Aula 02

Funções e Gráficos

Estudante, nesta aula estudaremos sobre as funções e os gráficos. Continue os estudos desta disciplina e boa aula!

Função: Domínio e Imagem

Matematicamente, a descrição de uma função é semelhante à de uma máquina, em que, fornecida uma entrada, a máquina efetua
uma saída. Por exemplo, imagine que você possua uma dessas máquinas de café instantâneo que fazem diversos tipos de café, como
cappuccino, expresso e café com leite. Essas máquinas funcionam da seguinte maneira, ao pressionar o tipo de café desejado, a
máquina irá despejar no copo posicionado na bandeja o tipo de café desejado. Foi dada uma entrada para a máquina - o apertar do
botão respectivo ao tipo de café - e essa entrada produziu uma saída, o despejo do café no copo.

Algebricamente falando, uma função é uma regra que associa dois conjuntos, um de entrada e um de saída, de tal forma que a cada
entrada executada só é possível ter uma única saída. Para representar uma função, usamos a notação f : A → B, que significa que f
é uma função que associa o conjunto de entrada A ao conjunto de saída B.

O conjunto de entrada A é chamado de domínio da função f , enquanto o conjunto de saída B é denominado de contradomínio.

Além disso, dado um elemento x ∈ A, o resultado da aplicação da função f é representado por f (x) ∈ B. O conjunto denominado
por I m {f }, cujos elementos são todos os valores de f (x), com x variando por todo o domínio A, é chamado de conjunto imagem. É
importante observar que o conjunto imagem não necessariamente é igual ao contradomínio B.
NA-PRATICA
Exemplo 1
Dados os conjuntos A = {1, 2, 3} eB , podemos definir uma função f tal como na figura a seguir.
= {a, b}

A função definida leva o número 1 ∈ A na letra a ∈ B, o número 2 ∈ A na letra b ∈ B e o número 3 ∈ A novamente na letra
b ∈ B. Em notação de função, temos que f (1) = a, f (2) = b e f (3) = b. Nesse caso, o conjunto imagem é dado por

I m {f } = {a, b}

Exemplo 2
Considereos conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5, 6} e B = {0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16}. Vamos criar uma função que associeos dois
conjuntos da seguinte forma: dado um elemento do domínio, a função f será o dobro desse elemento. Ou seja, dado x ∈ A, a
função para esse elemento x fará f (x) = 2x. Nesse caso, temos, por exemplo, f (3) = 2 ⋅ 3 = 6 ou f (5) = 2 ⋅ 5 = 10 .
Observe que o conjunto imagem nesse caso é dadopr lm{f } = [2, 4, 6, 8, 10, 12} ≠ B.

Exemplo 3
Um casal, ao planejar uma viagem de carro para o litoral, separa o montante que será gasto com as despesas de combustível e
pedágio nas estradas. Dessa forma, o casal reserva R$ 90,00 para tais despesas. Além disso, o casal gastará com hospedagem em
um hotel que possui pensão completa (café da manhã, almoço e jantar) o valor de R$ 140,00 a diária. Nesse caso, as despesas do
casal dependem da quantidade de dias que eles ficarão na praia, pois o gasto com gasolina e pedágio é fixo e já está reservado.
Assim, podemos escrever uma função para o gasto, g (d), do casal em função dos dias, d:

g(d) = 140 ⋅ d + 90

Dados os conjuntos A = {1, 2, 3} eB , podemos definir uma função f tal como na figura a seguir.
= {a, b}
 SAIBA MAIS
O artigo “A Física presente no ensino de funções lineares e quadráticas na educação básica”, disponível no link a seguir,
apresenta exemplos de aplicação de algumas funções na Física. Clique aqui e acesse-o!

Gráficos
Uma forma de facilitar o entendimento das funções é através da construção do seu respectivo gráfico. Os gráficos são uma
representação visual do comportamento de uma determinada função a partir de pares ordenados (x, f (x)). Os pares ordenados
são usualmente representados em sistemas de coordenadas cartesianos, que associam pares ordenados a pontos em um plano, como
pode ser visto na Figura 1. Nesse sistema, os eixos x e y recebem nomes específicos e são chamados de abcissa e ordenada,
respectivamente. Os pares ordenados (x, y) são especificados no plano da seguinte forma, a coordenada x está associada a abcissa e
a coordenada y está associada a ordenada, como pode ser visto na Figura 4 a seguir.
Figura 4: Representação de pares ordenados no plano cartesiano
NA-PRATICA
Exemplo 4
Considere a função f (x) = 4x − 2. Os gráficos das funções na forma f (x) = ax + b são retas oblíquas no plano cartesiano,
dessa forma, precisamos conhecer apenas dois pares ordenados de uma função afimpara podermos determinar o seu gráfico.
Assim, sabendo que o gráfico da função é uma reta, precisamos de apenas dois pares ordenados para a construção do gráfico.
Vamos determinar dois pares quaisquer escolhendo, por exemplo, x = 0 e x = 3. Para os valores de x escolhidos, temos e
Temos, então, dois pares ordenados (0, f (0)) = (0, −2) e o par (3, f (3)) = (3, 10). Marcando os valores no plano cartesiano,
temos o seguinte gráfico.

Exemplo 5
Vamos considerar a função quadrática f (x) = x − 4x + 3. Para determinarmos o gráfico dessa função, podemos montar uma
2

tabela com alguns pontos x e f (x). Para o ponto x = 0, temos Para x = 1, a função é dada por f (1) = 1 − 4 ⋅ 1 + 3 = 0
2

E, seguindo essa ideia, temos a seguinte tabela:

x f (x)

0 3

1 0

2 −1

3 0

4 3

Com os pares ordenados, podemos, então, marcá-los no plano xy. Assim, temos o gráfico da função quadrática, que é conhecido
como parábola.
Equação da Reta
Vimos anteriormente que a função y = ax + b fornece o gráfico de uma reta. Vamos agora analisar essa equação com mais detalhes.
Considere o gráfico a seguir da função y. Essa função, como podemos ver no gráfico, tem uma raiz no ponto x = −b/a, isto é,
y (−b/a) = 0. Além disso, quando x = 0, temos que y (0) = b. Observe que a reta e os eixos coordenados formam um triângulo

retângulo e, dessa forma, podemos calcular a tangente do ângulo θ, que é dada por
cateto oposto
tg (θ) =
cateto adjacente

b−0
= b
0−(− )
a

= a.

Temos, portanto, que a constante a está diretamente ligada ao ângulo que a reta faz com o eixo x. Chamaremos, a partir de agora, a
constante a de coeficiente angular da reta y = ax + b. Sendo o coeficiente angular dado por tg (θ), sempre que a > 0 a reta será
crescente, quando a < 0 teremos a reta decrescente.
NA PRATICA
Exemplo 6
Dada a inclinação de uma reta e um ponto pelo qual ela passa, podemos determinar a equação dessa reta. Considere, então, que
a reta possui inclinação a = −2 e que passa pelo ponto (1, 4). Para essa reta, temos

y = −2x + b.

Como essa reta passa pelo ponto (1, 4), então

y (1) = 4 = −2 ⋅ 1 + b,

Logo, b = 6. Portanto, a equação da reta é dada por y = −2x + 6 .

Exemplo 7
Dados dois pontos no plano, também podemos determinar a equação da reta. Considere, então, a reta que passa pelos pontos
(−1, −2) e (2, 7). Sendo o coeficiente angular calculado como sendo a tangente do ângulo que a reta faz com o eixo x, então

podemos calcular a tangente como sendo

7 − (−2)
a = tg (θ) =
2 − (−1)

9
=
3

= 3.

Assim, a reta que passa pelos pontos tem a forma y = 3x + b . Para determinarmos o ponto b, podemos fazer

y (2) = 7 = 3 ⋅ 2 + b

Ou seja, b = 1 . Portanto, a equação da reta que passa pelos pontos dados é

y (x) = 3x + 1.
SAIBA MAIS
Para acessar uma aula diferente sobre funções, assistam aos vídeos disponíveis a seguir.
Parte 1: Clique aqui.

Parte 2: Clique aqui.