PlanoGerenciamentoManutencaoHomeCare Ribeiro 2022
PlanoGerenciamentoManutencaoHomeCare Ribeiro 2022
PlanoGerenciamentoManutencaoHomeCare Ribeiro 2022
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA BIOMÉDICA
Natal/RN
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
Natal/RN
2022
II
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
CENTRO DE TECNOLOGIA
Natal/RN
2022
III
DEDICATÓRIA
IV
AGRADECIMENTOS
Agradeço infinitamente aos meus pais, Bene e Nelson, porque sem eles seria
impossível eu ter trilhado meu caminho até aqui. Obrigada por entenderem, apoiarem e
incentivarem essa aventura de eu ir atrás dos meus sonhos a mais de dois mil km de
distância. Sacrificamos tantos momentos juntos, mas tudo isso é por vocês, sempre foi e
será.
Ao meu irmão Renan que, do jeitinho dele, acompanha e vibra comigo nessa
jornada. Ele é um dos meus maiores motivos para eu persistir e buscar evolução.
A todos os meus queridos amigos que seguem comigo desde a época de colégio,
aos que por ironia do destino são meus web amigos há mais de oito anos (alô tv0), aos
que conheci na fase obscura de Engenharia Elétrica na UnB e amam supostos cachos,
aos que tive a sorte de encontrar em C&T e conviver numa garagem e na sala de
monitoria, e aos meus incríveis irmãos de curso, com os quais compartilhei tantos
perrengues, felicidades e alívios, como esse que estou sentindo ao digitar este texto.
Tenho por todos vocês um enorme sentimento de gratidão. Eu não poderia ter
encontrado pessoas melhores para viver tudo isso comigo, mesmo que uns estejam mais
próximos e outros mais distantes. Sem citar nomes, quem é, sabe.
Não poderia deixar de agradecer aos profissionais que passaram pela minha
história acadêmica. Gratidão a todos os professores de C&T e Engenharia Biomédica,
em especial ao meu orientador — professor Ernano — e aos pesquisadores do LAIS
com quem trabalhei. Todos eles me fizeram aprender algo para levar para a minha vida.
Todas as experiências que eu vivi, sejam boas ou ruins, foram válidas de pelo menos um
aprendizado. Obrigada também à UFRN pelo acolhimento desde o ano de 2017, é
definitivamente minha segunda casa.
E, por fim, agradeço ao meu eu de um tempo atrás não muito distante, por não ter
desistido e seguido até este exato momento. Com as bênçãos do divino, nada foi em
vão.
V
EPÍGRAFE
VI
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA ............................................................................................................. IV
AGRADECIMENTOS .....................................................................................................V
EPÍGRAFE ..................................................................................................................... VI
ABSTRACT .................................................................................................................XIII
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
VII
2.4. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO HOME CARE DE PACIENTES COM
ELA ............................................................................................................................. 14
6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 35
VIII
LISTA DE FIGURAS
IX
LISTA DE TABELAS
X
LISTA DE ABREVIAÇÕES, SIGLAS E SÍMBOLOS
XI
RIBEIRO, Eulália Costa. Plano de gerenciamento de manutenção de equipamentos
médico-hospitalares utilizados em Home Care. Trabalho de Conclusão de Curso,
Graduação em Engenharia Biomédica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
50p., 2022.
RESUMO
XII
RIBEIRO, Eulália Costa. Maintenance management plan for medical devices used
in home care. Conclusion Work Project, Biomedical Engineering Bachelor Degree,
Federal University of Rio Grande do Norte, 50p., 2022.
ABSTRACT
XIII
1. INTRODUÇÃO
1
equipamento médico sem registro ou com registro vencido não pode ser utilizado para
fins assistenciais (SILVA, 2017).
Os equipamentos envolvidos na operacionalização do sistema de HC são de baixa
e média complexidade, porém, a maioria é de alto custo (AVELAR, 2007). De modo
geral, os EMHs usados no HC abrangem aparelhos de terapia respiratória (ventiladores
mecânicos), oxigenoterapia (concentradores de oxigênio), nutrição enteral (bombas de
infusão), vias aéreas (nebulizadores e aspiradores) e mobiliário hospitalar (camas e
cadeiras). Além desses, também são utilizados outros equipamentos com o propósito de
monitoramento dos sinais vitais, como monitores multiparamétricos e oxímetros.
Essas Tecnologias Médico-Hospitalares (TMHs) demandam uma maior atenção
por parte dos profissionais da saúde para que a sua utilização não represente a redução
da qualidade e da confiabilidade de um procedimento clínico. Nesse sentido, fatores
relacionados às Manutenções Corretivas e Preventivas tais como a falta de orientação no
uso da tecnologia, o descumprimento de normas vigentes e o gerenciamento inadequado
da qualidade do processo tecnológico podem vir a representar risco à vida dos usuários
e de seus familiares. Além disso, como consequências, o aumento do número de
reinternações e do custo da assistência hospitalar (AVELAR, 2007).
Segundo Ceará (2022), a Manutenção Corretiva (MC) no contexto das TMHs é o
conjunto de ações realizadas com o objetivo de corrigir uma falha ocorrida na utilização
do equipamento ou do seu sistema, nas condições especificadas de funcionamento. As
Manutenções Corretivas são realizadas conforme a priorização dos atendimentos
contidos na classificação de criticidade de equipamentos.
Já a Manutenção Preventiva (MP) é definida como uma intervenção programada
no equipamento médico visando à detecção prévia de defeitos ou o aumento de sua
confiabilidade. São realizados protocolos de limpeza, verificação de funcionamento e
integridade física, controle de qualidade, qualificação térmica, calibração e ajustes dos
parâmetros de funcionamento, se necessário (CEARÁ, 2022).
Cada EMH tem estabelecido, de acordo com suas especificações, todas as
condições a serem atendidas obrigatoriamente em termos de Manutenções Preventivas,
como em troca de filtros bacteriológicos e higienização, e/ou de calibração das suas
funcionalidades em seu manual. Quando essas informações não estão disponíveis, o
fornecedor tem a obrigação de indicá-las. A qualidade de funcionamento dos aparelhos é
alterada quando as condições ótimas de uso não são atendidas, colocando em risco a
saúde do paciente.
2
Os Equipamentos Médico-Hospitalares utilizados no HC de pacientes com
Esclerose Lateral Amiotrófica dependem do estágio em que a doença se encontra. Dessa
forma, para atender as necessidades da rotina dos profissionais de Engenharia Clínica
no cenário Home Care de pacientes com ELA, este trabalho propõe a elaboração de um
plano de gerenciamento dos procedimentos de manutenção de EMHs conforme a
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 509, de 27 de maio de 2021, e a Norma
Brasileira 15943 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR), de 28 de
abril de 2011.
3
1.2. MOTIVAÇÃO
1.3. OBJETIVOS
1.3.1. GERAL
1.3.2. ESPECÍFICOS
1.4. CONTRIBUIÇÕES
4
desenvolvido também pode colaborar como base para o desenvolvimento de um sistema
de gerenciamento da manutenção.
1.5. METODOLOGIA
5
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
6
é de suma importância o desenvolvimento de ações de gerenciamento das atividades
referentes à manutenção das TMHs, com o objetivo de adequar o uso dessas tecnologias
na AD (AVELAR, 2007). Esse cenário merece ainda mais atenção por parte da equipe
de engenharia clínica pelo fato dos pacientes assistidos não estarem em ambiente
controlado tal qual um hospital.
Dessa maneira, o profissional engenheiro clínico passa a aplicar os conhecimentos
de Engenharia e de Administração no processo tecnológico em saúde. Nesse sentido, o
objetivo consiste em regular as ações de gerenciamento de TMH com o
desenvolvimento de ferramentas capazes de sistematizar e facilitar a consulta das
informações disponíveis, em benefício da saúde do paciente. Ademais, a mudança do
perfil do engenheiro clínico facilita o desenvolvimento de novas soluções, justificando a
sua incorporação ao Home Care (AVELAR, 2007).
Esse profissional, quando incorporado à equipe de Atenção Domiciliar, tem o
compromisso de solucionar problemas relacionados à administração e à logística.
Assim, ele fica responsável pelas atividades desenvolvidas no processo de gestão da
TMH, tais como o dimensionamento; a aquisição, instalação, e manutenção de
equipamentos; o treinamento dos operadores; e a avaliação dos indicadores (AVELAR,
2007).
A RDC nº 11, lançada em 26 de janeiro de 2006, estabelece o regulamento técnico
de funcionamento dos serviços que prestam Atenção Domiciliar. A estruturação do
Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) deve ser de acordo com as orientações dessa
normativa (BRASIL, 2012). Diante disso, há a necessidade do SAD garantir a
disponibilização de EMHs devidamente calibrados e com Manutenção Preventiva em
dia, sendo primordial a participação de profissionais de engenharia clínica capacitados
para a realização desses serviços (MELLO, 2021).
À medida que a tecnologia médica continua a evoluir, o mesmo acontece com seu
impacto no resultado do paciente, nas operações hospitalares e na eficiência financeira.
A capacidade de orientar e integrar essa evolução de maneira aprimorada e suas
respectivas implicações se tornou um grande desafio na maioria dos processos de
tomada de decisão nas organizações de prestação de serviços de saúde e seus setores
relacionados (BRONZINO; PETERSON, 2015).
7
A RDC nº 509/2021 estabelece o gerenciamento de TMHs como o conjunto de
planejamentos e implementações de procedimentos de gestão baseados cientificamente
e por meio de normas técnicas. Essas atividades garantem a rastreabilidade, qualidade,
eficácia, segurança e, em alguns casos, o desempenho das tecnologias em saúde
utilizadas na prestação de serviços de saúde em todo o ciclo de vida. Assim, têm-se
como objetivos proteger os trabalhadores, preservar a saúde pública e do meio ambiente
e comprometer-se com a segurança do paciente.
Com isso, no papel de engenheiro clínico, é necessário planejar e aplicar
adequadamente aquelas ferramentas de gestão que otimizam a implantação da
tecnologia médica e as instalações que a abrigam e a integração com sistemas legados.
A gestão bem sucedida da tecnologia e das instalações garantirá uma boa
correspondência entre as necessidades e as capacidades da equipe e da tecnologia,
respectivamente (BRONZINO; PETERSON, 2015).
Diante do exposto, o gerenciamento da manutenção dos Equipamentos Médico-
Hospitalares se torna fundamental no ecossistema do Home Care. Gerônimo, Leite e
Oliveira (2017) caracterizam a manutenção pelos atos de conservação, sustentação ou
conserto de algum tipo de sistema que necessita estar sempre em um estado ótimo de
operação. O bom andamento desse processo se estrutura a partir de várias ações que
auxiliam em um bom desempenho produtivo como, por exemplo, na utilização de um
EMH.
Um plano de manutenção bem estruturado garante a realização de um serviço com
total responsabilidade ao disponibilizar os equipamentos para operação de forma segura
aos usuários operadores e pacientes. Com isso, previnem-se falhas ou possíveis quebras
das máquinas, o que auxilia também na redução dos custos gerados com a manutenção,
fazendo com que ocorra um aprimoramento dos processos que devem ser realizados
(GERÔNIMO; LEITE; OLIVEIRA, 2017).
Existem diversos tipos de manutenção, os quais possuem características
diferentes, porém com os mesmos objetivos. De acordo com Ribeiro (2018), a literatura
se refere a dois tipos de manutenção – planejada e não-planejada – que diferem entre si
de acordo com suas respectivas atividades associadas, como se observa no esquema da
Figura 1.
8
Figura 1 – Tipos de manutenção
9
metodologia se adeque ao contexto, já que envolve recursos humanos e materiais –
como insumos – para sua execução.
Quando a MP é conduzida, o responsável pela execução verifica parâmetros
específicos de componentes ou equipamentos de alta prioridade e necessidade. É como
uma inspeção do dispositivo, a qual pode apontar irregularidades quase imperceptíveis
e, com isso, prevenir intercorrências graves (RIBEIRO, 2018).
10
registradas e acessíveis aos profissionais envolvidos. Com isso, a sistematização do
processo de gerenciamento de manutenção depende de um Plano de Gerenciamento de
Manutenção (PGM) bem estruturado, no qual devem constar todas as informações em
relação ao escopo das ações.
Viana (2002) define os planos de manutenção como o conjunto de informações
necessárias para a orientação da atividade de Manutenção Preventiva. Na prática, essas
ações detalham a estratégia de manutenção assumida por uma empresa. Além disso, o
autor reitera que o tratamento dado pelo organismo mantenedor para com sua ação
preventiva depende da sua disposição no tempo e no espaço e da qualidade das suas
instruções.
Essas informações são coletadas a partir das Ordens de Serviço (OS), as quais são
formulários que fornecem dados que auxiliam no controle e possibilitam traçar
diretrizes de aperfeiçoamento das manutenções. Isso é possível com a criação de
estatísticas que proporcionem um gerenciamento efetivo dos equipamentos, aumentando
a confiabilidade e disponibilidade para operação. Os dados das OS devem estar
incorporados a um sistema de dados, no qual seja possível mapear as principais causas
de falhas, as intervenções realizadas e suas respectivas datas (VIANA, 2002).
Ribeiro (2018) verificou as necessidades de ajustes a nível operacional e de
planejamento de manutenções prediais de um hospital. Com isso, o autor elaborou um
plano de manutenção preventivo com o objetivo de moldar as intervenções técnicas de
acordo com a demanda da infraestrutura de edifícios hospitalares.
Já Gerônimo, Leite e Oliveira (2017) investigaram as principais causas da elevada
frequência de quebra dos equipamentos hospitalares. Eles usaram ferramentas da
qualidade e o método observatório com a finalidade de quantificar e determinar os
custos gerados com os reparos. Assim, os autores desenvolveram um plano de ação a
fim de proporcionar uma melhora significativa no processo de gerenciamento da
manutenção hospitalar.
Por fim, Silva et al. (2022) utilizaram as normas em vigência para a confecção de
um PGM também direcionado ao ambiente hospitalar, ou seja, sem levar em
consideração as práticas do Home Care. O estudo utilizou métodos e fluxos para
auxiliar a equipe de Engenharia Clínica em uma melhor tomada de decisão na aquisição
de EMHs.
11
2.3. ATENÇÃO DOMICILIAR E ELA NO BRASIL
12
Home Care devido a alguma enfermidade no sistema nervoso, o que corresponde a
29,6% dos pacientes, o maior quantitativo, como indica o gráfico da Figura 3. Essa
porcentagem já engloba os pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (doença do
neurônio motor), que não é tratada de forma separada na pesquisa, ou seja, não há a
especificidade do número de pacientes com ELA em internação domiciliar. No entanto,
os dados podem ser considerados significativos.
13
Ganho de tempo e melhora na qualidade de vida de todos os envolvidos, já
que o paciente não precisará se dirigir até o consultório ou clínica cada vez
que precisar realizar um atendimento;
E, principalmente, a diminuição de riscos ao paciente. Ao permanecer em
casa, ele fica menos propício a fraturas e/ou lesões causadas por batidas,
quedas e outros tipos de acidentes.
Conforme a INS-SIS nº 16, considera-se elegível para o Home Care o portador de
enfermidade clínica ativa, hemodinamicamente estável, de alta ou média complexidade.
Além disso, o paciente deve demandar atenção multidisciplinar continuada (médicos,
enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos), fornecimento de insumos
(medicamentos, curativos, nutrição enteral) e equipamentos, e cuja permanência em
internação hospitalar não seja necessária ou recomendada.
A determinação da demanda do paciente com ELA ao serviço de HC é realizada
pelo médico responsável, o qual fornecerá uma prescrição que deverá ser apresentada ao
Sistema Único de Saúde ou a sua operadora de saúde, mediante protocolo. Quando o
paciente já está internado, o processo pode iniciar diretamente no hospital. Todavia,
quando o paciente já está em casa, o ideal é fazer um pedido por escrito, anexar uma
cópia da requisição médica, imprimir duas vias e protocolar na operadora de saúde
(ABRELA, 2020).
Apesar de ser um direito garantido por lei e já existir regulamentação do SUS por
meio de Portarias Federais, várias solicitações de internação domiciliar e equipamentos
são negadas por algumas Secretarias e Operadoras de Saúde, mediante as mais diversas
alegações. Nessas situações, necessita-se providenciar um advogado para
prestar assistência jurídica ao paciente (ABRELA, 2020).
14
sistemas, inclusive seus acessórios e partes, de uso ou aplicação médica, odontológica
ou laboratorial, utilizados direta ou indiretamente para diagnóstico, terapia e
monitoração na assistência à saúde da população. Esse tipo de dispositivo não utiliza
meio farmacológico, imunológico ou metabólico para realizar sua principal função em
seres humanos, podendo, entretanto, ser auxiliado em suas funções por tais meios.
Os equipamentos usados na internação domiciliar de pacientes com ELA vão de
acordo com qual estágio a doença se encontra. Segundo a Associação Pró-Cura da ELA
(2020), a fase inicial da Esclerose Lateral Amiotrófica geralmente envolve fraqueza ou
rigidez muscular como sintomas. A progressão da fraqueza, perda e paralisia dos
músculos dos membros e do tronco, bem como daqueles que controlam outras funções
— fala, deglutição e respiração — geralmente se seguem.
Quão rápido e em que ordem a doença evolui é muito diferente de pessoa para
pessoa, por isso a importância de um PGM de equipamentos capaz de se adaptar a
realidade de cada paciente. Embora o tempo médio de sobrevivência seja pouco
superior a três anos, cerca de 20% das pessoas com ELA vivem mais de cinco anos,
10% sobreviverão a mais de 10 anos e 5% viverão 20 anos ou mais.
Assim, pode-se concluir, de forma abrangente, que os equipamentos essenciais
aos cuidados domiciliares dos pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica são os de
terapia respiratória (ventilador mecânico não invasivo), nutrição enteral (bomba de
infusão), monitoramento dos sinais vitais (oxímetro de pulso), além do mobiliário (cama
hospitalar). Os dispositivos citados são, em maioria, de alto custo, o que ressalta a
importância de uma gestão da manutenção bem planejada ao se evitar, sempre que
possível, a MC ou até a aquisição de novos equipamentos.
Figura 4 – BiPAP
16
Para o caso da gastrostomia, a dieta é administrada intermitentemente por meio de
seringas. Enquanto que na jejunostomia é possível realizar a administração contínua da
dieta com o auxílio de uma bomba de infusão.
A bomba de infusão, representada na Figura 5, é um equipamento utilizado
quando é requisitada uma maior precisão na aplicação de fluidos no paciente, ou quando
é necessário empregar fluxos maiores que os obtidos com sistemas manuais. Nesses
dispositivos, a pressão de infusão não depende da pressão gravitacional, sendo muitas
vezes maior. O controle do fluxo pode ser volumétrico ou não-volumétrico, com
mecanismo de infusão peristáltico, por pistão ou por seringa (BRASIL, 2002).
Mesmo que o uso de sondas alimentares seja comum aos pacientes com ELA, o
fornecimento desse equipamento de alto custo não é previsto por lei.
17
Conforme Brasil (2002), a oximetria realizada de forma contínua e instantânea
possibilita a detecção rápida de eventuais alterações, antes de quaisquer mudanças
indesejadas no quadro clínico do paciente. Em condições normais, o nível de SpO2 é em
torno de 97%, ou seja, 97% das moléculas de oxigênio combinadas com a hemoglobina
são transportadas, enquanto 3% são dissolvidas no plasma.
A utilização desses dispositivos é mais comum nas versões portáteis ou em
miniatura, modelos ilustrados na Figura 6. O sensor – descartável ou reutilizável – é
acoplado em alguma extremidade do paciente, geralmente no dedo. Os oxímetros
contam com um sistema de alarmes sonoros e visuais para casualidades, para caso o
nível de saturação e/ou frequência cardíaca fique fora do intervalo programado. Além da
porcentagem de SpO2 , a frequência cardíaca também é indicada no visor do
equipamento, e eventuais mensagens de erro e condições de funcionamento, como
bateria fraca, sinal fraco e estados do cabo e sensor (BRASIL, 2002).
18
2.4.4. CAMA HOSPITALAR MOTORIZADA
19
2.5. RESUMO DA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Diante do exposto nas seções deste capítulo, pode-se perceber que o Plano de
Gerenciamento de Manutenção na esfera dos Equipamentos Médico-Hospitalares é
essencial como estratégia das empresas responsáveis pelos serviços de manutenção. No
entanto, quando se trata de Home Care, a literatura não apresentou uma solução de
PGM que abrange o cenário dos SADs, como apresenta a Tabela 1.
Gerônimo, Leite e
Sim Não
Oliveira (2017)
20
3. MÉTODO PROPOSTO
21
Tabela 2 – Requisitos específicos de um plano de gerenciamento
23
Os responsáveis pela sua execução;
A documentação usada para registrar todas as informações referentes à
Manutenção Corretiva do equipamento.
O serviço de saúde deve desenvolver e implementar procedimentos de
Manutenção Preventiva, os quais devem estar presentes no registro histórico, para cada
equipamento que indiquem, conforme ABNT (2011):
As ações necessárias para verificar se o equipamento está em condições de
uso e de acordo com suas especificações após realização da MP;
A periodicidade destas ações, a qual é fundamentada nas necessidades de
cada serviço de saúde, no acompanhamento dos registros históricos dos
seus equipamentos e na periodicidade determinada pelo fabricante do
equipamento;
Os responsáveis pela sua execução;
A avaliação da efetividade do serviço realizado;
A documentação usada para registrar todas as informações referentes à MP
do equipamento.
Além disso, seguindo as orientações da ABNT NBR 15943:2011, o programa de
Manutenção Preventiva precisa levar em consideração alguns critérios de análise de
risco para a devida priorização, os quais são os seguintes:
A função do equipamento, bem como se é usado para suporte à vida,
terapia, diagnóstico, monitoração ou apoio. As funções do equipamento
ajudarão a determinar os potenciais riscos associados a este;
Os riscos associados com o equipamento tanto em seu uso normal como o
possível uso impróprio;
Os requisitos de manutenção do equipamento, de acordo com definição do
fabricante, quando fornecidos;
O histórico de incidentes e falhas com o equipamento, tanto nas
dependências dos serviços de saúde quanto em outras fontes externas
disponíveis.
24
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
25
Figura 8 – Fluxograma do PGM desenvolvido
4.2. INVENTÁRIO
26
Diante o exposto, foi desenvolvido o modelo apresentado na Figura 9 para
execução desta etapa. É importante salientar que neste PGM o inventário é identificado
pelo ID do paciente, para uma melhor organização e controle.
Observações
27
Figura 10 – Modelo de registro histórico de EMH
REGISTRO HISTÓRICO DE EQUIPAMENTO - ID DO PACIENTE
Nº de série: Modelo:
Descrição do equipamento:
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
Número de manutenções corretivas até o momento:
Se sim, quantas?
Tensão:
Frequência:
Potência:
Observações:
28
A participação dos cuidadores/operadores nesse processo é essencial,
principalmente para as MCs, as quais não são programadas. Por meio da operação do
EMH é possível verificar os indicativos da necessidade de intervenção.
Nº de série: Modelo:
Descrição do equipamento:
DESCRIÇÃO DA MC
Datas Equipamento ou
Tempo de execução Localização Atividades realizadas Fornecedor Custo do serviço
Início Fim acessório?
OBSERVAÇÕES
Assinatura:
Assinatura:
29
Figura 12 – Modelo de intervenção técnica de MP
INTERVENÇÃO TÉCNICA: MANUTENÇÃO PREVENTIVA (MP) - ID DO PACIENTE
Nº de série: Modelo:
Descrição do equipamento:
FREQUÊNCIA DA MP
( ) Semanal ( ) Quinzenal ( ) Mensal ( ) Trimestral ( ) Semestral ( ) Anual
OBSERVAÇÕES
Assinatura:
Assinatura:
30
4.4.2.2. PROCEDIMENTOS PARA BOMBA DE INFUSÃO
31
o Não deve ser possível programar a infusão sem todos os dados,
havendo confirmação em duas etapas;
o Não deve haver fluxo livre com o equipo desconectado;
o Inspeções de rotina devem ser realizadas de acordo com as
instruções do fabricante, com ou sem os analisadores, os quais
precisam ser calibrados anualmente.
32
4.4.2.4. PROCEDIMENTOS PARA CAMA HOSPITALAR
MOTORIZADA
Esse tipo de mobiliário é de alto custo, podendo custar mais de R$ 10 mil reais, e
merece atenção no manuseio. De acordo com a empresa Renovar Camas Especializadas
(2018), para manter a funcionalidade de uma cama hospitalar motorizada, é importante
realizar as Manutenções Preventivas, as quais devem ser feitas anualmente. As ações de
MP consistem em:
Verificar todas as funções mecânicas e elétricas;
Lubrificar as partes mecânicas (nas junções da cama);
Apontar as atividades realizadas no controle de manutenção;
Comunicar ao representante ou fabricante caso sejam verificadas avarias
no produto.
33
5. CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS
34
6. REFERÊNCIAS
35
BRASIL. Senado Federal. Secretaria de Gestão de Informação e Documentação.
Instrução Normativa do Conselho de Supervisão do Sistema Integrado de Saúde nº
16, de 18 de junho de 2021. Brasília, 2021.
GUARDIÕES DE VIDAS ASSITÊNCIA À SAÚDE LTDA. Por que ter uma cama
hospitalar em casa? A gente explica! Disponível em: <https://bityli.com/osceQ>.
Acesso em: 22 nov. 2022.
36
MEDJET. Oxímetro de pulso portátil AT101C Bioland. 2022. Disponível em:
<https://bityli.com/XYfE6>. Acesso em: 19 nov. 2022.
SOLAR, João Gabriel Martin del; SOARES, Fabiano Araujo; MENDES, Cristiano
Jacques Miosso Rodrigues. Brazilian clinical engineering regulations: health equipment
management and conditions for professional exercise. Research On Biomedical
Engineering, [S.L.], v. 33, n. 4, p. 301-312, 13 nov. 2017. FapUNIFESP (SciELO).
http://dx.doi.org/10.1590/2446-4740.01517.
37