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Retiro de Semana Santa - Livreto

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Programação

Sexta-feira – 29.03.24

08:30hs Santo Terço.

09:00hs Via Sacra.

10:00hs Pregação: Cruz, lugar de cura, de amor e de doação.

11:00hs Oração pessoal.

Sábado – 30.03.24

08:30hs Santo Terço.

09:00hs “A Hora da Mãe”.

10:00hs Pregação: A Virgem Maria no Evangelho de São João.

11:00hs Oração pessoal.

Domingo – 31.03.24

00:00hs Vigília da Ressurreição.

18:00hs Missa de Páscoa.


VIA SACRA

A Via Sacra é uma das mais antigas formas de se meditar a


Paixão de Cristo. A expressão vem do latim e significa “caminho
sagrado”: literalmente falando, nada mais é que o trajeto
percorrido por Nosso Senhor com a Cruz às costas, desde o
pretório de Pilatos, onde foi condenado à morte, até o Calvário,
onde foi crucificado.
Segundo uma piedosa tradição, ninguém menos que a Virgem
Maria teria dado início a este santo exercício: após a morte de
seu divino Filho, seja sozinha, seja em companhia das santas
mulheres, ela teria refeito constantemente a via crucis, isto é, o
caminho da cruz.
Com muita piedade, acompanhemos Jesus em sua caminhada
dolorosa, unindo-nos ao Senhor através da meditação de Sua
Paixão e Morte.

ORAÇÃO INICIAL

Ó meu Jesus, preparo-me neste instante para acompanhar-Vos


em Vossa Via Sacra. Nela eu Vos encontrarei chagado, sem forças
e ensanguentado. Muito diferente está Vossa Divina figura
d’Aquela que os Apóstolos contemplaram no Tabor, ou
caminhando sobre as águas, ou curando os enfermos. Em Vossa
adorável face verei estampada a feiura e a maldade de meus
pecados. Aos Vossos pés deposito minhas misérias e peço-Vos
perdão pela enorme culpa que tenho em Vossos tormentos!
Recorro, para isso, à intercessão da Virgem Dolorosa. Que Ela me
cubra com seu maternal manto, auxiliando-me a unir-me a Vós e
a abraçar a minha cruz. Amém.
I ESTAÇÃO – JESUS É CONDENADO À MORTE

V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

“Pilatos tornou a entrar no pretório, chamou Jesus e disse-Lhe:


“Tu és o rei dos judeus?” (...) Respondeu Jesus: “O Meu Reino não
é deste mundo; se o Meu Reino fosse deste mundo, pelejariam os
Meus servos, para que Eu não fosse entregue aos judeus; mas o
Meu Reino não é daqui” (Jo 18,33 e 36).
Pilatos (...) fez com que lhe trouxessem água, lavou as mãos
diante do povo e disse: “Sou inocente do sangue deste homem.
Isto é lá convosco!” E todo o povo respondeu: Caia sobre nós o
seu sangue e sobre nossos filhos!” Libertou então Barrabás,
mandou açoitar Jesus e lho entregou para ser crucificado” (Mt
27, 24-26).
Jesus, ao afirmar não ser o Seu reino deste mundo, não deixa de
querer ser o Rei dos nossos corações. Ele irá entregar-Se nas
mãos dos carrascos por amor a nós. Neste momento de Sua
prisão, não devemos oferecer-Lhe também nossos corações?
Ó meu adorável Jesus, não quero ser indiferente ao Vosso
profundo desejo neste instante. Jesus, vejo o enorme peso dos
meus pecados no ódio dos que Vos rejeitam. Aceitai, Senhor, o
meu pobre coração e assumi como Rei e dono absoluto. Estou
seguro de que se assim o fizerdes, jamais Vos ofenderei.
Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

A morrer crucificado, Pela Virgem dolorosa,


Teu Jesus é condenado Vossa Mãe tão piedosa,
Por teus crimes, pecador. Perdoai-me, meu Jesus.
II ESTAÇÃO – JESUS CARREGA A CRUZ ÀS COSTAS

V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

“Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção


ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota (Jo 19, 17). Em
verdade, Ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os
nossos sofrimentos (Is 53, 4)”.
A cruz o símbolo máximo da desonra, reservada aos piores
criminosos. Mas o sinal da vergonha por excelência foi abraçado
por Jesus: Ele toma a Cruz, beijando-a, transformando-a em
objeto de elevada nobreza e distinção. Ela será colocada no alto
das igrejas, nas coroas dos reis... e será a paixão dos santos.
Que devo eu oferecer a Jesus neste momento em que O vejo
beijar a cruz? Ó Jesus meu! Ao ver-Vos ajoelhado para abraçar o
instrumento do Vosso suplício, lanço- me a Vossos pés contrito e
humilhado. Abraço todas as adversidades que, por vosssa
vontade, hei de suportar até a morte; e, pelo duro sofrimento
que suportastes carregando a cruz, peço-vos que me deis forças
para que eu possa carregar, com ânimo forte e paciente, minha
própria cruz.

Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

Com a Cruz é carregado, Pela Virgem dolorosa,


E do peso acabrunhado, Vossa Mãe tão piedosa,
Vai morrer por teu amor. Perdoai-me, meu Jesus.
III ESTAÇÃO – JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ

V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

“Mas Ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas
iniquidades. O castigo que nos salva pesou sobre Ele, e fomos
curados graças às suas chagas (Is 53, 5).”
Não era longo o caminho até ao Calvário. Contudo, o
esgotamento produzido pela flagelação... a coroação de
espinhos... a noite sem dormir...
Ele bem poderia negar-Se a continuar a Sua Via Sacra. Mas, Ele
deseja ensinar-nos a nunca desanimar, a jamais desistir. Neste
passo, Ele demonstra estar disposto a nos reerguer de nossas
quedas, por piores que sejam.
Ó Jesus, castigado pelos meus crimes, elevai-me desta situação
em que me encontro, produzi em mim uma verdadeira
conversão, para que eu retorne ao caminho de minha salvação e
nunca desanime de a alcançar. Que eu deteste tudo aquilo que
me separa de Vós. Que eu morra para o pecado e, quando cair,
jamais desconfie do Vosso socorro.

Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

Pela Cruz tão oprimido, Pela Virgem dolorosa,


Cai Jesus, desfalecido, Vossa Mãe tão piedosa,
Pela tua salvação. Perdoai-me, meu Jesus.
IV ESTAÇÃO - ENCONTRO DE JESUS COM SUA MÃE
SANTÍSSIMA
V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

“Simeão abençoou­os e disse a Maria, sua mãe: “Eis que este


Menino está destinado a ser uma causa de queda e de
soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que
provocará contradições, a fim de serem revelados os
pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a
tua alma (Lc 2, 34­35).”
Maria devia lembrar-se com exatidão das palavras do Arcanjo
São Gabriel durante a Anunciação: “Ele será grande e
chamar-se-á Filho do Altíssimo” (cf. Lc 1, 32). Mas como será isto,
deveria pensar Ela, se meu Filho é uma só chaga da cabeça aos
pés, sem forças sob o peso da cruz?
Quem poderia imaginar cena mais trágica? Uma espada de dor
penetrou em sua alma puríssima e ali depositou um sofrimento
lancinante.
Ó Virgem Dolorosa, perdão! Perdão pela grande culpa que tenho
neste passo da Paixão. Agradeço-Vos por Vos terdes associado
aos tormentos de Vosso Divino Filho para me redimir. Ó celeste
Corredentora, invoco essa sagrada troca de olhares entre Mãe e
Filho, em circunstâncias tão dramáticas, para implorar perdão.
Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

De Maria Lacrimosa, Pela Virgem dolorosa,


No encontro lastimosa, Vossa Mãe tão piedosa,
Vê a imensa compaixão. Perdoai-me, meu Jesus.
V ESTAÇÃO – SIMÃO CIRINEU AJUDA JESUS A
CARREGAR A CRUZ

V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

“Passava por ali certo homem de Cirene, chamado Simão, que


vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, e obrigaram--no que
Lhe levasse a cruz (Mc 15, 20­21)”.
Os soldados romanos receiam que o Divino condenado venha a
morrer, antes mesmo de chegar ao Gólgota. É urgente encontrar
alguém que O auxilie a terminar o percurso.
Assim, obrigaram Simão de Cirene a carregar a Cruz atrás do
Senhor, que caminha em extremo cansaço, quase a expirar a
cada passo.
Ó dulcíssimo Jesus, não quero, como o Cirineu, repudiar a Cruz.
De bom grado a abraço e tomo sobre mim todas as penas, dores,
contrariedade e humilhações de minha breve existência. E
abraço especialmente a morte que para mim estabelecestes,
unindo-a a Vossa morte. Vós, porém, ajudai-me com a Vossa
graça.

Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

Em extremo desmaiado, Pela Virgem dolorosa,


Teve auxílio, tão cansado, Vossa Mãe tão piedosa,
Recebendo o Cireneu. Perdoai-me, meu Jesus.
VI ESTAÇÃO - VERÔNICA ENXUGA O ROSTO DE
JESUS

V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

“Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz da vossa face. Confiado na


Vossa justiça, eu contemplarei a Vossa face; ao despertar, saciar-
me-ei com a visão de Vossa imagem” (Sl 4, 7; 16, 15).
“Vera ícona”, ou seja, verdadeira imagem. Este é o significado do
nome daquela que se compadeceu de Jesus e Lhe enxugou o
rosto. Que poderia oferecer Ele, naquele momento, em
retribuição por tão distinta atitude? A Sua verdadeira Face! Jesus
quis deixar-nos esta preciosa mensagem: sempre que, de alguma
forma, eu Lhe enxugar a Face, sua fisionomia se estampará em
minha alma, serei outro Cristo.
Senhor, compreendo agora, por um auxílio da Vossa graça, o
Vosso mandamento: “Amai-Vos uns aos outros, como Eu vos
tenho amado” (Jo 13, 34). Quereis de mim que eu seja atencioso
com os necessitados de meu auxílio, bondoso para com os
humildes, forte para com os orgulhosos.

Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

O seu rosto ensanguentado, Pela Virgem dolorosa,


Por Verônica enxugado, Vossa Mãe tão piedosa,
Eis, no pano, apareceu. Perdoai-me, meu Jesus.
VII ESTAÇÃO - JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ

V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao


matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. O
Senhor torna firmes os passos do homem e aprova os seus
caminhos. Ainda que caia, não ficará prostrado, porque o Senhor
o sustenta pela mão (Sl 36, 23-24).
Apesar do auxílio do Cireneu, o peso da cruz vai se tornando
esmagador. Quem, ao cair pela segunda vez naquelas
circunstâncias, não se deixaria permanecer no chão? Era a
oportunidade para desistir. Mas Jesus quis levar até ao fim o
holocausto. E como eram suaves aquelas pedras do caminho em
comparação com os sofrimentos que ainda viriam pela frente...
As chagas de seu corpo são aprofundadas e as angústias do
doloroso Senhor são todas renovadas nesta segunda queda.
Ó manso Jesus, quantas vezes me concedestes o perdão, e eu
recaí nos mesmos pecados, renovei as ofensas cometidas contra
Vós. Pelo mérito desta vossa nova queda, ajudai-me a perseverar
na vossa graça até a morte, refugiando-me em Vós em todas as
tentações que me assaltarem.

Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

Outra vez desfalecido, Pela Virgem dolorosa,


Pelas dores abatido, Vossa Mãe tão piedosa,
Cai por terra o Salvador. Perdoai-me, meu Jesus.
VIII ESTAÇÃO - JESUS CONSOLA AS FILHAS DE
JERUSALÉM
V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Seguiam uma grande multidão de povo e de mulheres, que batiam no


peito e O lamentavam. Voltando-se para elas, Jesus disse: Filhas de
Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e
sobre vossos filhos (Lc 23, 28).
Jesus, embora mergulhado nos tormentos da Paixão, caminhava para
o triunfo do cumprimento de Sua missão. Mas, na sua infinita justiça,
não deixava de advertir as santas mulheres da necessidade de
repararem o pecado coletivo. Não bastava comoverem-se com a
tragédia de um Deus injustiçado. Era indispensável aplacar a cólera
divina contra os homens, pelo crime cometido.
Ó Jesus, Senhor da Justiça que a todo bem premiais e a todo mal
castigais, dai-me a graça de ter plena consciência de minhas loucuras,
crimes e pecados, a fim de pedir-Vos perdão com sinceridade.
Quanto mais profundamente eu reconhecer minhas faltas, melhor
será o meu arrependimento e mais completa será a Vossa absolvição.
Fazei com que eu também chore e mortifique pelos crimes cometidos
por aqueles que me são confiados como filhos espirituais. Bondoso
Jesus, fazei com que a visão das Vossas dores mova meu coração a
buscar sem mais tardar a minha conversão e a conversão de toda a
humanidade.

Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

Das mulheres piedosas, Pela Virgem dolorosa,


De Sião filhas chorosas, Vossa Mãe tão piedosa,
É Jesus consolador. Perdoai-me, meu Jesus.
IX ESTAÇÃO - JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ

V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Mas aprouve ao Senhor esmagá-Lo pelo sofrimento (Is. 53, 3).


Também Cristo padeceu por vós, deixando-Vos exemplo para que
sigais os Seus passos. Carregou os nossos pecados em Seu corpo
sobre o madeiro para que, mortos aos nossos pecados, vivamos
para a justiça (I Pe 2, 21, 24).
Jesus cai pela terceira vez sob o peso da Cruz. Caiu porque era
demasiada a sua fraqueza e excessiva a crueldade dos algozes,
que lhe queriam acelerar a marcha, embora Ele mal pudesse dar
um passo.
Ó Jesus tão maltratado, pelo mérito desta falta de forças que
quisestes padecer no caminho do Calvário, dai-me tanto vigor
que já não tenha respeito algum às opiniões dos homens e
domine minha natureza viciosa, porque ambas as coisas foram a
causa de eu ter desprezado muitas vezes a vossa amizade. Amo-
vos, ó Jesus, meu Amor, de todo o meu coração; arrependo-me
de ter-vos ofendido. Não permitais que eu novamente vos
ofenda. Dai-me amor perpétuo a vós e fazei de mim o que
quiserdes.

Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

Cai, terceira vez, prostrado, Pela Virgem dolorosa,


Pelo peso redobrado Vossa Mãe tão piedosa,
Dos pecados e da Cruz. Perdoai-me, meu Jesus.
X ESTAÇÃO - JESUS É DESPOJADO DE SUAS
VESTES

V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Tomaram as Suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para


cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não
tinha costura. Disseram, pois, uns aos outros: “Não a rasguemos,
mas deitemos sorte sobre ela para ver de quem será”. Assim se
cumpria a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e
deitaram sorte sobre a minha túnica (Jo 19, 23-24).
As vestes de Cristo são arrancadas com muita violência, de modo
que, estando o traje interior muito pegado à carne, aberta pelos
flagelos, ao ser puxado pelos algozes, rasgaram também a pele.
Ó inocentíssimo Jesus, pelo mérito da dor que padecestes nesta
espoliação, ajudai-me, eu vos peço, a despir-me de todo afeto às
coisas criadas e, com toda a minha vontade, converter-me
somente a vós, que sois o único digno do meu amor.

Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

Dos vestidos despojado, Pela Virgem dolorosa,


Por algozes maltratado, Vossa Mãe tão piedosa,
Eu vos vejo, meu Jesus. Perdoai-me, meu Jesus.
XI ESTAÇÃO - JESUS É PREGADO NA CRUZ

V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua Mãe, a irmã de


sua Mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. Jesus,
então, vendo a Mãe e perto dela, o discípulo a quem amava,
disse à Mãe: “Mulher, eis teu filho!”. Depois disse ao discípulo:
“Eis tua Mãe!”. E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em
sua casa (Jo 19, 25-27).
Nesta cena, estamos dentro do contexto messiânico, ou seja, os
sentidos das palavras e atos não se esgotam em seus sentidos
literais mais imediatos, mas tem um significado transcendente,
relacionado a todos os homens, universal. Jesus estava na sua
hora, no momento culminante, e embora em situação das mais
extremas, mantém seu desejo de levar o projeto do Pai até o fim,
e de estar à altura dele, cumprindo tudo, sem deixar nada por
fazer. Depois de estabelecer a relação entre Maria e João, o
evangelista nos traz o seguinte versículo: “Depois disso, sabendo
que tudo estava realizado...” (19, 28), ou seja, termina sua tarefa
messiânica depois da entrega da humanidade a Maria, e este
testamento é seu último ato. (...) Em João, Jesus dava Maria por
Mãe a todos os homens, em um sentido messiânico
sobrenatural. (...) A partir deste momento, todos os redimidos
ganharam uma Mãe, por expressa vontade do Senhor, Sua
própria Mãe. Ninguém poderá queixar-se de orfandade (Raniero
Cantalamessa).
Ao pé da cruz, Maria experimentou a sua hora, como Jesus
experimentava a grande hora predefinida pelo Pai. No
sofrimento, ela se tornava Mãe da humanidade.
Como podemos recolher com grande admiração do livro “Alma
Eucarística” - que traduz este dom da maternidade em palavras
profundas e cheias de sabedoria divina -, esta maternidade
espiritual é transmitida por um amor que “Do peito de Jesus
passa para o seio de Maria; e Maria do lado de Jesus passa para
o lado de João!”.
Este dom de Maria, de esquecer de si mesma e, num ato
apaixonado por Jesus, tornar-se Mãe de toda a humanidade, em
meio a dores, mas não se prendendo a dor dela mesma, sempre
tendo em vista o Outro que a solicitava e os outros que acolhia,
este dom nós recebemos. Ele nos empurra para fora de nossas
zonas de conforto, para fora do nosso egoísmo, até mesmo de
nossas dores lícitas, para, com grande amor a Deus,
transcendermos nossas capacidades, sair de nós mesmos, e
tomarmos decisões baseados no Outro e nos outros. Isto, hoje
nos ensina Maria, é ser mãe!
(Oração espontânea)

(Música a escolha do dirigente da Via Sacra)

Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

Sois por mim na Cruz pregado, Pela Virgem dolorosa,


Insultado, blasfemado, Vossa Mãe tão piedosa,
Com cegueira e com furor. Perdoai-me, meu Jesus.
XII ESTAÇÃO - JESUS MORRE NA CRUZ

V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: “Tudo está


consumado”. Inclinou a cabeça e rendeu o espírito. Vieram os
soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro que com
Ele foram crucificados. Chegando, porém, a Jesus, como O vissem
já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados
abriu-Lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e
água (Jo 19, 30; 32-34).
Ó meu Jesus, prova de amor maior não há! Vós destes Vossa
preciosíssima vida por mim! E que Vos devo dar eu? Pensar que
esse mesmo sacrifício se renova todos os dias sobre o altar, de
forma incruenta, para que eu me beneficie dele totalmente! Ah,
Senhor, aceitai o meu pobre ser, o meu corpo, a minha alma, os
meus familiares, tudo o que me pertence agora e no futuro, até
os meus méritos. Tudo é vosso, Senhor, e a Vós entrego em
retribuição, por meio de Maria Santíssima.

Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

Por meus crimes padecestes, Pela Vigem Dolorosa,


Meu Jesus, por mim morrestes, Vossa Mãe tão piedosa,
Oh, quão grande é minha dor! Perdoai-me, meu Jesus.
XIII ESTAÇÃO - JESUS É DESCIDO DA CRUZ
V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, mas


ocultamente, por medo dos judeus, rogou a Pilatos a autorização
para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu. Foi, pois, e tirou o
corpo de Jesus. Acompanhou--o Nicodemos (aquele que
anteriormente fora de noite ter com Jesus), levando umas cem
libras de uma mistura de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus
e O envolveram em panos com os aromas, como os judeus
costumam sepultar (Jo 19, 38-40).
Que graça sem igual foi dada a José de Arimatéia! A de poder
descer da cruz, com o auxílio de Nicodemos, o Divino Corpo, vítima
de valor infinito, e de sepultá-Lo. José e Nicodemos, o tiram
exânime da Cruz e o colocam nos braços de sua Mãe dolorosa, que
recebe o Filho morto com grande amor e o abraça ternamente.
Ó Mãe das Dores, pelo amor com que amais o vosso Filho, recebei-
me como servo vosso e rogai a Ele por mim. E vós, ó meu
Redentor, porque por mim morrestes, fazei, benignamente, com
que eu vos ame; a vós somente desejo nem quero nada fora de
vós. Amo-vos, ó Jesus, meu Amor, e arrependo-me de ter-vos
ofendido. Não permitais que eu novamente vos ofenda. Dai-me
amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

Do madeiro vos tiraram Pela Virgem dolorosa,


E à Mãe vos entregaram Vossa Mãe tão piedosa,
Com que dor e compaixão! Perdoai-me, meu Jesus.
XIV ESTAÇÃO - JESUS É SEPULTADO

V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

No lugar em que Ele foi crucificado havia um jardim, e no jardim


um sepulcro novo, em que ninguém ainda fora depositado. Foi ali
que depositaram Jesus por causa da Preparação dos judeus e da
proximidade do túmulo. Depois (José de Arimatéia) rolou uma
grande pedra à entrada do sepulcro e foi-se embora. Maria
Madalena e a outra Maria ficaram lá, sentadas defronte do
túmulo (Jo 19, 41-42; Mt 27, 60-61).
Ó Jesus sepultado, beijo esta pedra que vos acolheu; mas, após
três dias, haveis de ressurgir! Por vossa ressurreição, fazei-me,
eu vos peço, ressurgir glorioso convosco no último dia e ir para o
Céu, onde, unido a vós para sempre, vos hei de louvar e amar
por toda a eternidade. Amo-vos e arrependo-me de ter-vos
ofendido. Não permitais que eu novamente vos ofenda. Dai-me
amor perpétuo a vós e fazei de mim o que quiserdes.
A Vós, ó Virgem, recorro a fim de que me obtenhais de Jesus
sepultado, a confirmação na graça de Deus para, um dia,
seguindo os Vossos caminhos e os dEle, possa eu ressuscitar para
a glória eterna.

Pai- Nosso, Ave Maria, Glória

No sepulcro vos deixaram, Pela Virgem dolorosa,


Sepultado, vos choraram, Vossa Mãe tão piedosa,
Magoado o coração. Perdoai-me, meu Jesus.
Oração Final

Ó Mãe das Dores, Rainha dos mártires, que tanto chorastes


vosso Filho, morto para me salvar, alcançai-me uma verdadeira
contrição dos meus pecados e uma sincera mudança de vida.
Mãe, pela dor que experimentastes quando vosso divino Filho,
no meio de tantos tormentos, inclinando a cabeça expirou à
vossa vista sobre a cruz, eu vos suplico que me alcanceis uma
boa morte. Por piedade, ó advogada dos pecadores, não deixeis
de amparar a minha alma na aflição e no combate da terrível
passagem desta vida à eternidade. E, como é possível que, neste
momento, a palavra e a voz me faltem para pronunciar o vosso
nome e o de Jesus, rogo-vos, desde já, a vós e a vosso divino
Filho, que me socorrais nessa hora extrema, e assim direi: Jesus e
Maria, entrego-vos a minha alma.

Amém.
A HORA DA MÃE

Apresentação

A sexta feira santa é a hora de Cristo: a hora onde Ele amou os seus,
e os amou até o fim (Jo 13,1), por Sua imolação no altar da Cruz. Aos
Seus pés estava Maria, indisoluvelmente unida a Ele na dor e na
oferta.

O sábado santo é a hora da Mãe, que viveu a prova suprema na


união ao Cristo Redentor. Ela é a única chama de esperança que
permanece acesa neste dia de trevas. É a Mãe da nossa fé, que
acreditou contra toda evidência e esperou contra toda esperança.

«A tradição ensina que na pessoa de Maria está como concentrado o


corpo da Igreja inteira. Assim a Virgem Maria que permanece perto
do sepulcro do seu Filho é o ícone da Igreja Virgem, que vela junto ao
túmulo do seu Esposo, na espera da celebração da Ressurreição.
Essa intuição de uma relação tão estreita entre Maria e a Igreja
provém do piedoso exercício chamado ‘A Hora da Mãe’: enquanto o
Corpo do Filho repousa no sepulcro e sua alma desce aos infernos
para anunciar aos antepassados da fé que vivem ainda na sombra
da morte, a sua liberação iminente, a Virgem, antecipando e
personificando a Igreja, espera a vitória do Seu Filho sobre a morte,
demonstrando uma fé inalterável.»
(Diretório sobre a piedade popular e a liturgia, 147. Congregação pelo Culto
Divino, Vaticano)

Abreviações

P. Presidente da C. Comentarista T. Todos


celebração S. Solista
L. Leitor
Rito Introdutório

P. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo


T. Amém
P. Que a paz esteja convosco
T. E com o teu espírito

Ato Penitencial

T. Kyrie eleison!
L. Pai Santo, Tu que não poupaste o Teu Filho único da Paixão e
da morte, afim de chegar à Ressureição, e que não poupaste
Sua Mãe, tão amada por Ele, de atravessar o abismo da dor e o
tormento da prova, tende piedade de nós !
L. Cristo, Teu corpo foi depositado em um túmulo e Tua alma
desceu aos infernos. Viste Tua Mãe exposta à tentação, mas
ouviste sua fé e seu amor, que Te seguiram com força para além
do sepulcro, para proclamar antecipadamente a Tua
Ressurreição, tende piedade de nós !
L. Espírito do Pai e do Filho, Amor do Amor eterno, consumiste
em um Braseiro Divino a Vítima sobre o altar da Cruz e
misteriosamente fecundaste a longa prova da Virgem Maria,
para que ela se tornasse a Mãe da humanidade resgatada,
tende piedade de nós!
P. Oremos: Deus de sabedoria e misericórdia infinitas, que amas
tanto os homens a ponto de querer que eles partilhem com
Cristo o desígnio eterno da salvação: faz com que reavivemos
com Maria a força de vida da nossa fé, e com ela esperemos a
aurora da ressureição. Amém.
Hino

(Enquanto se acende uma lamparina diante da imagem da Virgem Maria,


cantamos o hino)

Um silêncio sombrio ecoava no mundo


As trevas da noite envolviam os corações.
O Verbo era silêncio,
e a Fonte da Vida morreu.
Sepultada estava estava a Luz,
só restava uma chama de fé
sobre a terra.
Só tu, Desolada, acreditavas, luminosa.
Só tu esperavas na promessa do Senhor,
Implorando que a Vida voltasse,
Que o Amor sobre a morte vencesse,
Que o Dia brilhasse sobre nós.

Liturgia da Palavra – 1ª Parte

(Pode-se iluminar mais o altar)

C. A litugia bizantina do Sábado Santo alterna o Salmo 118 e


alguns cantos curtos, chamados "tropários". O Salmo expressa a
obediência incondicional do Filho e da Mãe à santa vontade do
Pai. Já os tropários expressam a lamentação da Virgem e das
santas mulheres, que choravam, no túmulo, o primogênito
transpassado. Cantemos com o coração aberto à graça de Deus.
T. Felizes aqueles cuja vida é pura,
e seguem a Lei do Senhor.
Felizes os que guardam seus preceitos
e o procuram de todo o coração;
S. Contemplando o Cordeiro Imolado, na Cruz
a ovelha tão pura, ferida, gemia
e atraía a compaixão de quem a via
T. Os Teus preceitos meditarei,
e considerarei os Teus caminhos.
Hei de deleitar-me em Tuas leis;
jamais esquecerei Tuas palavras.
S."Na solidão e na pobreza dei-Te à luz,
eu não conheci a dor ali, meu Deus.
Mas gestante agora está minh’alma."
T. Concede a teu servo esta graça:
que eu viva guardando Tuas palavras.
Abri meus olhos, para que veja
as maravilhas da Tua Lei.
S. "Verbo do Pai, minha vida, minha paz,
como imaginar-Te sepultado, três dias?
Estou dilacerada até o mais íntimo de mim!"
T. Mostra-me o caminho de Teus preceitos,
e meditarei Tuas maravilhas.
Chora de tristeza a minha alma;
reconforta-me com Tua promessa.
S."Ó Vida, morres? Tu habitas um sepulcro,
Tu que destruís o poder da morte,
Tu que aos mortos vida dás no Hades?
T. Desçam a mim as Tuas misericórdias,
e Tua salvação, conforme a promessa.
Saberei responder aos que me ultrajam,
pois confio em tua palavra.
S."Jesus, minha alegria, minha luz, meu amor,
Porque te colocaram num túmulo escuro?
Ó misterioso humilhar-se de Deus!"
T. Andarei por um caminho seguro,
pois procuro os Teus preceitos.
Diante dos reis falarei de Ti,
e não me envergonharei.
S. Fogo ardente escondido sob a terra,
a carne de Cristo brilha no Hades:
Luz da vida que dissipa as trevas.
T. De noite, lembro-me, de Ti;
Guardarei a Tua Lei.
Escolhi, como minha herança,
observar os Teus preceitos.
S."Luz do mundo e minha luz,
ó Jesus, Filho desejado, único bem!"
Amargamente a Virgem Te clamava.
Liturgia da Palavra – 2ª Parte

Leitura da carta de São Paulo aos Romanos (4, 16-25) :


L. É pela fé que alguém se torna herdeiro. Portanto,
gratuitamente; e a promessa é assegurada a toda a posteridade
de Abraão, não somente aos que procedem da Lei, mas também
aos que possuem a fé de Abraão, que é pai de todos nós.
Esperando, contra toda a esperança, Abraão teve fé e se tornou
pai de muitas nações, segundo o que lhe fora dito. Não vacilou
na fé, embora reconhecendo o seu próprio corpo sem vigor –
pois tinha quase cem anos – e o seio de Sara igualmente
amortecido. Ante a promessa de Deus, não vacilou, não
desconfiou, mas conservou-se forte na fé e deu glória a Deus.
Estava plenamente convencido de que Deus era poderoso para
cumprir o que prometera. Eis por que sua fé lhe foi contada
como justiça. Ora, não é só para ele que está escrito que a fé lhe
foi imputada em conta de justiça. É também para nós, pois a
nossa fé deve ser-nos imputada igualmente, porque cremos
naquele que dos mortos ressuscitou Jesus, nosso Senhor, o qual
foi entregue por nossos pecados e ressuscitado para a nossa
justificação.
Palavra do Senhor.
Liturgia da Palavra – 3ª Parte

C. O Salmo nos mostra como a obediência «até a morte, e morte


de cruz» (Fil 2,8) conduz à glória. Já os tropários, impregnados de
esperança, predizem e solicitam a ressureição de Cristo. A Mãe,
em nome de toda a Igreja, vive a angústia da espera, mas
também a alegria da Páscoa, que se aproxima.

T. Tuas mãos me fizeram e firmaram.


Faz-me aprender Teus mandamentos.
Alegrem-se por mim os que Te temem
Pois eu espero em Tua palavra.
S. Eu te contemplo morto, ó Senhor.
A Mãe tão pura suplicava e chorava:
"Não tardes mais, nãos tardes mais, Vida minha
entre os mortos!"
T. Faze-me viver pela Tua misericórdia
Pois Tua lei são minhas delícias.
Envergonhem-se os soberbos, que me afligem,
pois medito em Teus preceitos.
S. José tirou Teu Corpo do madeiro,
Te colocou, ó Verbo, no sepulcro:
"Levanta-Te ó Deus! Levanta-Te ó Deus e vem
socorrer-nos!"
T. Eu me consumo pela salvação.
Espero em Tua palavra.
Meus olhos se consomem por Ti.
Quando me consolarás?
S. Tu Te escondeste sob a terra, ó Deus,
da morte a noite cobre-Te, Senhor,
mas como o Sol, mas como o Sol, glorioso
reaparecerás.
T. Estou extremamente aflito, ó Deus,
Vivifica-me conforme a Tua palavra.
Aceita a oferta de minha boca
e ensina-me as Tuas normas.
S. "Quando poderei em Ti me alegrar,
ó eterna luz do coração?
Ó minha alegria!" Geme implorando
a Mãe de Deus.
T. Ilumina Tua face sobre o Teu servo
E ensina-me os Teus mandamentos.
Lágrimas correram de meus olhos
Porque não observam a Tua lei.
S. Grão caído que morreu na terra,
faz com que a vinha prospere, abundante,
ressuscitando, ressuscitando os Teus filhos
de toda morte!
T. Clamo de todo coração, responde-me;
Eu observarei Teus estatutos.
Clamo a Ti Senhor, salva-me!
Eu guardarei Teus testemunhos.
S. A Mãe derrama um rio de lágrimas
sobre o santo túmulo onde estás;
Ela Te chama: "Ergue-Te pois, Meu Filho
como Tu disseste!"
T. Que meu grito chegue à Tua presença,
Dá-me discernimento pela Tua palavra.
Que minha súplica chegue a Ti,
Liberta-me conforme Tua promessa.
S."Mãe não chore sobre Mim",
pensava, fechado no sepulcro
o Filho eterno, o Filho eterno que nasceu
do Teu ventre.
"Eu voltarei com poder e esplendor
e subirei para a glória eterna
que tu cantas, que tu cantas, ó Mãe,
com tanto amor e fé."
Evangelho

C. O Evangelho de João recorda a Mãe aos pés da Cruz, assim


como na deposição do corpo e no sepultamento de Cristo: isto é
um prelúdio da Páscoa. O Senhor sairá de um túmulo novo, da
mesma forma que nasceu do útero da Mãe, guardando-o intacto.
Escutemos com piedade e atenção.
L. Evangelho de Jesus Cristo segundo São João (19,25-42)

Junto à cruz de Jesus estavam de pé Sua Mãe, a irmã de Sua


Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus
viu Sua Mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à Sua
Mãe: “Mulher, eis aí teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis aí
tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo a recebeu como
sua mãe. Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava
consumado, para se cumprir plenamente a Escritura, disse:
“Tenho sede”. Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados
encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de
hissopo, chegaram- lhe à boca. Havendo Jesus tomado do
vinagre, disse: “Tudo está consumado”. Inclinou a cabeça e
entregou o espírito. Os judeus temeram que os corpos ficassem
na cruz durante o sábado, porque já era a Preparação e esse
sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se
lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Vieram os
soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que
com ele foram crucificados. Chegando, porém, a Jesus, como o
vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos
soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu
sangue e água. O que foi testemunha desse fato o atesta (e o seu
testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a verdade), a fim de
que vós creiais. Assim se cumpriu a Escritura: Nenhum dos seus
ossos será quebrado. E diz em outra parte a Escritura: Olharão
para aquele que transpassaram. Depois disso, José de Arimateia,
que era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos
judeus, rogou a Pilatos a autorização para tirar o corpo de Jesus.
Pilatos permitiu. Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus.
Acompanhou-o Nicodemos (aquele que anteriormente fora de
noite ter com Jesus), levando umas cem libras de uma mistura de
mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em
panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar. No
lugar em que ele foi crucificado havia um jardim, e no jardim um
sepulcro novo, em que ninguém ainda fora depositado. Foi ali
que depositaram Jesus por causa da Preparação dos judeus e da
proximidade do túmulo.

Palavra da Salvação.

Homilia ou oração espontânea


Rito de conclusão

P. Depois de ter contemplado e vivido a dor e a esperança da


Mãe de Deus, voltemo-nos para Cristo, nossa vida, e
supliquemos que Ele nos transforme pela fé heróica infundida
pelo Seu Espírito em Sua Mãe. Juntos oremos.

T. Filho da Virgem, Deus da Virgem e Criador do mundo! Teu é o


sofrimento, Tua a profundidade da sabedoria! Tu sabes,
Senhor, o que eras e o que Te tornas-Te. Foste Tu que,
aceitando passar pelo sofrimento, quiseste salvar a raça dos
homens; tomaste sobre Ti nossas faltas, como um Cordeiro;
destruíste nossas faltas por Tua imolação, ó Salvador
incomparável. Salvaste todos os homens! Tu concedeste à
Virgem a segurança de orar e clamar por Ti dizendo: «Meu Filho
e meu Deus».

Oração final

P. Que a fé da Virgem Maria ilumine nossas vidas; e que sua


proteção materna acompanhe nosso caminho ao encontro do
Senhor ressuscitado!

T. Amém

P. Que o Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos


conduza à vida eterna.

T. Amém

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