Evasao No Ensino Superior Politicas de P
Evasao No Ensino Superior Politicas de P
Evasao No Ensino Superior Politicas de P
doi.org/ 10.51891/rease.v8i4.5000
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Doutor em Educação, especialidade de Psicologia da Educação pela Universidade de Lisboa (Portugal);
Mestre em Formação Pessoal e Social pela Universidade de Lisboa(Portugal). Professor na Universidad
Internacional Iberoamericana (México e Porto Rico) e na Universidad Europea del Atlántico (Espanha).
2
Mestra em Pedagogia da Formação Profissional (Internationale Berufspaedagogik) - Universitaet Kassel-
Alemanha. Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2004).
Professora da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.
3
Graduada em Pedagogia pela UNOESC. Mestra em Educação Infantil, pela Universidade Federal de Santa
Catarina – UFSC. Doutoranda em Educação pela Universidad Internacional Iberoamericana (UNINI-
MX).
Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. São Paulo, v.8.n.04. abr. 2022.
ISSN - 2675 – 3375
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1 INTRODUÇÃO
Este artigo nasce a partir do recorte de uma pesquisa que investiga a “Evasão no
Ensino Superior – O caso do Curso de Pedagogia do Centro de Educação à Distância da 738
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
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procurar cursos com boa qualidade de ensino. Já, no Brasil, utilizam-se os termos “evasão e
permanência” do aluno, realizando assim, um esforço das universidades em manter o
aluno do início ao fim do curso de graduação.
A teoria de Spady (1970) versa sobre o modelo do processo de abandono, levando
em consideração evidências empíricas para o entendimento do processo de evasão dos
acadêmicos. Sua teoria tem como base o fundamento apresentado por Durkheim, que tem
como ponto de partida a possibilidade de um sujeito cometer suicídio devido à influência
de seu estágio de integração social (SEVERIANO, 2021).
Corrobora com essa ideia o modelo proposto por Tinto (1975), baseado na
integração do estudante e suas vertentes no modelo de Spady (1970), que foi um dos
precursores dos estudos sobre evasão. Em sua teoria, Tinto (1975) afirma que são dois os
aspectos determinantes para a permanência do estudante no ensino superior: a integração
acadêmica e a integração social. Tinto discorreu que antes de se buscarem explicações para
o tema, acreditava-se que:
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Vicent Tinto (1975) Pell Institute for the Study of Opportunity in Higher Education. [...] When the issue
of student retention first appeared on the higher educational radar screen, now some 40 years ago, student
attrition was typically viewed through the lends of psychology. Student retention or the lack thereof was
seen as the reflection of individual attributes, skills, and motivation. Students who did not stay were
thought to be less able, less motivated, and less willing to defer the benefits that college graduation was
believed to bestow. Students failed, not institutions. This is what we now refer to as blaming the victim.
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aluno de graduação causas ligadas à instituição, seja por falta de políticas de permanência,
seja na proposta pedagógica desatualizada ou que não gera interesse.
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A evasão nos cursos à distância consiste em alunos que não completam cursos ou
programas de estudo, podendo ser considerado como evasão aqueles alunos que se
matriculam e desistem antes mesmo de iniciar o curso (MAIA; MEIRELLES; PELA,
2004). Entretanto, Farias, Alcântara e Goia (2008) consideram como alunos evadidos,
aqueles que desistiram definitivamente de cursar uma das disciplinas ofertadas na
modalidade à distância em qualquer etapa do período letivo.
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Destaca-se aqui o inciso I deste artigo que é a “igualdade de condições para o acesso
e permanência na escola” (BRASIL, 1996, p. 1, grifo nosso) embora seja um princípio
louvável, está presente de forma tímida na realidade brasileira em quaisquer uma das
modalidades de ensino da educação básica. Passados mais de trinta anos da publicação da
LDB, ainda temos altos índices de evasão na educação do país. Severiano (2021, p. 22)
ressalta:
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3 Procedimento metodológico
Este artigo nasce como parte de uma pesquisa de Doutorado que está sendo
realizada na Universidade do Estado de Santa Catarina – Udesc/BR, no Curso de
Graduação em Pedagogia à Distância do Centro de Ensino a Distância -CEAD, analisando
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a evasão dos alunos das turmas que ingressaram de 2015 a 2020. Apresenta-se, por meio
deste, dados parciais da pesquisa que visa responder ao objetivo de desvelar as políticas de
permanência de alunos nos cursos de graduação à distância. Foi realizada uma pesquisa
bibliográfica, baseando-se na modalidade de pesquisa conhecida como estado da arte ou
estado do conhecimento. Para a técnica de coleta de dados foi utilizada a análise
bibliográfica e documental, buscando os dados do Plano 20 e Instruções normativas da IES,
assim como, o Plano Nacional de Educação – PNE e legislações do Governo Federal que
estimulam a permanência dos estudantes nas universidades públicas e privadas.
Foi considerado como evasão, o abandono do curso independentemente de
transferência interna, migração para outro curso ou trancamento, compreendendo que,
quando um aluno deixa de realizar rematrícula no curso (independente da motivação ou
destino posterior), ocorreu um prejuízo no curso. Assim, os autores, deste artigo,
caracterizaram como “evadido o aluno que não realizou a matrícula no ingresso pelo
vestibular e que matriculado em um semestre, não realizou a matrícula no semestre
seguinte”.
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4 RESULTADOS
4.1 Identificando a evasão dos alunos de graduação nos polos de Educação à Distância do
CEAD/Udesc
Fonte: Elaborada pelos autores, adaptado pelo relatório de Números Acadêmicos por semestre extraído do
Sistema de Gestão Acadêmica (SIGA/UDESC) em março de 2022.
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Fonte: Elaborada pelos autores, adaptado pelo relatório de Números Acadêmicos por semestre extraído do
Sistema de Gestão Acadêmica (SIGA/UDESC) em março de 2022.
O polo onze (11) obteve o maior percentual de evasão. Localiza-se na região oeste de
Santa Catarina, sendo o polo mais distante da sede do curso da capital do estado.
Em estudos recentes, Gonzales, Nascimento e Leite (2016, p. 3, grifo nosso) dizem:
“Assume-se como hipóteses que maiores cargas horárias dos cursos, o cargo e a localização
do aluno exercem influência significativa no índice de evasão, enquanto que o gênero e a
idade não exerceriam influência significativa.” E também destacam [...] “indivíduos
localizados no interior do estado podem enfrentar alguns problemas com relação à
tecnologia e acesso à internet, o que pode levar a um incremento na evasão [...] e a
localização do aluno exerce influência significativa sobre a evasão” (GONZALES;
NASCIMENTO; LEITE, 2016, p. 16, grifo nosso).
O polo quatro (04), localizado no meio-oeste catarinense, apresentou o menor
índice neste período, totalizando 25% de evasão dos alunos de graduação.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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enfrentarem o problema com soluções mais específicas e estratégias condizentes com sua
realidade.
O objetivo deste estudo foi desvelar as publicações sobre permanência e evasão na
educação superior através dos documentos oficiais da Universidade do Estado de Santa
Catarina e do Governo Federal. Assim, buscou-se identificar o percentual de evasão no
Curso de Pedagogia à distância ofertado pelo CEAD/ Udesc o qual foi avaliado em onze
polos do estado catarinense, bem como foram analisadas as formas legais de garantir a
permanência dos alunos ofertados pelo governo federal e IES da pesquisa.
Encontramos na IES em relação aos alunos do Curso de Pedagogia à Distância no
período de 2015-2020, um índice de evasão em torno de 43,9%. Cada polo ofertava em média
40 vagas e variava de região para região o número de abandonos e evasão. Como o estudo
ainda está em andamento, as causas e motivos estão sendo investigadas.
Todavia, constatou-se que a IES apresenta políticas de permanência do aluno ao
curso através dos programas do Governo Federal: Universidade Aberta do Brasil (UAB),
Programa de Bolsa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID), Programa de Apoio a
Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e Programa
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Universidade para Todos (ProUni) conforme aspectos específicos de cada um para o setor
público. Por outro lado, encontra-se também, políticas internas da instituição: Programa
de Auxílio Financeiro aos Estudantes em Situação de Vulnerabilidade Socioeconômica –
PRAFE, divulgado através de Edital. Bolsa de Apoio Discente e Bolsa de Estágio não
obrigatório.
Em parceria, as pró-reitorias de Ensino e Extensão, Cultura e Comunidade,
organizam projetos e programas com diretrizes e estratégias que oportunizam a
permanência do aluno na universidade, tais como: Programa de ações afirmativas, Núcleo
de Acessibilidade Educacional – NAE e Serviço de Atendimento ao Estudante-SAE. No
entanto, percebe-se que há um longo caminho a ser percorrido para atingir a maioria dos
alunos em seus diversos polos, tendo em vista que estes serviços abrangem um público
maior de alunos presenciais. Mesmo com todas as iniciativas tomadas para manter, fazer
permanecer o aluno ao curso, a instituição pesquisada não consegue atingir os alunos
espalhados nos polos catarinenses que ficam distantes, geograficamente, da sede. Quais são
as demais causas ou motivos da evasão? A investigação continua.
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Há várias causas que fazem o aluno da educação à distância evadir, é uma questão
complexa que merece aprofundamento, desafio às pesquisas futuras. Importante destacar
que, considerando a atual conjuntura brasileira de pouco investimento na formação dos
cidadãos, bem como de cortes nos recursos de ensino, pesquisa e extensão, a Universidade
do Estado de Santa Catarina apresenta seriedade nas políticas de manutenção e
permanência dos alunos de graduação à distância, apontados nos documentos oficiais
internos à instuição.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
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índices de evasão nos cursos superiores a distância do Brasil. 2004. Disponível em:
http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/073-TC-C2.htm. Acesso em: 10 mar.
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Disponível em: http://cidesp.com.br/index.php/Icidesp/1cidesp/paper/download/49/152.
Acesso em: 10 mar. 2022.
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