Texto Base - 18 de Maio de 2024 Final
Texto Base - 18 de Maio de 2024 Final
Texto Base - 18 de Maio de 2024 Final
Chegamos ao 24º ano de mobilização do 18 de Maio, “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes”. Instituída pela Lei Federal 9.970/00, a data é uma conquista que
demarca a luta pelos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes no território brasileiro e já alcançou
centenas de municípios do nosso país.
Como pautamos ao longo dos 24 anos, temos um tripé de ações estratégicas a partir de três eixos: pauta
técnica, pauta política e a mobilização social. E para este ano, após escuta de parceiros das
organizações da sociedade civil que estiveram presentes no Encontro Preparatório para o III Congresso
Brasileiro de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, nosso foco será debater
sobre os entraves e os desafios que envolvem a linha da Atenção/Atendimento Integral às crianças,
adolescentes e suas famílias.
O objetivo é nos debruçarmos mais sobre as múltiplas necessidades para revisitar as políticas voltadas
para o Atendimento em nosso país, além de destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e
convocar toda a sociedade a participar da defesa dos direitos de crianças e adolescentes
Desse modo, devemos sempre atentar que nessa violação de direito humanos são estabelecidas relações
de poder nas quais tanto pessoas adultas e/ou redes de exploração utilizam crianças e adolescentes
para satisfazerem seus desejos e fantasias sexuais e/ou obterem vantagens financeiras e lucros. Nesse
contexto, a criança ou adolescente é tratada como “coisa” e não como sujeito de direitos. Trata-se da
“coisificação”, ou ainda, da desumanização das infâncias e das adolescências que ficam desprovidas de
humanidade e de proteção. É Importante destacar também que a violência sexual está classificada em
duas modalidades, o abuso sexual e a exploração sexual.
Abuso Sexual: é a situação de uso excessivo, de ultrapassagem de limites: dos direitos humanos, legais,
de poder, de papéis, de regras sociais e familiares e de tabus, do nível de desenvolvimento da vítima,
do que esta sabe, compreende, pode consentir e fazer (FALEIROS, 2000, p. 20).
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Exploração Sexual: é a compra e venda de crianças e de adolescentes (por vezes sequestrados
ouroubados) pelo explorador, caracterizando-se uma relação de propriedade e de comercialização de vidas
humanas, nas quais a mercadoria não são os serviços sexuais prestados pela trabalhadora mas sua própria
pessoa (LIBÓRIO, 2004, p. 95, apud FALEIROS, 2000, p. 55).
Assim como temos feito ao longo dos anos, compreendendo a necessidade do fortalecimento para ações
conjuntas, o Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e
a Rede ECPAT Brasil, com o apoio do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil
– FNPETI, a Associação Nacional dos Centros de Defesa de Crianças e Adolescentes – ANCED, Fórum
Nacional de Defesa dos Direitos de Criança e Adolescentes - Fórum Nacional dos Direitos da Criança
e do Adolescente – Fórum Nacional DCA, suas organizações filiadas e as parceiras nacionais e
internacionais vêm convocar toda a sociedade brasileira para participação ativa na construção de ações
alusivas ao 18 de Maio em 2024.
Reforçamos o chamado para a construção de uma Agenda Coletiva de Ações que pautem as realidades
locais do eixo da Atenção e que, de forma mais abrangente, recoloquem a pauta do enfrentamento às
violências sexuais como prioridade para promoção, garantia e defesa de direitos de crianças e
adolescentes, em rede, de forma intersetorial, articulada e com orçamento público assegurado.
Como temos visto e sentido, os últimos anos foram marcados por uma série de desafios que fragilizaram
a proteção às crianças e às e aos adolescentes em nosso país e, em especial, o enfrentamento às violências
sexuais. Enfatizamos aqui a insuficiência e até inexistência de orçamento público, o esfacelamento dos
serviços de proteção e a consequente ausência de políticas públicas.
Em 2023, os dados apontam 39.357 denúncias de abuso e exploração sexual, com 42.031 violações
existentes. (Fonte: https://www.gov.br/mdh/pt-br/ondh/painel-de-dados)
É fundamental a ampla discussão sobre as novas configurações das violências sexuais contra crianças e
adolescentes, sobretudo com o avanço das tecnologias de comunicação e informação e do uso da internet,
inclusive por crianças e adolescentes.
Fonte: https://new.safernet.org.br/content/safernet-recebe-recorde-historico-de-novas-denuncias-de-imagens-de-abuso-e-exploracao-sexual
O número é o recorde absoluto de denúncias novas (não repetidas) que são relacionadas ao
armazenamento, divulgação e produção de imagens envolvendo abuso e exploração sexual infantil online.
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Urge mais um chamado para a ampla discussão sobre os vários cenários nos quais as violências
sexuais estão inseridas e a forma como o Sistema de Garantia de Direitos está reagindo a estas
violações. Mergulhar na esfinge do problema nos desafia a buscar por mudanças de contextos reais que
impactem positivamente a vida de todas as infâncias e adolescências.
Todos somos responsáveis pela proteção. Precisamos entender sobre o nosso lugar, destacando a
responsabilidade do Poder Público e da sociedade como um todo, na garantia do atendimento às
crianças, aos adolescentes e suas famílias, por meio de ações articuladas e intersetoriais.
Não podemos esquecer que a Resolução Nº 236 de 18 de maio de 2023, do Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA, estabelece a campanha "Faça Bonito. Proteja nossas
crianças e adolescentes " e a flor amarela e laranja como símbolos oficiais do Enfrentamento ao Abuso
e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes em todo o território nacional, orientando ações para
prevenção e proteção sobre o tema.
O slogan “Faça Bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes” nos convida todos os
dias para o campo da ação e chama cada um/a de nós, e a sociedade como um todo, para
assumir a responsabilidade na proteção de crianças e adolescentes das diversas formas
de violências sexuais.
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MOBILIZAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO DE MASSA
Atos de rua, caminhadas, debates nas escolas, exibição de filmes, concursos de redação, criação de
produtos de comunicação nas mídias sociais, campanhas de rádio, entrevistas com especialistas,
panfletagem, ações educativas nos espaços públicos, nos pontos de cultura, oficinas e rodas de
conversa, entre outras ações – sempre com a participação de crianças e adolescentes. Vamos ocupar as
cidades e chamar a atenção da sociedade em geral para a importância da proteção às infâncias e
adolescências contra todas as violências sexuais.
INCIDÊNCIA POLÍTICA
Audiências Públicas no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais para
pautar as ações de enfrentamento às violências sexuais contra crianças e adolescentes com orçamento
público assegurado, sobretudo dialogando com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolesccente,
e trazendo um balanço da implantação dos Planos Nacional, Estadual e Municipal.
PAUTA TÉCNICA
Realização de Seminários, Oficinas e Rodas de Conversa organizados pelos Comitês, Redes, Fóruns e
Conselhos de Direitos, sobre a temática da violência sexual contra crianças e adolescentes e os desafios
pós-pandemia, dialogando e construindo estratégias para que a rede possa assegurar a proteção e a
prevenção.
O Seminário Nacional de 2024 traz como tema o debate sobre a importância de garantir a
ATENÇÃO/ATENDIMENTO INTEGRAL às crianças, adolescentes e suas famílias que vivenciam as
violências sexuais, dialogando sobre desafios e possibilidades para avançarmos na transversalidade das
ações garantindo que seja assegurado o cuidado integral.
Há 24 anos estamos no enfrentamento à violência sexual no Brasil e na luta pela garantia dos direitos
humanos de todas as infâncias e adolescências.
Acesse o material da campanha em: www.facabonito.org e siga nossas redes sociais @facabonitobrasil
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