Filosofia Da Ciência - Resumos
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Problema de demarcação
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Verificacionismo
Para que este raciocínio (indutivo) funcione sem contradições, é necessário que se respeitem
algumas condições necessárias:
Se, numa ampla variedade de condições, se observa uma grande quantidade de P, e se todos
os P observados possuem sem exceção a propriedade Q, então todos os P têm propriedade Q.
o A observação não é o ponto de partida de uma teoria científica, e ela quase nunca é
neutra e imparcial;
o Algumas teorias referem-se a coisas que não podem ser observadas, e das quais nunca
tivemos uma observação direta (como ADN, eletrões, genes, campos
eletromagnéticos);
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o Por maior que seja o número de casos observados, e que estes mantenham uma certa
regularidade e consistência nos seus resultados, nunca podemos afirmar e acreditar
que essas regularidades se vão manter no futuro, com o passar do tempo.
Karl Popper considera que o método por indutivismo apresenta um caráter falacioso, pois
toma-se a seguinte forma:
Sendo T a teoria a ser testada, e P uma previsão deduzida a partir do mesmo, a estrutura da
dedução pode ser tomada da seguinte forma:
Se T é verdadeira, então P.
Ora, P.
Logo, T é verdadeira.
Isso quer dizer que (concluindo com um exemplo): O próximo pedaço de metal a ser testado
pode dilatar, no entanto, isso não implica que seja verdade/que possamos afirmar que todos os
metais dilatam quando derretidos.
Por maior que seja o número de casos observado, e que estes mantenham uma certa
regularidade e consistência nos seus resultados, nunca podemos afirmar e acreditar que essas
regularidades se vão manter no futuro, com o passar do tempo e os avanços nas tecnologias,
mentalidades,…
Para essa objeção, entra Karl Popper. Este considera que o método por indutivismo apresenta
um caráter falacioso, pois toma-se a seguinte forma:
Sendo T a teoria a ser testada, e P uma previsão deduzida a partir do mesmo, a estrutura da
dedução pode ser tomada da seguinte forma:
Se T é verdadeira, então P.
Ora, P.
Logo, T é verdadeira.
Isso quer dizer que (concluindo com um exemplo): O próximo pedaço de metal que for
aquecido pode dilatar, mas isso não implica que seja verdade/que que possamos afirmar que
todos os metais dilatam quando derretidos.
Popper concordava com Hume quando dito que a indução não podia ser racionalmente
justificada, e, portanto, que a ciência devia de abdicar do recurso à indução.
Para isso, Popper apresenta uma resposta alternativa ao problema da demarcação- “O método
das conjeturas e refutações”. Este apresenta como etapas:
1º Problema
2º Conjetura
Para resolver o problema identificado, o cientista terá de propor uma resolução (uma primeira
tentativa de solução), e avançar com um teoria que permita explicar adequadamente os factos
explicados.
Contudo, essa teoria não é resultado de uma generalização indutiva, mas sim um palpite que
tem como base conhecimentos prévios, ou seja- uma suposição fundamentada, uma dedução.
3º Refutação
Por fim, resta ao cientista testar a sua teoria/hipótese, isto é, confrontá-la com a experiência.
No entanto, todo o raciocínio de Popper girava em torno da afirmação “As hipóteses científicas
não são suscetíveis de verificação, são apenas suscetíveis de falsificação.”- ou seja, não importa
quantas testagens são feitas e resultem na mesma coisa, bastará apenas um caso contrariar
aquela regularidade para que seja tudo posto em causa.
Popper propõe que se recorra a testes experimentais, não para confirmar uma hipótese, mas
para a desmembrar até encontrar algum erro/para tentar encontrar a sua falsidade- refutá-la.
Se T é verdadeira, então P
Não P.
Logo, T é falsa.
Popper afirma que é apenas com o método das conjeturas e refutações que a ciência avança,
uma vez que encontrado o erro de uma teoria essa terá de ser reformulada ou abandonada e
substituída por uma melhor. Por outro lado, se os testes não provarem a sua falsidade, a teoria
é considerada corroborada, e, neste caso, não a consideramos verdadeira mas “superior” a
outras conjeturas que não apresentaram a mesma resistência face aos testes a que foram
submetidas.
Por esse motivo, Popper defende que nunca devemos de deixar de submeter uma conjetura às
mais rigorosas tentativas de falsificação/refutação, pois é assim que se dão os progressos
científicos.
Para Popper, uma teoria é científica apenas se for empiricamente falsificável, ou seja: se uma
teoria é científica, então ela é falsificável, ou seja, é passível de ser falsificada ou refutada pela
experiência.
o Nem todas as teorias científicas são verificáveis (uma vez que alguma teorias se
referem a objetos que não são diretamente observáveis (exemplo: neutrões, protões);
o O falsificacionismo não está de acordo com a prática científica (os cientistas trabalham
no efeito de confirmar as suas teorias, não nas tentativas de refutação);
o Falsificações inconclusivas;
o Subestima a importância das confirmações no progresso científico.
Na perspetiva de Popper, a ciência progride de forma irregular, mas em direção à verdade. Para
o filósofo, não precisam de haver teorias verdadeiras para que hajam progressos, basta que as
teorias sejam melhores do que as anteriores. Ora, segundo este filósofo, uma teoria é melhor
que a anterior se resistir aos constantes testes de falsificabilidade e refutação, e se permitir
explicar uma maior número de fenómenos naturais.
Segundo Popper, as teorias científicas atuais possuem um maior grau de verosimilhança, sendo
essa justificação para estarmos cada vez mais próximos da realidade tal como ela
objetivamente é.
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Enquanto que filósofos como Karl Popper consideram que a ciência evolui de forma
progressiva, sendo de forma linear ou irregular (como considerava Popper), e que a cada dia
que passa estamos mais perto de atingir a realidade como ela é- objetiva, Kuhn rejeita essa
teoria, considerando a ciência intersubjetiva. Para ele, a evolução da ciência dá-se por uma
sucessão de paradigmas (conceito central)- toda uma forma de fazer ciência à luz de uma
teoria central.
Kuhn pensa que a objetividade científica é muito limitada, e afirma que os cientistas aceitam
ver o mundo de uma nova forma e fazer ciência de acordo com certas regras, mas que são
incapazes de justificar racionalmente e objetivamente tal decisão.
Apesar de existirem critérios objetivos para escolher entre as teorias propostas nos paradigmas
rivais, as escolhas realizadas são, maioritariamente, subjetivas.
Num período de ciência normal os cientistas estão focados em aumentar a credibilidade das
teorias a serem postas em causa, esforçando-se por resolver questões de caráter minucioso
que esta possa ter deixado em aberto.
Dentro disto tudo, Kuhn afirma que os paradigmas são incomensuráveis, isto é, numa situação
em que dois paradigmas se confrontam, não se pode compará-los objetivamente de modo a
superiorizar um deles. A tese da incomensurabilidade dos paradigmas leva Kuhn a defender
que as mudanças de paradigma não envolvem uma aproximação à verdade.
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