165-Palavras Soltas
165-Palavras Soltas
165-Palavras Soltas
pequenas… É nas férias gandes, do verão do próximo ano que – Anda cá, vou dar-te um prezente…
ele anda a pençar! Há dias recebeu uma carta dos primos, a
E Teresa foi emcontrar a mãe a desfaser um pouco de sabão
convidá-lo. Eles morão numa pecena aldeia da Beira Alta,
numa tassinha com água. Viu a mãe procurar um carrinho de
perto da Sera da Esterela. Na carta falam dos amigos, dos
linhas já vasio, molhar uma das estremidades na água cheia
passeios pela serra, dos dias que passam na ribeira, com
de sabão e soprar devagarilho pelo outro lado. Pimeiro, a
tenda de campismo e merenda. O Rui anda entuziasmado
teremer, uma bolinha se formou. Depois como a mãe suprou
com a ideia. As próximas férias grandes vão mesmo ser o
um pouco mais, a bola cresceo xeia de cor e brilho… – Oh,
mássimo…
mãezinha, que bonito, que bom, obrigada!
Alexandra Neves
Margarida Ofélia
Pirata passava as tardes, enrroscado no sofá, a ver televizão.
A senhora da casa pedia:
– Meninos, tirem o cão da sala! Mas ele voltava a aninhar-se. Ao fundo do logar, numa caza velha, só com cosinha e um
E olhava, olhava. cuarto, mora o Adrianinho. O Adrianinho é um velho diferente
Já sabia muito. Sabia qual o melhor deterjente, a melhor pasta de todos os velhos do lugar. Não há mosso que não goste
dentífiica, o melhor desodorisante. E mais, muito mais… dele. A poreta da sua casa está senpre aberta, podemos
entrar cuando nos apeteser. O Adrianinho tem muita
Um dia, Pirata ouviu falar de alguém com uma perna de pau,
abilidade para fazer brincedos. Basta levarmos os materiais
um ganxo em vez de mão e uma venda na vista. Percebeo a
que ele sabe muito bem tratar do resto. Eu tenho um carrinho
razão do seu nome. Em volta do olho direito, tinha uma
de madeira, feito por ele, que nunca se desaranjou. E as rodas
manxa preta. – Paresse mesmo um pirata – haviam dito os
nunca saíram. Foi o Adrianinho que mo fez.
meninos, quando o receberam de presente. Mais tarde,
ouviu-se esta palavra no plural.
Normalemente é difísil saber quem comesou uma discusão, estava morena. O sabunete xeirava bem. A paxta dos demtes
mas, no entanto, o inportante é dizer “descolpa!” quando tinha um gosto bom, a rebussados. Voltou ao quarto para se
perceberes que fizeste com que o teu amigo ficasse teriste. vestire. Foi a uma gaveta boscar meias e roupa lavada. Ficou
toda bonita!
Conceição de Sousa Gomes, Planície de sonhos, 1.ª Edição, António Torrado, O coração das coisas, 1.ª Edição, Edições
Edições Nova Gaia, 2008 (excerto) Asa, 2005 (excerto)
O meu pai terabalhava na terra, era laverador. Eu ia com o
meu pai para o canpo logo de manhãsinha. O nosso cão Era uma vez, um rei que descubriu umas minas de ouro nas
laderava, vinha lanber-me as mãos e queria acompanhar-nos. suas teras e mandou para lá trabalhare todas as pesoas do seu
E meu pai finjia zangar-se: reino. O tempo passou… Os prodotos agrículas foram
acabando e comessava a sentir-se fome. Não havia pão, não
– Está sosegado, Lanzão! Fica a goardar a nosa casa!
havia legomes… Não avia nada! A rainha, pereocupada com
E Lanzão (chamávamos-lhe assim porque tinha pelo como lã este probelema, mandou fabricar vários alimemtos em ouro.
de carnero, negro e emcaracolado) paresia entender-nos. E Certo dia, ao almoço, mandou pôr os alimentos de ouro na
nós partíamos. Meu pai ou eu, um primeiro... mesa. O rei ficou comtente, mas, vendo que não lhe serviam
Era como canhava, comessava a cantar. A pá da enchada mais nada, gritou, zangado: – E o almosso? Onde está o meu
brilhava à luz, aquela enxada que o meu pai levava sobre o almoço? Então, a rainha fez-lhe ver que o ouro não se podia
seu onbro forete. E eu, com um saxinho na mão, pensava: comer e que seria melhor fazer regresar os lavradores às suas
Franclim Neto
A rua está movimentada. Os eletricos pasam num barulho
O ultimo raiu de luz escondia-se atrás dos momtes. Perdidos surdo.
na feloresta, Rafael e Mariana estavam dezorientados.
– Há cuanto tenpo não ando de elétrico! – esclamou Clarissa.
Entosiasmados, tinham tirado desenas de fotogerafias, mas
Automóveles bozinam. Os sinaleiros, com jestos, dirijem o
agora não sabiam que diressão seguir. Rafael lenbrou-se que
teráfego. Ardinas aperegoam diários. Têm uma voz grosa,
tinha uma bossola no bolso. Pouzou-a sobre uma pedra lisa e
rouca, disforme, pareçem todos papudos, pescosos
plana, obeservando o movimento da agulha magenética.
descomunais, de veias dilatadas. E como prononciam os
– Estamos salvos?! Estamos salvos! – gritou Rafael, dando nomes dos jornais que vendem!
saletos de alegeria.
– Tia, que engrassados os ardinas que vendem jornais!
– Mas como?! – perguntou Mariana intrigada.
D. Zina enconhe os ombros:
– A bússola imdicou-nos o camilho a segir. Temos que
– Não vejo nada de egraçado. Andam a lutar pela vida. Não
avanssar para norte. E a ponta da agulha magnética diz-nos
são como outros que conheço que não fasem nada para axar
para onde devemos ir.
trabalho… Agora estão no ponto mais movimentado da
Cansados, Rafael e Mariana xegaram a casa, prometendo que sidade. A rua por onde não tranzitam veículos está apenhada
nunca mais se meteriam em aventoras prigosas. de gente. Parece um formigeiro agitado.
Eurico Veríssimo
Estava um ceu tão azule, tão cuieto e tão sem núvens que
Sérgio, os olhos no ar, disse em voz alta:
A mãe, que estava a reguar as felores, disse muito de mapa grande que mostrava o mundo num tom azul. Mundo
– Celaro que não! Se chovesse, havia nuvens, muitas nuvens, Matilde Rosa Araújo, A Escola do Rio Verde
e o céu já não seria este deserto tão azul... Olha mãe, uma vez
vi uma nuvem que pareçia mesmo uma jirafa...