S CCSDC Charley

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Charlie Brown Jr.

é uma banda brasileira de rock formada em 1992 na cidade de


Santos, por Chorão (vocal), Champignon (baixo), Marcão Britto (guitarra), Thiago
Castanho (guitarra) e Renato Pelado (bateria). Sua discografia contabiliza 13
álbuns de estúdio lançados, 4 álbuns ao vivo e 7 DVDs. Excetuando Chorão, todos os
membros da banda são naturais de Santos, uma vez que o vocalista é natural de São
Paulo.

A banda encerrou suas atividades em 2013, quando na madrugada do dia 6 de março


daquele ano, Chorão foi encontrado morto em seu apartamento em São Paulo, devido a
uma overdose de cocaína. Posteriormente a isso os demais membros do Charlie Brown
Jr. se reuniram em projetos distintos para preservar a memória de Chorão e manter o
seu legado vivo.

Atualmente, os antigos membros do banda, como exceção de Renato Pelado e Heitor


Gomes, seguem apresentando a obra do Charlie Brown Jr. por todo o Brasil com o
projeto Marcão Britto & Thiago Castanho - Charlie Brown Jr. 30 Anos.[5] O projeto
está em circulação de 2022 e conta com Egypcio (ex-Tihuana) nos vocais.[6]

Em 2013, logo após à morte de Chorão, os membros remanescentes chegaram a mudar o


nome da banda para A Banca, com Champignon assumindo os vocais.[7][8] Porém, o
grupo encerrou as atividades em setembro do mesmo ano, após Champignon cometer
suicídio em sua casa, também em São Paulo, na madrugada do dia 9 daquele mês.[9]

Em 2019, Marcão Britto, Heitor Gomes e Pinguim fizeram uma turnê com convidados nos
vocais.[10]

Em julho de 2015, um levantamento do Deezer revelou que o Charlie Brown Jr. é a


segunda banda de rock brasileira mais ouvida no exterior, atrás apenas do
Sepultura.[11] Em setembro de 2015, uma pesquisa similar da Billboard Brasil
divulgou uma lista com 47 bandas e artistas brasileiros, na qual o Charlie Brown
Jr. ficou na 31ª posição, o quarto grupo (depois do Sepultura, Natiruts e
Tribalistas).[12]

História
Início
Em 1987, Chorão se mudou para Santos, litoral de São Paulo após uma infância
traumática. Passou a se interessar pela prática do skate, chegando a figurar nas
melhores posições do ranking de vários campeonatos brasileiros. Ele teve uma
entrada repentina no cenário musical. Um dia, em um bar local, substituiu o
vocalista de uma banda, quando este precisou ir ao banheiro. Uma pessoa da plateia,
ao vê-lo cantar, fez um convite para integrar sua banda.

Em 1990, quando o baixista saiu, Champignon, com apenas 12 anos de idade, foi
apresentado a Chorão por músicos conhecidos que frequentavam o mesmo estúdio do
cantor, na cidade de São Vicente, para fazer um teste para baixista. Os dois
formaram então a banda What's Up.[13][14] Não há registros da What's Up disponíveis
na internet, mas a banda, segundo relatos, fazia um som semelhante ao thrash metal,
hardcore punk e crossover. As letras eram em inglês e a pegada era como a de bandas
como Biohazard e Suicidal Tendencies.[15] Os dois tentaram divulgar a banda pela
cidade.[14]

Em 1993, se juntaram à dupla os guitarristas Marcão Britto e Nando Bassetto e o


baterista Vini. Foi com essa formação que a banda gravou sua primeira demo, também
em 1993, contendo as músicas "Shake" e "Prostitute Society", a primeira sendo mais
tarde rearranjada, adaptada para a língua portuguesa e gravada no álbum
Transpiração Contínua Prolongada, em 1997, com o título "Sheik".[16] Já com esta
formação, começaram a tocar no circuito underground de Santos e São Paulo e fazer
shows em vários campeonatos de skate.
Pouco tempo depois, Vini e Nando Bassetto foram substituídos por Renato Pelado e
Thiago Castanho, respectivamente, completando a primeira formação do grupo, que
ainda não tinha nome.[17] Daquela época, restava apenas um registro em VHS
deteriorado, divulgado pelo guitarrista Marcão Britto apenas em 2017, em uma rede
social. Segundo ele, "trata-se de imagens inéditas da gravação do primeiro
videoclipe do grupo, gravado de forma independente, que chegou a ser lançado, mas
"se perdeu no tempo".[18]

O nome Charlie Brown Jr. só foi escolhido pouco tempo após a formação clássica da
banda, quando Chorão atropelou uma barraca de água de coco com o desenho do
personagem Charlie Brown. O "Jr." foi acrescido, nas palavras de Chorão, "pelo fato
de sermos filhos do rock", inspirado por músicos do rock brasileiro à época como
Raimundos, O Rappa, Nação Zumbi e Planet Hemp.[19] A sonoridade do grupo tinha
influências de grupos como Blink-182, Sublime, Bad Brains, 311, Rage Against the
Machine, NOFX e Suicidal Tendencies, misturando hardcore, skate punk, reggae e ska.

Em 1995, já com o nome Charlie Brown Jr., a banda gravou sua segunda demo.

Demo e álbum de estreia


Em 1993, a banda começou a se destacar em Santos. Nesta época, a banda contou com a
ajuda de amigos, como Pepinho Macia, da loja Metal Rock, frequentada por
Champignon. Foi ele quem inscreveu a banda no festival da Move’s Bar no qual o CBJr
terminou em terceiro lugar.[20]

Sempre que a banda se apresentava em casas noturnas, Champignon, menor de idade,


tinha que levar uma autorização judicial para acompanhar o grupo. Foi nesta época
Champignon começou a namorar a cunhada de um produtor musical chamado Tadeu
Patolla.[21] Um dia, Champignon apresentou a Patolla uma fita demo da banda, com 3
faixas, que seriam gravadas no primeiro álbum da banda.[22] Percebendo que a banda
tinha potencial, Patolla apresentou a fita demo a um amigo, o também produtor
musical Rick Bonadio, então presidente da Virgin Records no Brasil e produtor dos
Mamonas Assassinas.

Bonadio gostou do som da banda e os contratou. Nasce então o álbum Transpiração


Contínua Prolongada, produzido por Tadeu Patolla e Rick Bonadio com o selo da
Virgin. O título do álbum, segundo a banda, retratava tudo que passaram para chegar
onde chegaram. Lançado em 1997, o disco vendeu por volta de 500 mil cópias, e foi
bem recebido pelas rádios, que executaram faixas como "O Coro Vai Comê!", "Proibida
pra Mim (Grazon)", "Tudo que Ela Gosta de Escutar" e "Quinta-Feira".

A primeira aparição da banda na TV, em rede nacional, ocorreu no dia 24 de junho de


1997, no Programa Livre, do SBT, apresentado por Serginho Groisman.

Preço Curto... Prazo Longo


Em 1999, após a estreia promissora, o grupo voltou com Preço Curto... Prazo Longo,
composto por 25 canções inéditas, entre elas "Confisco", "Zóio de Lula", "Te Levar"
e "Não Deixe o Mar te Engolir", que sedimentaram a boa recepção da banda e
garantiram sua presença nas rádios. De 1999 a 2006, a canção "Te Levar" foi tema do
seriado Malhação, da Rede Globo, fazendo com que a banda expusesse seu trabalho às
mais diferentes classes sociais. Com sua propagação na mídia, o grupo ganhou vários
prêmios e chegou assim, por várias vezes, ao topo de grandes rádios espalhadas pelo
país.

Nadando com os Tubarões e aproximação da banda com rappers da periferia


Pouco antes de entrar no estúdio para gravar o terceiro álbum, a banda passou por
uma forte crise interna, causada pelas brigas entre Chorão e Champignon, que quase
encerrou o grupo. Além disso, foi nessa época que o pai do Chorão faleceu, vitimado
por um câncer. A banda então deu uma pausa para que o seu vocalista pudesse lidar
com a sua perda. Depois de seis meses em profunda depressão, com a barba crescida e
de engordar 20 kg ficando em casa sem motivação, ele decide dar a volta por cima. E
começa os trabalhos para o novo disco.

Apesar das dificuldades, a evolução da fórmula hip hop/reggae/hardcore continuou em


Nadando com os Tubarões, lançado em 2000, cujos destaques foram as faixas "Rubão, o
Dono do Mundo" e "Não é Sério". O disco marcava a entrada de DJ Anderson Franja
como acompanhante fixo na turnê deste disco, que também contou com participações
especiais, como o rapper Sabotage, a cantora Negra Li (na música "Não é Sério") e
seu grupo RZO. Este disco apresentou uma sonoridade mais produzida e carregada se
comparado aos dois primeiros álbuns, com algumas letras refletindo o momento
delicado pelo qual Chorão estava passando, devido à morte do seu pai.

“ "Em 98, o Chorão foi ver o RZO tocar e depois foi ao camarim para nos fazer o
convite para participar do disco do Charlie Brown Jr."[23] ”
Saída de Thiago Castanho
Nadando com os Tubarões foi o último álbum com a formação original do Charlie Brown
Jr.. Após a turnê deste álbum, o guitarrista Thiago Castanho deixou o grupo,
alegando problemas de agenda.

No fim do ano, o Charlie Brown Jr. foi uma das bandas brasileiras que decidiu não
participar do Rock in Rio III que ocorreria em janeiro de 2001, por discordar do
tratamento dispensado às bandas nacionais.[24] Ao mesmo tempo, o guitarrista Thiago
Castanho deixa o grupo alegando divergências pessoais.

100% Charlie Brown Jr. - Abalando a Sua Fábrica


Em 2001, a banda vence o MTV Video Music Brasil, com o prêmio "Escolha da
Audiência" pelo videoclipe de "Rubão, o Dono do Mundo". Com a formação de um
quarteto, a banda lança seu quarto álbum, 100% Charlie Brown Jr. - Abalando a Sua
Fábrica. As faixas de maior destaque foram "Lugar ao Sol", "Hoje Eu Acordei Feliz",
"Sino Dourado" e "Como Tudo Deve Ser". Nesse álbum o grupo se focou mais no rock e
no hardcore, deixando um pouco de lado suas outras influências. Ao contrário das
gravações dos três primeiros discos, optaram por gravar o novo trabalho ao vivo,
método em que todos os músicos tocam ao mesmo tempo no estúdio, resultando em uma
sonoridade mais crua.

Primeiro DVD e Bocas Ordinárias


Em 2002, é lançado o primeiro DVD da carreira da banda, Charlie Brown Jr. ao Vivo,
gravado nos dias 23 e 24 de março daquele ano no DirecTV Music Hall, em São Paulo,
originalmente para ser transmitido pelo canal de televisão por assinatura DirecTV e
posteriormente foi lançado como primeiro DVD do grupo.

Em abril de 2002, uma apresentação da banda no Rio de Janeiro acabou em tumulto


generalizado. Devido a uma briga, os integrantes da banda saíram do palco antes do
previsto, causando revolta na plateia. Lojas e lanchonetes do parque Terra
Encantada foram depredadas, porém não houve feridos graves.

Também em 2002, a banda lança seu quinto álbum, Bocas Ordinárias, cujo título se
apropriou de uma expressão lusitana, devido ao sucesso do grupo em apresentações
realizadas em Portugal. A fusão de estilos gerou os hits "Papo Reto (Prazer é Sexo,
o Resto é Negócio)" e "Só por uma Noite", além da versão de "Baader-Meinhof Blues",
da Legião Urbana. Neste álbum, a banda optou por uma sonoridade mais polida,
diferente do disco anterior.

Acústico MTV: Charlie Brown Jr.


Em 2003, o Charlie Brown Jr. lança seu álbum de maior sucesso, o Acústico MTV:
Charlie Brown Jr., primeiro álbum ao vivo, sexto álbum da discografia e segundo DVD
da carreira da banda, gravado nos dias 5 e 6 de agosto daquele ano no Teatro Mars,
em São Paulo. Entre os convidados, o grupo chamou Marcelo Nova, RZO, Negra Li e
Marcelo D2, que participaram das versões de "Hoje" (Camisa de Vênus), "A Banca
(Ratatá é Bicho Solto)", "Não é Sério" e "Samba Makossa" (Nação Zumbi),
respectivamente. Aprimeira música da trabalho do álbum foi a inédita "Vícios e
Virtudes". O álbum marca o grande sucesso de mídia e vendas e foi gravado quando a
banda estava no auge da carreira, contrariando a tradição da série de retomar ao
auge carreiras de outros artistas.

Comercial para a Coca-Cola e desentimentos com Marcelo Camelo


Em 2002, Chorão foi o garoto-propaganda de uma peça publicitária da Coca-Cola,
divulgando a promoção “No Estilo”[25] Segundo Cláudia Colaferro, diretora de
marketing da Coca-Cola, "o Charlie Brown Jr. foi escolhido por ser o representante
da geração que tem entre 14 e 19 anos".[26]

A propaganda foi ao ar em 2003. Em 2004, Marcelo Camelo, vocalista da banda Los


Hermanos, numa entrevista concedida para a revista da Oi, criticou a participação
do Chorão no comercial "No Estilo" da Coca-Cola[27] (Camelo disse: "esse negócio de
fazer comercial para Coca-Cola é um desdobramento da indústria, a gente rejeita
esse negócio de vender atitude".[28] E depois: "o Charlie Brown Jr. é uma banda da
qual temos discordâncias estéticas... são precursores deste estilo que
combatemos"[29]). As declarações dadas por Camelo deixaram Chorão extremamente
irritado. O primeiro encontro dos dois após a polêmica declaração de Camelo se deu
num voo, ocorrido no dia 2 de julho de 2004 (ambas as bandas iriam se apresentar no
Piauí Pop). Percebendo que Camelo estava no mesmo voo, Chorão jogou uma indireta,
em voz alta: "Vou atropelar as bandas que falam mal do Charlie Brown". Após o voo,
no aeroporto de Fortaleza, Camelo teria se aproximado de Chorão, na sala de
desembarque do voo da TAM Linhas Aéreas, que o agrediu com um soco.[30][31][32]
Chorão alegou que também foi agredido e ameaçado.[33] Logo após a briga entre eles
ter ganhado repercussão na imprensa, a assessoria do Charlie Brown Jr. divulgou uma
nota lamentando a discussão, afirmando que os ânimos se exaltaram de ambas as
partes e garantindo que foi um incidente isolado.[34]

Alguns dias após o incidente, Chorão formalizou um pedido de desculpas via site
oficial da banda.[27] Mesmo assim, alguns dias mais tarde, os Los Hermanos abriram
dois processos contra Chorão, sendo um na cidade do Rio de Janeiro, pedindo
indenização por danos morais e materiais e outro em São Paulo, no qual o grupo
exigiu mais R$ 43 mil para compensar os cachês de shows e eventos que foram
cancelados após a agressão.[35]

Em 2009, no Programa Ensaio, exibido pela TV Cultura, o Charlie Brown Jr. se


apresentou e Chorão deu depoimentos sobre vários aspectos da carreira da banda,
inclusive o incidente com Marcelo Camelo. Chorão contou que durante um bom tempo se
sentia perseguido pessoalmente por Camelo, que isso vinha lhe irritando e que,
quando a confusão aconteceu, foram os integrantes do Los Hermanos que partiram pra
cima dele, que teria apenas se defendido. Por fim, ele fala que não tinha nada
contra Marcelo Camelo e ironicamente, diz: “Camelo, eu te amo. Sem você o Brasil
não seria o mesmo.”[36]

Tamo Aí na Atividade e desentendimentos entre os integrantes


Enquanto a banda emplacava vários hits nas rádios, os primeiros boatos de
desentendimentos entre os integrantes começavam a ser noticiados. Segundo
Lampadinha, produtor da banda, havia registros de que Chorão e Champignon já
começavam a ter desavenças mais sérias desde 1999.[37]

Foi neste clima que a banda lançou o álbum Tamo Aí na Atividade, que marca o
retorno de Rick Bonadio, que não produzia um álbum da banda desde Preço Curto...
Prazo Longo, além de algumas inovações na sonoridade, como batidas eletrônicas. O
disco teve como músicas de trabalho as faixas "Tamo Aí na Atividade" e "Champanhe e
Água Benta".

No dia 11 de setembro do mesmo ano, a banda abriu o primeiro show do Linkin Park no
Brasil, que aconteceu na 1ª edição do Chimera Music Festival, no Estádio do
Morumbi, em São Paulo. Este show foi lançado no terceiro DVD do grupo, Charlie
Brown Jr. na Estrada 2003-2004, incluindo imagens inéditas captadas durante sua
última turnê nacional e internacional, incluindo os principais momentos do show
acústico nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Santos, com cenas de bastidores
e galeria de fotos.

Um indício do desentendimento entre os integrantes do grupo pôde ser percebido no


encarte do álbum Tamo Aí na Atividade, sem fotos dos integrantes juntos. Além
disso, a banda estranhamente teve sem data marcada pro lançamento do disco em São
Paulo, algo nunca visto antes. Esse show só viria a ocorrer quase quatro meses após
seu lançamento. Por fim, o videoclipe da música "Champanhe e Água Benta" foi
gravado apenas por Chorão.

Após alguns shows da turnê desse disco num show no Planeta Atlântida em 2005,
Chorão aparentemente emocionado diz: “Tá acabando, eu quero ter mais tempo pra
ficar com você, cuidar melhor de você!”. E em Fevereiro do mesmo ano no Rio de
Janeiro, logo após tirar uma foto com o público de fundo na qual ele disse que iria
fazer um quadro, ele solta: “Hoje eu estou aqui, mas amanhã isso tudo pode
acabar!”[38] Estes discursos evidenciavam cada vez mais que o clima dentro da banda
já não eram mais amistosos, e fortaleciam os boatos sobre o fim da banda.

A banda fez um show em São Paulo no dia 26 de fevereiro de 2005, onde afirmavam que
a banda não acabaria, mas logo após, estranhamente o Charlie Brown Jr. entrou em
férias.[39] Havia mais um show pendente na agenda da banda, que aconteceria em São
Paulo, no dia 15 de abril de 2005.

Por meio do site oficial da banda, Chorão desmentiu os boatos sobre o fim da banda.
[40]

“Esse é um comunicado que eu, Chorão, fundador, líder e compositor do Charlie Brown
Jr. dirijo aos fãs da banda e às pessoas dos meios de comunicação que divulgam e
prestigiam nosso trabalho. Tenho visto todo tipo de especulação à respeito do fim
da banda e venho por meio desta nota dizer mais uma vez a todos que a banda não
acabou, e sim entrou de férias. Tenho consciência de que sou uma pessoa pública e
sou constantemente julgado por indivíduos que não me conhecem, mas tenho certeza de
que tenho os fãs da banda ao meu lado. Estarei nesse período cuidando de projetos
paralelos, como meu filme e um disco solo que irá compor a trilha desse mesmo
filme. Obrigado à todos que tem nos apoiado e a todo o carinho e preocupação dos
fãs”.
Chorão, desmentindo boatos sobre separação, em nota divlgada no site oficial da
banda, em 2005.
Em abril de 2005, Chorão participou sozinho do programa Gordo a Go-Go, da MTV
Brasil, no qual afirmou muito que o Charlie Brown Jr. era a sua vida e que ele só
deixaria de existir quando ele anunciasse. Disse também que nessas férias que a
banda teve, cada um estava cuidando de seus projetos paralelos, Champignon já
pretendia lançar um disco solo, Renato Pelado se dedicava a casa noturna Karuna,
Marcão Britto continuava estudando guitarra e Chorão estaria com uma banda paralela
ao Charlie Brown Jr., banda essa formada com o até então ex-guitarrista Thiago
Castanho. Essa banda faria a trilha sonora do futuro filme O Magnata.

Em 15 de abril de 2005,[41] Chorão foi surpreendido com o anúncio de que todos os


outros músicos da banda estavam deixando o grupo, alegando divergências
contratuais. Em nota no site oficial da banda, no dia 13 de maio daquele ano, o
guitarrista Marcão Britto, o baixista Champignon e o baterista Renato Pelado
disseram estar saindo por “divergências de ideias profissionais”.[39]

Logo após saber o comunicado dos músicos, Chorão postou uma mensagem no site
oficial da banda desejando sorte aos amigos. Na postagem, ele explicou que ninguém
havia sido mandado embora e que ele estava triste com a saída dos caras.[41]

Um mês após o ocorrido, Champignon aceitou dar uma entrevista à revista Jovem Pan.
Ao ser questionado sobre o motivo de eles estarem saindo da banda e se Chorão era o
fundador, líder e compositor da banda, como alegava ser, o baixista deu a seguinte
resposta[42]:

Divergências musicais não foram. Senão, a gente não teria feito 7 cds juntos. Quem
não é otário sabe disso. O lance da banda foi um desentendimento com o empresário
PIPO e o Chorão comprou a dele. Então eu, o Marcão e o Pelado fomos cada um para um
lado. Tem coisas aí que não podem ser abertas porque são particulares e prefiro nem
falar. Neguinho aí até parou de tocar porque ficou abalado com a situação, não
acreditou. Na boa, eu não quero ficar falando mal do cara (Chorão), jogando bomba,
quero mais que ele fique bem rico, bem milionário e me esqueça. Esqueça a gente.
Tem uma parte que não pode ser falada. Todo mundo gostaria de saber, mas a gente
tem um acordo. (...) Tínhamos uma banda antes, chamada "What’s Up", de covers de
Beastie Boys, Suicidal Tendencies... Isso foi em 1991, 1992, época em que a gente
se conheceu. Eu fundei a banda junto com o Chorão. Sou fundador do CBJr. também,
mas se ele quer falar que foi ele, foda-se – foi ele, então. (...) Ele falou no
Faustão que faz 100% de tudo. Isso é desrespeito com o Marcão, comigo e com o
Pelado. Ele nunca tocou baixo, bateria, porra nenhuma. O que ele fazia era dar as
ideias de boca e de gente desenvolvia.
Champignon, em entrevista à revista Jovem Pan, em junho de 2005.
Nova formação e Imunidade Musical
Contrariando as expectativas sobre o fim da banda, Chorão veio com uma nova
formação para o Charlie Brown Jr. O novo núcleo era baseado na cidade de Santos,
onde a banda surgiu. Thiago Castanho, guitarrista que fez parte dos três primeiros
discos da banda, retornou ao grupo. Dois novos músicos assumiram, respectivamente,
a bateria e o baixo; André Luís Ruas, conhecido como Pinguim; e Heitor Gomes, filho
do baixista Chico Gomes.[43]

Em 2005, é lançado o sétimo álbum de estúdio do grupo, Imunidade Musical, primeiro


álbum da nova formação, no qual a sonoridade da banda foi restabelecida através de
23 faixas e se tornou um álbum emblemático na trajetória da banda. O álbum gerou
quatro singles: "Lutar Pelo Que é Meu" (que substituiu "Te Levar Daqui" nas
aberturas da 13ª e 14ª temporada do seriado Malhação), "Ela Vai Voltar (Todos os
Defeitos de Uma Mulher Perfeita)", "Senhor do Tempo" e "Dias de Luta, Dias de
Glória".

Também em 2005, é lançado o quarto DVD do grupo e o primeiro da nova formação,


Skate Vibration, gravado no dia 6 de novembro do mesmo ano na inauguração do Chorão
Skate Park, pista de skate indoor criada por Chorão em Santos, cidade natal da
banda. O DVD também traz videoclipes que misturam imagens da banda em shows
realizados naquele ano, em viagens e gravações do álbum.

Em maio de 2007, a imprensa noticiou que Marcão e Champignon estariam usando o nome
da banda Charlie Brown Jr. indevidamente no exterior. Segundo apurado pelo jornal
Folha Online, chegou aos ouvidos de Chorão a informação de que Champignon e Marcão
fizeram três shows em cidades norte-americanas no fim de abril.[44] A gravadora EMI
divulgou nota afirmando que a marca "Charlie Brown Jr." pertence a Chorão,[45] e
que "a menção da marca, no Brasil e fora dele, da forma que for, é expressamente
proibida, sujeitando quem a utilize as sanções legais cabíveis".[44] Em nota,
Marcão e Champignon se defenderam das acusações, afirmando que eles "não eram
responsáveis pelo material promocional do show".[45]

Ritmo, Ritual e Responsa


Em 2007, a banda lança seu oitavo álbum de estúdio, Ritmo, Ritual e Responsa, que
traz 22 faixas inéditas e uma faixa bônus e chegou às lojas em setembro de 2007.
Embora produzido, gravado e mixado por Lampadinha, o álbum foi lançado com Chorão e
Thiago Castanho assinando a produção, isso se deu devido a uma série de
desentendimentos entre Chorão, sua gravadora e o produtor, Chorão anos depois em
entrevista à rádio Metropolitana de São Paulo, reconheceria que embora Lampadinha
tivesse produzido o álbum, nem ele sabia ao certo porque Lampadinha havia sido
omitido dos créditos de produção do álbum. O álbum possui letras com forte apelo
urbano e que vão ao encontro dos anseios da juventude, com direito a toques
eletrônicos e a presença do rap. No dia 9 de abril de 2007 chegou em todas as
rádios do Brasil, a música "Não Viva em Vão", primeira música de trabalho do álbum.
Logo em seguida é lançado a segunda música de trabalho, "Pontes Indestrutíveis", e
posteriormente, a terceira música de trabalho, "Be Myself", escolhida para fazer
parte da trilha sonora da telenovela Duas Caras, exibida pela Rede Globo. Destaque
também para o quarto single do álbum, "Uma Criança com Seu Olhar". A canção "Pontes
indestrutíveis" conta com uma referência ao Paraíso Perdido, de John Milton.

Em 2008, é lançado o quinto DVD do Charlie Brown Jr., Ritmo, Ritual e Responsa ao
Vivo, gravado no dia 29 de junho de 2007 no Expresso Brasil, na Zona Leste de São
Paulo.

Saída de Pinguim e Camisa 10 Joga Bola Até na Chuva


No dia 23 de abril de 2008, foi divulgado no site oficial a saída do baterista
Pinguim. O motivo seria o fim do contrato que já estava se aproximando, sem que
houvesse interesse de ambas as partes em renová-lo.

“ "Eu gostaria de comunicar aos fãs e a quem mais possa interessar que o meu
contrato com a banda CBJr. acabou, e não houve interesse de ambas as partes em
renovar o contrato. Boa sorte a todos nós!!!"[46] ”
Em 16 de maio de 2008, a banda participou do programa Estúdio Coca-Cola Zero -
Charlie Brown Jr. e Vanessa da Mata, um episódio do Estúdio Coca-Cola, que foi um
projeto da MTV Brasil em parceria com a Coca-Cola que promoveu a misturas de vários
artistas e bandas de diferentes estilos.[47]

Após sete anos na EMI, a banda assina com a gravadora Sony Music. Novamente com a
produção de Rick Bonadio, a banda lança em setembro daquele ano, o álbum Camisa 10
Joga Bola Até na Chuva. Seu título é um trocadilho por este ser o décimo álbum da
banda, além de ser o primeiro com o baterista Bruno Graveto. O álbum traz a canção
"O Dom, a Inteligência e a Voz", feita a pedido da cantora Cássia Eller, que Chorão
fez para entrar no disco que a cantora iria fazer em 2002. Porém, a cantora faleceu
15 dias após a criação da música. A canção "Me Encontra", foi lançada como primeiro
single do álbum em julho de 2009.

Volta da formação original e Música Popular Caiçara


Em 2011, na terceira edição do Viradão Carioca, Rio de Janeiro, Chorão anunciou que
tinha uma surpresa para o público, e que a banda voltaria a ser um quinteto. Logo
após isso, chamou o guitarrista Marcão Britto para o palco, oficializando sua volta
à banda. Em julho do mesmo ano, o baixista Heitor Gomes deixou a banda para buscar
o sucesso independente, mais tarde se juntando à banda CPM 22. Com isso, Champignon
voltava ao grupo, surpreendendo os fãs com um vídeo postado no YouTube, onde dizia:
"Voltei pra ficar! Aqui é minha casa!". Em uma entrevista no dia do falecimento de
Chorão, Champignon afirmou que ele e Chorão brigaram algumas vezes na vida, mas
felizmente puderam refazer a amizade.[48] "A gente tinha uma relação profissional.
Apesar de muitas brigas, éramos amigos há mais de 20 anos".[49]

Em 2012, a banda lança seu segundo álbum ao vivo, Música Popular Caiçara, em CD,
DVD e blu-ray, agora com a distribuição do selo independente Radar Records. O álbum
foi gravado em dois shows feitos pela banda no ano anterior, sendo o primeiro, no
dia 23 de setembro no Curitiba Master Hall, com as participações especiais de
Marcelo Nova (Camisa de Vênus) e Márcio Mello; e o segundo, no dia 8 de outubro na
Associação Atlética dos Portuários de Santos, com as participações especiais de
Marcelo Falcão (O Rappa) e Zeca Baleiro.
Nova briga com Champignon
Durante um show da turnê em Apucarana, no Paraná, Chorão criticou Champignon,
afirmando que ele deveria ser muito grato por ter sido aceito de volta ao grupo
"depois de tudo que fez".[50] Após quase cinco minutos, Champignon deixou o palco
quando Chorão disse que iam tocar a canção "O Preço". O show continuou sem o
baixista, e com a plateia gritando "arregou, arregou". A briga virou notícia após
um fã, que gravou todo o discurso de Chorão, divulgar o vídeo com a discussão no
YouTube.[51] Com a repercussão negativa da briga, Chorão e Champignon divulgaram um
vídeo no YouTube, pedindo desculpas aos fãs, e reafirmando suas amizades.[52][53]

Morte de Chorão e fim da banda


No dia 6 de março de 2013, Chorão foi encontrado morto em seu apartamento,
localizado na Zona Oeste de São Paulo.[54] A morte de Chorão foi causada por uma
overdose de cocaína.[55]

A banda estava de férias, com seu último show tendo sido em janeiro em Balneário
Camboriú,[56] e o próximo show estava marcado para o dia 22 de março, no bairro de
Campo Grande, no Rio de Janeiro. "Íamos voltar a tocar no dia 22, mas isso não vai
mais acontecer".[48] Champignon declarou que o futuro da banda era incerto.[56]

Poucos dias antes de sua morte, Chorão divulgou o novo single do Charlie Brown Jr.,
intitulado "Meu Novo Mundo", que seria lançada no próximo álbum do grupo.[57] A
canção foi apresentada no dia 28 de fevereiro de 2013, em visita ao estúdio da
rádio 89FM, em São Paulo.[58] Na semana da morte de Chorão, o Charlie Brown Jr.
dominou a lista de compras eletrônicas no Brasil. No top 10 das músicas mais
compradas da semana, a banda apareceu em nove das 10 posições. O único single da
lista que não era do grupo correspondia à 5ª posição.[59] Além disso, no dia 14 de
março, havia sete discos da banda entre os 200 mais vendidos em uma loja virtual no
Brasil. A coletânea De 1997 a 2007 figurou na segunda posição dos álbuns mais
vendidos deste dia.[60]

Acontecimentos após a morte de Chorão


Fim do Charlie Brown Jr. e A Banca
Ver artigo principal: A Banca
Ainda em março de 2013, Champignon declarou que não havia como o Charlie Brown Jr.
seguir em frente com a ausência de Chorão,[61][62] e em abril, confirmou que os
membros remanescentes iriam mudar o nome da banda para A Banca,[63] onde Champignon
assumiria os vocais, com a entrada da baixista Lena Papini. O nome vinha da
conclusão de Chorão que "a gente não era o Charlie Brown, nós éramos a banca do
Charlie Brown.",[23] enquanto seu papel como vocalista vinha de uma sugestão do
próprio Chorão, que no começo de 2013 manifestou exaustão à Champignon, declarando
que gostaria de ver o baixista assumindo os vocais do Charlie Brown Jr. durante
suas férias para que pudesse descansar.[23]

A primeira apresentação da banda com o novo nome foi no programa Altas Horas, no
dia 11 de abril de 2013,[64] e a banda foi confirmada como uma das atrações do
festival João Rock 2013.[65] No dia 9 de setembro de 2013, Champignon foi
encontrado morto em sua residência em São Paulo, após ter cometido dois tiros, um
para teste em direção ao chão acertando em um de seus instrumentos e outro na
região de sua boca, resultando em seu falecimento. Câmeras de seguranças flagraram
Champignon fazendo dois gestos: o primeiro de "paz e amor" em direção ao chão; e o
segundo fazendo o gesto de "degola" com dois dedos, sendo uma prévia de seu
suicídio. Sua mulher, grávida de cinco meses, estava na residência e foi levada em
estado de choque ao hospital.[66] Os músicos remanescentes seguiram seus próprios
rumos,[67] com Marcão Britto, Lena Papini e Bruno Graveto se reunindo no grupo
D'Chapas,[68] e todos mais o predecessor de Bruno Graveto no Charlie Brown Jr.,
Pinguim, na banda Bula.[69]
La Familia 013
No dia 8 de outubro de 2013, é lançado o último álbum do Charlie Brown Jr., La
Familia 013, pela gravadora Som Livre,[70] após seu lançamento inicial em setembro
ser adiado devido à morte de Champignon. O disco vazou antes de seu lançamento
oficial no site de streaming Deezer.[71] Segundo comunicado da banda, o título do
álbum tem a ver com o DDD da cidade de Santos, que é 013. O álbum ganhou bastante
notoriedade no cenário nacional e gerou dois singles, "Meu Novo Mundo" e "Um Dia a
Gente Se Encontra".

Em 2014, é lançado o videoclipe da canção "Rock Star". Estrelado pelo filho de


Chorão, Alexandre Ferreira Lima Abrão, o vídeo mostra a vida de um filho de
roqueiro que entra em turnê com a banda do pai, as mordomias e as farras. O
videoclipe tem a participação dos três membros remanescentes da última formação,
Marcão Britto, Thiago Castanho e Bruno Graveto, além de Luciano Amaral (ex-Castelo
Rá-Tim-Bum), Clara Aguilar (ex-Big Brother Brasil) e a modelo e apresentadora
Fiorella Mattheis.[72]

Festival Tamo Aí na Atividade


Em 2014, o filho de Chorão, Alexandre Ferreira Lima Abrão, organizou o festival
Tamo Aí na Atividade, realizado no dia 13 de abril no Estância Alto da Serra, em
São Bernardo do Campo, homenageando o legado do Charlie Brown Jr..[73] O evento
recebeu uma atração internacional, além de atividades como grafite e uma pista de
skate.[74] A atração principal foi o show Charlie Brown Jr. e Convidados, que
reuniu no palco, pela primeira vez após a morte de Chorão e Champignon, ex-membros
do Charlie Brown Jr., os guitarristas Marcão Britto e Thiago Castanho, o baixista
Heitor Gomes e o baterista Bruno Graveto, além da baixista d'A Banca, Lena Papini,
e diversos músicos convidados.[75]

Dias de Luta, Dias de Glória - Charlie Brown Jr., o Musical


Ver artigo principal: Dias de Luta, Dias de Glória - Charlie Brown Jr., o Musical
O musical Dias de Luta, Dias de Glória, de montagem do diretor Bruno Sorrentino e
escrito por Well Rianc, narra a saga da banda através da ótica de Chorão. São 25
atores, 26 canções e dez coreografias, desenvolvidas pelo coreógrafo Guto Muniz.
[76] A estreia está agendada para 13 de março de 2015, no Teatro Gamaro, em São
Paulo.[77]

Atualmente
Os integrantes remanescentes da então formação do Charlie Brown Jr. têm investido
na carreira solo e em projetos paralelos na música como forma de seguir em frente
suas carreiras musicais.[78]

Em novembro de 2013, Bruno Graveto passou a ser baterista da banda Strike. Seu
primeiro show aconteceu na casa de shows Hangar 110 em São Paulo em dezembro do
mesmo ano. Além disso, trabalha no projeto D'Chapas.[78] Ele revelou ao site G1 que
os integrantes do grupo poderiam se reunir em um novo projeto, para formar o
D'Chapas, uma banda que toca rock clássico.

“ “Temos um projeto junto, que ainda é embrionário, no qual tocamos clássicos


do rock." ”
Em novembro de 2014, Marcão Britto e André Pinguim Ruas, se uniram a Lena Papini
(ex-integrante d'A Banca) e formaram a banda Bula.[79]

Também em novembro de 2014, Thiago Castanho anuncia sua nova banda, intitulada de
"O Legado", com duas músicas já lançadas, "Mais Um Dia Sem Você" e "Paraíso de
Ilusão".

Em maio de 2015, em entrevista ao site UOL, Alexandre Abrão disse que algumas
músicas inéditas da banda devem ser lançadas em breve. Ele afirmou, no entanto, que
não há data certa para lançar as canções.[80]
“ "Tem algumas músicas que vão sair futuramente, mas nada para esse ano, nem
para o ano que vem, mas quando eu achar que está na hora de mostrar. É
possivelmente um novo CD, mas eu não posso falar. É segredo de estado."[80] ”
No dia 21 de agosto de 2015, em entrevista ao programa Boa da Pan, da Jovem Pan
Curitiba, o filho de Chorão informou que a música "Fina Arte", presente no álbum La
Familia 013, será liberada, em breve, pela primeira vez em sua versão acústica.
Além disso, ele contou que um documentário em livro da banda será lançado até o
final de 2015. Outra novidade revelada por ele foi que o Charlie Brown Jr. será
“namingbrand” em breve, emprestando seu nome para uma marca de cerveja.[81]

Em 2016, foi lançado o segundo volume em CD do álbum Música Popular Caiçara ao


Vivo, contendo as faixas que estavam presentes apenas no DVD e blu-ray.[82]

Em abril de 2017, foi lançado o livro Eu Estava Lá Também - Um Livro Criado por
Chorão.[83] Pensado em 2011, o livro foi um dos últimos projetos de Chorão, quando
ele ainda estava vivo. Trata-se de um livro de fotografia com imagens de dentro do
estúdio, alguns momentos introspectivos à beira-mar e turnês realizadas entre 2005
e 2012.[84]

Em 5 de novembro de 2017, foi lançada uma edição comemorativa de 20 anos do álbum


Transpiração Contínua Prolongada, pela Universal Music.[85] O álbum voltou ao
catálogo em uma edição dupla, onde o segundo disco agrega uma coletânea com
sucessos emplacados pela banda em álbuns posteriores.[85]

Tamo Aí na Atividade apresenta Charlie Brown Jr.


Em 21 de janeiro de 2019, foi divulgado que o Charlie Brown Jr., representado pelos
músicos Marcão Britto, Heitor Gomes e Pinguim, iria sair em uma nova turnê nacional
com vocalistas convidados,[10] com o primeiro show sendo realizado no dia 25 de
janeiro, aniversário da cidade de São Paulo, no Vale do Anhangabaú. Segundo a nota
divulgada, a ideia de trazer novamente a banda foi de Alexandre Aragão, juntamente
com ex-integrantes da banda.[86]

Esta notícia, porém, gerou uma série de críticas. Thiago Castanho disse que não
tinha interesse em participar do evento, ao contrário do que foi divulgado, de que
ele não participaria por estar doente. Em um vídeo no Instagram, ele disse: "O
Charlie Brown Jr. não vai voltar porque Charlie Brown Jr. sem Chorão não existe, e
eu não estou doente".[87] Graziela Gonçalves, viúva de Chorão, comentou o assunto
em uma rede social: "Estou recebendo umas mensagens agora perguntando de uma
notícia que saiu aí, a respeito da volta do Charlie Brown Jr., se eu tenho alguma
coisa a ver com isso, se eu concordo, enfim… Não tenho nada a ver com isso e, de
acordo com essa notícia, tem um cara ali que vai fazer parte dessa formação que já,
poxa, já processou a banda, já fez mal pra gente. Quer dizer, acho que o Ale não ia
curtir nem um pouco isso. Enfim, é chato".[88] Para Mauro Ferreira, crítico musical
do portal G1 "Um show de Charlie Brown Jr. sem Chorão é contrariar o discurso
oficial de que o vocalista era insubstituível. É fazer soar uma nota desafinada
porque, no caso, o clichê é verdadeiro: Chorão é mesmo insubstituível, o que
somente alimenta a aura de estranheza em torno dessa volta de Charlie Brown Jr.,
banda que efetivamente morreu em 2013".[89]

Homenagens
Em 2019, a Universal Music preparou uma série de homenagens a Chorão. A primeira
foi o relançamento do single "Zóio de Lula", em comemoração aos 20 anos desta
canção. A releitura da música de 1999, foi lançada nas plataformas digitais no dia
9 de abril, data em que Chorão completaria 49 anos de idade,[90] contendo o
relançamento da versão original, mais uma nova versão da música, gravada por
Hungria Hip Hop, Maneva, Marcelo D2, Nação Zumbi.[91][92][93]

Chegou Quem Faltava


Em 13 de julho de 2021, Dia Mundial do Rock, a banda lança pela Sony Music, seu
terceiro álbum ao vivo, Chegou Quem Faltava, originalmente gravado em 19 de março
de 2011, no Citibank Hall, em São Paulo, com a formação vencedora do Grammy Latino
de Melhor Álbum de Rock Brasileiro com o álbum Camisa 10 Joga Bola Até na Chuva. No
dia 30 de julho, o álbum já ganhou uma nova versão, intitulada Chegou Quem Faltava
- Versão do Chorão, acompanhada de um material bônus com as interações de Chorão
com o público.

Desentendimentos entre os membros do CBJR e o filho de Chorão


No dia 2 de fevereiro de 2021, a conta oficial da banda no Instagram, administrada
por Alexandre; filho de Chorão, anunciou oficialmente uma nova turnê do Charlie
Brown Jr. A tour tinha como objetivo homenagear os 50 anos de Chorão, e nela
estariam presentes todos os antigos membros da banda, com exceção de Renato Pelado.
Já na ocasião Egypcio (ex-Tihuana) foi anunciado como vocalista.[94][95][96]

Já em outubro do mesmo ano, os guitarristas Marcão e Thiago anunciaram que


deixariam o projeto por desentendimentos com o filho de Chorão e afirmaram que
nunca mais voltariam a participar de nenhum outro projeto organizado pelo mesmo.
Ambos guitarristas mencionaram a falta de transparência nas negociações referentes
a tour. Pinguim e Egypcio se posicionaram a favor da dupla.

Na ocasião os guitarristas anunciaram uma nova tour que se chamaria "C. Brown JR. -
Tour Celebração 30 anos", a qual não teria o envolvimento do herdeiro de Chorão.
[97]

Turnê Marcão Britto & Thiago Castanho - Charlie Brown Jr. 30 Anos
No dia 7 de abril de 2022 os guitarristas anunciaram de forma oficial uma nova tour
em celebração aos 30 anos do Charlie Brown. A tour foi anunciada nos mesmos moldes
da que havia sido proposta pelo filho de Chorão no ano anterior, reunindo os
antigos membros e contando com Egypcio nos vocais. O primeiro show da nova turnê,
intitulada Marcão Britto & Thiago Castanho - Charlie Brown Jr. 30 Anos, ocorreu no
dia 25 de junho no Qualistage, no Rio de Janeiro.[6]

Em março de 2023 a banda anunciou que o Heitor Gomes optou por deixar o projeto.
[98] A partir disso Denis Mascote, que já tocava junto com Thiago Castanho em seu
projeto solo e também na banda "O Legado", assumiu o posto de baixista da banda.[5]
[99]

Em 16 de dezembro de 2023, a banda se apresentou ao lado de CPM 22 em um festival


dedicado ao rock nacional dos anos 1990 e 2000, no Classic Hall, em Olinda.[100]
Durante o show, a banda tocou grandes hits como “Proibida Pra Mim”, “Zoio de Lula”,
“Rubão”, “Só os Loucos Sabem”, “Papo Reto” e “Céu Azul”.[101]

Estilo musical e legado


Segundo a revista Super Interessante, "O Charlie Brown Jr. foi a primeira e a maior
entre as bandas brasileiras do chamado “novo rock”."[102] Para ela "com seu
vocalista carismático e uma banda com impressionante domínio de palco, entre 1997 e
2002, o Charlie Brown Jr. foi colecionando hits em rádios roqueiras e mantendo sua
reputação extreme com faixas mais pesadas e discurso repleto de menções a esportes
e à vida familiar conturbada de Chorão."[102]

Em 2014, o jornalista André Forastieri do portal R7, publicou o livro "O Dia em Que
o Rock Morreu". Nele, há uma passagem que diz[103]:

"Por vinte anos o Charlie Brown Jr. esteve nas FMs, rádios pop, rádios rock, nas
TVs e festivais. Alguma coisa eles tinham. As canções eram rock ligue-os-pontos.
Conectavam com muita gente. As letras de Chorão eram toscas e sinceras. Ganhavam
ressonância e sentido em sua voz malaca. Quando a banda apareceu, era única. Era o
som moderno da Califórnia via Santos, muito brasileiro, galinha, eshperto. Eles
descobriram um mundo lá fora, recriaram esse mundo aqui dentro, e ali reinaram sem
rivais. Mais triste que pensar que o Charlie Brown Jr. morre com Chorão, é
reconhecer que a banda não deixa herdeiros."
O Dia Em Que O Rock Morreu, de Andre Forastieiri.
Mauro Ferreira, crítico musical carioca, afirma que "ao tocar rap, rock e reggae
com a linguagem e os códigos do hardcore, a banda santista estabeleceu empatia
quase imediata com a parcela (imensa) da juventude que se sentia à margem da
sociedade, excluída dos círculos da elite burguesa."

Para Marcelo Moreira, do site Combate Rock, "o Charlie Brown Jr., faz falta ao
cenário do pop rock nacional, ainda que, em termos de qualidade, estivesse longe
das grandes bandas nacionais do gênero. Mesmo em processo de decadência, com alta
rotatividade na formação e nos constantes barracos e polêmicas que envolviam a
banda, Chorão conseguia manter a cabeça acima da água no pântano lamacento que se
tornou o pop rock nacional". Bruno Saruê complementa afirmando que "O Charlie Brown
Jr. mudou completamente o cenário decadente do rock nacional, trazendo o rock de
volta ao mainstream e angariando fãs de outros segmentos musicais, em razão da sua
mistura de ritmos e letras que representavam o sentimento dos jovens na época".
[104]

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