Módulo III - Análise de Circuitos em Corrente Contínua
Módulo III - Análise de Circuitos em Corrente Contínua
Módulo III - Análise de Circuitos em Corrente Contínua
Energia Renovável
Fundamentos da Eletroeletrônica
Módulo III – Análise de Circuitos
em Corrente Contínua
Módulo Básico
Curso Técnico em Sistemas de
Energia Renovável
Fundamentos da Eletroeletrônica
Módulo III – Análise de Circuitos
em Corrente Contínua
Módulo Básico
O que
veremos neste • Força eletromotriz
•
Módulo
Conceitos de Malha, Ramo e Nó
• Resistores ôhmicos
• Código de cores de resistores
• Associação de resistores
• Matriz de contatos
• Multímetro digital
• 1ª Lei de Kirchhoff - Lei das Correntes ou Lei dos Nós
• 2ª Lei de Kirchhoff - Lei das Tensões ou Lei das Malhas
• Algoritmo para equacionamento para análise de circuitos
• Divisor de Tensão
• Teorema de Thèvenin
• Teorema de Norton
Capítulo
Análise de Circuitos em
Corrente Contínua
1 - Análise de Circuitos
Compreender e dominar as técnicas de análise de circuitos é muito importante para qualquer profissional da
área de eletricidade. Com a teoria, o profissional é capaz de resolver problemas práticos muito rapidamente
e com facilidade. Para isso, é necessário dominar diversas leis da eletricidade e saber trabalhar com
diferentes grandezas elétricas.
Para análise de circuitos DC, utilizaremos os conceitos formais de álgebra para a resolução de equações
matemáticas. Para a análise de circuitos em AC, no regime estacionário, utilizaremos o conceito de fasores,
associados a números complexos. Para obter o conjunto de grandezas associadas aos elementos do circuito,
são usados os métodos como Análise Nodal e Análise de Malhas e os teoremas de Norton e Thévinin.
Em qualquer dos tipos de circuitos, os conceitos de Nó, Ramo e Malha, são aplicáveis.
1.1 - Terminologias
Circuito elétrico: Conjunto de elementos, como geradores e receptores, interligados por meio de condutores
de modo que formem pelo menos um caminho fechado para a corrente elétrica.
Malha: Qualquer percurso fechado de um circuito elétrico.
Ramo: Caminho fechado que liga dois nós essenciais, sendo que ao longo do ramo a corrente elétrica é a mesma. C-A, A-B, B-C, C-D
a A c
b d
i j D +
C +
h g f e
Nó: B
Ponto de união entre dois ou mais componentes ou entre um componente e a massa ( a, b, c, d, e, f, g, h, i, j )
Nó essencial:
Ponto ao qual estão ligados três ou mais elementos ( A, B, C, D )
Super Nó:
Ramo contendo apenas fonte de tensão ( A, D )
2 - Força Eletromotriz
Força eletromotriz é o trabalho realizado por uma força não eletrostática quando não
existe nenhuma corrente percorrendo pelo elemento de conversão.
Em contrapartida, a ddp usual que conhecemos (V) é o trabalho que uma força eletrostática realiza quando existe
corrente percorrendo o elemento de conversão.
Em outras palavras ...
ε
... força eletromotriz ( ) -> não possui uma força eletrostática
Unidade de medida
... diferença de potencial (ddp) -> possui força eletrostática. Volt (V)
2 - Força Eletromotriz
Força eletromotriz é o trabalho realizado por uma força não eletrostática quando não
existe nenhuma corrente percorrendo pelo elemento de conversão.
O diagrama a seguir representa o circuito equivalente de um elemento gerador (E) em série com sua resistência interna (r) e
uma carga de resistência (R) conectada aos seus terminais A e B.
∈
𝐴 𝑖=
𝑟+𝑅
𝑉𝐴𝐵 (𝑉)
r 𝑖 𝑉𝐴𝐵 = ∈
Ponto que representa o gerador em circuito
∈ aberto.
+ 𝑅=∞
∈ 𝑖=0
𝑉𝐴𝐵 = ∈ −𝑖. 𝑟
r 𝑖 𝑉𝐴𝐵 = ∈ −𝑖. 𝑟
+ 𝑅 ∈
∈ 𝑖=
𝑟+𝑅
r 𝑖 𝑉𝐴𝐵 = 0
𝑖 (𝐴) + 𝑅=0
𝑖 𝑖𝐶𝐶 ∈ ∈
𝑖𝐶𝐶 =
𝑟
Em condições de circuito aberto (R = infinito), a corrente i é nula e a tensão entre os terminais da fonte é VAB = ε.
Em condições de curto-circuito (R = 0), VAB = 0 e a corrente de curto-circuito é i = ε /r.
Para uma resistência R finita, haverá uma corrente não nula e com isso uma queda de potencial na resistência
interna igual a i.r.
A figura a seguir mostra um gerador de 120 V submetido a uma corrente de curto-circuito de 30 A.
A 𝑎) 𝑟 = 4 Ω 𝑏) 𝑖 = 12 𝐴 𝑐) 72 𝑉
∈ ∈ 120 ∈ = 120 𝑉
𝑎) 𝑖𝐶𝐶 = −→ 𝑟 = = =4Ω
B 𝑎) 𝑟 = 4 Ω 𝑏) 𝑖 = 24 𝐴 𝑐) 60 𝑉 𝑟 𝑖𝑐𝑐 30
∈ 120 𝑉𝐴𝐵 = 72 𝑉
𝑏) 𝑖= = = 12 𝐴
C 𝑎) 𝑟 = 8 Ω 𝑏) 𝑖 = 12 𝐴 𝑐) 72 𝑉 𝑟+𝑅 4+8
D 𝑎) 𝑟 = 8 Ω 𝑏) 𝑖 = 24 𝐴 𝑐) 60 𝑉
𝑅 = 2 .𝑟 = 2 . 4 = 8 Ω
𝑖 (𝐴)
𝑐) 𝑉𝐴𝐵 = ∈ − 𝑖. 𝑟 = 120 − 12.4 = 72 𝑉
𝑖 = 12 𝐴 𝑖𝐶𝐶 = 30 A
Tente novamente!
Releia o texto ou se necessário,
reveja o conteúdo.
Força Eletromotriz – Dedução das Equações de Potências do Gerador
𝑃𝑈 = 𝑃𝑇 − 𝑃𝐷
𝑃𝐷 = 𝑖 2 . 𝑟 r 𝑖 𝑃𝑈 = 𝑉𝐴𝐵 . 𝑖
𝑉𝐴𝐵 . 𝑖 = 𝐸. 𝑖 − 𝑖. (𝑖. 𝑟)
+ 𝑃𝑈
η=
𝑃𝑇 = 𝐸. 𝑖 𝑃𝑇
𝑉𝐴𝐵 . 𝑖 = 𝐸. 𝑖 − 𝑖 2 . 𝑟 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
1) A figura abaixo representa circuito onde um gerador de força eletromotriz E = 80 V
e resistência interna r = 2,0 é ligado a um resistor de resistência R = 6,0 .
1) Determine:
Verifique seu a) a intensidade i da corrente no circuito;
𝑟 =2Ω 𝑖
b) a tensão 𝑉𝐴𝐵 entre os terminais do gerador;
Aprendizado 𝑅 = 6Ω
c) a potência útil fornecida pelo gerador;
+ d) a potência total gerada pelo gerador;
𝐸 = 80 𝑉
e) a potência dissipada no interior do gerador;
f) o rendimento do gerador.
Terminais do
Resistor de Terminal do material resistivo
carvão cursor
Envoltório isolante Conexão metálica
Reostato
Resistor de filme
de carbono ou Potenciômetro
metálico Conexão metálica
Espiral formado por tiras de Haste giratória
material resistivo
Cursor móvel Material resistivo
Isolamento cerâmico
Conexão metálica Trimpot
Resistor fio
nicromo
Fio de nicromo enrolado em
bastão de fibra de vidro Resistor
Série de valores ôhmicos padronizados
Resistores de carvão, filme carvão ou metálico
Resistores de 4 faixas (Série E6: 20%) / (Série E12: 10%) / (Série E24: 5%)
Coeficiente de temperatura
Esse valor indica a variação da resistência em partes por milhão (ppm) à cada °C de variação de temperatura (1/1.000.000) para cada °C
Rt = Valor da resistência na temperatura Tt
Ra = Valor da resistência na Ta
𝑅𝑡 = (( 𝑇𝑡 − 𝑇𝑎 . (𝑝𝑝𝑚Τ106 )) . 𝑅𝑎 ) + 𝑅𝑎 Ta = Temperatura ambiente
Tt = Temperatura de trabalho
PPM = Variação da resistência em partes por milhão à cada grau Celsius
Resistores ôhmicos – Código de Cores
Valor Comercial
Considerando uma temperatura de trabalho de 45°C, a
resistência será de:
𝑅𝑡 = (( 𝑇𝑡 − 𝑇𝑎 . (𝑝𝑝𝑚Τ106 )) . 𝑅𝑎 ) + 𝑅𝑎
Valor
Multiplicador
Valor
Valor
temperatura
tolerância
Coeficiente
𝑅𝑡 = (( 45 − 25 . (100 𝑝𝑝𝑚Τ106 )) . 715𝑋103 ) + 715𝑋103
de
𝑅𝑡 = (( 20 . (0,0001). 715𝑋103 ) + 715𝑋103
𝑅𝑡 = 0,002 + 715𝑋103
7 1 5 103 0,5% 100 ppm
𝑅𝑡 = 715.000,002Ω
Multiplicador
Valor
Valor
tolerância
715𝑋103 + 14,3X103 = 729,3𝑋103
715𝑋103 . 0.02 = 14,3X103
715𝑋103 − 14,3X103 = 700,7𝑋103
Atende a nominal
Série E96 -> Comercial: 715 kΩ – 1%
“Recomendado”
7 2 2 103 5 715𝑋103 + 7,15X103 = 722,15𝑋103
% 715𝑋103 . 0.01 = 7,15X103
715𝑋103 − 7,15X103 = 707,85𝑋103
3 3
715𝑋103 + 3,575X103 = 718,575𝑋103
715𝑋10 . 0.005 = 3,575X10
715𝑋103 − 3,575X103 = 711,425𝑋103
722 kΩ 5%
Solução:
Considerando que a cor da 1ª faixa é BRANCA, temos o
seguinte valor:
Como o resistor é de 4 faixas 5%, o provável valor do resistor é de 47 KΩ e não 97 KΩ, uma vez que 97 kΩ não é um valor comercial,
como pode ser visto na tabela de resistores comerciais este valor não existe. Logo a cor da 1ª faixa é AMARELA e não BRANCA.
Atenção:
Ao mensurar o valor ôhmico de um resistor, não segure os seu dois terminais ao mesmos tempo, pois a resistência do corpo
humano pode interferir na medida, causando erro.
4 - Associação de Resistores
Qualquer associação de resistores poderá ser representada por um resistor, denominado de Resistor
Equivalente, que representa a resistência total dos resistores associados.
Associação de Resistores
Associação Série
Associar resistores em série significa interliga-los de modo que sejam percorridos por uma mesma corrente.
𝑉1
Corrente - Como existe apenas um caminho para a passagem da
+
corrente elétrica, esta é mantida por toda a extensão do circuito.
𝑅1
+ + Quedas de Tensão - A d.d.p em cada resistor irá variar conforme a
V 𝐼 𝑉2 resistência deste, obedecida a Lei de Ohm.
𝑅2
𝑅𝑛 𝑉1 = 𝑅1 . 𝐼 𝑉2 = 𝑅2 . 𝐼 𝑉𝑛 = 𝑅𝑛 . 𝐼
+ ...
𝑛 Somando as quedas de tensões parciais e simplificando a equação, teremos o
𝑅𝑒𝑞. = 𝑅1 + 𝑅2 + ⋯ + 𝑅𝑛
𝑉𝑛 valor de tensão que corresponde ao valor da fonte (V)
𝑉 = 𝑅1 . 𝐼 + 𝑅2 . 𝐼 + ⋯ + (𝑅𝑛 . 𝐼)
𝑉 = 𝐼(𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 +... + 𝑅𝑛 )
+
V 𝐼 𝑅𝐸𝑄.
Resistência Equivalente
𝑅𝐸𝑄. Valor de resistência que
𝑉 = 𝐼(𝑅𝐸𝑄. ) substitui todas as demais
do circuito.
Associação de Resistores
Associação Série – Característica de Potência
𝑉
𝐼= 𝑉=𝐼 . 𝑅
𝑃𝑛 = 𝑉𝑛 . 𝐼 𝑅
𝑃2 = 𝑉2 . 𝐼 𝑃=𝐼 . 𝑅. 𝐼
𝑉
𝑃=𝑉 . ( )
𝑃1 = 𝑉1 . 𝐼 𝑅
𝑃
𝑃 𝐼=
𝑉= 𝑉= 𝑃. 𝑅 𝑅
𝐼 𝑉2
𝑃=𝑉. 𝐼 𝑃= 𝑃 = 𝐼2 . 𝑅
𝑅 2
𝑃 𝑉 𝑃
𝐼= 𝑅= 𝑅=
𝑉 𝑃 𝐼2
Associação de Resistores
Associação em Paralelo
Associar resistores em paralelo significa interliga-los, de modo estejam submetidos a mesma diferença de potencial.
Corrente – Como todos os resistores estão submetidos a mesma d.d.p, a corrente em cada resistor irá variar
conforme a resistência deste, obedecida a Lei de Ohm.
𝐼𝑇 = 𝐼1 + 𝐼2 + ⋯ + 𝐼𝑛
...
𝑛
𝑉 + + +
𝐼𝑁 = +
𝑅𝑛
𝐼2 = 𝑅
𝑉 𝐼𝑇 V 𝐼1
𝑅1 𝑉1 𝐼2 𝑅 𝑉2 𝐼𝑛
𝑅𝑛
𝑉𝑛
2 2
𝑉
𝐼1 = 𝑅1 ...
𝑉 𝑉 𝑉
𝑛
𝐼𝑇 = + +⋯+𝑅
𝑅1 𝑅2 𝑛
𝑉 𝑉 𝑉 𝑉 Como todas as tensões são iguais, podemos eliminá- Para 2 (dois) resistores, a resistência
= + + ⋯+
𝑅𝑇 𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛 las de todos os termos da equação, o que resulta a equivalente pode ser determinada pela
expressão da resistência equivalente do circuito. equação: 𝑅 𝑋𝑅 1 2
𝑅𝑒𝑞. =
1 1 1 1 1 𝑅1 + 𝑅2
= + +⋯+ 𝑜𝑢 → 𝑅𝑒𝑞. = 1 1 1
𝑅𝑇 𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛 + + ⋯+
𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛
Associação de Resistores
Associação Mista
Uma associação mista consiste em uma combinação, em um mesmo circuito, de associações em série e em paralelo.
𝑉2
Equações do circuito
+
𝑅2
l
+
𝑉5
𝑉1 𝑉𝑇 = 𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉5
𝑅1 𝐼2
+
𝐼3 𝑅5 𝑉2 = 𝑉3 + 𝑉4
𝐼1 𝐼4
𝐼1 = 𝐼2 + 𝐼3 = 𝑖4
+
𝑅3 𝑅4
+
𝑉3 𝑉4 𝑅𝑒𝑞. = 𝑅1 + 𝑅2 // 𝑅3 + 𝑅4 + 𝑅5
Matriz de Contatos é uma placa de material isolante utilizada para prototipação temporária de circuitos
eletrônicos sem a necessidade de soldar componente.
Existem vários tipos e tamanhos, sendo o mais comum é a de 400 pontos de conexão dispostos em linhas e
colunas.
ESPECIFICAÇÕES:
- Quantidade de contatos: 400 pontos
- Dimensões: 8,3 x 5,5 x 1cm (CxLxA)
- Peso: 47g
R1 R2
1,36V
5V
R5 R3
R6 R4
R1
R2 R4 R6
R3
R5
Multímetro digital (Multimeter ou DMM - Digital Multi Meter)
RANGE
V - Ω - HZ
Seleciona escala manual
TERMINAL TEMP
CHAVE ROTATIVA Entrada POSITIVA para as medidas de
tensão, frequência, resistência,
capacitância, temperatura e testes de
TERMINAL 10A
CAT III 1000V diodo e continuidade.
CAT IV 600V
Entrada POSITIVA para medidas de
corrente na escala de 10A
COM
TERMINAL
Entrada NEGATIVA para as medidas de
mA
TERMINAL tensão, frequência, resistência,
Entrada POSITIVA para medidas de capacitância, temperatura e testes de
corrente na escala mA diodo e continuidade.
Multímetro digital (Multimeter ou DMM - Digital Multi Meter)
CARACTERÍSTICAS de OPERAÇÃO:
Display LCD: 3¾ Dígitos;
Tensão CC: Faixas: 200mV, 2V, 20V, 200V e 1000V
Tensão CA: Faixas: 2V, 20V, 200V e 750V
Corrente CC: - Faixas: 200µA, 2mA, 20mA,200mA e 20A
Resistência: até 40M Ohms;
Teste continuidade / diodo
Mudança de faixa AUTOMÁTICA / MANUAL;
Temperatura: de -20ºC até 1000ºC;
Cpacitância: até 100 mF;
Frequência: até 30 MHz (**);
Medição REL (relativo);
HOLD (memória);
Duty Cycle;
Auto Power - OFF;
Precisão Básica: 0,5%;
Categoria IEC1010: CAT III 1000V / CAT IV 600V
Multímetro Digital – Categorias de Emprego (IEC 1010)
TOMADAS QGBT
QDLF
Circuitos eletrônicos
ILUMINAÇÃO
protegidos
CCM
≥ 10 m do CAT III
≥ 20 m do CAT IV
CAT I
CAT II
CAT III
CAT IV
É prudente em temos de segurança escolher um multímetro especificado para a maior categoria, uma
vez que este irá atender todas as demais, além de ser viável economicamente.
Categoria de Tensão de Transiente máximo Aplicação
emprego trabalho de pico
600 8 KV Instrumentos destinados a medições em quadros geral de distribuição geral de
IV baixa tensão (QGBT) na origem da instalação, como também em quadros de
1000 12 KV distribuição de luz e força (QDLF) e quadro de comando de motores (CCM).
III 6 KV Instrumentos destinados a medições de circuitos terminais e de distribuição
600
em ambientes residenciais e comerciais e em equipamentos fixos (motores,
8 KV inversores de frequência, softstarter e bancos de capacitores).
1000
As categorias são baseadas no fato de que um transiente perigoso, como uma descarga atmosférica, será amortecido conforme
percorre a impedância do sistema. Quanto maior a categoria, maior será a capacidade do multímetro suportar um transiente.
Ex.:
Um multímetro CAT III 600V, irá oferecer uma melhor proteção contra transientes se comparado com um multímetro CAT II 1000V.
Exemplos de leitura de escalas (Medição da f.e.m. de uma pilha)
0 0 2 0 I. 6 I. 5 7 I. 5 7 1 I
Valor acima do
máximo da escala
Medição de resistores < 1 Ω
A medição direta com multímetro de resistores com baixa resistência ôhmica não é eficaz e irá apresentar um valor
diferente da real. Isto devido a resistência específica de suas pontas de prova.
Exemplo:
Resistor: 1500 Ω
Pontas de prova: fio de cobre com 1m de comprimento e 0,81mm de diâmetro
𝑙 1
𝑅. 2=𝜌 = 17𝑋10−7 = 0,033Ω . 2 = 0,066
𝐴 5,15𝑋10−7
Insignificante para resistores com alto valor de resistência, onde alguns mΩ não representam diferença.
Contudo, para ...
... um resistor de 0,1Ω a leitura seria de 0,1 + 0,066 = 0,166 Ω -> Acréscimo significativo.
... um resistor de 0,01Ω a leitura seria de 0,01 + 0,066 = 0.076 Ω -> Acréscimo significativo.
Atenção:
Independentemente do valor ôhmico do resistor, não segure seus terminais, pois a resistência do corpo humano
interfere na medida, causando erro.
Método de medição de Resistências de baixo valor ôhmico
Método de medição a 4 fios "PONTA KELVIN"
Este método consiste em aplicar uma corrente constante que irá fluir pelo resistor e através da tensão sobre este será
possível avaliar indiretamente o valor da resistência do resistor aplicando-se a lei de Ohm.
Uma corrente constante (independentemente do valor da carga) irá fluir pelo resistor (nesse caso não importa as
resistências dos fios, pois a corrente sempre será constante).
O valor de tensão gerado nos terminais do componente será então mensurado (aqui, também o valor das resistências
dos fios não importam, pois o "voltímetro" interno é de alta impedância).
Procedimento
1 – Ajustar a tensão da fonte para 5V
2 – Ajustar a corrente máxima constante “I” para 100 mA 22mV
22 mV
100 mA
100mA 5V
3 – Ajustar o multímetro na escala de mV
4 – Medir a tensão nos terminais do resistor “V”
5 Calcular a resistência “R” -> R = V/0,1
Valores mensurados
𝑉
𝑅= = = 0,22Ω
𝐼
0,22Ω =/- 5%
Circuitos com múltiplas fontes de tensão e múltiplas malhas
A solução de circuitos de múltiplas fontes e múltiplas malhas é obtida empregando-se métodos de análise
aplicando sistematicamente a 1ª e 2ª leis de Kirchhoff. Destes métodos resultam um sistema de equações
de tamanho igual ao número de nós ou malhas independentes da rede.
Enunciado:
“A soma algébrica dos módulos das intensidades das correntes que entram em um nó é igual à
soma algébrica dos módulos das intensidades das correntes que saem desse nó”
Por Convenção...
𝑰𝒏ó = 𝟎 ... a corrente que entra em um nó deve ter
sinal contrário ao da corrente que sai do nó.
Nó
Circuitos com múltiplas fontes de tensão e múltiplas malhas de resistores
Nó (b):
𝐼1 + 𝐼2 − 𝐼3 = 0 −→ 𝐼3 = 𝐼1 + 𝐼2
𝑅1 𝑅2
a b c
𝐼1 𝐼2 +
+
𝑉1 𝐼3 𝑉2
𝑅3
f e d
Circuito com 6 nós. Nó (d):
Nó (e): 𝐼2 − 𝐼2 = 0 −→ 𝐼2
𝐼3 − 𝐼1 − 𝐼2 = 0 −→ 𝐼3 = 𝐼1 + 𝐼2
Circuitos com múltiplas fontes de tensão e múltiplas malhas de resistores
Enunciado:
“A soma algébrica das tensões em uma malha é nula”
𝑽 = 𝟎
𝑉 𝑅
𝑉 +
+ + 𝑅 +
+𝑉 +𝑅. 𝐼
−𝑉 −𝑅. 𝐼
−𝑉𝑅1 −𝑉𝑅2
+ 𝑅1 𝑅2 +
𝐼1 + 𝐼2 +
+ 𝑅3
𝑉1 𝐼3 −𝑉𝑅3 𝑉2
Malha 1 Malha 2
𝑉2 − 𝐼2 𝑅2 − 𝐼3 𝑅3 = 0
𝑉1 − 𝐼1 𝑅1 − 𝐼3 𝑅3 = 0
Circuitos com múltiplas fontes de tensão e múltiplas malhas de resistores
Algoritmo para equacionamento
• Atribuir um sentido circular para as correntes em cada malha. Este sentido é arbitrário, mas o horário é o mais usado.
• Escrever as equações da lei de Kirchhoff para as tensões ao longo do percurso de cada malha.
𝑅. 𝐼 − 𝑅. 𝐼 = 𝜀
𝑅1 = 3Ω 𝑅2 = 4Ω
Malha I Malha II
+ 𝑅3 = 6Ω +
𝑉1 = 27 𝐼1 𝑉2 = 24
𝐼2 Coeficiente do vetor
corrente = R
Vetor corrente
Vetor tensão
Malha I: (𝑅1 + 𝑅3 )𝐼1 − 𝑅3 𝐼2 = 𝑉1 −→ 9𝐼1 − 6𝐼2 = 27 𝑉
Malha II: −𝑅3 𝐼1 + (𝑅3 + 𝑅2 )𝐼2 = −𝑉2 −→ −6𝐼1 + 10𝐼2 = −24 V
Circuitos com múltiplas fontes de tensão e múltiplas malhas de resistores
Solução por Regra de Cramer:
Diagonal secundária
9 −6
∆= = 9 . 10 − −6 . −6 = 90 − 36 = 54
−6 10
Diagonal principal
27 −6 𝐷𝐼1 126
𝐷1 = = 27 . 10 − −24 . −6 = 270 − 144 = 126 𝐼1 = = = 2,33 𝐴
−24 10 ∆ 54
Determinante da matriz obtida pela troca da coluna dos coeficientes dos vetores de corrente 𝐼1 pela coluna do vetores de tensões.
9 27 𝐷𝐼2 −54
𝐷2 = = 9 . −24 − −6 .27 = −216 − −162 = −54 𝐼2 = = = −1 𝐴
−6 −24 ∆ 54
Determinante da matriz obtida pela troca da coluna dos coeficientes
dos vetores de corrente 𝐼2 pela coluna do vetores de tensões.
Correntes no CKT 𝐼1 𝐼2
𝐼3 = 𝐼1 + 𝐼2
𝐼3 = 2,33 + 1 = 3,33 𝐴
Circuitos com múltiplas fontes de tensão e múltiplas malhas de resistores
Solução substituição:
3𝐼2 = −3 𝑉
−3
𝐼2 = = −1 𝐴 O sentido de I2 deve ser invertido.
3
𝑅4 = 8Ω
𝑫 = (6 . 10 . 8 + −2 . 0 . −4 + −4 . −2 . 0 ) − ( −4 . 10 . −4 + 6 . 0 . 0 + −2 . −2 . 8) = 288
Determinante da matriz obtida dos coeficientes dos vetores “I”
12 −2 −4 𝐷𝐼1 1536
𝐷1 = −24 10 0 = 1536 𝐼1 = = = 5,33 𝐴
𝐷 288
24 0 8
Determinante da matriz obtida pela troca da coluna dos coeficientes dos vetores de corrente 𝑰𝟏 pela coluna do vetores de tensões.
6 12 −4 𝐷𝐼2 −384
𝐷2 = −2 −24 0 = −384 𝐼2 = = = −1,33 𝐴 −→ 𝑂 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝐼2 𝑑𝑒𝑣𝑒 𝑠𝑒𝑟 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑑𝑜.
𝐷 288
−4 24 8
Determinante da matriz obtida pela troca da coluna dos coeficiente dos vetores de corrente 𝑰𝟐 pela coluna do vetores de tensões.
6 −2 12 𝐷𝐼3 −1632
𝐷3 = −2 10 −24 = −1632 𝐼3 = = = −5,66 𝐴 −→ 𝑂 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝐼3 𝑑𝑒𝑣𝑒 𝑠𝑒𝑟 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑑𝑜
𝐷 288
−4 0 24
Determinante da matriz obtida pela troca da coluna dos coeficientes dos vetores de corrente 𝑰𝟑 pela coluna do vetores de tensões.
Determinação das correntes nos ramos
𝐼1 + 𝐼2 − 𝐼𝐴 = 0
𝑅4 = 8Ω 5,33 + 1,33 − 𝐼𝐴 = 0
6,66 − 𝐼𝐴 = 0
𝐼𝐴 = 6,66 A
𝐼2 = 1,33 𝐴
𝑅1 = 2Ω 𝑉2 = 24𝑉
+ −𝐼1 − 𝐼3 − 𝐼𝐵 = 0
𝐼𝐴 𝐼𝐶 −5,33 − 5,66 + 𝐼𝐵 = 0
𝑅2 = 4Ω 𝑅3 = 4Ω −10,99 + 𝐼𝐵 = 0
+
𝑉1 = 12V 𝐼1 = 5,33 𝐴 𝐼3 = 5,66 𝐴 𝐼𝐵 = 10,99 A
𝐼𝐵
𝐼3 − 𝐼2 − 𝐼𝐶 = 0
5,66 − 1,33 − 𝐼𝐶 = 0
𝐷
4,33 − 𝐼𝐶 = 0
𝐼𝐶 = 4,33 A
1) Encontre as correntes de malha e de ramo do circuito apresentado na figura abaixo
e indique os seus respectivos sentidos de circulação
𝑅4 = 60Ω
Verifique seu
Aprendizado
𝑅1 = 10Ω 𝑅5 = 12Ω
𝐼2
𝑅1 = 10Ω 𝑅5 = 12Ω
𝑉2 = 12𝑉
+
+ +
𝑉1 = 110V 𝐼1 𝐼3 𝑉3 = 70𝑉
𝑅2 = 3Ω
𝑅3 = 4Ω 𝑅6 = 2Ω
D = 17⋅(−12)⋅(−12)+(−10)⋅82⋅(−3)+(−3)⋅(−10)⋅21−(−3)⋅(−12)⋅(−3)−21⋅82⋅17−(−12)⋅(−10)⋅(−10) = −22428
Determinante da matriz obtida pela troca da coluna de índice 𝑰𝟏 pela coluna do vetores de tensões. Repetir o mesmo procedimento usado em “D”
Determinante da matriz obtida pela troca da coluna de índice 𝑰𝟐 pela coluna do vetores de tensões. Repetir o mesmo procedimento usado em “D”
𝐼1 + 𝐼2 − 𝐼𝐴 = 0
𝑅4 = 60Ω
5,45 + 3 − 𝐼𝐴 = 0
8,45 − 𝐼𝐴 = 0
𝐼2 = 3 𝐴 𝐼𝐴 = 8,45 𝐴
𝑅1 = 10Ω 𝑅5 = 12Ω
−𝐼1 + 𝐼3 − 𝐼𝐵 = 0
𝐼𝐶 −5,45 + 0,226 − 𝐼𝐵 = 0
𝐼𝐴
𝑉2 = 12𝑉 5,224 −𝐼𝐵 = 0
+
+ +
𝑉1 = 110V 𝐼1 = 5,45 𝐴 𝐼3 = 226 𝑚𝐴 𝑉3 = 70𝑉
𝐼𝐵 = 5,224 A
𝐼𝐵 𝑅2 = 3Ω
𝑅3 = 4Ω 𝑅6 = 2Ω
−𝐼2 − 𝐼3 + 𝐼𝐶 = 0
−3 − 0,226 + 𝐼𝐶 = 0
-3,226 + 𝐼𝐶 = 0
𝐼𝐶 = 3,226 A
Divisor de Tensão
Divisores tensão são circuitos que através do arranjo de 2 (dois) resistores em série permitem que se obtenha uma fração
fixa da tensão de entrada.
Nesta seção, vamos estudar os circuitos divisores de tensão sem carga e com carga, cada tipo permitindo diferentes
configurações.
𝑉
𝑉𝐿 = 𝑅2||𝑅𝐿 .
R1 R1 𝑅1 + 𝑅2||𝑅𝐿
+ +
I I Equações de projeto
𝑉 𝑉
IL
𝑉 R2 𝑅2 = 0,1 . 𝑅𝐿
R2 𝑉𝐿 = 𝑅2 .
𝑅1 + 𝑅2 RL VL
𝑅𝐿||𝑅2 . 𝑉
𝑅1 = − 𝑅𝐿||𝑅2
𝑉𝐿
Dedução do equação
Dedução do equação
𝑉𝐿 = 𝑅2||𝑅𝐿 . 𝐼
𝑉𝐿 = 𝑅2 . 𝐼
𝑉
𝑉 𝐼=
𝐼= 𝑅1 + 𝑅2||𝑅𝐿
𝑅1 + 𝑅2
𝑉
𝑉 𝑉𝐿 = 𝑅2||𝑅𝐿 .
𝑉𝐿 = 𝑅2 . 𝑅1 + 𝑅2||𝑅𝐿
𝑅1 + 𝑅2
1) Projete um divisor de tensão para uma carga resistiva de 2,5 mW – 5 V
Verifique seu
A 𝑅2 = 10𝐾; 𝑅1 = 1𝐾8 Parabéns! Você acertou.
Aprendizado B 𝑅𝐿 =
𝑉2
=
52
= 10𝐾Ω
𝑅2 = 1𝐾; 𝑅1 = 1𝐾 𝑃 0,0025
C 𝑅2 = 1𝐾; 𝑅1 = 1𝐾8
𝑅2 = 0,1 . 𝑅𝐿 = 0,1 . 10𝐾 = 1𝐾
D 𝑅2 = 10𝐾; 𝑅1 = 1𝐾8
𝑅𝐿||𝑅2 . 𝑉
𝑅1 = − 𝑅𝐿||𝑅2 =
𝑉𝐿
10𝐾||1𝐾 . 15
𝑅1 = − 10𝐾 ||1𝐾
5
Tente novamente! 𝑅1 = 1𝐾8
Releia o texto ou se necessário,
reveja o conteúdo.
Teorema de Thèvenin
O Teorema de Thèvenin estabelece toda Rede pode ser modelada, a partir de uma Fonte de Tensão
Independente (VTh) em série com um Resistor (RTh). O valor da fonte será a Tensão de Circuito Aberto
(Voc) nos terminais de interesse e o resistor será a Resistência Equivalente (Req) vista pelos terminais de
interesse quando as fontes independentes são “curto-circuitadas”.
a RTH a
Rede com +
fontes e
RL RL
elementos VTH
b
passivos b
𝑅3 = 1Ω
+ +
𝑉1 = 2 𝑉 𝑉3 = 2 V
+
𝑉2 = 4 𝑉
𝑅4 = 1Ω 𝑅5 = 1Ω
𝑅1 = 1Ω 𝑎 𝑅2 = 1Ω
𝑅4 = 1Ω
𝑏 𝑅5 = 1Ω
Cálculo de Vth
Aplicando a 2ª Lei de Kirchhoff - Lei das Tensões ou Lei das Malhas, temos:
𝑉𝑎𝑏 = 𝑉𝑡ℎ + 𝑉2
𝑉𝑡ℎ = 𝑉𝑎𝑏 − 𝑉2
𝑉𝑡ℎ = 2 − 4
𝑉𝑡ℎ = −2 𝑉
Cálculo de Rth
Redesenhando o circuito sem o resistor R3 e substituímos as fontes de tensão por um curto circuito:
𝑅1 = 1Ω 𝑎 𝑅2 = 1Ω
𝑅4 = 1Ω
𝑏 𝑅5 = 1Ω
𝑉𝑡ℎ −2
𝐼= = = −0,4 𝐴
𝑅𝑒𝑞 5
Teorema de Norton
O Teorema de Norton estabelece que qualquer toda rede pode ser modelada, a partir de uma Fonte de
Corrente Independente (IN) em paralelo com uma Condutância (GN). O valor da fonte será a Corrente de
Curto-Circuito (Isc) entre os terminais de interesse e a condutância será a Condutância Equivalente (Geq)
vista pelos terminais de interesse quando as fontes independentes são “curto-circuitadas”.
Rede com
fontes e
elemento RL IN RN RL
s passivos b
b
𝑅𝑁 = 𝑅𝑇𝐻
Teorema de Norton
Exemplo
Como o Teorema de Norton é o dual do Teorema de Thèvenin, vamos utilizar como exemplo o mesmo circuito do exemplo
usado no Teorema de Thèvenin.
𝑅3 = 1Ω
+ + 𝑅3 = 4Ω
𝑉1 = 2 𝑉 𝑉3 = 2 V 𝑉𝑅3 = 𝑅3. 𝐼 = 4 . −0,4 = −1,6 𝑉
+
+ 𝑉𝑡ℎ = −2 𝑉
𝑉2 = 4 𝑉 𝐼
𝑉𝑡ℎ −2
𝐼= = = −0,4 𝐴
𝑅𝑒𝑞 5
𝑅4 = 1Ω 𝑅5 = 1Ω
𝐼3 𝑉𝑇𝐻 −2
𝐼𝑁 = = = −2 𝐴
𝑅𝑇𝐻 1
𝑉𝑇𝐻 𝑅𝑁 = 𝑅𝑇𝐻
𝐼𝑁 = 𝑅3 = 4Ω
𝑅𝑇𝐻 𝐼𝑁 . 𝑅𝑁 −2 . 1 −2
𝐼3 = = = = −400 𝑚𝐴
𝑅𝑁 + 𝑅3 1+4 5
Expediente
Firjan – Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro
Presidente
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira