A Psicologia Na Saude Da Familia
A Psicologia Na Saude Da Familia
A Psicologia Na Saude Da Familia
RESUMO
A família tem um papel de extrema importancia na vida de um individuo,
através dela se tem as primeiras interações sociais, primeiras referencias de afeto e
acolhimento. Quando há ausencia desse suporte, as famílias podem se tornar
disfuncionais trazendo prejuízos psicológicos para a vida de seus membros. Em
resumo, esse trabalho irá apresentar a atuação do psicólogo no contexto familiar e
seus desafios.
Palavras-Chave: psicologia; famiíla; saúde.
INTRODUÇÃO:
O conceito de família passou por muitas mudanças longo do tempo, mas nunca
deixou de ter a mesma importância na vida do indivíduo. É nesse ambiente que se
tem as primeiras interações sociais, o primeiro referencial de amor e pertencimento.
O sistema familiar continua da mesma forma, a hierarquia e o papel de cada um
ainda continuam os mesmos.
‘’A família tem passado por inúmeras transformações nas últimas décadas, sendo,
portanto, passível de vários tipos de arranjos na atualidade. Entretanto, as funções básicas
desempenhadas pela instituição familiar no decorrer do processo de desenvolvimento
psicológico de seus membros permanecem as mesmas. (Família e adolescência: a influência
do contexto familiar no desenvolvimento psicológico de seus membros, Elisângela Maria
Machado PrattaI; Manoel Antonio dos Santos)
Para Lisboa (2007), a relação entre pais e filhos foi passando por mudanças
também, atualmente são relações que se espera confiança, amor e carinho. O
conceito de pais autoritários e distantes está ficando pra trás.
‘’No que diz respeito às relações entre pais e filhos, esse padrão também se
modificou, não sendo mais baseado na imposição da autoridade e sim na valorização de um
relacionamento aberto, pautado na possibilidade de diálogo (Lisboa, 1987),’’
Para o autor, a família é responsável por boa parte do desenvolvimento do ser humano.
O modo como esse grupo é organizado, pode influenciar nas ações do indivíduo.
‘’O grupo familiar tem um papel fundamental na constituição dos indivíduos, sendo
importante na determinação e na organização da personalidade, além de influenciar
significativamente no comportamento individual através das ações e medidas educativas
tomadas no âmbito familiar (Drummond & Drummond Filho, 1998).’’
É no ambiente familiar que se tem as primeiras experiencias afetivas, é nesse lugar que
se apreende a se relacionar. Esses relacionamentos são importantes para o desenvolvimento
afetivo do ser.
‘’Segundo Romanelli (1997) a família corresponde a um lugar privilegiado de afeto, no
qual estão inseridos relacionamentos íntimos, expressão de emoções e de sentimentos.
Portanto, pode-se dizer que é no interior da família que o indivíduo mantém seus primeiros
relacionamentos interpessoais com pessoas significativas, estabelecendo trocas emocionais
que funcionam como um suporte afetivo importante quando os indivíduos atingem a idade
adulta. Estas trocas emocionais estabelecidas ao longo da vida são essenciais para o
desenvolvimento dos indivíduos e para a aquisição de condições físicas e mentais centrais
para cada etapa do desenvolvimento psicológico‘’
Para os autores, o grupo familiar é capaz de proporcionar acolhimento
psicológico.
‘’Baptista e Oliveira (2004) entendem suporte familiar como manifestação de atenção,
carinho, diálogo, liberdade, proximidade afetiva, autonomia e independência existente entre
os integrantes da família (características psicológicas)’’
Segundo os autores, o afeto nos primeiros anos de vida é essencial para o
desenvolvimento do indivíduo, seja no contexto social, acadêmico e vários outros. A
criança que cresce em um lar instável, pode ser mais propensa a desenvolver
doenças psicológicas.
‘’Quanto maior afeto o indivíduo receber no início da vida, maior será sua
disponibilidade de enfrentar e superar os eventos estressantes de vida. O afeto é construído
na memória da criança e pode protegê-la dos estressores internos e externos. O afeto
inseguro é uma vulnerabilidade central para a criança que cresce e pode levar também a
problemas sociais. Além da resiliência, o afeto inicial na vida fornece uma base para o
domínio das tarefas de desenvolvimento e a competência nas relações entre os amigos,
trabalho acadêmico e auto-controle (Weinman, Buzi, Smith & Mumford, 2003).’’
Da mesma maneira que a família pode proporcionar acolhimento, ela pode
contribuir para o adoecimento também. A criança em situação de negligencia por
parte de seus cuidadores pode adoecer psicologicamente.
‘’De maneira igual, extrema frieza, abertura à hostilidade, ou rejeição por
cuidados frequentemente contribuem para o estresse emocional da criança. Em
contraste, altos níveis de cuidado são associados com crianças que tem elevada
auto-estima, condescendente com demandas de cuidado, internalização de padrões
morais, competência cognitiva e ajustamento social (Basic Behavioral Science Task
Force of the National Advisory Mental Health Council, 1996).’’
Os desequilíbrios no ambiente familiar contribuem para o adoecimento de seus
membros e patologias podem ser desencadeadas através disso. O lar é uma das
áreas mais importantes para o ser humano e é impossível estar saudável se não
estiver em harmonia. Muitas vezes, uma pessoa doente psicologicamente é um
reflexo de uma disfunção no ambiente familiar, que nesses casos pode ser cercado
de abandono, dependência, agressividade e entre outros.
‘’Num grupo familiar disfuncional os modos de interação entre seus membros vão-se
cristalizando, quer na forma de distanciamento, ou de excessiva interferência na vida uns dos
outros, formando alianças entre alguns membros, deixando outros periféricos, ou
transformando outros em bodes expiatórios (geralmente a criança). Sintomas como baixo
rendimento na escola, agressividade, depressão são vistos como próprios da pessoa
sintomática, e esta é vista como um caso isolado. Nesse pano-de-fundo as famílias enfermas
fracassam progressivamente no cumprimento de suas funções familiares essenciais,
(Carneiro, T., 1983).’’
Quando um dos membros de um grupo familiar adoece, pode ser reflexo de
um lar disfuncional e é necessária uma intervenção juntamente com a família, para
que possa ser encontrada a raiz do problema.
‘’Assim, o sintoma de um dos membros da família vem acompanhado de
disfunções em outras áreas de relações e envolvem outros membros da família.
Tendo isto em mente, na situação terapêutica trabalha-se com a família real,
presente, na busca de desvendar aspectos relacionais que estão emperrando uma
comunicação efetiva e o desenvolvimento saudável de seus membros. Os sintomas
são vistos como tendo tanto uma função individual como social no grupo familiar e
constituem-se numa denúncia de que algo vai mal nesse grupo. (Heloisa
Szymanski Ribeiro Gomes, 1986)’’
REFERÊNCIAS:
https://www.scielo.br/j/ptp/a/hH3DDqjySX3GHXgYG7tJwZD/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/pe/a/3sGdvzqtVmGB3nMgCQDVBgL
https://www.scielo.br/j/pcp/a/TLtphSNDZNvJ39KFbLZzDgd/?lang=pt
Vital MS. A família e sua projeção frente aos direitos humanos internacionais. Artigo
apresentado no curso de Direitos Humanos Internacionais – JEP. Projeto de
Jurisprudência da
Igualdade. Faculdade de Direito. Universidade Federal do Mato Grosso. 2002.