Capítulo 01 - Distinção de Leis
Capítulo 01 - Distinção de Leis
Capítulo 01 - Distinção de Leis
Por esta exposição inicial, vamos iniciar um estudo sobre textos mal
compreendidos hoje pelos cristãos, com relação a Lei de Deus ou Dez
Mandamentos, e descobrir a verdade sobre tais textos, dentre eles:
Gálatas 3:10 - "Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de
maldição..."
Colossenses 2:16 e 17 - "Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber,
ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são sombras das
coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo."
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Romanos 3:31 - "Anulamos, pois, a Lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes,
confirmamos a Lei." - Ora! Não foi desfeita a Lei? Não é maldito o que observa?
Porque então "estabelecer" uma Lei nestas condições, ainda mais sobre a base da
fé?
Romanos 7:7 - "Que diremos, pois? É a Lei pecado? De modo nenhum! Mas eu
não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da Lei; pois não teria eu
conhecido a cobiça, se a Lei não dissera: 'Não cobiçarás.'"
I Timóteo 1:8 - "Sabemos, porém, que a Lei é boa, se alguém dela se utiliza de
modo legítimo..." - E agora? Para onde ir? É inconcebível que uma coisa maldita,
desfeita ou anulada, seja boa, concorda?
Até aqui, é possível ter entendido que há diversidade de leis na Bíblia. E realmente
Paulo menciona muito o termo lei, nos assuntos que enfoca, de maneira ora
explícita e clara, ora dificultosa ao entendimento imediato. Certo é que Paulo
estabelece a diversidade de leis, realçando uma, a Lei de Deus (Dez
Mandamentos) também conhecida como Lei Moral e mostrando a caducidade de
outra, a Lei de Moisés, também conhecida Lei Cerimonial na qual era constituída
de: sacrifícios, ofertas diversas, circuncisão, dias de festas...
Crê boa parte dos cristãos de hoje que a Lei de Deus foi abolida quando Cristo
morreu na cruz. Isso ocorre porque estes mesmos cristãos aplicam ao termo "LEI",
encontrado nas Escrituras, como a definição de todas as leis da Bíblia. Não
sancionam a separação delas e discordam que haja distinção entre as mesmas,
tudo se resume, pensam, na Lei de Moisés.
Admitir que a Bíblia só apresente uma lei, e que tudo é Lei de Moisés, não havendo
portanto distinção entre elas, é o mesmo que dizer ser ela um amontoado de
contradições. De fato, existem leis providas de Deus, que foram enunciadas,
escritas e entregues por Moisés, e entre elas está a Lei Cerimonial, constituída de
um ritual que os judeus deveriam praticar até que viesse o Messias Jesus. (Êxodo
24:7; Deuteronômio 31:24 a 26)
A Lei e o Evangelho
Quando os judeus rejeitaram a Cristo, rejeitaram a base de sua fé. E, por outro
lado, o mundo cristão de hoje, que tem a pretensão de ter a fé em Cristo, mas
rejeita a Lei de Deus, comete um erro semelhante ao dos iludidos judeus. Os que
professam apegar-se a Cristo, polarizando nEle as suas esperanças, ao mesmo
tempo que desprezam a Lei Moral e as profecias, não estão em posição mais
segurar do que os judeus descrentes. Não podem chamar inteligentemente os
pecadores ao arrependimento, pois são incapazes de explicar devidamente o de que
se devem arrepender. O pecador, ao ser exortado a abandonar seus pecados, tem
o direito de perguntar: Que é pecado? Os que respeitam a Lei de Deus podem
responder: "Pecado é a transgressão da Lei." (I João 3:4). Em confirmação disto o
apóstolo Paulo diz: "... eu não conheceria o pecado, não fosse a Lei." (Romanos
7:7)
A Lei de Deus existia antes da criação do homem, ou do contrário Adão não podia
ter pecado. Depois da transgressão de Adão não foram mudados os princípios da
Lei, mas foram definitivamente dispostos e expressos de modo a adaptar-se ao
homem em seus estado decaído. Cristo, em conselho com o Pai, instituiu o sistema
de ofertas sacrificais; de modo que a morte, em vez de sobrevir imediatamente ao
transgressor, fosse transferida para uma vítima que devia prefigurar a grande e
perfeita oferenda do Filho de Deus.
Se Adão não tivesse transgredido a Lei de Deus, nunca teria sido instituída a Lei
cerimonial. O evangelho das boas novas foi primeiro dado a Adão na declaração
que lhe foi feita, de que a semente da mulher havia de esmagar a cabeça da
serpente; e foi transferido através de gerações a Noé, Abraão e Moisés. O
conhecimento da Lei de Deus e do plano da salvação foi comunicado a Adão e Eva
pelo próprio Cristo. Entesouraram cuidadosamente a importante lição,
transmitindo-a verbalmente aos filhos e aos filhos dos filhos. Assim se preservou o
conhecimento da Lei de Deus.
Os homens naqueles dias viviam quase mil anos, e anjos visitavam-nos com
instruções providas diretamente de Cristo. Foi estabelecido o culto de Deus
mediante as ofertas sacrificais, e os que temiam a Deus reconheciam perante Ele os
seus pecados, aguardando, com gratidão e santa confiança, a vinda da Estrela da
Manhã, que havia de guiar ao Céu os caídos filhos de Adão, por meio do
arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor e salvador Jesus Cristo.
Assim era o evangelho pregado em cada sacrifício; e as obras dos crentes
revelavam continuamente a sua fé num Salvador porvindouro. Disse Jesus aos
judeus: "Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em Mim; porque de Mim
escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas Minhas
palavras?" (João 5:46 e 47)
Era, porém, impossível a Adão, por exemplo e preceito, deter a onda de miséria
que sua transgressão trouxera aos homens. A incredulidade insinuou-se no coração
dos homens. Os filhos de Adão apresentam os dois rumos seguidos pelos homens
em relação às reivindicações de Deus. Abel via a Cristo prefigurado nas ofertas
sacrificais. Caim era incrédulo quanto à necessidade de sacrifícios; recusou-se a
discernir que Cristo era tipificado pelo cordeiro morto; o sangue de animais parecia-
lhe não ter virtude alguma. O evangelho foi pregado a Caim, assim como para seu
irmão; mas foi-lhe um cheiro de morte para morte, visto como não reconheceu, no
sangue do cordeiro sacrifical, a Jesus Cristo - única provisão feita para salvação do
homem.
Nosso Salvador, em Sua vida e morte, cumpriu todas as profecias que para Ele
apontavam, e foi a substância de todos os tipos e sobras apresentados. Ele guardou
a Lei Moral, e exaltou-a satisfazendo a suas reivindicações, como representante do
homem. Aqueles, de Israel, que se volveram ao Senhor, e aceitaram a Cristo como
a realidade simbolizada pelos sacrifícios típicos, discerniram a finalidade daquilo
que devia ser abolido.