Ana - Etica
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Ana - Etica
Introdução
O presente trabalho cujo tema é “Ética na Empresa: o Indivíduo e Suas Relações no
Trabalho” busca compreender como a ética se manifesta, ou pode se manifestar, nas
relações do indivíduo em seu ambiente de trabalho dado que as profundas alterações
ocorridas na dinâmica do trabalho e, consequentemente na vida em sociedade tem levado
a reflexões sobre as práticas e realidades em volta do discurso sobre o exercício da ética
nas empresas. Todavia, para além do contexto humano individual, o problema reside no
facto de o desenvolvimento desordenado do capitalismo e a influência exercida pelas
empresas modernas na sociedade constituíram o cenário que, por um esgotamento de
modelo, fizeram com que reflexões sobre posicionamentos éticos viessem à tona. A
miséria, a fome, o desemprego, a violência, os custos sociais do “enriquecimento” do
planeta obrigaram o homem – e o homem na organização, a repensar o modelo sócio-
político-econômico vigente. (Rezende & Castro, s.d.)
A justificativa é de que os meios para aquisição do lucro são hoje questionados até mesmo
por aqueles que mais tiraram proveito dos “prazeres” por ele proporcionado. Começando
a ficar claro para a humanidade que o sucesso individual não pode ser pago com o
sacrifício coletivo. (idem)
Segundo Sennett (como citado em Rezende & Castro, s.d), os escritores da antiguidade
não tinham dúvida sobre o que significava caráter. Para eles, caráter “é o valor ético que
atribuímos aos nossos próprios desejos e às nossas relações com os outros”.
Para Sennett (1999), a questão que se impõe decorre da definição dada, pois se o aspecto
“longo prazo” é demasiadamente importante na constituição do caráter, como é possível
sustentá-lo numa sociedade impaciente em função dos ditames econômicos de curto
prazo? Como a lealdade e os compromissos entre os indivíduos serão mantidos se as
instituições independente de que ordem, se desfazem ou são reprojetadas a cada instante?
Esses são os argumentos que permitiram este autor afirmar que o capital flexível produz,
no campo pessoal, uma profunda corrosão do caráter. (idem)
Neste sentido, Chauí (como citado em Rezende & Castro, s.d), afirma que diante da
angústia gerada e da incapacidade de responder a questões de foro íntimo, a sociedade
moderna, num esforço de reflexão, busca respostas para reestabecer algumas condições
mínimas de convivência/sobrevivência. Nessa busca, torna-se um discurso vigente a
necessidade de “retorno da ética”.
É nesse contexto que Cavalcante (2012), sustenta que antes de se atentar aos fatores que
priorizam a ética dentro das relações de trabalho, é preciso esclarecer quais os princípios
que devem ser expostos nessa relação, uma vez que o ponto de equilíbrio deve ser buscado
num dos principais valores garantidos pelo Estado Democrático de Direito, isto é, a
dignidade da pessoa humana.
Ética e Moral
Segundo Nalini (2014), conceitua-se ética como “ciência do comportamento moral dos
homens, em sociedade”, sendo que, a perda dos valores morais afeta de forma direta a
dignidade humana, que tem sua integridade abalada. (p.30)
O homem não pode abandonar a ética, haja vista que este princípio faz parte da conduta
e convivência humana e social. A moral é um dos aspectos comportamentais que faz parte
do ser humano, que tem a opção de adotar esta ou aquela moral, mas jamais viver sem
ela. O fundamento moral não está ligado somente à experiência, mais se apoia em
princípios racionais apriorísticos. (Aranha & Martins, como citados em Cavalcante, 2012,
p.1)
A ética representa uma conduta que se é adotada após um juízo de valor, que pode ser
dissociada da realidade para assim não se tornar etérea. Com base nessa análise, são
retiradas orientações sobre ações a serem realizadas, sendo que, tais orientações são
encontradas com o auxílio de regras e princípios que regem a humanidade.
No entanto, o conceito difundido de ética no ramo empresarial diz que “é ético tudo que
está em conformidade com os princípios de conduta humana; de acordo com o uso
comum, os seguintes termos são mais ou menos sinônimos de ético: moral, bom, certo,
justo, honesto”. (Baumhart, como citado em Cavalcante, 2012, p.11)
Sung e Silva (1995, p. 66) analisam as questões referentes à ética individual diante da
ética profissional. Os autores enfatizam que a ética individual passou a fazer parte do
cotidiano social após o crescimento do capitalismo, já que a filosofia seguida pelos
defensores da cultura capitalista era de defender de todas as maneiras os interesses
individuais, independente da consequência recaída ao coletivo. Estes explicam que
“quando o espírito da defesa do interesse próprio é o mais forte numa empresa, é
impossível criar o espírito de equipe, um item fundamental para aumentar a produtividade
da empresa, tão necessária num mercado competitivo”. Os autores declaram que esses
fatores levaram os executivos e os estudiosos e teóricos da administração a se atentarem
sobre as questões éticas, enxergando que a ausência de ética e a simples defesa do
interesse próprio põem em perigo a sobrevivência das empresas e, portanto, dos seus
próprios empregos.
Ética e Administração
Chanlat (como citado em Rezende & Castro, s.d.), aborda a ética da responsabilidade,
conceito desenvolvido por Max Weber (1977). Para este a ética da responsabilidade leva
o indivíduo a refletir sobre as consequências de sua ação sobre os outros. Assim, uma
pessoa responsável procura antecipar-se, na medida dos seus meios, às consequências que
seus atos terão sobre o outro. Um tal posicionamento é muito exigente, principalmente
em um contexto em que não se compreende ou não se controla tudo, mas ele é essencial
para a sobrevivência da vida coletiva (idem, s.d.)
Com o referencial teórico acima descrito percebe-se que a ética o assunto fundamental
nas empresas, principalmente diante das transformações sociais e econômicas que estão
alterando o mundo contemporâneo. Considerando o contexto complexo do capitalismo
moderno, este trabalho explorou como a ética se desdobra nas relações individuais
dentro do ambiente de trabalho.
Das reflexões apresentadas, pode-se deduzir que ainda existe uma preocupação por
valores éticos dentro das organizações.
A partir das reflexões apresentadas, pode-se concluir que há, de fato, uma busca por
valores éticos no interior das organizações.
Referencias Bibliográficas
Sung, J. M., & Silva, J. C. Conversando sobre ética e sociedade. Vozes, 1995.