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PROJUDI - Recurso: 0075210-91.2023.8.16.0014 - Ref. mov. 1.

3 - Assinado digitalmente por Flavio Jesuino da Silva Peixoto:03347489926


16/11/2023: JUNTADA DE PETIÇÃO DE RECURSO ESPECIAL. Arq: acordaoapelaçao

PROJUDI - Recurso: 0037551-87.2019.8.16.0014 - Ref. mov. 32.1 - Assinado digitalmente por Claudio Smirne Diniz:21083

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
02/08/2023: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargador Claudio Smirne Diniz - 6ª Câmara Cível)

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

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6ª CÂMARA CÍVEL

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Recurso: 0037551-87.2019.8.16.0014 Ap 1
Classe Processual: Apelação Cível
Assunto Principal: Alienação Judicial
Apelante(s): MARCELO AUGUSTO DE VASCONCELOS
Apelado(s): JAQUELINE MAGALHÃES PIRES

APELAÇÃO CÍVEL. “AÇÃO DE EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO C/C


ALIENAÇÃO JUDICIAL E COBRANÇA DE ALUGUÉIS”. SENTENÇA
DE PROCEDÊNCIA. NECESSIDADE DE PERÍCIA PARA AFERIR O
VALOR DOS ALUGUÉIS. FALTA DE INTERESSE RECURSAL.
SENTENÇA QUE DESTACOU A NECESSIDADE DE PERÍCIA
JUDICIAL. ALEGAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DE
ALIENAR BEM IMÓVEL. NÃO COMPROVAÇÃO DE QUE O IMÓVEL
ESTÁ, ATUALMENTE, ALIENADO FIDUCIARIAMENTE.
NECESSIDADE DE CUMPRIMENTO DO ESTABELECIDO NO TERMO
DE DIVÓRCIO CONSENSUAL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA E PARCELAS EM ATRASO DA
MOTOCICLETA. TAXAS E MULTAS INCIDENTES SOBRE OS
VEÍCULOS APÓS O DIVÓRCIO DEVEM SER ARCADAS
INTEGRALMENTE PELO CÔNJUGE QUE FRUIU DOS BENS.
SENTENÇA MANTIDA. FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS RECURSAIS.
RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTA PARTE,
DESPROVIDO.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 0037551-87.2019.8.16.0014,


da 5ª Vara Cível do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, em que é
apelante Marcelo Augusto de Vasconcelos, sendo apelada Jaqueline Magalhães Pires.
PROJUDI - Recurso: 0075210-91.2023.8.16.0014 - Ref. mov. 1.3 - Assinado digitalmente por Flavio Jesuino da Silva Peixoto:03347489926
16/11/2023: JUNTADA DE PETIÇÃO DE RECURSO ESPECIAL. Arq: acordaoapelaçao

PROJUDI - Recurso: 0037551-87.2019.8.16.0014 - Ref. mov. 32.1 - Assinado digitalmente por Claudio Smirne Diniz:21083

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
02/08/2023: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargador Claudio Smirne Diniz - 6ª Câmara Cível)

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
1. RELATÓRIO

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Trata-se de recurso de apelação, interposto pelo réu Marcelo Augusto de Vasconcelos, contra
a sentença de mov. 175.1, que julgou procedentes os pedidos iniciais formulados na “ação de

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extinção de condomínio c/c alienação judicial com cobrança de aluguéis”, nos seguintes
termos:

“DIANTE DO ACIMA EXPOSTO, e do que consta dos autos, JULGO


PROCEDENTES os pedidos iniciais, nos termos do artigo 487, inciso I do Código de
Processo Civil e, via de consequência:

Proceda-se à avaliação judicial dos bens descritos na inicial, quais sejam:

01 – lote de terras nº 10 da quadra nº 06, com área de 295,71 m², situado na Rua
Oswaldo dos Santos, nº 75, Jardim Paraty, Londrina-PR, 01 – automóvel da marca
WG/Golf – ano 2002 – Placa LOG-9349, avaliado em R$ 20.000,00; 01 – moto da
marca HONDA/CB – ano 2010 – PLACA ASL-2758.

Após, determino a alienação judicial, repartindo em partes iguais aos condôminos o


valor auferido com a venda.

Ante a sucumbência, condeno o requerido ao pagamento das custas e despesas


processuais, mais honorários advocatícios em favor do procurador da requerente, os
quais fixo, com amparo no artigo 85, §2º do CPC, em 10% (dez por cento) do valor da
causa, considerando o tempo despedido no trabalho, o ótimo grau de zelo do
profissional e a importância da causa.

Sobre o valor dos honorários advocatícios deverão incidir correção monetária pelos
índices da Contadoria Judicial, desde a publicação da sentença, além de juros de
mora de 1% (um por cento) ao mês, estes a partir do trânsito em julgado da decisão”.

Houve acolhimento dos Embargos de Declaração (mov. 224.1), a fim de fixar os aluguéis e
determinar o recolhimento dos impostos relativos aos bens. Dessa forma, o dispositivo da
sentença passou a ter a seguinte redação:

“DIANTE DO ACIMA EXPOSTO, e do que consta dos autos, JULGO PROCEDENTES


os pedidos iniciais, nos termos do artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil e,
via de consequência:

a) Proceda-se à avaliação judicial dos bens descritos na inicial, quais sejam: 01 - lote
de terras nº 10 da quadra nº 06, com área de 295,71 m2, situado na Rua Oswaldo
dos Santos, nº 75, Jardim Paraty, Londrina-PR, 01 - automóvel da marca VW /Golf –
ano 2002 – PLACA LOG-9349, avaliado em R$ 20.000,00; 01 – moto da marca
HONDA/CB – ano 2010 – PLACA ASL-2758.

b) Após, determino a alienação judicial, repartindo em partes iguais aos condôminos o


valor auferido com a venda.
PROJUDI - Recurso: 0075210-91.2023.8.16.0014 - Ref. mov. 1.3 - Assinado digitalmente por Flavio Jesuino da Silva Peixoto:03347489926
16/11/2023: JUNTADA DE PETIÇÃO DE RECURSO ESPECIAL. Arq: acordaoapelaçao

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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
02/08/2023: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargador Claudio Smirne Diniz - 6ª Câmara Cível)

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
c) Na ocasião da avaliação do bem imóvel, deve também ser aferido o valor inerente

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aos aluguéis que são devidos à autora desde a decretação do divórcio até a afetiva
alienação do bem, que será na proporção de 50% do valor apurado pelo perito
avaliador.

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d) Tendo em vista que o requerido é o único a usufruir dos bens, cabe ao mesmo o
pagamento dos tributos e eventuais multas que recaiam sobre os bens, assim o
condeno a efetuar a quitação de todos os débitos tributários e multas incidentes sobre
os bens
acima relacionados, até a afetiva alienação dos mesmos.

Ante a sucumbência, condeno o requerido ao pagamento das custas e despesas


processuais, mais honorários advocatícios em favor do procurador da requerente, os
quais fixo, com amparo no artigo 85, § 2º do CPC, em 10% (dez por cento) do valor da
causa, considerando o tempo despendido no trabalho, o ótimo grau de zelo do
profissional e a importância da causa.

Sobre o valor dos honorários advocatícios deverão incidir correção monetária pelos
índices da Contadoria Judicial, desde a publicação da sentença, além de juros de
mora de 1% (um por cento) ao mês, estes a partir do trânsito em julgado da decisão”.

Em suas razões recursais de mov. 185.1, Marcelo Augusto de Vasconcelos afirma que o
imóvel nunca foi de propriedade do casal, pois como é financiado existe apenas uma
expectativa de direito. Argumenta, assim, que a alienação do bem é juridicamente impossível.
Quanto ao valor dos aluguéis, defende a necessidade de uma perícia para verificar o valor
devido. Com relação ao automóvel e à motocicleta, refere que ambos possuem
responsabilidade pelos impostos e taxas. Salienta que a motocicleta está financiada junto ao
Banco Itaú, havendo parcelas em atraso e um processo de busca e apreensão.

Por fim, ambiciona que “tanto a apelada quanto o apelante dividam o passivo e o ativo dos
bens que estavam em condomínio, levando-se em conta a impossibilidade jurídica de se
dispor, vender um bem que não é de propriedade dos ex-consortes”.

Nas contrarrazões (mov. 248.1), a apelada menciona, inicialmente, que após o acolhimento
dos Embargos de Declaração, que determinou o pagamento de aluguéis, bem como tributos e
eventuais multas, apesar de intimado, o apelante não se manifestou, precluindo o direito de
apelar deste tópico. Afirma que o imóvel, a motocicleta e o automóvel foram adquiridos e
quitados na constância da união conjugal. Defende a manutenção da sentença, pois os bens
sempre permaneceram na posse do apelante, a quem cabe arcar com débitos pendentes. Por
fim, pleiteia a aplicação de multa por litigância de má-fé.

É, em síntese, o relatório.
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2. VOTO E SEUS FUNDAMENTOS

Estão presentes os pressupostos de admissibilidade: objetivos (tempestividade, regularidade

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formal e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer) e subjetivos
(cabimento, legitimação e interesse em recorrer), razão pela qual merece conhecimento
parcial o recurso.

Trata-se de ação de extinção de condomínio c/c alienação judicial e cobrança de aluguéis


proposta por Jaqueline Magalhães Pires em face de Marcelo Augusto de Vasconcelos. Narra a
parte autora que, quando as partes se divorciaram, ficou acordado que os bens adquiridos na
constância da união conjugal permaneceriam na posse do requerido, o qual providenciaria a
venda e o repasse à autora de 50% do montante. Contudo, conforme relata, não houve a
venda pactuada, ensejando a presente demanda.

O magistrado “a quo” julgou procedente a demanda, extinguindo o condomínio mediante a


avaliação judicial e alienação dos bens e entregando para o réu o ônus de pagar aluguéis
desde a decretação do divórcio até a efetiva alienação, na proporção de 50% do valor a ser
apurado por perito avaliador. Ainda, considerando que o requerido usufruiu dos bens,
reconheceu ser dele a exclusiva responsabilidade pelo pagamento de tributos e eventuais
multas incidentes sobre os bens.

Inicialmente, cabe destacar que não há interesse recursal no pleito de que os valores dos
aluguéis passem pela análise de um perito, uma vez que o magistrado de origem, ao analisar e
acolher os Embargos de Declaração, fixou que o valor dos alugueis será apurado através de
perito avaliador.

O apelante afirma que o imóvel é financiado, de forma que existiria apenas expectativa de
direito, tornando a alienação pretendida juridicamente impossível.

Contudo, sem razão.

Extrai-se dos documentos acostados aos autos que o imóvel “Lote de Terras nº 10 da Quadra
nº 6, com área de 295,713 m², situado no Jardim Paraty, na cidade de Londrina, inicialmente
pertencia à JR Loteadora a Incorporadora S/S LTDA, sendo que em 20/04/2004 a autora
Jaqueline Magalhães Pires, promitente compradora, cedeu seus direitos e obrigações relativos
ao imóvel para Francisco Carlos de Vasconcelos e Maria Vilani de Vasconcelos (mov. 107.3).

Posteriormente, em 15/05/2005, foi celebrado contrato particular de compra e venda do imóvel,


no qual Francisco Carlos de Vasconcelos e Maria Vilani de Vasconcelos venderam o bem para
Marcelo Augusto de Vasconcelos e Jaqueline Magalhaes Pires (mov. 117.3).

Em 21/06/2016, quando foi realizado o divórcio, os então cônjuges se declararam proprietários


do imóvel e o descreveram como bem a partilhar (mov. 1.9), não fazendo nenhuma ressalva
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quanto a financiamento ou algum valor pendente. Na ocasião, apresentaram o mesmo contrato

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do mov. 117.3 para comprovar a propriedade.

Apesar de o apelante afirmar que o imóvel ainda está financiado, não trouxe qualquer

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documento que sustentasse sua tese. Veja-se que teria plenas possibilidades de conseguir
junto a incorporadora ou eventual instituição financeira comprovantes de que o imóvel está
financiado e, até mesmo, com parcelas em aberto.

Contudo, apesar de ocupar o imóvel (fato incontroverso), constar como um dos compradores
no contrato de mov. 117.3 e ser filho dos cessionários do contrato de mov. 107.3, nenhuma
documentação traz em abono à sua tese, ônus que lhe incumbia, conforme artigo 373, II do
CPC.

Dessa forma, conclui-se pelos documentos que constam nos autos que, apesar de pendente
registro de propriedade na matrícula do imóvel, esse pertence ao casal. Assim, diante do
acordado na ocasião do divórcio, deve ser vendido e dividido em partes iguais entre os
cônjuges.

Como o demandado está auferindo vantagem por um bem que não lhe pertence por inteiro,
pois incontroversa a ocupação do bem, correta a sentença que reconheceu o dever de
pagamento de alugueis pela fruição do imóvel.

Com relação à motocicleta, consta no documento de mov. 1.12 que, em 11/06/2016, estava
alienada fiduciariamente. Contudo, apesar de o apelante afirmar que a motocicleta está
financiada junto ao Banco Itaú, havendo parcelas em atraso e um processo de busca e
apreensão, nada comprovou do alegado. Assim, não é possível acolher a tese alegada, porque
desprovida de qualquer lastro probatório, pois o apelante não demonstrou o valor das parcelas
que estariam em aberto, tampouco anexou recibo do pagamento das parcelas quitadas, a fim
de demonstrar quem estava realizando o pagamento do financiamento após o divórcio. Ainda,
a última informação concreta que se tem nos autos é esta de 2019, sendo que atualmente não
se sabe a real situação do bem.

Quanto às multas e taxas relativas à motocicleta e ao automóvel Golf, é incontroverso que


desde o divórcio quem usufruiu exclusivamente desses bens foi o apelante, assim, qualquer
débito incidente após a dissolução do casamento deve ser arcado pelo apelante. Veja-se, a
título de exemplo, que no documento do Detran (mov. 107.4), os débitos do automotor datam
de 2014 a 2020, posteriores, portanto, ao divórcio.

Litigância de má-fé

Em sede de contrarrazões a apelada requereu a condenação do apelante por litigância de má-


fé.
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16/11/2023: JUNTADA DE PETIÇÃO DE RECURSO ESPECIAL. Arq: acordaoapelaçao

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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
02/08/2023: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargador Claudio Smirne Diniz - 6ª Câmara Cível)

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Entretanto, dos autos não se vislumbra qualquer atitude, dentre as descritas no art. 80, do

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CPC, que denote má-fé do recorrente, razão pela qual deve ser indeferido o pedido de
condenação por litigância de má-fé.

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Honorários recursais

Na hipótese dos autos é cabível a fixação de honorários recursais em favor dos procuradores
da parte apelada, nos moldes do que prevê o art. 85, § 11º, do CPC, tendo em vista que, em
consonância com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no EDcl no REsp 1.573.573
/RJ, uma vez que na sentença recorrida foi prolatada na vigência do CPC/2015, foram fixados
honorários de sucumbência em favor da parte apelada e o presente recurso de apelação foi
parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido, o que possibilita a fixação de honorários
recursais nesta instância.

Nesses termos e em observância dos critérios do art. 85, § 2º, do CPC, bem como do
arbitramento de honorários advocatícios na sentença no percentual de 10% (dez por cento)
sobre o valor atualizado da causa, fixo os honorários recursais, em favor do procurador da
parte apelada, no percentual de 2% (dois por cento) do valor atualizado da causa.

Encaminha-se, assim, o voto no sentido de conhecer parcialmente e, nesta parte, negar


provimento ao recurso de apelação, com a fixação de honorários recursais, nos termos da
fundamentação apresentada.

3. DISPOSITIVO

Ante o exposto, acordam os Desembargadores da 6ª Câmara Cível do TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO PARANÁ, por unanimidade de votos, em julgar CONHECIDO EM PARTE O
RECURSO DE PARTE E NÃO-PROVIDO OU DENEGAÇÃO o recurso de M.A.D.V..

O julgamento foi presidido pelo Desembargador Cláudio Smirne Diniz (relator), com
voto, e dele participaram Desembargador Robson Marques Cury e Desembargador
Renato Lopes de Paiva.

Curitiba, 28 de julho de 2023.

Desembargador Cláudio Smirne Diniz

Relator

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