Gcc868 Unidade1
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Unidade I
- Um mapa fornece uma imagem incompleta do terreno. Ele nunca é uma reprodução tão fiel
quanto uma foto aérea ou uma imagem de satélite.mesmo o mais detalhado dos mapas ainda
é uma simplificação da realidade e envolve algum grau de abstração. Ele é uma construção
seletiva, mediada pelo uso de sinais gráficos. O conjunto de regras que balizam o seu uso é
conhecido como semiologia gráfica, o “alfabeto” da linguagem cartográfica.
Fonte: <http://invisiblestories.tumblr.com/post/36653048450/tracing-of-the-bedolina-petroglyph-perhaps-the>
- Um representante muito qualificado da escola alexandrina foi o grande Eratóstenes de
Cirene, reconhecido universalmente como fundador da Geodésia. É sabido que escolhidas
Alexandria e Siena, as quais considerava no mesmo meridiano, se limitou a comparar o valor
angular do dito arco com a distância correspondente, a qual era já conhecida pelos
agrimensores egípcios. O valor angular, diferença de latitudes geográficas, o achou usando um
gnomon semi-esférico em Alexandria, já que ao realizar a observação solar, ao meio-dia do dia
do solstício de verão, não havia sombra em Siena, por esta encontrar-se sobre o trópico de
Câncer.
Fonte <http://www.geology.ohio-state.edu/~vonfrese/gs100/lect03/xfig03_05.jpg>
Fonte http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/95/TO_map.gif/487px-TO_map.gif
-Mercator é sem duvida a figura mais relevante deste período, não em vão seus
contemporâneos o consideravam o Ptolomeu de seu tempo. Seu mapa emblemático, e que
passou à posteridade, foi o mapa-múndi de 1569, editado em Duisburg com o título, Nova et
aucta orbis Terrae descriptio ad usam navigantium emendate accomodata, um
desenvolvimento cilíndrico direto e conforme que resolveu definitivamente o problema
secular da navegação, devido que a imagem das loxodrômicas eram, na representação plana,
linhas retas que cortavam sob o mesmo ângulo as imagens retilíneas e paralelas dos
meridianos terrestres.
Figura 4 Mapa-mundi de Mercator (1569).
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b2/Mercator_1569.png
Em París (1666), Foi fundada a Real Academia de Ciências. Seu duplo objetivo, geodésico e
cartográfico, foi medir a magnitude da Terra e confeccionar mapas mais exatos de seu
território; o qual, uma vez cumprido, situou a França no topo das ciências geográficas.
determinação geodésica foi encomendada ao abade J. Picard, membro fundador da Academia,
que, seguindo a metodologia triangular proposta por W. SNEM, medio o arco de meridiano
compreendido entre Amiens e Malvoisine, ao sul de París, entre os anos de 1668 e 1670. O
comprimento do arco foi obtido por meio da correspondente triangulação e a amplitude
angular, como diferença das latitudes astronômicas de seus extremos. Finalmente obteve,
para o raio, um valor próximo aos 6.365 km, resultado novo e de singular importância para a
história da ciência, pois só para mostrar a importância deste, nele se apoiou Newton para
confirmar a sua hipótese da gravitação universal e assim enunciar seus princípios. Pelo que
parece, Picard teve um papel determinante na confecção da “Carte particulière des Environs
de Paris” (1674) e na mais célebre Carte de France Corrigee par Ordre du Roy sur les
Observations de “Mss de la Academie des Sciencies” (360x266 mm) publicada em 1693
Figura 5 A triangulação de Picard ao longo do meridiano de París
Fonte: http://www.apmep.fr/IMG/png/Image_19a.png
Para Sintetizar o atual estado da arte e os avanços do Fim do século XX e Inicio do XXI Imagens
captadas por sensores acoplados aos satélites artificiais que orbitam em torno do planeta,
codificada e transmitida para uma estação rastreadora na terra. A sonda da NASA MRO,
atualmente em órbita de Marte trabalham com uma precisão de 25 cm/pixel
Fonte : www.nasa.gov
2. Cartografia de Base e Temática
- O primeiro mapeamento sistemático foi realizado entre os séculos XVII e XVIII na França. O
primeiro Ministro Colbert encomendou para o astrônomo e matemático Jean Dominique
Cassini elaborar o primeiro “Grande Mapa Geométrico da França” na escala 1:86.400 e
quadricula Lambert. Apesar das inúmeras falhas, este mapa era bastante preciso para época e
marcou o inicio dos mapeamentos sistemáticos ao nível de Estado-Nação.
- No decorrer do século XX o objetivo maior da cartografia passou para uma nova fase mais
focada na analise , a explicação e a cientifica e técnica dos fenômenos naturais e sociais que
ocorrem no espaço geográfico
Durabilidade da
Longa Curta
informacao
Nivel da Dados qualitativos e
Maior enfase para dados qualitativos
informacao quantitativos
Nao exige necessariamente Exige, em geral,
Preparo do leitor
conhecimentos especIficos conhecimentos
para compreensao dos documentos especializados
Significado das
Qualitativo Qualitativo/Quantitativo
cores
Fonte: Duarte,1991
3. A História da Cartografia Ibero-Americana
- Entre os países ibero-americanos a História da Cartografia tem alguma tradição junto dos
eruditos, dos militares e dos diplomatas: os velhos mapas espanhóis ou portugueses fazem
parte do imaginário historiográfico ligado aos episódios da expansão geográfica europeia da
Época Moderna; as cartas mexicanas ou brasileiras relaciona-as o público com a disputa e
fixação das fronteiras no Novo Mundo, após as independências.
- O mapa é hoje reconhecido como um produto cultural e o mapa antigo estudado no contexto
da História da Ciência e da Técnica, com contributos tão diversos como os que chegam da
História das Ideias, da História Cultural e das Mentalidades, da História do Pensamento
Geográfico, da História de Arte, das Ciências Documentais...
- Só nos últimos anos tem vindo a acontecer uma modificação no estudo dos mapas antigos,
com a incorporação de análises sociais e culturais, uma abertura dos diálogos
transdisciplinares somou-se a renovação dos estudos geográficos nas universidades e a criação
de novos cursos, o que permitiu a recuperação da centralidade dos mapas e a restauração das
relações acadêmicas entre disciplinas como Geografia, História, Artes visuais, Astronomia,
Matemática, Cartografia e Topografia.
3.1 Teórica e Prática: A Cartografia do Brasil Colônia e a Contribuição Dos
Engenheiros Militares
- Triunfo dos Engenheiros Militares: Profissional menos afeito a ciência náutica e mais
vinculado as questões de terra e capaz de realizar levantamentos topográficos e geográficos
além de projetar complexos para defesa do território ( Fortes) e a participação em expedições
cientifico-dermarcatórias.
- Destaque para os Trabalhos dos Italianos Leonardo Turriano, Tiburcio Spanoqui e Alessandro
Massay no período da União Ibérica (1580 -1640)
- “Desenho e Desígnio” Reforma e ampliações de Fortes e plantas das Vilas e Cidadelas como
Salvador e João Pessoa .
- Esta padronização dos códigos de representação, encabeçada por Manuel de Azevedo Fortes
, no livro de 1728 “O Engenheiro Portuguez” é vizivel na serie de mapas legada para a geração
seguinte, envolvida nas expedições cientifico-demarcatórias enviadas ao Brasil, a partir de
1750.
Códigos empregados na estampa n. 10: A = terras lavradas; H = pomares; K = bosques e arvoredos; L = hortas; M =
jardins; P = prados; os montes e serras se configuravam com uma pena bem delgada e o penejado ia imitando o seu
contorno, mais ou menos comprido, segundo o escarpado dos montes. As cores também estavam convencionadas:
rios, mar = aguada de rios ou verdete líquido; madeira = bistre; ferragens = anil; telhados e obras de alvenaria
(pedra e cal) = aguada de vermelho; obra de terra = preto; obra nova projetada = amarelo; caminhos, ruas e praças
= cor do papel, sem aguada.
Em: Fortes, Manoel de Azevedo, O Engenheiro Portuguez, Lisboa, 1728, tomo I. Disponível na Biblioteca Nacional
Digital da Biblioteca Nacional de Portugal.
3.2 Tradição Cartográfica e a demarcação das fronteiras do Brasil
O estudo da cartografia no Brasil teve 3 fases distintas que contribuíram para a construção da
nação.
- (1500-1930)
Delimitação dos contornos de um espaço que se estrutura, afirmando novas soberanias
- (1930-1980)
Processo de consolidação do domínio territorial interno, através de projetos de levantamento
sistemático do país
- (1980-2000)
Período de grandes transformações sociais e tecnológicas, o uso da cartografia se diversifica e
atinge novos grupos em um momento de abertura política
-Intenso uso do discurso cartográfico para justificar e legitimar a defesa dos interesses
nacionalistas sem recorrer ao conflito armado.
- Os estudos do Barão Ponte Ribeiro e a sua coleção de mais de 500 mapas, bem como os
catálogos que organizou, formaram a base da mapoteca da Secretaria das Relações Exteriores,
que daria toda a legitimidade ao novo Estado em formação. Além do reconhecimento do novo
país, os mapas se apóiam no passado europeu de descoberta, de ocupação e de explorações
que se mantiveram até o momento atual, ao mesmo tempo em que buscavam meios de se
institucionalizar oficialmente.
Figura 9: A indecisão das fronteiras no século XIX, e a contribuição do Barão de Ponte
Ribeiro
As datas indicam os diferentes tratados negociados pelo Barão de Ponte Ribeiro ao longo do século XIX
Fonte: Droulers, 2001
- Identidade Nacional
Criação de instituições
- Entre um dos principais cartógrafos do pais destaca-se o nome do Coronel Conrado Jacob
Niemeyer, trisavô do famoso arquiteto Oscar Niemeyer
- 1842 Mapeamento das Provincias do Rio de Janeiro, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio
Grande do Norte e Ceará.
- 1846 Carta do Império do Brasil Mesmo indicando que a carta não passaria de um esboço,
devendo ser corrigida por trabalhos futuros, Niemeyer consegue avaliar pela primeira vez a
superfície do país (estimada em 8 337 218 km2) e de suas províncias, inserindo um quadro
estatístico que descreve os principais fatos econômicos do comércio do Império.
- 1868 Atlas do Império do Brasil 1º Atlas Escolar, organizado por Cândido Mendes de Almeida,
destinado aos alunos do Liceu Imperial D. Pedro II.
- A guerra do Paraguai, iniciada com euforia, provoca um grande desgaste tanto financeiro
quanto político no regime imperial. Depois de oito anos de conflito, um novo mapa geral do
Império será preparado em 1873, como uma nova oportunidade para apresentar o país na
exposição universal de Viena. Outros limites do Mato Grosso com a República da Bolívia e
mesmo com as províncias do norte do país, mostram demarcações ainda incertas. Com o
meridiano do Rio de Janeiro ao centro, o mapa retoma o esquema de representações
esquemáticas de montanhas nas divisas de várias províncias, diferenciadas com cores distintas.
Figura 10: O mapa geral do Império do Brasil de 1873
- Após o choque inicial entre as civilizações mesoamericana e ocidental houve uma profunda
alteração no conhecimento tanto no Velho Mundo quanto no Novo Mundo.
- Os conhecimentos tradicionais tiveram que ser revistos, por exemplo nas normas
cartográficas para descrever o território e esta revisão necessita-se conectar com uma
relação inovadora com o mesmo território com a introdução de novos tipos construções,
novos tipos de animais, novos tipos de cultivos trazidos da Europa
- Esses mapas, a sua maioria pintados por artistas indígenas, não foram resultados de uma
iniciativa espontânea, eram solicitados pela administração do Vice Reino, para a organização
das Mercedez: Concessões de terra dadas a colonos espanhóis ou caciques indígenas. Ou seja
deveriam ser capaz de serem lidos por indivíduos de ambas as culturas.
- A esta cartografia única da Nova Espanha caracterizada pela combinação de traços indígenas
pré-colombianos com as técnicas europeias renascentistas deu-se o nome de Realismo
Circular- pois circulava entre estas duas tradições de representação espacial.
Figura 11: Mapa da propriedade do espanhol D.Diego D’Olivera, Jalisco (1589)
- Pouco após conquistar sua independência, o México passou por um período turbulento, com
o pais dividido internamente com constantes guerras civis e conflitos externos com outras
nações , notadamente a França e os Estados unidos, quanto aos últimos perdeu porções
significativas de território.
Fonte: Almonte, Juan Nepomuceno, Catecismo de geografía universal para el uso de los establecimientos de
instrucción pública de México, México, Ignacio Cumplido, 1837.
Referencias Bibliográficas
Joly, F. A Cartografia.1ªed.Campinas:Papirus,1990.
Morales, M.R (2008) - A Evolução dos Mapas Através da História, Subdelegación del Gobierno
de Granada, Universidad de Granada. Disponível em
http://www.ufrgs.br/museudetopografia/Artigos/A_evolucao_dos_mapas_atraves_da_histori
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Maya, J.O.M. e Herrera,I.E. “ La representación de México en atlas y libros de texto del siglo
XIX”, Terra Brasilis (Nova Série) [Online], 4 | 2015, posto online no dia12 Fevereiro 2015,
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Russo,A “Caminando sobre la tierra, de nuevo desconocida, toda cambiada” , Terra Brasilis
[Online], 7 - 8 - 9 | 2007, posto online no dia 05 Novembro 2012, consultado o 17 Março 2015.
URL : http://terrabrasilis.revues.org/388