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Apontamentos 6 - Funcoes-Parte 1

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Apontamentos 6 – Funções

Matemática A - 10º ano - Ensino Secundário

Funções

Noção de função (revisões)

• Dados dois conjuntos 𝐴 e 𝐵, uma função de 𝑨 em 𝑩 é uma correspondência que a cada elemento de 𝐴
em 𝐵 é uma correspondência que a cada elemento de 𝐴 faz corresponder um e um só elemento de 𝐵.

• Uma função 𝑓 de 𝐴 em 𝐵 representa-se, simbolicamente, por 𝑓: 𝐴 → 𝐵 ou apenas por 𝑓.

• Dada uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵, o conjunto 𝐴 é o domínio de 𝒇, e pode escrever-se 𝐷𝑓 = 𝐴, e o conjunto 𝐵


é o conjunto de chegada de 𝑓. Cada elemento 𝑥 ∈ 𝐴 designa-se por objeto e o correspondente elemento
de 𝐵, 𝑦 = 𝑓(𝑥), designa-se por imagem desse objeto. O conjunto das imagens da função é o
contradomínio de 𝑓, e escreve-se 𝐷𝑓′ (ou𝐶𝐷𝑓 ou 𝑓(𝐴)).

Exemplo 1:
Observe as seguintes correspondências:
.

• A correspondência 𝑓 não é uma função de de 𝐴 em 𝐵, pois existe um elemento do conjunto A,


que não tem correspondente no conjunto B;
• A correspondência 𝑔 não é uma função de de 𝐴 em 𝐵, pois existe um elemento do conjunto A, 1,
que tem mais do que um elemento correspondente no conjunto B, 2 e 4.
• A correspondência ℎ é uma função de de 𝐴 em 𝐵, pois a cada elemento do conjunto A,
corresponde um e um só elemento do conjunto B;

Página 1
Exemplo 2:
Considere as funções 𝑓 e 𝑔, definidas da seguinte forma:

Indique o domínio e o contradomínio de cada uma das funções.


Resolução:
𝐷𝑓 = {1, 2, 3} e 𝐷′𝑓 = {1, 4, 9};
𝐷𝑔 = ]−∞, 2[ e 𝐷′𝑔 = ]−∞, 1] ∪ {2}.

Produto cartesiano de conjuntos


Dados os conjuntos 𝐴 e 𝐵, o produto cartesiano de 𝑨 e 𝑩, o produto cartesiano de 𝐴 e 𝐵, representa-
se por 𝑨 × 𝑩 e é o conjunto dos pares ordenados (𝑎, 𝑏), tais que 𝑎 pertence a 𝐴 e 𝑏 pertence a 𝐵.
𝑨 × 𝑩 = {(𝒂, 𝒃): 𝒂 ∈ 𝑨 ∧ 𝒃 ∈ 𝑩}

Exemplo 3:
Sejam 𝐴 = {−1, 2} e 𝐵 = {−3,0,1,7} dois conjuntos, então:
𝐴 × 𝐵 = {(−1, −3), (−1,0), (−1,1), (−1,7), (2, −3), (2,0), (2,1), (2,7)}.

Gráfico de uma função


Dada uma função 𝑓 de 𝐴 em 𝐵, dá-se o nome de gráfico de 𝒇 ao conjunto:
𝑮𝒇 = {(𝒂, 𝒇(𝒂)): 𝒂 ∈ 𝑨}
• O gráfico de qualquer função de 𝐴 em 𝐵 é um subconjunto de 𝐴 × 𝐵, ou seja, 𝐺𝑓 ⊂ 𝐴 × 𝐵

Página 2
Exemplo 4:
O gráfico da função 𝑓, ao lado representada, é:

𝐺𝑓 = {(−2,3), (−1,0), (1,2), (2, −1), (3,4) }

Restrição de uma função


Dados os conjuntos 𝐴 em 𝐵, uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵 e um conjunto 𝐶, a restrição de 𝒇 a 𝑪 é a função:
𝑓|𝐶 : 𝐶 ∩ 𝐴 → 𝐵 , tal que ∀𝑥 ∈ 𝐶 ∩ 𝐴, 𝑓|𝐶 (𝑥) = 𝑓(𝑥)

Exemplo 5:
Considere a função:
𝑓: {−3, −2, −1,0,1} → ℤ
𝑥 → 𝑥2 − 1
5.1. Indique o domínio de 𝑓;
5.2. Determine o contradomínio de 𝑓;
5.3. Determine o gráfico da restrição de 𝑓a 𝐶, sendo 𝐶 = {−2, −1,1}

Resolução:
5.1. 𝐷𝑓 = {−3, −2, −1,0,1}.

5.2. 𝑓(−3) = (−3)2 − 1 = 8; 𝑓(−2) = (−2)2 − 1 = 3; 𝑓(−1) = (−1)2 − 1 = 0;


𝑓(0) = 02 − 1 = −1; 𝑓(1) = 12 − 1 = 0.
Logo, 𝐷′𝑓 = {−1,0,1,3,8}.

5.3. 𝐺𝑓|𝐶 = {(−2,3), (−1,0), (1,0)}.

Página 3
Funções injetivas, sobrejetivas e bijetivas

Dados dois conjuntos 𝐴 e 𝐵, uma função 𝑓 de 𝐴 em 𝐵, diz-se:


• injetiva se ∀𝑥1, 𝑥2 ∈ 𝐴, 𝑥1 ≠ 𝑥2 ⟹ 𝑓(𝑥1 ) ≠ 𝑓(𝑥2 )
(a objetos diferentes correspondem imagens diferentes);
• sobrejetiva se ∀𝑦 ∈ 𝐵, ∃𝑥 ∈ 𝐴: 𝑓(𝑥) = 𝑦
(o contradomínio coincide com o conjunto de chegada);
• bijetiva se é injetiva e sobrejetiva.

Exemplo 6:
Considere as funções ℎ, 𝑗 e 𝑔 :

• A função ℎ é injetiva pois quaisquer dois objetos diferentes do domínio de ℎ têm imagens diferentes.
No entanto, a função não é sobrejetiva pois o contradomínio da função, 𝐷′ℎ = {0, 4,6,9}, não coincide
com o conjunto 𝐶. Portanto, a função também não é bijetiva.

• A função 𝑗 não é injetiva, pois os objetos 0 e 1 têm a mesma imagem 2 (0 ≠ 1 mas 𝑗(0) = 𝑗(1) = 2).
No entanto, a função é sobrejetiva pois o contradomínio da função coincide com o conjunto 𝐵. Deste
modo, a função não é bijetiva.

• A função 𝑔 é injetiva pois quaisquer dois objetos diferentes do domínio de ℎ têm imagens diferentes.
A função é sobrejetiva pois o contradomínio da função coincide com o conjunto 𝐵. Portanto, a função
é bijetiva.

Função real de variável real


Uma função cujo domínio e o conjunto de chegada estão contidos em ℝ, designa-se por função real de
variável real.

Página 4
Domínio de uma função real de variável real

Quando uma função real de variável real é definida por meio de uma expressão analítica, e nada é
indicado em contrário, considera-se que o domínio é o conjunto de todos os valores que podemos atribuir
à variável, de tal forma que a expressão obtida tenha significado, ou seja, designe um número real.

Exemplo 7:

Considere a função f definida por 𝑓(𝑥) = 3𝑥 3 − 4𝑥.

Observando o gráfico da função, ao lado representado, podemos


concluir que o domínio é ℝ.
A partir da expressão analítica da função também podíamos chegar à
mesma conclusão (𝑫𝒇 = ℝ), pois se atribuirmos qualquer valor real a
x obtemos sempre um número real (todos os objetos vão ter uma
imagem associada, logo pertencem ao domínio).

Exemplo 8:
3
Considere a função g definida por 𝑔(𝑥) = 𝑥

Observando o gráfico da função, ao lado representado, podemos que


o zero não tem nenhum valor associado e portanto não pertence ao
domínio, ou seja, 𝐷𝑔 = ℝ\{0}.
Se pretendêssemos determinar o domínio da função a partir da sua
3
expressão analítica, 𝑔(𝑥) = 𝑥 , podemos observar o seguinte:
6
Se substituirmos o x por zero tem-se 𝑔(0) = 0 , o que não faz sentido

e portanto, 𝑔(0) não existe e logo 0 não pertence ao domínio porque não tem imagem associada, pois o
3
denominador da expressão 𝑥 não pode ser zero.

Portanto, analiticamente o domínio de 𝑔 determina-se da seguinte forma:

𝑫𝒈 = {𝒙 ∈ ℝ: 𝒙 ≠ 𝟎} = ℝ\{𝟎}

Página 5
Exemplo 9:

2𝑥
Considere a função h definida por ℎ(𝑥) = 𝑥−4 , cujo gráfico

encontra-se ao lado representado.


9.1. Indique o domínio de h, recorrendo ao gráfico.

9.2. Determine o domínio de h pela sua expressão analítica.

Resolução:

9.1. 𝐷ℎ = ℝ\{4}.

2𝑥
9.2. O denominador da expressão não pode ser zero,
𝑥−4

portanto, ao dominío da função h vão pertencer todos os


números reais exceto o 4, ou seja:

𝑫𝒉 = {𝒙 ∈ ℝ: 𝒙 − 𝟒 ≠ 𝟎} = ℝ\{𝟒}

C.A.:

𝑥−4=0⟺𝑥 =4

Exemplo 10:
Determine o domínio das funções reais de variável real definidas por:
7𝑥
10.1. 𝑓(𝑥) = 3𝑥−6;

𝑥
10.2. 𝑔(𝑥) = 𝑥 2 −7𝑥+6;

−4𝑥 2
10.3. ℎ(𝑥) = (𝑥−4)(𝑥2 −5𝑥) − 6𝑥;

10.4. 𝑖(𝑥) = √6𝑥 − 9;

3
10.5. 𝑗(𝑥) = √𝑥 3 − 5𝑥 ;

√8𝑥+2
10.6. 𝑙(𝑥) = 7𝑥−4

Resolução:

10.1. 𝐷𝑓 = {𝑥 ∈ ℝ: 3𝑥 − 6 ≠ 0} = ℝ\{2}

C.A.:

6
3𝑥 − 6 = 0 ⟺ 3𝑥 = 6 ⟺ 𝑥 = ⟺𝑥=2
3

Página 6
10.2. 𝐷𝑔 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 2 − 7𝑥 + 6 ≠ 0} = ℝ\{1,6}

C.A.:

7 ± √(−7)2 − 4 × 1 × 6
𝑥 2 − 7𝑥 + 6 = 0 ⟺ 𝑥 = ⟺𝑥 =6 ∨𝑥 =1
2×1

10.3. 𝐷ℎ = {𝑥 ∈ ℝ: (𝑥 − 4)(𝑥 2 − 5𝑥) = 0} = ℝ\{0, 4,5}

C.A.:

(𝑥 − 4)(𝑥 2 − 5𝑥) = 0 ⟺ 𝑥 − 4 = 0 ∨ 𝑥 2 − 5𝑥 = 0 ⟺ 𝑥 = 4 ∨ 𝑥(𝑥 − 5) = 0

⟺ 𝑥 =4∨𝑥 = 0∨𝑥−5=0 ⟺𝑥 = 4∨𝑥 =0∨𝑥 =5

10.4. Como a função i é definida por √6𝑥 − 9, 6𝑥 − 9 não pode negativo, ou seja, tem de ser positivo
ou nulo (6𝑥 − 9 ≥ 0), porque o índice da raiz é par (2).
Portanto:
3
𝐷𝑖 = {𝑥 ∈ ℝ: 6𝑥 − 9 ≥ 0} = [2 , +∞[

C.A.:

9 3
6𝑥 − 9 ≥ 0 ⟺ 6𝑥 ≥ 9 ⟺ 𝑥 ≥ ⟺𝑥≥
6 2
10.5. 𝐷𝑗 = ℝ , como o índice da raiz é um número ímpar (3), a variável x pode assumir qualquer valor
real.

10.6.
1 4
𝐷𝑙 = {𝑥 ∈ ℝ: 8𝑥 + 2 ≥ 0 ∧ 7𝑥 − 4 ≠ 0} = [− 4 , +∞[ \ {7}

C.A.:

2 1
8𝑥 + 2 ≥ 0 ⟺ 8𝑥 ≥ −2 ⟺ 𝑥 ≥ − ⟺ 𝑥 ≥ −
8 4

4
7𝑥 − 4 = 0 ⟺ 𝑥 =
7

Página 7
Gráfico de uma função real de variável real
• O gráfico cartesiano de uma função real de variável real 𝑓, é o conjunto dos pontos de um
plano munido de um referencial cartesiano cujas coordenadas são exatamente os pares
(𝑥, 𝑓(𝑥)), com 𝑥 ∈ 𝐷𝑓 .
• Fixado um referencial 𝑜. 𝑛. no plano, um conjunto de pontos é gráfico de uma função real de
variável real se, e só se, cada reta vertical do plano intersetar esse conjunto, no máximo,
uma vez.

Exemplo 11:

Não é gráfico de uma função É gráfico de uma função

Zeros de uma função


Chama-se zero de uma função 𝑓 a todo o objeto cuja imagem é zero, ou seja,𝑐 é zero de 𝑓 ⇔ 𝑓(𝑐) = 0

Exemplo 12:
Considere o gráfico de uma função 𝑓, ao lado representado.
Indique:
12.1. o domínio de 𝑓;
12.2. o contradomínio de 𝑓;
12.3. os zeros de 𝑓.

Resolução:
12.1. 𝐷𝑓 = ℝ;
12.2. 𝐷′𝑓 = [−4, +∞[;
12.3. 𝑓(𝑥) = 0 ⟺ 𝑥 = −2 ∨ 𝑥 = 1 ∨ 𝑥 = 3 ∨ 𝑥 = 4
𝑥 ∈ {−2,1,3,4}

Página 8
Sinal de uma função
Seja 𝑓 uma função real de variável real e 𝐴 ⊂ 𝐷𝑓 .
Diz-se que:
• 𝑓 é positiva em 𝐴 se e só se ∀𝑥 ∈ 𝐴, 𝑔(𝑥) > 0 ;
• 𝑓 é negativa em 𝐴 se e só se ∀𝑥 ∈ 𝐴, 𝑔(𝑥) < 0 ;

Exemplo 13:
Na figura está representado, em referencial o.n. y
4
xOy, o gráfico de uma função f . 3
13.1. Faça o estudo do sinal da função f, e 2
apresente as suas conclusões na forma de 1
intervalo de números reais. -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 x
-1
-2
13.2. Construa uma tabela de zeros e sinal da
-3
função 𝑓.

Resolução:
13.1. A função é positiva para 𝑥 ∈ ]−∞, −7[ ∪ ]−3,2[ ∪ [3,4[ e é negativa para 𝑥 ∈ ]−7, −3[ ∪ ]4,7].

13.2.

𝑥 −∞ −7 −3 2 3 4 7

𝑓(𝑥) + 0 − 0 + 𝑛. 𝑑. 𝑛. 𝑑. 1 + 0 − −3

Monotonia de uma função


Seja 𝑓 uma função real e 𝐴 ⊂ 𝐷𝑓 . Diz-se que:
• 𝑓 é estritamente crescente em 𝑨, se:
∀𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐴, 𝑥1 < 𝑥2 ⇒ 𝑓(𝑥1 ) < 𝑓(𝑥2 )
(𝑓 é crescente em sentido lato se ∀𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐴, 𝑥1 < 𝑥2 ⇒ 𝑓(𝑥1 ) ≤ 𝑓(𝑥2 )).
• 𝑓 é estritamente decrescente em 𝐴, se:
∀𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐴, 𝑥1 < 𝑥2 ⇒ 𝑓(𝑥1 ) > 𝑓(𝑥2 )
(𝑓 é decrescente em sentido lato se ∀𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐴, 𝑥1 < 𝑥2 ⇒ 𝑓(𝑥1 ) ≥ 𝑓(𝑥2 )).
• 𝑓 é constante em 𝐴, se:
∀𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐴, 𝑓(𝑥1 ) = 𝑓(𝑥2 )

Página 9
Exemplo 14:
Na figura está representado, em referencial o.n. xOy, o gráfico
de uma função f .
14.1. Estude a função f quanto à monotonia e apresente as suas
conclusões na forma de intervalo de números reais.

14.2. Construa um quadro de variação da função 𝑓.

Resolução:
14.1. A função é crescente em ]−∞, −1] e em [0,1], decrescente em [−1,0] e é constante em [1,5[.
14.2.

𝑥 −∞ −1 0 1 5

𝑓 ↗ 0 ↘ −2 ↗ 3 ⟶ 𝑛. 𝑑.

Funções limitadas
Dada uma função real de variável real 𝑓 de domínio 𝐷𝑓 , diz-se que:
• um número real 𝑀 é um majorante de 𝒇 quando ∀𝑥 ∈ 𝐷𝑓 , 𝑓(𝑥) ≤ 𝑀; diz-se que 𝑓 é majorada
quando existir um majorante de 𝑓;
• um número real 𝑚 é um minorante de 𝒇 quando ∀𝑥 ∈ 𝐷𝑓 , 𝑓(𝑥) ≤ 𝑚 ; diz-se que 𝑓 é minorada
quando existir um minorante de 𝑓;
• a função é limitada se for simultaneamente minorada e majorada.

Exemplo 15:
Considere o gráfico, ao lado representado, de uma função 𝑓.
A função é limitada pois 𝐷′𝑓 = [−1,4], ou seja,
∀𝑥 ∈ 𝐷𝑓 , −1 ≤ 𝑓(𝑥) ≤ 4.
Portanto, o conjunto de minorantes é ]−∞, −1] e o conjunto dos
majorantes é [4, +∞[.

Página 10
Vizinhança de um ponto
Chama-se vizinhança de um ponto a de raio   0 , a um intervalo do tipo  a −  , a +   .

Exemplo 16:
A vizinhança de raio 1 do ponto 2, é o intervalo  2 − 1, 2 + 1  =  1,3  .

Usando a representação na reta real, temos então:

0 1 2 3

3 5
Os pontos e pertencem a esta vizinhança de 2, no entanto, o ponto 4 já não pertence.
2 2

Extremos absolutos de uma função


Dada uma função real de variável real 𝑓de domínio 𝐷𝑓 e 𝑓(𝑎) pertencente a 𝐷′𝑓 , 𝑓(𝑎) é:

• mínimo absoluto de 𝑓 se ∀𝑥 ∈ 𝐷𝑓 , 𝑓(𝑎) ≤ 𝑓(𝑥);


• máximo absoluto de 𝑓 se ∀𝑥 ∈ 𝐷𝑓 , 𝑓(𝑎) ≥ 𝑓(𝑥).

Exemplo 17:
Abaixo estão representados os gráficos de duas funções 𝑓 e 𝑔 respetivamente.

4 é máximo absoluto da função 𝑓 −4 é mínimo absoluto da função 𝑔


2 é o respetivo maximizante −2 é o respetivo minimizante

Página 11
Extremos relativos de uma função
Dada uma função real de variável real 𝑓, diz-se que:

• 𝑓 atinge um máximo relativo em 𝑎 ∈ 𝐷𝑓 quando existe uma vizinhança 𝑟 de 𝑎 tal que


∀𝑥 ∈ 𝑉𝑟 (𝑎) ∩ 𝐷𝑓 , 𝑓(𝑎) ≥ 𝑓(𝑥); 𝑓(𝑎) chama-se máximo relativo de 𝑓 e 𝑎 chama-se
maximizante de 𝑓.

• 𝑓 atinge um mínimo relativo em 𝑎 ∈ 𝐷𝑓 quando existe uma vizinhança 𝑟 de 𝑎 tal que


∀𝑥 ∈ 𝑉𝑟 (𝑎) ∩ 𝐷𝑓 , 𝑓(𝑎) ≤ 𝑓(𝑥); 𝑓(𝑎) chama-se mínimo relativo de 𝑓 e 𝑎 chama-se
minimizante de 𝑓.

Exemplo 18:
Considere os gráficos, abaixo representados, das funções 𝑓, 𝑔, ℎ e 𝑖.

Pode observar-se que:


• 𝑓(𝑎) é máximo relativo de 𝑓 e 𝑎 o respetivo maximizante;
• 𝑔 não admite extremos relativos;
• ℎ(𝑎) é mínimo relativo de ℎ e 𝑎 o respetivo minimizante;
• 𝑖 não admite extremos relativos.

Página 12
Paridade de uma função
Seja 𝑓 uma função real de variável real.

• A função 𝑓 diz-se par se ∀𝑥 ∈ 𝐷𝑓 , −𝑥 ∈ 𝐷𝑓 e 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥).


O gráfico de uma função par é simétrico em relação ao eixo 𝑂𝑦.

• A função 𝑓 diz-se ímpar se ∀𝑥 ∈ 𝐷𝑓 , −𝑥 ∈ 𝐷𝑓 e 𝑓(−𝑥) = −𝑓(𝑥).


O gráfico de uma função ímpar é simétrico em relação à origem do referencial.

Exemplo 19:
Estude as seguintes funções quanto à paridade:
19.1. 𝑓(𝑥) = 𝑥 6 − 3𝑥 2 ;
19.2. 𝑔(𝑥) = −4𝑥 5 + 7𝑥 9 ;
19.3. ℎ(𝑥) = 2𝑥 8 − 11𝑥;
Resolução:
19.1.
𝑓(−𝑥) = (−𝑥)6 − 3(−𝑥)2 = 𝑥 6 − 3𝑥 2
Como 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥), 𝑓 é uma função par.
19.2.
𝑔(−𝑥) = −4(−𝑥)5 + 7(−𝑥)9 = 4𝑥 5 − 7𝑥 9
−𝑔(𝑥) = −(−4𝑥 5 + 7𝑥 9 ) = 4𝑥 5 − 7𝑥 9
Como 𝑔(−𝑥) = −𝑔(𝑥), 𝑔 é uma função ímpar.
19.3.
ℎ(−𝑥) = 2(−𝑥)8 − 11(−𝑥) = 2𝑥 8 + 11𝑥
−ℎ(𝑥) = −(2𝑥 8 − 11𝑥) = −2𝑥 8 + 11𝑥
Como ℎ(−𝑥) ≠ ℎ(𝑥) e ℎ(−𝑥) ≠ −ℎ(𝑥), ℎ é não é uma função par nem ímpar.

Página 13
Transformação de funções
Transformações do tipo y = f(x) + a
O gráfico da função definida por y = f(x) + a, resulta da translação do gráfico da função f segundo
o vetor de coordenadas (0, a).

A constante a, que é adicionada à expressão analítica de f, influencia esses deslocamentos da seguinte


forma:
▪ se a > 0, o gráfico surge deslocado para cima a unidades
▪ se a < 0, o gráfico surge deslocado para baixo |a| unidades

Exemplo 20:

Consideremos a função cuja representação gráfica se apresenta ao lado:

Atribuindo valores à constante a, em f(x)+a, por exemplo, 5,


2, -3 e -10, obtêm-se as funções definidas por:

g(x) = f(x)+5
h(x) = f(x)+2
i(x) = f(x)-3
j(x) = f(x)-10

Verifica-se que os gráficos de g, h, i, e j se podem obter do gráfico de f através de deslocamentos


verticais.

Transformações do tipo y = f(x + a)

O gráfico da função definida por y = f(x + a), resulta da translação do gráfico da função f segundo
o vetor de coordenadas (- a, 0).

A constante a, que é adicionada à variável independente, influencia esses deslocamentos da seguinte


forma:
▪ se a > 0, o gráfico surge deslocado para a esquerda a unidades
▪ se a < 0, o gráfico surge deslocado para a direita |a| unidades

Página 14
Exemplo 21:

Atribuindo valores à constante a, em f(x+a), por


exemplo, 3, 2, -1 e -3, obtêm-se as funções
definidas por:
g(x) = f(x+3)
h(x) = f(x+2)
i(x) = f(x-1)
j(x) = f(x-3)

Observa-se que os gráficos de g, h, i, e j se podem obter do gráfico de f através de deslocamentos


horizontais.

Transformações do tipo y = a f(x)

O gráfico da função definida por y = a f(x) é:


▪ uma dilação vertical do gráfico de f, se a > 1;
▪ uma contração na vertical do gráfico de f, se 0 < a < 1
▪ uma contração vertical do simétrico do gráfico de f relativamente ao eixo Ox,
se -1 < a < 0;
▪ uma dilatação vertical do simétrico do gráfico de f relativamente ao eixo Ox,
se a < -1.
Em qualquer dos casos, o fator de dilatação ou contração é |a|.
NOTA:
Se a = 1, os gráficos de f e da transformada são geometricamente iguais.
Se a = 0, a função transformada é constantemente nula.

Exemplo 22:
Atribuindo valores à constante a, em y = af(x), por exemplo, -3, -1/2, 1/3 e 2, obtêm-se as funções
definidas por:

g(x) = 2 f(x)
h(x) = (1/3) f(x)
i(x) = (-1/2) f(x)
j(x) = -3 f(x)

Página 15
O gráfico da função definida por y = - f(x) é simétrico de f relativamente ao eixo Ox.

𝑔(𝑥) = −𝑓(𝑥)

Transformações do tipo y = f(ax))

O gráfico da função definida por y = f(ax) é:


▪ uma contração horizontal do gráfico de f, se a > 1;
▪ uma dilatação horizontal do gráfico de f, se 0 < a < 1;
▪ uma dilatação horizontal do simétrico do gráfico de f relativamente ao eixo Oy,
se -1 < a < 0;
▪ uma contração horizontal do simétrico do gráfico de f relativamente ao eixo Oy,
se a < -1.
Em qualquer dos casos, o fator de dilatação ou contração é 1/|a|.

Exemplo 23:
Transformações do tipo y = f(ax)

Para este tipo de transformação vamos dividir


o estudo em dois casos: primeiro para a > 0, e
de seguida para a < 0.
Atribuindo valores à constante a, em y = f(ax),
por exemplo, 2, 3, 1/2 e 1/3, obtêm-se as
funções definidas por:

g(x) = f(2x)
h(x) = f(3x)
i(x) = f((1/2)x)
j(x) = f((1/3)x)
Atribuindo valores à constante a, em y =f(ax),
por exemplo, -1, -2 e -1/2 , obtêm-se as
funções definidas por:

g(x) = f(-x)
h(x) = f(-2x)
i(x) = f((-1/2)x)

Página 16
O gráfico da função definida por y = f(-x) é simétrico de f relativamente ao eixo Oy.

𝑔(𝑥) = 𝑓(−𝑥)

Transformações do tipo y = | f(x) |

O gráfico da função definida por y = | f(x) | é geometricamente igual ao de f nos pontos de ordenada
positiva e simétrico a este relativamente ao eixo Ox nos pontos de ordenada negativa.

g(x) = | f(x)|

Transformações do tipo y = f(|x|)

O gráfico da função definida por y = f(|x|) é geometricamente igual ao de f nos pontos de abcissa
positiva e simétrico a este relativamente ao eixo Oy nos pontos de abcissa negativa.

g(x) = f(|x|)

Página 17
Exemplo 24:
De uma função 𝑓 sabe-se que:
• 𝐷𝑓 = [−2,4]
• 𝐷′𝑓 = [−1,3]
• −2, 0 e 3 são zeros de 𝑓.
Indique o domínio, o contradomínio e os zeros, caso existam de cada uma das funções.
24.1. 𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥 − 1);
24.2. ℎ(𝑥) = 2𝑓(𝑥);
24.3. 𝑖(𝑥) = 𝑓(2𝑥);
24.4. 𝑗(𝑥) = 𝑓(𝑥) + 2;

24.1. 𝐷𝑔 = [−2 + 1,4 + 1] = [−1,5]; 𝐷′𝑔 = 𝐷′𝑓 = [−1,3]


Zeros: −2 + 1 = −1; 0 + 1 = 1 e 3 + 1 = 4.

24.2. 𝐷ℎ = 𝐷𝑓 = [−2,4]; 𝐷′ ℎ = [−1 × 2, 3 × 2] = [−2, 6]


Zeros: −2, 0 e 3.

1 1
24.3. 𝐷𝑖 = [−2 × 2 , 4 × 2] = [−1, 2]; 𝐷′ ℎ = 𝐷′𝑓 = [−1, 3]
1 1 1 3
Zeros: −2 × 2 = −1; 0 × 2 = 0 e 3 × 2 = 2.

24.4. 𝐷𝑗 = 𝐷𝑓 = [−2,4]; 𝐷′𝑗 = [−1 + 2, 3 + 2] = [1, 5]


Zeros: não tem zeros.

Exercícios do Manual - volume 2 (que podem fazer):

Páginas: 13, 15, 20, 21, 30 (ex: 17), 31 , (ex: 27 e 28), 36, 38, 40,42, 43, 46,47,48, 50, 52, 53, 54
(ex: 1, 4, 5), 55 (ex: 1, 2 e 4), 58 , 59 (ex: 72,73,74,75,76, 77, 7, 79), 63, 64, 65, 69, 71, 72, 78, 79,
82 (ex: 99, 101, 102, 103, 105,106,), 83, 84 (ex: 121), 132 (ex: 219,220,222), 133 (ex: 225, 226, 227,
228, 229) , 134 (ex: 233), 135, 136 (ex: 239, 240, 241, 242, 243).

Exercícios do Caderno de Exercícios (que podem fazer): Página 18

Páginas: 87,88, 89, 90, 93,94, 95, 96, 97, 98, 99, 102,103, 104, 105, 106,107,107, 108.

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