Artropatias Infecciosas
Artropatias Infecciosas
D I L S O N M A R R E I R O S
A R T R I T E S I N F EC C I O SAS
REUMATOLOGIA Prof. Dilson Marreiros | Artrites Infecciosas 2
INTRODUÇÃO:
PROF. DILSON
MARREIROS
Caro aluno EMED, vamos para mais um super resumo.
Desta vez, sobre o tema de artropatias infecciosas. Separei aqui,
para o nosso resumo, o tópico mais cobrado em provas sobre
esse tema: as atrites bacterianas agudas.
Fique tranquilo, porque aqui estão os tópicos mais
importantes desse conteúdo. Escrevi este resumo de uma forma
bastante dinâmica e fácil para facilitar seu estudo. Vamos lá!
@estrategiamed @estrategiamed
t.me/estrategiamed /estrategiamed
Estratégia
MED
REUMATOLOGIA Artrites Infecciosas Estratégia
MED
SUMÁRIO
1 .2 EPIDEMIOLOGIA 5
1 .3 FATORES DE RISCO 5
1 .4 ETIOLOGIA 6
1 .5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 8
1 .8 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 14
1 .9 TRATAMENTO 15
CAPÍTULO
1 .1 DEFINIÇÃO
Estrategista, sempre que estivermos diante de uma infecção articular bacteriana aguda, duas possibilidades têm que vir em mente:
Não gonocócica
Artrite séptica
aguda bacteriana
Gonocócica
Aprenderemos a diferenciar cada uma delas ao longo do nosso resumo, mas já quero que você tenha guardado na cabeça essas duas
possibilidades de cara. Antes de falar sobre cada uma delas, vamos revisar alguns conceitos gerais importantes.
O primeiro deles é o mecanismo de infecção e, aqui, vou mostrar a você uma figura que resume muito bem esse tópico.
Existem, basicamente, estas 5 formas de ocorrer a disseminação da infecção para o meio articular:
Entre essas possibilidades, a principal forma é a disseminação hematogênica da membrana sinovial (que não possui membrana
basal limitante, logo permite que os organismos entrem no espaço articular). Além disso, esse mecanismo é mais comumente causado por
organismos com propensão a aderir aos tecidos sinoviais (como Staphylococcus aureus). Essa via é mais comum em grandes articulações
também.
1 .2 EPIDEMIOLOGIA
1 .3 FATORES DE RISCO
É importante que você saiba quais são as populações que estão mais sujeitas a desenvolver um quadro articular infeccioso, então
coloco aqui, para você, resumido nesta tabela. Isso ajuda quando você estiver diante de uma suspeita clínica, pois os fatores de risco podem
servir para corroborar sua hipótese.
1 .4 ETIOLOGIA
Essa etiologia varia com a faixa etária, observe a tabela em ordem decrescente de frequência:
Neonatos (< 2 meses) Idade entre 2 meses e 5 anos Idade entre 5 e 15 anos
Haemophilus influenzae
Estreptococo beta-hemolítico
18% a 30%
(grupo A - pyogenes; grupo B - agalactiae)
Anaeróbios 5% a 7%
S. pneumoniae 3%
Porém, ainda entre os adultos, a bactéria mais comum pode mudar a depender do subgrupo, veja só:
1
2
3
Staphylococcus aureus é a causa mais comum de artrite séptica em geral, porém, quando olhamos
separadamente para os adultos sexualmente ativos, a Neisseria gonorrhoeae é o organismo causador mais comum.
1 .5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Lembra que, lá no começo, eu falei que existem duas etiologias mais importantes para considerar quando estudamos esse assunto?
Pois bem, o quadro clínico pode variar a depender da etiologia. Vamos, agora, relembrar cada uma delas.
Como já dissemos, o principal agente aqui é o Staphylococcus aureus. Do ponto de vista articular, o joelho é a junta mais acometida e
a principal apresentação que temos é a monoarticular. Observe a seguinte comparação entre as articulações:
Joelho 55%
Quadril 11%
Tornozelo 8%
Ombro 8%
Punho 7%
Cotovelo 6%
Poliarticular 10%-19%
Memorize, aqui, um paciente com febre e queda do estado geral, associados a monoartrite de joelho e
bloqueio articular no exame físico.
Aqui, teremos um paciente jovem, geralmente com idade menor do que 30 anos, sexualmente ativo - lembre-se de que, embora o S.
aureus seja o principal causador de artrite séptica bacteriana, nesse subgrupo específico de pacientes, a principal etiologia é a N. gonorrhoeae.
A disseminação, aqui, também é hematogênica e ocorre após contato sexual.
Os fatores de risco para esse tipo de infecção também são importantes, pois são fatores mais específicos para essa população, além
disso, vão servir para aumentar suspeição diagnóstica, quando você estiver diante de um caso clínico.
A maioria dos pacientes com infecção gonocócica disseminada (IGD) não relata nenhum sintoma até o surgimento da doença, nega
sintomas geniturinários, anorretais ou faríngeos, apesar de a infecção gonocócica nesses sítios poder ser identificada em 70 a 80% deles ou
em seus parceiros sexuais.
Achados na IGD
Dermatite 75%
Tenossinovite 67%
Febre 63%
E, aqui, o que você deve ter em mente para lembrar é esta figura que resume o principal quadro clínico associado ao gonococo:
A dermatite ocorre em 75% dos casos, as lesões são indolores, não pruriginosas, ocorrendo em tronco e extremidades e geralmente
poupando a face. De maneira geral, são pápulas ou vesículas, mas também podem se apresentar como pústulas, vasculite, bolhas hemorrágicas,
eritema multiforme, eritema nodoso e urticária.
A poliartralgia pode afetar grandes ou pequenas articulações e pode ser aditiva ou migratória. Vale ressaltar que o caráter assimétrico
e migratório fala muito a favor de natureza bacteriana gonocócica nesse contexto.
A tenossinovite ocorre em 67% e é definida como a inflamação da bainha do tendão. Entre as artrites infecciosas, é um achado quase
exclusivo da IGD, podendo envolver vários tendões simultaneamente, especialmente punhos, dedos das mãos e tornozelos. Pode durar de 48
a 72h e ter resolução espontânea.
Figura 3 - Achado clássico da infecção gonocócica disseminada: dermatite, tenossinovite e acometimento poliarticular.
Aqui, o exame que vai confirmar nosso diagnóstico é a análise do líquido sinovial. Já guarde uma máxima muito famosa na Reumatologia
com você:
3Cs:
Citologia
Cultura
Cristal
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
Vou responder isso com uma tabela, em que você vai perceber que a celularidade consegue guiar nosso diagnóstico, não apenas
quando suspeitamos de origem séptica, mas também de várias outras condições. Observe com atenção as características do líquido sinovial
infeccioso, são bastante cobradas em prova!
PORCENTAGEM DE
TIPO DE CONTAGEM ETIOLOGIA
APARÊNCIA POLIMORFONUCLEARES
LÍQUIDO CELULAR/MM³ EXEMPLOS
(%)
Claro a discretamente
Não Trauma
turvo, com redução da 200-2.000 < 20
inflamatório Osteoartrite
viscosidade
AR
Discretamente turvo, com
Inflamatório 2.000-50.000 20-75 Espondiloartrites
redução da viscosidade
Artrites microcristalinas
A cultura costuma vir positiva em 90% dos casos quando o envolvimento é não gonocócico, e o Gram revela o diagnóstico em 50%; já
quando estamos diante da artrite gonocócica, a cultura ajuda em apenas 50%, já o Gram não é fidedigno.
Estrategista, quanto ao resultado do Gram, deixo aqui, para você, um esquema do que esperar em cada caso. Memorize esta
informação, porque já foi tema, inclusive, de prova prática!
Não gonocócica
S. aureus
Cocos Gram +
Figura 4 - Coloração do Gram típico de S. aureus.
Gonocócica
Gonocócica
N.
N.gonorrhoeae
gonorrhoeae
Diplococos
DiplococosGram
Gram- -
Dos outros exames gerais, a avaliação costuma ser simples, deve ser solicitado hemograma, em que vamos esperar aumento de
leucócitos, além disso, PCR e VHS geralmente estão elevados.
Exames de imagem também podem ser solicitados, eles auxiliam na avaliação de integridade articular, presença e extensão de
inflamação, mas não apresentam acurácia para diferenciar infecção de inflamação nem para determinar etiologia da infecção.
Estrategista, sempre que você estiver diante de uma monoartrite, há 3 diagnósticos que você não pode esquecer. Vamos lá!
Artrite
séptica
Monoartrite
aguda
Trauma Artrite
por cristal
Para diferenciar esses 3 diagnósticos, utilizar a idade do paciente ajuda bastante. Veja:
Artrite séptica
(gonocócica X não gonocócica)
Artrite séptica
(gonocócica X não gonocócica) OU
Trauma OU
Trauma
1 .9 TRATAMENTO
https://estr.at/M6fW
CAPÍTULO
CAPÍTULO
Caro aluno, mais um resumo feito com a certeza de que vai facilitar bastante seu estudo. É sempre um prazer pode contribuir para seu
sucesso.
Força e foco por aí! Estamos aqui para ajudar sempre!
Disponibilizo meu e-mail e Instagram, além disso, você pode tirar dúvida no Fórum da Área do Aluno.
Espero vê-lo(a) em breve!
Prof. Dilson Marreiros
Instagram: @dilsonreumatologista