Artigo TDAH

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Universidade de Brasília – UnB

Instituto de Psicologia – IP
Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento – PED
Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde PGPDS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO HUMANO,

EDUCAÇÃO E INCLUSÃO ESCOLAR – UAB/UnB

A INCLUSÃO DO ALUNO COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE

ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NAS SÉRIES INICIAIS DO

ENSINO FUNDAMENTAL

CRISTINE APARECIDA DE PAIVA GOMES

ORIENTADORA: PROFESSORA MS. FERNANDA DO CARMO GONÇALVES

BRASÍLIA/2011
ii

Universidade de Brasília – UnB


Instituto de Psicologia – IP
Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento – PED
Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde PGPDS

CRISTINE APARECIDA DE PAIVA GOMES

A INCLUSÃO DO ALUNO COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE

ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NAS SÉRIES INICIAIS DO

ENSINO FUNDAMENTAL

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em


Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão, da Faculdade
UAB/UNB - Pólo de Santa Maria como requisito parcial para
obtenção do título de Especialista em Desenvolvimento
Humano, Educação e Inclusão Escolar.

BRASÍLIA/2011
iii

TERMO DE APROVAÇÃO

CRISTINE APARECIDA DE PAIVA GOMES

A INCLUSÃO DO ALUNO COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE

ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NAS SÉRIES INICIAIS DO

ENSINO FUNDAMENTAL

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista do


Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar
– UAB/UnB. Apresentação ocorrida em 30/04/2011.

Aprovada pela banca formada pelos professores:

____________________________________________________
PROFESSORA MS. FERNANDA DO CARMO GONÇALVES

____________________________________________________
ANA CLAUDIA FERNANDES

__________________________________________________

CRISTINE APARECIDA DE PAIVA GOMES

BRASÍLIA/2011
iv

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho às crianças que dele participaram, particularmente aos


seus pais que autorizaram essa participação sendo reais colaboradores,
pela oportunidade de construir conhecimentos na minha área profissional. E
aos meus colegas de trabalho que também fizeram parte dessa pesquisa
pelos momentos compartilhados na troca conhecimentos enriquecendo
minhas experiências.
v

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade de poder compartilhar


experiências e momentos com pessoas e crianças tão especiais que fazem de
mim uma pessoa diferente e que cada dia promovem o meu crescimento como
um ser humano melhor.

Aos meus colegas de trabalho pelo apoio e dedicação sem os quais não seria
possível a realização do nosso trabalho.

Ao meu esposo que me apoiou e não me deixou desistir nos momentos


difíceis.

Aos meus filhos Gabriel e Karol que me compreenderam nos momentos em


que me ausentei para realização da pesquisa.

À minha tutora Orientadora Fernanda do Carmo Gonçalves pela competência e


dedicação despendida para a conclusão desta monografia.
vi

RESUMO

O tema A inclusão do Aluno com Transtorno de Déficit de Atenção e


Hiperatividade nas Séries Iniciais do Ensino Fundamento foi escolhido em
razão da percepção de uma necessidade de compreensão do aluno com esse
tipo de transtorno, bem como um melhor desenvolvimento quanto aos aspectos
pedagógicos com vista à inclusão escolar. O objetivo desse estudo foi
investigar os fatores que promovem a inclusão de três alunos com Transtorno
de Déficit de atenção e Hiperatividade na sala de aula do ensino regular em
uma escola pública do Distrito Federal. A metodologia pela qual esta pesquisa
se desenvolveu foi de caráter qualitativo. A investigação aconteceu numa
instituição pública de ensino de Santa Maria - DF que atende crianças desde a
Educação Infantil até o 5° ano do ensino fundamental e participaram nesta
pesquisa três pais de alunos com TDAH; quatro professores que atuam com
esses alunos, o professor da equipe de apoio psicopedagógico e três alunos
com o transtorno. Foi utilizado como instrumento o questionário. Nos resultados
foi constatado que o professor em sala de aula reconhece as particularidades e
necessidades dos alunos com TDAH no processo de ensino aprendizagem
quanto às estratégias de ensino. A maioria dos professores relata utilizar, em
sala de aula, estratégias de ensino diferenciadas como rotina de acordo com as
disciplinas que irão estudar e atividades flexíveis para o aluno com TDAH,
porém um professor relata não haver tempo para estratégias diferenciadas de
ensino. Os professores percebem a necessidade de uma avaliação
diferenciada, levando em consideração suas limitações e observando o seu
desenvolvimento, com exceção de uma professora que percebe que seu aluno
com TDAH não necessita de uma avaliação diferenciada, relatando que
necessita apenas de desenvolver a concentração e o controle corporal. Sobre a
necessidade de um currículo diferenciado dois professores relatam ser
necessário nas habilidades de leitura, escrita e raciocínio lógico-matemático,
porém duas professoras afirmam não haver essa necessidade. A professora da
equipe de apoio psciopedagógico orienta que adaptação também deve ser feita
no ambiente da sala de aula, bem como na agenda, rotina e combinados. A
vii

equipe pedagógica possui um projeto de adequação curricular para os alunos


com TDAH e envolve a elaboração da própria adequação, o atendimento ao
aluno, grupos de vivência, porém ainda não foi implementado. Há uma parceria
entre a escola e a família e essa se dá por meio da comunicação, visita à
escola, visita a casa do aluno, participação de reuniões e eventos promovidos
pela escola. Os alunos com TDAH demonstram gostar da sala de aula, dos
colegas e da professora, sendo que as atividades que mais gostam envolvem
brincadeiras, jogos, desenhos e pinturas, e o que menos gostam envolve
atividades de leitura e interpretação quando há textos extensos. Os alunos
percebem a necessidade de aula de informática, mais uma professora em sala
para auxiliá-lo e livros legais. Os resultados indicam a importância de
aprofundar e oferecer subsídios para as propostas de estratégias pedagógicas
que promovam a aprendizagem dos alunos com TDAH no contexto escolar.

Palavras-Chave: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, adaptação


Curricular, estratégia de ensino e Inclusão.
viii

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 10
I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 14
CAPÍTULO 1 – Conhecendo o TDAH ......................................................................... 14
CAPÍTULO 2 – O TDAH e o Contexto Escolar ............................................................ 18
CAPÍTULO 3 – O BIA e o Processo de Inclusão ..........................................................24
II – OBJETIVOS .......................................................................................................... 31
III – METODOLOGIA .................................................................................................. 33
3.1 - FUNDAMENTAÇÃO DA METODOLOGIA .......................................................... 33
3.2 - CONTEXTO DE PESQUISA ............................................................................... 35
3.3 – PARTICIPANTES ............................................................................................... 36
3.4 – MATERIAIS ........................................................................................................ 39
3.5 - INSTRUMENTOS DE CONSTRUÇÃO DE DADOS .......................................... 39
3.6 - PROCEDIMENTOS DE CONSTRUÇÃO DE DADOS ........................................ 40
3.7 - PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS ................................................... 41
IV – RESULTADOS .................................................................................................... 44
V – DISCUSSÃO TEÓRICA DOS RESULTADOS ..................................................... 51
V – CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 55
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 59
APÊNDICES ................................................................................................................ 62
1 - Questionário Professor ............................................................................................63
2 – Questionário Professor Equipe de Apoio .............................................................. 65
3 – Questionário Pais .................................................................................................. 68
4 – Questionário Aluno ................................................................................................ 70
ANEXOS ..................................................................................................................... 71
1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Professor ................................... 72
2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Pais ............................................ 73
3 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Aluno .......................................... 74
ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características dos Alunos ........................................................................ 37


Tabela 2 – Características das Famílias ..................................................................... 37
Tabela 3 – Características dos Professores ................................................................ 38
Tabela 4 – Características dos Alunos com TDAH em sala de aula ........................... 44
10

APRESENTAÇÃO

O presente trabalho teve como objetivo investigar fatores que promovem


a inclusão de alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH) em uma turma regular do BIA – Bloco Inicial de Alfabetização.

O tema foi escolhido em razão do meu contato direto como professora


do BIA, neste ano letivo de 2010, com aluno que apresenta diagnóstico médico
de TDAH, por isso percebi uma necessidade de compreensão do aluno com
esse tipo de transtorno, bem como um melhor desenvolvimento quanto aos
aspectos pedagógicos com vista à inclusão escolar. Sou formada em
pedagogia há cinco anos. Tenho quinze anos de experiência. Desses anos, em
quatro deles atuei como alfabetizadora no Município do Novo Gama (GO);
leciono há 11 anos na Secretaria de Educação do Distrito Federal com séries
iniciais do Ensino Fundamental. Trabalhei 02 anos em turma de integração
inversa (turma mistas com alunos ditos normais e os com necessidades
especiais, porém com número menor de alunos) atendendo alunos com
deficiência intelectual e autista e atualmente leciono em uma Escola de
Educação Fundamental Séries Iniciais, localizada na cidade de Santa Maria há
quatro anos.

O TDAH é caracterizado pela falta de controle sobre a atenção, a


impulsividade e excessiva atividade motora. Embora a compreensão acerca do
TDAH tenha avançado, percebe-se que as crianças com esse transtorno
continuam encontrando dificuldades significativas em sua adaptação escolar,
familiar e social.

Nesse contexto percebo uma série de dificuldades enfrentadas pela


criança hiperativa na sala de aula tendo em vista as características do TDAH
que comprometem o relacionamento social do aluno com a turma e o processo
ensino–aprendizagem. Dentre elas destaco: dificuldade em manter sua
atenção, impulsividade, problemas para terminar as tarefas designadas,
mudança de uma atividade para outra sem terminar a primeira e dificuldades
em seguir regras e instruções. Isso pode gerar o fracasso escolar do aluno,
11

devido as dificuldades de aprendizagem; baixa autoestima; baixa tolerância a


qualquer tipo de frustração; problemas de comportamento e de relacionamento
com colegas e professores; isolamento; agressividade; desmotivação e até
abandono nos estudos.

Diante do exposto, surge o questionamento: quais são os fatores que


auxiliam no processo de inclusão de um aluno com TDAH?

Embora exista a contradição na forma como os alunos com TDAH são


incluídos no ensino regular – apesar de ser considerado um transtorno, o aluno
com TDAH é inserido na escola como um aluno tido normal, não necessitando
de avaliações prévias, nem atendimento especial como as demais deficiências
– a exclusão aqui entendida se dá pelo fato de que a escola não atende às
necessidades desse aluno em razão de uma série de fatores que vão desde a
qualificação do professor até as condições inadequadas de atendimento do
aluno com TDAH.

Tendo em vista que o BIA tem a dimensão positiva de promover a


progressão continuada do processo de aprendizagem, além de possibilitar à
criança a organização de um tempo maior e mais flexível para o
desenvolvimento das competências que precisa construir (BRASIL, 2006), o
sistema educacional tem a competência de propiciar recursos e meios capazes
de atender as necessidades educacionais de todos os estudantes,
oportunizando-lhes as condições de desenvolvimento e de aprendizagem.

O BIA apresenta uma proposta pedagógica pautada nos princípios


teórico/metodológicos que constituem em elementos imprescindíveis ao seu
sucesso. São eles: enturmação por idade (organização do período de
alfabetização por Etapas: 6 anos – Etapa I; 7 anos – Etapa II e 8 anos – Etapa
III); formação continuada dos professores (possibilita a construção da
autonomia pessoal e pedagógica, por meio de um trabalho de reflexividade
crítica), trabalho coletivo com reagrupamentos (intraclasse, dentro da sala de
aula; interclasse, intercâmbio entre os alunos no mesmo turno de estudo e;
extraclasse, atendimento em turno contrário, em dias e horários previamente
combinados) e, trabalho com Projeto Interventivo (promove o repensar de
12

concepções e práticas pedagógicas, contribuindo para a alfabetização e


letramento dos alunos em defasagem idade/série). E um eixo integrador:
alfabetização/letramento/ludicidade, que estabelece coerência com os
princípios, com vistas a facilitar o desenvolvimento das estruturas cognitivas e
das dimensões afetiva, social e motora, favorecendo a alfabetização e o
letramento nos seus diversos sentidos (BRASIL, 2006).

Dessa forma, o aluno com TDAH exige uma atenção especial por parte
do professor e este precisa estar preparado para saber como se posicionar
frente às necessidades do aluno. A formação continuada aos profissionais da
educação é prevista em lei e será aqui tomada como fator de investigação na
efetiva inclusão do TDAH.

O papel da família também é levado em consideração, no sentido de


entendermos como sua atuação poderá interferir ou contribuir no atendimento
adequado ao aluno com TDAH na sala de aula.

Assim, essa pesquisa permite uma reflexão da prática pedagógica


contribuindo para a construção de conhecimentos a partir da própria práxis,
consolidando uma prática teórica.

Por isso, a metodologia pela qual esta pesquisa se desenvolveu foi de


caráter qualitativo, pois esse tipo de pesquisa permite uma análise aprofundada
do objeto de estudo, bem como dos sujeitos envolvidos. Por isso o instrumento
utilizado foi o questionário aplicado numa instituição pública de ensino de Santa
Maria DF que atende crianças da Educação Infantil ao 5° ano do ensino
fundamental. Dentro desse contexto foram sujeitos ativos nessa pesquisa: três
mães de alunos com TDAH; quatro professores que atuam com aluno TDAH,
sendo dois do BIA (Bloco Inicial de Alfabetização), um da 3ª série e um da 4ª
série; o professor da equipe de apoio psicopedagógico e três alunos com
TDAH.

Este trabalho será dividido em seis grandes capítulos: Referencial


teórico, Objetivos, Metodologia, Resultados, discussão dos resultados e
Considerações finais. O primeiro será dividido em três capítulos: (a)
conhecendo o TDAH, que aborda o histórico do transtorno, conceito e as
13

diversas concepções de TDAH; (b) O TDAH e o Contexto Escolar, que aborda


as implicações do TDAH para os alunos no contexto educacional; (c) O BIA e o
Processo de Inclusão, que aborda a proposta do BIA, adaptação curricular,
participação da família e suas implicações no processo de inclusão do aluno
com TDAH. O segundo apresenta os objetivos gerais e específicos da
pesquisa. No terceiro é apresentado o contexto da pesquisa, que caracteriza a
instituição; os participantes; instrumentos e procedimento de coleta de dados.
O quarto e o quinto apresentam os resultados e a seguir, na Discussão, eles
são discutidos com base nas teorias apresentadas na Revisão de Literatura. E
por fim, a última, apresenta as conclusões e as contribuições do estudo.

Em decorrência das reflexões desenvolvidas no trabalho pretendo que


este estudo contribua para diminuir as dificuldades que professores, diretores,
pais e toda uma equipe de apoio têm em aprender a lidar com estas crianças,
de forma a conhecer suas limitações, respeitá-las e com criatividade descobrir
como ela aprende melhor, de forma a contribuir no processo de ensino-
aprendizagem e na inclusão no contexto escolar e social. Assim, espera-se
com esse estudo contribuir com estratégias que ofereçam um contexto
favorável à construção do conhecimento do aluno com TDAH e a sua efetiva
inclusão no ensino regular investigando fatores promotores e inibidores dessa
inclusão para professores, equipe pedagógica e pais.
14

II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Capítulo 1 – Conhecendo o TDAH

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) caracteriza-


se, de acordo com DSM-IV-TR, essencialmente, por um padrão persistente de
desatenção e hiperatividade, mais frequente e severo do que habitualmente
observado em indivíduos com um nível de desenvolvimento comparável
(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 2002).

Barkley (2002) observa que o TDAH parece ser três vezes mais
frequente em indivíduos do sexo masculino que feminino:

As crianças com TDAH não são todas iguais, algumas exibem


padrões diferentes de comportamento, desenvolvimento e riscos
tardios, alguns apresentam apenas o TDAH, outras terão este
transtorno aliado a problemas de aprendizagem, agressividade e
condutas (BARKLEY, 2002, p. 119).

Segundo o Cypel (2003) o TDAH caracteriza-se por apresentar um


quadro de síndrome, sendo sua conceituação atribuída à manifestação de
comportamentos de desatenção, de hiperatividade ou impulsividade.

Tais características, para Barkley (2002), interferem no processo de


aprendizagem, culminam na sala de aula e desafiam pais e professores a lidar
com situações conflituosas e muitas vezes desconhecidas. O autor define o
TDAH como:

um transtorno de desenvolvimento do autocontrole que consiste em


problemas com os períodos de atenção, com o controle do impulso e
com o nível de atividade (...). Esses problemas são refletidos em
prejuízo na vontade da criança ou em sua capacidade de controlar
seu próprio comportamento relativo à passagem do tempo em ter em
mente futuros objetivos e consequências (BARKLEY, 2002, p. 35).

Em uma matéria do jornal Correio Brasiliense (2010, p.18), o


pesquisador e professor de neurologia infantil da Universidade de Brasília UnB,
Carlos Aucélio, define o TDAH como uma enfermidade neurocomportamental,
15

muitas vezes caracterizada pela hiperatividade (desejo de fazer muitas coisas


ao mesmo tempo e sem efetividade), enquanto que o déficit de atenção é a
dificuldade em se concentrar.

Porém essas manifestações concomitantes de desatenção e


hiperatividade, não ocorrem em todas as crianças. O DSM-IV classifica o TDAH
em subtipos, com base no predomínio de sintomas de desatenção (tipo
predominantemente desatento) ou sintomas de hiperatividade (tipo
predominantemente hiperativoimpulsivo) ou de ambos (tipo combinado). Será
enfatizado, o tipo combinado, pois é o que predomina no universo dessa
pesquisa.

Além dos subtipos de TDAH, estima-se que mais de 50% das crianças
com TDAH apresentam comorbidades com outras patologias. Souza e Pinheiro
(2003) apresentam os principais tipos: Transtorno Desafiador de Oposição
(TDO), Transtorno de Conduta (TC), Transtornos de Tiques, Transtornos de
Ansiedade, Transtornos do Humor (depressivo e bipolar) e Transtornos do
Aprendizado e da Linguagem.

Quanto ao histórico da TDAH autores como Cypel (2003), Benczik


(2000), Petry (1999) e Barkley (2002) enfatizam que não há fatos precisos
quanto ao seu surgimento. Contudo, relatam sobre fatos observados com
crianças impaciente, desatentas e inquietas. Barkley (2002, p. 49) relata que
antes de 1902, o TDAH era visto como um problema ligado à maneira como as
crianças aprendem a voluntariamente inibir seu comportamento e a aderir às
regras de conduta social tanto na etiqueta social quanto na moral da época.

O primeiro estudo, segundo Cypel (2003) e Benczik (2000), foi no ano de


1902 pelo médico George Fradick Still, que descreveu uma série de crianças
que mostravam-se indisciplinadas, desafiantes, com dificuldades de atenção,
concentração e pouco controle. Still denominou isso como Defeito de Conduta
Moral, porém essa nomenclatura sofreu contínuas alterações.

Segundo Petry (1999), na década de 40, falava-se em Lesão Cerebral


Mínima. Barkley (2002), afirma que décadas depois os cientistas clínicos
concentraram nas possíveis causas, sendo que a partir de 1962, segundo os
16

autores, passou-se a utilizar o termo Disfunção Cerebral Mínima,


reconhecendo-se que as alterações características da patologia relacionam-se
mais às disfunções em vias nervosas. Mais tarde, segundo Barkley (2002), o
transtorno foi chamado de síndrome infantil da hiperatividade.

Nos anos 70, relata Barkley (2002), o conceito foi ampliado com o
reconhecimento de que o déficit no controle dos impulsos e na persistência da
atenção eram também problemáticos.

Petry (1999) relata ainda que na década de 80, a Associação


Psiquiátrica Americana passou a utilizar o termo Síndrome do Déficit de
Atenção (TDA) que passou a englobar tanto a hiperatividade como as demais
funções como: incoordenação motora, falta de equilíbrio, distúrbios de fala,
alteração de sensibilidade, distúrbios de comportamento e dificuldades
escolares. Com avanço da pesquisa clínica observou-se que a hiperatividade e
a impulsividade nas crianças com TDA formavam um único problema. Em
1987, o nome passa a ser TDAH.

Cypel (2003) e Benczik (2000) relatam que no ano de 1994 o termo foi
oficialmente mudado para Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade,
tendo com um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade.

O TDAH, não é um transtorno exclusivo da infância e, muitas vezes, os


sintomas seguem ao longo da vida do indivíduo, sendo comum encontrá-los em
adultos que já o apresentavam desde a infância, mas, por falta de informação,
nunca tinham sido diagnosticados.

Barkley (2002) descreve que crianças com TDAH apresentam problemas


consideráveis para conter suas respostas frente a uma situação e para pensar
antes de agir. Em sala geralmente iniciam tarefas ou testes sem ler as
instruções com cuidado.

Herrero (2000) destaca que a criança com TDAH é caracterizada por


manifestações de atividade motora excessiva, desatenção e impulsividade,
mantém associação com o comportamento antissocial, tem implicações
negativas no funcionamento cognitivo e social, possibilidade de que tenham
17

continuidade nas diferentes gerações e elevada incidência e sua natureza


essencialmente crônica.

Para Barkley (2002) o TDAH consiste em quatro sintomas associados a


um déficit primário na capacidade do indivíduo controlar seu comportamento:
dificuldade em manter sua atenção controle ou inibição dos impulsos; da
atividade excessiva; dificuldade para seguir regras e instruções e; variabilidade
extrema em suas respostas a situações.

O movimento excessivo ou hiperatividade pode aparecer como


inquietação, impaciência, ritmo desnecessário e conversa excessiva. Barkley
(2002, p. 59) a define como “um padrão de resposta comportamental
exacerbado”, ou seja, hiper-responsividade.

Os sintomas de TDAH podem resultar, segundo Herrero (2000), de a


criança enfrentar problemas para terminar seus afazeres escolares, não
conseguir relacionar bem com as crianças da vizinhança e inabilidade em
persistir em determinadas tarefas e terminá-las sem a supervisão dos pais. Isso
pode causar conflito em casa.

Barkley (2002) descreve os sintomas de TDAH observados pelos


professores: não termina tarefas que lhe são designadas, não consegue
concentrar-se e se distrai com facilidade, muda de uma atividade incompleta
para outra e frequentemente confusa. Ou seja, tem dificuldade significativa de
prestar atenção, período de atenção ou persistência de esforço.

Transtornos cerebrais, lesões cerebrais ou desenvolvimento cerebral


anormal, são causas que concentram em dois grupos de fatores: agentes
ambientais – como exposição fetal ao álcool e ao tabaco e exposição precoce a
altos índices de chumbo e; hiperatividade (BARKLEY, 2002).

Para Aucélio (citado em CAMPOS, 2010) o diagnóstico do TDAH


envolve a vida social, familiar e escolar da criança, o histórico acadêmico dela,
além dos antecedentes patológicos na família. Isto é necessário porque o
TDAH pode ser um sintoma de outros problemas, como transtorno bipolar ou
alfabetização inadequada. A família, quando entende o transtorno, começa a
18

observar os sintomas nas próprias pessoas da família que têm os traços de


TDAH e que não foram tratadas e vêem que elas apresentam dificuldades
pessoais e profissionais.

Segundo Campos (2010) o TDAH é muitas vezes confundido com fuga


de responsabilidades, por isso a identificação precoce do transtorno tem a
vantagem de poupar a criança de aborrecimentos na vida adulta.

O pesquisador da UnB Aucélio (citado em CAMPOS, 2010) enfatiza que


embora o diagnóstico não caiba à escola, é preciso que os profissionais da
educação estejam cientes da problemática e alertem os pais.

Herrero (2000) enfatiza que os procedimentos de intervenção com maior


eficácia são os tratamentos farmacológicos, psicoestimulantes, antidepressivos
e anti-hipertensivos.

Capítulo 2 - O TDAH e o Contexto Escolar

A escola é a instituição responsável pela passagem da vida particular e


familiar para o domínio público, tendo assim uma função social reguladora e
formativa para os alunos. A Lei de Diretrizes e Base da Educação Brasileira
(LDB nº 9394/96), em seu Capítulo V, artigo 58, oferece aos portadores de
necessidades especiais plena garantia de seus direitos, garantindo desde
oportunidades escolares para seu desenvolvimento integral como pessoa e
cidadão até o acesso ao mercado de trabalho.

A necessidade de compreensão do TDAH no âmbito da escola é uma


questão inegavelmente urgente, tendo em vista que suas conseqüências
afetam diretamente o seu relacionamento social e prejudica sua aprendizagem
e conseqüentemente promove a sua exclusão no ensino regular.

Nesse contexto, a criança, e seu processo evolutivo, segundo Winnicott


(1983), afrouxa os laços da dependência familiar e passa a integrar a
sociedade global e a apropriar-se da herança cultural, devendo o ambiente
19

provê-la nesse sentido. Mas, quando o ambiente é repetidamente insuficiente e


invasivo, obriga essa criança a reagir e substituir seu gesto espontâneo pela
submissão, adaptação e imitação.

Cypel (2007) complementa ao afirmar que se referir somente à criança e


ao seu distúrbio de comportamento, sem alusão ao seu meio ou ao contexto de
vida, é desconsiderar as influências que o ambiente social exerce sobre o seu
desenvolvimento, atribuindo-se à criança toda a responsabilidade pelo quadro
apresentado. Para Aucélio (Campos, 2010, p.18), quando há a hiperatividade
associada ao déficit de atenção, “há um prejuízo escolar e social, já que pouca
gente suporta ficar perto de um hiperativo”.

Na escola, as crianças com TDAH, segundo Razera (2001), podem


apresentar, em geral, a inteligência média ou acima da média. Associado a isso
apresentam alguns problemas na aprendizagem ou no comportamento,
propiciando dificuldades na percepção, conceitualização, linguagem, memória,
controle da atenção, função motora e impulsividade.

Porém, Barkley (2002) discorda, pois as crianças com TDAH, na idade


escolar, apresentam maior probabilidade a repetência, evasão escolar, baixo
rendimento acadêmico e dificuldades emocionais e de relacionamento. Em
suas pesquisa, o autor constata que um terço ou mais de todas as crianças
portadoras de TDAH repetirão de série, durante a carreira escolar e que 35%
não completará o ensino médio.

Em uma matéria do jornal Correio Brasiliense (2010), o pesquisador e


professor de neurologia infantil da Universidade de Brasília UnB, Carlos
Aucélio, afirma que os métodos pedagógicos atuais fazem com que crianças e
adolescentes sejam exigidos além de sua capacidade etária. “Hoje, a
informação chega mais rápido e com maior complexidade, a pessoa com déficit
de atenção tem mais trabalho para processar as informações” (CAMPOS,
2010, p. 18).

A pedagoga e diretora de um colégio que mantém um trabalho


direcionado a aluno com esse transtorno, Adriana Dutra, em matéria do Jornal
Correio Brasiliense (2010), enfatiza que a família tem que encontrar uma
20

escola ideal para cuidar do seu filho, bem como a equipe multidisciplinar que
vai acompanhá-lo na parte médica.

Para Bromberg (2005) o sucesso escolar de crianças e adolescentes


com TDAH exigem uma combinação de intervenções terapêuticas, cognitivas e
de acompanhamento e com esse apoio a maioria pode perfeitamente
acompanhar classes regulares. Assim,

cabe às áreas de atenção pública (Educação, Saúde, Assistência


Social, Trabalho, Cultura, Esporte e Lazer, Planejamento e
Orçamento, etc.) se ajustarem, de forma a garantir o acesso e a
possibilidade de participação das pessoas com deficiência em todos
os recursos e serviços disponíveis à população. Aos profissionais
cabem as ações técnicas, em cooperação transdisciplinar; aos órgãos
de representação, o diagnóstico das necessidades, o planejamento
de ações que promovam a inclusão e a fiscalização da ação pública
no ajuste da sociedade. (BRASIL, 2000, p.7)

Nesse sentido, o aluno apresenta necessidades de acompanhamentos


especializados em salas de recursos e orientação educacional que venham dar
continuidade ao trabalho do professor regente, conforme consta na publicação
do MEC (ALVES, 2006, p. 15 e 16), que o atendimento educacional
especializado será ofertado também aos “alunos que enfrentam limitações no
processo de aprendizagem devido a condições, distúrbios, disfunções ou
deficiências, tais como autismo, hiperatividade, déficit de atenção, dislexia,
deficiência física, paralisia cerebral e outros”. Em complementação, para Dutra
(citado por CAMPOS, 2010, p.19), os professores precisam do entendimento
do transtorno, bem como precisam de disposição para fazer melhor pelos
alunos. “A escola precisa ser realmente inclusiva e ainda há muito que
avançar” (CAMPOS, 2010, p.19).

Barkley (2002) enfatiza que o fator mais importante no sucesso da


criança com TDAH na escola é o professor. Porém, diante dos problemas
desafiadores exibidos por elas, os professores passam a ser mais
controladores e autoritários com as tais. E também deixa claro que suas
frustrações com tais crianças, ao longo do tempo, pode deixar as relações
professor-aluno mais negativos e isso acaba afetando a criança com TDAH que
podem piorar suas conquistas sociais e acadêmicas, reduzindo sua motivação
21

para aprender e sua autoestima, resultando em insucesso e abandono da


escola. Assim uma relação positiva entre professor-aluno pode melhorar as
adaptações acadêmicas a curto e, até, longo prazo.

Entre as estratégias a serem utilizadas, Dutra (apud CAMPOS, 2010,


p.19) sugere turmas reduzidas, que ajuda a diminuir a dispersão e;
oferecimento de salas especiais para realizações de provas escritas, com a
presença de ledores, que ajudam o estudante a fixar de forma mais concreta as
questões da avaliação. “O grande desafio é entender essa pluralidade de
alunos e acolher a todos. Com a família, escola e equipe médica unidos, o bom
rendimento do aluno com TDAH será garantido”.

Barkley (2002) apresenta algumas sugestões para que pais e


professores busquem num melhor aprendizado e sociabilidade da criança com
TDAH. A primeira é encontrar uma escola certa que apresenta uma aceitação
receptiva com a criança; que as turmas tenham um tamanho reduzido de
alunos e que haja apenas um aluno com TDAH na turma; que tenha uma
assistência extra para auxiliar o professor, como educadores especializados;
que haja uma comunicação escola-casa aberta e frequente; que os membros
da escola estejam abertos para receber um profissional ou especialista para
discutir o programa educacional e fazer recomendações. Já a segunda é
colaborar com o professor estando aberto para receber e dar sugestões, pois a
“atenção positiva aos professores constrói um relacionamento bem estruturado,
o que só poderá trazer benefícios para todos” (BARKLEY, 2002, p. 243). Por
fim levar em consideração três fatores: a estrutura do ambiente da sala de aula,
na qual as carteiras fiquem em fileiras e voltadas para frente da sala e que o
aluno com TDAH esteja mais perto da mesa do professor; as regras, com rotina
bem organizada e previsível e utilização de cartazes de retorno mostrando
como as crianças seguem regras, se comportam e trabalham e; a natureza do
trabalho adequada as habilidades da criança com uso maior de estimulação,
intercalando tarefas passivas com ativas, um estilo de aula mais entusiasmado,
breve e permitindo participação mais ativa da criança e combinar aulas com
momentos breves de exercícios físicos.
22

Barkley (2002) explicita que as crianças com TDAH lutam para manter
sua atenção em atividades mais longas que as usuais, especialmente aquelas
mais maçantes, repetitivas ou tediosas, como tarefas e trabalhos
desinteressantes, atividades domésticas extensas, leituras extensas, prestar
atenção a explicação sobre assuntos desinteressantes e finalizar projetos
intensos.

Crianças com TDAH têm dificuldades de concentração, por isso


acreditar na memória da criança e em lembretes verbais geralmente não
funciona. Barkley (2002) orienta que regras e instruções devem ser claras,
breves e representadas fisicamente sob a forma de cartazes, listas, devendo o
professor encorajar a criança a repeti-las.

Para que a criança com TDAH esteja atendo para a mudança que vai
acontecer Barkley (2002) sugere que o professor siga essas estratégias:

Revise as regras antes de prosseguir com novas atividades; faça com


que a criança repita essas regras, incluindo recompensas por bom
comportamento e punição por má conduta e; dê seguimento ao plano
quando a atividade começar (BARKLEY, 2002, p. 250).

Na modificação de comportamento, Herrero (2000, p. 48) sugere a


utilização do reforço e castigo para estabelecer ou incrementar as condutas
positivas, comportamentos de atenção e desobediência, redução ou eliminação
das condutas negativas e/ou hiperativas. Sendo que a ideia é que as condutas
estejam moldadas por contingências ambientais. Mas é importante que pais e
professores pratiquem ativamente da intervenção.

Barkley (2002) observa que o TDAH tem dois problemas que os pais e
professores erroneamente interpretam como distração: crianças com TDAH
provavelmente sentem chateadas ou perdem interesse por seu trabalho mais
rapidamente o que os leva a buscar intencionalmente algo a mais para fazer
que seja mais divertido, interessante, estimulante e ativo; crianças com TDAH
parecem atraídas pelos aspectos mais recompensadores, divertidos e
reforçativos em qualquer situação.

Crianças com TDAH, tendem a optar pro fazer pequenos trabalhos no


presente momento em troca de uma recompensa menor, embora
23

mais imediata, em vez de trabalhar mais por uma recompensa maior


disponível apenas adiante (BARKLEY, 2002, p. 53).

Para Herrero (2000), recompensas e elogios devem ser usados em vez


da punição, senão a criança passará a encarar a escola como um local em que
provavelmente ele vai ser mais punido. Sistemas de recompensas com fichas
podem permanecer eficazes durante o ano escolar inteiro, já que são alteradas
frequentemente. O professor deve esperar uma ou duas semanas após
estabelecer um programa de recompensas antes de começar a usar punições.

Herrero (2000) apresenta cinco passos a serem seguidos nos programas


de intervenção de condutas:

(1) determinar os comportamentos objeto de modificação. (2) elaborar


a linha de base de tais comportamentos. (3) planejar programas de
contingências, especificando os procedimentos a serem utilizados
bem como a forma de aplicação. (4) aplicar os procedimentos
selecionados de forma contingente aos comportamentos que
queremos modificar. (5) avaliar os resultados comparando os dados
do pós-tratamento com o pré-tratamento (HERRERO, 2000, p. 48-
49).

O procedimento mais usual para produzir mudanças comportamentais


consiste em combinar o reforço positivo contingente com os comportamentos
desejados. E para eliminar os comportamentos de desobediência ou
comportamentos gravemente perturbadores utiliza-se procedimentos como o
custo da resposta ou o isolamento (HERRERO, 2000).

Outra estratégia de intervenção proposta por Herrero (2000) é a técnica


cognitivo-comportamental que envolve as auto-instruções – podem ser
utilizadas desde a educação infantil; auto-observação – com crianças de 1º
grau e; autoavaliação reforçada – com alunos de 1º e 2º graus. Essa técnica
tem ênfase nos processos de mediação ativos do sujeito e servem para o
controle dos impulsos, solução de problemas e autoregulação.

Herrero (2000) deixa claro que todas as técnicas estão dirigidas para
desenvolver progressivamente a capacidade de atenção, autocontrole,
reduzindo as dificuldades em todos os contextos do aluno com TDAH.
24

Capítulo 3 - O BIA e o Processo de Inclusão

Atualmente vivemos num contexto de profundas mudanças sociais,


econômicas, culturais e tecnológicas que afetam principalmente a escola, por
se constituir um espaço de educação formal. Essas mudanças demandam que
se repense a função social da escola de formar o cidadão, construindo
conhecimentos, atitudes e valores que o tornem crítico, ético, solidário e
participativo.

Com a ampliação do Ensino Fundamental para 09 anos, a partir de uma


proposta pedagógica, o Bloco Inicial de Alfabetização – BIA busca
comprometer todos os envolvidos na alfabetização de nossas crianças,
discutindo e implementando ações conscientes que busquem a inclusão
através da construção de uma educação que respeite a diversidade, mas
trabalhe no sentido de sua superação.

Essa proposta está respaldada na Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional – LDBN nº 9.394/96; no Plano Nacional de Educação –
PNE, Lei nº 10.172/02; na Lei nº 3.483, de 25 de novembro de 2004, DODF nº
225 - amplia o Ensino Fundamental da Rede Pública de Ensino do Distrito
Federal, de oito para nove anos de duração mínima e; Portaria 283/2005 –
aprova as diretrizes preliminares de implantação do BIA.

O BIA tem como objetivo reestruturar o Ensino Fundamental de 9 anos,


garantindo à criança, a partir dos 6 anos de idade, a aquisição da
alfabetização/letramento na perspectiva da ludicidade e do seu
desenvolvimento global, aumentando as chances de sucesso escolar nos anos
seguintes do ensino fundamental (BRASÍLIA, 2006).

Dentre os objetivos específicos propostos pelo BIA destacam – se:


Reorganizar o tempo/espaço da escola, com vistas ao pleno desenvolvimento
da criança e sua efetiva alfabetização/letramento; Valorizar a formação
continuada dos professores, estimulando a reflexãoação- reflexão da prática
pedagógica; Refletir sobre o processo de ensino e de aprendizagem permitindo
25

à criança vivenciar experiências prazerosas de aprendizagem, interagir


solidariamente com seus pares, perceber o espaço escolar como ambiente de
trabalho cooperativo e de equipe e sentir-se apoiada e estimulada a ser o
sujeito ativo no processo educativo.

Para isso as seguintes estratégias foram definidas pela Secretaria de


Educação do Distrito Federal para atender aos objetivos propostos:

1. construção coletiva dos conceitos básicos para a compreensão da


proposta: alfabetização e letramento; 2. reorganização da escola para
receber as crianças e suas famílias e ajudá-los a integrarem-se ao
ambiente escolar; 3. elaboração e adoção de critérios de
reagrupamento; 4. elaboração e definição dos Referenciais
Curriculares com a participação dos educadores envolvidos no
processo; 5. ampliação das oportunidades de desenvolvimento
profissional dos educadores, por meio dos cursos de formação
(BRASÍLIA, 2006, p. 04).

O BIA apresenta quatro princípios teórico/metodológicos norteadores de


todas as ações de sua implementação. O primeiro, enturmação por idade, será
considerado a idade e nível de desenvolvimento da aprendizagem, sendo que
seis anos corresponde a etapa I, onde não haverá retenção; sete anos, etapa
II, na qual poderão ser retidos alunos com necessidades especiais em função
da flexibilização curricular quanto a temporalidade e; oito anos, etapa III, na
qual haverá possibilidade de retenção considerando os aspectos relativos ao
desenvolvimento da aprendizagem requerida e por meio de um processo de
avaliação formativa. Vale ressaltar que crianças com defasagem idade-série,
serão acompanhadas por projeto interventivo. O segundo, formação continuada
de professores, tem como objetivo oportunizar aos docentes que atuam no BIA
a formação continuada pautada no processo de construção e reconstrução de
práticas e concepções para que o professor do Bloco possa desempenhar seu
papel como alfabetizador consciente da responsabilidade e importância que
envolve este trabalho (BRASIL, 2006).

O terceiro, trabalho coletivo com reagrupamentos, tem como objetivo


estimular e facilitar o acesso do aluno à leitura e escrita, apresenta
características como dinamicidade, provisioriedade e diversidade e podem
ocorrem em três modalidades: intraclasse (acontece no interior da sala de
26

aula), interclasse (acontece entre uma mesma etapa ou entre etapas diferentes
no mesmo turno) e extraclasse (acontece entre uma mesma etapa ou entre
etapas diferentes no turno contrário). E o último, trabalho com projeto
interventivo, que atende alunos com defasagem idade-série, tem como meta o
investimento em ações diferenciadas, de acordo com a realidade de cada
turma, mas com foco na aprendizagem significativa, contextualizada, lúdica e
prazerosa. Tem como características contextualização, caráter temporário,
flexibilidade de estratégias e participação coletiva (BRASIL, 2006).

Além dos princípios, o BIA apresenta um eixo integrador


alfabetização/letramento/ludicidade, que neste contexto, tem como eixo
norteador a lógica do processo de aprendizagem do aluno e não a lógica dos
conteúdos a ensinar (superação do modelo tradicional, baseado na cartilha).

Nesse sentido, a ação pedagógica no BIA, deve contemplar,


simultaneamente, a alfabetização e o letramento e assegurar ao
aluno a apropriação do sistema alfabético-ortográfico, que envolve,
especificamente, a dimensão linguística do código com seus aspectos
fonéticos, fonológicos, morfológicos e sintéticos, à medida que o
aluno se apropria do uso da língua nas práticas sociais de leitura e
escrita (BRASIL, 2006, p. 31).

O ensino da matemática no BIA assume a perspectiva do letramento


matemático, ou seja, busca-se ensinar os conhecimentos matemáticos a partir
do desenvolvimento e ampliação dessas habilidades em situações concretas
da vida. Contudo é preciso ressaltar que o lúdico necessita estar em toda sala
de aula que se almeja promotora de aprendizagens significativas.

Com a aquisição dessas competências e habilidades, propostas pelo


BIA, observa-se que o desenvolvimento das habilidades de escrita e leitura e
habilidades matemática, possibilitam o resgate do conhecimento já construído
e transmitido historicamente, bem como se constitui em ferramenta essencial
para o alcance de novas descobertas, permitindo, assim, a elaboração e a
sistematização de novos conhecimentos.

Um dos objetos do Ensino Fundamental, segundo os PCNs (1998, p. 8),


é “questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los,
utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a
27

capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua


adequação”.

Para Condemarín et al. (2006), as intervenções no ambiente familiar e


escolar influenciam no quadro da criança com TDAH podendo evoluir para
formas mais positivas ou então regredir, isso depende das condições e
interações a ela oferecida. Assim, o contexto escolar e familiar é um fator muito
importante para o desenvolvimento da criança com TDAH influenciando na
forma como as dificuldades e desafios são superados.

Por isso, a proposta da educação inclusiva que valoriza a diversidade,


igualdade de direitos e oportunidades educacionais para todos, leva em conta
as potencialidades dos alunos com necessidades especiais, ao contrário da
escola não inclusiva que dá ênfase as suas limitações. Para que isso ocorra é
necessário que a escola proporcione condições adequadas às suas
necessidades de aprendizagem e desenvolvimento (GLAT e FERNANDES,
2005).

Embora a compreensão acerca do TDAH tenha avançado, as crianças


com TDAH, segundo Herrero (2000) continuam encontrando dificuldades
significativas em sua adaptação escolar, familiar e social.

Segundo Herrero (2000, p. 36) a estratégia fundamental para dar


respostas aos transtornos que algumas crianças apresentam é a adaptação
curricular individualizada para “obter a maior participação possível do aluno e
deve determinar quais ajustes ou adaptações são necessários no currículo
para compensar as dificuldades de aprendizagem dos estudantes que
necessitem disso”.

Nesse sentido, para Guiné e Ruiz (1995) as adequações curriculares


são as modificações necessárias nos diversos elementos do currículo básico
para adequá-los a diferentes situações, grupos e pessoas para o qual ele se
destina. De fato, o currículo deve contar com adequações que atendam a
diversidade das escolas, das aulas e dos alunos. Na realidade, essa tarefa é da
responsabilidade da escola como tal, da equipe de apoio pedagógico e de cada
professor regente.
28

Para os PCNs,

a adequação curricular procura subsidiar a prática docente propondo


alterações a serem desencadeadas na definição dos objetivos, no
tratamento e desenvolvimento dos conteúdos, no transcorrer de todo
processo avaliativo, na temporalidade e na organização do trabalho
didático-pedagógico no intuito de favorecer a aprendizagem do aluno
(PCN, 1998, p. 13)

Já o Ministério da Educação e Desporto (MEC, 2000), define adequação


curricular como:

respostas educativas que devem ser dadas pelo sistema educacional,


de forma a favorecer a todos os alunos e, dentre estes, os que
apresentam necessidades educacionais especiais: o acesso ao
Currículo; a participação integral, efetiva e bem-sucedida em uma
programação escolar tão comum quanto possível; a consideração e o
atendimento de suas peculiaridades e necessidades especiais
(BRASIL, 2000, p. 8-9).

Cabe enfatizar também uma adequação curricular viável, pois a escola


precisa considerar o seu cotidiano, levar em conta as necessidades e
capacidades dos seus alunos e os valores que orientam a prática pedagógica,
tornando apropriado às peculiaridades dos alunos com necessidades
educacionais especiais.

Dessa forma, a maior parte das adaptações curriculares realizadas na


escola são consideradas menos significativas, porque constituem modificações
menores no currículo regular e são facilmente realizadas pelo professor no
planejamento normal das atividades docentes e constituem pequenos ajustes
dentro do contexto normal de sala de aula.

De acordo com os postulados da ONU (1975), a criança com


necessidades especiais tem direito de viver com suas famílias ou com pais
adotivos e de participar de todas as atividades sociais criativas e recreativas,
bem como as mesmas deverão ser plenamente informadas por todos os meios
apropriados sobre seus direitos.

O papel da família também pode contribuir significativamente com o


desenvolvimento do aluno com transtornos de comportamento, sendo um
contexto de desenvolvimento fundamental de socialização do indivíduo. Nesse
29

sentido a família tem um grande impacto no comportamento da criança que


aprende a ver o mundo e construir suas relações sociais.

Por isso a interação da família com o filho TDAH influencia na maneira


como a criança se comporta em relação aos seus pais, aumentando a
frequência de comportamentos de rebeldia e oposição (Sena e Neto, 2007),
assim, comportamento caracterizado por punição excessiva e indiscriminada,
ou de recompensa aos comportamentos inadequados ao invés dos adequados,
levam à manutenção das práticas educativas negativas.

Para Rocha e Del Prette (2010),

dentre as ações educativas necessárias, a defesa da necessidade de


intervenção educativa na família dessas crianças é baseada na
suposição de que o contexto social familiar pode proporcionar
contingências favoráveis à aprendizagem de comportamentos
incompatíveis com o padrão do TDAH e compatíveis com os
comportamentos de estudar e de manter interações satisfatórias com
pares e professores na escola (ROCHA e DEL PRETTE, 2010, p. 36).

Não obstante enfatizar que a criança com TDAH é a mesma pessoa em


casa e na escola, portanto, o professor e a família devem ser aliados, sendo
fundamental estabelecerem uma linguagem comum no trato com essa criança.
Assim, cabe aos pais e professores buscarem áreas em que a criança se
destaca e pondo ênfase nelas. Assim, cabe “às famílias, a cooperação com os
órgãos públicos, profissionais e população em geral, no sentido de acessar o
espaço comum e dele participar” (BRASIL, 2000, p.7).

A escola, como primeiro ambiente fora do âmbito familiar, recepciona e


coloca o futuro adulto na esfera das relações sociais. Por isso mesmo, sua
importância nas primeiras experiências vividas no seu interior será decisiva
para a construção do modo desse indivíduo se colocar no mundo, nas relações
com o outro, frente ao conhecimento e ao ato criativo (ROSA, 1996).

Dessa forma, Rocha e Del Prette (2010) deixam claro que um sistema
inclusivo depende da participação e da parceria da família, a fim de garantir o
acesso, a permanência e o sucesso dessas crianças na escola.
30

Assim, é necessário planejar e implementar ações que assegurem as


parcerias entre a família e a escola visando a busca de soluções para desafios
enfrentados pela comunidade escolar. O presente trabalho tem como objetivo
investigar como família e a escola do aluno com TDAH podem contribuir para a
inclusão escolar desse aluno.
31

II OBJETIVOS

O presente estudo teve como objetivo geral investigar os fatores que


promovem a inclusão de três alunos com Transtorno de Déficit de atenção e
Hiperatividade na sala de aula do ensino regular em uma escola pública do
Distrito Federal e teve, também, como objetivos específicos:

1. Verificar avanços no desenvolvimento do aluno com TDAH e sua


percepção quanto ao processo de inclusão.

2. Identificar e analisar se há uma relação de parceria entre a escola e a


família

3. Investigar se a participação da família contribui no processo de inclusão


do aluno com TDAH e como se dá essa contribuição.

4. Identificar os tipos de adaptações curriculares realizadas pela equipe de


apoio e aprendizagem e como contribuem para o desenvolvimento e a
aprendizagem do aluno com TDAH.

5. Verificar se os professores possuem estratégias de ensino que


promovam a aprendizagem do aluno com TDAH na sala de aula.

6. Verificar a interação entre o aluno com TDAH e seus pares em sala de


aula.

Tal análise buscou responder às seguintes questões:

1. O professor em sala de aula reconhece as particularidades e


necessidades dos alunos com TDAH no processo de ensino
aprendizagem quanto às estratégias de ensino?

2. Os professores utilizam em sala de aula estratégias de ensino


diferenciadas em sala de aula para o aluno com TDAH em sala de aula
e quais são?
32

3. A equipe pedagógica possui um projeto de adequação curricular para os


alunos com TDAH e de que forma esse projeto é implementado?

4. Existe uma parceria entre a escola e a família e como ela se dá para a


inclusão do aluno com TDAH?

5. Como o aluno com TDAH percebe e avalia o processo de ensino


aprendizagem em sala de aula?

Espera-se com esse estudo aprofundar o conhecimento acerca dos


desafios da inclusão dos alunos com TDAH na percepção de pais, professores
e do próprio aluno, bem como, oferecer subsídios para as propostas de
estratégias pedagógicas que promovam a aprendizagem desses alunos no
contexto escolar. A próxima seção aborda questões metodológicas que se
direcionam às questões levantadas no estudo, bem como aos recursos e
estratégias que conduzem ao alcance dos objetivos propostos.
33

III – METODOLOGIA

3.1. – FUNDAMENTAÇÃO DA METODOLOGIA

A metodologia pela qual esta pesquisa se desenvolveu foi de caráter


qualitativo, pois exige a compreensão do que vem a ser o registro, a análise de
interações reais entre pessoas e entre sistemas (Liebscher, 1999).

A opção por esse tipo de abordagem deve-se ao fato de que "os dados
qualitativos consistem em descrições detalhadas de situações com o objetivo
de compreender os indivíduos em seus próprios termos" (Goldenberg, 2003, p.
53). Por isso a escolha se justifica devido às características do objeto de
pesquisa que trata da necessidade de investigar fatores que contribuem para a
inclusão de alunos com TDAH no ensino regular.

Bogdan e Biklen (2000, p.49) definem metodologia qualitativa como:

abordagem de investigação qualitativa exige que o mundo seja


examinado com a idéia de que nada é trivial, que tudo tem potencial
para construir uma pista que nos permita estabelecer uma
compreensão mais esclarecedora do nosso objeto de estudo.

Esse tipo de metodologia permite uma análise aprofundada do objeto de


estudo, bem como dos sujeitos envolvidos, conforme características definidas
por Bogdan e Biklen (2000, p. 47-51). Sendo elas: descritiva; se interessa mais
pelo processo do que simplesmente pelos resultados ou produtos e; analisa os
seus dados de forma indutiva.

A abordagem teórica metodológica adotada nesse estudo é a


sociocultural construtivista, uma vez que oferece amplas e ricas possibilidades
para a compreensão dos fenômenos do desenvolvimento.

Nunes e Branco (2007, p. 416) abordam que a perspectiva sociocultural


construtivista “fundamenta-se em uma visão holística e sistêmica do
desenvolvimento humano, compreendendo-o como um processo de
34

transformação qualitativa que acontece com base nas interações do indivíduo


com seu ambiente”.

Assim, diante dos aspectos qualitativos da pesquisa, a abordagem


sociocultural construtivista, segundo Madureira & Branco (2005), vem para
acabar com a unidirecionalidade das correntes e perspectivas teóricas que
enfatizam a importância do indivíduo em detrimento do contexto ou ressaltam o
papel do contexto, colocando em um segundo plano a intencionalidade do
sujeito psicológico.

Existem diversos instrumentos de construção de dados que podem ser


utilizados para obter informações nas pesquisas, Richardson (1985) enfatiza
que o questionário é o mais comum entre os instrumentos.

Para Richardson (1985, p.142) os questionários cumprem duas funções:


descrever as características e medir determinadas variáveis num grupo, assim,
as informações obtidas permitem observar as características do grupo e
individuo em questão e a medição de variáveis individuais ou grupais por meio
de perguntas unidimensionais, incluindo diferentes aspectos de um problema.

O questionário utilizado nesse estudo é do tipo que combina perguntas


abertas e fechadas. Richardson (1985, p.146) explicita que as perguntas
fechadas são destinadas a obter informação sociodemográfica do entrevistado
e respostas de identificação de opiniões, e as perguntas abertas são
destinadas a aprofundar as opiniões do entrevistador.

Para análise dos dados obtidos por meio do questionário foi utilizada a
Análise de Conteúdo. A análise de conteúdo é considerada uma técnica,
segundo Vergara (2005, p. 15), para o “tratamento de dados que visa identificar
o que está sendo dito a respeito de determinado tema”.
Minayo (2003) enfatiza que a análise de conteúdo visa verificar
hipóteses e ou descobrir o que está por trás de cada conteúdo manifesto,
o que está escrito, falado, mapeado, figurativamente desenhado e/ou
simbolicamente explicitado sempre será o ponto de partida para a
identificação do conteúdo manifesto (seja ele explícito e/ou latente). A
análise e a interpretação dos conteúdos obtidos enquadram-se na
condição dos passos (ou processos) a serem seguidos. Reiterando,
35

diríamos que para o efetivo “caminhar neste processo” (MINAYO,


2003, p. 74)

3.2. – CONTEXTO DE PESQUISA

Essa investigação aconteceu numa instituição pública de ensino de


Santa Maria - DF que atende crianças desde a Educação Infantil até o 5° ano
do ensino fundamental e tem como missão buscar aspectos de qualidade, de
reavaliação constante e presente em sua comunidade escolar possibilitando ao
aluno o desenvolvimento e entendimento de princípios ético, político,
epistemológico, pedagógico e estético, considerando a sua relação intra e
interpessoal.

A escola foi criada, no ano de 1996, como Escola Classe. Oferecia


ensino de 1º grau regular nas séries iniciais e ensino especial. Em 1997, foram
ofertadas turmas de reintegração em horário diurno e turmas de 5ª a 8ª série
em período noturno. No ano de 2005 a escola passou a ofertar turmas de
Educação Infantil.

As turmas de reintegração são mistas, ou seja, alunos ditos normais e os


com necessidades especiais, porém com número menor de alunos. Essa turma
é considerada como uma fase de transição, pois o aluno com necessidades
especiais passa a ter contato com crianças do ensino regular.

Atualmente a escola atende cerca de 760 alunos, sendo 15 alunos


especiais em turmas inclusivas, dentre elas: deficiência intelectual, deficiência
física, deficiência visual (baixa visão), Transtorno Global do Desenvolvimento e
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, trinta professores
concursados, oito professores de contrato temporário, um orientador
educacional e dois monitores. Entre os objetivos da instituição destacam-se:
melhorar o desempenho do aluno visando integração escola/comunidade,
inserindo-o num contexto real do mundo; adequar e flexibilizar o currículo tendo
em vista a melhoria da qualidade do ensino e consequente aprendizado;
organizar o ambiente escolar visando à aplicabilidade dos projetos e
36

planejamentos propostos e; promover ações esclarecendo e garantindo a


eficácia da inclusão social na instituição.

Para isso constitui um espaço físico apresentado da seguinte forma: 15


salas de aula; 02 banheiros de alunos masculino e feminino; 02 banheiros de
alunos adaptados para a Educação Infantil; 02 banheiros de professores; 01
banheiro adaptado para deficiente física com ducha; 04 bebedouros; Sala de
múltiplas funções – adaptada para Projeto CID- Judô; Cantina; Secretaria; 01
Sala de Leitura; 01 Sala de Recursos; Pátio Central; Pátio Interno;
Estacionamento; Quadra Esportiva; Sala de Direção; Sala de Professores
(espaço adaptado - originalmente biblioteca); Sala de coordenação (adaptada
para laboratório de informática - ainda não está em funcionamento) e; 01
Refeitório para funcionários. Ressalta-se que não há adaptação quanto à
acessibilidade, pois não há corrimão, rampas para os alunos com deficiência
física e visual, porém há adaptações relativos aos aspectos pedagógicos como
sala de recursos e monitores em sala de aula. Não possui materiais
pedagógicos adaptados, apenas jogos como: memória, quebra-cabeça, dominó
e livros de literatura infantil.

3.3. – PARTICIPANTES

Participaram nesta pesquisa: três pais de alunos com TDAH; quatro


professores que atuam com esses alunos, sendo dois do BIA (Bloco Inicial de
Alfabetização), um da 3ª série e um da 4ª série; e o professor da equipe de
apoio psicopedagógico e três alunos com o transtorno, sendo um do 2° ano do
BIA, um da 3ª série e outro da 4ª série.

A fim de manter o anonimato dos participantes, estes foram


denominados da seguinte forma: os alunos foram iniciados com a letra A
seguida dos respectivos números (A1, A2, A3); a família com a letra F seguida
dos respectivos números (F1, F2, F3), os professores com a letra P seguida
37

dos respectivos números (P1, P2, P3, P4), e o professor da equipe de apoio
psicopedagógico com a letra E.

Dessa forma, todos os alunos são diagnosticados com CID F90.0


(Distúrbios da atividade e da atenção), ou seja, Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade. Na Tabela 1 são apresentadas as características dos
alunos relativos à idade, gênero, série e tipo de TDAH.

Tabela 1 – Características dos Alunos

Alunos Idade Gênero Série Tipo de TDAH


A1 7 anos Masculino 2° ano BIA Combinado
A2 9 anos Feminino 3ª série Combinado
A3 12 anos Masculino 4ª série Combinado

Importante ressaltar que há três tipos de TDAH: tipo predominantemente


desatento (com base no predomínio de sintomas de desatenção), tipo
predominantemente hiperativoimpulsivo (sintomas de hiperatividade), tipo
combinado (combinação de ambos). O A2 além de apresentar TDAH também
apresenta Déficit de Aprendizagem.

Quanto às famílias, serão apresentadas, na Tabela 2, as características


de cada uma em relação às pessoas que residem com o aluno, responsáveis,
sua escolarização e ocupação profissional. Participaram da pesquisa duas mãe
e uma tia que é a mãe adotiva.

Tabela 2 – Características das Famílias


Pessoas que Escolarização dos Ocupação
Família Responsáveis Idade
residem Responsáveis Profissional
Ens. Médio
Pai Mãe 35 anos Dona de Casa
Completo
F1 Mãe
Ens. Médio
Irmã Pai 37 anos Gráfico
Incompleto
Mãe Ens. Fundamental
F2 Mãe 39 anos Cabeleireira
Padrasto Incompleto
38

Irmão Ens. Fundamental Pedreiro -


Padrasto 45 anos
Incompleto Serviços Gerais
Tia
(mãe adotiva) Tia Ens. Fundamental
40 anos Dona de Casa
Tio (mãe adotiva) Incompleto

F3 (pai adotivo)
Avó
Tio Ens. Fundamental
Irmão 41 anos Autônomo
(pai adotivo) Incompleto
Primo

Vale ressaltar que F1 corresponde a família de A1, F2 a família de A2 e


F3 a família de A3.

Na Tabela 3, a seguir, são apresentadas as características dos


professores relativos à idade, gênero, formação profissional, tempo de
docência e se possui formação em TDAH.

Tabela 3 – Características dos Professores


Formação
Tempo
Prof. Idade Gênero Formação Profissional Continuada em
Docência
TDAH
Pedagogia
P1 34 Feminino Pós-graduação em Educação 16 anos Não
Inclusiva (Cursando)
Pedagogia
P2 45 Feminino Pós-graduação em Educação 20 anos Não
Inclusiva (Cursando)
Pedagogia
P3 50 Feminino Pós-graduação em Educação 17 anos Não
Inclusiva (Cursando)
Pedagogia
P4 46 Feminino Especialização em Artes 23 anos Não
Cênicas
Pedagogia 10 anos
E 34 Feminino Especialização em 3 anos na Não
Psicopedagogia Equipe de
39

Apoio

3.4. – MATERIAIS

Para a realização dessa pesquisa foram utilizados os seguintes


materiais:

 Computador
 Impressora
 Papel
 Caneta
 Lápis
 Borracha

3.5. – INSTRUMENTOS DE CONSTRUÇÃO DE DADOS

Para a realização da pesquisa foi utilizado como instrumento o


questionário para professores, equipe de apoio psicopedagógico, pais e aluno.

O questionário com os professores (Apêndice 1) teve como finalidade,


construir dados de identificação, obter características dos alunos em sala de
aula, verificar se os professores possuem estratégias de ensino que promovam
a aprendizagem do aluno com TDAH na sala de aula, o reconhecimento das
particularidades e necessidades dos alunos com TDAH no processo de ensino
aprendizagem quanto às estratégias de ensino, necessidade de avaliação e
currículo diferenciado, e verificar existência de parceria escola - família e como
se dá no processo de inclusão.

Com a Equipe de Apoio Psicopedagógico, o questionário (Apêndice 2)


buscou identificar as adaptações curriculares e sua contribuição no processo
de aprendizagem, verificar necessidade de avaliação e currículo diferenciado,
40

verificar existência de um projeto de adequação curricular e sua implementação


e, verificar existência de parceria escola - família e como se dá no processo de
inclusão.

Já com os pais, o questionário (Apêndice 3) visava construir dados sobre


a identificação pessoal, as concepções de TDAH, a participação na escola,
verificar existência de parceria entre a escola e o grupo em questão, percepção
do trabalho da escola no processo de ensino aprendizagem do filho

O questionário (Apêndice 4) com o aluno teve como finalidade verificar


como o aluno com TDAH percebe e avalia o processo de ensino aprendizagem
em sala de aula e sua interação com os seus pares na sala de aula

3.6. – PROCEDIMENTOS DE CONSTRUÇÃO DE DADOS

O critério de escolha da instituição e dos participantes foi por ser o local


onde trabalho e estou em contato direto com o aluno e com outros professores,
percebendo a necessidade de compreender esses alunos e desenvolver
estratégias pedagógicas para uma efetiva inclusão.

Após anuência da direção da escola e da secretaria da educação do DF,


foi iniciado o estudo com a realização de uma reunião informal entre os
professores que atuam com alunos com TDAH (BIA, 3ª e 4ª série) e a
pesquisadora para apresentar os objetivos da pesquisa. A escolha desses
professores foi devido por atuarem no mesmo turno que a pesquisadora, daí a
facilidade de entrar em contato no horário de coordenação. Após discussão dos
objetivos e definição dos alunos a serem pesquisados, quatro professoras
regentes e a equipe de apoio concordaram em participar da pesquisa,
assinando o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (Anexo 1).

As famílias foram abordadas individualmente no horário em que traziam


ou buscavam seu filho na escola. Foi explicitada a proposta do estudo, os
objetivos, o que consistia e como seria a sua participação. Todas as famílias
41

concordaram em participar e autorizaram a participação de seu filho, conforme


Termo de Consentimento Livre Esclarecido (Anexo 2 e 3).

Os questionários foram respondidos por cinco professores, sendo um da


equipe de apoio psicopedagógico, três mães de alunos com TDAH e três
alunos com esse transtorno. Todos os entrevistados tiveram boa aceitação em
responder os questionários.

Foi realizada, ainda, uma análise documental da escola para obtenção


das informações acerca do contexto da pesquisa e, também, do aluno. Nessa
fase, dois documentos foram consultados e analisados: o Projeto Político
Pedagógico (Ano 2010), com o objetivo de caracterizar o contexto de pesquisa
no que diz respeito ao histórico, missão, objetivos, metas, estrutura física,
organização pedagógica e projetos. E a ficha de matrícula da criança com o
objetivo de obter informações sobre a criança e sua família com relação ao
perfil da família e diagnostico do aluno.

Quanto ao professores participantes, estes receberam o questionário


que foi respondido por escrito. O questionário foi entregue no horário de
coordenação, na qual todos responderam e devolveram no mesmo dia.

Para as famílias também foi entregue um questionário que foi


respondido e entregue no dia seguinte. Todas as famílias responderam os
questionários, não obstante, ressalta que em todas as mães identificaram como
responsáveis em responder os questionários.

Já para os alunos participantes, os questionários foram entregues pelas


professoras regentes no momento em que elas acharam mais oportuno durante
a aula. Todos os alunos responderam o questionário, porém duas professoras
regentes relataram que eles tiveram dúvidas em responder a última questão,
mas responderam logo após a explicação e exemplificação da professora.

3.7 – PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS


42

A análise e discussão dos dados coletados no questionário foram


transcritos integralmente fazendo uma comparação das opiniões dos
professores, equipe de apoio, pais e aluno, a partir dos procedimentos
construídos nessa pesquisa

A partir do objetivo de investigar os fatores que promovem a inclusão de


três alunos com Transtorno de Déficit de atenção e Hiperatividade na sala de
aula do ensino regular em uma escola pública do Distrito Federal, o
procedimento de análise de dados foi iniciado com um estudo do panorama
geral obtido nos questionários.

As respostas dos questionários foram transcritas na integra, apesar de


ter passado por pequenas correções ortográficas, fazendo uma comparação
das opiniões dos professores, equipe de apoio, pais e aluno, a partir dos
procedimentos construídos nessa pesquisa. Para o tratamento dos dados as
respostas foram codificadas, segundo Strauss e Corbin (1990, 1998), de
acordo com a convergência e/ou divergências de uma mesma questão.

A codificação é definida na Teoria Fundamentada de Strauss e Corbin


(1998, p. 103) como um conceito que nomeia um fenômeno de interesse para o
pesquisador; abstrai um evento, objeto, ação, ou interação que tem um
significado para o pesquisador. Os procedimentos de codificação são
denominados de codificação aberta, codificação axial e codificação seletiva.

A codificação aberta envolve em conceituar e categorizar os dados, isso


pode ser realizado parágrafo por parágrafo ou de documentos inteiros, tendo
como resultado uma lista de códigos e categorias. As categorias, segundo
Strauss e Corbin (1998, p. 113), “são agrupamentos de conceitos que são
unidos em um grau de abstração mais alto”. Na codificação axial os
relacionamentos entre as categorias são explicitados de forma a selecionar as
categorias mais relevantes para relacioná-las com as subcategorias. Já na
codificação seletiva uma categoria principal é escolhida para que as outras
sejam agrupadas e integradas, sendo todas relacionadas com a principal
(STRAUSS e CORBIN, 1990, 1998).
43

Assim as respostas dadas pelos sujeitos da pesquisa foram dividas nas


seguintes categorias: 1. Características dos alunos com TDAH na visão dos
professores; 2. Estratégias de Ensino; 2.1. Adequação curricular; 3. Integração
pais, escola e alunos; 4. Inclusão e Sucesso Escolar; 5. Visão dos pais com
relação ao processo de inclusão; 6. Opinião dos alunos com TDAH em relação
ao seu processo de inclusão.
44

IV- RESULTADOS

1. Características dos alunos com TDAH na visão dos professores

Os resultados a seguir são referentes às respostas de quatro


professoras.

Sobre os alunos com TDAH, a Tabela 4 apresenta uma visão dos


professores quanto às características dos alunos com TDAH observadas em
sala de aula relativo a manter-se em silêncio, atento as explicações, finalizar as
tarefas no tempo proposto, participação em grupo e respeito aos colegas.

Tabela 4 – Características dos Alunos com TDAH em sala de aula

Terminar as Participa das


Mantém-se Atento às atividades no discussões em Respeita
em silêncio explicações tempo grupo atendo-se à os colegas
proposto tarefa apresentada
Sempre 1
Quase
1 4
Sempre
Às vezes 3 3 1 2
Raramente 1 1 2 1
Jamais

Observa-se que o número apresentado representa a quantidade de


professores que responderam ao item referente ao seu aluno.

Quanto à observação de outros sintomas do seu aluno com TDAH, os


professores enfatizaram a inquietude (P1 e P4), desorganização (P1 e P4),
ansiedade (P1); falta de atenção, problemas na coordenação motora,
insegurança e vergonha de algumas atitudes instintivas (P2); transtorno de
dislexia como dificuldades nas habilidades de leitura, escrita e interpretação
(P3).
45

2. Estratégias de Ensino e Adequação Curricular

Sobre a estrutura da sala de aula duas professoras (P1 e P4) relatam


utilizar uma rotina de acordo com as disciplinas que irão estudar, P3 relata que
as atividades desenvolvidas são bastante flexíveis de acordo com o emocional
da criança e; P2 relata não haver espaço para atividades diversificadas.

Em relação aos materiais utilizados durante as aulas os professores


listaram: livros com ilustrações (P1 e P3), coloridos (P3), histórias em
quadrinhos (P3), desenhos do seu interesse (P3), músicas (P4), mapas (P4),
materiais concretos (P4), jogos (P1), alfabeto móvel (P1), dicionário (P2),
figuras (P2), tudo que seja mais atrativo para chamar a atenção do aluno.

Os procedimentos de reforço que os professores utilizam durante a aula


para incluir o aluno com TDAH no processo de ensino aprendizagem são as
atividades em grupo (P2), materiais individuais (P2), elogios (P1), combinado/
recompensa (P1 e P4), tarefas mais dinâmicas como desenhos livres e dominó,
“tudo muito breve, pois o aluno dispersa muito rápido” (P3). As atividades do
tipo combinado são regras e instruções, e estas devem ser claras, breves e são
representadas, fisicamente, sob a forma de cartazes e listas e o professor deve
encorajar a criança a repeti-las. Já as atividades do tipo recompensa são
utilizadas na modificação do comportamento sendo que as recompensas são
dadas para estabelecer e incrementar condutas positivas e comportamentos de
atenção, já o castigo ou punição serve para reduzir ou eliminar condutas
negativas e/ou imperativas e desobediência.

Quanto à necessidade de avaliação diferenciada para aluno com TDAH


três professores responderam que há necessidade por meio de uma avaliação
oral, em algumas áreas do conhecimento, conforme grau de comprometimento,
levando em consideração suas limitações e observando o seu
desenvolvimento. A professora da equipe de apoio pedagógico concorda com a
necessidade por meio de uma avaliação mais objetiva e menos extensa. P4
46

acha que seu aluno é muito inteligente e não precisa de avaliação diferenciada
e sim de desenvolver a concentração e o controle corporal.

Sobre a necessidade de um currículo diferenciado, duas professoras


afirmaram ser necessário nas habilidades de leitura, escrita e raciocínio lógico-
matemático (P3), dependendo do nível de aprendizagem do aluno (P4). A
professora da equipe de apoio pedagógico orienta que as adaptações devem
ser feitas no ambiente como o local que a criança senta, bem como na agenda
(relação das atividades ordenadas que o aluno realizará no dia, para que o
mesmo possa visualizar), rotina e combinados (regras e instruções que devem
ser claras, breves e são representadas, fisicamente, sob a forma de cartazes e
listas e o professor deve encorajar a criança a repeti-las). O restante afirmou
não ser necessário porque o aluno com TDAH é muito inteligente e só precisa
de condições favoráveis para seu desenvolvimento (P1) e o que precisa é
pensar na formas didáticas (P2).

As maiores dificuldades no processo de adequação curricular relatados


pelos professores são: falta de informação sobre a própria adequação;
viabilização de recursos; conhecer melhor o aluno com TDAH (P1); sintonia
entre as séries e/ou ciclos em que a criança esteja (P2); inquietude,
principalmente quando o professor também é agitado e (P4); um ambiente
adequado para aplicar como sala reduzida e silenciosa (P3). Já a professora da
equipe de apoio pedagógico relata que a maior dificuldade é fazer acontecer.

De acordo com a professora da equipe de apoio pedagógico, os


responsáveis pela adequação curricular na escola são: os professores da sala
de recursos, os professores da equipe de apoio pedagógico, orientadora,
professor regente e direção. Porém não há parceira com o professor regente,
como deveria ser.

A professora da equipe de apoio relata que a escola possui projeto de


adaptação curricular para alunos com TDAH e esse projeto envolve a
elaboração da própria adequação, o atendimento ao aluno, grupos de vivência,
porém, ainda não foi implementado efetivamente.
47

3. Integração pais, escola e alunos

Quanto à participação dos pais na vida escolar dos alunos com TDAH,
todos os professores afirmam que há uma efetiva participação informando
mudança da medicação, mudança da rotina (P3), falando por telefone, visita à
escola, visita à casa do aluno (P4), atende os chamados da escola (P2) e
participação em reuniões e eventos promovidos pela escola (P1). A professora
da equipe de apoio pedagógico relata que há participação na vida escolar,
porém falta compromisso, e não há participação no processo de adequação
curricular como deveria ser.

Entretanto os pais afirmam participar da vida escolar por meio de


participações de reuniões, indo à escola com frequência, auxiliando nas tarefas
escolares e projetos culturais como o PET. Além de participar de eventos
promovidos pela escola como festas juninas e jogos olímpicos. E que a escola
está sempre em contato através de bilhetes, convocação de palestras, ligação
da professora e reunião como o psicopedagógico para dizer como está o
desenvolvimento do seu filho com TDAH na escola.

Em relação à possibilidade de um trabalho integrado entre escola, pais e


alunos, todos os professores, inclusive a da equipe de apoio, concordam na
possibilidade de haver esse trabalho e que seria por meio de uma melhor
articulação da escola (P4, E), parcerias em projetos pedagógicos, palestras,
grupos de vivências (P1), encontros pedagógicos, rodas de conversas (P2) e
informações dos pais quanto a mudança de rotina, remédios, etc. (P3). Os pais
confirmam que deveria haver na escola (o que foi relatado pelos professores),
mas ressaltam que poderia ser uma vez por semana ou no final de semana,
além de cursos e acompanhamento psicológico.

4. Inclusão e Sucesso Escolar


48

Para ajudar os alunos com TDAH no sucesso escolar na sala de aula, os


professores listaram o que fazem ou propõem fazer: adaptação curricular,
reforço em horário contrário, flexibilizar o tempo para concluir tarefas (P3) e
estabelecer rotina (P3 e P4); trabalho em grupo (P2), compreender o aluno
para oferecer um melhor contexto de aprendizagem (P1).

Sobre o que a escola já conseguiu realizar e realiza para a inclusão e


sucesso escolar do aluno com TDAH, os professores, inclusive da equipe de
apoio pedagógico, identificaram: atividades culturais como passeio, teatro,
cinema (P1 e P4), jogos (P4), palestras com médico especialista (P1), respeitar
limites, valorização de suas potencialidades (P3), grupos de vivências com
pais, professores e alunos e atendimento individualizado ao aluno (E). P2
relatou não haver ações com esse foco, apenas as adaptações curriculares.

Os professores sugeriram como ações, a serem tratadas para uma


efetiva inclusão com qualidade para os alunos com TDAH, as seguintes:
turmas reduzidas e tranquilas (P1, P3 e P4); oferecer curso de formação
continuada na área ou que se interesse pelo assunto (P1 e P4); trabalhar com
aluno junto à família (P4); atendimento pela sala de recursos e pelo orientador
psicopedagógico (P3); estudo minucioso com ações e metas pré-estabelecidas
(P2); terapias com profissionais especializados (P1). A professora da equipe de
apoio pedagógico enfatiza as ações em nível de governo (leis efetivas), a nível
escolar (maior empenho para que a inclusão aconteça de fato) e a nível familiar
(maior acompanhamento). Já os pais afirmam ser necessário um profissional
na área de Educação Física (F2 e F1), inclusão de língua estrangeira (F2),
turmas reduzidas, dois professores em sala de aula e acompanhamento diário
(F1), trabalhar regras e limites com os alunos (F2), professores mais
preparados, reunião com todos os pais da escola, orientar os alunos para não
terem preconceito e discriminação como os colegas (F3).

Quando questionado ao professor, qual a sua opinião sobre o papel do


professor dentro da escola para a inclusão do aluno com TDAH, eles
identificaram: trabalhar em conjunto com outros profissionais e família (P1 e
P2), conhecer o aluno e buscar conhecimento sobre o TDAH (P1); sensibilizar
49

pais, alunos e professores e criar metodologias voltadas para cada dificuldade


(P2); divulgar sobre a necessidade de atendimento diferenciado, com turmas
reduzidas e o permanente apoio da equipe multidisciplinar (P3).

Na opinião da professora da equipe de apoio, o papel dessa área de


atuação envolve atendimento, acompanhamento e sensibilização de pais,
professores e alunos.

As possibilidades de atuação, listada pelos professores, para a inclusão


e sucesso escolar do aluno com TDAH, são: parceria com a família (P1, P2 e
P4), conhecer o TDAH (P1 e P4), estabelecer uma relação afetiva (P1),
vontade, determinação, postura firme, apoio, incentivo (P4), sensibilidade (P2),
formação continuada (P3) e intercambio com a equipe multidisciplinar da
escola: orientadora, sala de recursos, psicopedagoga e contato com o médico
(P3). E a possibilidade de atuação da equipe de apoio psicopedagógico listada
pela profissional da área é intervenções junto ao aluno, aos pais e professores.

5. Visão dos pais com relação ao processo de inclusão

Os pais concordam com o diagnóstico dos filhos visto que os mesmos


apresentam os sintomas de hiperatividade, sendo que F2 enfatiza que o filho
“tem dificuldade de aprender a ler e escrever, fica o tempo todo em pé
mexendo as mãos”. E acham que sua parceira com escola ajudaria no
processo de inclusão do seu filho de forma a participar de reuniões, estar
sempre em contato com a escola e a necessidade de atividades esportivas.

Todos os pais concordam que a escola realiza um trabalho diferenciado


com seu filho para ajudá-lo na escolarização, e os identifica por meio de
eventos culturais fora da escola, aulas de reforço, professores preparados e
uma equipe de apoio que ajuda no aprendizado.
50

6. Opinião dos alunos com TDAH em relação ao seu processo de


inclusão

Ao verificar a opinião dos alunos com TDAH em relação ao seu processo


de inclusão, A1 afirma que a “professora é boazinha e ela não briga comigo, eu
quero aprender a ler e escrever e ser bombeiro”, A2 afirma que gosta de
estudar porque é bom e muito legal, enquanto que A3 diz gostar mais ou
menos porque estudar serve para aprender. Quanto à sala de aula afirmam
gostar por causa dos colegas e porque a sala é linda e bonita.

Sobre o que mais gostam da sala de aula A1 afirmar gostar de escrever,


realizar tarefas, conversar e desenhar, A2 de estudar matemática e A3 das
atividades. E o que menos gostam A1 cita a bagunça e pintar, A2 quando os
meninos gritam e, A3 quando a professora passa texto para casa. Na hora do
recreio A2 E A3 relatam que brincam de bola e A1 de correr, brincar “com o
Pedro e as meninas”.

Quanto ao tipo de atividade que o professor passa que mais gostam, A1


relata de brincar e desenhar, A2 de cruzadinhas, A3 de artes, “porque todo
mundo senta junto”. E as que não gostam, A1 cita ler palavras difíceis, A2
geografia e história e A3 atividades que envolvam texto como leitura e
interpretação, ambos justificam que os textos são extensos.

Em relação ao que falta na sala para os estudos se tornarem mais


interessantes, A2 afirma estudar mais, prestar mais atenção, não conversar,
enquanto A1 e A3 identificam a necessidade de aula de informática e A1 ainda
complementa a necessidade de livros legais, mais de uma professora para
ensinar a ler e escrever, “queria que a professora não saísse de perto de mim”.
51

IV – DISCUSSÃO TEÓRICA DOS RESULTADOS

Embora a compreensão acerca do TDAH tenha avançado, as crianças


com TDAH, segundo Herrero (2000), continuam encontrando dificuldades
significativas em sua adaptação escolar, familiar e social. Diante disso, o
objetivo dessa pesquisa foi investigar os fatores que promovem a inclusão de
três alunos com Transtorno de Déficit de atenção e Hiperatividade.

Com relação às características dos alunos com TDAH, os resultados


obtidos são similares as características apresentadas por Barkley (2002) e
Herrero (2000) na qual descrevem: atividade motora excessiva, desatenção e
impulsividade; dificuldade para seguir regras e instruções; iniciam tarefas ou
testes sem ler as instruções com cuidado; termina tarefas que lhe são
designadas; não consegue concentrar-se e se distrai com facilidade; muda de
uma atividade incompleta para outra; variabilidade extrema em suas respostas
a situações e; problemas consideráveis para conter suas respostas frente a
uma situação e para pensar antes de agir. No entanto a característica citada
por Herrero (2000), associação com o comportamento antissocial, diverge do
resultado na qual apresentou que quase sempre respeita os colegas e participa
das discussões em grupo, observando-se então, que os sujeitos investigados
apresentam comportamento social. Isso pode ocorrer devido boas práticas
parentais, ou seja interações positivas na família que refletem na escola. Essa
observação é de grande valia para futuros estudos.

Os resultados mostram também que duas professoras utilizam rotinas


estruturadas, conforme sugerem Barkley (2002) e Herrero (2000), bem como
intercalam tarefas passivas com ativas. Quanto aos procedimentos de reforço
citados pelos professores como materiais individuais, elogios, combinado/
recompensa e dinâmicas condizem com a proposta de Herrero (2000) na qual
consiste em combinar o reforço positivo contingente com os comportamentos
desejados e procedimentos como o custo da resposta ou o isolamento para
52

eliminar os comportamentos de desobediência ou comportamentos gravemente


perturbadores.

Em relação à adequação curricular observa-se, nos resultados, que há


divergências sobre a necessidade dessa, pois duas professoras afirmaram ser
necessário nas habilidades de leitura, escrita e raciocínio lógico-matemático,
dependendo do nível de aprendizagem do aluno e o restante afirmou não ser
necessário porque o aluno com TDAH é muito inteligente e só precisa de
condições favoráveis para seu desenvolvimento e o que precisa é pensar na
formas didáticas. Isso justifica-se, segundo resposta da professora da equipe
de apoio psicopedagógico, pelo fato de que por não haver parceria entre o
professores da sala de recurso, orientadora e professora da equipe de apoio
psicopedagógico com o professor regente, resulta na dificuldade do processo
de adequação curricular. Isso implica no baixo rendimento do aluno, pois sem
uma flexibilização no currículo, adequando-o às potencialidades do aluno, as
oportunidades de aprendizagem serão mínimas. Essa situação diverge do que
é proposto nos PCNs (1998), pelo MEC (2000), Herrero (2000) e Giné e Ruiz
(1995) na qual sugerem que a escola precisa considerar o seu cotidiano, levar
em conta as necessidades e capacidades dos seus alunos, os valores que
orientam a prática pedagógica e adequá-los a diferentes situações, grupos e
pessoas para o qual o aluno com TDAH se destina. Por isso a necessidade de
um trabalho conjunto, ou seja, parceria com todos os envolvidos no processo
educacional do aluno com TDAH, incluindo também a família.

Os resultados apontam sugestões de professores regentes, professor da


equipe de apoio e pais, com relação à possibilidade de parceria entre pais e
escola como: parcerias em projetos pedagógicos, palestras, grupos de
vivências, encontros pedagógicos, rodas de conversas, promover cursos e
acompanhamento psicológico. Os pais sugerem, também, que isso poderia ser
uma vez por semana ou no final de semana. Essas sugestões vão ao encontro
com vários autores: Barkley (2002), Herrero (2000), Rocha e Del Prette (2010)
e Keller-Laine (1998); na qual enfatizam a importância da comunicação
frequente escola-família e sobretudo aliados no processo de inclusão do aluno
com TDAH. Keller-Laine (1998) ressalta que é necessário planejar e
53

implementar ações que assegurem as parcerias entre a família e a escola


visando a busca de soluções para desafios enfrentados pela comunidade
escolar.

Para o sucesso e inclusão escolar do aluno com TDAH os resultados


mostram sugestões de ações a serem tratadas para um efetivo sucesso e
inclusão com qualidade que não acontece na escola, mas que são orientadas
por Barkley (2002) e Dutra (2010), são elas: turmas reduzidas; haja apenas um
aluno com TDAH na turma; assistência extra para auxiliar o professor, como
educadores especializados; relação positiva entre professor-aluno pode
melhorar as adaptações acadêmicas e; comunicação escola-casa aberta e
frequente. Já o Ministério da Educação enfatiza a necessidade de
acompanhamentos especializados em salas de recursos e orientação
educacional que venham dar continuidade ao trabalho do professor regente, ou
seja, haja parceria. Isso, conforme os resultados, acontece na escola, mas de
forma segregada o que implica em acompanhamentos que não atendam as
reais necessidades dos alunos, visto que não há uma efetiva participação com
o professor regente, conforme relata a professora da equipe de apoio
especializado.

Observa-se, nas falas dos alunos com TDAH, em relação ao tipo de


atividade que o professor passa que mais gostam como: brincar, desenhar,
fazer cruzadinhas e realizar atividades de artes, condiz com os materiais e
estratégias listadas pelos professores como: colorir, fazer desenhos do seu
interesse, utilizar materiais concretos, jogos, figuras e tarefas dinâmicas.
Também percebe-se que as atividades que os alunos não gostam como ler
palavras difíceis, disciplinas de geografia e história e atividades que envolvam
texto como leitura e interpretação, evidenciam as características do TDAH
citados por Barkley (2002) e Herrero (2000), principalmente quando os alunos
justificam que os textos são extensos.

Em relação ao que falta na sala para os estudos se tornarem mais


interessantes, algumas respostas dos alunos foram: ter mais de uma
professora em sala para ensinar a ler e escrever (ou seja, para que possam ter
54

mais atenção e auxiliá-lo individualmente) e aula de informática; condizem com


as sugestões dos professores quanto às ações a serem tratadas para um
efetivo sucesso e inclusão com qualidade que não acontece na escola. A
necessidade de estudar mais, prestar mais atenção, não conversar, relatada
por A2, evidencia o sintoma do TDAH relatado pela mãe: “tem dificuldade de
aprender a ler e escrever, fica o tempo todo em pé mexendo as mãos”. A1
relata a necessidade de livros legais, o que diverge dos resultados dos
professores quanto aos materiais listados que utilizam nas aulas: livros com
ilustrações, histórias em quadrinhos, dicionário. Com isso observa-se que,
apesar dos professores utilizarem os materiais listados como interessantes e
envolventes para os alunos, há necessidade dos alunos terem mais voz no
processo de ensino aprendizagem, principalmente para expressar suas
necessidades, vontades, desejos e gostos.

Dessa forma, é importante observar a visão dos alunos, na qual os


resultados apresentam o que é explicitado por Barkley (2002), que as crianças
com TDAH lutam para manter sua atenção em atividades mais longas que as
usuais, especialmente aquelas mais maçantes, repetitivas ou tediosas, como
tarefas e trabalhos desinteressantes, leituras extensas, prestar atenção a
explicação sobre assuntos desinteressantes e finalizar projetos intensos.
55

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Introdução

Nesse estudo buscou-se aprofundar o conhecimento acerca da inclusão


dos alunos com TDAH na percepção de pais, professores e do próprio aluno,
bem como, oferecer subsídios para as propostas de estratégias pedagógicas
que promovam a aprendizagem desses alunos no contexto escolar.

Dessa forma o objetivo dessa pesquisa é investigar os fatores que


promovem a inclusão de três alunos com Transtorno de Déficit de atenção e
Hiperatividade na sala de aula do ensino regular em uma escola pública do
Distrito Federal, por meio dos seguintes objetivos específicos: verificar avanços
no desenvolvimento do aluno com TDAH e sua percepção quanto ao processo
de inclusão; identificar e analisar se há uma relação de parceria entre a escola
e a família; investigar se a participação da família contribui no processo de
inclusão do aluno com TDAH e como se dá essa contribuição; identificar os
tipos de adaptações curriculares realizadas pela equipe de apoio e
aprendizagem e como contribuem para o desenvolvimento e a aprendizagem
do aluno com TDAH; verificar se os professores possuem estratégias de ensino
que promovam a aprendizagem do aluno com TDAH na sala de aula e verificar
a interação entre o aluno com TDAH e seus pares em sala de aula

Resumo das principais contribuições

Nessa pesquisa foi constatado que o professor em sala de aula


reconhece as particularidades e necessidades dos alunos com TDAH no
processo de ensino aprendizagem quanto às estratégias de ensino.
56

Também foi identificado que três professoras utilizam em sala de aula


estratégias de ensino diferenciadas como rotina de acordo com as disciplinas
que irão estudar e atividades flexíveis para o aluno com TDAH, porém um
professor relata não haver tempo para estratégias diferenciadas de ensino.
Sendo que os procedimentos de reforço utilizados pelos professores durante a
aula são: as atividades em grupo, materiais individuais, elogios, combinado/
recompensa, tarefas mais dinâmicas como desenhos livres e dominó.

Em relação aos materiais utilizados pelos professores no processo de


ensino aprendizagem e processo de inclusão foram listados: livros com
ilustrações, coloridos, histórias em quadrinhos, desenhos, músicas, mapas,
materiais concretos, jogos, alfabeto móvel, dicionário, figuras.

Os professores percebem a necessidade de uma avaliação diferenciada


e sugerem que seja feito por meio de uma avaliação oral, em algumas áreas do
conhecimento, conforme grau de comprometimento, levando em consideração
suas limitações e observando o seu desenvolvimento, com exceção de uma
professora que percebe que seu aluno com TDAH não necessita de uma
avaliação diferenciada, relatando que necessita apenas de desenvolver a
concentração e o controle corporal.

Sobre a necessidade de um currículo diferenciado dois professores


relatam ser necessário nas habilidades de leitura, escrita e raciocínio lógico-
matemático, porém duas professoras afirmam não haver essa necessidade. A
professora da equipe de apoio psciopedagógico orienta que adaptação também
deve ser feita no ambiente da sala de aula, bem como na agenda, rotina e
combinados.

Os responsáveis pela adequação curricular na escola são: os


professores da sala de recursos, os professores da equipe de apoio
pedagógico, orientadora, professor regente e direção. Porém não há parceira
com o professor regente, como deveria ser.

As maiores dificuldades no processo de adequação curricular relatados


pelos professores são: falta de informação sobre a própria adequação;
viabilização de recursos; conhecer melhor o aluno com TDAH; sintonia entre as
57

séries e/ou ciclos em que a criança esteja; inquietude, principalmente quando o


professor também é agitado e; um ambiente adequado para aplicar como sala
reduzida e silenciosa.

A equipe pedagógica possui um projeto de adequação curricular para os


alunos com TDAH e envolve a elaboração da própria adequação, o
atendimento ao aluno, grupos de vivência, porém ainda não foi implementado.

Há uma parceria entre a escola e a família e essa se dá por meio da


comunicação, visita à escola, visita a casa do aluno, participação de reuniões e
eventos promovidos pela escola, porém a professora da equipe de apoio
pedagógico relata que não há participação no processo de adequação
curricular como deveria ser.

Os alunos com TDAH demonstram gostar da sala de aula, dos colegas e


da professora, sendo que as atividades que mais gostam envolvem
brincadeiras, jogos, desenhos e pinturas, e o que menos gostam envolve
atividades de leitura e interpretação quando há textos extensos.

Os alunos percebem a necessidade de aula de informática, mais uma


professora em sala para auxiliá-lo e livros legais.

Recomendações para estudos futuros:

Os resultados obtidos sugerem, para futuros estudos, algumas temáticas


para investigação. Dentre eles, investigar quais as possíveis estratégias
utilizadas com alunos com TDAH que não apresentam problemas de
comportamento em sala de aula, e nesse sentido, investigar fatores que
maximizam os comportamentos pró-sociais e, também, aqueles que minimizam
comportamentos mal adaptativos, visto que uma das características desse
transtorno é o comportamento anti-social.

Quanto à adequação, sugere-se pesquisas futuras que proponham


implementações e avaliação de diversas estratégias e técnicas a serem
58

utilizadas pelo professor para a adequação curricular e adequação na


avaliação e seus métodos.

Sugere-se também a utilização de instrumentos de construção de dados


diversos bem como observações em sala de aula possibilitando maior precisão
nos resultados.

Por fim sugere-se analisar a importância do envolvimento e do trabalho


coletivo dos profissionais de educação, tanto na elaboração curricular, quanto
no atendimento do aluno e se há um maior comprometimento nesse processo,
pois a garantia da aprendizagem do aluno com TDAH também envolve um
currículo flexibilizado que maximize as potencialidades e oportunidade de
aprendizagem do aluno. E isso só ocorre com eficiência se houver um trabalho
conjunto, ou seja, uma parceira com todos os envolvidos no processo
educacional do aluno com TDAH, incluindo também a família.
59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

America Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de


transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2002.

BARKLEY, R. A. TDAH. Guia completo para pais e professores. Porto


Alegre: Artmed, 2002.

BENCZIK, E. B. P. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade:


atualização diagnóstica e terapêutica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.

BOGDAN, R. ; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma


introdução à teoria e aos métodos. Coleção Ciências de Educação, nº 12.
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educacionais especiais. Brasília: CORDE, 1994.

_____. Lei n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece de Diretrizes e


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_______. Projeto Escola Viva - Garantindo o acesso e permanência de


todos os alunos na escola - Alunos com necessidades educacionais
especiais. Adaptações Curriculares de Grande Porte, Brasília: Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Especial, Volume 5, 2000.

_______. Orientações gerais para o ensino fundamental de 9 anos: Bloco


Inicial de Alfabetização. Versão Revista. Secretaria de Estado de Educação.
Brasília: Subsecretaria de Educação Pública, abr. 2006.

_______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares


Nacionais : Adaptações Curriculares - Estratégias para a Educação de
Alunos com Necessidades Educacionais Especiais/ Secretaria de
Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial. – Brasília : MEC
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BROMBERG, M. C. TDAH – Um transtorno quase desconhecido. Edição


Revisada. Curitiba: GOTAH, 2005.

CONDEMARÍN, M., Gorostegui, M. E., & Milicic, N. (2006). Transtorno de


déficit de atenção: Estratégias para o diagnóstico e a intervenção
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CYPEL, S. A criança com Déficit de Atenção e Hiperatividade: atualização


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60

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2007, vol.17, nº 36. p.21-36.

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Educação do Centro Educacional. In: Coll, César et alli. Desenvolvimento
psicológico e educação: necessidades educativas especiais e aprendizagem
escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995

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em ciências sociais. 7ª ed. Rio de janeiro: Record, 2003.

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Contribuições para o estudo da inclusão (MOD.05)

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Mães de Crianças com TDAH e a Inclusão Escolar. Psicologia
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Janeiro: WVA,1997
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WINNICOTT, D. W. Moral e educação. In O ambiente e os processos de


maturação (pp.88-98). Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.
62

APÊNDICES
63

Universidade de Brasília – UnB


Instituto de Psicologia – IP
Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento – PED
Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar

QUESTIONÁRIO EQUIPE DE APOIO PEDAGÓGICO

Gênero: ( )feminino ( )masculino

Idade: ________________________

Formação profissional: ____________________________________________

Tempo de docência: ______________________________________________

Tempo na Equipe de Apoio Pedagógico: _____________________________

Possui formação continuada em TDAH: ______________________________


Como sua formação continuada contribui para o processo de inclusão do aluno com
TDAH?

1) Na sua opinião, você acha que o aluno com TDAH necessita de avaliação
diferenciada?

( ) Sim. Que tipo?

( ) Não. Por quê?

2) Na sua opinião, você acha que o aluno com TDAH necessita de um currículo
diferenciado?

( ) Sim. Em quais matérias?

( ) Não. Por quê?

Se sua resposta foi sim para a questão 2, que tipo de adaptações no currículo você
acha necessário?

3) Quem é (são) o (os) responsável(is) pela adequação curricular na escola?

4) Há uma parceria com o professor regente no seu atendimento?

( ) Não. Por quê?

( ) Sim. De que maneira?

5) Quais seriam as maiores dificuldades no processo de adequação curricular?

6) Os pais participam do processo de adequação curricular?

( ) Não.
64

( ) Sim. De que forma?

7) Os pais participam da vida escolar do aluno?

( ) Não.

( ) Sim. De que forma?

8) É possível a realização de um trabalho integrado entre escola, pais e alunos?

( ) Não. Por quê?

( ) Sim. De que maneira e quais seriam os benefícios e melhorias, na sua opinião?

9) O que a escola já realizou e realiza para a inclusão e o sucesso escolar do aluno


com TDAH?

10) A escola possui algum projeto de adaptação curricular para alunos com TDAH? Se
sim, como é este projeto? E o que já conseguiu implementar efetivamente em sala de
aula?

11) Que ações deveriam ser traçadas para uma efetiva inclusão com qualidade para o
aluno com TDAH?

12) Na sua opinião, qual é o papel da equipe pedagógica dentro da escola para a
inclusão do aluno com TDAH?

13) Quais são as possibilidades de atuação da equipe de apoio pedagógico para a


inclusão e sucesso escolar do aluno com TDAH?
65

Universidade de Brasília – UnB


Instituto de Psicologia – IP
Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento – PED
Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar

QUESTIONÁRIO PROFESSOR

Gênero: ( )feminino ( )masculino

Idade:________________________

Formação profissional: _____________________ Ano de formação:______

Tempo de docência: ______________________________________________

Possui formação continuada em TDAH: ______________________________

Como sua formação continuada contribui para o processo de inclusão do aluno com
TDAH?

1)Sobre o aluno com TDAH

a) Mantém-se em silêncio

( ) Sempre

( ) Quase sempre

( ) Ás vezes

( ) Raramente

( ) Jamais

b) Fica atento às explicações

( ) Sempre

( ) Quase sempre

( ) Ás vezes

( ) Raramente

( ) Jamais

c) Tenta terminar as atividades no tempo proposto

( ) Sempre

( ) Quase sempre
66

( ) Ás vezes

( ) Raramente

( ) Jamais

d) Participa das discussões em grupo atendo-se à tarefa apresentada

( ) Sempre

( ) Quase sempre

( ) Ás vezes

( ) Raramente

( ) Jamais

e) Respeita os colegas

( ) Sempre

( ) Quase sempre

( ) Ás vezes

( ) Raramente

( ) Jamais

f) Que outros sintomas do TDAH você observa no seu aluno com esse
transtorno?

g) Como é a Estrutura de sua Aula?

h) Quais são os materiais que você utiliza durante a aula para o processo de
aprendizagem do aluno com TDAH?

i) Quais os procedimentos de reforço que você utiliza durante a aula para incluir o
aluno com TDAH no processo de ensino aprendizagem?

2) Na sua opinião, você acha que o aluno com TDAH necessita de avaliação
diferenciada?

( ) Sim Que tipo?

( ) Não. Por quê?

3) Na sua opinião, você acha que o aluno com TDAH necessita de um currículo
diferenciado?

( ) Sim. Em quais matérias?

( ) Não. Por quê?


67

Se sim, que tipo de adaptações você acha necessário?

4) Quais seriam as maiores dificuldades no processo de adequação curricular?

5) Os pais participam da vida escolar do aluno? De que forma?

6) É possível a realização de um trabalho integrado entre escola, pais e alunos? De


que maneira seria?

7) O que você tem conseguido fazer ou proposto fazer para ajudar os alunos com
TDAH no sucesso escolar na sua sala de aula?

8) O que a escola já conseguiu realizar e realiza para a inclusão e o sucesso escolar


do aluno com TDAH?

9) Que ações deveriam ser traçadas para uma efetiva inclusão com qualidade para o
aluno com TDAH?

10) Na sua opinião, qual é o papel do professor dentro da escola para a inclusão do
aluno com TDAH?

11) Quais são as possibilidades de atuação do professor para a inclusão e sucesso


escolar do aluno com TDAH?
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Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento – PED
Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar

QUESTIONÁRIO PAIS

Responsável:

( ) Pai

( ) Mãe

( ) Outro. Especifique: ___________________________________

Quantas pessoas residem com o aluno?___________. Quais são? _______________

_____________________________________________________________________

Grau de escolaridade da mãe:

[....] Ensino Fundamental incompleto

[....] Ensino Fundamental completo

[....] Ensino Médio incompleto

[....] Ensino Médio completo

Grau de escolaridade do pai:

[....] Ensino Fundamental incompleto

[....] Ensino Fundamental completo

[....] Ensino Médio incompleto

[....] Ensino Médio completo

Profissão da mãe: ___________________________________________

Profissão do pai: ____________________________________________

1) Você participa da vida escolar de seu filho?

( ) Não. Por quê?

( ) Sim. Como?

2) A escola está sempre em contato com você para dizer como está o
desenvolvimento do seu filho na escola?

( ) Não
69

( ) Sim. De que maneira?

3) Você participa dos eventos escolares promovidos pela escola?

( ) Sim. Quais?

( ) Não. Por quê?

4) O seu filho foi diagnosticado com TDAH, você concorda com esse diagnóstico? Por
quê?

5) Você acha que sua parceria com a escola ajudaria no processo de inclusão de seu
filho? De que forma?

6) A escola realiza um trabalho diferenciado com seu filho para ajudá-lo na


escolarização? Se sim, o que a escola fez e faz?

7) É possível a realização de um trabalho integrado entre escola, pais e alunos? De


que maneira seria?

8) Que ações deveriam ser traçadas (ou o que você acha que a escola deveria fazer)
para uma efetiva inclusão com qualidade para o seu filho? Os professores, a equipe
pedagógica, os colegas de sala...
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Instituto de Psicologia – IP
Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento – PED
Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar

QUESTIONÁRIO ALUNO

1) Você gosta de estudar? Por quê?

2) Você gosta da sua sala de aula? Por quê?

3) O que você mais gosta em sua sala de aula?

4) O que você menos gosta em sua sala de aula?

5) O que você faz na hora do recreio (intervalo)?

6) Que tipo de atividades que o professor passa em sala de aula e que você gosta?
Por quê?

7) Que tipo de atividades que o professor passa em sala de aula e que você não
gosta? Por quê?

8) O que falta em sala de aula para os estudos se tornarem mais interessantes, na sua
opinião? (pode ser mais de um item)
71

ANEXOS
72

Universidade de Brasília – UnB


Instituto de Psicologia – IP
Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento – PED
Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Senhores Professores,

Sou orientanda do Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão


Escolar, realizado pelo Instituto de Psicologia por meio da Universidade Aberta do Brasil- Universidade de
Brasília (UAB-UnB) e estou realizando um estudo sobre A Inclusão do Aluno com Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade em Turma Regular do BIA – Bloco Inicial de Alfabetização. Este estudo poderá
fornecer às instituições de ensino subsídios para o planejamento de atividades, com vistas à promoção
de condições favoráveis ao pleno desenvolvimento dos alunos em contextos inclusivos e, ainda,
favorecer o processo de formação continuada dos professores neste contexto de ensino.
Constam da pesquisa: questionários a serem respondidos pelos professores, equipe de apoio e
aprendizagem, aluno e família e observações rotineiras e cotidiano do aluno, no intuito de investigar os
fatores que promovem a inclusão do aluno com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Para
isso, solicito sua autorização para participação no estudo.
Esclareço que esta participação é voluntária. Você poderá deixar a pesquisa a qualquer
momento que desejar, sem que isto lhe acarrete qualquer prejuízo. Asseguro-lhe que sua identificação
não será divulgada em hipótese alguma e que os dados obtidos serão mantidos em total sigilo, sendo
analisados coletivamente.
Caso tenha alguma dúvida sobre o estudo, o(a) senhor(a) poderá me contatar pelo telefone
3901-6614 ou no endereço eletrônico cristineaparecida@uol.com.br. Se tiver interesse em conhecer os
resultados desta pesquisa, por favor, indique um e-mail de contato.
Agradeço antecipadamente sua atenção e colaboração.

Respeitosamente,

-----------------------------------------------
Cristine Aparecida de Paiva Gomes
Orientanda do Curso de Especialização em
Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar – EsDH UAB – UnB
Concorda em participar do estudo? ( ) Sim ( ) Não
Nome: ____________________________________________________________________
Assinatura: ________________________________________________________________
E-mail (opcional): __________________________________________________________
73

Universidade de Brasília – UnB


Instituto de Psicologia – IP
Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento – PED
Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Senhores Pais e/ou Responsáveis,

Sou orientanda do Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão


Escolar, realizado pelo Instituto de Psicologia por meio da Universidade Aberta do Brasil- Universidade de
Brasília (UAB-UnB) e estou realizando um estudo sobre A Inclusão do Aluno com Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade em Turma Regular do BIA – Bloco Inicial de Alfabetização. Este estudo poderá
fornecer às instituições de ensino subsídios para o planejamento de atividades, com vistas à promoção
de condições favoráveis ao pleno desenvolvimento dos alunos em contextos inclusivos e, ainda,
favorecer o processo de formação continuada dos professores neste contexto de ensino.
Constam da pesquisa: questionários a serem respondidos pelos professores, equipe de apoio e
aprendizagem, aluno e família e observações rotineiras e cotidiano do aluno, no intuito de investigar os
fatores que promovem a inclusão do aluno com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Para
isso, solicito sua autorização para a participação do seu filho no estudo.
Esclareço que esta participação é voluntária. O seu filho poderá deixar a pesquisa a qualquer
momento que desejar, sem que isto lhe acarrete qualquer prejuízo. Asseguro-lhe que sua identificação
não será divulgada em hipótese alguma e que os dados obtidos serão mantidos em total sigilo, sendo
analisados coletivamente.
Caso tenha alguma dúvida sobre o estudo, o(a) senhor(a) poderá me contatar pelo telefone
3901-6614 ou no endereço eletrônico cristineaparecida@uol.com.br. Se tiver interesse em conhecer
os resultados desta pesquisa, por favor, indique um e-mail de contato.
Agradeço antecipadamente sua atenção e colaboração.

Respeitosamente,

-----------------------------------------------
Cristine Aparecida de Paiva Gomes
Orientanda do Curso de Especialização em
Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar – EsDH UAB – UnB
Concorda em participar do estudo? ( ) Sim ( ) Não
Nome: ____________________________________________________________________
Assinatura: ________________________________________________________________
E-mail (opcional): __________________________________________________________
74

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Instituto de Psicologia – IP
Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento – PED
Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Senhores Pais e/ou Responsáveis,

Sou orientanda do Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão


Escolar, realizado pelo Instituto de Psicologia por meio da Universidade Aberta do Brasil- Universidade de
Brasília (UAB-UnB) e estou realizando um estudo sobre A Inclusão do Aluno com Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade em Turma Regular do BIA – Bloco Inicial de Alfabetização. Este estudo poderá
fornecer às instituições de ensino subsídios para o planejamento de atividades, com vistas à promoção
de condições favoráveis ao pleno desenvolvimento dos alunos em contextos inclusivos e, ainda,
favorecer o processo de formação continuada dos professores neste contexto de ensino.
Constam da pesquisa: questionários a serem respondidos pelos professores, equipe de apoio e
aprendizagem, aluno e família e observações rotineiras e cotidiano do aluno, no intuito de investigar os
fatores que promovem a inclusão do aluno com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Para
isso, solicito sua autorização para participação no estudo.
Esclareço que esta participação é voluntária. Você poderá deixar a pesquisa a qualquer
momento que desejar, sem que isto lhe acarrete qualquer prejuízo. Asseguro-lhe que sua identificação
não será divulgada em hipótese alguma e que os dados obtidos serão mantidos em total sigilo, sendo
analisados coletivamente.
Caso tenha alguma dúvida sobre o estudo, o(a) senhor(a) poderá me contatar pelo telefone
3901-6614 ou no endereço eletrônico cristineaparecida@uol.com.br. Se tiver interesse em conhecer os
resultados desta pesquisa, por favor, indique um e-mail de contato.
Agradeço antecipadamente sua atenção e colaboração.

Respeitosamente,

-----------------------------------------------
Cristine Aparecida de Paiva Gomes
Orientanda do Curso de Especialização em
Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar – EsDH UAB – UnB
Concorda em participar do estudo? ( ) Sim ( ) Não
Nome: ____________________________________________________________________
Assinatura: ________________________________________________________________
E-mail (opcional): __________________________________________________________

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