Epidemiologia e Estatística

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO…………………………………………………………………2
DESENVOLVIMENTO…………………………………………………………3,4
Fluxo……………………………………………………………………..………5
Instrumentos e procedimentos……………………………………………..6
Normas…………………………………………………………………………..7
ORIGEM DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA……………………………………8
CONCLUSÃO……………………………………………………………………9
REFERÊNCIAS…………………………………………………………………10

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INTRODUÇÃO
O sistema de vigilância epidemiológico em Angola desempenha um papel
fundamental na detecção, monitoramento e controle de doenças
transmissíveis e não transmissíveis em todo o país. Com um sistema
robusto, o país pode identificar precocemente surtos de doenças, rastrear
sua disseminação e implementar medidas de controle eficazes para
proteger a saúde pública. Ao longo dos anos, Angola tem investido na
melhoria de sua infraestrutura de vigilância epidemiológica, fortalecendo a
capacidade de coleta, análise e interpretação de dados de saúde. Isso inclui
o desenvolvimento de redes de laboratórios, treinamento de profissionais de
saúde, implementação de tecnologias de informação e comunicação e
estabelecimento de protocolos de notificação e resposta rápida. No entanto,
desafios persistem, como subnotificação, falta de recursos e acesso
desigual aos serviços de saúde, destacando a necessidade contínua de
investimento e aprimoramento do sistema de vigilância epidemiológica em
Angola.

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DESENVOLVIMENTO
O sistema de vigilância epidemiológica em Angola é constituído por uma
variedade de instrumentos, procedimentos e fluxos que permitem a coleta,
análise e interpretação de dados de saúde. Esses componentes trabalham
em conjunto para fornecer uma imagem abrangente da situação
epidemiológica do país e orientar a tomada de decisões em saúde pública.
Instrumentos de Coleta de Dados: O sistema de vigilância utiliza uma
série de instrumentos para coletar dados de saúde, incluindo formulários
padronizados de notificação de doenças, registros de pacientes em
unidades de saúde, sistemas de informação hospitalar e registros de
laboratório. Esses instrumentos garantem que informações relevantes sobre
casos de doenças sejam capturadas de forma consistente e precisa.
Normas e Protocolos: Angola estabeleceu normas e protocolos para
orientar a notificação, investigação e resposta a surtos de doenças. Essas
normas definem os critérios para a notificação obrigatória de doenças, os
procedimentos para investigação de surtos e as medidas de controle
apropriadas a serem implementadas.
Fluxos de Informação: Os fluxos de informação dentro do sistema de
vigilância epidemiológica são essenciais para garantir a rápida
disseminação de dados relevantes. Isso inclui fluxos de informação vertical,
entre unidades de saúde locais, regionais e nacionais, bem como fluxos
horizontais entre diferentes setores, como saúde, agricultura e meio
ambiente.
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC): Angola tem investido na
implementação de sistemas de informação em saúde baseados em TIC
para melhorar a eficiência e a precisão da vigilância epidemiológica. Isso
inclui o uso de software de gestão de dados, sistemas de informação
geográfica (SIG) para mapeamento de casos e redes de comunicação para
rápida troca de informações.
Capacitação de Recursos Humanos: A capacitação de profissionais de
saúde é fundamental para o funcionamento eficaz do sistema de vigilância.
Angola investe na formação de epidemiologistas, técnicos de laboratório,
enfermeiros e outros profissionais de saúde para garantir que tenham as
habilidades necessárias para coletar, analisar e interpretar dados de saúde
de forma precisa e oportuna.
Avaliação e Monitoramento: Regularmente, o sistema de vigilância
epidemiológica é avaliado e monitorado para identificar áreas de melhoria.
Isso pode envolver avaliações da qualidade dos dados, análise da eficácia
das medidas de controle de surtos e revisão das normas e protocolos
existentes.

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Vigilância Participativa: O envolvimento da comunidade é crucial para a
vigilância epidemiológica eficaz. Angola promove a participação ativa da
comunidade na detecção precoce de casos de doenças, na promoção de
comportamentos saudáveis e na mobilização social para a prevenção de
surtos.
Integração de Dados e Sistemas: Para uma visão completa da situação
de saúde, Angola busca integrar dados de diferentes fontes, incluindo
vigilância de doenças transmissíveis e não transmissíveis, sistemas de
monitoramento de saúde materna e infantil, e indicadores de saúde
ambiental. Isso permite uma compreensão mais holística dos determinantes
de saúde e facilita uma resposta coordenada a múltiplas ameaças.
Vigilância de Eventos de Saúde Pública: Além da vigilância de doenças
específicas, Angola também monitora eventos de saúde pública, como
desastres naturais, acidentes graves, eventos adversos pós-vacinação e
intoxicações alimentares. Isso garante uma resposta rápida e abrangente a
uma variedade de emergências de saúde.
Colaboração Internacional: Angola participa ativamente de colaborações
internacionais em vigilância epidemiológica, compartilhando dados e
melhores práticas com outros países e organismos internacionais, como a
Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção
de Doenças (CDC). Essa colaboração permite acesso a recursos adicionais
e expertise técnica, fortalecendo ainda mais o sistema de vigilância do país.
Adaptação às Mudanças Epidemiológicas: O sistema de vigilância em
Angola está em constante evolução para enfrentar novos desafios
epidemiológicos, como a emergência de doenças reemergentes, resistência
antimicrobiana e mudanças nos padrões de morbidade e mortalidade. Isso
requer flexibilidade e capacidade de resposta para ajustar protocolos e
estratégias conforme necessário.
Existem outras considerações importantes que contribuem para a eficácia
do sistema de vigilância epidemiológica em Angola:
Investimento em Pesquisa Epidemiológica: Angola reconhece a
importância da pesquisa epidemiológica para entender melhor as causas e
os determinantes das doenças. Investimentos em pesquisa ajudam a
informar políticas de saúde, aprimorar intervenções de prevenção e controle
e identificar áreas prioritárias para alocar recursos.
Vigilância de Saúde Animal e Ambiental: Reconhecendo a interconexão
entre saúde humana, animal e ambiental, Angola integra a vigilância de
doenças zoonóticas e a monitorização de fatores ambientais relevantes
para a saúde pública. Isso é essencial para prevenir a propagação de

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doenças transmitidas por animais e mitigar os impactos da degradação
ambiental na saúde humana.
Fortalecimento da Capacidade Laboratorial: A capacidade laboratorial é
fundamental para a detecção precoce e a confirmação diagnóstica de
doenças. Angola investe na expansão e modernização de laboratórios,
fornecendo equipamentos adequados, treinamento de pessoal e garantindo
o acesso oportuno a testes laboratoriais de alta qualidade.
Sistemas de Alerta Precoce: A implementação de sistemas de alerta
precoce permite uma resposta rápida a eventos de saúde pública. Angola
estabelece mecanismos de vigilância ativa e passiva para detectar sinais
precoces de surtos e mobilizar recursos antes que se tornem crises de
saúde.
Monitoramento de Indicadores de Saúde: Além da vigilância de doenças
específicas, Angola monitora indicadores de saúde mais amplos, como
cobertura vacinal, mortalidade infantil, desnutrição e acesso a serviços de
saúde. Isso fornece uma visão abrangente do estado de saúde da
população e ajuda a avaliar o impacto das intervenções de saúde.
Comunicação de Risco e Educação em Saúde: A comunicação eficaz é
essencial para garantir a adesão da população a medidas de prevenção e
controle. Angola investe em campanhas de conscientização pública,
educação em saúde e comunicação de risco para garantir que as
informações sobre saúde sejam compreendidas e seguidas pela
comunidade.
FLUXO
Fluxo básico do sistema de vigilância epidemiológica em Angola:
Notificação de Casos: O fluxo começa com a notificação de casos
suspeitos ou confirmados de doenças pelos profissionais de saúde em
unidades de saúde locais, hospitais, clínicas e laboratórios.
Registro e Documentação: Os casos notificados são registrados em
formulários padronizados de notificação de doenças ou inseridos em
sistemas de informação em saúde, onde são documentados detalhes
relevantes, como sintomas, histórico médico e resultados de testes
laboratoriais.
Transmissão de Dados: As informações coletadas são transmitidas para
autoridades de saúde locais e regionais, onde são compiladas e analisadas
para detectar padrões, tendências e surtos potenciais.
Investigação de Surto: Se um surto é identificado, equipes de investigação
são mobilizadas para realizar uma investigação epidemiológica detalhada,

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determinando a fonte de infecção, identificando casos adicionais e
avaliando a disseminação da doença.
Comunicação de Resultados: Os resultados da investigação são
comunicados às autoridades de saúde relevantes, bem como à comunidade
afetada, para orientar a implementação de medidas de controle e
prevenção.
Implementação de Medidas de Controle: Com base nas conclusões da
investigação, são implementadas medidas de controle adequadas, como
isolamento de casos, quarentena, tratamento de pacientes, campanhas de
vacinação, melhoria da higiene e educação em saúde.
Monitoramento e Avaliação: A situação é continuamente monitorada para
avaliar a eficácia das medidas de controle, identificar novos casos e ajustar
as estratégias conforme necessário.
Relatórios e Disseminação de Informações: Os resultados da vigilância
epidemiológica são compilados em relatórios periódicos e comunicados às
autoridades de saúde, parceiros internacionais e outras partes interessadas
relevantes para informar políticas de saúde e intervenções futuras.
Instrumentos e procedimentos
Instrumentos e procedimentos utilizados no sistema de vigilância
epidemiológica em Angola:
Formulários de Notificação de Doenças: São documentos padronizados
utilizados pelos profissionais de saúde para registrar informações sobre
casos suspeitos ou confirmados de doenças. Esses formulários contêm
dados como idade, sexo, sintomas, histórico de viagens e resultados de
testes laboratoriais.
Sistemas de Informação em Saúde: Angola emprega sistemas
informatizados para coletar, armazenar e analisar dados de saúde. Isso
pode incluir sistemas de informação hospitalar, sistemas de informação de
vigilância epidemiológica e registros de pacientes em unidades de saúde.
Protocolos de Notificação e Resposta: São diretrizes estabelecidas para
orientar os profissionais de saúde sobre quais doenças devem ser
notificadas, os critérios de diagnóstico, os procedimentos de notificação e
os passos a serem seguidos em caso de surtos ou emergências de saúde.
Equipes de Resposta Rápida: São equipes designadas para investigar
surtos de doenças e implementar medidas de controle. Essas equipes são
compostas por epidemiologistas, médicos, enfermeiros, agentes de saúde
pública e outros profissionais de saúde.

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Redes de Laboratórios: Angola possui uma rede de laboratórios que
realizam testes laboratoriais para confirmar diagnósticos e identificar
agentes patogênicos. Isso inclui laboratórios de saúde pública, laboratórios
hospitalares e laboratórios privados.
Treinamento e Capacitação: Profissionais de saúde em Angola recebem
treinamento em vigilância epidemiológica, incluindo como reconhecer sinais
de alerta, coletar e registrar dados de forma precisa, e responder a surtos
de doenças.
Monitoramento de Indicadores de Saúde: Angola monitora uma
variedade de indicadores de saúde, como taxas de incidência de doenças
específicas, cobertura vacinal, mortalidade infantil e desnutrição. Isso ajuda
a avaliar a eficácia das intervenções de saúde e identificar áreas prioritárias
para intervenção.
Comunicação e Educação em Saúde: Estratégias de comunicação são
utilizadas para educar a população sobre medidas preventivas, sintomas de
doenças e a importância da notificação precoce de casos. Isso inclui
campanhas de conscientização pública, materiais educativos e programas
de rádio e televisão.
Normas
Em Angola, as normas que regem o sistema de vigilância epidemiológica
são estabelecidas pelo Ministério da Saúde e outras autoridades relevantes.
Essas normas têm o objetivo de padronizar os procedimentos de vigilância,
notificação, investigação e resposta a doenças transmissíveis e não
transmissíveis em todo o país. Algumas das principais normas incluem:
Normas de Notificação de Doenças: Estabelecem quais doenças devem
ser notificadas obrigatoriamente pelos profissionais de saúde, os critérios de
diagnóstico e os prazos para notificação. Isso ajuda a garantir a detecção
precoce de surtos e epidemias.
Normas de Investigação de Surto: Definem os procedimentos a serem
seguidos na investigação de surtos de doenças, incluindo a coleta de
dados, análise de amostras, identificação da fonte de infecção e
implementação de medidas de controle.
Normas de Resposta a Emergências de Saúde Pública: Estabelecem os
protocolos a serem seguidos em caso de emergências de saúde pública,
como epidemias, desastres naturais ou eventos de importância
internacional. Isso inclui a mobilização de recursos, coordenação entre
diferentes partes interessadas e comunicação com o público.

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Normas de Vigilância Laboratorial: Regulamentam as práticas
laboratoriais para garantir a precisão e confiabilidade dos testes
diagnósticos realizados em laboratórios de saúde pública e privados.
Normas de Ética e Privacidade: Estabelecem diretrizes éticas para a
coleta, armazenamento e uso de dados de saúde, garantindo a privacidade
e confidencialidade das informações dos pacientes.
Normas de Comunicação de Risco: Orientam a comunicação de
informações sobre riscos à saúde para o público, incluindo a divulgação de
alertas de saúde, recomendações de prevenção e atualizações sobre a
situação epidemiológica.
ORIGEM DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA EM ANGOLA
Período Colonial: Durante o período colonial, Angola enfrentou desafios
significativos de saúde devido a condições socioeconômicas precárias, falta
de infraestrutura de saúde e surtos de doenças infecciosas, como malária,
tuberculose e febre amarela. A vigilância epidemiológica nessa época era
limitada e muitas doenças não eram devidamente monitoradas.
Independência e Pós-Guerra Civil: Após a independência de Portugal em
1975 e a subsequente guerra civil, Angola enfrentou ainda mais dificuldades
na prestação de serviços de saúde. A infraestrutura de saúde foi danificada,
e a vigilância epidemiológica foi comprometida devido à falta de recursos e
instabilidade política.
Reconstrução e Investimento em Saúde: Após o término da guerra civil
em 2002, Angola iniciou um processo de reconstrução e investimento em
infraestrutura de saúde. Isso incluiu esforços para fortalecer o sistema de
vigilância epidemiológica, expandir a cobertura de saúde e melhorar o
acesso aos serviços de saúde em todo o país.
Resposta a Surto de Doenças: Ao longo dos anos, Angola teve que lidar
com surtos de doenças transmissíveis, como o surto de febre amarela em
2016-2017 e a epidemia de cólera em 2018. Esses eventos destacaram a
importância da vigilância epidemiológica na detecção precoce de surtos e
na implementação de medidas de controle.
Desenvolvimento de Capacidades: Angola tem trabalhado para
desenvolver capacidades locais em epidemiologia, treinando profissionais
de saúde em vigilância epidemiológica, epidemiologia de campo e análise
de dados de saúde. Além disso, o país tem investido em infraestrutura de
laboratório e sistemas de informação em saúde para melhorar a coleta e
análise de dados.
Participação em Iniciativas Internacionais: Angola tem participado
ativamente em iniciativas internacionais de saúde, colaborando com

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organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centro de
Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e outras agências para fortalecer
a vigilância epidemiológica e responder a emergências de saúde

CONCLUSÃO
Em conclusão, a vigilância epidemiológica em Angola é um componente
essencial do sistema de saúde pública do país, desempenhando um papel
fundamental na detecção, monitoramento e controle de doenças
transmissíveis e não transmissíveis. Ao longo dos anos, o país enfrentou
desafios significativos, incluindo períodos de instabilidade política,
infraestrutura de saúde danificada e surtos de doenças graves. No entanto,
houve progresso significativo na reconstrução e fortalecimento do sistema
de vigilância epidemiológica, com investimentos em capacitação de
recursos humanos, infraestrutura de laboratório, sistemas de informação em
saúde e colaboração internacional.
A vigilância epidemiológica em Angola continua a evoluir para enfrentar
novos desafios, como a emergência de doenças reemergentes, resistência
antimicrobiana e mudanças nos padrões de morbidade e mortalidade.

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REFERÊNCIAS
Oliveira, M. A., Vicente, A., & Domingos, I. (2018). Desafios da vigilância
epidemiológica em Angola: uma análise situacional. Revista Angolana de
Saúde Pública, 2(1), 27-38.
Ministério da Saúde de Angola. (2020). Plano Estratégico Nacional de
Vigilância Epidemiológica 2020-2025. Luanda: Ministério da Saúde.
Silva, J. R., & Mendes, C. (2019). O papel da vigilância epidemiológica na
prevenção e controle de doenças em Angola. Saúde Pública de Angola,
5(2), 45-56.
Gomes, F., Santos, P., & Pereira, M. (2017). Vigilância epidemiológica de
doenças transmissíveis em Angola: progressos e desafios. Boletim
Epidemiológico de Angola, 3(1), 12-25.
Instituto Nacional de Estatística (INE) [Angola], & Ministério da Saúde
(MINSA) [Angola]. (2016). Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde em
Angola 2015-2016. Luanda, Angola: INE e MINSA.

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