A Psicologia Na Saude Da Familia

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Curso de Psicologia Artigo de revisão

PSICOLOGIA FAMILIAR: ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO CONTEXTO DA


SAÚDE FAMILIAR
FAMILY PSYCHOLOGY: PSYCHOLOGIST'S WORK IN THE CONTEXT OF
FAMILY HEALTH
Alexia Lorraynne Nascimento dos Santos, Teresinha de Jesus Ferreira de Campos, Ana Lima
de Souza, Regina da Silva Magalhães, Carla dos Santos
1 Alunos do curso de Psicologia
2 Professor Jorge Alberto Clauss

RESUMO
A família tem um papel de extrema importancia na vida de um individuo,
através dela se tem as primeiras interações sociais, primeiras referencias de afeto e
acolhimento. Quando há ausencia desse suporte, as famílias podem se tornar
disfuncionais trazendo prejuízos psicológicos para a vida de seus membros. Em
resumo, esse trabalho irá apresentar a atuação do psicólogo no contexto familiar e
seus desafios.
Palavras-Chave: psicologia; famiíla; saúde.

INTRODUÇÃO:

A constituição promulgada em 1988 garante o direito da saúde a todos e se


torna dever do estado proporciona-la. E as definições de saúde mental foram
reformuladas com o passar do tempo, deixando de ser somente a ausência de
doenças mas principalmente o pleno bem estar social, fisico e mental
Os psicólogos estão inseridos em muitas areas de atuação, ou seja, no
hospital, escola, clínica, esporte e dentre outras. A psicologia é importante para o ser
humano, pois a partir dela consegue-se entender varias questões relacionadas aos
nossos comportametos, porque agimos de determinada forma e como se dá alguns
conflitos internos. Quando uma pessoa procura ajuda psiólogica, é porque algo não
está bem e quando uma pessoa entra em sofrimento ou adoecimento a familía
também sofre e pode adoecer.
O ser humano é biopsicossocial (biológico, psicológico e social), quando
alguma dessa area é afetada, precisa procurar ajuda e quando está passando por
esse processo, os familiares sofrem juntos. Por esse motivo é importante
acompanhamento psicológico não somente ao paciente como também para quem
convive na mesma casa, quando combinada as estratégias com o paciente, a
eficácia do tratamento aumenta consideravelmente. Quando acontece da familia não
contribuir, seja com paciente criança, adolescente ou adulto, o tratamento tende a
ser demorado, ou o resultado não vai ser o esperado.
Muitas vezes uma pessoa adoecida é reflexo de um ambiente familiar
desestruturado. A família é responsável em dar suporte e afeto aos seus membros,
e quando isso não ocorre pode desencadear vários problemas psicológicos, mas
para que haja um resultado mais eficaz se faz necessário uma terapia familiar para
entender o problema em sua raiz.
No entanto os psicólogos passam por muitos desafios quando atende esses
familiares, pois muitos não entendem ou tem preconceito com o tratamento, não
tem compromisso e faltam as sessoes, não seguem as orientacões do
psicoterapeuta e entre outras. Esse trabalho tem como objetivo identificar os
desafios e as estratégias que os psicológos enfrentam no contexto familiar e quais
são as consequências psicológicas que o paciente pode desencadear se a familia
não contribuir no tratamento.
REFERENCIAL TEÓRICO / FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O conceito de família passou por muitas mudanças longo do tempo, mas nunca
deixou de ter a mesma importância na vida do indivíduo. É nesse ambiente que se
tem as primeiras interações sociais, o primeiro referencial de amor e pertencimento.
O sistema familiar continua da mesma forma, a hierarquia e o papel de cada um
ainda continuam os mesmos.
‘’A família tem passado por inúmeras transformações nas últimas décadas, sendo,
portanto, passível de vários tipos de arranjos na atualidade. Entretanto, as funções básicas
desempenhadas pela instituição familiar no decorrer do processo de desenvolvimento
psicológico de seus membros permanecem as mesmas. (Família e adolescência: a influência
do contexto familiar no desenvolvimento psicológico de seus membros, Elisângela Maria
Machado PrattaI; Manoel Antonio dos Santos)
Para Lisboa (2007), a relação entre pais e filhos foi passando por mudanças
também, atualmente são relações que se espera confiança, amor e carinho. O
conceito de pais autoritários e distantes está ficando pra trás.
‘’No que diz respeito às relações entre pais e filhos, esse padrão também se
modificou, não sendo mais baseado na imposição da autoridade e sim na valorização de um
relacionamento aberto, pautado na possibilidade de diálogo (Lisboa, 1987),’’
Para o autor, a família é responsável por boa parte do desenvolvimento do ser humano.
O modo como esse grupo é organizado, pode influenciar nas ações do indivíduo.
‘’O grupo familiar tem um papel fundamental na constituição dos indivíduos, sendo
importante na determinação e na organização da personalidade, além de influenciar
significativamente no comportamento individual através das ações e medidas educativas
tomadas no âmbito familiar (Drummond & Drummond Filho, 1998).’’
É no ambiente familiar que se tem as primeiras experiencias afetivas, é nesse lugar que
se apreende a se relacionar. Esses relacionamentos são importantes para o desenvolvimento
afetivo do ser.
‘’Segundo Romanelli (1997) a família corresponde a um lugar privilegiado de afeto, no
qual estão inseridos relacionamentos íntimos, expressão de emoções e de sentimentos.
Portanto, pode-se dizer que é no interior da família que o indivíduo mantém seus primeiros
relacionamentos interpessoais com pessoas significativas, estabelecendo trocas emocionais
que funcionam como um suporte afetivo importante quando os indivíduos atingem a idade
adulta. Estas trocas emocionais estabelecidas ao longo da vida são essenciais para o
desenvolvimento dos indivíduos e para a aquisição de condições físicas e mentais centrais
para cada etapa do desenvolvimento psicológico‘’
Para os autores, o grupo familiar é capaz de proporcionar acolhimento
psicológico.
‘’Baptista e Oliveira (2004) entendem suporte familiar como manifestação de atenção,
carinho, diálogo, liberdade, proximidade afetiva, autonomia e independência existente entre
os integrantes da família (características psicológicas)’’
Segundo os autores, o afeto nos primeiros anos de vida é essencial para o
desenvolvimento do indivíduo, seja no contexto social, acadêmico e vários outros. A
criança que cresce em um lar instável, pode ser mais propensa a desenvolver
doenças psicológicas.
‘’Quanto maior afeto o indivíduo receber no início da vida, maior será sua
disponibilidade de enfrentar e superar os eventos estressantes de vida. O afeto é construído
na memória da criança e pode protegê-la dos estressores internos e externos. O afeto
inseguro é uma vulnerabilidade central para a criança que cresce e pode levar também a
problemas sociais. Além da resiliência, o afeto inicial na vida fornece uma base para o
domínio das tarefas de desenvolvimento e a competência nas relações entre os amigos,
trabalho acadêmico e auto-controle (Weinman, Buzi, Smith & Mumford, 2003).’’
Da mesma maneira que a família pode proporcionar acolhimento, ela pode
contribuir para o adoecimento também. A criança em situação de negligencia por
parte de seus cuidadores pode adoecer psicologicamente.
‘’De maneira igual, extrema frieza, abertura à hostilidade, ou rejeição por
cuidados frequentemente contribuem para o estresse emocional da criança. Em
contraste, altos níveis de cuidado são associados com crianças que tem elevada
auto-estima, condescendente com demandas de cuidado, internalização de padrões
morais, competência cognitiva e ajustamento social (Basic Behavioral Science Task
Force of the National Advisory Mental Health Council, 1996).’’
Os desequilíbrios no ambiente familiar contribuem para o adoecimento de seus
membros e patologias podem ser desencadeadas através disso. O lar é uma das
áreas mais importantes para o ser humano e é impossível estar saudável se não
estiver em harmonia. Muitas vezes, uma pessoa doente psicologicamente é um
reflexo de uma disfunção no ambiente familiar, que nesses casos pode ser cercado
de abandono, dependência, agressividade e entre outros.
‘’Num grupo familiar disfuncional os modos de interação entre seus membros vão-se
cristalizando, quer na forma de distanciamento, ou de excessiva interferência na vida uns dos
outros, formando alianças entre alguns membros, deixando outros periféricos, ou
transformando outros em bodes expiatórios (geralmente a criança). Sintomas como baixo
rendimento na escola, agressividade, depressão são vistos como próprios da pessoa
sintomática, e esta é vista como um caso isolado. Nesse pano-de-fundo as famílias enfermas
fracassam progressivamente no cumprimento de suas funções familiares essenciais,
(Carneiro, T., 1983).’’
Quando um dos membros de um grupo familiar adoece, pode ser reflexo de
um lar disfuncional e é necessária uma intervenção juntamente com a família, para
que possa ser encontrada a raiz do problema.
‘’Assim, o sintoma de um dos membros da família vem acompanhado de
disfunções em outras áreas de relações e envolvem outros membros da família.
Tendo isto em mente, na situação terapêutica trabalha-se com a família real,
presente, na busca de desvendar aspectos relacionais que estão emperrando uma
comunicação efetiva e o desenvolvimento saudável de seus membros. Os sintomas
são vistos como tendo tanto uma função individual como social no grupo familiar e
constituem-se numa denúncia de que algo vai mal nesse grupo. (Heloisa
Szymanski Ribeiro Gomes, 1986)’’

Há evidências científicas que as famílias determinam a saúde dos seus


membros por meio de vários processos (por exemplo, os conflitos, suporte). Há também
evidências de que a saúde dos membros da família constroem tipos de funcionamento
familiar
(por exemplo, via “enfrentamento dos problemas”) e bem-estar dos seus membros (por
exemplo, em situação de cuidado com o outro). Podemos, portanto, dizer que o binômio
família-saúde é uma via de “mão dupla”. De uma forma geral, as relações familiares entre
dois
membros da família (chamadas de diádicas) como por exemplo, pai-filho, mãe-filho ou a
própria composição da família são responsáveis ou pela manutenção da saúde da
criança/adolescente ou pelo adoecimento da criança/adolescente saudável. Isso acontece
porque essas relações são fruto da hierarquia (etária) presente entre seus indivíduos, deste
modo, como já vimos, os adultos são “referências” emocionais e culturais para as
crianças/adolescentes e estes últimos se socializam reproduzindo o padrão de
comportamento de seu núcleo social inicial.

1 - O papel da família na promoção da saúde mental Secretaria Nacional da Família (SNF)


Afamília é a base da sociedade, sendo um núcleo fundamental de toda organização social,
dessa forma alvo importante de especial proteção do estado, conforme redação constante
no art. 226 da Constituição Federal de 1988: “Art. 226: A família, base da sociedade, tem
especial proteção do Estado”. A dinâmica da reorganização social tem sustento na família,
tendo em vista esta possuir formas específicas de relações que tendem a durar no tempo,
além do fato dela atender às mudanças que cada sociedade estabelece como prioritárias na
ordem social. O
título de uma publicação do UNICEF deixa clara a importância da família — Família
brasileira: Abase de tudo. Como explicam seus editores, “não resta dúvida de que a situação
de bem-estar das crianças e dos adolescentes encontra-se diretamente relacionada à
possibilidade de manterem um vínculo familiar estável”. Por esse motivo, continuam,
percebem “a convivência familiar como um aspecto essencial de seu desenvolvimento e
como um direito inalienável”(KALOUSTIAN, 1994). A família é um lugar de acolhimento e de
proteção, local onde as pessoas aprendem a ser bons cidadãos desde a infância e são
cuidados ao longo de toda a vida. Em seu
seio pode ter lugar tanto o melhor como o pior dos sentimentos humanos (NUÑEZ, 2008). O
fato é que seja qual for a estrutura da família, consideradas as características do
desenvolvimento humano, é em seu eixo que esse desenvolvimento básico poderá ser
promovido, e mesmo otimizado. portanto, o papel da família na promoção da saúde mental,
o cuidado de seus membros, em todos os sentidos, é um imperativo natural e categorial
para todas as famílias, e isso ocorre na maioria delas. Todavia, cada vez mais nos
deparamos comcrianças com disfunções que sugerem terem passado por graves
deficiências em seu desenvolvimento, supostamente em etapas nas quais a família deveria
ter sido sua principal promotora. Isso não significa, nem absoluta nem necessariamente,
culpabilizála por isso, mas uma oportunidade para detectar o mais precocemente possível
essas disfunções (visando o adequado encaminhamento para sua superação) ao mesmo
tempo que para identificar as fontes dessas disfunções ou os fatores que para elas
contribuem.

A abordagem de terapia familiar contribui para a compreensão do grupo, e


trazendo benefícios para o individuo e para o contexto familiar também. Transição
de fases, problemas interacionais e até mesmo questões de uso de drogas por parte
de algum integrante são alvo de intervenções através da terapia familiar e que
poderia não ter um resultado satisfatório em uma psicoterapia individual.
‘’Para Nichols e Schwartz (2006/2007), a abordagem individual e a familiar
oferecem condições de compreensão e ajuda para a resolução de conflitos e alívio do
sofrimento humano. A mudança individual favorece a mudança familiar e vice-versa.
No entanto, a TF presta-se melhor ao enfrentamento terapêutico de determinados
problemas interacionais (queixas entre membros da família ou entre o casal) ou
problemas ligados a momentos de transição da vida familiar (como adolescência e
uso de drogas). A TF traz para análise o campo de interseção dos indivíduos em
família, e desta com o ambiente sociocomunitário que a circunda, enfocando
sistemas, subsistemas e sistemas mais amplos em conexão.’’
CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS:

https://www.scielo.br/j/ptp/a/hH3DDqjySX3GHXgYG7tJwZD/?lang=pt

https://www.scielo.br/j/pe/a/3sGdvzqtVmGB3nMgCQDVBgL

https://www.scielo.br/j/pcp/a/TLtphSNDZNvJ39KFbLZzDgd/?lang=pt

Vital MS. A família e sua projeção frente aos direitos humanos internacionais. Artigo
apresentado no curso de Direitos Humanos Internacionais – JEP. Projeto de
Jurisprudência da
Igualdade. Faculdade de Direito. Universidade Federal do Mato Grosso. 2002.

REFERÊNCIAS KALOUSTIAN, S. M. Família brasileira, a base de tudo. 5ª. Ed. Brasília


Unicef, Cortez, 2002.

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