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ECOLOGIA

Ecologia

A ecologia é uma ciência multidisciplinar, que envolve biologia vegetal e animal, taxonomia, fisiologia,
genética, comportamento, meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química,
matemática e eletrônica. Quase sempre se torna difícil delinear a fronteira entre a ecologia e qualquer
dessas ciências, pois todas têm influência sobre ela. A mesma situação existe dentro da própria eco-
logia.

Na compreensão das interações entre o organismo e o meio ambiente ou entre organismos, é quase
sempre difícil separar comportamento de dinâmica populacional, comportamento de fisiologia, adap-
tação de evolução e genética, e ecologia animal de ecologia vegetal.

A ecologia se desenvolveu ao longo de duas vertentes: o estudo das plantas e o estudo dos animais.
A ecologia vegetal aborda as relações das plantas entre si e com seu meio ambiente. A abordagem é
altamente descritiva da composição vegetal e florística de uma área e normalmente ignora a influên-
cia dos animais sobre as plantas.

A ecologia animal envolve o estudo da dinâmica, distribuição e comportamento das populações, e


das inter-relações de animais com seu meio ambiente. Como os animais dependem das plantas para
sua alimentação e abrigo, a ecologia animal não pode ser totalmente compreendida sem um conhe-
cimento considerável de ecologia vegetal. Isso é verdade especialmente nas áreas aplicadas da eco-
logia, como manejo da vida selvagem.

A ecologia vegetal e a animal podem ser vistas como o estudo das inter-relações de um organismo
individual com seu ambiente (autoecologia), ou como o estudo de comunidades de organismos (sine-
cologia). A auto-ecologia, ou estudo clássico da ecologia, é experimental e indutiva. Por estar nor-
malmente interessada no relacionamento de um organismo com uma ou mais variáveis, é facilmente
quantificável e útil nas pesquisas de campo e de laboratório. Algumas de suas técnicas são tomadas
de empréstimo da química, da física e da fisiologia.

A auto-ecologia contribuiu com pelo menos dois importantes conceitos: a constância da interação
entre um organismo e seu ambiente, e a adaptabilidade genética de populações às condições ambi-
entais do local onde vivem.

A sinecologia é filosófica e dedutiva. Largamente descritiva, não é facilmente quantificável e contém


uma terminologia muito vasta. Apenas recentemente, com o advento da era eletrônica e atômica, a
sinecologia desenvolveu os instrumentos para estudar sistemas complexos e dar início a sua fase
experimental.

Os conceitos importantes desenvolvidos pela sinecologia são aqueles ligados ao ciclo de nutrientes,
reservas energéticas, e desenvolvimento dos ecossistemas. A sinecologia tem ligações estreitas com
a pedologia, a geologia, a meteorologia e a antropologia cultural. A sinecologia pode ser subdividida
de acordo com os tipos de ambiente, como terrestre ou aquático.

A ecologia terrestre, que contém subdivisões para o estudo de florestas e desertos, por exemplo,
abrange aspectos dos ecossistemas terrestres como microclimas, química dos solos, fauna dos solos,
ciclos hidrológicos, ecogenética e produtividade.

Os ecossistemas terrestres são mais influenciados por organismos e sujeitos a flutuações ambientais
muito mais amplas do que os ecossistemas aquáticos. Esses últimos são mais afetados pelas condi-
ções da água e possuem resistência a variáveis ambientais como temperatura.

Por ser o ambiente físico tão importante no controle dos ecossistemas aquáticos, dá-se muita aten-
ção às características físicas do ecossistema como as correntes e a composição química da água.
Por convenção, a ecologia aquática, denominada limnologia, limitase à ecologia de cursos d'água,
que estuda a vida em águas correntes, e à ecologia dos lagos, que se detém sobre a vida em águas
relativamente estáveis. A vida em mar aberto e estuários é objeto da ecologia marinha. Outras abor-
dagens ecológicas se concentram em áreas especializadas.

O estudo da distribuição geográfica das plantas e animais denomina-se geografia ecológica animal e
vegetal. Crescimento populacional, mortalidade, natalidade, competição e relação predador-presa são
abordados na ecologia populacional. O estudo da genética e a ecologia das raças locais e espécies

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distintas é a ecologia genética. As reações comportamentais dos animais a seu ambiente, e as inte-
rações sociais que afetam a dinâmica das populações são estudadas pela ecologia comportamental.
As investigações de interações entre o meio ambiente físico e o organismo se incluem na ecoclimato-
logia e na ecologia fisiológica.

A parte da ecologia que analisa e estuda a estrutura e a função dos ecossistemas pelo uso da mate-
mática aplicada, modelos matemáticos e análise de sistemas é a ecologia dos sistemas. A análise de
dados e resultados, feita pela ecologia dos sistemas, incentivou o rápido desenvolvimento da ecologia
aplicada, que se ocupa da aplicação de princípios ecológicos ao manejo dos recursos naturais, pro-
dução agrícola, e problemas de poluição ambiental.

Glossário Ecológico

ESPÉCIE - é o conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e bioquimica-


mente) que se reproduzem naturalmente, originando descendentes férteis. Ex.: Homo sapiens,

POPULAÇÃO - é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem numa mesma área e num
determinado período. Ex.: população de ratos em um bueiro, em um determinado dia; população de
bactérias causando amigdalite por 10 dias, 10 mil pessoas vivendo numa cidade em 1996, etc.

COMUNIDADE OU BIOCENOSE - é o conjunto de populações de diversas espécies que habita uma


mesma região num determinado período. Ex.: seres de uma floresta, de um rio, de um lago de um
brejo, dos campos, dos oceanos, etc.

ECOSSISTEMA OU SISTEMA ECOLÓGICO - é o conjunto formado pelo meio ambiente físico, ou


seja, o BIÓTOPO (formado por fatores abióticos - sem vida - como: solo, água, ar) mais a comunida-
de (formada por componentes bióticos - seres vivos) que com o meio se relaciona.

HABITAT - é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu "ENDEREÇO"
dentro do ecossistema. Exemplo: Uma planta pode ser o habitat de um inseto, o leão pode ser encon-
trado nas savanas africanas, etc.

NICHO ECOLÓGICO - é o papel que o organismo desempenha no ecossistema, isto é, a "PROFIS-


SÃO" do organismo no ecossistema. O nicho informa às custas de que se alimenta, a quem serve de
alimento, como se reproduz, etc. Exemplo: a fêmea do Anopheles (transmite malária) é um inseto
hematófago (se alimenta de sangue), o leão atua como predador devorando grandes herbívoros,
como zebras e antílopes.

ECÓTONO - é a região de transição entre duas comunidades ou entre dois ecossistemas. Na área de
transição (ecótono) vamos encontrar grande número de espécies e, por conseguinte, grande número
de nichos ecológicos.

BIOTÓPO - Área física na qual os biótipos adaptados a ela e as condições ambientais se apresentam
praticamente uniformes.

BIOSFERA - Toda vida, seja ela animal ou vegetal, ocorre numa faixa denominada biosfera, que in-
clui a superfície da Terra, os rios, os lagos, mares e oceanos e parte da atmosfera. E a vida é só pos-
sível nessa faixa porque aí se encontram os gases necessários para as espécies terrestre e aquáti-
cas: oxigênio e nitrogênio.

Distinguimos em ecologia três grandes subdivisões: a auto-ecologia, a dinâmica das populações e a


sinecologia. Estas distinções são um pouco arbitrárias, mas têm a vantagem de ser cômodas para
uma exposição introdutória.

-A auto-ecologia (Schroter, 1896) estuda as relações de uma única espécie com seu meio. Define
essencialmente os limites de tolerância e as preferências das espécies em face dos diversos fatores
ecológicos e examina a ação do meio sobre a morfologia, a fisiologia e o comportamento.

Desprezam-se as interações dessa espécie com as outras, mas freqüentemente ganha-se na preci-
são das informações. Assim definida, a auto-ecologia tem evidentemente correlacionamentos com a
fisiologia e a morfologia. Mas tem também seus próprios problemas. Por exemplo, a determinação

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das preferências térmicas de uma espécie permitirá explicar (ao menos em parte) sua localização nos
diversos meios, sua repartição geográfica, abundância e atividade.

- A dinâmica das populações (ou Demòkologie dos autores alemães, Schwertfeger, 1963) descreve
as variações da abundância das diversas espécies e procura as causas dessas variações.

- A sinecologia (Schroter, 1902) analisa as relações entre os indivíduos pertencentes às diversas


espécies de um grupo e seu meio. O termo biocenótico (Gams, 1918) é praticamente um sinônimo. O
estudo sinecológico pode adotar dois pontos de vista:

1. O ponto de vista estático (sinecologia descritiva), que consiste em descrever os grupos de orga-
nismos existentes em um meio determinado. Obtém-se assim conhecimentos precisos sobre a com-
posição especifica dos grupos, a abundância, freqüência, constância e distribuição espacial das es-
pécies constitutivas.

2. O ponto de vista dinâmico (sinecologia funcional), com dois aspectos. Porte-se descrever a evolu-
ção dos grupos e examinar as influências que os fazem suceder-se em um lugar determinado. Pode-
se também estudar os transportes de matéria e de energia entre os diversos constituintes de um
ecossistema, o que conduz às noções de cadeia alimentar, de pirâmides dos números, das biomas-
sas e das energias, de produtividade e de rendimento. Esta última parte constitui o que se chama a
sinecologia quantitativa.

Outras subdivisões da ecologia levam em consideração a natureza do meio e correspondem aos três
grandes conjuntos da biosfera: a ecologia marítima, a ecologia terrestre e a ecologia límnica. A natu-
reza dos organismos e os métodos de estudo são geralmente muito diferentes nesses três meios,
embora em muitos casos os princípios gerais sejam os mesmos.

E preciso abandonar a divisão antiga entre ecologia animal e ecologia vegetal, que separava arbitra-
riamente organismos que guardam entre si estreitas inter-relações. Se uma pesquisa se limita ao
estudo dos vegetais ou ao dos animais é unicamente por motivo da impossibilidade material que uma
só pessoa tem de abordar os dois campos.

Ecologia Humana

Este ramo da ecologia estuda as relações existentes entre os indivíduos e entre as diferentes comu-
nidades da espécie humana, bem como as suas interações com o ambiente em que vivem, a nível
fisiográfico, ecológico e social.

Descreve a forma como o homem se adapta ao ambiente nos diferentes locais do planeta, como ob-
tém alimento, abrigo e água. Tende a encarar o ser humano do ponto de vista biológico e ecológico,
uma espécie animal adaptada para viver nos mais diversos ambientes. A ecologia urbana, estuda
detalhes da vida humana nas cidades, do ponto de vista ambiental, sua relação com os recursos na-
turais, o ar, a água, a fauna e flora, bem como as relações entre indivíduos.

Problemas sociais como o êxodo rural, o crescimento descontrolado das cidades, infraestrutura urba-
na, bem como características das populações (taxa de crescimento, densidade, índices de nascimen-
to e mortalidade e idade média) são abordados nesta especialidade. Doenças, epidemias, problemas
de saúde pública e de qualidade ambiental também pertencem ao campo da ecologia humana.

A ecologia humana tem o desafio, de auxiliar no reconhecimento das causas dos desequilíbrios am-
bientais existentes na sociedade humana e propor soluções alternativas ou minimizadoras. Este ramo
da ecologia, associado à conscientização e educação ambiental, pode transformar as grandes cida-
des em locais mais habitáveis e saudáveis, onde o uso dos recursos naturais é racional e otimizado.
Para isso, a ecologia humana e urbana precisa estar integrada ao desenvolvimento de ciência e tec-
nologia, bem como vinculada a programas prioritários dos governos

Biosfera

A biosfera refere-se a região do planeta ocupada pelos seres vivos. É possível encontrar vida em
todas as regiões do planeta, por mais quente ou frio que elas sejam.

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O conceito de biosfera foi criado por analogia a outros conceitos empregados para designar parte de
nosso planeta. De modo qual, podemos dizer que os limites da biosfera se estendem desde às altas
montanhas até as profundezas das fossas abissais marinhas.

O aparecimento da espécie humana na Terra dada uns 100 mil anos, e a grande expansão das popu-
lações humanas aconteceu durante o último milênio. A presença tem interferido profundamente no
mundo natural.

É necessário preservar as harmonias da biosfera, se nós não nos concretizarmos que as espécies de
seres vivos, inclusive a humana mantém várias inter-relações e que a influência no mundo pode criar
vários desequilíbrios.

Organização do Mundo Vivo

Podemos dividir o mundo vivo em estratos para um melhor entendimento da gradação da complexi-
dade e por isto existem níveis de organização segundo os quais podemos entender o mundo vivo.
Partindo do mais simples ao mais completos teremos:

Ecossistemas

Conjunto formado por uma biocenose ou comunidade biótica e fatores abióticos que interatuam, ori-
ginando uma troca de matéria entre as partes vivas e não vivas. Em termos funcionais, é a unidade
básica da Ecologia, incluindo comunidades bióticas e meio abiótico influenciando-se mutuamente, de
modo a atingir um equilíbrio. O termo "ecossistema" é, pois, mais geral do que "biocenose", referindo
a interação dos fatores que atuam sobre esta e de que ela depende.

Componentes Básicos De Um Ecossistema

Os organismos vivos e o seu ambiente inerte (abiótico) estão inseparavelmente ligados e interagem
entre si.

Qualquer unidade que inclua a totalidade dos organismos (isto é, a "comunidade") de uma área de-
terminada interagindo com o ambiente físico por forma a que uma corrente de energia conduza a uma
estrutura trófica, a uma diversidade biótica e a ciclos de materiais (isto é, troca de materiais entre as
partes vivas e não vivas) claramente definidos dentro do sistema é um sistema ecológico ou ecossis-
tema.

Do ponto de vista trófico (de trophe = alimento), um ecossistema tem dois componentes (que como
regra costumam estar separados no espaço e no tempo), um componente autotrófico (autotrófico =
que se alimenta a si mesmo), no qual predomina a fixação da energia da luz, a utilização de substân-
cias inorgânicas simples e a elaboração de substâncias complexas, e um componente heterotrófico
(heterotrófico = que é alimentado por outro), no qual predominam o uso, a nova preparação e a de-
composição de materiais complexos.

Os ecossistemas são formados pela união de dois fatores: Fatores abióticos - o conjunto de todos os
fatores físicos que podem incidir sobre as comunidades de uma certa região. Fatores bióticos - con-
junto de todos seres vivos e que interagem uma certa região e que poderão ser chamados de bioce-
nose, comunidade ou de biota Exemplo: chamava-se de microflora, flora autóctone ou ainda fora
normal todo o conjunto de bactérias e seres, os corpos que viviam no interior do corpo humano ou
sobre a pele. Hoje o termo melhor usado em consonância com os termos ecológicos seria microbiota
normal.

Dimensão

É muito variável a dimensão de um ecossistema. Tanto é um ecossistema uma floresta de coníferas,


como um tronco de árvore apodrecido em que sobrevivem diversas populações de seres minúsculos.

Assim como é possível associar todos os ecossistemas existentes num só, muito maior, que é a ecos-
fera, é igualmente possível delimitar em cada um, outros mais pequenos, por vezes ocupando áreas
tão reduzidas que recebem o nome de microecossistemas.

Constituintes e Funcionamento dos Ecossistemas

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Segundo a sua situação geográfica, os principais ecossistemas são classificados em terrestres e


aquáticos. Em qualquer dos casos, são quatro os seus constituintes básicos:

- Substâncias abióticas

- Compostos básicos do meio ambiente;

- Produtores

- Seres autotróficos, na maior parte dos casos plantas verdes, capazes de fabricar a sua própria
substância a partir de substâncias inorgânicas simples;

- Consumidos

- Organismos heterotróficos, quase sempre animais, que se alimentam de outros seres ou de partícu-
las de matéria orgânica,

- Decompositores - seres heterotróficos, na sua maioria bactérias e fungos que, decompondo as


complexas substâncias dos organismos mortos, ingerem partes destes materiais libertando, em con-
trapartida, substâncias simples que, lançadas no ambiente. Podem ser assimiladas pelos produtores.

Há grande diversidade de ecossistemas:

Ecossistemas naturais - bosques, florestas, desertos, prados, rios, oceanos, etc.

Ecossistemas artificiais - construídos pelo Homem: açudes, aquários, plantações, etc. Atendendo ao
meio físico, há a considerar:

• Ecossistemas terrestres

• Ecossistemas aquáticos

Quando, de qualquer ponto, observamos uma paisagem, apercebemo-nos da existência de desconti-


nuidades - margens do rio, limites do bosque, bordos dos campos, etc. que utilizamos freqüentemen-
te para delimitar vários ecossistemas mais ou menos definidos pelos aspectos particulares da flora
que aí se desenvolve.

No entanto, na passagem, por exemplo, de uma floresta para uma pradaria, as árvores não desapa-
recem bruscamente; há quase sempre uma zona de transição, onde as árvores vão sendo cada vez
menos abundantes.

Sendo assim, é possível, por falta de limites bem definidos e fronteiras intransponíveis, considerar
todos ecossistemas do nosso planeta fazendo parte de um enorme ecossistema chamado ecosfera.
Deste gigantesco ecossistema fazem parte todos os seres vivos que, no seu conjunto, constituem a
biosfera e a zona superficial da Terra que eles habitam e que representa o seu biótopo. Ou seja:

Biosfera + Zona Superficial Da Terra = Ecosfera

Mas assim como é possível associar todos os ecossistemas num só de enormes dimensões - a ecos-
fera - também é possível delimitar, nas várias zonas climáticas, ecossistemas característicos conhe-
cidos por biomas, caracterizados por meio do fator Latitude. Por sua vez, em cada bioma, é possível
delimitar outros ecossistemas menores. Principais BIOMAS:

Tundra - Característica das regiões de clima frio. Predominam musgos, líquenes, gramíneas e algu-
mas árvores anãs.

Taiga - Clima frio, mas menos frio que o da tundra. Há mais água no estado líquido. Árvores com
copas em forma de cone e com folhagem persistente. Deste modo, há melhor aproveitamento da
fraca energia luminosa: os ramos superiores não fazem sombra sobre os inferiores e a fotossíntese
realiza-se todo o ano (folhagem persistente).

Deserto - Clima seco e grandes amplitudes térmicas diurnas: Vegetação pouco desenvolvida e pouco
variada. Animais capazes de suportar estas condições adversas.

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Floresta temperada - Floresta de árvores de folhagem caduca, característica das zonas temporadas.

Savana - Pradaria característica das regiões tropicais, com algumas arvores espalhadas. Locais de
pastagem para muitos herbívoros (equivalente a cerrados).

Floresta equatorial - Floresta luxuriante, com variadíssimas espécies de arvores de grande porte.
Alguns ocupam áreas tão reduzidas que merecem o nome de microecossistemas. Numa floresta, por
exemplo, as clareiras e as zonas densas, a face voltada a norte ou a sul de um tronco de árvore, etc.,
apresentam comunidades bióticas distintas. Constituem pequenos ecossistemas no grande ecossis-
tema que é a floresta - são os microecossistemas.

Fatores Abióticos

Existem elementos componentes do ambiente físico e químico que agem sobre quase todos os as-
pectos da vida dos diferentes organismos, constituindo o fator abiótico. Estes influenciam o cresci-
mento, atividade e as características que os seres apresentam, assim como a sua distribuição por
diferentes locais.

Estes fatores variam de valor de local para local, determinando uma grande diversidade de ambien-
tes. Os diferentes fatores abióticos podem agrupar-se em dois tipos principais - os fatores climáticos,
como a luz, a temperatura e a umidade, que caracterizam o clima de uma região - e os fatores edáfi-
cos, dos quais se destacam a composição química e a estrutura do solo.

Luz

A luz é uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o Sol. É indispensável ao desenvolvimen-
to das plantas.

De fato, os vegetais produzem a matéria de que o seu organismo é formado através de um processo
- a fotossíntese - realizado a partir da captação da energia luminosa. Praticamente todos os animais
necessitam de luz para sobreviver. São exceção algumas espécies que vivem em cavernas - espé-
cies cavernícolos - e as espécies que vivem no meio aquático a grande profundidade - espécies abis-
sais.

Certos animais como, por exemplo, as borboletas necessitam de elevada intensidade luminosa, pelo
que são designadas por espécies lucífilas. Por oposição, seres como o caracol e a minhoca não ne-
cessitam de muita luz, evitandoa, pelo que são denominadas espécies lucífugas. A luz influencia o
comportamento e a distribuição dos seres vivos e, também, as suas características morfológicas.

A Luz e os Comportamentos dos Seres Vivos

Os animais apresentam fototatismo, ou seja, sensibilidade em relação à luz, pelo que se orientam
para ela ou se afastam dela. Tal como os animais, as plantas também se orientam em relação à luz,
ou seja, apresentam fototropismo.

Os animais e as plantas apresentam fotoperiodismo, isto é, capacidade de reagir à duração da lumi-


nosidade diária a que estão submetidos - fotoperíodo. Muitas plantas com flor reagem de diferentes
modos ao fotoperíodo, tendo, por isso, diferentes épocas de floração. Também os animais reagem de
diversos modos ao fotoperíodo, pelo que apresentam o seu período de atividade em diferentes mo-
mentos do dia.

Temperatura

Cada espécie só consegue sobreviver entre certos limites de temperatura, o que confere a este factor
uma grande importância. Cada ser sobrevive entre certos limites de temperatura - amplitude térmica
de existência -, não existindo acima de um determinado valor - temperatura máxima - nem abaixo de
outro - temperatura mínima. Cada espécie possui uma temperatura ótima para a realização das suas
atividades vitais. Alguns seres têm grande amplitude térmica de existência - seres euritérmicos - en-
quanto outros só sobrevivem entre limites estreitos de temperatura - seres estenotérmicos.

A Temperatura e os Comportamentos dos Animais

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Alguns animais, nas épocas do ano em que as temperaturas se afastam do valor ótimo para o desen-
volvimento das suas atividades, adquirem comportamentos que lhos permitem sobreviver: animais
que não têm facilidade em realizar grandes deslocações como, por exemplo, lagartixas, reduzem as
suas atividades vitais para valores mínimos, ficando num estado de vida latente; animais que se po-
dem deslocar com facilidade como, por exemplo, as andorinhas, migram, ou seja, partem em deter-
minada época do ano para outras regiões com temperaturas favoráveis.

A Temperatura e as Características dos Animais

Ao longo do ano, certas plantas sofrem alterações no seu aspecto, provocados pelas variações de
temperatura.

Os animais também apresentam características próprias de adaptação aos diferentes valores de


temperatura. Por exemplo, os que vivem em regiões muito frias apresentam, geralmente, pelagem
longa e uma camada de gordura sob a pele.

Interações

Nas comunidades bióticas encontram-se várias formas de interações entre os seres vivos que as
formam. Essas interações se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos vivos man-
têm entre si. Algumas dessas interações; se caracterizam pelo benefício mútuo de ambos os seres
vivos, ou de apenas um deles, sem o prejuízo do outro. Essas relações são denominadas harmônicas
ou positivas.

Outras formas de interações; caracterizadas pelo prejuízo de um de seus participantes em benefício


do outro. Esses tipos de relações recebem o nome de desarmônicas ou negativas.

Tanto as relações harmônicas como as desarmônicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma
espécie e indivíduos de espécies diferentes. Quando as interações ocorrem entre organismos da
mesma espécie, são denominadas relações intra-específicas ou homotípicas. Quando as relações
acontecem entre organismos de espécies diferentes, recebem o nome de interespecíficas ou hetero-
típicas.

Relações Harmônicas Intra-Específicas

Colônias - colônias são associações harmônicas entre indivíduos de uma mesma espécie, anatomi-
camente ligados, que em geral perderam a capacidade de viver isoladamente. A separação de um
indivíduo da colônia determina a sua morte.

Quando as colônias são constituídas por organismos que apresentam a mesma forma, não ocorre
divisão de trabalho. Todos os indivíduos são iguais e executam todas as funções vitais. Essas colô-
nias são denominadas homomorfas ou isomorfas.

Como exemplo, podem ser citadas as colônias de corais (celenterados), de crustáceos do gênero
Balanus (as cracas), de certos protozoários, bactérias, etc.

Quando as colônias são formadas por indivíduos com formas e funções distintas, ocorre urna divisão
de trabalho. Essas colônias são denominadas heteromorfas. Um ótimo exemplo é o celenterado da
espécie Phisalia caravela popularmente conhecida por "caravelas". Elas formam colônias com indiví-
duos especializados na proteção e defesa (os dactilozóides), na reprodução (os gonozóides), na na-
tação (os nectozóides), na flutuação (os pneumozóides), e na alimentação (os gastrozóides).

Sociedades - as sociedades são associações entre indivíduos da mesma espécie, organizados de um


modo cooperativo e não ligados anatomicamente. Os indivíduos componentes de uma sociedade se
mantêm unidos graças aos estímulos recíprocos. Ex: alcatéia, cardume, manada de búfalos, homem,
térmitas (cupins), formigas, abelhas.

Abelhas:

A sociedade formada pelas abelhas melíferas (Apis mellifera) comporta três castas distintas: as ope-
rárias, a rainha e os machos ou zangões.

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Uma colméia de abelhas melíferas pode conter de 30 mil a 40 mil operárias. São elas as grandes
reponsáveis por todo o trabalho executado na colméia.

As operárias transportam o mel e o pólen das celas de armazenamento para a rainha, zangões e
larvas, alimentando-os. Produzem a cera para ampliar a colméia, limpam-na dos detritos e de compa-
nheiras mortas e doentes. Procuram, no exterior da colméia, o néctar e o pólen. Além disso, guardam
e protegem a colméia. As operárias vivem, em média, seis semanas. São todas fêmeas estéreis.

A rainha apresenta a mesma constituição genética que as operárias. A diferenciação entre elas se faz
pelo tipo de alimento recebido na fase de larva. Enquanto as larvas das futuras operárias recebem
apenas mel e pólen, as larvas que se desenvolverão em rainhas são também alimentadas com se-
creções glandulares de operárias adultas. Essas secreções recebem o nome de geléia real.

Cada colméia de abelhas melíferas só tem uma rainha adulta. Esta controla as operárias graças a
secreção de uma substância denominada feromônio. Essa substância se espalha por toda a colméia,
passando de boca em boca. O feromônio inibe o desenvolvimento do ovário das operárias, impossibi-
litando-as de se tornarem rainhas.

Quando a rainha adulta abandona a sua colméia para construir uma nova, ela é seguida por cerca de
metade das operárias. Inicialmente, esse novo grupo permanece enxameado durante alguns dias, em
torno da rainha, num local ainda não definitivo.

A seguir, o enxame se fixa em um abrigo apropriado. Uma nova colméia surgirá graças à produção
de cera pelas operárias. Na colméia antiga, aparece uma nova rainha e as que estavam em desen-
volvimento são destruídas.

Essa nova rainha, ao sair para o "vôo nupcial", libera o feromônio, que estimula os zangões a segui-
Ia. Durante o vôo nupcial, a rainha é fecundada. Dependendo da espécie de abelha, a rainha poderá
ser fecundada por apenas um zangão ou por vários.

A rainha, uma fez fecundada, volta à colméia, onde, após algum tempo, reiniciará a postura de ovos.
Esta se prolongará por 5 a 7 anos. Os ovos fecundados originarão rainhas e operárias e os não fe-
cundados, os zangões.

Enquanto as rainhas e operárias são diplóides; ou 2n pois resultam de óvulos fecundados, os zan-
gões são haplóides ou n. Os zangões são alimentados da mesma forma que as operárias. Delas dife-
rem por serem haplóides ou n.

Os zangões originam-se de óvulos não fecundados, portanto, partenogeneticamente. São importan-


tes no vôo nupcial, pois fertilizam a rainha nessa ocasião. Essa é a única atividade realizada pelos
zangões; terminado o vôo nupcial, voltam também à colméia. Como são incapazes; de se alimentar
sozinhos, são mortos a picadas pelas operárias ou expulsos da colméia, morrendo conseqüentemen-
te, de inanição,

Relações Harmônicas Inter-Específicas

Mutualismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes na qual ambos se beneficiam.


Esse tipo de associação é tão íntimo, que a sobrevivência dos seres que a formam torna-se impossí-
vel, quando são separados. Alguns autores usam o termo simbiose para caracterizar o que definimos
como mutualismo. Como a tendência atual é considerar simbiose uma associação entra indivíduos de
espécies diferentes, não importando o tipo de relação entre eles, devemos usar o termo mutualismo
para caracterizar a simbiose entre indivíduos de espécies diferentes, em que ambos se beneficiam.

Como exemplos de mutualismo vamos analisar, entre outros, os líquens, a bacteriorriza, a micorriza,
e as associações entre cupins e protozoários e entre herbívoros com bactérias e protozoários. •

Líquens - são constituídos pela associação mutualística entre algas e fungos. A alga realiza a fotos-
síntese e cede ao fungo parte da matéria orgânica sintetizada. O fungo, além de proteger a alga, ce-
de-lhe umidade e sais minerais que absorve. Esse tipo de relação é benéfico para ambos. Permite a
sobrevivência do líquen em lugares onde, isoladamente, a alga e o fungo não teriam chance. Os lí-
quens podem ser encontrados em troncos de árvores, nas rochas nuas, nos desertos e no Ártico. •

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Bacteriorriza - é o nome que se dá à associação formada pelas bactérias do gênero Rhizobium com
as células das raízes de leguminosas, onde se originam as nodosidades. O esquema que segue mos-
tra uma leguminosa, evidenciando em suas raízes as nodosidades; provocadas pelas bactérias do
gênero Rhizobium.

Como veremos no ciclo do nitrogênio, as bactérias do gênero Rhizoblum fixam o nitrogênio atmosféri-
co. Transformam esse nitrogênio em compostos nitrogenados, que cedem às plantas leguminosas.
Estas usam o nitrogênio desses compostos na síntese de seus aminoácidos e proteínas. Em troca, as
leguminosas cedem, às bactérias, substâncias orgânicas que sintetizam. Raiz de leguminosa, com
nódulos portadores de bactérias do gênero Rhizobium

• Micorriza - é um tipo de associação mutualística que ocorre entre fungos e as raízes de certas or-
quídeas e da maioria das árvores florestais. O fungo, ao decompor as substâncias orgânicas, fornece
às plantas o nitrogênio e outros nutrientes minerais na forma assimilável. As plantas, em troca, cedem
ao fungo compostos orgânicos por elas sintetizados.

• Cupins ou térmitas e protozoários - os cupins ou térmitas utilizam em sua alimentação produtos


ricos em celulose, como a madeira, o papel e certos tecidos. Contudo são incapazes de digerir a celu-
lose, por não fabricarem a enzima celulase. Por isso, abrigam em seu intestino um protozoário flage-
lado denominado Tryconinpha. A celulose, uma vez digerida, serve de alimento para ambos. Os cu-
pins fornecem ao protozoário abrigo e nutrição e, em troca, recebem os produtos da degradação da
celulose.

• Ruminantes e microrganismos - os animais ruminantes, do mesmo modo que os cupins, não fabri-
cam a enzima celulase. Como os alimentos que ingerem são ricos em celulose, também abrigam em
seu estômago grande número de protozoários e bactérias capazes de fabricar a enzima celulase.

A celulose serve de alimento para os herbívoros, as bactérias e os protozoários. A partir daí estabele-
ce-se uma relação mutualística, em que as bactérias e os protozoários fornecem aos herbívoros pro-
dutos da digestão da celulose. Os herbívoros, por sua vez, fornecem abrigo e nutrição a esses mi-
crorganismos.

Protocooperação - protocooperação ou simplesmente cooperação é a associação entre indivíduos de


espécies diferentes em que ambos se beneficiam, mas cuja coexistência não é obrigatória. Como
exemplos de protocooperação vamos destacar as associações entre o paguro-eremita e as anêmo-
nas-do-mar, o pássaro anu e certos mamíferos, o pássaro-palito e os crocodilos e a polinização feita
por animais.

• O paguro-eremita e as anêmonas-do-mar - o paguro-eremita, também conhecido com bernardo-


eremita, é um crustáceo marinho que apresenta abdômen mole e desprotegido. Vive normalmente no
interior de uma concha vazia de molusco, como a do caramujo, por exemplo. Presas a essa concha,
podem ser encontradas as anêmonasdo-mar ou actínias, celenterados popularmente conhecidos por
flores-das-pedras.

As anêmonas, graças aos seus tentáculos que elaboram substâncias urticantes, afugentam os possí-
veis predadores do paguro. Este, ao se locomover, transporta a concha com anêmonas, aumentando
muito a área de sua alimentação. Trata-se de um caso de protocooperação, porque tanto o paguro
como a anêmona podem viver isoladamente. Como conceituamos, a coexistência de ambos não é
obrigatória.

• O pássaro anu e certos mamíferos - os pássaros conhecidos por anus alimentam-se de carrapatos e
outros parasitas encontrados no pelo de certos mamíferos, como o gado, o búfalo, o rinoceronte, etc.
Os anus, ao retirarem os parasitas (carrapatos) da pele desses mamíferos, estão se alimentando e,
ao mesmo tempo, livram os mamíferos desses indesejáveis parasitas. Como no exemplo anterior, a
coexistência de ambos não é obrigatória, daí falarmos em protocooperação.

• O pássaro-palito e o crocodilo - os crocodilos que vivem do rio Nilo, ao dormirem, podem deixar a
boca aberta. 0 pássaro-palito aproveita essa oportunidade para se alimentar dos parasitas (sangues-
sugas) e restos de alimentos encontrados entre os dentes e na boca do crocodilo. Dessa forma, o
pássaro-palito livra o crocodilo dos parasitas indesejáveis e, ao mesmo tempo, alimenta-se. Poliniza-
ção por animais - pode-se também considerar protocooperação, pois ao se alimentar de vegetais, os
pássaros ou insetos podem promover a disseminação de sementes ou pólen.

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ECOLOGIA

Comensalismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes na qual um deles aproveita


os restos alimentares do outro sem prejudicá-lo. O animal que aproveita os restos alimentares é de-
nominado comensal. Exemplo de comensalismo muito citado é o que ocorre entre a rêmora e o tuba-
rão.

A rêmora ou peixe-piolho é um peixe ósseo que apresenta a nadadeira dorsal transformada em ven-
tosa, com a qual se fixa ao corpo do tubarão. A rêmora além de ser transportada pelo tubarão, apro-
veita os restos de sua alimentação.

O tubarão não é prejudicado, pois o peso da rêmora é insignificante. Os alimentos ingeridos pela
rêmora correspondem aos desprezados pelo tubarão. Como exemplo também, as hienas se aprovei-
tando de restos deixados pelo leão, ou Entamoeba coli se aproveitando de restos alimentares em
nosso intestino e, até mesmo, a ave-palito comendo restos alimentares na boca do crocodilo.

Inquilinismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes em que um deles procura abrigo
ou suporte no corpo do outro, sem prejudicá-lo. O inquilinismo é uma forma de associação muito pa-
recida com o comensalismo. Desta difere por não haver cessão de alimentos ao inquilino. Como
exemplos de inquilinismo vamos destacar as associações do peixe-agulha com a holotúria e das or-
quídeas e bromélias com troncos de árvores.

• O Peixe-agulha e a Holotúria - o peixe-agulha (Fierasfer) possui um corpo fino e alongado. Ele pe-
netra no corpo da holotúria, conhecida popularmente como pepino-domar, para se abrigar. Do corpo
da holotúria, o peixe-agulha só sai para procurar alimento, voltando logo em seguida.

O peixe agulha apenas encontra abrigo no corpo da holotúria, não a prejudicando em qualquer senti-
do.

• Orquídeas e bromélias que vivem sobre troncos - a associação entre as orquídeas e as bromélias
com troncos de árvores recebe o nome de epifitismo. Por isso, orquídeas e bromélias são denomina-
das epífitas. Essas plantas conseguem, vivendo sobre os troncos de árvores, o suprimento ideal de
luz par realizarem a fotossíntese.

Uma observação muito importante, aqui, é não confundir as orquídeas e bromélias com plantas para-
sitas. As epífitas são plantas que apenas procuram abrigo, proteção e luz ideal ao crescer sobre ou-
tras plantas, mas sem prejudicá-las. As parasitas, como veremos, prejudicam a hospedeira.

Foresia - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes em que um se utiliza do outro para
transporte, sem prejudicá-lo. Como exemplo temos a rêmora ou peixe-piolho no tubarão ou, até
mesmo, o transporte de sementes por pássaros e insetos. Relações desarmônicas inter-específicas

Predatismo - é a interação desarmônica na qual um indivíduo (predador) ataca, mata e devora outro
(presa) de espécie diferente. A morte da presa pode ocorrer antes ou durante a sua ingestão.

Os predadores, evidentemente, não são benéficos aos indivíduos que matam. Todavia, podem sê-lo
à população de presas. Isso porque os predadores eliminam os indivíduos menos adaptados, poden-
do influir no controle da população de presas.

Tanto os predadores como as presas mostram uma série de adaptações que permitem executar mais
eficazmente as suas atividades. Assim, os dentes afiados dos tubarões, os caninos desenvolvidos
dos animais carnívoros, as garras de águia, a postura e o primeiro par de patas do louva-a-deus, o
veneno das cobras, as telas de aranha são exemplos de algumas adaptações apresentadas pelos
predadores.

Por outro lado, as presas favorecidas pela seleção natural também evidenciam um grande número de
adaptações que as auxiliam a evitar seus predadores.

A produção de substâncias de mau cheiro ou de mau gosto, as cores de animais que se confundem
com o meio ambiente, os espinhos dos ouriços, as corridas dos cavalos, veados e zebras são exem-
plos de processos utilizados pelas presas para ludibriar seus predadores.

Entre as adaptações apresentadas por predadores e presas merecem destaque a camuflagem e o


mimetismo.

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ECOLOGIA

Camuflagem:

Ocorre quando uma espécie possui a mesma cor (homocromia) ou a mesma forma (homotipia) do
meio ambiente.

Exemplos:

• - aves e insetos de cor verde

• - inseto bicho-pau

• - urso polar (branco como neve)

• - leão no capim seco

• - mariposas iguais a folhas Mimetismo:

Ocorre quando uma espécie possui o aspecto de outra. Exemplos:

• - cobra-coral falsa (não venenosa) imitando a cobra-coral verdadeira (venenosa);

• - borboleta vice-rei, que é pequena e comestível por pássaros, imitando a borboleta monarca que é
maior e de sabor repugnante aos pássaros.

• - mariposas imitando vespas;

• - moscas inócuas imitando abelhas;

• - borboleta-coruja com asas abertas lembram a cabeça de coruja. Observe um gráfico mostrando o
número de predadores (lince) e de presas (lebres) em função do tempo.

Parasitismo - é a associação desarmônica entre indivíduos de espécies diferentes na qual um vive à


custa do outro, prejudicando-o. O indivíduo que prejudica é denominado parasita ou bionte. O preju-
dicado recebe o nome de hospedeiro ou biosado. Os parasitas podem ou não determinar a morte do
hospedeiro. No entanto, os parasitas são responsáveis por muitos tipos de doenças ou parasitoses
ainda hoje incuráveis. O parasitismo ocorre tanto no reino animal como no vegetal.

Ecologia de População e Comunidades

A Ecologia é a ciência que estuda as relações existentes entre os seres vivos e destes com o ambi-
ente em que vivem. Para compreender essa ciência, alguns conceitos devem ser aprendidos. Entre
eles, dois são extremamente importantes: população e comunidade.

Uma população, em Ecologia, pode ser definida como um conjunto de indivíduos de uma mesma
espécie que vive em uma determinada área em um determinado momento. Essa área pode ser a
distribuição normal desses organismos ou então um limite escolhido por um pesquisador que estuda
aquele grupo de seres. Sendo assim, uma população pode ser também um grupo de indivíduos da
mesma espécie que está sendo estudado.

Uma população tem seu tamanho alterado constantemente em decorrência de diversos fatores. Ela
pode diminuir, por exemplo, em consequência de mortes e migrações e aumentar em decorrência
de nascimentos e imigrações. As mortes, nascimentos, migrações e imigrações estão intimamente
ligados a fatores como a disponibilidade de alimento, condições ambientais, predadores e a reprodu-
ção.

Apesar de teoricamente uma população poder crescer infinitamente, isso não acontece na prática. O
meio onde um grupo de indivíduos vive não suporta um aumento exagerado de organismos, existindo
assim uma capacidade limite. Imagine, por exemplo, uma área com grande quantidade de herbívoros
que vivem sem predadores no local. O aumento exagerado de indivíduos logo provocará a escassez
de alimento, fazendo com que alguns morram de fome, retornando assim a população ao
seu tamanho ideal.

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ECOLOGIA

As comunidades, por sua vez, podem ser definidas como um conjunto de populações em um deter-
minado lugar e em um determinado espaço de tempo. Essas diferentes populações, no entanto, não
se distribuem de igual maneira, sendo algumas espécies abundantes e outras raras.

Nas comunidades, as diferentes populações interagem das mais variadas maneiras. Essas intera-
ções, também chamadas de relações ecológicas, podem beneficiar todos os indivíduos envolvidos ou
então beneficiar apenas um grupo. Quando as interações ocorrem entre espécies diferentes, são
chamadas de interespecíficas; mas quando ocorrem entre seres da mesma espécie, trata-se de rela-
ções intraespecíficas.

Essas diferentes relações ecológicas existentes entre os seres vivos são responsáveis por controlar,
juntamente aos fatores abióticos, as populações que fazem parte de uma comunidade. A competição,
por exemplo, pode extinguir completamente uma espécie de uma comunidade.

o estudar Ecologia, preocupamo-nos com a análise das interações das espécies entre si e destas
com o meio. Para realizar essa análise, no entanto, é fundamental conhecer alguns conceitos bási-
cos. Entre esses conceitos, destacam-se as noções de população e comunidade.

Uma população pode ser definida como um grupo de organismos pertencentes à mesma espécie e
que vivem em uma mesma área geográfica. Complementando esse conceito, podemos dizer que
esses organismos possuem maior chance de reproduzirem-se entre si do que com outros grupos de
indivíduos de outra região.

O tamanho de uma população é limitado pelo meio em que ela vive, uma vez que o aumento exage-
rado, por exemplo, pode causar desequilíbrios ecológicos e afetar também os indivíduos com os
quais essa população interage. Podemos concluir, portanto, que existe um tamanho ideal para cada
população que se mantém mais ou menos constante ao longo do tempo.

Ao estudar uma população, os ecólogos preocupam-se em analisar todos os fatores que influenciam
esse grupo de organismos, como o número de nascimentos e mortes. Além disso, é fundamental
analisar os movimentos migratórios, a quantidade de alimento disponível, o número de predadores,
entre outras variantes que afetam diretamente o tamanho de uma população.

Como exemplo de população, podemos citar grupos de elefantes na savana africana ou ainda os
grupos de borboletas-monarcas no Canadá (veja imagem acima).

Uma comunidade, por sua vez, é formada por todos os organismos que vivem em uma área, em um
determinado período de tempo, ou seja, todas as populações viventes de uma região. Alguns autores
definem ainda a comunidade como a parte viva de um ecossistema.

Ao analisar as características de uma comunidade, é possível observar como as populações intera-


gem e conhecer os processos ecológicos existentes nesse grupo de organismos. Além disso, é pos-
sível entender como as espécies agrupam-se e como o meio ambiente tem efeito sobre esses agru-
pamentos.

Como exemplo de comunidade, podemos citar os organismos que vivem no fundo dos ambientes
aquáticos (comunidade bentônica), tais como crustáceos, poliquetas, equinodermos e algumas espé-
cies de moluscos. Outro exemplo de comunidade é o conjunto de plantas de uma área de floresta ou
ainda os animais existentes em uma área de Mata Atlântica.

Em Ecologia, estudamos as relações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente em que vi-
vem. Esses estudos correspondem a diferentes níveis de organização. Podemos, por exemplo, estu-
dar apenas as interações entre os indivíduos de uma mesma espécie ou, ainda, estudar as relações
deles com diferentes organismos. Para isso, no entanto, é fundamental compreender os conceitos de
população e comunidade.

População

Uma população, em Ecologia, pode ser definida como um conjunto de indivíduos de uma mesma
espécie que vive em uma determinada área em um dado período de tempo. Os indivíduos de uma
população apresentam maior probabilidade de cruzamento entre si do que com organismos de outra
população da mesma espécie.

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ECOLOGIA

Os nascimentos e as imigrações (a chegada de novos indivíduos) são fatores que aumentam uma
população. Por outro lado, a densidade populacional diminui quando ocorrem mortes ou emigra-
ções (a saída dos indivíduos daquela população).

As populações podem variar de tamanho, mas não apresentam um crescimento contínuo e ilimita-
do. Se uma população cresce de maneira exagerada, isso pode afetar todos os organismos do grupo
e, assim, causar a limitação de recursos, dificultar a reprodução e reduzir a área onde os indivíduos
vivem. Dizemos que esses fatores são barreiras naturais necessárias para impedir um crescimento
exagerado e, dessa forma, manter a população sempre em uma quantidade limitada de indivíduos. O
tamanho máximo de uma população em um ambiente natural é chamado de capacidade limite.

Como exemplo de população, podemos citar os grupos de jacarés encontrados no Pantanal. Todos
os jacarés são da mesma espécie, relacionam-se entre si e vivem em determinada área. Outros
exemplos de população são os leões na savana africana ou as pessoas que vivem em um determi-
nado município

Uma comunidade é o grupo de diferentes populações que vivem em um mesmo local em um deter-
minado período de tempo. Essas populações de uma comunidade interagem entre si por meio
das relações ecológicas, as quais podem ser positivas, ou seja, trazer benefícios para os envolvidos,
ou negativas, isto é, desencadear prejuízo para pelo menos um dos envolvidos.

Considerando o Pantanal como exemplo, podemos verificar comunidades formadas por jacarés, capi-
varas, tuiuiús, outras espécies de animais e algumas de plantas. Todos esses organismos encon-
tram-se em uma mesma área e relacionam-se entre si e, portanto, formam uma complexa comunida-
de.

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