Contestação Banco Def

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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DE RELAÇÕES CÍVEIS, DE

CONSUMO E COMERCIAIS DE VITÓRIA DA CONQUISTA

PROCESSO N° XXXXXXXXXX

Banco DEF, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob n°23.807.555/0001-66,
com sede na Rua do Vale da Esperança, n°500, Bairro Primavera, CEP: 70000-000, Vitória
da Conquista - BA, vem perante Vossa Excelência, com fulcro no art.335 do Código de
Processo Civil, oferecer CONTESTAÇÃO à ação de exclusão de registro indevido em
cadastro de inadimplente c/c Indenização por Dano Morais com pedido de tutela de urgência
proposta por LUCAS OLIVEIRA, mediante os fatos e fundamentos a seguir delineado.

1 - DA REALIDADE DOS FATOS

1 - DA REALIDADE DOS FATOS

1.1 O REQUERENTE realizou negócio jurídico, um empréstimo, no dia X do mês X de


XXXX, com o Banco DEF, acontece que o mesmo não adimpliu com sua obrigação o'que
acarretou na sua DEVIDA inscrição no registro de cadastro de inadimplemento.
Devido a falta do pagamento da dívida, foram aplicados juros ao montante inicial, chegando
no valor determinado de R$12.000,00 (doze mil reais).

1.2 O REQUERIDO tentou de todas as formas possíveis realizar a cobrança da dívida,


porém, o AUTOR não correspondeu a NENHUMA solicitação de adimplemento da dívida,
desta forma não restou outra opção para a RÉU se não inscrevê-lo no cadastro de
inadimplentes.

1.3 Um esforço para realizar tratativas sobre a dívida foram feitas por parte do réu, múltiplas
tentativas de contato para uma possível negociação e acordo acerca da dívida, que acabasse
não prejudicando nem o autor nem o réu, porém, com a falta de resposta não houve outra
alternativa cabível a não ser a negativação do nome do devedor

2 - DO MÉRITO

2.1 DA RELAÇÃO DE CONSUMO

2.1.1 Observa-se que as partes possuem uma relação de consumo preexistente ao fato em
questão, decorrente do empréstimo bancário realizado. No entanto, no caso narrado, não há
relação jurídica direta entre a parte AUTORA e o fato da negação da compra. O sistema de
cadastro de inadimplentes funciona como um mecanismo de alerta para os fornecedores de
produtos ou serviços sobre as pendências financeiras do consumidor, cabendo a estes a
decisão final sobre a liberação do crédito ou a efetivação da venda.

2.2.2 Desta forma, não deve ser feita a equiparação do art. 29 do CDC no caso em epígrafe.

2.2 DA NÃO APLICAÇÃO DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

2.2.1 Em face do que diz o artigo 373 do Código de Processo Civil, incube à parte AUTORA
provar os fatos constitutivos de seus direitos, devendo mostrar a realidade deles e a sua
veracidade. Assim, incube exclusivamente ao AUTOR provar o seu direito sob pena de a
ação estar fadada ao insucesso.

2.2.2 Importante destacar que cabe ao AUTOR demonstrar a sua hipossuficiência técnica do
consumidor e a verossimilhança das suas alegações, ou seja, não se aplica de forma
automática, ficando subordinada ao critério do juiz, quando for inverossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências, como aponta o
art. 6°, inciso VII do CDC.

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do


ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências; (grifo nosso)

2.2.3 Desta forma, apenas quando a prova a ser produzida só o pode ser feita pela parte RÉ
aplicar-se-á a inversão do ônus probandi. De forma diversa, bastaria ao consumidor alegar
qualquer fato e aguardar que a outra parte produza todas as provas constitutivas do seu
direito, obrigando O RÉU a produzir prova que não cabe à sua pessoa.

2.2.4 Sendo assim, não tendo a parte AUTORA reunido as provas necessárias para a
comprovação do prejuízo sofrido em face da conduta supostamente ilícita da parte
REQUERIDA, não se desincumbiu do ônus de comprovar suas alegações, nos termos que
determina art. 373, inciso I, do Código de Processo Civil.

2.3 DA INEXISTÊNCIA DOS REQUISITOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL

2.3.1 Ato ilícito é aquele que viola o dever legal de não lesar outrem. A responsabilidade
civil, por sua vez, surge como reação à infração desse dever preexistente. Para que se
configure a responsabilidade civil passível de reparação, os seguintes requisitos cumulativos
devem estar presentes: ação ou omissão do agente, ilicitude da conduta, culpa do agente,
nexo causal entre a conduta e o dano.

2.3.2 Desta forma, observa-se que no caso concreto não há qualquer ato ilícito praticado pela
parte RÉ uma vez que o empréstimo existe, e que não foi realizado o adimplemento da
dívida, oque acarretou na inscrição do REQUERENTE no registro de inadimplentes.

2.3.3 Logo, a inscrição do mesmo no registro é completamente lícita, não havendo qualquer
lesão ou dano ao seu direito.

2.3.4 Assim, a parte REQUERIDA não cometendo qualquer ato, seja ele omissivo ou
comissivo, que viole ou lese o direito do REQUERENTE, não há que se falar em
responsabilidade civil visto a inexistência dos requisitos, quais sejam: ação ou omissão do
agente, ilicitude da conduta, culpa do agente, nexo causal, e o dano.

2.4 DA INEXISTÊNCIA DO DANO MORAL


2.4.1 Diante do exposto alhures, fica óbvio, que não cabe qualquer tipo de indenização ao
AUTOR, seja ela moral ou material, visto que o fato não é ilícito e que o AUTOR não detém
o direito de ver seu nome removido do registro antes do adimplemento da dívida.

2.4.2 Assim, qualquer valor dado a este título será enriquecido sem causa.

2.4.3 Mesmo, sabendo que o dano moral deve-se apresentar sob o aspecto de profundo abalo
psíquico, ocasionado por fato grave, capaz de proporcionar sofrimentos psicológicos
insuportáveis, tais como a tristeza, o vexame e a humilhação, observa-se que no caso
concreto não há qualquer relação de causalidade entre a ação, positiva ou negativa, do
REQUERIDO e o suposto dano sofrido pelo REQUERENTE.

2.4.4 Destarte, deve a pretensão do AUTOR ser julgado improcedente pelo órgão
jurisdicional.

2.5 DOS REQUISITOS NÃO ATENDIDOS À TUTELA DE URGÊNCIA

2.5.1 De acordo com o artigo 300 do CPC:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
(grifo nosso)

2.5.3 Para a concessão do pedido liminar, o perigo de dano dever ser notório e iminente, oque
não ocorre no presente caso, visto que não existe qualquer qualquer pretenção a ser alcançada
pelo AUTOR.

2.5.4 Assim, não demonstrado a probabilidade do direito, visto que o fato narrado pelo
AUTOR na verdade foi completamente lícito, e pela ausência do fumus bonis iuris não há
que se conceder o pedido de urgência. Entendimento este compatível com a jurisprudência
que entende o tema da seguinte forma:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA
PÚBLICA. CONCESSÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA. SERVIDOR
ESTADUAL. PROMOÇÃO. EMENDA CONSTITUCIONAL ESTADUAL
N° 54/2017. SUSPENSÃO. ADI 6.129/STF. ANTECIPAÇÃO TOTAL DO
MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DO DISPOSTO NO
ARTIGO 1º, § 3º DA LEI 8.437/1992. DECISÃO REFORMADA. 1 ? Nos
termos dos artigos 3º e 4º da Lei nº 12.153/2009, nos casos em que o juiz,
(...) benefícios pleiteados. 17 - Desta feita, em se tratando de tutela
provisória, não demonstrado de plano o perigo da demora, ou mesmo a
existência de fundado receio de dano irreparável ou de difícil
reparação, o indeferimento da medida antecipatória de tutela é
providência que se impõe, uma vez que os requisitos devem figurar
cumulativamente. 18 ? Nesse ínterim, apresentados argumentos que
demonstrem o eventual desacerto do juízo singular, deve ser revogada a
decisão e provido o agravo de instrumento para denegar o pleito liminar
outrora deferido. 19 ? Agravo de instrumento conhecido e provido.
Decisão reformada para indeferir o pedido de tutela antecipada formulado
pela parte autora nos autos principais, convalidando a liminar deferida no
evento nº 04. (TJGO, PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO -> Recursos
-> Agravos -> Agravo de Instrumento 5239134-52.2022.8.09.0006, Rel.
MÔNICA CEZAR MORENO SENHORELO, 3ª Turma Recursal dos
Juizados Especiais, julgado em 07/06/2022, DJe de 07/06/2022) (grifo
nosso)

3 DO PEDIDO

3.1 Ante o exposto, requer:

a) Seja julgado improcedente, in totum, o pedido autoral, ante infundada pretensão


concernente a reparação sob o pretexto de danos morais, pois a alegação trazida
carece de fundamentos jurídicos e de documentos comprobatórios, ausente conduta
ilícita e nexo causal a ensejar a responsabilização civil da requerida a justificar a
indenização pleiteada;
b) Caso ultrapassado esse óbice, entendendo Vossa Excelência pela pertinência da
reparação pretendida, o que apenas se admite como efeito de argumentação, que a
verba indenizatória seja depurada em importância razoável e condizente, uma vez que
nada restou comprovado com relação ao alegado dano postulado, ausentes todos os
elementos necessários para a configuração da responsabilidade civil, fixando em valor
mínimo razoável, de modo a evitar-se o enriquecimento sem causa da parte autora;
c) Seja julgado improcedente, o pedido de tutela de urgência, visto a inexistência dos
requisitos essenciais a esta tutela;
d) Seja condenada a parte requerente ao pagamento de custas processuais e honorários
advocatícios em eventual fase recursal nos termos do art. 85 do CPC;
e) A RÉ concorda com a realização da audiência de conciliação. Nestes termos, pede e
espera deferimento;
f) Finalmente, protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas,
especialmente prova testemunhal, juntada de documentos novos, o depoimento
pessoal da parte autora e demais provas que se fizerem necessárias ao deslinde da
demanda.

Nestes termos, Pede e aguarda deferimento.

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