Princípios de Biologia e Imunologia - Unidade 4
Princípios de Biologia e Imunologia - Unidade 4
Princípios de Biologia e Imunologia - Unidade 4
Microbiologia
e Imunologia
Introdução ao Estudo e Conceitos Básicos da Imunologia
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Introdução ao Estudo e Conceitos
Básicos da Imunologia
• Introdução;
• Princípios Básicos da Imunologia;
• Tipos de Resposta Imune.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar visão geral sobre a imunologia, destacando os tipos de respostas imunes e os
tipos celulares que a compõem e um aprofundamento sobre a resposta imune inata e a
resposta inflamatória.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Introdução ao Estudo e Conceitos Básicos da Imunologia
Introdução
Você Sabia? Importante!
O corpo humano pode, por meio de um sistema de reações químicas e físicas, prote-
ger-nos de agentes estranhos (patógenos) e até mesmo contra nossas próprias células
quando (por mutação) elas se tornam malignas (cânceres) e, assim, podem evitar o sur-
gimento de algumas doenças?
Atualmente, diversas células especiais que podem retirar e destruir esses pató-
genos são conhecidas.
O sistema capaz de fazer o que foi descrito acima é denominado sistema imuno-
lógico, que é composto por uma porção de células e órgãos cuja principal função
é proteger o indivíduo de patógenos, por meio de diversos mecanismos de defesa.
Na ausência de um sistema imune, as infecções, que antes não eram percebidas, podem
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Patogênese e Tratamento do HIV, Alan Landay, do Rush Medical College e Marcus
Altfeld, da Harvard Medical School, ambos nos Estados Unidos, falaram sobre dois
tipos de células que compõem essa resposta inata: dendríticas e natural killer (NK).
De acordo com Landay, as PDC impedem que as células T infectadas pelo HIV
produzam partículas virais. Suas pesquisas sugerem que existe uma relação entre o
número de PDC e o estado clínico do paciente. “Os sobreviventes à doença apre-
sentam uma quantidade maior dessas células”, disse. Contudo, embora a terapia
antirretroviral seja capaz de aumentar os níveis de células T, o tratamento nunca
restitui o número normal de PDC.
Landay também estudou a ação in vitro da molécula sintética CpG, que mimetiza o DNA
Explor
de uma bactéria e estimula receptores de células imunológicas. Ele verificou que essa
molécula ativava as PDC e, portanto, poderia ser útil no desenvolvimento de uma vacina
terapêutica, acesse: https://bit.ly/3bI0FiS
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UNIDADE Introdução ao Estudo e Conceitos Básicos da Imunologia
Quando a vacinação foi introduzida, Jenner não tinha conhecimento dos agen-
tes infecciosos. Apenas no século XIX, Robert Koch provou que as doenças infec-
ciosas eram causadas por microrganismos patogênicos, cada um responsável por
uma determinada enfermidade ou patologia.
Após isso, em 1880, Louis Pasteur projetou uma vacina contra a cólera aviá-
ria e desenvolveu uma vacina antirrábica. No início da década de 1890, Emil von
Behring e Shibasaburo Kitasato descobriram que o soro de animais imunes à dif-
teria ou ao tétano continha “atividade antitóxica” específica que possibilitava prote-
ção em curto prazo contra os efeitos das toxinas dessas duas doenças. Atualmente,
chamamos essa atividade de anticorpos.
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protetora, por toda a vida do indivíduo, a novas infecções causadas pelo mesmo pa-
tógeno. Esse importante mecanismo de resposta não observada na outra resposta
é a imunológica, que é chamada de resposta imunológica inata. Essa resposta é
intimamente ligada a uma resposta imediata, auxiliando, assim, no combate a uma
grande gama de patógenos em primeira instância.
Diante do que foi dito acima, fica claro definir que uma das principais diferenças
entre as respostas imunológicas inata e adaptativa é que a resposta imunológica
adaptativa necessita de tempo para se desenvolver, já que ela é específica para um
determinado patógeno; a inata é inespecífica e, por isso, já está presente mesmo
em organismos saudáveis.
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UNIDADE Introdução ao Estudo e Conceitos Básicos da Imunologia
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Resposta Imune Adaptativa
A forma de resposta imune adaptativa refere-se à especificidade de moléculas e
à capacidade de lembrar e responder com mais intensidade em exposições repeti-
das frente a um mesmo microrganismo. Ela pode, também, diferenciar uma gama
de substâncias microbianas, não microbianas e microrganismo e, devido a isso, é
denominada imunidade específica ou imunidade adquirida, porque muitas das res-
postas apresentadas são “adquiridas” por experiência. Suas principais células são
linfócitos e seus produtos secretados, como os anticorpos. As substâncias estranhas
que induzem as respostas imunológicas específicas reconhecidas pelos linfócitos ou
os anticorpos são os antígenos.
A primeira surgiu há 500 milhões de anos: o grupo de peixes sem maxilas (agnatha),
como as lampreias e as feiticeiras, que desenvolveu resposta com diversas células se-
melhantes aos linfócitos de espécies mais derivadas de vertebrados, na qual atuavam
como linfócitos e até respondiam à imunização. Os receptores de antígenos dessas
células eram ricos em leucinas capazes de reconhecer uma elevada gama de antígenos,
mas eram diferentes dos anticorpos e dos receptores de células T (segundo modo), que
sugiram mais tarde no processo de evolução. A evolução dos linfócitos e os diversos
receptores de antígenos altamente diversos, os anticorpos e os tecidos linfoides espe-
cializados, ocorreram em um espaço de tempo curto e, de certo modo, coordenado
nos vertebrados não agnatha, como nos tubarões, há cerca de 360 milhões de anos.
Diante disso, as relações das respostas inata e adaptativa estimulam uma à outra.
A resposta adaptativa frequentemente atua intensificando os mecanismos proteto-
res, tornando-os capazes de combater com maior eficiência os patógenos.
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toxinas, já que ela é capaz de ativar diversas vias de sinalização de defesa e, como
diferentes tipos celulares de anticorpos, promovem a ingestão de microrganismo
pelas células do hospedeiro (fagocitose).
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Figura 3 – Tipos de imunidade adaptativa
Fonte: Adaptado de Abbas, 2012
Importante! Importante!
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Outra forma de obter a imunidade pode ser pela transferência para um organis-
mo por meio do soro ou de linfócitos de um organismo imunizado, tornando o re-
ceptor imune também. Essa forma de imunidade é denominada imunidade passiva
(Figura 4). Um exemplo desse processo é a transferência de anticorpos maternos
para o feto, que o protege contra infecções não adquiridas.
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As células do tronco hematopoiéticas pluripotentes, nas quais são formadas as
células do sistema imunológico adaptativo, dividem-se em duas formas de células-
-tronco. Uma é a progenitora da célula linfoide comum, gerando diversas células
como a linhagem linfoide de células sanguíneas brancas ou leucócitos, as células
matadoras naturais (NK) e os linfócitos B e T.
As células dendríticas imaturas vão entrar nos tecidos, nos quais se maturam
após entrar em contato com um patógeno. Uma subpopulação menor de células
dendríticas será gerada pelo progenitor linfoide comum. As células mieloides proge-
nitoras comuns estão em menor quantidade que os progenitores linfoides comuns e
a maioria das células dendríticas do organismo se desenvolve a partir de progenito-
res mieloides comuns. Os monócitos maturam-se em macrófagos ao entrarem nos
tecidos. A célula precursora que dá origem aos mastócitos ainda é desconhecida.
Os mastócitos também entram nos tecidos nos quais completam sua maturação
(acesse o link na caixa de destaque).
Todos os elementos celulares do sangue, incluindo as células do sistema imune, derivam das
Explor
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UNIDADE Introdução ao Estudo e Conceitos Básicos da Imunologia
Os mastócitos, que não têm definido seu precursor sanguíneo, são diferenciados
nos tecidos. Acredita-se que essas células têm ação na proteção das superfícies
internas do organismo contra vermes parasíticos. Os grandes grânulos liberados
durante a resposta auxiliam na indução do processo de inflamação.
A terceira classe das células fagocíticas são as células dendríticas. Elas possuem
longos prolongamentos semelhantes a dedos, semelhantes aos das células nervo-
sas. As células dendríticas imaturas migram da medula óssea para a corrente san-
guínea para entrar nos tecidos, nos quais vão amadurecer. Elas são capazes de
fagocitar continuamente grandes quantidades de fluído extracelular e seu conteúdo,
processo conhecido como macropinocitose. Essas células degradam os patógenos
que capturaram, mas sua principal atividade consiste em ativar uma determinada
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classe de linfócitos, os linfócitos T, ao entrarem em contato com os microrganis-
mos. Entretanto, só o reconhecimento das células dendríticas ao antígeno não é
suficiente para ativar um linfócito T virgem. Assim, as células dendríticas maduras
possuem propriedades adicionais que permitem apresentar antígenos e inativar
e ativar os linfócitos T. Por isso são conhecidas como células apresentadoras de
antígenos (APCs), tendo importantíssima ligação entre a resposta imune inata e a
resposta imune adaptativa.
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UNIDADE Introdução ao Estudo e Conceitos Básicos da Imunologia
Por fim, outra função das células T é ativar os macrófagos que vão se tornar mais
eficientes para matar os patógenos capturados. As células T reguladoras suprimem
a atividade de outros linfócitos e ajudam a controlar as respostas imunes.
Uma vez que os patógenos dominem o sistema imunológico, vão requerer esfor-
ço conjunto das respostas imune inata e adaptativa para eliminá-los do organismo.
Mesmo com essa dificuldade, o sistema imune inato normalmente mantém alguns
patógenos sob controle, enquanto o sistema imune adaptativo acelera sua ação.
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Tabela 2 – Variedade de microrganismos que podem causar doenças
Algumas causas comuns de doenças em humanos
Adenovírus Adenovírus humano (p. ex., tipos 3, 4 e 7)
Herpes simples, varicela zóster, vírus
Herpesvírus
Epstein-Barr, citomegalovírus, HHV8
Vírus de DNA Poxvírus Varíola, vírus da vacínia
Parvovírus Parvovírus humano
Papovavírus Papilomavírus
Hepadnavírus Vírus da hepatite B
Orthomyxovírus Vírus influenza
Vírus Paramyxovírus Caxumba, sarampo, vírus sincicial respiratório
Coronavírus Vírus do resfriado, SARS
Picornavírus Pólio, coxsackie, hepatite A e rinovírus
Reovírus Rotavírus, reovírus
Vírus de RNA
Togavírus Rubéola, vírus da encefalite transmitido por artrópodes
Flavivírus Vírus transmitido por artrópodes (febre amarela e dengue)
Arenavírus Coriomeningite linfocítica, febre Lassa
Rhabdovírus Raiva
Retrovírus Vírus da leucemia das células T, HIV
Estafilococos Staphylococcus aureus
Cocos Gram +
Estreptococos Streptococcus pneumoniae, Strep. pyogenes
Cocos Gram – Neisseria Neisseria gonorrhoeae, N. meningitidis
Corynebacterium diphtheriae, Bacillus anthracis,
Bacilos Gram +
Listeria monocytogenes
Salmonella, typhi, Shigella flexneri, Campylobacter jejuni,
Vibrio cholerae, Yersinia pestis, Pseudomonas aeruginosa,
Bacilos Gram –
Brucella melitensis, Haemophilus influenzae, Legionella
Bactérias pneumophilus, Bordetella pertussis
Firmicutes Clostrídio Clostridium tetani, C.botulinum, C. perfringens
Treponema pallidum, Borrelia burgdorferi,
Espiroquetas Espiroquetas
Leptospira interrogans
Actinobactéria Micobactéria Mycobacterium tuberculosis, M. leprae, M. avium
Protobactéria Ricketsia Rickettsia prowazekii
Chlamydiae Clamídia Chlamydia trachomatis
Mollicutes Micoplasma Mycoplasma pneumoniae
Candida albicans, Cryptococcus noeformans, Aspergillus,
Fungos Ascomicetos Hostoplasma capsulatum, Coccidioides immitis,
Pneumocystis carinii
Entamoeba histolytica, Giardia intestinalis, Leishmania
Protozoários donovani, Pasmodium falciparum, Trypanosoma brucei,
Toxoplasma gondii, Cryptosporidium parvum
Trichuris trichuras, Trichinella spiralis, Enteronius
Intestinal vermucularis, Ascaris lumbricoides, Ancylostoma
Nematódeos duodenale, Strongyloides stercoralis
Vermes
Tecidual Onchocerca volvulus, Loa loa, Dracuncula medinensis
Platelmintos Sangue, fígado Schistosoma mansoni, Clonorchis sinesis
Fonte: Murphy, 2010
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UNIDADE Introdução ao Estudo e Conceitos Básicos da Imunologia
Além das moléculas abordadas acima, a resposta imune inata reconhece tam-
bém produtos microbianos essenciais para a sobrevivência desses organismos.
Esse tipo de reconhecimento é importante, pois são componentes que não po-
dem ser perdidos e assim não são escondidos pelos microrganismos na tentativa de
evitar o reconhecimento do hospedeiro. Um exemplo é o RNA viral de fita dupla,
que desempenha importante papel na replicação de certos vírus (Tabela 3).
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Tabela 3 – Exemplos de PAMP e DAMP
Padrões Moleculares Associados aos Patógenos Tipo de Micro-organismo
ssRNA Vírus
Ácidos nucleicos dsRNA Vírus
CpG Vírus, bactérias
Pilina Bactéria
Proteínas
Flagelina Bactéria
LPS Bactérias gram-negativas
Lipídios de parede celular
Ácido lipoteicoico Bactérias gram-positivas
Manana Fungos, bactérias
Carboidratos
Glucanas dectina Fungos
Padrões Moleculares Associados a Danos
Proteínas induzidas por estresse HSP
Cristais Urato monossódico
Proteínas nucleares HMGB1
CpG, citidina-guanina dinucleotídeo; dsRNA, RNA de dupla fita; HMGB1, grupo box de alta mobilidade
1; HSP, proteínas de choque térmico; LPS, lipopolissacarídeo; ssRNA, RNA de fita simples.
Fonte: Abbas, 2012
Para realizar o reconhecimento dos PAMP e dos DAMP, a resposta imune inata
utiliza proteínas presentes no sangue e nos fluidos extracelulares, mas, principal-
mente, nos receptores dispostos em diferentes porções das células e moléculas
solúveis no sangue e na secreção das mucosas. As células que expressam esses
receptores são os fagócitos (macrófagos e neutrófilos), células dendríticas, algumas
células epiteliais e muitas outras células que compõem tecidos e órgãos.
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UNIDADE Introdução ao Estudo e Conceitos Básicos da Imunologia
Receptores de Reconhecimento de
Local Exemplos Específicos Ligantes PAMP/DAMP
Padrões Associados às Células
Receptores similares à lectina do tipo C
Carboidratos da superfície
Receptor de manose microbiana com manose e
Membranas plasmáticas
frutose terminais
de fagócitos
Dectina Glucanas presentes em
paredes celulares fúngicas
Receptores scavenger
Moléculas Solúveis de
Local Exemplos Específicos Ligantes PAMP
Reconhecimento
Pentraxinas
Fosforilcolina e
Plasma Proteína C-reativa tosfatidiletanollamina
microbianas
Colectinas
Lectina ligante Carboidratos com manose
Plasma de manose e frutose terminais
Alvéolos Proteínas surfactantes Diversas estruturas
SP-A e SP-D microbianas
Ficolinas
N-Acetilglicosamina
e ácido lipoteicoico
Plasma Ficolina componentes de paredes
celulares de bactérias
gram-positivas
Complemento
Anticorpos naturais
Fosforilcolina em
membranas bacterianas
Plasma IgM
e membranas de células
apoptóticas
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Diante dessa introdução, é possível aprofundarmos sobre os receptores celulares
de reconhecimento de padrões de PAMP e DAMP. As células que expressam as
maiores quantidades desses receptores são os fagócitos e as células dendríticas,
demonstrando seu papel crucial para a ingestão dos patógenos, como fazem os
macrófagos e os neutrófilos (fagócitos), no estímulo a uma resposta inflamatória e,
por subsequência, uma resposta adaptativa, como é o papel das células dendríticas.
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UNIDADE Introdução ao Estudo e Conceitos Básicos da Imunologia
A grande diversidade de forma dos TLRs e as células em que são expressas. Adi-
cionalmente, esses receptores podem ser encontrados tanto na membrana celular,
quanto nas membranas intercelulares, sendo que os TRL 1, 2, 4, 5 e 6 são expres-
sos nas membranas plasmáticas, reconhecendo os PAMP no ambiente extracelular,
principalmente os LPS e o ácido lipopoteicoico das bactérias por meio dos TRL 2
e 4, respectivamente.
Já o TRL9 pode se ligar a fitas de DNA simples e dupla, em que não são apenas
expressos por microrganismos; no entanto, é específico dessas moléculas a região
endossômica, o que diferencia as moléculas do hospedeiro que não se relaciona ao
endossoma dos microrganismos, mas o DNA e o RNA microbiano podem termi-
nar no endossoma dos fagócitos ou das células dendríticas ao serem fagocitadas.
Por fim, para as células danificadas, os TRL 3, 7, 8 e 9 podem identificar compo-
nentes saudáveis de moléculas estranhas ou de células do próprio corpo, quando
são danificadas.
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Figura 6 – Funções de Sinalização do TRL
Fonte: Abbas, 2012
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UNIDADE Introdução ao Estudo e Conceitos Básicos da Imunologia
Outro grupo de receptores é o NLRP (subfamília NLR), que se liga aos PAMP e
aos DAMP citoplasmáticos e vai realizar a resposta por meio dos inflamassomos,
que geram formas ativas de citocina inflamatória denominada IL – 1 (Figuras 7 e 8).
Atualmente, são conhecidos 14 tipos de NLRP, sendo muitos deles com o mes-
mo domínio efetor Pirina. Dos 14 tipos de NLRP, apenas 3 foram bem estudados:
os IPAF/NRLC4, NRLP3 e NRLP1.
Dentro dos produtos microbianos estão flagelina, dipeptídeo muramil, LPS, to-
xinas formadoras de poros e RNA bacteriano e viral. Já as substâncias cristalinas
são derivadas do ambiente como o amianto ou a sílica, e podem ser também de
origem endógena como o pirofosfato de cálcio, urato monossódico provindo de
células mortas, que também pode liberar para o meio extracelular ATP e este gerar,
também, a formação do inflamassomo.
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NLRA CIITA CARD AD NACHT
A grande quantidade de agentes sugere que a ligação desses compostos, não ocorre
diretamente, como os RLPRs, e sim de forma indireta, como íon potássio, vinda de
toxinas de bactérias formadoras de poros. Outras foram de ligação podem ser as es-
pécies reativas de oxigênio (radicais livres) e podem induzir o inflamossomo (Figura 8).
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UNIDADE Introdução ao Estudo e Conceitos Básicos da Imunologia
Inflamassomos: https://bit.ly/2JzshuA
Resposta Inflamatória
A inflamação é uma resposta muito importante para o combate a infecções,
sendo que para que ela ocorra, três papéis fundamentais devem acontecer. O pri-
meiro é o oferecimento de células e moléculas efetoras adicionais para os sítios de
infecção para aumentar a morte dos microrganismos invasores pelos macrófagos.
A terceira maior mudança nos vasos sanguíneos nos quais ocorre a infecção é
o aumento da permeabilidade vascular. Isso acontece porque as células do endoté-
lio que revestem as paredes dos vasos sanguíneos ficam mais separadas uma das
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outras, levando à saída do fluido e de proteínas do sangue para o lado do tecido,
causando o inchaço ou edema e a dor, além do acúmulo de proteínas plasmáticas
cuja função é auxiliar na defesa do hospedeiro. Essas mudanças no endotélio são
conhecidas em geral como ativação endotelial.
O peptídeo C5a também ativa fagócitos e mastócitos locais, os quais, por sua
vez, são estimulados para liberar seus grânulos, que contêm as pequenas moléculas
inflamatórias histamina e a citocina TNF-α. Em casos de ferimentos, o dano aos
vasos sanguíneos induz imediatamente outras duas cascatas enzimáticas protetoras.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Sistema imunológico
https://youtu.be/JzaQaFVNi3o
TRL – Animação
https://youtu.be/iVMIZy-Y3f8
Leitura
Você sabia? Na gravidez, a mãe passa ao filho toda a imunidade que possui?
https://bit.ly/2UUHED3
O que são doenças auto-imunes
https://bit.ly/3bLGFf8
Inflamassomos – Estruturas, mecanismos de ativação e importância na resposta imunológica
https://bit.ly/2JwGZlZ
Resposta inflamatória – Resumo
https://bit.ly/2X3ViGA
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UNIDADE Introdução ao Estudo e Conceitos Básicos da Imunologia
Referências
MURPHY, K.; TRAVERS, P.; WALPORT, M. Imunologia de Janeway. 7.ed. P
orto
Alegre: Artmed, 2010.
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