse País.
5 10
Não pretendo vos maçar Não descrevo sua prole
com história tão comprida, é coisa que muito sinto
que é para não ver também porém não tenho certeza
estrilo e cara torcida. dizendo ao contrário minto.
Que é tudo intolerável Falo apenas no seu filho
quando sobra da medida. Francisco Teixeira Pinto.

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11 16
Nasceu este grande homem, Em 1805
de nossa família um membro, Veio Bernardino, outro irmão.
em 1777, Em 1807
a 17 de setembro. MARIA da Conceição.
Data bem comemorada E RITA nasceu em 8,
coisa que muito relembro. ninguém me diga que não.
12 17
Deixou seus eternos pais QUITÉRIA nasceu em 9,
por motivo ignorado. E em 12 nasceu MIGUEL.
Chegou no Acaraú Veio ALEXANDRE em 14
no fim do século passado, E em 15 MANOEL.
na Vila de São Francisco, E ANTÔNIO em 17
onde foi localizado. Como vês neste papel.
13 18
Contraindo em 1800 ALBANO nasceu em 20,
união nupcial, o último da irmandade,
com filha de Manoel Carlos, por ter sido o derradeiro
chamada Ana de tal. teve mais felicidade.
Vou tratar da descendência Que a família progride
deste citado casal. com maior prosperidade.
14 19
Fco. TEIXEIRA PINTO
■ Em 1830
e ANA, sua senhora,
casou-se o CAPITÃO,
deixaram então 11 filhos,
com Geralda Santanense,
que vou declarar agora,
não sei se parenta ou não.
nome e data em que nasceram
A que deixou 9 filhos
se me recordar na hora.
que vou dizer-lhes quais são.
15
20
O capitão TEOTÔNIO,
o primeiro filho seu, A primeira foi MARIA
foi em 1800 nascida no 33,
e dois que ele nasceu. ÚRSULA no 34.
Então no ano seguinte ANTÔNIA essa talvez,
outra ANA apareceu. nascida no 35
e GREGÓRIO em 36.

178

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21 26
TEOTÔNIO em 37 ■ O terceiro é Bernardino,
e Antônio Farias*, mano, com quem me ocupo agora.
nasceu em 41 Casou-se em 1835,
no segundo mês do ano ANTÔNIA lhe foi senhora
a 27 de fevereiro. Deixaram então 9 filhos
Foi meu avô sem engano*. que direi sem mais demora.

22 27
Ainda em 1842 MARIA é do 39,
um Manoel se registra. FRANCISCO do 36,
Depois, em 44 FELISMINA do 41
uma Inocência se alista. e ANA em 43,
O último em 47 IZAIAS em 45
foi João Evangelista. e o resto só de outra vez.
23 28
■ ANA, a Segunda filha BÁRBARA do 47,
do casal mencionado, do 49 RITA.
foi casada em 28 (28/03/1828) MARIA do 51,
do século próximo passado . mas não foi a que já foi dita.
Com Antônio Carlos, seu tio, FELICÍCIMO do 54
e do Teixeira Pinto cunhado. Ninguém me desacredita.
24 29
Ana deixou 8 filhos, ■ A quarta filha do velho
como a história combina. foi Maria Catarina.
ANTÔNIO de 1829 Essa que nasceu em 7,
de 30 a ANGELINA, de casar não teve sina.
MARIA de 32 Morreu em 72 (1872)
de 33 ZEFERINA. Assim meu livro combina.
25 30
Nasceu ANA em 36, ■ Casou RITA em 1835,
de 34 a BENVINDA.
CESÁRIO em 37 com seu primo MANOEL,
teve outro irmão ainda, filho de Antônio Carlos
Domingos em ano de 38 citado neste papel.
Com este agora se finda. Deixou apenas um filho
o ANTÕNIO RAFAEL.

Era uma vez na Cruz 179

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31 36
■ A sexta foi a Quitéria, E deixaram 7 filhos
que também morreu solteira. que direi com rapidez.
■ Miguel casou-se em 1840 Nasceu Manoel em 40,
com filha de Zé Silveira. FRANCISCO em 43,
Chamava-se TEREZA, MARIA em 48,
sua fiel companheira. RITA do 46.
32 37
Deixaram só 8 filhos ANTÔNIO em 52,
que vou dizer com presteza. ALEXANDRE em 50.
João de 41, Ainda em 57
depois Maria Tereza, VALDIVINO se apresenta,
nascida em 45, e o pai destes morreu
Foram duas com certeza. Em 1880.
33 38
MARIA em 51, ■ Com TOMÁZIA se casou
Lourença, como se assina. MANOEL GREGÓRIO em 1840.
JOSÉ de 47, Filha de Manoel do Ó
em 53 Guilhermina. não sendo sua parenta.
Então em 57 Deixaram 16 filhos
foi que nasceu Belarmina. que vou botá-los na centa.
34 39
FRANCISCA em 59 Em 41 nasceu ANA,
o último foi Manoel, em 42 Gabriel.
nascido em 62 Em 43 Gregório,
confirmo neste papel. Em 45 Izabel.
Eis aqui mencionada LUIZ de 44
a família do Miguel . em 50 Manoel.
35 40
■ ALEXANDRE em 1835 MARIA em 47,
contraiu seu emineu. E RITA um ano depois.
Com filha de Antônio Carlos, ANTÔNIA no 51,
MARIA era o nome seu. JOÃO em 52,
Chamava-se Maria Angélica ANTÔNIO em 54
sua mamãe que morreu. o poeta não supôs.

180 Maria Elizabeth Albuquerque

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41 46
AUGUSTO em 55, ANTÔNIO em 52,
em 58 o BALBINO. de 55 a BELARMINA.
FRANCISCO em 57, FRANCISCA em 56,
em 60 CLEMENTINO. de 57 GUILHERMINA.
JOSÉ em 62, ANA de 59,
com este agora termino. assim meu livro combina.
42 47
■ O 10º, ANTÔNIO TEIXEIRA, JOÃO nasceu em 60,
Três esposas possuiu. em 62 URBANO.
A sua primeira núpcia FRANCISCO em 63,
em 1840 contraiu. em 68 LIVINO Albano
Foi RUFINA sua esposa e MARIA MADALENA
e 5 filhos produziu. nasceu no outro ano.
43 48
FRANCISCO em 45, O último foi RAIMUNDO
MANOEL, se não me engano nasceu em 73.
nasceu em 47. Então em 1894
Em 52 HERCULANO, casou ALBANO, outra vez,
de 50 foi ANTÔNIA, deixando MIGUEL ALBANO
56 JOÃO, seu mano. Pra testemunhar vocês.
44 49
■ ALBANO, que foi o último ¼ O CAPITÃO em 1850
filho do Francisco Teixeira, passou pela viuvez.
casou-se em 1844, Com a sobrinha ZEFERINA
com IZABEL de Zé Silveira. casou-se segunda vez,
E deixaram 15 filhos, filha de Antônio e Ana
que trato desta maneira. no ano 53.
45 50
MANOEL do 45, Possui 18 filhos,
LUIZ de 46. esse Capitão TEOTÔNIO,
MARIA em 48, 9 de cada família.
não me recordo do mês. Não é coisa que suponha
RITA nasceu em 50, Trato agora sobre os 9
notei quatro desta vez. Deste último matrimônio.

Era uma vez na Cruz 181

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51 56
HIGINO de 56, Nasceu Úrsula, a primeira,
escrito por quem sabia, a 31 de janeiro,
TIBURCIO em 57, do ano 1852.
na mesma página dizia. LÚCIO, o 2º herdeiro,
No ano 59 a 21 de agosto,
nasceu MARIA Pia. do 54, é o roteiro.
52 57
MARIA MADALENA Nasceu Maria a 14
em 61 nasceu. de março, em 56.
Então no ano seguinte JOSÉ em maio de 60,
a sua mãe concebeu a 28 talvez.
a MARIA ZEFERINA MANOEL de 61,
deste jeito afirmo eu. novembro a 24 do mês.
53 58
Ainda em 64 FILOmena é de janeiro,
nasceu MARIA Lourença. do ano 63,
RAIMUNDO em 69, ANTÔNIO a 20 de março
assim o poeta pensa do ano de 66.
e MARIA Petronilia Outra MARIA em 67,
dá em 70 a presença. de junho a 11 do mês.
54 59
APRÍGIO em 75 Outro JOSÉ em 69
o derradeiro, afinal. a 16 de janeiro.
Entre todos os irmãos ANA de 71
veio completar um total a 23 de fevereiro.
de 18 descendentes JOAQUIM do 72,
sua família integral. de maio, dia primeiro.
55 60
● MARIA TEOTÔNIA
Casou-se ÚRSULA em 72
a sua filha primeira
se casou em 1850 com um filho do Teotônio
com ANTÔNIO Fco TEIXEIRA. esse deixou 6 filhos
Estes deixaram 11 filhos, do primeiro matrimônio.
dou-lhe prova verdadeira. XISTO, LEÃO e PEDRO,
ANA, MARIA e ANTÔNIO.

182 Maria Elizabeth Albuquerque

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61 66
No 1874 GERALDA de 91,
XISTO FARIAS nasceu, de junho o dia primeiro.
a 18 de novembro, JOSÉ de 92,
quem sabe disto sou eu. de setembro ao terceiro.
A 29 de setembro ANA em 95,
de 39 morreu. aos 4 de janeiro.
62 67
LEÃO nasceu em 76, JOAQUIM a 20 de setembro
a 11 de dezembro. do ano de 96.
ANA de 78, MARIA em outubro de 98,
de 11 de março, eu me lembro. aos 14 do mês.
PEDRO nasceu em 80, LÚCIO em 1900,
a 16 de setembro. de janeiro o dia 3.
63 68
MARIA nasceu em 82, IZABEL a 17
a 10 de fevereiro. de agosto de um, então.
ANTÔNIO do 83, ÚRSULA a 10 de abril
sendo este o derradeiro, de 3, sem contradição.
a 17 de junho, E a 25 de abril
não minto nem por dinheiro. de 7, nasceu JOÃO.

64 69
Casou-se LÚCIO em 1885 E a 11 de dezembro
com RAIMUNDA, sua prima. nasceu RITA, a derradeira,
Filha de Manoel Antônio de 1908.
embora não fosse legítima, Que foi a décima terceira
Já era certificado filha de Lúcio e Raimunda
quem leu o capítulo assina. sua prole verdadeira.
65 70
ANTÔNIO nasceu a 3 A terceira foi MARIA
de outubro de 1886. que chamavam Mariquinha
MANOEL a 6 de junho casou-se em 1884,
Dos três 8 que aqui vês (1888). a minha avó e madrinha,
FRANCISCO em outubro de 89, com LIVINO GABRIEL
no dia 4 do mês. morador na Lagoinha.

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71 76
Deixaram apenas 6 filhos E a 8 de janeiro
que citarei com afinco de 91 CORSINA.
BERTOLDO foi o primeiro No primeiro de abril
nasceu em 85 de 92 nasceu VALDEVINA.
a 29 de março. FRANCISCA a 4 de outubro
Eu para rimar não brinco. dm 95, aqui se termina.
72 77
GREGÓRIO é de 25 No ano de 1885
de maio do 86 casou-se o MANOEL,
PORCINA do 88 com sua prima MARIANA,
março 18 do mês. filha do tio Gabriel.
Antônio 4 de novembro Este só deixou 3 filhos
do 89 talvez. que notarei no papel.
73 78
No ano de 92 Janeiro de 1887
nasceu MARIA JOSÉ, nasceu CECÍLIA a primeira
isto a 10 de fevereiro. LEÔNCIO de maio, 1888,
Filó minha mã,e até no lugar Carrapateiras.
De 9 do mesmo mês, De novembro de 1889
Do ano seguinte é. foi CRISTINA a derradeira.
74 79
Casou-se JOSÉ GERMANO FILOMENA se casou
com filha do capitão com o seu primo JOAQUIM,
sendo MARIA Lourença filho do tio Pedro Marques,
que lhe deu o coração, Só posso tratar assim
deixaram 5 filhos que os outros 5 não foram
que vou fazê-los menção reconhecidos por mim.

80
75
• ANTÔNIA em 1855
RAIMUNDO, o 1º filho,
casou-se com GABRIEL,
nasceu em 1886
filho dum tal Manoel Marques,
a 9 de fevereiro.
que teve a sorte cruel
ANTÔNIO por sua vez
de morrer assassinado.
em junho de 87
Coitado de Manoel.
a 19 do mês.

184 Maria Elizabeth Albuquerque

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81 86
Vítima de horrendo crime, No ano 1877
em sua propriedade, D. ANTÔNIA faleceu
vizinho aquele serrote e GABRIEL sendo viúvo
por nome de Piedade contraiu outro emineu
não admite há um lugar com ÚRSULA, sua cunhada,
que se faz barbaridade. mas essa não concebeu.
82 87
Deixo lá na (Piedade) A sua primeira filha,
sepultado Manoel que já anotei na lista, (Mª José)
volto a falar, novamente, casou-se em 1872
do seu filho GABRIEL com JOÃO EVANGELISTA
pra compor com seus 10 filhos esta deixou duas filhas
4 linhas de papel. que vou lhes fazer revista.
83 88
Nasceu MARIA JOSÉ No ano 73
a 10 de junho de 56, nasceu a primeira, ISAUTA.
LIVINO do 57, FEBRONHA em 74
de 6 de novembro, aqui vês. o que é que ainda falta,
GERMANO de 59 a 25 de junho
de abril, 28 do mês. Eu pra rimar tirei pauta.
84 89
É de 4 de setembro GERMANO casou-se a 30
do 61, JOSÉ, de novembro de 1890
JOÃO de 10 de fevereiro com filha de Joaquim Nunes,
de 64 é. MARIA, sua parenta,
GUILHERMINA do 67 uma prole de 3 filhos
a 2 de julho provo até. este casal apresenta.
85 90
A 2 de julho de 68 RAIMUNDA nasceu em 92
foi de GABRIELINHO o dia em agosto, 13 do mês.
e um de dezembro de 70 GABRIEL a 9 de outubro
a MARIANA minha tia do ano 93
e a 12 de fevereiro JOAQUIM em 94
de 72 MARIA. em outubro dia 6.

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91 96
Casou-se a 10 de janeiro Ainda em 97
de 1891 JOÃO nasceu uma FRANCELINA
com RAIMUNDA, a filha a 22 de setembro,
de Alexandre Lopes, então não se confundam com Lina,
deixaram só 7 filhos é a derradeira filha
que vou fazê-los menção. com esta o verso termina.
92 97
Diomedes, Lourdes e Clóvis Aqui faço reticência
Cesário, clotilde, isac, e meu pensamento volvo
Queirós que nasceu por último. que MARIANA é viúva,
Pra honrar meu cavanhaque Já dei saber ao povo,
não dou-lhes datas incertas contraindo novas núpcias
mentir pra mim é ataque. preciso falar de novo.
93 98
Casou-se em 1884 No ano 1891
com ZÉ Patrício a MARIA se meu espírito não mente
a tanto de fevereiro, casou-se a segunda vez
não me recordo do dia, com Joaquim Nunes, parente,
e deixaram 7 filhos e deixaram 11 filhos
que direi em carretia. que citarei brevemente.
94 99
DIONÍSIO de 85 Manoel, Rita e Francisca,
de novembro dia 3. Antônia, Maria e Rosa
ANTÔNIA de 5 de outubro Filomena e Raimundo
do ano 86. JOSÉ, amigo da prosa,
JOÃO do 89 JOÃO e Francisco, o último,
de junho a 11 do mês. Com estes componho a glosa.
95 100
LINA é de 11 de agosto Aqui findo a descrição
de 91, talvez. dos netos de Gabriel
CELSO, 17 de outubro faltam 4 filhos dele,
do ano 93. que citei neste papel,
RAIMUNDO, 23 de maio estes morreram solteiros
do ano 96. perderam a lua de mel.

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101 106
E Gabriel viuvando Nasceu MARIA em 14
contraiu outro emineu MANOEL em 16
com ÚRSULA, sua cunhada, NONATO no 21
mas esta não concebeu GERALDA no 23
e a 18 de novembro FRANCISCA no 25
de 1907 o velho morreu. em setembro o nono mês.
102 107
Deixo aqui esta família No ano de 28
e com pensamento alerto nasceu Cosma e Damião
vou puxar outro ramal RITA é do 31
botá-lo pra bem perto e ARMANDO seu irmão
pra depois de reuní-los foi nascido em 33
ver se a coisa dá mais certo. tenho esta certidão.
103 108
● MANOEL o 7º filho BENEDITO em 36
do Cap. Theotônio do dia 7 de setembro
casou-se com JOSEFINA JOSÉ é do 39
filha de Manoel Antônio de 19 de dezembro
e deixaram 12 filhos ALDO é do 42
todos de um só matrimônio. de 3 de janeiro, me lembro.
104 109
Manoel e Minervina No dia 10 de abril
Teotônio e Maria de 59 enfim
Auta, Filomena, Dário faleceu o velho ANTÔNIO
AFRA que morreu titia fica escrito por mim
Antônio, Laura e Francisca com 78 anos
e Terto, um louco que havia. quem sabe dirá que sim.
105 110
ANTÔNIO de 21 Antônio Farias em 1905
de outubro de 1880 passou pela viuvez
casou-se em julho de 1912 e com MARIA Quintina
com Angelina contra parenta casou-se segunda vez
um número de 12 filhos em 1907,
este casal apresenta. em julho a 7 do mês.

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111 116
Sobrinha sua, e filha do Nasceu MARIA Francisca
Gregório Teotônio a 3 de dezembro de 30
mas não deixou descendente fica escrito no meu livro
do segundo matrimônio não vejo quem me desminta
e em janeiro de 1918 eu não vou mentir à toa
Morreu meu avô Antônio. pra gastar papel e tinta.
112 117
A 28 de janeiro A 10 de julho de 1905
de 1908 casou-se SIXTO casou-se o tio LEÃO
com FILOMENA Apolônia com Raimunda Evangelista
acreditem como visto filha de Geralda e João
deixou vasta descendência deixaram apenas 2 filhos
mas que só 7 registro. que direi com exatidão.
113 118
FRANCISCO nasceu em 08 A 24 de março
no dia 3 de dezembro de 7 nasceu JOÃO
ANTÔNIO nasceu em 13 e em 1911
no dia 7 de setembro o RAIMUNDO seu irmão
data bem comemorada no dia 3 de setembro
cousa que muito me lembro. pra que mais explicação?
114 119
O autor desse folheto PEDRO casou-se a 5
em 19 nasceu de julho, do mesmo ano (1905)
a 28 de março com ANTÔNIA de Zé Patrício
disse quem me conheceu posso afirmar sem engano
acredito que ela tenha também deixaram 2 filhos
mais certeza do que eu. João Batista e Salviano.
115 120
Nasceu JORGE no 24 Em 8 nasceu o JOCA
em abril, dia 23 a 24 de junho
MARIA é do 25 em fevereiro de 11
de maio do dia 6 SALVIANO eu testemunho
NAZARÉ do 29 a 25 do mês
é de agosto a 3 do mês. fica escrito por meu punho.

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121 126
A 4 de fevereiro Então Pedro com Cristina
casou-se Antônio com Maria casou-se terceira vez
em 1 9 1 2 no dia 9 de maio
quem me disse bem sabia do ano de 1916.
deixou somente uma filha Deixou ainda 6 filhos
que vou dar-lhe nome e dia. que direi com rapidez.
122 127
Foi a 12 de novembro Em abril de 17
de 13 que ÚRSULA nasceu nasceu o 1º, RAIMUNDO.
e casou-se em 36 Fevereiro de 22
com um contra parente seu nasceu GERALDO o segundo;
e o velho em 48 no mesmo ano em dezembro
em fevereiro morreu. LUÍS também veio ao mundo.
123 128
MARIA havia casado MARIA é do 25
com Pedro Francisco, em 1906 e em 28 nasceu
mas PEDRO em junho de 12 MANOEL e ELVIRA em 30
passou pela viuvez E a mãe destes faleceu
e com ANA sua cunhada em 57 e Pedro
casou-se a 2ª vez. dois anos depois morreu.
124 129
Do primeiro matrimônio Estes são os descendentes
não ficaram descendentes de ANTÔNIO, meu avô,
a 21 de novembro de 12 Também vou tratar dos outros
foi que casou novamente Por parte do avô materno,
do segundo matrimônio Como de começo venho
deixou 2 filhos somente. Citando no meu caderno.
125 130
ANA nasceu em novembro BERTOLDO casou em
de 13, no dia 6 1912
e JOSÉ JACINTO em julho Com uma contra parenta
de 15, no dia 3. e deixaram 9 filhos
Sua mãe morreu em outubro que vou botá-los na centa
a 24 do mês. Este morreu em 16
De janeiro de 1940.

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131 136
TECLA nasceu em 13 No ano 1956
a 24 de setembro. o GREGÓRIO faleceu
Em 15 nasceu a RITA. a 26 de janeiro
LIVINO no 17 ainda acrescento eu
morto já, como se dita. que em agosto de 60
RAIMUNDO é do 18 a ANASTÁCIA morreu.
Ninguém me desacredita
132 137
GERALDO é do 21 Porcina casou-se em 1912
ROSALINA é do 22 com seu primo ZÉ Luís
FILOMENA é do 26 a 4 de fevereiro
MARIA dois anos depois assim o romance diz
FRANCISCA do 29 deixaram só 4 filhos
nisto o verso se compôs. este casal que Deus quis.
133 138
Casou GREGÓRIO em Em março de 19
1914 nasceu o Bento, o primeiro
em julho a 1ª vez. ISABEL do 22
FEBRONHA o deixou viúvo do dia 20 de janeiro
no ano 1946 ZACARIAS em setembro
pois faleceu em agosto de 27, o terceiro.
no dia 5 do mês.
139
134
No ano de 29
Esta só deixou um filho JOÃO o último nasceu
com o nome de ALBERTO E no ano de 35
e que nasceu em 18 JOSÉ LUÍS faleceu
se não me engano estou certo E com 6 dias depois
isto a 15 de dezembro Porcina também morreu.
eu pra rimar não me aperto.
140
135
Ainda em 1878
GREGÓRIO em 1951 casou-se novamente JOÃO
pediu do casório o bis com a sobrinha GERALDA
casou-se a segunda vez Maria da Conceição
com ANASTÁCIA Muniz deixaram só 4 filhos
ainda deixaram 2 filhos que vou dizê-los quais são.
que é FELISMINA e LUÍS

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141 146
No ano 79 No ano de 1928
nasceu MACÁRIO JOSÉ como diz meu relatório
no dia 1º de abril a 20 de fevereiro
só conto aquilo que é realizou-se o casório
e em 80 nasceu JÚLIA de BENEDITO com ANA
que casou com João Tomé filha do Pedro Gregório.
142 147
No dia 2 de novembro A BENEDITA em 1918
de 84 nasceu casou-se e assinou contrato
JOSÉ LUÍS DE FARIAS a 24 de outubro
que tratei o nome seu com o RAIMUNDO Nonato
dando a familiação e ambos do Capitão
e o ano que ele morreu. eram bisnetos de fato.
143 148
em janeiro de 90 Deixaram apenas 10 filhos
RAIMUNDA a última nasceu MARIA, a primeira nasceu
em maio do mesmo ano a 24 de outubro
o pai destes faleceu de 20 acrescento eu
e em junho de 31 que a 28 de abril
Foi que a mãe deles morreu. de 38 morreu.
144 149
No ano de 1900 MANOEL é do 1º
o MACÁRIO se casou do ano de 23.
com RUFINA Magalhães Setembro de 27
este casal só deixou RAIMUNDA a 4 do mês.
uma prole de 2 filhos MACÁRIO é do 29
que citá-los inda vou. de setembro a 26.
145 150
A BENEDITA nasceu RUFINA é de 17
a 8 de março do 3 de abril do 33
o BENEDITO é de 5, BENEDITO é de 13
de outubro dia 6. de maio do 36
Então a morte dos velhos JOÃO é do 38
eu citarei de outra vez. setembro a 20 do mês.

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151 156
FRANCISCO do 40 a quatro GONÇALO é do 25
de setembro dou roteiro CONCEIÇÃO do 23
JOSÉ a 5 de novembro e JOÃO AMARO pai destes
de 42, o primeiro. passou pela viuvez
E em 45 a 20 de julho isto em maio de 60
JOSÉ ARTEIRO. dia 22 do mês.
152 157
No ano 1964 E a 18 de maio
o pai destes faleceu do 17 ficou
No dia 6 de outubro. viúvo o tio LEÃO
A sua sogra morreu e em novembro se casou
a 24 de fevereiro novamente com FRANCISCA
do outro ano, afirmo eu. que só um filho deixou.
153 158
No ano 1961 Deixo aqui este capítulo
morreu Macário Farias que venho reportando
a 7 de fevereiro volto atrás o pensamento
não pense ser heresia Sobre os mais novos tratando
viveu 81 anos Vou declarar meus irmãos
e mais 10 meses e 6 dias. Com quem se casaram e
quando.
154
Tinha em setembro de 1909 FIM
casado JÚLIA com JOÃO
uma prole de 8 filhos
sua familiação
MARIA nasceu em 11
ninguém me dirá que não.
155
Em 13 nasceu a ANA
por apelido Gessé
FRANCISCA no 17
no 19 JOSÉ
GERALDA no 21
posso garantir até.

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