Religião Exercícios

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

TEMA IV | FILOSOFIA DA RELIGIÃO

1. Lê com atenção o texto que se segue.


Por estranho que pareça, também o ateu assenta a sua negação da existência de Deus ou da vida
depois da morte num ato de fé. «Em qualquer das suas formas, o ateísmo é uma crença e não
uma evidência, um ‘creio que Deus não existe’ e não um ‘sei que não existe Deus’.» O crente e o
ateu encontram-se (…) no mesmo plano: o crente não pode demonstrar a existência de Deus nem
a vida eterna (…), o ateu não pode demonstrar que Deus não existe ou que a morte é o termo
definitivo da existência da pessoa. No que se refere a Deus ou à vida depois da morte, as posições
do crente, do agnóstico ou do ateu assentam na crença, com base na confiança ou na
desconfiança. Evidentemente, sendo humanos e, portanto, seres racionais, todos (…) têm de
apresentar razões para a sua fé, pois esta, se quiser ser verdadeiramente humana, não pode ser
cega.
Anselmo Borges (2011). Deus e o Sentido da Existência. Gradiva, p. 21.

Seleciona a opção que permite obter a única afirmação adequada ao sentido do texto.

1.1. O ateu assenta a sua negação da existência de Deus:


(A) Num ato sem fé.
(B) Num acordo de fé.
(C) Num ato de fé.
(D) Num acordo sem fé.

1.2. O ateísmo é:
(A) Uma crença numa evidência.
(B) Uma crença e uma evidência.
(C) Uma crença e não uma evidência.
(D) Uma crença numa não evidência.

1.3. O crente e o ateu encontram-se no mesmo plano porque:


(A) Não podem demonstrar a existência nem a não existência de Deus.
(B) Só podem demonstrar em parte a existência e a não existência de Deus.
(C) Podem demonstrar a existência e a não existência de Deus.
(D) Aparentemente não podem demonstrar a existência e a não existência de Deus.
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2. Estabelece a correspondência de cada uma das afirmações e os argumentos A a D.


A. Argumento do desígnio B. Argumento cosmológico
C. Argumento ontológico D. Argumento do mal

1. Argumento que decorre da relação causa-efeito.


2. Argumento que se baseia na observação direta do mundo e se apoia na ideia de que o
universo é como uma máquina.
3. Argumento que se apoia exclusivamente na análise do conceito de Deus.
4. Argumento que tem como tese central a afirmação de que Deus é o ser maior do que o qual
nada pode ser pensado.
5. É o argumento mais forte contra o teísmo tradicional.
6. Uma das críticas a este argumento diz que a existência não faz parte da essência, logo não
podemos legitimamente passar da ordem lógica para a ordem ontológica.
7. Para os defensores deste argumento, tem de haver uma causa primeira, a qual é incausada.
8. Argumento que procede por meio de uma analogia.
9. Uma possível resposta teísta a este argumento é recorrer ao livre-arbítrio.
10. Seguindo a tese deste argumento, poderíamos justificar a existência de qualquer coisa,
por mais absurda que fosse.
11. Segundo este argumento, podemos afirmar que todas as coisas foram causadas por
qualquer coisa que lhes é anterior.
12. Subjacente a este argumento está a pergunta: será Deus ignorante, impotente ou
maléfico?
13. Pelas suas características intrínsecas, são argumentos a posteriori.
14. Uma das críticas feitas a este argumento é o facto de defender simultaneamente que não
pode haver uma causa não causada e que há uma causa não causada.
15. Argumento que sustenta o funcionamento do mundo natural num propósito, numa
finalidade.
16. Segundo este argumento, Deus não pode existir apenas na nossa mente, pois, se assim
fosse, poderíamos conceber um ser superior que existisse também na realidade.
17. As catástrofes naturais dão aos seres humanos a oportunidade de realizar boas ações. É
uma das respostas teístas a este argumento.
18. A versão mais célebre deste argumento foi apresentada por Anselmo de Cantuária.
19. É o único argumento a priori.
20. Para este argumento, um ser perfeito não seria perfeito se não existisse, daí que da
definição de Deus se conclua necessariamente a sua existência.
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3. Lê, atentamente, o texto que se segue.


E tu, Senhor nosso Deus, és esse ser. Existes tão verdadeiramente, Senhor meu Deus, que nem
podes sequer ser pensado como se não existisses. (…) Na verdade, tudo o mais que existe, exceto
tu, pode ser pensado como não existindo.
Sto. Anselmo (1996). Proslogion. Porto Editora, p. 23.

Seleciona a opção que permite obter a única afirmação adequada ao sentido do texto.

3.1. O texto refere-se ao argumento:


(A) Teleológico.
(B) Ontológico.
(C) Cosmológico.
(D) Deontológico.

3.2. Para Anselmo de Cantuária, Deus existe:


(A) Casualmente.
(B) Necessariamente.
(C) Estranhamente.
(D) Intuitivamente.

3.3. O argumento presente no texto é um argumento:


(A) Antecedente.
(B) A posteriori.
(C) A priori.
(D) Consequente.

3.4. Segundo este argumento, Deus é:


(A) O ser maior do que o qual tudo pode ser pensado.
(B) O ser menor do que o qual nada pode ser pensado.
(C) O ser menor do que o qual tudo pode ser pensado.
(D) O ser maior do que o qual nada pode ser pensado.

3.5. Justifica a resposta selecionada em 3.4.


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4. Lê o texto seguinte.
Dado que não há provas a favor nem provas contra, há alguma razão para que seja mais correto
afirmar «Deus existe» do que «Deus não existe»? Ou será «Não sei se Deus existe» a única posição
correta?
Alexander George (2008). Que diria Sócrates? Gradiva, p. 187.

4.1. Partindo do exposto no texto, problematiza as respostas inerentes aos problemas levantados
pelo autor.

5. Lê, atentamente, o texto.


O argumento de Anselmo (…) começa com a afirmação incontroversa de que Deus é o ser «em
relação ao qual nada maior pode ser concebido». Trata-se de outra maneira de dizer que Deus é
o maior ser imaginável: o maior em poder, em bondade e em conhecimento. Nada maior pode ser
imaginado – ou essa coisa seria Deus. Deus é o ser supremo. Esta definição de Deus não parece
controversa: Boécio (…), por exemplo, definia Deus de maneira semelhante. Na nossa mente,
podemos ter claramente uma ideia de Deus. Isto também não é controverso. No entanto, depois,
Anselmo observa que um Deus que existisse apenas na nossa mente, mas não na realidade, não
seria o maior ser imaginável. Um Deus que existisse realmente seria certamente o maior. A
existência deste Deus poderia ser concebível – até os ateus costumam admitir isto. Mas um ser
imaginado não pode ser maior que um Deus existente. Assim, Anselmo conclui que Deus tem de
existir. Deriva logicamente da definição de Deus. Fazendo fé em Anselmo, podemos ter a certeza
de que Deus existe apenas pelo facto de termos uma ideia de Deus.
Nigel Warburton (2012). Uma Pequena História da Filosofia. Edições 70, pp. 61-62.
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Seleciona a única opção adequada ao sentido do texto.

5.1. O argumento a favor da existência de Deus exposto no texto é o:


(A) Argumento do desígnio.
(B) Argumento cosmológico.
(C) Argumento ontológico.
(D) Argumento da causa primeira.

5.2. O argumento de Anselmo de Cantuária é um argumento:


(A) A priori, porque não se baseia em qualquer observação do mundo.
(B) A posteriori, dado que não se baseia na observação do mundo.
(C) A priori, uma vez que se baseia na observação do mundo.
(D) A posteriori, já que se baseia na observação do mundo.

5.3. Aponta, cuidadosamente, as premissas do argumento exposto no texto.

5.4. Mostra a conclusão do argumento de Anselmo de Cantuária.

5.5. Poucas pessoas passariam a acreditar em Deus com base neste argumento. Justifica a
afirmação.
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6. Lê, atentamente, o texto.


Se tivéssemos observado a origem de muitos universos além do nosso e observado também que
resultaram, na totalidade ou na maioria, de desígnio inteligente, podíamos então argumentar
diretamente que o nosso universo talvez tenha surgido por desígnio inteligente. Isto não seria
raciocínio analógico visto que teríamos raciocinado a partir de coisas (outros universos) que são
exatamente semelhantes ao nosso objeto de estudo, o nosso universo. Mas como não temos
qualquer conhecimento ou experiência de outros universos além do nosso, temos de usar o
raciocínio analógico; temos de começar com coisas que se assemelham, mas não são o mesmo
que o nosso universo e inferir que, uma vez que essas coisas surgiram por desígnio inteligente, é
provável que o nosso universo tenha surgido por desígnio inteligente.
William L. Rowe (2011). Introdução à Filosofia da Religião. Verbo, p. 90.

6.1. A que questão procura responder o argumento do desígnio?

6.2. Quais as premissas do argumento do desígnio?

6.3. Por que razão o argumento do desígnio é um argumento por analogia?

6.4. Que críticas podemos fazer a este argumento?


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7. Completa o quadro que se segue a propósito dos argumentos a favor da existência


de Deus.

8. Lê, atentamente, o texto que se segue.


Também o Universo tem de vir de algum lado – teve de ter uma causa externa. E a única coisa
que poderia ter causado o Universo é Deus. Mas esta aparente resposta óbvia cria um problema
igualmente óbvio: se tudo tem de vir de algures, de onde vem Deus? Talvez não tenhamos de
explicar de onde vem Deus porque Deus, ao contrário do Universo, existe sem qualquer causa
externa. Nesse caso, contudo, estamos a contradizer grosseiramente a própria hipótese que nos
fez presumir que o Universo deve ter sido causado por Deus – nomeadamente, a hipótese de que
tudo tem de vir de algures. Sem essa hipótese, a existência do Universo deixa de constituir uma
prova a favor da existência de Deus.
Daniel Kolak e Raymond Martin (2004). Sabedoria sem Respostas. Temas e Debates, p. 66.

8.1. Relaciona o argumento da existência de Deus presente no texto com as críticas que lhe são
dirigidas.

9. O argumento do desígnio assenta numa analogia entre:


(A) Os seres vivos e um ser inteligente.
(B) O universo e uma máquina.
(C) Um ser inteligente e uma máquina.
(D) O universo e os seres vivos.
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10. Uma das críticas ao argumento cosmológico afirma que:


(A) Deus não existe, logo não pode ser a origem das coisas.
(B) Tudo tem uma causa, logo Deus terá de ser a causa primeira.
(C) Não prova que a causa primeira seja o Deus teísta.
(D) Não pode existir uma série infinita de causas e efeitos.

11. O argumento da existência do mal procura perspetivar que:


(A) Deus é impotente e malévolo.
(B) Deus existe e é omnisciente, omnipotente e sumamente bom.
(C) A existência do mal é inconsistente com a existência do Deus teísta.
(D) A existência do mal justifica-se, já que Deus deu às pessoas o livre-arbítrio.

12. Lê, atentamente, o texto seguinte.


Suponha-se que Deus existe apenas no entendimento, e não na realidade. Então pode conceber-
se um ser maior do que Deus: um que exista na realidade. Mas Deus foi definido como o ser maior
do que o qual nada pode ser concebido. Logo, por definição, nenhum ser maior pode ser concebido.
Mas assim ficamos com uma contradição. Logo, a nossa suposição original era falsa.

Simon Blackburn (2001). Pense. Uma Introdução à Filosofia. Gradiva, p. 163.

12.1. Problematiza o argumento da existência de Deus presente no texto. Na tua resposta tem
em conta os seguintes aspetos: o que diz o argumento e as críticas que lhe são dirigidas.
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13. Lê o texto com atenção.


Na ordem do religioso não há coisa alguma que tenha sido racionalmente resolvida. E como não
a tenho, não posso comunicá-la logicamente, porque apenas é lógico e transmissível o racional.
(…) Confesso sinceramente que as supostas provas racionais – a ontológica, a cosmológica, etc.
– da existência de Deus não me demonstram nada; que quantas razões se queiram dar de que
existe um Deus parecem-me todas razões baseadas em paralogismos e petições de princípio. E
nisto estou com Kant. (…) Ninguém conseguiu convencer-me racionalmente da existência de Deus,
mas tão pouco da sua inexistência; os argumentos dos ateus parecem-me de uma superficialidade
e futilidade maiores que os dos seus contraditores. E se creio em Deus, ou, pelo menos, creio crer
n’Ele, é, antes de tudo, porque quero que Deus exista (…). É coisa de coração. Isto significa que
não estou convencido da sua existência como o estou de que dois e dois são quatro. (…). Não sei,
a verdade é essa. Talvez não o possa saber nunca, mas «quero» saber. Quero-o e é tudo.

Miguel de Unamuno. Mi Religión (traduzido a partir do texto alojado em


http://www.geocities.com/tragicounamuno/ensayo1.htm).

13.1. Explicita a posição do autor face aos argumentos da existência e da não existência de
Deus.
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14. Lê o texto que se segue.


Pois bem, Senhor, tu que dás compreensão à fé, concede-me que eu possa compreender, na
medida em que julgares adequado, que existes tal como creio que existes, e que és o que creio
que és. Ora, creio que és algo maior do que o qual nada pode ser pensado. Ou poderá ser que
uma coisa dessa natureza não existe, dado que «O insensato diz em seu coração: Não há Deus!»
[Salmos 14, 1]. Mas certamente que, quando este insensato ouve do que estou a falar,
nomeadamente, «algo maior do que o qual nada pode ser pensado», compreende o que ouve, e
o que ele compreende está no seu espírito, ainda que não compreenda que isso existe realmente.
Pois uma coisa é um objeto existir no espírito, e outra coisa é compreender que um objeto
realmente existe. Assim, quando um pintor planeia com antecedência o que vai executar, ele tem-
no no seu espírito, mas ainda não pensa que isso existe realmente pois ainda não o executou.
Contudo, depois de tê-lo efetivamente pintado, tem-no simultaneamente no seu espírito e
compreende que existe porque o fez. Mesmo o insensato, pois, é forçado a concordar que algo
maior do que o qual nada pode ser pensado existe no espírito, dado que o compreende quando o
ouve, e o que é compreendido está no espírito. (…) Assim, se aquilo maior do que o qual nada
pode ser pensado existisse apenas no espírito, este mesmo maior do que o qual nada pode ser
pensado seria algo maior do que o qual algo pode ser pensado. Mas isto é obviamente impossível.
Logo, não há qualquer dúvida de que aquilo maior do que o qual nada pode ser pensado existe
tanto no espírito como na realidade. (…)
E tu, Senhor nosso Deus, és esse ser. Existes tão verdadeiramente, Senhor meu Deus, que nem
podes sequer ser pensado como se não existisses. (…) Na verdade, tudo o mais que existe, exceto
tu, pode ser pensado como não existindo.
Santo Anselmo (1996). Proslogion. Porto Editora, p. 23.

14.1. Como é definido Deus?

14.2. Onde se encontra?


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14.3. Porque não pode existir apenas no espírito?

15. Indica as afirmações verdadeiras e as afirmações falsas.


A. No argumento teleológico, Deus é a causa primeira do mundo.
B. O argumento cosmológico, tal como o ontológico, apoia-se em dados empíricos.
C. Segundo a crítica teísta ao argumento do mal baseado no livre-arbítrio, Deus deu aos seres
humanos a possibilidade de escolher fazer ou não fazer o mal.
D. O argumento teleológico tem uma linha de argumentação baseada na observação direta do
mundo.
E. O argumento ontológico demonstra a existência de Deus a partir da própria definição de
Deus.
F. Os argumentos a posteriori partem de fenómenos empíricos para chegarem a Deus.
G. O argumento ontológico tem como premissas verdades conceptuais.
H. O livre-arbítrio é a resposta teísta ao argumento do mal.

16. Lê com atenção o seguinte texto e responde às questões colocadas.


Por que outra razão teriam as nossas pernas e braços três juntas, bem como os dedos, senão por
ser melhor do que ter duas ou quatro? E por que serão os nossos dentes incisivos aguçados como
cinzéis de corte, mas os nossos dentes interiores largos para triturar, e não o contrário? Mas talvez
tivéssemos conseguido sobreviver a custo nessa circunstância mais difícil. Mais uma vez, por que
será a disposição dos dentes tão feliz, ou, ao invés, por que não há dentes noutros ossos além
dos maxilares? Porquanto poderiam ter sido tão eficazes como estes. Mas a razão é nada ser feito
tolamente ou em vão; isto é, há uma providência divina que ordena todas as coisas.
John J. C. Smart (1955). The Existence of God. SCM Press, p. 43.

16.1. Identifica o argumento da existência de Deus presente no texto.


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16.2. Explicita-o e apresenta as críticas que lhe são dirigidas.

17. Considera a imagem e respetiva legenda.

17.1. Perante esta catástrofe, que argumento seria invocado para questionar a existência de
Deus?
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17.2. Em que consiste esse argumento?

17.3. Como responde um teísta a esse argumento?

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