[13]

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 189

VIVIANE MACHADO DE AZEVEDO

NANOCOMPÓSITOS COM ATIVIDADE


ANTIOXIDANTE DE AMIDO DE
MILHO/ISOLADO PROTEICO DE SORO DE
LEITE/ÓLEO ESSENCIAL DE ALECRIM
OBTIDOS POR EXTRUSÃO TERMOPLÁSTICA

LAVRAS – MG
2016
VIVIANE MACHADO DE AZEVEDO

NANOCOMPÓSITOS COM ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE AMIDO


DE MILHO/ISOLADO PROTEICO DE SORO DE LEITE/ ÓLEO
ESSENCIAL DE ALECRIM OBTIDOS POR EXTRUSÃO
TERMOPLÁSTICA

Tese apresentada à Universidade Federal


de Lavras, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Ciência
dos Alimentos, área de concentração em
Ciência dos Alimentos, para a obtenção
do título de Doutor.

Profa. Dra. Soraia Vilela Borges


Orientadora

LAVRAS - MG
2016
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema de Geração de Ficha Catalográfica da Biblioteca
Universitária da UFLA, com dados informados pelo(a) próprio(a) autor(a).

Azevedo, Viviane Machado de.


Nanocompósitos com atividade antioxidante de amido de
milho/isolado proteico de soro de leite/ óleo essencial de alecrim
obtidos por extrusão termoplástica / Viviane Machado de Azevedo. –
Lavras : UFLA, 2016.
187 p. : il.

Tese(doutorado)–Universidade Federal de Lavras, 2016.


Orientadora: Soraia Vilela Borges.
Bibliografia.

1. Extrusão. 2. Nanocompósitos. 3. Microencapsulação. I.


Universidade Federal de Lavras. II. Título.
VIVIANE MACHADO DE AZEVEDO

NANOCOMPÓSITOS COM ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE AMIDO


DE MILHO/ISOLADO PROTEICO DE SORO DE LEITE/ ÓLEO
ESSENCIAL DE ALECRIM OBTIDOS POR EXTRUSÃO
TERMOPLÁSTICA

Tese apresentada à Universidade Federal


de Lavras, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Ciência
dos Alimentos, área de concentração em
Ciência dos Alimentos, para a obtenção
do título de Doutor.

APROVADA em 1º de abril de 2016.

Profa. Dra. Maria Irene Yoshida UFMG


Prof. Dr. José Manoel Marconcini Embrapa Instrumentação
Profa. Dra. Marali Vilela Dias UFLA
Prof. Dr. Gustavo Henrique Denzin Tonoli UFLA

Profa. Dra. Soraia Vilela Borges


Orientadora

LAVRAS - MG
2016
AGRADECIMENTOS

A Deus, por caminhar sempre ao meu lado e, em outros momentos, me


carregar no colo. Por guiar todos os meus passos e permitir a conquista de mais
esta vitória em minha vida.
Aos meus pais, Maria José e Vitor, pelo amor, confiança, apoio,
incentivo e por me ensinarem que conhecimento é algo que ninguém tira, e que
o caminho certo da vida é aquele sentimento que vem do coração. Serei
eternamente grata, pois sem vocês eu não chegaria até aqui!!!
A minha irmã Liliane pelo amor e força, por sempre acreditar em mim,
pelo amor que temos uma pela outra, minha amiga e companheira de todas as
horas.
Ao meu marido Anselmo, uma pessoa especial que a vida me
apresentou, pelo amor, compreensão, incentivo, pela paciência em me ouvir,
auxiliar em todos os momentos, e que crescer juntos é muito melhor do que
crescer sozinho. A minha linda família Barbosa, pelo incentivo, atenção e amor.
A minha orientadora, Dr. Soraia Vilela Borges, pela orientação,
conselhos, confiança, amizade, apoio, dedicação e por sempre me ouvir. Serei
eternamente grata por tudo que me proporcionou até hoje. Simplesmente lhe
digo: Muito obrigada amiga!!!
À professora Maria Irene Yoshida do Departamento de Química da
Universidade Federal de Minas Gerais pelos ensinamentos com as análises
térmicas e pela paciência com os infinitos e-mails tirando dúvidas, exemplo de
dedicação e profissionalismo.
Ao prof. Dr. Gustavo Henrique Denzin Tonoli do Departamento de
Ciências Florestais da UFLA principal responsável pelo meu caminho entre
UFLA e Embrapa.
A Camila e a Tamara, minhas queridas bolsistas de iniciação científica,
que me acompanharam durante todo o doutorado, na UFLA e na Embrapa, pela
amizade, companhia e diversos momentos de risadas e choros em São Carlos,
serei eternamente grata a vocês. Sem vocês duas eu estaria perdida! É com
imenso carinho que sempre me lembrarei de vocês, contem sempre comigo!!!
A Regiane e ao Diego, um casal maravilhoso que a UFLA me
presenteou, pelos momentos de conversas e conselhos, em especial à minha
amiga Regiane, uma pessoa serena e de enorme coração, sempre disposta a me
ouvir e auxiliar todos que estão ao seu redor.
A Joyce uma amiga, companheira, por me conceder a primeira
oportunidade de pesquisa na UFLA, por estar sempre presente em minha vida e
por acreditar que a distância na verdade aproxima e fortalece ainda mais os
verdadeiros amigos.
Ao Eric pela amizade, companheirismo, infinitas horas de trabalhos
acadêmicos, e por me fazer acreditar que em breve a aposentadoria chega.
A Telma pela amizade, carinho e atenção, a amizade será para sempre!
A Marali Vilela Dias pela amizade, atenção, pelo convívio na época de
república e por me orientar sempre que precisei.
Ao Gerson, pela amizade, atenção e por me auxiliar com o
desenvolvimento das microcápsulas para execução deste trabalho.
A Gabriella Santos, pela amizade, companheirismo, pelos momentos de
emoções, pelas infinitas horas de conversas durante a madrugada e por mostrar
que a vida nos ensina a cada dia, amiga de todas as horas, minha irmãzinha de
república, de coração e para toda a vida.
A todos os meus amigos do nosso novo, pequeno e aconchegante
Laboratório de Embalagens da UFLA, em especial Raíssa, Pedro, Jayne, Rhana
e Eloá pelo carinho e atenção.
Ao meu supervisor na Embrapa Instrumentação, Dr. José Manoel
Marconcini pela orientação, apoio e confiança depositada para a realização deste
trabalho e principalmente por me receber na Embrapa.
Ao Professor Dr. Luiz Henrique Capparelli Mattoso presidente da
Embrapa Instrumentação.
A Mirella Carelli e Kelen Amaral, pela atenção, carinho e por me
receberem de braços abertos na Embrapa.
Aos técnicos de Laboratório da Embrapa, em especial, Alice Raabe,
Viviane, Adriana Thomazi, Silviane e Paulo Renato, de quem eu nunca ouvi um
simples ―não‖ e que me acolheram com muito carinho em todos os momentos
que precisei. A todos os integrantes da Embrapa por fazerem da Unidade um
excelente ambiente de trabalho e por promoverem um intercâmbio de
conhecimentos com alunos de várias Universidades do Brasil e Exterior.
Aos amigos que conquistei na Embrapa Instrumentação que me
proporcionaram momentos felizes com muitas risadas e muita produtividade,
pelos horários de almoço todos os dias juntos, em especial, Elaine, Amanda
Giroto, André Esteves, Francys, Alfredo Sena e Kele Carvalho.
Aos estagiários, Pedro e Fernando Ken pela boa vontade e por me
auxiliarem nos processos de extrusão. Contem sempre comigo!!!
À Embrapa Instrumentação por toda estrutura disponibilizada para a
realização dos experimentos desta tese, um local com oportunidades únicas.
Ao CNPq e FAPEMIG pelo apoio financeiro durante a graduação,
mestrado e doutorado e recursos para o desenvolvimento deste projeto.
Enfim, a minha eterna gratidão à Universidade Federal de Lavras
(UFLA), pelo ensino gratuito e de qualidade e a todos os professores,
laboratoristas e funcionários do Departamento de Ciência dos Alimentos, pela
colaboração, carinho e atenção durante toda a minha vida acadêmica.
A todos os meus amigos, que com simples gestos de carinho e amizade,
estiveram presentes durante todo o período de UFLA. É com muita alegria e
uma saudade que chega a doer que aqui me despeço da Universidade Federal de
Lavras!!
RESUMO GERAL

A fim de melhorar a qualidade e segurança dos alimentos, as embalagens ativas


surgem como uma nova tecnologia com base na liberação de compostos que são
benéficos aos produtos alimentares. Assim, filmes biodegradáveis incorporados
com substâncias ativas possuem a função de agir como barreira a elementos
externos, protegendo o produto e aumentando sua vida útil. São elaborados a
partir de proteínas, polissacarídeos, lipídeos ou da combinação desses
compostos. No entanto, existe a necessidade de melhorar as propriedades de
desempenho dessas embalagens, assim a nanotecnologia surge com o estudo de
várias nanopartículas como aditivos para modificar o desempenho de polímeros
biodegradáveis. Diante disto, objetivou-se desenvolver um filme ativo
antioxidante de blendas de amido de milho e isolado proteico de soro de leite
com óleo essencial de alecrim ou microcápsulas de óleo essencial de alecrim
reforçado com nanopartículas de montmorilonita sódica (MMTNa+) pela técnica
de extrusão. Os filmes foram desenvolvidos e caracterizados em uma primeira
etapa para seleção da melhor blenda polimérica pelas seguintes análises:
permeabilidade ao vapor de água (PVA), propriedades mecânicas, propriedades
ópticas, termogravimetria (TG), calorimetria exploratória diferencial (DSC),
difração de raios X (DRX) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Na
segunda etapa, foram adicionados nanopartículas de argila montmorilonita como
reforço e óleo essencial de alecrim para avaliar seu efeito antioxidante. Em uma
terceira etapa, foi estudada a adição de microcápsulas de óleo essencial de
alecrim (MA) como forma de proteção do agente ativo e seu potencial
antioxidante nos filmes. Os resultados indicaram que o desenvolvimento de
blendas poliméricas com 30% de substituição de amido de milho é o mais
indicado para trabalhos futuros. A adição de óleo essencial de alecrim ou
microcápsulas de óleo essencial de alecrim possibilitaram a obtenção de
nanocompósitos com potencial antioxidante para aplicação em embalagens para
alimentos.

Palavras-chave: Blendas Poliméricas. Óleo essencial. Nanotecnologia.


GENERAL ABSTRACT

In order to improve the quality and safety of food, the active packaging emerges
as a new technology based on the release of composites beneficial to food
products. Thus, biodegradable films incorporated with active substances have
the function of acting as a barrier to external elements, protecting the product
and increasing its shelf life. They are formulated from proteins, polysaccharides,
lipids or from the combination of these compounds. However, there is a need to
improve the performance properties of these packages. Nanotechnologies, then,
emerges with the study of many nanoparticles as additives to modify the
performance of biodegradable polymers. With this, we aimed at developing and
active antioxidant film of corn starch blenders and whey protein isolate with
rosemary essential oil or microcapsules of rosemary essential oil reinforced with
sodium montmorillonite (MMTNa+) nanoparticles by extrusion. The films were
developed and characterized in a first stage for the selection of the best
polymeric blender using the following analyses: water vapor permeability
(WVP), machanical properties; optical, thermogravimetry (TG), differential
scanning calorimetry (DSC), x-ray diffraction (XRD) and scanning electron
microscopy (SEM). In the second stage, montmorillonite clay nanoparticles and
rosemary essential oil were added as reinforcement to evaluate its antioxidant
effect. In a third stage, we studied the addition of microcapsules of rosemary
essential oil (MR) as a form of protecting the active agent and its antioxidant
potential in the films. The results indicate that the development of polymeric
blender with 30% of corn starch substitution is the most indicated for future
work. The addition of rosemary essential oil or microcapsule of rosemary
essential oil allowed for the obtaining of nanocomposites with antioxidant
potential for application in food packages.

Keywords: Polymeric blenders. Essential oil. Nanotechnology.


SUMÁRIO

PRIMEIRA PARTE ....................................................................... 11


1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................... 15
2.1 Amido de milho ............................................................................... 15
2.2 Soro de leite ..................................................................................... 18
2.2.1 Proteínas do soro de leite e filmes biodegradáveis ......................... 20
2.3 Blendas poliméricas ........................................................................ 23
2.4 Nanotecnologia e nanopartículas .................................................... 24
2.4.1 Montmorilonita ............................................................................... 27
2.5 Óleos essenciais e óleo essencial de alecrim .................................... 30
2.6 Microencapsulação de óleos essenciais ........................................... 32
2.7 Processamento de filmes biodegradáveis pela técnica de extrusão 35
2.8 Embalagens ativas .......................................................................... 37
3 CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................ 39
4 CONCLUSÃO GERAL ................................................................. 41
REFERÊNCIAS.............................................................................. 43
SEGUNDA PARTE - ARTIGOS.................................................... 61
ARTIGO 1 - EFEITO DA SUBSTITUIÇÃO DO AMIDO DE
MILHO POR ISOLADO PROTEICO DE SORO DE LEITE
EM FILMES DE BLENDAS BIODEGRADÁVEIS OBTIDOS
POR EXTRUSÃO .......................................................................... 61
ARTIGO 2 - NANOCOMPÓSITOS ANTIOXIDANTES DE
AMIDO TERMOPLÁSTICO/ISOLADO PROTEICO DE
SORO DE LEITE INCORPORADO COM ÓLEO
ESSENCIAL DE ALECRIM OBTIDOS POR EXTRUSAO....... 101
11

PRIMEIRA PARTE

1 INTRODUÇÃO

Filmes de polímeros naturais incorporados com compostos para o


desenvolvimento de embalagens ativas têm despertado interesse, pois, além de
reduzir o impacto sobre o meio ambiente, proporcionam, de maneira saudável e
eficaz, qualidade aos alimentos. Um dos tipos de embalagens ativas a fim de
prolongar a vida útil de alimentos são as embalagens antioxidantes. O princípio
de atuação desse tipo de embalagem é a adição de substâncias ao filme que são
liberadas de maneira controlada e, por isso, estão presentes em menores
quantidades no alimento (GÜÇBILMEZ; YEMENICIOĞLU; ARSLANOĞLU,
2007). Entre as substâncias ativas utilizadas, estão os compostos de origem
natural, tais como vários componentes de óleos essenciais de plantas e aromas
alimentares (ALMENAR et al., 2009; HAMILTON-KEMP et al., 1992). No
entanto, embora a maioria destas substâncias sejam ―GRAS‖ (Geralmente
Reconhecido como Seguros), sua utilização é frequentemente limitada devido à
sua influência sobre as características organolépticas do produto (ALMENAR et
al., 2009).
Conhecido como óleo de alecrim, Rosmarinus officinalis L. é uma
especiaria amplamente conhecida devido ao seu forte aroma e atividade
antioxidante. O óleo essencial desta planta também tem sido estudado devido à
sua atividade antimicrobiana (FERNANDES; BORGES; BOTREL, 2014;
GENENA et al., 2008).
Pesquisas sobre as propriedades antimicrobianas e antioxidantes de
filmes baseados em proteínas do leite, amido, quitosana, incorporados com
vários óleos essenciais (orégano, alecrim, alho, pimenta, canela) (ABDOLLAHI;
REZAEI; FARZI, 2012a, 2012b, 2014; ATARÉS; CHIRALT, 2016; BOTREL
et al., 2010; GÓMEZ-ESTACA et al., 2010; HAFSA et al., 2016; MELO et al.,
12

2012; OUSSALAH et al., 2006; SEYDIM; SARIKUS, 2006; ZIVANOVIC;


CHI; DRAUGHON, 2005) têm sido realizadas e apresentaram bons resultados.
Porém, ainda existem poucos estudos sobre compostos antioxidantes com óleos
essenciais em embalagens ativas a partir de blendas poliméricas biodegradáveis.
Selecionar um agente antioxidante implica não só a avaliação da sua eficácia
contra radicais livres, mas também de interações com o polímero que formará o
filme. Estas interações podem prejudicar a atividade antioxidante e as
propriedades do próprio filme, sendo ambos primordiais para o desenvolvimento
de filmes ativos comercialmente bem sucedidos.
Para determinadas utilizações, alguns polímeros necessitam apresentar
propriedades diferentes ou melhoradas como, por exemplo, brilho, flexibilidade,
maior rigidez, transparência. Existe uma necessidade contínua para modificar as
propriedades destes materiais para novas aplicações. Nesse caso, o
desenvolvimento de blendas poliméricas a partir da adição de outro componente,
pela mistura de biopolímeros, pode levar à obtenção de uma mudança nas
propriedades de desempenho em relação ao polímero puro (FERREIRA et al.,
2009; SOEST et al., 1996; ZALESKA; RING; TOMASIK, 2001). A mistura de
dois ou mais polímeros de alta massa molar em conjunto com um plastificante e
um solvente para a obtenção de novos materiais poliméricos é denominado
blendas poliméricas. A mistura polimérica pode exibir propriedades superiores
quando comparadas às propriedades de cada polímero puro (FERREIRA et al.,
2009; LOPEZ et al., 2014; ZALESKA; RING; TOMASIK, 2001).
Existem poucas informações sobre blendas de polímeros biodegradáveis
em comparação às blendas sintéticas. Filmes obtidos pela combinação de
polissacarídeos (amidos, alginatos, celulose e quitosana) com proteínas
(proteínas do leite, proteína de soja, proteína de ervilha, colágeno e gelatina)
foram desenvolvidos (CHEN et al., 2013; CHENG et al., 2003; FERREIRA et
al., 2009; LOPEZ et al., 2014; PEREDA; ARANGUREN; MARCOVICH, 2008;
13

SILVA et al., 2007; ZALESKA; RING; TOMASIK, 2001) tendo em vista a


modificação das propriedades de filmes a partir de blendas poliméricas quando
comparados aos filmes obtidos a partir do polímero puro.
No entanto, a fim de tornar biopolímeros capazes de competir com os
polímeros tradicionais, ainda há uma necessidade de reduzir os custos de
produção, modificar suas propriedades, incluindo a estabilidade térmica,
propriedades mecânicas e propriedades de barreira (AZEVEDO et al., 2015;
WANG et al., 2005). Assim, a nanotecnologia tem se difundido amplamente,
visando à aplicação na área de embalagens para alimentos, uma vez que
embalagens constituídas a partir de materiais poliolefínicos ou biodegradáveis,
incorporadas com nanopartículas, apresentam propriedades mecânicas, ópticas,
estruturais, antioxidantes e de barreira melhoradas. O desenvolvimento de novos
materiais, novos produtos e processos baseados na incorporação de
nanopartículas na matriz polimérica são vistos como a mais importante das
nanotecnologias na área de alimentos (BAO; TJONG, 2008; BOUWMEESTER
et al., 2009; CHO et al., 2009; DIAS et al., 2014; VARTIAINEN et al., 2010).
Várias nanopartículas inorgânicas têm sido reconhecidas como aditivos
para modificar o desempenho do polímero. Alguns exemplos dessas
nanopartículas são representados por sólidos em camadas, nanofibras,
nanocelulose e nanotubos de carbono, nanopartículas de silicato, de prata e de
magnésio (AZEVEDO et al., 2015; SORRENTINO; GORRASI; VITTORIA,
2007). Dentre elas, destaca-se a nanoargila montmorilonita, que apresenta
elevada razão de aspecto, boa capacidade de delaminação, partículas resistentes
a solventes, às temperaturas empregadas em polimerização, ao atrito e às
temperaturas do processo de extrusão. Em seu estado natural, tende a ser
hidrofílica e apresenta baixo custo (AVELLA et al., 2005; SOTHORNVIT;
RHIM; HONG, 2009).
14

O método de extrusão é um dos mais promissores para o processamento


industrial, devido à fácil escala, rapidez no processamento e possibilidade de
moldagem de materiais. No entanto, não existem pesquisas sobre a extrusão de
embalagens ativas incorporadas com óleos essenciais sendo necessários maiores
estudos. Além disso, a extrusão de filmes biodegradáveis aumentaria seu
potencial comercial, oferecendo várias vantagens em relação aos filmes
desenvolvidos por casting (evaporação do solvente). Assim, o objetivo deste
trabalho foi desenvolver um nanocompósito com atividade antioxidante de
blendas de amido de milho e isolado proteico de soro de leite com óleo essencial
de alecrim, reforçado com nanopartículas de argila montmorilonita sódica
(MMTNa+) pela técnica de extrusão.
Os objetivos específicos deste estudo foram: avaliar a influência da
substituição do amido por isolado proteico de soro de leite nos filmes
desenvolvidos quanto às propriedades mecânicas, de barreira, ópticas,
morfológicas, estruturais e térmicas (artigo 1). Estudar o efeito da adição de
nanopartículas de argila montmorilonita sódica como reforço e óleo essencial de
alecrim (artigo 2) e microcápsulas de óleo essencial de alecrim com
nanopartículas de argila montmorilonita sódica (artigo 3) como nanocompósitos
com atividade antioxidante.
15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Amido de milho

O amido é um dos materiais mais abundantes produzidos pela natureza


sendo encontrado principalmente no milho, trigo, arroz, batata e mandioca sob a
forma de grânulos de reserva. Esse polissacarídeo apresenta inúmeras aplicações
industriais e suas variações de tamanho, forma e composição dependem de sua
origem botânica (HARTMANN; KAPLAN, 1998; MÜLLER; LAURINDO;
YAMASHITA, 2012). O amido é formado por duas frações: amilose e
amilopectina. A amilose representa entre 15 a 30% do amido (SRICHUWONG
et al., 2005), sendo solúvel em água e é formada por unidades de glicose com
ligações glicosídicas α-1,4 formando assim unidades de maltose (estrutura
linear). Amilopectina é formada por unidades de glicose unidas em α-1,4 com
ramificações de glicose ligadas em α-1,6 (estrutura ramificada), sendo insolúvel
em água (DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA, 2010; GARCÍA et al., 2011).
Possui uma estrutura alternada de fase amorfa e cristalina, sendo a região das
cadeias laterais de amilopectina responsáveis pela estrutura cristalina
(LECORRE; BRAS; DUFRESNE, 2012; OATES, 1997).
Dependendo do seu padrão de difração de raios X, os grânulos de
amidos são classificados em estruturas cristalinas (polimorfos) que consistem no
empacotamento das duplas hélices de amilopectina, chamados cristais dos tipos
A, B e C (Figura 1) (BILIADERIS, 2009; JACOBS; DELCOUR, 1998;
LECORRE; BRAS; DUFRESNE, 2012). Quanto maior a quantidade de cristais
em um plano de uma estrutura, mais intensos, pontiagudos e estreitos serão os
picos na difração de raios X. Picos mais largos e menores são característicos de
regiões amorfas (AZEVEDO et al., 2015; CANEVAROLO JUNIOR, 2004).
Os cristais do Tipo A são comuns em cereais e possuem estruturas de
duplas hélices formadas por amilose e amilopectina, dispostas em arranjo
16

monocíclico. O Tipo B possui duplas hélices em arranjo hexagonal com


estrutura aberta e altamente hidratada sendo encontrado em amidos de
tubérculos. Os cristais do Tipo C correspondem a uma mistura dos Tipos A e B
com forma polimórfica (JAYAKODY, 2002; LECORRE; BRAS; DUFRESNE,
2012; SAJILATA; SINGHAL; KULKARNI, 2006). Quando ocorre
recristalização do amido em presença de ácido graxo ou álcool de cadeia longa,
surge uma estrutura do Tipo V. O padrão V é atribuído a um amido complexo,
no qual as cadeias de resíduos de glicose formam uma hélice com o exterior
hidrofílico e um centro hidrofóbico, contendo uma molécula apolar como um
lipídeo (JAYAKODY, 2002; THOMAS; ATWELL, 1999).
O grau de cristalinidade para amidos Tipo ―A‖ (31 a 37,1%) é maior que
para amidos do Tipo ―B‖ (27,2 a 29,8%) e C (27,8%) (SRICHUWONG et al.,
2005), no qual exerce importante função na estrutura do grânulo e em suas
características físico-químicas, como a susceptibilidade à ação enzimática e
insolubilidade em água fria (TANG; MITSUNAGA; KAWAMURA, 2006).
17

Figura 1 - Padrões de cristalinidade dos grânulos de amido.

Legenda: A-Type (Tipo A) com picos em 15,27° (d = 5,8 Å); 23,40°(d = 3,8 Å); 17,05°
(5,2 Å) e 18,01°(4,9Å). B-Type (Tipo B) com picos em 5,6° - 5,52° (d = 15.8-
16 Å) ; 15,01°(d = 5,9 Å); 17,05° (5,2 Å); 19,72°(d = 4,5 Å); 22,22° (d = 4 Å) e
24,04° (d = 3,7 Å). C-Type (Tipo C) com os mesmos picos apresentados no
Tipo A, porém com a adição do pico em 5,52° (d = 16 Å).
Fonte: Jayakody (2002).

Para a maioria dos amidos, a gelatinização é um processo de


transformação do amido granular em pasta viscoelástica causada pelo
aquecimento do amido em excesso de água e consequente expansão e hidratação
dos grânulos de amido. Refere-se a uma ruptura molecular (quebra de ligações
de hidrogênio) no interior dos grânulos de amido, liberando a amilose para a fase
aquosa, desaparecimento das regiões cristalinas, com irreversíveis alterações em
propriedades como absorção de água, inchaço dos grânulos, fusão cristalina,
perda de birrefringência, solubilização do amido e desenvolvimento de
viscosidade (BILIADERIS, 2009; DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA,
2010; LECORRE; BRAS; DUFRESNE, 2012). Porém, quando o aquecimento
do amido é realizado em presença de pequenas quantidades de água, o fenômeno
18

que indica o rompimento de seus grânulos é conhecido como fusão. A


gelatinização do amido é vista como um processo endotérmico (ocorre entre 60°
a 75 °C), assim, a calorimetria exploratória diferencial (DSC) é muito utilizada
para medir a entalpia e temperatura da gelatinização para acompanhar o
processo (DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA, 2010; LECORRE; BRAS;
DUFRESNE, 2012).
Conhecer algumas propriedades do amido e seu comportamento durante
o processamento tornam-se fatores importantes para o desenvolvimento de
amidos termoplásticos. O processamento de amidos termoplásticos é exotérmico
devido à liberação de calor em função da mistura de amido e água, resultando
em um cristal de amido que é homogeneizado através de energia térmica
(exemplo, extrusora) diminuindo assim o ponto de fusão do amido. O processo
endotérmico induz a formação de regiões cristalinas com consequente
recristalização do amido quando em repouso. No exotérmico, o amido não se
recristaliza, pois é praticamente livre de frações cristalinas (BONA, 2007;
SEBIO, 2003).

2.2 Soro de leite

Descoberto há cerca de 3000 anos e valorizado como um agente


medicinal nos séculos XVII e XVIII, o soro de leite era considerado um
desperdício pela indústria de laticínios. Somente no final do século XX,
apareceram legislações sobre o impedimento do descarte do soro de leite sem
tratamento adequado. Com o passar dos anos, houve o reconhecimento sobre a
importância da composição do soro. As proteínas e outros componentes
adquiriram uma base sólida em relação ao valor nutricional, funcional, e novos
avanços tecnológicos sobre seu processamento foram surgindo visando
aplicações que lhe agregariam maior valor comercial. No início do século XXI,
estes avanços adquiriram maior foco sobre a funcionalidade biológica dos
19

componentes do soro de leite. Devido ao baixo custo, o soro de leite tem sido
alvo de pesquisas com o surgimento de novas técnicas de processamento e
separação de seus componentes para obtenção de uma gama de isolados
funcionais (AZEVEDO, 2013; SMITHERS, 2008).
Soro de leite é responsável por cerca de 20% (p / p) da proteína presente
no leite. Constituído por uma alta concentração de lactose (> 75%), o soro de
leite, um subproduto da fabricação de queijos, é considerado um dos alimentos
mais poluentes com alta demanda bioquímica de oxigênio (QI; ONWULATA,
2011; SISO, 1996; SMITHERS, 2008).
Constituído de água, proteínas de alto valor biológico, lactose e sais
minerais, o soro de leite possui alto valor nutricional sendo obtido após a
coagulação da caseína, a partir do leite, através da adição de ácido ou ação da
quimosina (coalho) ou mineral durante a fabricação de queijos (CAPITANI et
al., 2005; SMITHERS, 2008; ZADOW, 1997). É um líquido opaco, amarelo-
esverdeado causado pela presença de riboflavina (vitamina B2), e pode ser
obtido a partir de qualquer tipo de leite. O soro de leite pode ser obtido, em
laboratório ou na indústria, a partir de coagulação enzimática (enzima
quimosina), com a coagulação de caseínas, no soro doce; por precipitação ácida
no pH isoelétrico (pI), resultando na caseína isoelétrica, que é transformada em
caseinatos e no soro ácido; e pela separação física das micelas de caseína por
microfiltração, obtendo-se um concentrado de micelas e as proteínas do soro, na
forma de concentrado ou isolado proteico. No Brasil, a produção de soro é
constituída quase que exclusivamente de soro doce, rico em lactose
(AZEVEDO, 2013; DE WIT, 2001; PRAZERES; CARVALHO; RIVAS, 2012).
As proteínas do soro de leite apresentam uma mistura de proteínas
globulares compreendendo cinco frações β-Lactoglobulina (β-Lg; 50 a 60% das
proteínas), α-Lactoalbumina (α-La; 20%), imunoglobulinas (IgG; 10%) e
albumina sérica bovina (BSA; 6%, p / p) dentre outras proteínas menores,
20

incluindo componentes lactoferrina, lactoperoxidase, lisozima e fatores de


crescimento (AZEVEDO, 2013; SOTHORNVIT; KROCHTA, 2001;
VILLADIEGO et al., 2005; WALSTRA; JENNESS, 1984).
Comercialmente, as proteínas do soro são produzidas a partir da
separação da lactose por ultrafiltração, evaporação e consequente liofilização
sendo obtidas proteínas de soro concentradas (CPS) com 35 a 80% de proteínas
e proteínas isoladas de soro (IPS) com um conteúdo de proteína acima de 90%
(AZEVEDO, 2013).

2.2.1 Proteínas do soro de leite e filmes biodegradáveis

As proteínas do soro de leite, além de possuir alto valor nutricional, são


responsáveis pela capacidade de hidratação, gelatinização, solubilidade,
formação de espuma, viscosidade e propriedades de emulsão em diferentes
gêneros alimentícios, sendo uma excelente fonte de aminoácidos essenciais
(GARCÍA et al., 2012).
Após o processamento do queijo, o soro de leite contém,
aproximadamente, 93% de água e 0,6% de proteína. Sua composição encontra-
se sob diferentes formas sendo então classificado conforme sua composição,
relacionado ao teor de proteína. O concentrado proteico de soro de leite (CPS)
apresenta uma composição entre 35% a 82% de proteína, 4% a 8% de lactose,
4% a 8% de lipídeos e 3% a 4% de cinzas. O isolado proteico (IPS) deve
apresentar acima de 90% de proteínas, 0,5% a 1% de lactose, 0,5% a 1% de
lipídeos e entre 2% a 3% de cinzas (HUFFMAN, 1996). O concentrado proteico
de soro de leite e o isolado proteico de soro de leite são obtidos pela remoção
dos constituintes não proteicos do soro pasteurizado. O método utilizado para a
concentração é através de ultrafiltração utilizando uma membrana com
porosidade que permite a separação de lactose, sais e minerais (permeado) das
proteínas e gorduras (retentado), seguida de secagem por atomização,
21

concentrando entre 35-50% de proteína. Dependendo da concentração de


proteínas requerida, ou seja, acima de 50%, o processo de diafiltração é
aplicado. Esse processo consiste na adição de água no retentado, seguida por
uma nova ultrafiltração, sendo o produto seco por atomização atingindo 80% de
proteínas com consequente redução de lactose no produto (AZEVEDO, 2013;
HUFFMAN, 1996). A obtenção do IPS é semelhante ao CPS, porém aplica-se
mais um processo: a purificação por troca iônica, no qual o soro é circulado por
meio de colunas com resinas catiônicas e aniônicas, aumentando o teor de
proteína e reduzindo o teor de lactose e sais minerais (AZEVEDO, 2013;
BRYANT; MCCLEMENTS, 1998; PEREZ‐GAGO et al., 2003).
Existe um crescente aumento em pesquisas usando as proteínas do leite,
como caseína, e proteínas do soro em conjunto com outros biopolímeros naturais
no desenvolvimento de filmes comestíveis e biodegradáveis (GHOSH et al.,
2010; OZDEMIR; FLOROS, 2008). A diferença entre o CPS e o IPS na
formação de filmes está relacionada com a maior quantidade de lactose
(impurezas) presentes no CPS, que poderia gerar descontinuidades na matriz de
proteína e como consequência aumentar a permeabilidade a gases e diminuir as
propriedades mecânicas (AZEVEDO, 2013; KHWALDIA et al., 2004; OSÉS et
al., 2009; RAMOS et al., 2012).
Estudos sobre a extrusão de certos biopolímeros tais como o amido,
proteína de soja, e o caseinato (DE GRAAF; JANSSEN, 2000; HERNANDEZ‐
IZQUIERDO et al., 2008; LI; LEE, 2000; MUNGARA; ZHANG; JANE, 1998;
NABESHIMA; GROSSMANN, 2001) sugerem a possibilidade de extrusão de
proteínas do soro de leite para formação de filmes.
Filmes à base de proteínas de soro de leite foram desenvolvidos com
sucesso utilizando isolado proteico de soro em pó combinado com glicerol ou
água através da moldagem por compressão térmica por Hernandez‐Izquierdo et
al. (2008). A extrusão de filmes com proteínas de soro de leite poderia aumentar
22

o potencial comercial e o interesse das indústrias de embalagens e alimentos


(HERNANDEZ‐IZQUIERDO et al., 2008).
Folhas de isolado proteico de soro com glicerol e água foram obtidas
utilizando extrusora dupla rosca. A temperatura de fusão no momento da
formação da folha estava entre 143 e 150 °C. Folhas obtidas sob diferentes
concentrações de glicerol (46 a 52% de glicerol) e velocidades da rosca (200-
275 rpm) apresentaram flexibilidade, transparência e exibiram comportamento
termoplástico, o que permitiu a formação de filmes mais finos em relação à
moldagem por compressão (HERNANDEZ-IZQUIERDO, 2007).
Filmes de isolado proteico de soja e glicerol foram desenvolvidos por
moldagem por compressão em uma temperatura de 150 °C, pressão de 10 MPa,
durante 2 min de compressão (CUNNINGHAM et al., 2000). A
termogravimetria (TG) indicou que a proteína de soja degrada a temperaturas
superiores a
180 °C. Condições semelhantes foram utilizadas para filmes de isolado proteico
de soro de leite e glicerol na moldagem por compressão, mas acima de 2min
ocorreu uma degradação do filme devido às altas temperaturas. Acima de
140 °C, a degradação do filme ocorreu na faixa de pressão estudada, entre
0,81MPa e 2,25MPa (SOTHORNVIT et al., 2003). O uso de altas temperaturas
na moldagem por compressão promove um aumento de desnaturação das
proteínas, resultando em maior reticulação e menor solubilidade. Sothornvit et
al. (2003) relataram que filmes de isolado proteico de soro de leite com glicerol
obtidos a 104 °C eram flexíveis e parcialmente solúveis, enquanto os filmes
produzidos a 140 °C também eram flexíveis, mas quase insolúveis. Filmes
insolúveis poderiam ser usados como embalagens ou invólucros para alimentos
com um conteúdo de umidade um pouco mais elevado (HERNANDEZ‐
IZQUIERDO; KROCHTA, 2008).
23

2.3 Blendas poliméricas

Filmes produzidos a partir de polímeros biodegradáveis apresentam


propriedades de desempenho inferior aos filmes produzidos a partir de polímeros
sintéticos convencionais. Assim, uma estratégia promissora para melhorar as
propriedades destes filmes é através da mistura de biopolímeros (ATARÉS;
CHIRALT, 2016; FABRA et al., 2009).
Blendas poliméricas são obtidas por fusão, e constituem misturas físicas
de dois ou mais polímeros, de alta massa molar em conjunto, frequentemente,
com um plastificante e um solvente resultando em uma mistura miscível ou
imiscível (DE BONA, 2007). A produção de blendas visa obter determinado
material polimérico com propriedades diferentes às dos polímeros puros, a fim
de satisfazer uma ou mais propriedades específicas, ou seja, melhorar
propriedades físicas, químicas e mecânicas; aumentar a biodegradação do
material e reduzir o custo total do material, visto que o alto custo prejudica a
substituição dos polímeros sintéticos por polímeros biodegradáveis na área de
embalagens.
Geralmente, a obtenção de materiais a partir de misturas de polímeros é
mais fácil e apresenta baixo custo quando comparado à obtenção de novos
polímeros. Porém, a compatibilidade do sistema é fator imprescindível para
obter uma melhoria das propriedades desses materiais. Dentre as técnicas de
obtenção de blendas, há: mistura em solução, mistura em emulsão, reação ―in
situ‖ e mistura no estado fundido. A técnica mais usual e econômica para
obtenção de blendas é a mistura mecânica de polímeros no estado fundido. Esses
polímeros são misturados em uma extrusora dupla rosca no qual provoca o
cisalhamento do material, garantindo um material homogêneo. Como
desvantagem, esse método pode ocasionar formação de ligações cruzadas ou
degradação térmica do polímero. No entanto, o material resultante pode
apresentar propriedades desejadas e com custo de produção inferior ao polímero
24

puro (PELLICANO, 2010; RABELLO, 2000; ROSA; PÂNTANO FILHO,


2003).
Blendas poliméricas podem ser miscíveis, imiscíveis ou parcialmente
miscíveis. A miscibilidade relaciona-se com a capacidade de dois ou mais
componentes se misturarem em nível molecular, resultando em uma mistura
homogênea. A verificação da miscibilidade pode ser feita através das
temperaturas de transição vítrea (Tg) do material. A transição vítrea é uma
transição de segunda ordem na qual ocorre o início do movimento da cadeia
polimérica com a passagem do estado vítreo (moléculas mais ordenadas) para o
estado borrachoso (maior flexibilidade e menor ordenação) (CANEVAROLO
JUNIOR, 2006; MOTHÉ; AZEVEDO, 2002). Nas blendas miscíveis, os
polímeros formam uma única fase e estão misturados em nível molecular,
apresentando somente um valor de Tg, entre os valores das Tg dos polímeros
individuais. Nesse tipo de blenda, os polímeros estão dispersos ao acaso e,
interações intermoleculares favoráveis provavelmente ocorrem entre os dois
componentes da blenda. Nas blendas imiscíveis, os componentes (polímeros)
são independentes e apresentam um número de fases relacionado à quantidade
de seus componentes. Consequentemente, se os componentes individuais da
blenda imiscível apresentarem transições vítreas, espera-se que as blendas
apresentem valores de Tg praticamente iguais às dos polímeros individuais. As
blendas parcialmente miscíveis devem apresentar, então, valores de Tg relativos
aos seus componentes, mas situados entre os valores dos polímeros individuais
(LUNA et al., 2015; MOTA, 2009).

2.4 Nanotecnologia e nanopartículas

A nanotecnologia é uma tecnologia transformadora que está


revolucionando diversas áreas, incluindo energia, segurança, tecnologia da
informação, agricultura, proteção ambiental e saúde. Atualmente, já existem
25

mais de 60 países que já lançaram programas nacionais de nanotecnologia (GAO


et al., 2016; LIU et al., 2009). Entre esses países, os Estados Unidos tomaram a
liderança desde o início, no começo dos anos 90. Em 2000, os Estados Unidos
começaram o primeiro programa de nanotecnologia nacional do mundo: o ―EUA
National Nanotechnology Initiative (NNI)‖ (PHELPS; FISHER, 2011). Entre os
anos de 2001 a 2014, cerca de U$ 19.400.000.000 foi investido pelo governo
federal em engenharia de nanoescala, ciência e tecnologia através do NNI. Em
2015, U$ 1.500.000.000 foi investido no NNI. O investimento em
nanotecnologia tem aumentado e faz dos Estados Unidos um líder global no
campo (GAO et al., 2016; SARGENT JUNIOR, 2013).
Recentemente, nanociência e nanotecnologia tornaram-se um tópico
científico e industrial amplamente discutido que tem e terá uma influência na
tecnologia e na qualidade de vida dos indivíduos usando produtos à base de
nanotecnologia (LÓPEZ-LORENTE; VALCÁRCEL, 2016). O termo
―nanotecnologia‖ abrange o desenvolvimento tecnológico dentro da escala
nanométrica. Um nanômetro equivale a um bilionésimo de um metro. A
nanotecnologia envolve imagem, medição, modelagem e manipulação de
matéria em escala neste tamanho (GAO et al., 2016; KUMAR et al., 2009). O
prefixo ―nano” tem origem grega e significa anão. Devido ao seu tamanho,
cerca de 1 - 100 nm, (AZEREDO, 2009; ROCO, 2003) as nanopartículas
possuem proporcionalmente maior área de superfície e, consequentemente, mais
átomos na superfície quando comparada a microescala. Existe um crescente
aumento da produção e utilização de nanopartículas na indústria de alimentos
(LÓPEZ-LORENTE; VALCÁRCEL, 2016).
Aplicações da nanotecnologia na indústria incluem a utilização de
nanopartículas lipídicas sólidas (NLS), nanoemulsões, nanocápsulas e o uso de
nanocompósitos para a embalagem de alimentos (ASSIS et al., 2012). A
utilização da nanotecnologia em embalagens para a indústria de alimentos se
26

tornou um tema de grande interesse. Há um incentivo à exploração de novos


biomateriais de embalagem, a partir de recursos renováveis (ASSIS et al., 2012;
THARANATHAN, 2003) devido ao grande potencial para melhorar a qualidade
dos alimentos, aumentar sua vida útil e reduzir impactos ambientais. Apesar do
potencial da nanotecnologia revolucionar o setor da indústria de alimentos,
assuntos como segurança do consumidor, ambiental, política e ética são muito
discutidos.
A adição de nanopartículas como aditivos em polímeros tem sido
utilizada a fim de melhorar o desempenho e as propriedades de embalagens
(ASSIS et al., 2012; AZEVEDO et al., 2015; BRADLEY; CASTLE;
CHAUDHRY, 2011; OU; YANG; YU, 1998; RODRIGUEZ et al., 2003). Com
o desenvolvimento da tecnologia nos processos de fabricação de novos
materiais, surgem diferentes tipos de nanopartículas como nanofibras de celulose
e nanoargilas (silicatos em camadas) (ASSIS et al., 2012; BAE et al., 2009;
MOHANTY; DRZAL; MISRA, 2003) utilizados na área de polímeros. Estas
nanopartículas proporcionam características únicas à matriz em função de seu
grau de dispersão e orientação na matriz, adesão interfacial matriz-reforço, sua
morfologia controlada e pequeno volume e grande área superficial (AZEVEDO,
2013; WU; WU, 2006).
A utilização de materiais biodegradáveis resolveria o problema de
impactos ambientais gerados pelos plásticos sintéticos, porém, infelizmente
problemas relacionados ao processamento, desempenho, como fragilidade e
baixa barreira a gases e vapor de água e custo tornam o uso destes biomateriais
limitado. Assim, a aplicação de nanocompósitos em embalagens (polímeros
biodegradáveis) poderia apresentar acentuada melhora das propriedades de
desempenho quando comparados com os polímeros convencionais (microescala)
(AZEVEDO et al., 2015; SORRENTINO; GORRASI; VITTORIA, 2007;
TUNC; DUMAN, 2010). Outra preocupação é sobre o pouco conhecimento
27

sobre os potenciais efeitos das nanopartículas para a saúde humana.


Propriedades físicas, químicas e biológicas dos materiais em tamanho
nanométrico podem ser diferentes dos convencionais e seus efeitos e impactos
não podem ser previstos a partir do conhecimento existente de materiais
convencionais. Outra questão seria sobre a possível migração dessas
nanopartículas da embalagem para os alimentos apresentarem um impacto
negativo sobre a saúde humana ou qualidade do alimento (BRADLEY;
CASTLE; CHAUDHRY, 2011).

2.4.1 Montmorilonita

A montmorilonita é uma argila em camadas de alumino-silicato que


consiste em uma camada de alumina octaédrica fundida entre duas camadas
tetraédricas de sílica mantidas unidas por forças eletrostáticas e Van der Walls.
Apresentam plaquetas com cerca de 1 nm de espessura e prolongamento das
lamelas de aproximadamente 1.000 nm, estrutura cristalina, com uma proporção
elevada (relação entre o comprimento e espessura) (SOTHORNVIT; RHIM;
HONG, 2009). Esta argila possui a capacidade de troca de cátions que depende
da substituição de íons de baixa valência, por exemplo, Mg2+ para Al3+ na folha
octaédrica. Esta substituição gera uma carga negativa na camada, que é
neutralizada por íons como Na+ ou Ca2+, localizados no espaço interlamelar.
Assim a água e outras moléculas polares podem entrar entre as camadas levando
à expansão da estrutura da rede (VARTIAINEN et al., 2010). Como
consequência, dentre as nanocargas na preparação de nanocompósitos
poliméricos, a argila montmorilonita é a mais utilizada, pois apresenta excelente
capacidade de absorção, boa capacidade de delaminação, são resistentes a
solventes, alta área superficial, capacidade de troca ou intercalação de íons ou
moléculas e propriedades catalíticas, resistente às temperaturas empregadas em
polimerização e às temperaturas de atrito do processo de extrusão, e em seu
28

estado natural tende a ser hidrofílica. Devido à presença de cátions de sódio


entre os espaços das camadas, a montmorilonita natural é hidrofílica, sendo
miscível com material hidrofílico. Devido a essas propriedades, a argila
montmorilonita tem sido usada como reforço em biopolímeros hidrofílicos,
adsorvente para a purificação e reciclagem de sistemas de água contaminados,
remoção de elementos radioativos em água, recuperação de contaminantes
explosivos, dentre outras aplicações (KUMAR et al., 2015; MAJDZADEH-
ARDAKANI; NAZARI, 2010; MARTINS et al., 2015; PRASAD et al., 2012;
SCHOLTZOVÁ et al., 2013).
Nanocompósitos são preparados pela dispersão das nanocargas na matriz
polimérica e apresentam melhoria das propriedades de desempenho (térmicas,
mecânicas, estrutural, estabilidade à umidade e resistência à água) devido à
presença de camadas impermeáveis de nanoargila dispersas na matriz polimérica
(MAJDZADEH-ARDAKANI; NAZARI, 2010; SCHOLTZOVÁ et al., 2013;
SORRENTINO; GORRASI; VITTORIA, 2007). No entanto, essas
nanopartículas não são facilmente dispersas na maioria dos polímeros devido à
sua preferência de empilhamento e aglomeração. Fatores como concentração de
polímero, massa molar e grupos funcionais dos polímeros, tamanho, forma e
superfície das partículas de argila, concentração de argila na suspensão, pH e
temperatura da suspensão podem afetar interações entre argilas e polímeros
(ALEMDAR et al., 2005; TUNC; DUMAN, 2010; TUNÇ; DUMAN; UYSAL,
2008). Assim, a dispersão da argila dentro do polímero tem uma significativa
influência sobre as propriedades finais dos nanocompósitos (ABD ALLA;
NIZAM EL‐DIN; EL‐NAGGAR, 2006; TUNC; DUMAN, 2010). A natureza
dos componentes (silicato em camadas, polímero, plastificante e solvente) e o
método de preparação determinam os compósitos obtidos. Existem três tipos de
compósitos que podem ser obtidos quando a montmorilonita está associada com
um polímero (FIGURA 2). Quando o polímero não é capaz de se intercalar entre
29

as folhas de silicato, uma fase separada do composto é obtida e as camadas da


argila permanecem em estado aglomerado, caracterizando um microcompósito,
semelhante a um compósito convencional. Dois tipos de estruturas de
nanocompósitos ainda podem ser obtidos: intercalada e esfoliada. Na estrutura
intercalada, as camadas de argila estão dispersas no polímero, em estruturas de
multicamadas, porém de forma bem ordenada, alternando entre as camadas
inorgânicas e o polímero. Quando as camadas de argila estão completamente
desordenadas na matriz polimérica aumentando as interações polímero-argila,
tem-se a estrutura esfoliada ou delaminada. Esta estrutura promove significantes
melhorias nas propriedades físicas e mecânicas dos nanocompósitos, superiores
às de um compósito convencional (ALEXANDRE; DUBOIS, 2000; ASSIS et
al., 2012; TUNC; DUMAN, 2010).
Geralmente, a adição de nanopartículas de argila montmorilonita em
concentrações abaixo de 5%, em massa, nos polímeros, ocasiona melhorias em
torno de 20 - 30% nas propriedades físicas em relação a compósitos
convencionais (CHEN; YOON, 2005; LAVORGNA et al., 2010; MÜLLER;
LAURINDO; YAMASHITA, 2011; PARK et al., 2003; WANG et al., 2009).
Devido à sua estrutura de lamelas, as nanoargilas podem aumentar a
tortuosidade do caminho de moléculas em difusão. Assim, uma melhoria
significativa nas propriedades de barreira pode ser obtida com a adição de
pequenas quantidades de argila montmorilonita (AZEVEDO et al., 2015;
BOUWMEESTER et al., 2009; VARTIAINEN et al., 2010). Porém, uma
concentração de argila acima do limite ocasionará aglomeração de
preenchimento, no qual resultará em caminhos de fácil permeação de gases ou
umidade e consequentemente maior difusão, diminuindo assim o desempenho de
barreira. Normalmente não é possível uma completa esfoliação das nanoargilas
em lamelas individuais, assim, uma morfologia mista constituída por partículas
de tamanho reduzido juntamente com estruturas intercaladas e esfoliadas são
30

obtidos (AOUADA; MATTOSO; LONGO, 2011; SANCHEZ‐GARCIA;


LAGARON, 2010).

Figura 2 - Esquema dos três tipos de estruturas de compósitos.

Legenda: A) fase separada (microcompósito); B) nanocompósito intercalado; C)


nanocompósito esfoliado.
Fonte: Assis et al. (2012) e Tunc e Duman (2010).

2.5 Óleos essenciais e óleo essencial de alecrim

Extraídos a partir de plantas e especiarias, os óleos essenciais tornam-se


interessantes aditivos na indústria de alimentos, pois exibem propriedades
antimicrobiana, antioxidantes e não apresentam efeitos negativos sobre a saúde
humana (ALVES-SILVA et al., 2013; ATARÉS; CHIRALT, 2016; VIUDA-
MARTOS et al., 2010). Além disso, a maior parte deles é classificada como
Geralmente Reconhecidos como Seguros (GRAS). Porém, devido ao seu forte
sabor, sua utilização como conservante é normalmente limitada. Com o intuito
de evitar este problema, os óleos essenciais podem ser incorporados em películas
comestíveis e filmes (ATARÉS; CHIRALT, 2016; RUIZ-NAVAJAS et al.,
2013). Nos últimos anos, várias pesquisas têm sido realizadas sobre óleos
essenciais como aditivos em filmes biodegradáveis e revestimentos comestíveis.
31

Devido a sua natureza lipídica, espera-se que os óleos essenciais auxiliem na


redução da permeabilidade ao vapor de água em filmes hidrofílicos e ocasionem
algum impacto sobre outras propriedades do filme como tração, estrutural,
ópticas, antioxidantes e/ou antimicrobiana (ATARÉS; CHIRALT, 2016). Assim,
compostos ativos como óleos essenciais podem ser adicionados em filmes a fim
de melhorar suas propriedades funcionais, tais como permeabilidade ao vapor de
água, propriedades antimicrobianas e antioxidantes (SEYDIM; SARIKUS,
2006; TEIXEIRA et al., 2014).
Conhecida usualmente como alecrim, a espécie Rosmarinus officinalis
L. é procedente da Região Mediterrânea e possui porte subarbustivo lenhoso,
ereto e pouco ramificado de até 1,5 m de altura. As folhas, muito aromáticas,
medem de 1,5 a 4 cm de comprimento por 1 a 3 mm de espessura (LORENZI;
MATOS; FRANCISCO, 2002) e atualmente é cultivado em quase todo território
brasileiro (GENENA et al., 2008).
O óleo essencial de alecrim é usualmente isolado das folhas frescas por
hidrodestilação tradicional ou extração por solvente orgânico (OKOH;
SADIMENKO; AFOLAYAN, 2010), com rendimento de 0,5 a 1,5%. O óleo
contém 1,8 cineol, α-pineno, borneol e cânfora, linalol e verbenona. A
quantidade desses componentes pode variar consideravelmente de acordo com a
região de produção da planta (GUILLÉN; CABO, 1996). O gênero Rosmarinus
L., amplamente avaliado pela qualidade de seus óleos essenciais, inclui cinco
espécies da região do Mediterrâneo: Rosmarinus officinalis L., Rosmarinus
eriocalyx, Rosmarinus laxiflorus, Rosmarinus lavandulaceus e Rosmarinus
tomentosus (ANGIONI et al., 2004; FERNANDES et al., 2013; MARTÍN;
BERMEJO, 2000). O óleo essencial de alecrim é constituído por
hidrocarbonetos monoterpênicos, ésteres terpênicos, linalol, verbinol, terpineol,
3-octanona e acetato de isobornila. Os terpenoides são representados pelo
carnosol, ácidos carnosílico, oleânico, ursólico, entre outros (SILVA et al.,
32

2008). O alecrim vem sendo bastante estudado devido a sua atividade


antimicrobiana e antioxidante (BOZIN et al., 2007; CELIKTAS et al., 2007;
GENENA et al., 2008).

2.6 Microencapsulação de óleos essenciais

O processo de microencapsulação surgiu há muitas décadas e oferece


vários benefícios, como proteção e estabilidade de voláteis, melhores condições
durante o armazenamento, além de maior facilidade para aplicação em produtos
alimentícios, farmacêuticos e cosméticos (COSTA et al., 2013; LEIMANN et
al., 2009; MEDINA-TORRES et al., 2013; MURÚA-PAGOLA; BERISTAIN-
GUEVARA; MARTÍNEZ-BUSTOS, 2009).
Na área de alimentos, os estudos foram iniciados em 1960 pelo Instituto
de Pesquisas Southwest, nos Estados Unidos, com a microencapsulação de óleos
essenciais para prevenir a oxidação e perda de substâncias voláteis e controlar a
liberação do aroma. Além dos aromas, a aplicação dessa tecnologia estendeu-se
à incorporação de aditivos naturais e ingredientes (corantes, temperos,
acidulantes, vitaminas e minerais) que alteram a textura, melhoram a qualidade
nutricional, aumentam a vida útil controlando as propriedades dos alimentos
processados (RE, 2006). Para a microencapsulação de alimentos, o método de
encapsulação por ―spray drying‖ é o mais comumente utilizado na indústria de
alimentos (AHMED et al., 2010; FUCHS et al., 2006; MURÚA-PAGOLA;
BERISTAIN-GUEVARA; MARTÍNEZ-BUSTOS, 2009; REINECCIUS, 2005;
SOUZA et al., 2009, 2011) e tem sido amplamente utilizado para óleos
essenciais (COSTA et al., 2013; FERNANDES; BORGES; BOTREL, 2014;
YANG; XIAO; DING, 2009).
O processo de microencapsulação consiste na formação de uma estrutura
de componentes múltiplos sob a forma de micropartículas que consistem, em
geral, de duas substâncias: o material de núcleo e o encapsulante. Várias
33

propriedades dos materiais ativos podem ser alteradas por encapsulamento, e o


manuseamento e propriedades de fluxo podem ser melhorados através da
conversão de um líquido a um pó encapsulado (ADAMIEC, 2009;
FERNANDES et al., 2013). A obtenção de microcápsulas por este processo
envolve a formação de uma emulsão do material de parede e do recheio, seguida
da atomização da emulsão em uma câmara de secagem contendo circulação de
ar quente seco (COSTA et al., 2013; DRUSCH et al., 2006). O método físico de
microencapsulação consiste na transformação de um líquido em sólido, de modo
a facilitar sua manipulação, transporte e adição em formulações, solucionando
limitações no emprego de ingredientes alimentícios, visto que pode suprimir ou
atenuar aromas indesejáveis, reduzir a volatilidade e a reatividade, além de
aumentar a estabilidade destes em condições ambientais adversas, como na
presença de luz, oxigênio e pH extremos (COSTA et al., 2012;
GHARSALLAOUI et al., 2007).
A estabilidade de óleos essenciais pode ser aumentada através da
microencapsulação. A principal vantagem da microencapsulação é a formação
de uma barreira entre o composto ativo e o ambiente externo. Esta barreira pode
proteger o composto ativo contra umidade, temperatura, oxigênio e luz, além de
prevenir o contato com outros componentes presentes em um alimento pronto
ou, por exemplo, em uma difusão controlada do composto encapsulado. A
eficiência de liberação controlada ou de proteção depende, principalmente, da
composição e da estrutura da parede formulada, e das condições do processo
(temperatura, pH, pressão, umidade) durante a produção e a utilização de tais
partículas. A barreira é, geralmente, formada por componentes que criam uma
rede por meio das propriedades hidrófilas ou hidrófobas (COSTA et al., 2013;
FUCHS et al., 2006).
A seleção de um material da parede apropriado é fundamental para o
microencapsulamento por atomização evitando-se alterações como resultadas da
34

oxidação, interações químicas ou volatilização e maximizando a retenção do


óleo essencial após o processo de secagem (FERNANDES et al., 2013). Os
principais fatores que afetam a eficiência de encapsulamento são as propriedades
dos materiais de parede, do núcleo e condições de secagem (FERNANDES;
BORGES; BOTREL, 2014; GHARSALLAOUI et al., 2007; JAFARI et al.,
2008). Neste contexto, é de extrema importância estudar comparativamente os
efeitos de diferentes transportadores sobre os óleos essenciais secos por
atomização (FERNANDES; BORGES; BOTREL, 2014).
Capsul® é um amido que é quimicamente modificado pela incorporação
de um componente lipofílico destinado a conferir propriedades emulsificantes
(ROCHA; FÁVARO-TRINDADE; GROSSO, 2012). Quando modificado com
octenil anidrido succínico, o amido ceroso parcialmente hidrolisado, ganha um
elemento hidrofóbico, sob a forma de grupos de octenil, resultando em
moléculas inteiras com um caráter ampifílico (SWEEDMAN et al., 2013). Esta
modificação dá a capacidade de ser um excelente material para a retenção de
voláteis durante a secagem por atomização (ROCHA; FÁVARO-TRINDADE;
GROSSO, 2012).
A maltodextrina é um amido hidrolisado produzido pela hidrólise parcial
do amido com ácido ou enzimas normalmente utilizados como material de
parede em microencapsulamento de ingredientes alimentares
(GHARSALLAOUI et al., 2007). Ele oferece vantagens, tais como o custo
relativamente baixo, aroma e sabor neutro, baixa viscosidade, em concentrações
elevadas de sólidos e de proteção contra a oxidação. Maltodextrinas são
utilizados principalmente para reduzir os problemas de adesividade e
aglomeração durante o armazenamento, melhorando assim a estabilidade do
produto. No entanto, o maior problema deste material de parede é a sua baixa
capacidade de emulsificação e baixa retenção de voláteis (BUFFO;
REINECCIUS, 2000; KRISHNAN; KSHIRSAGAR; SINGHAL, 2005),
35

portanto, geralmente é utilizada em misturas com outros materiais de parede


como o amido modificado.

2.7 Processamento de filmes biodegradáveis pela técnica de extrusão

Um das técnicas utilizadas na produção de filmes é denominada casting


(evaporação de solvente). Uma suspensão é vertida sobre um suporte e deixada
em repouso para evaporação do solvente e consequentemente desidratação do
material, ocorrendo a formação do filme. É uma técnica usada em pequena
escala, para pesquisa, porém, envolve várias etapas de processamento, o que
pode encarecer a produção de filmes biodegradáveis. Assim, a extrusão torna-se
o método de processamento de grande parte dos filmes comerciais devido à
rapidez e menor número de etapas de produção quando comparada ao método de
casting (COSTA, 2008).
Técnicas de extrusão, injeção, sopro e moldagem por compressão são
métodos de produção de filmes denominados ―processos secos‖ no qual utilizam
o comportamento termoplástico apresentado por algumas proteínas e
polissacarídeos com baixo teor de umidade (AZEVEDO, 2013; LIU; KERRY;
KERRY, 2006; VERBEEK; BERG, 2010).
A extrusão é uma das mais importantes técnicas de processamento de
polímeros utilizadas. A maioria dos plásticos sintéticos, tais como filmes de
LDPE (polietileno de baixa densidade), é processada em extrusoras e geralmente
passam por duas ou mais extrusoras antes da obtenção do produto final
(HERNANDEZ-IZQUIERDO, 2007). Assim, a extrusão de filmes
biodegradáveis aumentaria seu potencial comercial, oferecendo diversas
vantagens em relação aos filmes desenvolvidos por casting. O processo de
extrusão termoplástica apresenta baixo custo sendo utilizado em várias áreas
como processamento de plásticos, amidos modificados, produtos instantâneos,
rações animais, alimentos como snacks e cereais em geral. Consiste na mistura e
36

transporte do material através de uma rosca sem-fim, com objetivo de fusão ou


amolecimento, homogeneização e plasticização do polímero com aquecimento
contínuo e conversão de energia mecânica em térmica. É considerado um
processo de baixo impacto ambiental devido à ausência de geração de efluentes
e utilização de baixa concentração de água (DING et al., 2005; EINDE et al.,
2004; MANRICH, 2005; SCAPIM, 2009; SOUSA, 2012; WANG; PADUA,
2003).
A extrusora é um equipamento muito utilizado na indústria de plásticos
constituído por um canhão ou cilindro (zona de alimentação, zona de
compressão, zona de controle de vazão ou medição), cabeçote, rosca, termopares
e motor (Figura 3). A geometria da rosca influencia no processo sendo a parte
mais importante da extrusora. Variáveis do processo como tipo de material,
pressão, temperatura, velocidade da rosca, tamanho e forma da matriz, devem
ser controladas a fim de submeter o material a diferentes condições de pressão e
cisalhamento (DING et al., 2005; ROSA et al., 2004; SOUSA, 2012). Na zona
de alimentação, o material, na forma de pó, grânulo ou pellet é introduzido pelo
funil de alimentação que segue pelo cilindro de extrusão e começa seu processo
de fusão ou amolecimento. Na zona de compressão, ocorre todo o processo de
plastificação e homogeneização do material. Na zona de controle de vazão ou
zona de medição, ocorre a máxima compactação, e sob condições de
temperatura e pressão, o material fundido, ao final do cilindro misturador, entra
na matriz. A matriz molda o plástico fundido conforme ele sai da extrusora. A
matriz mais simples consiste em apenas um orifício (single-strand die), no qual
extruda apenas um fio ligeiramente maior que o diâmetro de sua matriz.
Matrizes com mais de um orifício, chamadas multiorifícios, criam vários fios
simultaneamente (multiple-strand dies). Tem-se ainda matrizes para chapas,
tubos, canos e perfis no qual forçam o material a assumir a forma desejada. Na
saída da matriz, o material encontra-se fundido sendo necessário seu
37

resfriamento. Assim, para o resfriamento do material têm-se tanques com água,


névoas de água e utilização de ar direto. Após resfriamento, puxadores,
cortadores e enroladores manipulam o material mantendo-se um fluxo de
extrusado a uma vazão constante (COSTA, 2008; LOKENSGARD, 2013;
MANRICH, 2005). A extrusão de filmes é semelhante à extrusão de placa,
porém existem diferenças quanto à espessura e matrizes de filmes que são mais
leves com zonas de uniformização (câmara de relaxação) e mais curtas em
relação a matrizes de placa (LOKENSGARD, 2013).

Figura 3 - Seção transversal de um extrusor de rosca simples.

Fonte: Lokensgard (2013).

2.8 Embalagens ativas

Para atender às novas exigências dos consumidores por produtos mais


próximos ao natural, contendo menos conservantes e que sejam seguros, novas
tecnologias de embalagens vêm sendo desenvolvidas em resposta a essa
demanda. Assim, uma nova tendência para assegurar qualidade dos alimentos e
segurança ao consumidor são as embalagens ativas. Essa técnica consiste na
incorporação e, ou imobilização de agentes ativos como, por exemplo,
substâncias com função antioxidante, antimicrobiana, aromatizante,
absorvedores de oxigênio ou etileno na matriz polimérica e pela interação entre
embalagem e alimento acondicionado. Assim, ocorre um aumento ou
38

manutenção da qualidade e, consequentemente maior vida útil do produto


armazenado (DAINELLI et al., 2008; DIAS et al., 2013; FARIA;
VERCELHEZE; MALI, 2012). Nos últimos anos, diversas pesquisas sobre a
aplicação de embalagens ativas em sistemas reais de alimentos têm sido
estudadas com o objetivo de avaliar suas propriedades antioxidantes ou seu
efeito antimicrobiano (ATARÉS; CHIRALT, 2016). São diversas as aplicações
das embalagens ativas, dependendo da exigência do produto embalado, tais
como absorvedores de oxigênio; absorvedores de etileno; eliminadores de CO 2,
emissores de CO2, enzimas, controladores de umidade, agentes antimicrobianos,
preservadores de cor e controladores do mecanismo de liberação ou absorção de
sabores (ADAY; CANER, 2013; FERNANDEZ ALVAREZ, 2000; PONCE et
al., 2008). Outra tendência em pesquisas sobre embalagens ativas visa ao estudo
das interações entre os materiais da embalagem e os alimentos, a fim de avaliar a
migração controlada de substâncias ativas (ARRIETA et al., 2013; PELTZER;
WAGNER; JIMÉNEZ, 2009).
39

3 CONSIDERAÇÕES GERAIS

A utilização da tecnologia por extrusão no desenvolvimento de materiais


biodegradáveis proporciona às indústrias de plásticos uma alternativa para
reduzir o volume de resíduos de plásticos descartados no meio ambiente todos os
anos. O desenvolvimento e estudo sobre mistura de polímeros biodegradáveis
(polissacarídeos, proteínas e lipídeos) com nanotecnologia é importante para
entender o comportamento de nanocompósitos, além de possibilitar a obtenção
de novos compósitos com propriedades de desempenho melhoradas em relação a
polímeros puros.
40
41

4 CONCLUSÃO GERAL

Baseado no estudo do efeito da substituição de amido de milho por


isolado proteico de soro de leite (IPS) no desenvolvimento de filmes de blendas
biodegradáveis observou-se que a substituição do amido de milho por até 30%
de IPS possibilitou a obtenção de blendas poliméricas com melhoria das
propriedades de desempenho e que representam uma inovação para aplicação
como materiais de embalagem.
Para o desenvolvimento de nanocompósitos antioxidantes com óleo
essencial de alecrim observou-se que a utilização de baixas concentrações de
argila montmorilonita e óleo essencial, favorecem a obtenção de materiais com
atividade antioxidante e melhores propriedades de desempenho.
A utilização de microcápsulas de óleo essencial de alecrim foi efetiva
como forma de proteção do agente ativo apresentando atividade antioxidante nos
filmes após o processo de extrusão. Os filmes estudados com adição de
nanopartículas de argila montmorilonita e microcapsulas de óleo essencial de
alecrim apresentaram-se como uma alternativa no desenvolvimento de
embalagens carreadoras de substâncias ativas, sendo o filme com 1% de MMT e
1% de microcápsulas o mais indicado para futuras aplicações.
42
43

REFERÊNCIAS

ABD ALLA, S. G.; NIZAM EL‐DIN, H. M.; EL‐NAGGAR, A. W. M. Electron


beam synthesis and characterization of poly (vinyl alcohol)/montmorillonite
nanocomposites. Journal of Applied Polymer Science, New York, v. 102, n. 2,
p. 1129-1138, 2006.

ABDOLLAHI, M.; REZAEI, M.; FARZI, G. Improvement of active chitosan


film properties with rosemary essential oil for food packaging. International
Journal of Food Science & Technology, Oxford, v. 47, n. 4, p. 847-853, 2012a.

ABDOLLAHI, M.; REZAEI, M.; FARZI, G. Influence of chitosan/clay


functional bionanocomposite activated with rosemary essential oil on the shelf
life of fresh silver carp. International Journal of Food Science & Technology,
Oxford, v. 49, n. 3, p. 811-818, 2014.

ABDOLLAHI, M.; REZAEI, M.; FARZI, G. A novel active bionanocomposite


film incorporating rosemary essential oil and nanoclay into chitosan. Journal of
Food Engineering, Essex, v. 111, n. 2, p. 343-350, 2012b.

ADAMIEC, J. Moisture sorption characteristics of peppermint oil


microencapsulated by spray drying. Drying Technology, New York, v. 27, n.
12, p. 1363-1369, 2009.

ADAY, M. S.; CANER, C. The shelf life extension of fresh strawberries using
an oxygen absorber in the biobased package. LWT-Food Science and
Technology, Trivandrum, v. 52, n. 2, p. 102-109, 2013.

AHMED, M. et al. Encapsulation by spray drying of bioactive components,


physicochemical and morphological properties from purple sweet potato. LWT-
Food Science and Technology, Trivandrum, v. 43, n. 9, p. 1307-1312, 2010.

ALEMDAR, A. et al. Effects of polyethyleneimine adsorption on rheology of


bentonite suspensions. Bulletin of Materials Science, Oxford, v. 28, n. 3, p.
287-291, 2005.

ALEXANDRE, M.; DUBOIS, P. Polymer-layered silicate nanocomposites:


preparation, properties and uses of a new class of materials. Materials Science
and Engineering: R: Reports, Lausanne, v. 28, n. 1, p. 1-63, 2000.
44

ALMENAR, E. et al. Optimization of an active package for wild strawberries


based on the release of 2-nonanone. LWT-Food Science and Technology,
Trivandrum, v. 42, n. 2, p. 587-593, 2009.

ALVES-SILVA, J. M. et al. Chemical composition and in vitro antimicrobial,


antifungal and antioxidant properties of essential oils obtained from some herbs
widely used in Portugal. Food Control, Guildford, v. 32, n. 2, p. 371-378, 2013.

ANGIONI, A. et al. Chemical composition, plant genetic differences,


antimicrobial and antifungal activity investigation of the essential oil of
Rosmarinus officinalis L. Journal of Agricultural and Food Chemistry,
Easton, v. 52, n. 11, p. 3530-3535, 2004.

AOUADA, F. A.; MATTOSO, L. H.; LONGO, E. New strategies in the


preparation of exfoliated thermoplastic starch-montmorillonite nanocomposites.
Industrial Crops and Products, London, v. 34, n. 3, p. 1502-1508, 2011.

ARRIETA, M. P. et al. Structure and mechanical properties of sodium and


calcium caseinate edible active films with carvacrol. Journal of Food
Engineering, Essex, v. 114, n. 4, p. 486-494, 2013.

ASSIS, L. M. D. et al. Review: characteristics of nanoparticles and their


potential applications in foods. Brazilian Journal of Food Technology,
Campinas, v. 15, n. 2, p. 99-109, 2012.

ATARÉS, L.; CHIRALT, A. Essential oils as additives in biodegradable films


and coatings for active food packaging. Trends in Food Science &
Technology, Cambridge, v. 48, p. 51-62, Feb. 2016.

AVELLA, M. et al. Biodegradable starch/clay nanocomposite films for food


packaging applications. Food Chemistry, London, v. 93, n. 3, p. 467-474, 2005.

AZEREDO, H. M. C. Nanocomposites for food packaging applications. Food


Research International, Barking, v. 42, n. 9, p. 1240-1253, 2009.

AZEVEDO, V. M. Desenvolvimento de nanocompósitos de isolado proteico


de soro de leite incorporados com agente antiescurecimento. 2013. 133 p.
Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos) - Universidade Federal de
Lavras, Lavras, 2013.
45

AZEVEDO, V. M. et al. Development of whey protein isolate bio-


nanocomposites: effect of montmorillonite and citric acid on structural, thermal,
morphological and mechanical properties. Food Hydrocolloids, Oxford, v. 48,
p. 179-188, June 2015.

BAE, H. J. et al. Effect of clay content, homogenization RPM, pH, and


ultrasonication on mechanical and barrier properties of fish
gelatin/montmorillonite nanocomposite films. LWT-Food Science and
Technology, Trivandrum, v. 42, n. 6, p. 1179-1186, 2009.

BAO, S.; TJONG, S. C. Mechanical behaviors of polypropylene/carbon


nanotube nanocomposites: the effects of loading rate and temperature. Materials
Science and Engineering: A, Lausanne, v. 485, n. 1, p. 508-516, 2008.

BILIADERIS, C. Structural transitions and related physical properties of starch.


Starch: Chemistry and Technology, Weinheim, v. 1, p. 293-372, Dec. 2009.

BONA, J. C. de. Preparação e caracterização de filmes biodegradáveis a


partir de blendas de amido com polietileno. 2007. 99 p. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Alimentos) - Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2007.

BOTREL, D. A. et al. Avaliação de filme incorporado com óleo essencial de


orégano para conservação de pizza pronta. Ceres, Viçosa, MG, v. 57, n. 3, p.
283-291, 2010.

BOUWMEESTER, H. et al. Review of health safety aspects of


nanotechnologies in food production. Regulatory Toxicology and
Pharmacology, Duluth, v. 53, n. 1, p. 52-62, 2009.

BOZIN, B. et al. Antimicrobial and antioxidant properties of rosemary and sage


(Rosmarinus officinalis L. and Salvia officinalis L., Lamiaceae) essential oils.
Journal of Agricultural and Food Chemistry, Easton, v. 55, n. 19, p. 7879-
7885, 2007.

BRADLEY, E. L.; CASTLE, L.; CHAUDHRY, Q. Applications of


nanomaterials in food packaging with a consideration of opportunities for
developing countries. Trends in Food Science & Technology, Cambridge, v.
22, n. 11, p. 604-610, 2011.
46

BRYANT, C. M.; MCCLEMENTS, D. J. Molecular basis of protein


functionality with special consideration of cold-set gels derived from heat-
denatured whey. Trends in Food Science & Technology, Cambridge, v. 9, n. 4,
p. 143-151, 1998.

BUFFO, R.; REINECCIUS, G. Optimization of gum acacia/modified


starch/maltodextrin blends for the spray drying of flavors. Perfumer &
Flavorist, Wheaton, v. 25, n. 4, p. 45-54, 2000.

CANEVAROLO JUNIOR, S. V. Ciência dos polímeros: um texto básico para


tecnólogos e engenheiros. São Paulo: Artliber, 2006. 280 p.

CANEVAROLO JUNIOR, S. V. Técnicas de caracterização de polímeros.


São Paulo: Artliber, 2004. 448 p.

CAPITANI, C. D. et al. Recuperação de proteínas do soro de leite por meio de


coacervação com polissacarídeo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília,
v. 40, n. 11, p. 1123-1128, nov. 2005.

CELIKTAS, O. Y. et al. Antimicrobial activities of methanol extracts and


essential oils of Rosmarinus officinalis, depending on location and seasonal
variations. Food Chemistry, London, v. 100, n. 2, p. 553-559, 2007.

CHEN, G.; YOON, J. S. Nanocomposites of poly [(butylene succinate)‐co‐


(butylene adipate)] (PBSA) and twice‐functionalized organoclay. Polymer
International, London, v. 54, n. 6, p. 939-945, 2005.

CHEN, Y. et al. Preparation and characterization of extruded thermoplastic zein-


poly (propylene carbonate) film. Industrial Crops and Products, London, v.
49, p. 81-87, Aug. 2013.

CHENG, M. et al. Study on physical properties and nerve cell affinity of


composite films from chitosan and gelatin solutions. Biomaterials, Surrey, v.
24, n. 17, p. 2871-2880, 2003.

CHO, J. et al. Characterisation of carbon nanotube films deposited by


electrophoretic deposition. Carbon, Elmsford, v. 47, n. 1, p. 58-67, 2009.

COSTA, D. Produção por extrusão de filmes de alto teor de amido


termoplástico com poli (butileno adipato co-tereftalato) (PBAT). 2008. 91 p.
Dissertação (Mestrado em Ciência de Alimentos) - Universidade Estadual de
Londrin, Londrina, 2008.
47

COSTA, J. M. G. D. et al. Matrix structure selection in the microparticles of


essential oil oregano produced by spray dryer. Journal of Microencapsulation,
London, v. 30, n. 8, p. 717-727, 2013.

COSTA, S. B. da et al. Effect of the matrix system in the delivery and in vitro
bioactivity of microencapsulated Oregano essential oil. Journal of Food
Engineering, Essex, v. 110, n. 2, p. 190-199, 2012.

CUNNINGHAM, P. et al. Tensile properties of soy protein isolate films


produced by a thermal compaction technique. Journal of Food Science,
Chicago, v. 65, n. 4, p. 668-671, 2000.

DAINELLI, D. et al. Active and intelligent food packaging: legal aspects and
safety concerns. Trends in Food Science & Technology, Cambridge, v. 19, p.
S103-S112, 2008. Supplement.

DAMODARAN, S.; PARKIN, K. L.; FENNEMA, O. R. Química de alimentos


de Fennema. Porto Alegre: Artmed, 2010. 870 p.

DE GRAAF, R.; JANSSEN, L. The production of a new partially biodegradable


starch plastic by reactive extrusion. Polymer Engineering & Science, Malden,
v. 40, n. 9, p. 2086-2094, 2000.

DE WIT, J. Lecturer’s handbook on whey and whey products.


Brussels: European Whey Products Association, 2001. 91 p.

DIAS, M. V. et al. Development of chitosan/montmorillonite nanocomposites


with encapsulated α-tocopherol. Food Chemistry, London, v. 165, p. 323-329,
Dec. 2014.

DIAS, M. V. et al. Use of allyl isothiocyanate and carbon nanotubes in an


antimicrobial film to package shredded, cooked chicken meat. Food Chemistry,
London, v. 141, n. 3, p. 3160-3166, 2013.

DING, Q. B. et al. The effect of extrusion conditions on the physicochemical


properties and sensory characteristics of rice-based expanded snacks. Journal of
Food Engineering, Essex, v. 66, n. 3, p. 283-289, 2005.

DRUSCH, S. et al. Physicochemical characterization and oxidative stability of


fish oil encapsulated in an amorphous matrix containing trehalose. Food
Research International, Barking, v. 39, n. 7, p. 807-815, 2006.
48

EINDE, R. van den et al. Molecular breakdown of corn starch by thermal and
mechanical effects. Carbohydrate Polymers, Barking, v. 56, n. 4, p. 415-422,
2004.

FABRA, M. et al. Effect of Fatty acids and beeswax addition on properties of


sodium caseinate dispersions and films. Biomacromolecules, London, v. 10, n.
6, p. 1500-1507, 2009.

FARIA, F. de O.; VERCELHEZE, A. E. S.; MALI, S. Propriedades físicas de


filmes biodegradáveis à base de amido de mandioca, álcool polivinílico e
montmorilonita. Química Nova, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 487-492, 2012.

FERNANDES, R. V. D. B.; BORGES, S. V.; BOTREL, D. A. Gum


arabic/starch/maltodextrin/inulin as wall materials on the microencapsulation of
rosemary essential oil. Carbohydrate Polymers, Barking, v. 101, n. 30, p. 524-
532, Jan. 2014.

FERNANDES, R. V. D. B. et al. Microencapsulation of rosemary essential oil:


characterization of particles. Drying Technology, New York, v. 31, n. 11, p.
1245-1254, 2013.

FERNANDEZ ALVAREZ, M. Revisión: envasado activo de los alimentos.


Food Science and Technology International, London, v. 6, n. 2, p. 97-108,
2000.

FERREIRA, C. O. et al. Characterization of chitosan-whey protein films at acid


pH. Food Research International, Barking, v. 42, n. 7, p. 807-813, 2009.

FUCHS, M. et al. Encapsulation of oil in powder using spray drying and


fluidised bed agglomeration. Journal of Food Engineering, Essex, v. 75, n. 1,
p. 27-35, 2006.

GAO, Y. et al. China and the United States-Global partners, competitors and
collaborators in nanotechnology development. Nanomedicine:
Nanotechnology, Biology and Medicine, Philadelphia, v. 12, n. 1, p. 13-19,
2016.

GARCÍA, L. et al. Glass transition temperatures of cassava starch-whey protein


concentrate systems at low and intermediate water content. Carbohydrate
Polymers, Barking, v. 87, n. 2, p. 1375-1382, 2012.
49

GARCÍA, N. L. et al. Effect of glycerol on the morphology of nanocomposites


made from thermoplastic starch and starch nanocrystals. Carbohydrate
Polymers, Barking, v. 84, n. 1, p. 203-210, 2011.

GENENA, A. K. et al. Rosemary (Rosmarinus officinalis): a study of the


composition, antioxidant and antimicrobial activities of extracts obtained with
supercritical carbon dioxide. Food Science and Technology, Campinas, v. 28,
n. 2, p. 463-469, 2008.

GHARSALLAOUI, A. et al. Applications of spray-drying in microencapsulation


of food ingredients: an overview. Food Research International, Barking, v. 40,
n. 9, p. 1107-1121, 2007.

GHOSH, A. et al. Structure-function characteristics of the biomaterials based on


milk-derived proteins. International Journal of Biological Macromolecules,
Guildford, v. 46, n. 4, p. 404-411, 2010.

GÓMEZ-ESTACA, J. et al. Biodegradable gelatin-chitosan films incorporated


with essential oils as antimicrobial agents for fish preservation. Food
Microbiology, New York, v. 27, n. 7, p. 889-896, 2010.

GÜÇBILMEZ, Ç. M.; YEMENICIOĞLU, A.; ARSLANOĞLU, A.


Antimicrobial and antioxidant activity of edible zein films incorporated with
lysozyme, albumin proteins and disodium EDTA. Food Research
International, Barking, v. 40, n. 1, p. 80-91, 2007.

GUILLÉN, M. D.; CABO, N. Characterisation of the essential oils of some


cultivated aromatic plants of industrial interest. Journal of the Science of Food
and Agriculture, London, v. 70, n. 3, p. 359-363, 1996.

HAFSA, J. et al. Physical, antioxidant and antimicrobial properties of chitosan


films containing Eucalyptus globulus essential oil. LWT-Food Science and
Technology, Trivandrum, v. 68, p. 356-364, May 2016.

HAMILTON-KEMP, T. et al. Effects of some natural volatile compounds on the


pathogenic fungi Alternaria alternata and Botrytis cinerea. Journal of Chemical
Ecology, New York, v. 18, n. 7, p. 1083-1091, 1992.

HARTMANN, M.; KAPLAN, D. Biopolymers from renewable


resources. New York: Springer-Verlag, 1998. 420 p.
50

HERNANDEZ‐IZQUIERDO, V. et al. Thermal transitions and extrusion of


glycerol‐plasticized whey protein mixtures. Journal of Food Science, Chicago,
v. 73, n. 4, p. E169-E175, 2008.

HERNANDEZ‐IZQUIERDO, V.; KROCHTA, J. Thermoplastic processing of


proteins for film formation: a review. Journal of Food Science, Chicago, v. 73,
n. 2, p. R30-R39, 2008.

HERNANDEZ-IZQUIERDO, V. M. Thermal transitions, extrusion, and


heat-sealing of whey protein edible films. 2007. 110 p. Dissertation (Master) -
University of California, Davis, 2007.

HUFFMAN, L. M. Processing whey protein for use as a food ingredient. Food


Technology, Oxford, v. 50, n. 2, p. 49-52, 1996.

JACOBS, H.; DELCOUR, J. A. Hydrothermal modifications of granular starch,


with retention of the granular structure: a review. Journal of Agricultural and
Food Chemistry, Easton, v. 46, n. 8, p. 2895-2905, 1998.

JAFARI, S. M. et al. Encapsulation efficiency of food flavours and oils during


spray drying. Drying Technology, New York, v. 26, n. 7, p. 816-835, 2008.

JAYAKODY, J. L. P. The effect of acid hydrolysis on granular morphology


and physicochemical properties of native cereal starch granules. 2002. 141
p. Dissertation (Máster of Science) - University of Newfoundland,
Newfoundland, 2002.

KHWALDIA, K. et al. Milk proteins for edible films and coatings. Critical
Reviews in Food Science and Nutrition, Cleveland, v. 44, n. 4, p. 239-251,
2004.

KRISHNAN, S.; KSHIRSAGAR, A. C.; SINGHAL, R. S. The use of gum


arabic and modified starch in the microencapsulation of a food flavoring agent.
Carbohydrate Polymers, Barking, v. 62, n. 4, p. 309-315, 2005.

KUMAR, J. P. et al. Montmorillonites supported with metal oxide nanoparticles


for decontamination of sulfur mustard. Applied Clay Science, Amsterdam, v.
116, p. 263-272, Nov. 2015.

KUMAR, A. P. et al. Nanoscale particles for polymer degradation and


stabilization-trends and future perspectives. Progress in Polymer Science,
Emlsford, v. 34, n. 6, p. 479-515, 2009.
51

LAVORGNA, M. et al. Study of the combined effect of both clay and glycerol
plasticizer on the properties of chitosan films. Carbohydrate Polymers,
Barking, v. 82, n. 2, p. 291-298, 2010.

LECORRE, D.; BRAS, J.; DUFRESNE, A. Influence of native starch's


properties on starch nanocrystals thermal properties. Carbohydrate Polymers,
Barking, v. 87, n. 1, p. 658-666, 2012.

LEIMANN, F. V. et al. Antimicrobial activity of microencapsulated lemongrass


essential oil and the effect of experimental parameters on microcapsules size and
morphology. Materials Science and Engineering: C, Lausanne, v. 29, n. 2, p.
430-436, 2009.

LI, M.; LEE, T. C. Effect of extrusion temperature on the solubility and


molecular weight of lentil bean flour proteins containing low cysteine residues.
Journal of Agricultural and Food Chemistry, Easton, v. 48, n. 3, p. 880-884,
2000.

LIU, L.; KERRY, J. F.; KERRY, J. P. Effect of food ingredients and selected
lipids on the physical properties of extruded edible films/casings. International
Journal of Food Science & Technology, Oxford, v. 41, n. 3, p. 295-302, 2006.

LIU, X. et al. Trends for nanotechnology development in China, Russia, and


India. Journal of Nanoparticle Research, London, v. 11, n. 8, p. 1845-1866,
2009.

LOKENSGARD, E. Plásticos Indústriais: teoria e aplicações. São Paulo:


Cengage Learning, 2013. 616 p.

LOPEZ, O. et al. Thermo-compression of biodegradable thermoplastic corn


starch films containing chitin and chitosan. LWT-Food Science and
Technology, Trivandrum, v. 57, n. 1, p. 106-115, 2014.

LÓPEZ-LORENTE, Á. I.; VALCÁRCEL, M. The third way in analytical


nanoscience and nanotechnology: involvement of nanotools and nanoanalytes in
the same analytical process. Trends in Analytical Chemistry, Amsterdam, v.
75, p. 1-9, Jan. 2016.

LORENZI, H.; MATOS, F. J.; FRANCISCO, J. M. Plantas medicinais no


Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. 512 p.
52

LUNA, C. B. B. et al. Desenvolvimento de blendas poliméricas visando a


tenacificação dos polímeros: uma revisão. Semina: Ciências Exatas e
Tecnológicas, Passo Fundo, v. 36, n. 1, p. 67-80, 2015.

MAJDZADEH-ARDAKANI, K.; NAZARI, B. Improving the mechanical


properties of thermoplastic starch/poly (vinyl alcohol)/clay nanocomposites.
Composites Science and Technology, Barking, v. 70, n. 10, p. 1557-1563,
2010.

MANRICH, S. Processamento de termoplásticos: rosca única, extrusão e


matrizes, injeção e moldes. São Paulo: Artliber, 2005. 430 p.

MARTÍN, J. P.; BERMEJO, J. E. H. Genetic variation in the endemic and


endangered Rosmarinus tomentosus Huber-Morath & Maire (Labiatae) using
RAPD markers. Heredity, Cary, v. 85, n. 5, p. 434-443, 2000.

MARTINS, M. G. et al. Synthesis and characterization of montmorillonite clay


intercalated with molecular magnetic compounds. Journal of Solid State
Chemistry, San Diego, v. 228, p. 99-104, Aug. 2015.

MEDINA-TORRES, L. et al. Microencapsulation by spray drying of gallic acid


with nopal mucilage (Opuntia ficus indica). LWT-Food Science and
Technology, Trivandrum, v. 50, n. 2, p. 642-650, 2013.

MELO, A. A. M. D. et al. Microbiological quality and other characteristics of


refrigerated chicken meat in contact with cellulose acetate-based film
incorporated with rosemary essential oil. Brazilian Journal of Microbiology,
São Paulo, v. 43, n. 4, p. 1419-1427, 2012.

MOHANTY, A.; DRZAL, L.; MISRA, M. Nano reinforcements of bio-based


polymers: the hope and the reality. Polymeric Materials Science and
Engineering, Lausanne, v. 88, p. 60-61, 2003.

MOTA, R. D. P. Elaboração e caracterização de filmes biodegradaveis


através de blenda polimérica de amido de lírio-do-brejo (hedychium
coronarium) e de amido de fruto-do-lobo (solanum lycocarpum st. Hill).
2009. 97 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Moleculares) - Universidade
Estadual de Goiás, Goiânia, 2009.

MOTHÉ, C. G.; AZEVEDO, A. D. Análise térmica de materiais. São Paulo:


Artliber, 2002. 324 p.
53

MÜLLER, C. M.; LAURINDO, J. B.; YAMASHITA, F. Composites of


thermoplastic starch and nanoclays produced by extrusion and thermopressing.
Carbohydrate Polymers, Barking, v. 89, n. 2, p. 504-510, 2012.

MÜLLER, C. M.; LAURINDO, J. B.; YAMASHITA, F. Effect of nanoclay


incorporation method on mechanical and water vapor barrier properties of
starch-based films. Industrial Crops and Products, London, v. 33, n. 3, p. 605-
610, 2011.

MUNGARA, P.; ZHANG, J.; JANE, J. Extrusion processing of soy protein-


based foam. In: PAPERS OF THE AMERICAN CHEMICAL SOCIETY, 16.,
1998, Washington. Abstracts… Washington: AMER Chemical Society, 1998.
p. U118-U118.

MURÚA-PAGOLA, B.; BERISTAIN-GUEVARA, C.; MARTÍNEZ-BUSTOS,


F. Preparation of starch derivatives using reactive extrusion and evaluation of
modified starches as shell materials for encapsulation of flavoring agents by
spray drying. Journal of Food Engineering, Essex, v. 91, n. 3, p. 380-386,
2009.

NABESHIMA, E.; GROSSMANN, M. Functional properties of pregelatinized


and cross-linked cassava starch obtained by extrusion with sodium
trimetaphosphate. Carbohydrate Polymers, Barking, v. 45, n. 4, p. 347-353,
2001.

OATES, C. G. Towards an understanding of starch granule structure and


hydrolysis. Trends in Food Science & Technology, Cambridge, v. 8, n. 11, p.
375-382, 1997.

OKOH, O.; SADIMENKO, A.; AFOLAYAN, A. Comparative evaluation of the


antibacterial activities of the essential oils of Rosmarinus officinalis L. obtained
by hydrodistillation and solvent free microwave extraction methods. Food
Chemistry, London, v. 120, n. 1, p. 308-312, 2010.

OSÉS, J. et al. Development and characterization of composite edible films


based on whey protein isolate and mesquite gum. Journal of Food
Engineering, Essex, v. 92, n. 1, p. 56-62, 2009.

OU, Y.; YANG, F.; YU, Z. Z. A new conception on the toughness of nylon
6/silica nanocomposite prepared via in situ polymerization. Journal of Polymer
Science Part B: Polymer Physics, London, v. 36, n. 5, p. 789-795, 1998.
54

OUSSALAH, M. et al. Antimicrobial effects of alginate-based film containing


essential oils for the preservation of whole beef muscle. Journal of Food
Protection, Des Moines, v. 69, n. 10, p. 2364-2369, 2006.

OZDEMIR, M.; FLOROS, J. D. Optimization of edible whey protein films


containing preservatives for water vapor permeability, water solubility and
sensory characteristics. Journal of Food Engineering, Essex, v. 86, n. 2, p.
215-224, 2008.

PARK, H. M. et al. Environmentally friendly polymer hybrids part I mechanical,


thermal, and barrier properties of thermoplastic starch/clay nanocomposites.
Journal of Materials Science, Norwell, v. 38, n. 5, p. 909-915, 2003.

PELLICANO, M. Desenvolvimento e caracterização de blendas


PHBV/Ecoflex e suas modificações com amidos. 2010. 130 p. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Materiais) - Universidade Federal de São Carlos,
São Carlos, 2010.

PELTZER, M.; WAGNER, J.; JIMÉNEZ, A. Migration study of carvacrol as a


natural antioxidant in high-density polyethylene for active packaging. Food
Additives and Contaminants, London, v. 26, n. 6, p. 938-946, 2009.

PEREDA, M.; ARANGUREN, M. I.; MARCOVICH, N. E. Characterization of


chitosan/caseinate films. Journal of Applied Polymer Science, New York, v.
107, n. 2, p. 1080-1090, 2008.

PEREZ‐GAGO, M. et al. Effect of solid content and lipid content of whey


protein isolate‐beeswax edible coatings on color change of fresh‐cut apples.
Journal of Food Science, Chicago, v. 68, n. 7, p. 2186-2191, 2003.

PHELPS, R.; FISHER, E. Legislating the laboratory?: promotion and precaution


in a nanomaterials company. Biomedical Nanotechnology: Methods and
Protocols, v. 726, p. 339-358, Feb. 2011.

PONCE, A. G. et al. Antimicrobial and antioxidant activities of edible coatings


enriched with natural plant extracts: in vitro and in vivo studies. Postharvest
Biology and Technology, Amsterdam, v. 49, n. 2, p. 294-300, 2008.

PRASAD, G. et al. Comparative evaluation of various sorbent decontaminants


against sulphur mustard. Journal of Scientific & Industrial Research, New
Delhi, v. 71, p. 205-209, 2012.
55

PRAZERES, A. R.; CARVALHO, F.; RIVAS, J. Cheese whey management: a


review. Journal of Environmental Management, New York, v. 110, p. 48-68,
Nov. 2012.

QI, P.; ONWULATA, C. Physical properties, molecular structures, and protein


quality of texturized whey protein isolate: effect of extrusion moisture content.
Journal of Dairy Science, Madison, v. 94, n. 5, p. 2231-2244, 2011.

RABELLO, M. Aditivação de polímeros. São Paulo: Artliber, 2000. 357 p.

RAMOS, Ó. L. et al. Features and performance of edible films, obtained from


whey protein isolate formulated with antimicrobial compounds. Food Research
International, Barking, v. 45, n. 1, p. 351-361, 2012.

RE, M. I. S. Formulating drug delivery systems by spray drying. Drying


Technology, New York, v. 24, n. 4, p. 433-446, 2006.

REINECCIUS, G. Flavor chemistry and technology. Boca Raton: CRC, 2005.


520 p.

ROCHA, G. A.; FÁVARO-TRINDADE, C. S.; GROSSO, C. R. F.


Microencapsulation of lycopene by spray drying: characterization, stability and
application of microcapsules. Food and Bioproducts Processing, Davis, v. 90,
n. 1, p. 37-42, 2012.

ROCO, M. C. Nanotechnology: convergence with modern biology and


medicine. Current Opinion in Biotechnology, London, v. 14, n. 3, p. 337-346,
2003.

RODRIGUEZ, A. et al. Study of magnetic susceptibility of magnetite


nanoparticles. Journal of Applied Physics, New York, v. 93, n. 10, p. 6963-
6965, 2003.

ROSA, D. et al. The influence of starch gelatinization on the rheological,


thermal, and morphological properties of poly (ɛ-caprolactone) with corn starch
blends. Materials Science and Engineering: C, Lausanne, v. 24, n. 5, p. 663-
670, 2004.

ROSA, D. S.; PÂNTANO FILHO, R. Biodegradação: um ensaio com


polímeros. Itatiba: Moara, 2003. 78 p.
56

RUIZ-NAVAJAS, Y. et al. In vitro antibacterial and antioxidant properties of


chitosan edible films incorporated with Thymus moroderi or Thymus piperella
essential oils. Food Control, Guildford, v. 30, n. 2, p. 386-392, 2013.

SAJILATA, M. G.; SINGHAL, R. S.; KULKARNI, P. R. Resistant starch-a


review. Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety, Chicago,
v. 5, n. 1, p. 1-17, 2006.

SANCHEZ‐GARCIA, M.; LAGARON, J. Novel clay‐based nanobiocomposites


of biopolyesters with synergistic barrier to UV light, gas, and vapour. Journal
of Applied Polymer Science, New York, v. 118, n. 1, p. 188-199, 2010.

SARGENT JUNIOR, J. F. The National nanotechnology initiative: overview,


reauthorization, and appropriations issues. Washington: Congressional Research
Service, 2013. 60 p. DTIC Document.

SCAPIM, M. Produção, caracterização, aplicação e biodegradabilidade de


filmes de blendas de amido e poli (butileno adipato co-tereftalato)
produzidos por extrusão. 2009. 139 p. Tese (Doutorado em Ciência de
Alimentos) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2009.

SCHOLTZOVÁ, E. et al. Theoretical and experimental study of montmorillonite


intercalated with tetramethylammonium cation. Vibrational Spectroscopy,
Amsterdam, v. 66, p. 123-131, May 2013.

SEBIO, L. Desenvolvimento de plástico biodegradável a base de amido de


milho e gelatina pelo processo de extrusão: avaliação das propriedades
mecânicas, térmicas e de barreira. 2003. 179 p. Tese (Doutorado em Tecnologia
de Alimentos) - Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual
de Campinas, Campinas, 2003.

SEYDIM, A.; SARIKUS, G. Antimicrobial activity of whey protein based


edible films incorporated with oregano, rosemary and garlic essential oils. Food
Research International, Barking, v. 39, n. 5, p. 639-644, 2006.

SILVA, M. D. S. A. et al. Atividade antimicrobiana e antiaderente in vitro do


extrato de Rosmarinus officinalis Linn. sobre bactérias orais planctônicas.
Revista Brasileira de Farmacognosia, Curitiba, v. 18, n. 2, p. 236-240, 2008.

SILVA, S. et al. Morphology and miscibility of chitosan/soy protein blended


membranes. Carbohydrate Polymers, Barking, v. 70, n. 1, p. 25-31, 2007.
57

SISO, M. G. The biotechnological utilization of cheese whey: a review.


Bioresource Technology, Essex, v. 57, n. 1, p. 1-11, 1996.

SMITHERS, G. W. Whey and whey proteins-from ‗gutter-to-gold‘.


International Dairy Journal, Barking, v. 18, n. 7, p. 695-704, 2008.

SOEST, J. J. van et al. Crystallinity in starch bioplastics. Industrial Crops and


Products, London, v. 5, n. 1, p. 11-22, 1996.

SORRENTINO, A.; GORRASI, G.; VITTORIA, V. Potential perspectives of


bio-nanocomposites for food packaging applications. Trends in Food Science
& Technology, Cambridge, v. 18, n. 2, p. 84-95, 2007.

SOTHORNVIT, R. et al. Formation conditions, water‐vapor permeability, and


solubility of compression‐molded whey protein films. Journal of Food Science,
Chicago, v. 68, n. 6, p. 1985-1999, 2003.

SOTHORNVIT, R.; KROCHTA, J. M. Plasticizer effect on mechanical


properties of β-lactoglobulin films. Journal of Food Engineering, Essex, v. 50,
n. 3, p. 149-155, 2001.

SOTHORNVIT, R.; RHIM, J. W.; HONG, S. I. Effect of nano-clay type on the


physical and antimicrobial properties of whey protein isolate/clay composite
films. Journal of Food Engineering, Essex, v. 91, n. 3, p. 468-473, 2009.

SOUSA, G. M. Desenvolvimento de filmes biodegradáveis ativos e aplicação


na conservação de massa alimentícia fresca. 2012. 88 p. Dissertação
(Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal de
Goiás, Goiânia, 2012.

SOUZA, A. S. et al. Influence of spray drying conditions on the physical


properties of dried pulp tomato. Food Science and Technology, Campinas, v.
29, n. 2, p. 291-294, 2009.

SOUZA, A. S. et al. Retention of short chain fatty acids under drying and
storage conditions. Food Science and Technology, Campinas, v. 31, n. 3, p.
801-805, 2011.

SRICHUWONG, S. et al. Starches from different botanical sources I:


contribution of amylopectin fine structure to thermal properties and enzyme
digestibility. Carbohydrate Polymers, Barking, v. 60, n. 4, p. 529-538, 2005.
58

SWEEDMAN, M. C. et al. Structure and physicochemical properties of octenyl


succinic anhydride modified starches: a review. Carbohydrate Polymers,
Barking, v. 92, n. 1, p. 905-920, 2013.

TANG, H.; MITSUNAGA, T.; KAWAMURA, Y. Molecular arrangement in


blocklets and starch granule architecture. Carbohydrate Polymers, Barking, v.
63, n. 4, p. 555-560, 2006.

TEIXEIRA, B. et al. Characterization of fish protein films incorporated with


essential oils of clove, garlic and origanum: physical, antioxidant and
antibacterial properties. LWT-Food Science and Technology, Trivandrum, v.
59, n. 1, p. 533-539, 2014.

THARANATHAN, R. Biodegradable films and composite coatings: past,


present and future. Trends in Food Science & Technology, Cambridge, v. 14,
n. 3, p. 71-78, 2003.

THOMAS, D.; ATWELL, W. Starches: pratical guides for the food industry.
Saint Paul: Eagan, 1999. 94 p.

TUNC, S.; DUMAN, O. Preparation and characterization of biodegradable


methyl cellulose/montmorillonite nanocomposite films. Applied Clay Science,
Amsterdam, v. 48, n. 3, p. 414-424, 2010.

TUNÇ, S.; DUMAN, O.; UYSAL, R. Electrokinetic and rheological behaviors


of sepiolite suspensions in the presence of poly (acrylic acid sodium salt) s,
polyacrylamides, and poly (ethylene glycol) s of different molecular weights.
Journal of Applied Polymer Science, New York, v. 109, n. 3, p. 1850-1860,
2008.

VARTIAINEN, J. et al. Biohybrid barrier films from fluidized pectin and


nanoclay. Carbohydrate Polymers, Barking, v. 82, n. 3, p. 989-996, 2010.

VERBEEK, C. J.; BERG, L. E. van den. Extrusion processing and properties of


protein‐based thermoplastics. Macromolecular Materials and Engineering,
New York, v. 295, n. 1, p. 10-21, 2010.

VILLADIEGO, A. M. D. et al. Filmes e revestimentos comestíveis na


conservação de produtos alimentícios. Revista Ceres, Viçosa, MG, v. 52, n.
300, p. 221-244, 2005.
59

VIUDA-MARTOS, M. et al. Chemical composition and antioxidant and anti-


Listeria activities of essential oils obtained from some Egyptian plants. Journal
of Agricultural and Food Chemistry, Easton, v. 58, n. 16, p. 9063-9070, 2010.

WALSTRA, P.; JENNESS, R. Dairy chemistry & physics. New York: J.


Wiley, 1984. 467 p.

WANG, N. et al. Effect of citric acid and processing on the performance of


thermoplastic starch/montmorillonite nanocomposites. Carbohydrate
Polymers, Barking, v. 76, n. 1, p. 68-73, 2009.

WANG, S. et al. Biopolymer chitosan/montmorillonite nanocomposites:


preparation and characterization. Polymer Degradation and Stability, Essex, v.
90, n. 1, p. 123-131, 2005.

WANG, Y.; PADUA, G. W. Tensile properties of extruded zein sheets and


extrusion blown films. Macromolecular Materials and Engineering, New
York, v. 288, n. 11, p. 886-893, 2003.

WU, T. M.; WU, C. Y. Biodegradable poly (lactic acid)/chitosan-modified


montmorillonite nanocomposites: preparation and characterization. Polymer
Degradation and Stability, Essex, v. 91, n. 9, p. 2198-2204, 2006.

YANG, J.; XIAO, J. X.; DING, L. Z. An investigation into the application of


konjac glucomannan as a flavor encapsulant. European Food Research and
Technology, Berlin, v. 229, n. 3, p. 467-474, 2009.

ZADOW, J. Modern dairy technology: advances in milk processing. London:


Elsevier, 1997. 486 p.

ZALESKA, H.; RING, S.; TOMASIK, P. Electrosynthesis of potato starch-


whey protein isolate complexes. Carbohydrate Polymers, Barking, v. 45, n. 1,
p. 89-94, 2001.

ZIVANOVIC, S.; CHI, S.; DRAUGHON, A. F. Antimicrobial activity of


chitosan films enriched with essential oils. Journal of Food Science, Chicago,
v. 70, n. 1, p. M45-M51, 2005.
60
61

SEGUNDA PARTE - ARTIGOS

ARTIGO 1 - EFEITO DA SUBSTITUIÇÃO DO AMIDO DE MILHO POR


ISOLADO PROTEICO DE SORO DE LEITE EM FILMES DE BLENDAS
BIODEGRADÁVEIS OBTIDOS POR EXTRUSÃO

(VERSÃO PRELIMINAR)
Artigo redigido conforme normas da revista Carbohydrate Polymers
62

RESUMO

Uma alternativa para reduzir o volume de resíduos plásticos sintéticos


descartado frequentemente no ambiente é o desenvolvimento de polímeros
biodegradáveis. A utilização da mistura destes polímeros a fim de melhorar
propriedades de desempenho dos materiais resultantes tem aumentado a
demanda por fontes renováveis, como amido e soro de leite. Neste contexto, o
objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da substituição do amido de milho por
isolado proteico de soro de leite (IPS) em blendas de polímeros biodegradáveis
desenvolvidos por extrusão. Os difratogramas de raios X mostraram a presença
de um arranjo cristalino do Tipo-Vh característico de amido termoplástico. Em
geral, os filmes apresentaram-se homogêneos indicando forte adesão interfacial
entre a proteína e a matriz de amido termoplástico (TPS) como observados nas
micrografias de microscopia eletrônica de varredura. Observou-se que a adição
de IPS à matriz de TPS promoveu um aumento da estabilidade térmica dos
materiais. O filme com 30% de IPS apresentou redução de 58,5% na
permeabilidade ao vapor de água e os melhores parâmetros em relação ao efeito
da substituição do amido de milho por IPS nas propriedades mecânicas
resultando em um filme mais resistente e menos flexível quando comparado ao
filme TPS. A adição de IPS provocou grandes alterações das propriedades
ópticas com filmes de tonalidade amarelo esverdeado e menor transparência em
relação ao filme TPS. Assim, a substituição do amido de milho por até 30% de
IPS possibilitou a obtenção de blendas poliméricas com melhoria das
propriedades de desempenho e representam uma inovação para aplicação como
materiais de embalagem.

Palavras-chave: Polímeros. Extrusão. Caracterização.


63

1 INTRODUÇÃO

Graves poluições ambientais causadas pelos plásticos sintéticos tem


ocasionado o aumento de pesquisas voltadas aos plásticos biodegradáveis. O
aproveitamento integral de recursos renováveis e redução de hidrocarbonetos
despertou o interesse no desenvolvimento de alternativas para substituição, total
ou parcial de polímeros sintéticos por polímeros biodegradáveis principalmente
para gêneros alimentícios (MA et al., 2009; ORTEGA-TORO et al., 2014; YAN
et al., 2012). Assim, filmes e revestimentos a partir de polímeros biodegradáveis
tais como polissacarídeos, proteínas e lipídeos têm sido estudados devido aos
seus benefícios ambientais e sustentabilidade (HONG e KROCHTA, 2003;
RAMOS et al., 2012; REDL et al., 1999; SHARMA e LUZINOV, 2013).
O amido tem sido considerado um dos materiais mais promissores no
desenvolvimento de plásticos biodegradáveis (MA et al., 2009) entre os
biopolímeros naturais, devido ao seu baixo custo, não toxicidade,
biodegradabilidade e fácil disponibilidade (AYDıN e ILBERG, 2016;
FAJARDO et al., 2010; GROSS e KALRA, 2002; ŠIMKOVIC, 2013; WANG,
CHANG e ZHANG, 2010). É composto por amilose e amilopectina em
quantidades que variam conforme sua fonte vegetal, por exemplo, o amido de
milho possui cerca de 28% de amilose enquanto que o amido de mandioca
possui 17%. Em geral, uma quantidade crescente de amilose melhora as
propriedades mecânicas, de barreira, formação de filme, bem como condições de
processamento (FORSSELL et al., 2002; MENDES et al., 2016; RAQUEZ et
al., 2008). Além disso, o amido possui a capacidade de formar uma matriz
contínua e apresenta características termoplásticas, o que lhe permite ser
facilmente processado (BERTUZZI et al., 2007; ORTEGA-TORO et al., 2014;
SHAH, BANDOPADHYAY e BELLARE, 1995; YAN et al., 2012).
64

O amido termoplástico (TPS) é um dos principais materiais estudados no


desenvolvimento de materiais biodegradáveis (CHEN et al., 2012; CURVELO,
DE CARVALHO e AGNELLI, 2001; LÓPEZ et al., 2013; MA et al., 2009;
TEIXEIRA et al., 2007). O amido torna-se termoplástico quando processado
com plastificantes, sob alta temperatura e forças mecânicas, com o rompimento
dos grânulos e consequente fusão (DE GRAAF, KARMAN e JANSSEN, 2003;
HERRERA BRANDELERO, VICTORIA EIRAS GROSSMANN e
YAMASHITA, 2011), podendo ser facilmente utilizado em processos para
polímeros sintéticos como extrusão, sopro, injeção e moldagem por compressão
(AVEROUS e BOQUILLON, 2004; TEIXEIRA et al., 2007). Atualmente já
existem diversos produtos disponíveis obtidos a partir de TPS (LÓPEZ et al.,
2013; MA et al., 2009; SHAMEKH et al., 2002), porém, o desenvolvimento de
filmes a partir de TPS ainda é limitado devido à fragilidade, baixa resistência à
água e dependência das propriedades mecânicas devido a umidade do ambiente
(AVEROUS e BOQUILLON, 2004; BASTOS et al., 2009; LÓPEZ et al., 2013;
MA et al., 2009; ZULLO e IANNACE, 2009). Assim, a fim de compensar essas
desvantagens, o amido pode ser misturado com outros polímeros (AYDıN e
ILBERG, 2016; SHI et al., 2008).
Entre os biopolímeros, as proteínas do soro de leite tem sido estudadas
para aplicações em embalagens devido a abundante disponibilidade (50 milhões
de toneladas de soro de leite não processado anual) (SCHMID et al., 2012), por
apresentarem-se transparentes, flexíveis e possuírem boas propriedades de
barreira a aroma, oxigênio e lipídeos. No entanto, estes filmes apresentam baixa
barreira a umidade, estabilidade térmica e propriedades de tração (MCHUGH,
1994a; PROMMAKOOL et al., 2011).
Em geral, filmes obtidos a partir de um único polímero têm apresentado
boas propriedades em alguns aspectos e ruins em outros. Portanto, a utilização
da mistura entre biopolímeros tornou-se uma alternativa a fim de melhorar
65

propriedades de desempenho em filmes biodegradáveis (YAN et al., 2012).


Assim, filmes obtidos pela combinação de polissacarídeos (amidos, alginatos,
celulose e quitosana) com proteínas (proteínas do leite, proteína de soja,
colágeno e gelatina) foram desenvolvidos (CHENG et al., 2003; FERREIRA et
al., 2009; GARCÍA et al., 2012; HAIDER, PARK e LEE, 2008;
LEUANGSUKRERK et al., 2014; MARIANI et al., 2009; PEREDA,
ARANGUREN e MARCOVICH, 2008; SUN, SUN e XIONG, 2013) e
apresentaram melhores propriedades quando comparados aqueles obtidos a
partir dos polímeros puros.
Pesquisas têm sido conduzidas sobre blendas de proteínas e
polissacarídeos, mas nada tem sido reportado para a combinação entre amido de
milho e isolado proteico de soro de leite. Assim, o objetivo deste trabalho foi
avaliar o efeito da substituição de amido de milho por isolado proteico de soro
de leite em filmes produzidos por extrusão quanto às propriedades estruturais,
térmicas, morfológicas, mecânicas, ópticas e de barreira.

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Material
Amido de milho (Amidex 3001), com 70% de amilose e 30% de
amilopectina foi obtido pela Corn Products do Brasil (Balsa Nova-PR, Brasil).
Isolado proteico de soro de leite (IPS 9410), com 90% de proteína, foi obtido
pela Hilmar Ingredients (Hilmar, CA, USA). Glicerol, ácido esteárico e ácido
cítrico anidro granulado pela Cargill (Uberlândia, MG, Brasil).
66

2.2 Desenvolvimento dos filmes

Filmes de blendas de amido de milho e isolado proteico de soro de leite


(TPS/IPS) foram obtidos a partir da mistura dos seguintes componentes: fase
sólida: 60% pp (TPS/IPS) e fase líquida: 24% p/p glicerol e 16% p/p água. À
mistura final ainda foram adicionados 1% p/p de ácido esteárico e 1% p/p de
ácido cítrico, os quais agem como agente de fluxo e antioxidante,
respectivamente. As blendas foram desenvolvidas pela substituição de amido de
milho (TPS) por isolado proteico de soro de leite (IPS) na fase sólida (60%)
conforme Tabela 1. A mistura foi processada em uma extrusora Coperion,
modelo ZSK 18 (Coperion Ltda, São Paulo, Brasil), com L/D = 40, dupla-rosca
co-rotante, roscas com diâmetros de 18 mm com elementos de condução e
mistura, com 7 zonas de aquecimento e 2 zonas de degasagem. A velocidade da
rosca foi de 300 rpm e o perfil de temperatura 80, 80, 90, 90, 100, 110 e 110°C.
Obtido os peletes destes materiais, estes seguiram para o processamento em uma
extrusora monorosca (AX Plásticos Ltda, São Paulo, Brasil) para obtenção de
fitas. A velocidade da rosca foi de 35 rpm e o perfil de temperatura foi 85, 90 e
95°C nas três zonas de aquecimento. Em seguida, as fitas foram prensadas a
115°C ± 5°C, por 3 min em prensa hidráulica (capacidade 15 ton). As condições
de prensagem foram: 3 ton/ 30s, 10s sem prensagem; 6 ton até completar 3 min.
Após a prensagem, os filmes com dimensões de 12 x 12 cm foram resfriados a
temperatura ambiente. A Tabela 1 apresenta a composição de cada filme e o
respectivo teor de cada componente (amido e isolado proteico de soro de leite).
67

Tabela 1 Composições dos filmes desenvolvidos de TPS/IPS


Fase sólida (60%)
Filmes TPS (%) IPS (%)
TPS 100 0
TPS90/IPS10 90 10
TPS80/IPS20 80 20
TPS70/IPS30 70 30
TPS60/IPS40 60 40
TPS50/IPS50 50 50

2.3 Condicionamento dos filmes e espessura

Os filmes foram condicionados em temperatura controlada, 23 ± 2 °C e


umidade relativa 50 ± 5% UR por 48 h antes das análises, conforme ASTM
D618-00 (ASTM, 2000a). A espessura média dos filmes foi medida por meio da
leitura em dez pontos distintos, tomados aleatoriamente em cada corpo de prova,
utilizando micrômetro digital Mitutoyo (precisão 0,01 mm; Mitutoyo Sul
Americana, Suzano, SP, Brasil).

2.4 Difração de Raios X (DRX)

Os difratogramas de raios X do amido de milho, isolado protéico de soro


de leite e dos filmes foram obtidos em equipamento Shimadzu XRD-6000
(Shimadzu, Tokyo, Japão) equipado com radiação de filtro de Cu-kα1 (λ = 1,5406
Å). As amostras foram fixadas em suporte de alumínio e analisadas com um passo
de 0,02º s-1, 2θ de 4°- 40°, velocidade 1° min-1 e 30 kV, 30 mA. O espaçamento
basal (d) foi calculado pela equação de Bragg, (Equação 1):

⁄ (1)
68

Onde: λ corresponde ao comprimento de onda utilizado (λ = 1,5406 Å) e θ


(Theta) é o ângulo onde se detecta o pico no difratograma.

2.5 Microscopia eletrônica de Varedura (MEV)

A morfologia dos componentes em pó (amido de milho e IPS) e dos


filmes foi realizada em microscópio eletrônico de varredura JSM 6510 JEOL
(Peabody, Massachusetts, USA) com voltagem de aceleração de 10 kV. Foram
obtidas imagens de superfície dos componentes em pó e fratura criogênica do
material extrusado. Os filmes fraturados foram colocados em porta amostras
com fita de carbono, revestidos em ouro, sob vácuo por 90s (metalização) e
fotomicrografados.

2.6 Termogravimetria (TG)

A estabilidade térmica dos componentes em pó e dos filmes foi avaliada


por termogravimetria em equipamento Q500, (TA Instruments, New Castle,
USA). As análises foram realizadas sob atmosfera de ar sintético a uma taxa de
fluxo de 40 mL.min-1., com aquecimento de 25 ºC a 600 ºC com razão de
aquecimento de 10 ºC.min-1.

2.7 Calorimetria exploratória diferencial (DSC)

Calorimetria exploratória diferencial (DSC) foi realizada em calorímetro


DSC modelo TA 60, (Shimadzu Corporation, Kyoto, Japão). A massa da
amostra variou entre 2-5 mg e uma cápsula de alumínio foi utilizada como
referência. As rampas de aquecimento e resfriamento para o IPS em pó foram
fixadas em 10°C min-1 e variaram entre -50°C e 250°C. Para o amido de milho
em pó, as rampas foram fixadas em 2°C min-1 e variaram entre -80°C e 50°C.
69

Para avaliação dos filmes, as rampas de aquecimento e resfriamento foram


fixadas em 10 °C min-1 e a sequência utilizada foi: aquecimento de 25 a 190
°C/10 min isotérmico para eliminar a história térmica; resfriamento de 190 a -70
°C; e um segundo aquecimento até 190 °C (ASTM, 2003a). A partir das curvas
de DSC, a temperatura de transição vítrea (T g) foi avaliada no segundo
aquecimento.

2.8 Propriedades Mecânicas

As propriedades de tração dos filmes, resistência à tração (ζ max),


alongamento na ruptura (Ɛ) e o módulo de elasticidade (ME), foram medidos
conforme ASTM D882-02 (ASTM, 2002), em Máquina Universal de Testes
EMIC DL3000 (EMIC Equipamentos e Sistemas de Ensaio LTDA, Brasil) com
célula de carga de 500 N (50 Kgf). As amostras de filmes foram cortadas em
tiras (10 mm × 100 mm) e a separação inicial entre as garras foi de 70 mm com
velocidade de 50 mm.min-1. A punctura dos filmes foi realizada em um
analisador de textura (Stable Microsystems, modelo TATX2i, Inglaterra). Os
filmes foram cortados em quadrados de 9 cm2 de área e fixados em um suporte
com orifício central (2,1 cm de diâmetro). Uma sonda esférica de 5,0 mm de
diâmetro (sonda P/5S) foi deslocada perpendicularmente à superfície da película a
uma velocidade constante de 0,8 mm.s-1 até a sonda passar através do filme
(AZEVEDO et al., 2015a; CHEN e LAI, 2008). A resistência à punctura/
espessura (N/mm) foi calculada dividindo o valor da força no ponto de ruptura
pela espessura do filme para eliminar o efeito da variação da espessura e a
deformação (mm) dos filmes foi determinada no ponto de ruptura (AZEVEDO et
al., 2015a; PARK e ZHAO, 2004). Para os testes de tração e punctura, foram
utilizados cinco corpos de prova para cada filme em três repetições.
70

2.9 Permeabilidade ao vapor de água (PVA)

A permeabilidade ao vapor de água (PVA) dos filmes foi determinada


conforme método E96 (ASTM, 2000b). O filme foi fixado em capsula de
polimetilmetacrilato (Plexiglas), contendo quatro parafusos, simetricamente
localizados ao redor da circunferência da capsula com graxa de silicone, para
garantir que a permeação ocorra somente através do filme. No interior da
cápsula foi adicionado sílica. A cápsula de permeação foi então colocada em
câmara com umidade e temperatura controlada, a 25 ± 2°C, e mantida a 75% de
umidade relativa (UR). As amostras foram pesadas até peso constante ser
atingido e os valores de ganho de peso foram representados como uma função
do tempo. A PVA (g / (m·s·Pa)) do filme foi calculada conforme equação 2:

⁄ (2)

em que é a espessura dos filmes, e ∆P representa a diferença de pressão de


vapor entre as faces do filme: ΔP = S·(R1 – R2); S é a pressão de vapor saturado
na temperatura do teste (2809 kPa), R1 é a UR do lado externo da cápsula (75%)
e R2 é a UR dentro da cápsula que continha sílica (0%).

2.10 Propriedades Ópticas

A cor dos filmes foi medida em equipamento Konica Minolta CR-400


(Osaka, Japão) e sistema CIE (L*, a*, b*) com uma fonte de luz D65, ângulo
observador de 10º e modo reflectância. Os parâmetros analisados foram: (L*, a*,
b*), índice de saturação chroma e ângulo hue. Os resultados foram expressos
como a média de dez leituras em três repetições. A transparência dos filmes foi
determinada medindo a porcentagem de transmitância (%T) a 600 nm com
71

espectrofotômetro UV/VIS 1601PC (Shimadzu, Tokyo, Japão) conforme


método D1746-03 (ASTM, 2003b). A transparência (T600) foi calculada pela
equação 3:

(3)

Onde δ é a espessura do filme (mm). As medições de cor foram realizadas,


mantendo a sonda em contato direto com os filmes contra um fundo branco.

2.11Análise Estatística

Os resultados das propriedades mecânicas, ópticas e permeabilidade ao


vapor de água (PVA) foram avaliados utilizando-se análise de variância
(ANOVA), com nível de 5% de significância com software SPSS Estatístics 17
(SPSS STATISTICS, 2007). Difração de raios X (DRX), microscopia eletrônica
de varredura (MEV), análise termogravimétrica (TG) e calorimetria diferencial
de varredura (DSC) foram submetidos à análise descritiva.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Difração de Raios X (DRX)

Os padrões de difração de raios X do amido e IPS em pó são


apresentados na Figura 1. Observou-se na Figura 1a, picos ao redor de 2θ=
14,2°; d = 17,97 Ǻ; 2θ=17,02°; d =5,21 Ǻ; 2θ=18,2°; d = 4,88 Ǻ; 2θ= 22,6°, d =
3,94 Ǻ, Å para o amido de milho em pó característico de um arranjo cristalino
do Tipo-A. Estudos anteriores reportaram que grânulos de amido de milho
ceroso possuem um arranjo cristalino Tipo-A, no qual apresenta dois picos
72

fracos de difração em 10,1° e 11,5°; um pico de intensidade forte em 15,3°; um


pico duplo em 17,1° e 18,2° e um último pico de intensidade forte em 23,5°
(ANGELLIER et al., 2006; KIM et al., 2013). O difratograma do IPS em pó
mostrou uma possível estrutura amorfa no qual indica ausência de cristais de
lactose no IPS (Figura 1b). A lactose presente no soro de leite líquido, durante o
processo de secagem transforma-se em um estado amorfo (AZEVEDO et al.,
2015a; NIJDAM et al., 2007). Assim, a remoção da lactose e consequente
secagem do soro de leite líquido durante o processo de concentração a IPS ou
concentrado proteico de soro de leite (CPS) torna esses produtos amorfos.

Figura 1 DRX. a) Amido de milho em pó; b) IPS em pó.


73

A Figura 2 representa os padrões de difração de raios X dos filmes de


blendas de TPS/IPS na região de 2θ= 4-34°. O difratograma de raios X do filme
TPS exibiu picos ao redor de 2=12,6°; d=7,02 Ǻ; 2= 19,56°; d=4,54 Ǻ; 2=
22,08°; d=4,03 Å(Figura 2). O pico ao redor de 2= 19,56° está atribuído ao
processo de indução da recristalização de uma molécula helicoidal simples de
amilose durante o resfriamento após o processamento e corresponde ao arranjo
cristalino do Tipo-Vh. A amilose e lipídios em amido são também responsáveis
pela formação de complexos de cristalitos do Tipo-Vh em altas temperaturas de
fusão sendo também resistentes ao ataque de enzimas (DE CAMPOS et al.,
2013; MAGALHÃES e ANDRADE, 2009). O arranjo cristalino do Tipo-Vh-
consiste em uma recristalização da amilose induzida por lisofosfolípidos e
complexos que formam agentes tais como isopropanol e glicerol (TEIXEIRA et
al., 2011).
Picos ao redor de 2θ = 16,08° são característicos de recristalização da
amilopectina (cristalização do Tipo-B) devido à presença de grânulos após a
extrusão (TEIXEIRA et al., 2011). Assim, os filmes desenvolvidos neste
trabalho não apresentaram picos ao redor de 2θ= 16,08° indicando ausência de
cristalinidade residual da amilopectina (TEIXEIRA et al., 2011).
Os padrões de difração das blendas de TPS/IPS são similares a matriz de
TPS. Todos os filmes apresentaram picos ao redor de 2 =12,9° e espaçamento
d=6,87 Ǻ. Este pico pode estar relacionado com a presença do glicerol
complexado com amilose. Além disso, apenas os filmes TPS; TPS90/IPS10 e
TPS80/IPS20 apresentaram um pico de difração em aproximadamente 2θ =
22,04° e espaçamento d = 4,04 Å que também poderiam estar relacionados com
a presença de glicerol. No entanto, pode-se observar que com o aumento da
concentração de IPS e diminuição de TPS nos filmes TPS70/30; TPS60/40 e
TPS50/IPS50, os picos de cristalinidade Tipo-Vh (2 =19,56°) tornam-se mais
largos. Este fato pode ser atribuído à diminuição da formação do complexo
74

amilose-glicerol devido à mobilidade reduzida de moléculas de amilose


(MENDES et al., 2016). Picos a 13,7°, 19,6° e 21,1° são atribuídos aos cristais
de amilose do Tipo-Vh complexados com lipídios e outras substâncias como o
glicerol formados durante o resfriamento após o processo (CARMONA et al.,
2014; MENDES et al., 2016; TEIXEIRA et al., 2011), enquanto picos a 16,8°,
17,7° e 29,9° pertencem a cristais do Tipo B, que podem ter sido formados
durante o armazenamento devido a recristalização da amilopectina (DANG e
YOKSAN, 2015). Lavorgna et al. (2010) avaliaram o efeito da presença do
plasticizante glicerol em filmes de quitosana, encontrando um pico de difração
em torno de 2θ = 20°.
Além disso, a Figura 2 mostra a ausência de cristais de Tipo-A,
característico dos grânulos de amido de cereais, para todos os filmes. Isto indica
que a estrutura de amido de milho nativo foi completamente desestruturada
durante a extrusão (SHI et al., 2007), como também pode ser observado nas
micrografias de varredura (MEV).

Figura 2 Padrões de difração de raios X de filmes de amido de milho e isolado proteico


de soro de leite produzidos por extrusão.
75

3.2 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

Estudos de raios X são sempre complementados com técnicas de


microscopia. A Figura 3 representa as micrografias obtidas por MEV dos
grânulos de amido de milho em pó e IPS em pó. Os grânulos de amido (Figura
3a) apresentaram formatos que variaram de arredondados a poligonais e sua
completa desestruturação pode ser observada pelas micrografias das blendas de
filmes de TPS/IPS (Figura 4). As partículas de IPS apresentaram-se esféricas,
com superfícies rugosas e lisas. A morfologia das partículas de proteína é
atribuída à composição da proteína e suas estruturas químicas. Os principais
componentes do IPS são α-lactoalbumina, -lactoglobulina, albumina sérica
bovina (BSA), dentre outros. Estas proteínas, muitas vezes são aglomeradas
devido às interações hidrofóbicas intermoleculares, ligações de dissulfeto,
ligações de hidrogênio e / ou interações eletrostáticas, dependendo das
condições aplicadas, tais como temperatura, pressão, concentração e pH.
Geralmente, a morfologia do IPS é atribuída à presença do principal composto, a
-lactoglobulina (GHOSH et al., 2010; HAVEA, SINGH e CREAMER, 2001).
76

Figura 3. MEV - Micrografias de superfície. a) amido de milho em pó (x 500); b) IPS em


pó (x 100).

As micrografias de MEV da superfície de fratura dos filmes extrusados


são mostrados na Figura 4. O filme TPS apresentou superfície lisa e homogênea
(Figura 4a). Isto indica a ausência e completa desestruturação dos grânulos de
amido de milho nativo após o processo de extrusão. Este resultado explica a
ausência de cristais do Tipo-A para o filme TPS no gráfico de DRX (Figura 2).
O filme TPS90/IPS10 apresentou superfície rugosa com a presença de
aglomerados (Figura 4b). O filme TPS80/IPS20 apresentou-se mais homogêneo
e com poucos aglomerados (Figura 4c). O filme TPS70/IPS30 (Figura 4d)
apresentou-se homogêneo porém com rachaduras mais evidentes que poderiam
ter sido formados durante o processo de moldagem por compressão. Os filmes
TPS60/IPS40 e TPS50/IPS50 (Figura 4e e 4f) apresentaram uma superfície
homogênea sem rachaduras e com pequenas partículas aglomeradas. Isto pode
77

indicar uma forte adesão interfacial entre a proteína e a matriz de TPS. Durante
o processo de extrusão podem ser formadas certas irregularidades superficiais na
estrutura dos filmes (MENDES et al., 2016; TADMOR e GOGOS, 2013)

Figura 4. Micrografias (x1000) de fratura de TPS/IPS. a) TPS; b) TPS90/IPS10;


c) TPS80/IPS20; d) TPS70/IPS30; e) TPS60/IPS40; f) TPS50/IPS50.

3.3 Termogravimetria (TG)

As curvas TG e sua primeira derivada (DTG) para amido de milho, IPS


em pó e filmes de TPS/IPS são mostrados na Figura 5 e foram determinadas para
avaliar a estabilidade térmica dos filmes. Observam-se três estágios de
degradação (Figura 5). O primeiro estágio ocorre entre 25 a 200°C e não é
influenciada pela mistura dos polímeros. A perda de massa abaixo de 200°C é
78

atribuída à presença de água residual e voláteis de baixa massa molar, pois o


início da degradação de proteínas começa em torno de 225°C (AZEVEDO et al.,
2015a; MA, YU e MA, 2005; MARTÍNEZ-CAMACHO et al., 2010; SHARMA
e LUZINOV, 2013). O segundo estágio foi observado entre 200°C até
aproximadamente 350 °C, correspondendo a decomposição térmica dos
componentes presentes nos filmes. O terceiro estágio ocorre acima 350°C e
corresponde à degradação de componentes do filme e degradação oxidativa de
resíduos carbonáceos formados durante o segundo estágio no qual sob atmosfera
de ar ocorre a completa oxidação dos materiais (AZEVEDO et al., 2015a;
CANEVAROLO JR, 2004; PELISSARI et al., 2009).

Figura 5 Curvas de TG (a, c) e DTG (b, d) de amido de milho em pó, IPS em pó e filmes
de blendas de TPS/IPS em atmosfera de ar sintético.
79

Os parâmetros de estabilidade térmica dos componentes em pó (IPS e


amido de milho) e dos filmes de TPS/IPS são apresentados na Tabela 2.
O inicio da degradação térmica (Ti) do TPS diminuiu em relação ao
amido de milho em pó (Tabela 2). Este fato pode ser atribuído a plasticização do
material extrusado que em presença de água e glicerol diminui a Ti do material.
Mendes et al. (2016), em pesquisas com filmes de blendas de TPS e quitosana,
relataram que a adição de quitosana não alterou de forma significativa a
estabilidade térmica das misturas em comparação com TPS puro. Estes autores
relataram uma temperatura inicial de degradação para o TPS puro ao redor de
277°C.
Quando ocorre a substituição do amido de milho por IPS, um aumento
na Ti nos filmes é notável (Tabela 2) indicando uma melhoria da estabilidade
térmica dos filmes. Isto pode ser esperado, pois a mistura entre polímeros é uma
alternativa para a melhoria de propriedades de desempenho em filmes. Além
disso, com a adição de IPS na matriz de TPS pode ser observado que o segundo
estágio de degradação térmica ocorre em duas fases (dois picos de temperatura),
ao contrário do filme TPS, provavelmente devido a presença de outros
componentes presentes no IPS que interferem no mecanismo de degradação. No
entanto, a substituição do amido de milho por IPS não alterou o perfil de
degradação dos filmes em relação ao primeiro pico de T f (365,1°C à 372,7°C)
em comparação ao filme TPS. Porém, ocorre um aumento da T f no segundo pico
de temperatura (505,7°C à 587,7°C) indicando que a presença do IPS é
responsável pelo aumento da estabilidade térmica das blendas. Teixeira et al.
(2011) relataram em trabalhos desenvolvidos de TPS e nanofibras de celulose
que a degradação térmica do TPS está entre 300°C e 350°C. Mariani et al.
(2009) estudaram o efeito do aumento da concentração de isolado proteico de
soja (SPI) em blendas de amido de milho e policaprolactona processadas por
extrusão. Estes autores relataram que a adição de amido de milho e SPI foram
80

responsáveis pela redução das propriedades térmicas dos materiais, em


comparação com PCL puro. No entanto, com o aumento da quantidade de SPI e
a redução de amido incorporados nas amostras, as propriedades térmicas
tenderam a aumentar.
Para as curvas de DTGmáx, (Figura 5d) temperatura onde ocorre a
máxima velocidade de degradação, dois eventos térmicos também são
apresentados. A Tabela 2 mostra um aumento da variação de temperatura para o
segundo pico de DTGmáx, possivelmente devido ao aumento da concentração de
IPS. O primeiro pico (entre 294,9 e 310,8°C) é atribuído a degradação do TPS
enquanto que o segundo pico (entre 463,8°C e 543,21°C) está relacionado a
degradação do IPS conforme temperaturas de DTGmáx, do IPS e amido de milho
em pó (Tabela 2).
Com o aumento da concentração de IPS nas blendas, observou-se
redução na porcentagem de perda de massa (% PM) em relação ao amido de milho e
IPS em pó. Isto indica que as blendas de TPS/IPS tornaram-se mais estáveis à
decomposição térmica. Autores relatam que a estabilidade do material a
decomposição térmica está relacionada a uma diminuição do intervalo de variação
da porcentagem de perda de massa (%PM) (AZEVEDO et al., 2015a;
CANEVAROLO JR, 2004).
Em pesquisas com blendas de IPS e concentrado proteico de soro de
leite em diferentes concentrações de glicerol, Ramos et al. (2012), obtiveram
grande perda de massa em temperaturas entre 280°C e 500°C. Estes autores
relataram que essa perda está associada com a degradação da proteína e com o
plasticizante glicerol, incorporado na matriz do filme. A Tabela 2 mostra
ausência de substâncias residuais (Res600°C) após a queima dos filmes, pois sob
atmosfera de ar ocorre completa oxidação do material. Assim, as blendas de
TPS/IPS apresentaram um aumento da estabilidade térmica em relação ao filme
TPS.
81

Tabela 2 Estabilidade térmica dos componentes em pó e dos filmes de blendas


de TPS/IPS obtidos por termogravimetria
Ti* DTGmax Tf (%) PM Res600 °C
(° C) (°C) (° C) (Ti -Tf) (%)
Amido de milho pó 285,2 307,3 541,9 84,6 0,12

IPS em pó 250,6 285,1 360,7 89,7 1,8


401,2 512,8 540,6

TPS 230,1 309,2 369,7 84,2 3,2

229,2 301,8 365,1 81,7 0,3


TPS90/IPS10
395,6 463,7 505,7

TPS80/IPS20 232,7 298,9 366,5


82,7 0,6
431,9 502,1 587,7

TPS70/IPS30 234,53 294,9 371,3


83,2 0,4
459,72 530,4 573,1

TPS60/IPS40 248,8 295,7 365,1


81,5 0,5
462,8 539,8 586,9

TPS50/IPS50 252,5 310,8 372,7


83,7 0,8
475,8 543,2 585,3
*Ti (temperatura inicial de decomposição); DTGmax (temperatura máxima de
decomposição); Tf (temperatura final de decomposição); PM (porcentagem de perda de
massa na faixa de decomposição); Res600 °C (porcentagem de resíduo a 600°).

3.4 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

A análise de DSC foi realizada para melhor entendimento sobre as


interações entre TPS e IPS e temperaturas de transições. Todos os filmes
apresentaram temperatura de fusão da fase cristalina (T m) da matriz (Tabela 3).
A ocorrência de uma única temperatura de fusão cristalina está relacionada com
a homogeneidade e miscibilidade entre os componentes dos filmes (LOPEZ et
al., 2014).
A Tm aumentou com a adição de IPS em relação ao filme TPS (Tabela
3). Este aumento pode ser atribuído à interação entre moléculas de amido e
82

proteínas devido a forças intermoleculares com ligações mais fortes. Lopez et al.
(2014) relataram que em regiões cristalinas da matriz de TPS as interações entre
cadeias poliméricas são fortes devido à sua compatibilidade química. Estes
autores relataram T m=155°C para filmes de TPS e T m entre 147,2°C a 154,8°C
em blendas de TPS/quitosana. Sharma et al. (2013) relataram a ausência de
cristalinidade para IPS devido a desnaturação dos glóbulos de proteínas do soro
de leite, indicando um efeito de plasticização da água. Estes autores sugerem que
as moléculas de água foram ligadas a macromoléculas proteicas através de
ligações de hidrogênio. Esta informação corroborou com a ausência de
cristalinidade nos difratogramas de raios X deste trabalho para IPS.
Observou-se que a Tg do filme TPS foi de 56,9 °C (Tabela 3). A adição
de IPS na matriz de TPS aumentou a Tg diminuindo assim a mobilidade das
cadeias poliméricas. Isto indica um aumento na estabilidade térmica dos filmes.
Sharma et al. (2013) encontrou valores de Tg = 120°C para blendas de filmes de
IPS com albumina. Azevedo et al. (2015a) relataram valores de T g = 143,46 para
filmes de IPS puro. Hernandez-Izquierdo et al. (2008a) relataram a existência de
um pico endotérmico em 148,3 °C para filmes de IPS puro obtidos por extrusão.
Valores de Tg de isolado proteico de soro de leite em pó foram reportados por
Zhou e Labuza (2007) que encontraram 153°C e Adhikari et al. (2009) que
observaram valores em torno de 75 a 119 °C contendo de 7 a 16% de água. O
valor da Tg de blendas de filmes com polyvinyl e amido de milho (PVA/amido
1: 1) apresentaram-se mais altos (Tg 76,1°C) quando comparado ao polímero
puro de PVA (Tg 70,5°C). Este aumento é atribuído à presença de interações de
ligações de hidrogênio entre amido e PVA (AYDıN e ILBERG, 2016)
83

Tabela 3 Calorimetria exploratória diferencial de filmes de TPS/IPS


Tm (°C)a Tg (°C)
Amido milho em pó 109,7 -28,9
IPS em pó ausência 186,1
TPS 144,5 56,9
TPS90/IPS10 189,2 102,6
TPS80/IPS20 189,1 104,1
TPS70/IPS30 189,4 106,7
TPS60/IPS40 188,7 101,5
TPS50/IPS50 189,1 102,1
a
Abreviações: Tm, temperatura de fusão cristalina; Tg, temperatura de transição vítrea

3.5 Propriedades Mecânicas

O efeito da substituição de amido de milho por IPS foi significativo


(p<0,05) para resistência à tração (ζmax), módulo de elasticidade (ME),
alongamento (Ɛ), resistência à punctura (RP), deformação na punctura (DP) e
estão representados na Tabela 4 e Figura 6.
Para a ζmax, observou-se diferença significativa apenas para o filme
TPS70/IPS30 com aumento de 48,8% em relação ao filme TPS (Tabela 4). Isto
indica que uma maior força foi necessária para o seu rompimento. Para filmes
com concentrações acima de 30% de IPS, o valor de ζmax foi reduzido.
Observou-se um aumento do ME (60,3%) com até 40% de IPS para blendas de
filmes de TPS/IPS. Isto indica menor movimento das cadeias poliméricas
caracterizando-se como filmes com alta rigidez, ou seja, menos flexíveis. No
entanto, os filmes TPS70/IPS30 e TPS60/IPS40 não apresentaram diferença
significativa entre eles (Tabela 4). A alta rigidez pode estar atribuída a uma
redução da plasticização dos filmes durante o processo de extrusão em altas
temperaturas devido a uma possível evaporação da água e do glicerol. A água
também possui efeito plasticizante em filmes hidrofílicos, porém, em presença
84

de baixa umidade, os filmes tornam-se quebradiços devido à diminuição de água


residual no interior do filme (COUPLAND et al., 2000).
Com o aumento do ME ocorreu uma redução de 88,3% do alongamento
(Ɛ) para todos os filmes em relação ao filme TPS indicando diminuição do efeito
plasticizante e menor estiramento dos filmes. Em geral, filmes à base de
proteínas apresentam baixa resistência à tração, ou seja, alto módulo elástico e
baixa extensibilidade (SHARMA e LUZINOV, 2013). Yan et al. (2012)
investigaram os efeitos da extrusão para formação de filmes e a concentração de
glicerol nas propriedades dos filmes de amido. Com o aumento do teor de
glicerol, os filmes tornaram-se mais flexíveis, com maior alongamento na
ruptura e menor resistência à tração. Plastificantes alteram a flexibilidade e
extensibilidade dos filmes devido a redução de ligações de hidrogênio entre as
cadeias dos polímeros com diminuição do módulo de elasticidade e resistência à
tração (ALVES et al., 2007; MALI e GROSSMANN, 2003). A adição de
plasticizantes torna-se necessário devido à fragilidade de filmes à base de IPS,
fornecendo flexibilidade (SHAW et al., 2002). Pesquisas anteriores relataram
que para a obtenção de plásticos a partir de proteínas com um desempenho
aceitável, é necessário a utilização de plastificantes tais como água ou outros
com moléculas de baixa massa molar para aumentar a processabilidade e
termoplasticidade / polimerização de proteínas durante a moldagem
(MATVEEV, GRINBERG e TOLSTOGUZOV, 2000; ROUILLY et al., 2001)
Além de interferir nas propriedades de filmes à base de IPS, a ausência
de plastificantes também prejudica o desenvolvimento de filmes com amido.
Conforme Liu e Han (2005), a ausência de plastificantes formaria um filme com
estrutura bifásica composta de amilose e amilopectina. A presença de
plastificantes em filmes de amido auxilia no rompimento da formação de dupla
hélice da amilose com fragmentos de amilopectina, reduzindo assim a interação
entre a amilose/amilopectina, formando um filme flexível.
85

Carmona et al. (2015) em pesquisas sobre blendas biodegradáveis de


amido termoplástico (TPS), policaprolactona (PCL) e ácido polilático (PLA),
desenvolvidas por extrusão relataram propriedades mecânicas de tração para o
TPS inferiores à mistura TPS/PCL/PLA. O TPS apresenta alta sensibilidade à
água e fracas propriedades mecânicas, o que limita as suas aplicações
(TEIXEIRA et al., 2011).
Para o ensaio de punctura, a adição de IPS diminuiu a RP e DP dos
filmes em 87,6% e 62,5% respectivamente (Tabela 4). Isso indica menor
mobilidade das cadeias dos polímeros, menor deformação dos filmes e força
para perfuração, consequentemente, filmes mais frágeis e fracos.
86

Figura 6 (a) Resistência a tração (ζmax); (b) módulo de elasticidade (ME) e (c)
alongamento (Ɛ) de filmes de TPS/IPS em função da porcentagem de
substituição de amido de milho por isolado proteico de soro de leite.
Tabela 4 Tração (ζmax, ME, Ɛ); Punctura (RP e DR) em filmes de TPS/IPS
Módulo de Alongamento Resistência à Deformação na
Resistência à tração
Filme Elasticidade (ME) (Ɛ) punctura / Espessura punctura (DP)
(ζmax) (MPa)
(MPa) (%) (RP) (N/mm) (mm)
TPS 3,85 ± 0,62 a 143,71 ± 4,6 a 32,76 ± 3,2 a 92,40 ± 5,3 a 4,96 ± 0,36 a
TPS90/IPS10 4,04 ± 0,07 a 151,40 ± 22,8 a 21,60 ± 1,5 b 70,50 ± 9,7 b 3,67 ± 0,18 b
TPS80/IPS20 3,84 ± 0,38 a 152,53 ± 11,9 a 11,70 ± 3,4 c 56,74 ± 3,3 c 3,01 ± 0,27 c
TPS70/IPS30 5,73 ± 0,38 b 198,90 ± 11,0 b 10,65 ± 1,3 c 75,40 ± 5,8 b 3,38 ± 0,32 d
TPS60/IPS40 4,24 ± 0,34 a 230,35 ± 22,1 b 2,83 ± 1,1 d 19,57 ± 9,6 d 1,78 ± 0,18 e
TPS50/IPS50 3,07 ± 0,49 a 150,74 ± 16,7 a 3,84 ± 1,3 d 11,45 ± 3,1 d 1,86 ± 0,45 e
* Médias observadas na coluna com mesma letra não diferem estatisticamente (p<0,05)

Tabela 5 Efeito da substituição do amido na PVA e parâmetros de cor (a*, b*, hue e chroma) em filmes de TPS/IPS.
Filme PVA x 10-12 Transparência
a* b* chroma hue
(g.m-1.s-1.Pa) (log(%T)/mm)
TPS 4,63 ± 0,32 a 5,39 ± 0,11 a -0,76 ± 0,12 a 4,07 ± 0,32 a 3,48 ±1,15 a -77,76 ± 0,29 a
TPS90/IPS10 3,83 ± 0,07 b 4,41 ± 0,04 b -0,91 ± 0,07 a 4,13 ± 0,45 a 4,17 ± 0,32 a -77,56 ± 0,40 a
TPS80/IPS20 3,09 ± 0,15 c 4,43 ± 0,10 b -0,88 ± 0,30 a 3,40 ± 1,10 a 4,23 ± 0,48 a -77,64 ± 0,93 a
TPS70/IPS30 2,71 ± 0,26 c 4,99 ± 0,10 c -0,50 ± 0,08 b 5,08 ± 0,52 b 5,10 ± 0,52 b -84,41 ± 0,45 b
TPS60/IPS40 2,84 ± 0,28 c 4,62 ± 0,14 d -1,25 ± 0,19 c 6,76 ± 0,93 c 6,89 ± 0,84 c -79,50 ± 0,27 c
TPS50/IPS50 2,45 ± 0,34 c 3,91 ± 0,05 e -1,47 ± 0,11 d 11,93 ± 1,36 d 12,02 ± 1,38 d -82,93 ± 0,30 d
* Médias observadas na coluna com mesma letra não diferem estatisticamente (p<0,05)

87
88

3.5 Permeabilidade ao vapor de água (PVA)

A substituição do amido de milho por IPS foi significatica (p <0,05) para


PVA (Tabela 5). Em estudos de propriedades de barreira, o controle de
espessura torna-se uma variável de grande importância, pois com o aumento da
espessura ocorre uma diminuição da PVA (MCHUGH, 1994a) (MCHUGH;
AVENA-BUSTILLOS; KROCHTA, 1994). Neste trabalho, a espessura dos
filmes não apresentou diferença significativa (p<0,05) e variaram entre 330 a 390
µm.
Conforme Tabela 5, o filme TPS apresentou o maior valor de PVA. Este
aumento pode ser atribuído à elevada afinidade do glicerol pelo amido que
promove a difusão destas moléculas. Por ser uma molécula hidrofílica, o glicerol
pode facilmente se alojar entre as moléculas de amido formando ligações de
hidrogênio com grupos hidroxila da amilose e amilopectina (LAOHAKUNJIT e
NOOMHORM, 2004). Yan et al. (2012) relataram que o processo de extrusão
também pode ocasionar um certo grau de despolimerização e quebra de ligações
de hidrogênio no amido, com consequente facilidade para absorção de água.
A PVA em filmes de blendas de TPS/IPS diminuiu com o aumento da
substituição do amido de milho por IPS (Tabela 5). Porém, os filmes não
apresentaram diferença significativa acima de 20% de substituição de amido de
milho por IPS. O IPS é um polímero hidrofílico que possui grupos hidroxílicos,
assim, a água poderia facilmente permear o filme (WANG et al., 2009).
Entretanto, possivelmente, devido a fase cristalina, formada na matriz polimérica
conforme difratogramas de raios X, a passagem de vapor de água torna-se
limitada. A permeação de vapor de água e gases ocorre nas regiões amorfas dos
polímeros, em espaços vazios enquanto que nas áreas cristalinas ocorre uma
redução da passagem de vapor de água (SARANTÓPOULOS et al., 2002).
Além disso, a PVA está relacionada a fatores como estrutura do filme,
89

quantidade de material hidrofílico/hidrofóbico, mobilidade da cadeia polimérica


devido à presença de plastificantes e relação entre regiões amorfas e cristalinas
(GARCIA, MARTINO e ZARITZKY, 2000). Outro fator responsável pela
diminuição da PVA pode estar relacionado com a desnaturação de proteínas
acima de 50°C. Como as proteínas do soro de leite desnaturam, elas tornam-se
agregadas e insolúveis (ONWULATA et al., 2003). Alterações na estrutura
globular das proteínas ocorrem acima de 50 e 80 °C para α-lactoalbumina e β-
lactoglobulina, respectivamente (HONG e CREAMER, 2002).
Além da possível cristalinidade formada na matriz de TPS e formação
de agregados insolúveis de IPS, conforme difratogramas de raios X, a resistência
ao vapor de água das blendas de TPS/IPS aumentaram possivelmente devido à
presença de ácido cítrico na formulação dos filmes. Azevedo et al. (2015b)
estudaram a influência do ácido cítrico nas propriedades físicas de filmes de IPS
e relataram uma diminuição da PVA com a adição de 5% de ácido cítrico. Estes
autores relataram que na presença de ácido cítrico, a ligação de hidrogênio
formada com um grupo hidroxila e um grupo carboxílico aumenta a interação
inter/intramolecular entre aditivos presentes no filme. Este resultado corroborou
com as micrografias de MEV as quais indicaram uma forte adesão interfacial
entre a proteína e a matriz de TPS. Lopez et al. (2013) relataram uma redução da
PVA de 62% em blendas de amido de milho termoplástico com amido acetilado
e glicerol. Estes autores atribuíram este resultado ao caráter hidrofóbico do
amido acetilado.

3.6 Propriedades Ópticas

Atributos de cor são importantes pois estão diretamente relacionados


com a aceitação dos consumidores. As propriedades ópticas de transparência, a*,
b*, hue e chroma apresentaram diferença significativa (p <0,05) entre os filmes
90

com a substituição do amido de milho pelo soro de leite (Tabela 5). O parâmetro
luminosidade (L*) que varia do zero (cor preta) a 100 (cor branca), não
apresentou diferença significativa (p <0,05) entre os tratamentos variando de
85,17 a 88,75 indicando filmes mais claros próximos da cor branca.
Os filmes apresentaram diferença significativa (p<0,05) com redução da
transparência em relação ao filme TPS (Tabela 5). A transparência está
relacionada com a estrutura interna de filmes (SANCHEZ-GONZALEZ et al.,
2010a). A cristalinidade dos filmes conforme apresentada pelos difratogramas de
raios X possivelmente diminuiu a transmissão de luz através do filme reduzindo
assim a transparência. Brindle e Krochta (2008), relataram que filmes de IPS
com glicerol eram transparentes enquanto que blendas de
IPS/Hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) e glicerol tornaram-se translúcidas,
indicando algum grau de imiscibilidade entre IPS e HPMC.
O parâmetro (-a*) que corresponde a uma tendência ao verde apresentou
diferença significativa (p<0,05) e aumentou com a adição de IPS apenas para os
filmes TPS60/IPS40 e TPS50/IPS50. Os parâmetros hue, chroma e b* sofreram
influência significativa (p<0,05) com a substituição de amido por soro de leite.
O parâmetro (+b*) relacionado a cor amarela aumentou com a com a adição de
IPS para os filmes TPS70/IPS30; TPS60/IPS40 e TPS50/IPS50. Chroma é a
medida da saturação da cor (ZHONG, SONG e LI, 2011). Observou-se aumento
dos valores de chroma caracterizando-se por filmes com alta intensidade de cor.
O parâmetro Hue é o valor em graus e refere-se a tonalidade de cor no diagrama
tridimensional de cores: chroma +a* 0º (vermelho),+b* 90º (amarelo), -a* 180º
(verde) e –b* 270º (azul). Embora o amarelo e o vermelho sejam duas
tonalidades totalmente diferentes, a mistura do amarelo com vermelho resulta na
cor laranja (amarelo-vermelho), a mistura de amarelo e verde resulta em
amarelo-verde, o azul misturado com verde resulta em azul-verde, e assim por
diante (SENSING, 2007). Observou-se um aumento de hue apenas para os
91

filmes TPS70/IPS30; TPS60/IPS40 e TPS50/IPS50. Assim, pode-se estimar a


posição das blendas de filmes de TPS/IPS em uma tonalidade amarelo-
esverdeado dentro do sólido de cor (Cielab). Silva et al. (2007) relataram que a
cor dos filmes pode ser influenciada pela fonte de amido. Filmes de amido de
mandioca apresentaram maior diferença de cor quando comparado a filmes de
amido de milho e batata. Durante o processo de gelatinização do amido ocorrem
mudanças na coloração devido à perda de estrutura e cristalinidade dos grânulos
de amido, tornando o gel uma estrutura com certa opacidade (GUERRERO et
al., 2012). Filmes à base de amido de milho termoplástico (TPS) e
quitosana/quitina foram obtidos por termo compressão e apresentaram coloração
amarelada. Estes autores relataram que a temperatura de processamento
promoveu reações químicas como reação de Maillard relacionado ao
escurecimento não enzimático (LOPEZ et al., 2014).

4 CONCLUSÃO

Com base nos difratogramas de raios X e microscopia eletrônica de


varredura, os grânulos de amido nativo foram completamente desestruturados
durante a extrusão com filmes homogêneos e forte adesão entre a matriz de TPS
e proteínas do soro de leite. Todos os filmes apresentaram redução da PVA não
sendo significativo em concentrações acima de 20% de IPS em relação ao filme
TPS. O filme TPS70/IPS30 apresentou-se mais resistente, menos flexível e com
baixo alongamento quando comparado ao filme TPS. A adição de IPS na matriz
de TPS tornou os filmes mais estáveis à decomposição térmica e provocou
alterações das propriedades ópticas com filmes de tonalidade amarelo
esverdeado e redução da transparência em relação ao filme TPS. Assim, a
extrusão de blendas de polímeros biodegradáveis é um importante passo para o
92

desenvolvimento de filmes para a utilização em embalagens, sendo o filme


TPS70/IPS30 o mais indicado para continuação de trabalhos futuros.

AGRADECIMENTOS

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico


(CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(FAPEMIG) e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) pelo suporte
financeiro. SISNANO (Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia) e
LNNA (Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio, Embrapa
Instrumentação), Hilmar Ingredients, pela doação do isolado proteico de soro de
leite.

REFERÊNCIAS

ADHIKARI, B. et al. Effect of addition of proteins on the production of


amorphous sucrose powder through spray drying. Journal of Food
Engineering, v. 94, n. 2, p. 144-153, 2009.

ALVES, V. D. et al. Effect of glycerol and amylose enrichment on cassava


starch film properties. Journal of Food Engineering, v. 78, n. 3, p. 941-946,
2007.

ANGELLIER, H. et al. Thermoplastic starch-waxy maize starch nanocrystals


nanocomposites. Biomacromolecules, v. 7, n. 2, p. 531-539, 2006.

ASTM. Standard practice for conditioning plastics for testing, D618-00.


Philadephia,PA: 4 p. 2000a.

______. Standard test method for water vapor transmission of materials,


E96-00. Philadelphia,PA: 9 p. 2000b.
93

______. Standard Test Method for Tensile Properties of Thin Plastic


Sheeting, D882-02. Philadelphia,PA: 10 p. 2002.

______. Standard test method for transition temperatures of polymers by


differential scanning calorimetry, D3418-03. Philadelphia,PA: 7 p. 2003a.

AVEROUS, L.; BOQUILLON, N. Biocomposites based on plasticized starch:


thermal and mechanical behaviours. Carbohydrate Polymers, v. 56, n. 2, p.
111-122, 2004.

AYDıN, A. A.; ILBERG, V. Effect of different polyol-based plasticizers on


thermal properties of polyvinyl alcohol: starch blends. Carbohydrate polymers,
v. 136, p. 441-448, 2016.

AZEVEDO, V. M. et al. Development of whey protein isolate bio-


nanocomposites: Effect of montmorillonite and citric acid on structural, thermal,
morphological and mechanical properties. Food Hydrocolloids, v. 48, p. 179-
188, 2015a.

AZEVEDO, V. M. et al. Whey protein isolate biodegradable films: Influence of


the citric acid and montmorillonite clay nanoparticles on the physical properties.
Food Hydrocolloids, v. 43, p. 252-258, 2015b.

BASTOS, D. C. et al. Hydrophobic corn starch thermoplastic films produced by


plasma treatment. Ultramicroscopy, v. 109, n. 8, p. 1089-1093, 2009.

BERTUZZI, M. et al. Water vapor permeability of edible starch based films.


Journal of food engineering, v. 80, n. 3, p. 972-978, 2007.

BRINDLE, L.; KROCHTA, J. Physical properties of whey protein–


hydroxypropylmethylcellulose blend edible films. Journal of Food Science, v.
73, n. 9, p. E446-E454, 2008.

CANEVAROLO JR, S. V. Técnicas de caracterização de polímeros. 2004.


448p

CARMONA, V. B. et al. Properties of a Biodegradable Ternary Blend of


Thermoplastic Starch (TPS), Poly (ε-Caprolactone)(PCL) and Poly (Lactic
Acid)(PLA). Journal of Polymers and the Environment, v. 23, n. 1, p. 83-89,
2015.
94

CARMONA, V. B. et al. Kinetics of thermal degradation applied to


biocomposites with TPS, PCL and sisal fibers by non-isothermal procedures.
Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, v. 115, n. 1, p. 153-160, 2014.

CHEN, C.-H.; LAI, L.-S. Mechanical and water vapor barrier properties of
tapioca starch/decolorized hsian-tsao leaf gum films in the presence of
plasticizer. Food Hydrocolloids, v. 22, n. 8, p. 1584-1595, 2008.

CHEN, X. et al. Thermoplastic starch modified with polyurethane


microparticles: Effects of hydrophilicity of polyurethane prepolymer. Starch‐
Stärke, v. 64, n. 4, p. 255-262, 2012.

CHENG, M. et al. Study on physical properties and nerve cell affinity of


composite films from chitosan and gelatin solutions. Biomaterials, v. 24, n. 17,
p. 2871-2880, 2003.

COUPLAND, J. N. et al. Modeling the effect of glycerol on the moisture


sorption behavior of whey protein edible films. Journal of food engineering, v.
43, n. 1, p. 25-30, 2000.

CURVELO, A.; DE CARVALHO, A.; AGNELLI, J. Thermoplastic starch–


cellulosic fibers composites: preliminary results. Carbohydrate Polymers, v.
45, n. 2, p. 183-188, 2001.

DANG, K. M.; YOKSAN, R. Development of thermoplastic starch blown film


by incorporating plasticized chitosan. Carbohydrate polymers, v. 115, p. 575-
581, 2015.

DE CAMPOS, A. et al. TPS/PCL composite reinforced with treated sisal fibers:


property, biodegradation and water-absorption. Journal of Polymers and the
Environment, v. 21, n. 1, p. 1-7, 2013.

DE GRAAF, R. A.; KARMAN, A. P.; JANSSEN, L. P. Material properties and


glass transition temperatures of different thermoplastic starches after extrusion
processing. Starch‐Stärke, v. 55, n. 2, p. 80-86, 2003.

FAJARDO, P. et al. Evaluation of a chitosan-based edible film as carrier of


natamycin to improve the storability of Saloio cheese. Journal of Food
Engineering, v. 101, n. 4, p. 349-356, 2010.

FERREIRA, C. O. et al. Characterization of chitosan–whey protein films at acid


pH. Food Research International, v. 42, n. 7, p. 807-813, 2009.
95

FORSSELL, P. et al. Oxygen permeability of amylose and amylopectin films.


Carbohydrate polymers, v. 47, n. 2, p. 125-129, 2002.

GARCÍA, L. et al. Glass transition temperatures of cassava starch–whey protein


concentrate systems at low and intermediate water content. Carbohydrate
Polymers, v. 87, n. 2, p. 1375-1382, 2012.

GARCIA, M.; MARTINO, M.; ZARITZKY, N. Lipid addition to improve


barrier properties of edible starch-based films and coatings. JOURNAL OF
FOOD SCIENCE-CHICAGO-, v. 65, n. 6, p. 941-947, 2000.

GHOSH, A. et al. Structure–function characteristics of the biomaterials based


on milk-derived proteins. International journal of biological macromolecules,
v. 46, n. 4, p. 404-411, 2010.

GROSS, R. A.; KALRA, B. Biodegradable polymers for the environment.


Science, v. 297, n. 5582, p. 803-807, 2002.

GUERRERO, P. et al. Extrusion of soy protein with gelatin and sugars at low
moisture content. Journal of Food Engineering, v. 110, n. 1, p. 53-59, 2012.

HAIDER, S.; PARK, S.-Y.; LEE, S.-H. Preparation, swelling and electro-
mechano-chemical behaviors of a gelatin–chitosan blend membrane. Soft
Matter, v. 4, n. 3, p. 485-492, 2008.

HAVEA, P.; SINGH, H.; CREAMER, L. K. Characterization of heat-induced


aggregates of β-lactoglobulin, α-lactalbumin and bovine serum albumin in a
whey protein concentrate environment. Journal of Dairy Research, v. 68, n.
03, p. 483-497, 2001.

HERNANDEZ‐IZQUIERDO, V. et al. Thermal Transitions and Extrusion of


Glycerol‐Plasticized Whey Protein Mixtures. Journal of Food Science, v. 73, n.
4, p. E169-E175, 2008a.

HERRERA BRANDELERO, R. P.; VICTORIA EIRAS GROSSMANN, M.;


YAMASHITA, F. Effect of the method of production of the blends on
mechanical and structural properties of biodegradable starch films produced by
blown extrusion. Carbohydrate polymers, v. 86, n. 3, p. 1344-1350, 2011.
96

HONG, S. I.; KROCHTA, J. Oxygen barrier properties of whey protein isolate


coatings on polypropylene films. Journal of Food Science, v. 68, n. 1, p. 224-
228, 2003.

HONG, Y.-H.; CREAMER, L. K. Changed protein structures of bovine β-


lactoglobulin B and α-lactalbumin as a consequence of heat treatment.
International Dairy Journal, v. 12, n. 4, p. 345-359, 2002.

KIM, H.-Y. et al. Effect of ultrasonic treatments on nanoparticle preparation of


acid-hydrolyzed waxy maize starch. Carbohydrate polymers, v. 93, n. 2, p.
582-588, 2013.

LAOHAKUNJIT, N.; NOOMHORM, A. Effect of plasticizers on mechanical


and barrier properties of rice starch film. Starch‐Stärke, v. 56, n. 8, p. 348-356,
2004.

LAVORGNA, M. et al. Study of the combined effect of both clay and glycerol
plasticizer on the properties of chitosan films. Carbohydrate Polymers, v. 82,
n. 2, p. 291-298, 2010.

LEUANGSUKRERK, M. et al. Properties of konjac glucomannan–whey


protein isolate blend films. LWT-Food Science and Technology, v. 59, n. 1, p.
94-100, 2014.

LIU, Z.; HAN, J. Film‐forming Characteristics of Starches. Journal of food


science, v. 70, n. 1, p. E31-E36, 2005.

LOPEZ, O. et al. Thermo-compression of biodegradable thermoplastic corn


starch films containing chitin and chitosan. LWT-Food Science and
Technology, v. 57, n. 1, p. 106-115, 2014.

LÓPEZ, O. V. et al. Acetylated and native corn starch blend films produced by
blown extrusion. Journal of Food Engineering, v. 116, n. 2, p. 286-297, 2013.

MA, X. et al. Properties of biodegradable citric acid-modified granular


starch/thermoplastic pea starch composites. Carbohydrate Polymers, v. 75, n.
1, p. 1-8, 2009.

MA, X.; YU, J.; MA, Y. Urea and formamide as a mixed plasticizer for
thermoplastic wheat flour. Carbohydrate polymers, v. 60, n. 1, p. 111-116,
2005.
97

MAGALHÃES, N.; ANDRADE, C. Thermoplastic corn starch/clay hybrids:


Effect of clay type and content on physical properties. Carbohydrate Polymers,
v. 75, n. 4, p. 712-718, 2009.

MALI, S.; GROSSMANN, M. V. E. Effects of yam starch films on storability


and quality of fresh strawberries (Fragaria ananassa). Journal of Agricultural
and Food Chemistry, v. 51, n. 24, p. 7005-7011, 2003.

MARIANI, P. et al. Effect of soy protein isolate on the thermal, mechanical and
morphological properties of poly (ɛ-caprolactone) and corn starch blends.
Polymer testing, v. 28, n. 8, p. 824-829, 2009.

MARTÍNEZ-CAMACHO, A. et al. Chitosan composite films: Thermal,


structural, mechanical and antifungal properties. Carbohydrate Polymers, v.
82, n. 2, p. 305-315, 2010.

MATVEEV, Y. I.; GRINBERG, V. Y.; TOLSTOGUZOV, V. The plasticizing


effect of water on proteins, polysaccharides and their mixtures. Glassy state of
biopolymers, food and seeds. Food Hydrocolloids, v. 14, n. 5, p. 425-437, 2000.

MCHUGH, T. H. K., JOHN M. Sorbital versus glycerol-plasticized edible films:


integrated oxygen permeability and tensile property evaluation. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 42, n. 4, p. 841-5, 1994a.

MENDES, J. et al. Biodegradable polymer blends based on corn starch and


thermoplastic chitosan processed by extrusion. Carbohydrate polymers, v. 137,
p. 452-458, 2016.

NIJDAM, J. et al. An X-ray diffraction analysis of crystallised whey and whey-


permeate powders. Carbohydrate research, v. 342, n. 16, p. 2354-2364, 2007.

ONWULATA, C. et al. Functionality of extrusion—texturized whey proteins.


Journal of dairy science, v. 86, n. 11, p. 3775-3782, 2003.

ORTEGA-TORO, R. et al. Effect of the incorporation of surfactants on the


physical properties of corn starch films. Food Hydrocolloids, v. 38, p. 66-75,
2014.

PARK, S. I.; ZHAO, Y. Y. Incorporation of a high concentration of mineral or


vitamin into chitosan-based films. Journal of Agricultural and Food
Chemistry, v. 52, n. 7, p. 1933-1939, 2004.
98

PELISSARI, F. M. et al. Antimicrobial, mechanical, and barrier properties of


cassava starch− chitosan films incorporated with oregano essential oil. Journal
of Agricultural and Food Chemistry, v. 57, n. 16, p. 7499-7504, 2009.

PEREDA, M.; ARANGUREN, M. I.; MARCOVICH, N. E. Characterization of


chitosan/caseinate films. Journal of Applied Polymer Science, v. 107, n. 2, p.
1080-1090, 2008.

PROMMAKOOL, A. et al. Whey protein–okra polysaccharide fraction blend


edible films: tensile properties, water vapor permeability and oxygen
permeability. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 91, n. 2, p.
362-369, 2011.

RAMOS, Ó. L. et al. Edible films and coatings from whey proteins: a review on
formulation, and on mechanical and bioactive properties. Critical reviews in
food science and nutrition, v. 52, n. 6, p. 533-552, 2012.

RAQUEZ, J.-M. et al. Maleated thermoplastic starch by reactive extrusion.


Carbohydrate Polymers, v. 74, n. 2, p. 159-169, 2008.

REDL, A. et al. Rheological properties of gluten plasticized with glycerol:


dependence on temperature, glycerol content and mixing conditions. Rheologica
acta, v. 38, n. 4, p. 311-320, 1999.

ROUILLY, A. et al. DSC study on the thermal properties of sunflower proteins


according to their water content. Polymer, v. 42, n. 26, p. 10111-10117, 2001.

SANCHEZ-GONZALEZ, L. et al. Physical properties of edible chitosan films


containing bergamot essential oil and their inhibitory action on Penicillium
italicum. Carbohydrate Polymers, v. 82, n. 2, p. 277-283, 2010a.

SARANTÓPOULOS, C. I. et al. Embalagens plásticas flexíveis: principais


polímeros e avaliação de propriedades. CETEA/ITAL, 2002.

SCHMID, M. et al. Properties of whey-protein-coated films and laminates as


novel recyclable food packaging materials with excellent barrier properties.
International Journal of Polymer Science, v. 2012, 2012.

SENSING, K. M. Precise color communication: color control from


perception to instrumentation. Konica Minolta Sensing, Incorporated, 2007.
99

SHAH, P. B.; BANDOPADHYAY, S.; BELLARE, J. R. Environmentally


degradable starch filled low density polyethylene. Polymer Degradation and
Stability, v. 47, n. 2, p. 165-173, 1995.

SHAMEKH, S. et al. Film formation properties of potato starch hydrolysates.


Starch‐Stärke, v. 54, n. 1, p. 20-24, 2002.

SHARMA, S.; LUZINOV, I. Whey based binary bioplastics. Journal of Food


Engineering, v. 119, n. 3, p. 404-410, 2013.

SHAW, N. et al. Physical properties of WPI films plasticized with glycerol,


xylitol, or sorbitol. Journal of Food Science, v. 67, n. 1, p. 164-167, 2002.

SHI, R. et al. The effect of citric acid on the structural properties and
cytotoxicity of the polyvinyl alcohol/starch films when molding at high
temperature. Carbohydrate Polymers, v. 74, n. 4, p. 763-770, 2008.

SILVA, W. A. D. et al. Determinação da cor, imagem superficial topográfica e


ângulo de contato de biofilmes de diferentes fontes de amido. Ciênc.
agrotec.,(Impr.), v. 31, n. 1, p. 154-163, 2007.

ŠIMKOVIC, I. Unexplored possibilities of all-polysaccharide composites.


Carbohydrate polymers, v. 95, n. 2, p. 697-715, 2013.
SPSS STATISTICS 17.0: user´s guide. Chicago, 2007.

SUN, Q.; SUN, C.; XIONG, L. Mechanical, barrier and morphological


properties of pea starch and peanut protein isolate blend films. Carbohydrate
polymers, v. 98, n. 1, p. 630-637, 2013.

TADMOR, Z.; GOGOS, C. G. Principles of polymer processing. John Wiley


& Sons, 2013.

TEIXEIRA, E. et al. The effect of glycerol/sugar/water and sugar/water


mixtures on the plasticization of thermoplastic cassava starch. Carbohydrate
Polymers, v. 69, n. 4, p. 619-624, 2007.

TEIXEIRA, E. D. M. et al. Thermoplastic corn starch reinforced with cotton


cellulose nanofibers. Journal of applied polymer science, v. 120, n. 4, p. 2428-
2433, 2011.
100

WANG, N. et al. Effect of citric acid and processing on the performance of


thermoplastic starch/montmorillonite nanocomposites. Carbohydrate
Polymers, v. 76, n. 1, p. 68-73, 2009.

WANG, Y.; CHANG, C.; ZHANG, L. Effects of freezing/thawing cycles and


cellulose nanowhiskers on structure and properties of biocompatible starch/PVA
sponges. Macromolecular Materials and Engineering, v. 295, n. 2, p. 137-
145, 2010.

YAN, Q. et al. Effects of extrusion and glycerol content on properties of


oxidized and acetylated corn starch-based films. Carbohydrate Polymers, v.
87, n. 1, p. 707-712, 2012.

ZHONG, Y.; SONG, X.; LI, Y. Antimicrobial, physical and mechanical


properties of kudzu starch–chitosan composite films as a function of acid solvent
types. Carbohydrate polymers, v. 84, n. 1, p. 335-342, 2011.

ZHOU, P.; LABUZA, T. P. Effect of water content on glass transition and


protein aggregation of whey protein powders during short-term storage. Food
Biophysics, v. 2, n. 2-3, p. 108-116, 2007.

ZULLO, R.; IANNACE, S. The effects of different starch sources and


plasticizers on film blowing of thermoplastic starch: Correlation among process,
elongational properties and macromolecular structure. Carbohydrate Polymers,
v. 77, n. 2, p. 376-383, 2009.
101

ARTIGO 2 - NANOCOMPÓSITOS ANTIOXIDANTES DE AMIDO


TERMOPLÁSTICO/ISOLADO PROTEICO DE SORO DE LEITE
INCORPORADO COM ÓLEO ESSENCIAL DE ALECRIM OBTIDOS
POR EXTRUSAO

(VERSÃO PRELIMINAR)
Artigo redigido conforme normas da revista Food Chemistry
102

RESUMO

A atividade antioxidante do óleo essencial de alecrim (OE) e o efeito da adição


de nanopartículas de argila montmorilonita sódica (MMT) em blendas de amido
de milho/isolado proteico de soro de leite (TPS/IPS) foram estudados neste
trabalho. A adição de óleo essencial de alecrim nos nanocompósitos apresentou
efeito antioxidante conforme análise de DPPH. Os difratogramas de raios X
mostraram dispersão/esfoliação da montmorilonita na matriz de amido de
milho/isolado proteico de soro de leite. Os nanocompósitos apresentaram
superfície rugosa com presença de porosidades devido a adição de óleo essencial
de alecrim conforme microscopia eletrônica de varredura. A análise
termogravimétrica revelou que a adição de montmorilonita e a combinação entre
montmorilonita e óleo essencial de alecrim aumentaram a estabilidade térmica
dos nanocompósitos. O módulo de elasticidade, resistência à tração e
alongamento diminuíram com a adição de óleo essencial tornando os filmes
menos rígidos (mais elástico), mais fracos e com menor capacidade de
estiramento devido a um possível efeito de plasticização. A adição de óleo
essencial provocou alterações das propriedades ópticas com nanocompósitos
opacos e coloração amarelo esverdeado.

Palavras-chave: Polímeros Biodegradáveis. Montmorilonita Sódica. Blendas.

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, existe um crescente aumento no interesse relacionado a


polímeros biodegradáveis devido a problemas associados com resíduos não
degradáveis derivados de polímeros sintéticos. Assim, pesquisas têm sido
desenvolvidas com materiais biodegradáveis para obter compósitos com
103

propriedades melhoradas (CANCHÉ-ESCAMILLA et al., 2011; CYRAS et al.,


2002). Diversos polímeros biodegradáveis já foram desenvolvidos e dentro desta
grande variedade de materiais, o amido apresenta-se como uma alternativa de
baixo custo para aplicações que exijam grande disponibilidade de matéria prima
e produção em larga escala.
O amido é um biopolímero presente em diversas plantas, como milho,
batata, trigo, arroz dentre outros. As propriedades químicas e físicas deste
material têm sido amplamente estudadas devido a sua capacidade de
transformação em materiais termoplásticos (TPS) por processos de extrusão,
moldagem por injeção e termo prensagem para produzir materiais densos ou
porosos (CARMONA et al., 2014; VELASQUEZ et al., 2015). No entanto, o
amido termoplástico (TPS) apresenta reduzida propriedade mecânica e alta
sensibilidade à umidade. Assim, para competir com plásticos não biodegradáveis
é necessária a mistura do amido com outros materiais a fim de obter melhores
propriedades (CANCHÉ-ESCAMILLA et al., 2011; MANO, KONIAROVA e
REIS, 2003; RAHMAN et al., 2010; SHUJUN, JIUGAO e JINGLIN, 2006).
A extrusão termoplástica de proteínas do soro de leite estende sua
capacidade para aplicações em diversos materiais e aumenta seu potencial
comercial devido a eficiência, rapidez e continuidade do processo
(JANJARASSKUL et al., 2014; RAUCH, 2008). O isolado proteico de soro de
leite é um material biodegradável, com pelo menos 90% de proteínas sendo
obtido através de troca iônica e subsequente ultrafiltração ou microfiltração para
separação das proteínas do soro de leite (HORTON, 1998; KOKOSZKA et al.,
2010a). Embora apresente boa resistência mecânica e excelente barreira ao
oxigênio, aroma e óleos em condições de baixa umidade relativa, materiais
obtidos a partir do isolado proteico de soro de leite apresentam propriedades de
barreira à umidade inferior aos polímeros sintéticos. Assim, devido a sua
natureza hidrofílica suas propriedades de barreira podem ser melhoradas pela
104

incorporação de substâncias hidrofóbicas, como lipídeos a fim de permitir


aplicações comerciais (JANJARASSKUL et al., 2014; KIM e USTUNOL, 2001;
KOKOSZKA et al., 2010b).
Óleos essenciais extraídos de plantas e especiarias exibem propriedades
antimicrobianas e antioxidantes e não oferecem riscos a saúde humana (VIUDA-
MARTOS et al., 2010). Devido a sua natureza lipídica, espera-se que os óleos
essenciais auxiliem na redução da permeabilidade ao vapor de água de
polímeros hidrofílicos além de promoverem efeitos significativos na melhoria de
outras propriedades como tração, ópticas e estruturais (ALVES-SILVA et al.,
2013; ATARÉS e CHIRALT, 2016). O alecrim (Rosmarinus officinais L.) é uma
planta aromática e seu óleo essencial e/ou extrato apresentam forte capacidade
antioxidante e antimicrobiana (BOUSBIA et al., 2009; TURASAN, SAHIN e
SUMNU, 2015). O óleo essencial de alecrim inclui constituintes fenólicos em
sua composição que envolve principalmente monoterpenos como 1,8-cineol
(majoritário), α-pineno, cânfora, canfeno, responsáveis por efeitos terapêuticos
como atividade antioxidante (BASER e BUCHBAUER, 2015; TURASAN,
SAHIN e SUMNU, 2015). Porém, seu efeito antioxidante é atribuído a três
tipos de fenólicos diterpenos: ácido carnósico (majoritário), carnosol e rosmanol
(FRANKEL et al., 1996; THORSEN e HILDEBRANDT, 2003; YANG et al.,
2016).
As propriedades de desempenho do amido e do soro de leite também
podem ser melhoradas pela incorporação de nanopartículas como materiais de
reforço para obtenção de nanocompósitos (AZEVEDO et al., 2015;
MAJDZADEH-ARDAKANI, NAVARCHIAN e SADEGHI, 2010; MÜLLER,
LAURINDO e YAMASHITA, 2009; 2012). Nanocompósitos são materiais
poliméricos preenchidos com partículas dispersas com pelo menos uma
dimensão na escala nanométrica chamadas nanopartículas. As mais utilizadas
incluem nanopartículas de argila, nanopartículas de sílica, nanotubos de carbono,
105

nanowhiskers de celulose e grafeno. Entre essas nanopartículas, a argila


montmorilonita tem sido alvo de pesquisas devido à sua disponibilidade, baixo
custo e significativo aumento das propriedades mecânicas e de barreira
(CHAUDHARY et al., 2008; CHUNG et al., 2010; MÜLLER, LAURINDO e
YAMASHITA, 2012; PANDEY et al., 2005). Porém, alterações nas
propriedades dos nanocompósitos estão associadas com a dispersão das
nanopartículas na matriz polimérica. Uma boa dispersão aumenta a área
interfacial entre nanopartículas e polímeros, resultando em melhoria das
propriedades (AZEREDO, 2009; CHUNG et al., 2010; MÜLLER, LAURINDO
e YAMASHITA, 2012). A interação entre silicatos em camadas da argila, e
cadeias de polímeros podem produzir dois tipos de nanocompósitos. O primeiro
está relacionado com uma estrutura intercalada que resulta da penetração das
cadeias do polímero na região interlamelar (entre lamelas) da argila, resultando
em uma estrutura ordenada de multicamadas com a alternância de camadas
inorgânicas e poliméricas a uma repetida distância de poucos nanômetros entre
eles. O segundo tipo é uma estrutura esfoliada no qual o polímero penetra
totalmente entre as lamelas de argila, com a dispersão e delaminação das
camadas de argila aleatoriamente na matriz do polímero (AZEREDO, 2009;
WEISS, TAKHISTOV e MCCLEMENTS, 2006). Nanocompósitos esfoliados
têm sido relatados como a melhor estrutura para promover propriedades
modificadas, devido à interação entre argila e polímero, porém nada tem sido
reportado sobre a incorporação de óleos essenciais.
Baseado neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade
antioxidante de óleo essencial de alecrim e o efeito da adição de nanopartículas
de argila montmorilonita sódica como reforço em blendas de amido de
milho/isolado proteico de soro de leite quanto às propriedades estruturais,
morfológicas, térmicas, ópticas e mecânicas.
106

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Material

Isolado proteico de soro de leite (IPS 9400), com 90% de proteína, foi
obtido pela Hilmar Ingredients (Hilmar, CA, USA). Amido de milho (Amidex
3001) com 70% de amilose e 30% de amilopectina pela Corn Products do Brasil
(Ingredion, Brasil). Glicerol pela Sigma Aldrich (Brasil), ácido esteárico e ácido
cítrico anidro granulado pela Cargill (Uberlândia, MG, Brasil). Argila
montmorilonita (Cloisite Na+) foi fornecida pela Southern Clay Products, Inc
(Gonzales, TX, USA). Óleo essencial de alecrim (R. officinalis) foi obtido pela
Ferquima (Vargem Grande Paulista, Brasil).

2.2 Desenvolvimento dos filmes

Blendas de amido de milho e isolado proteico de soro de leite (TPS/IPS)


foram obtidos a partir da mistura manual dos seguintes componentes: fase
sólida: 60% pp (sendo 42% pp amido de milho e 18%pp isolado proteico de soro
de leite) e fase líquida: 24% pp glicerol e 16% pp água. À mistura final ainda
foram adicionados 1% pp de ácido esteárico e 1% pp de ácido cítrico, os quais
agem como agente de fluxo e antioxidante, respectivamente. Esta mistura foi
processada em uma extrusora Coperion, modelo ZSK 18 (Coperion Ltda., São
Paulo, Brasil), com L/D = 40, dupla-rosca co-rotante, roscas com diâmetros de
18 mm com elementos de condução e mistura, com 7 zonas de aquecimento e 2
zonas de degasagem. A velocidade do parafuso foi de 300 rpm e o perfil de
temperatura foi 80, 80, 90, 90, 100, 110 e 110°C. Obtido os peletes destes
materiais, estes seguiram para o processamento em uma extrusora mono-rosca
107

(AX Plásticos, Ltda., São Paulo, Brasil) para obtenção de fitas. A velocidade do
parafuso foi de 15 rpm e o perfil de temperatura foi 80, 80 e 85°C nas três zonas
de aquecimento.
Nanopartículas de argila montmorilonita sódica (MMT) (1%pp) e óleo
essencial de alecrim (OE) (4 e 8%pp) foram adicionados às blendas de amido de
milho e isolado proteico de soro de leite (TPS/IPS). Inicialmente, MMT e óleo
essencial foram adicionados à fase líquida (glicerol e água) e submetidos a
homogeneizador Ultraturrax por 5 min/1200 rpm para homogeneização do óleo.
Em seguida, essa mistura foi submetida a homogeneizador ultrassônico (Sonifier
Cell Disruptor Branson - Model 450D, Manchester, UK) durante 15 min. com
potência de 80 W/25 °C. A fase líquida foi misturada com a fase sólida (TPS,
IPS, ácido cítrico e ácido esteárico) e então extrusadas conforme descrito
anteriormente para obtenção de fitas. A Tabela 1 apresenta a composição de
cada fita e o respectivo teor de cada componente (nanopartículas e óleo
essencial).

2.3 Delineamento Experimental

O experimento foi conduzido em um planejamento fatorial completo,


com os seguintes fatores e níveis: montmorilonita sódica (MMT) e óleo
essencial de alecrim (OE), sendo 0 e 1% e 0; 4 e 8%, respectivamente. Utilizou-
se um delineamento inteiramente casualizado com três repetições. Os filmes
desenvolvidos a partir da blenda de TPS/IPS foram codificados conforme Tabela
1.
108

Tabela 1. Delineamento experimental dos nanocompósitos desenvolvidos


Blendas MMT (g·100g-1 TPS/IPS) OE (g·100g-1 TPS/IPS)
TPS/IPS 0 0
MMT0OE4 0 4
MMT0OE8 0 8
MMT1OE0 1 0
MMT1OE4 1 4
MMT1OE8 1 8

2.4 Condicionamento dos filmes e espessura

Todas as fitas foram condicionadas em temperatura controlada, 23 ± 2°C


e umidade relativa 50 ± 5% UR por 48 h antes das análises, conforme método
D618-00 (ASTM, 2000). A espessura média das blendas foi medida por meio da
leitura em dez pontos distintos, tomados aleatoriamente em cada corpo de prova,
utilizando micrômetro digital Mitutoyo (precisão 0,01 mm; Mitutoyo Sul
Americana, Suzano, SP, Brasil).

2.5 Difração de Raios X (DRX)

As análises de difração de raios X das nanopartículas de argila


montmorilonita sódica (MMT) e das blendas foram obtidas em equipamento
Shimadzu XRD-6000 (Shimadzu, Tokyo, Japão) equipado com radiação de filtro de
Cu-kα1 (λ = 1,5406 Å). As amostras foram colocadas em suporte de alumínio e
analisadas com um passo de 0,02º s-1, 2θ de 4°- 40°, velocidade 1° min-1 e 30 kV, 30
mA. O espaçamento basal (d) foi calculado pela equação de Bragg, (Equação 1):

⁄ (1)
109

Onde: λ corresponde ao comprimento de onda utilizado (λ = 1,5406 Å) e θ


(Theta) é o ângulo onde se detecta o pico no difratograma.

2.6 Microscopia Eletrônica de Varedura (MEV)

A morfologia das blendas foi realizada em microscópio eletrônico de


varredura JSM 6510 JEOL (Peabody, Massachusetts, USA) com voltagem de
aceleração de 10 kV. Foram obtidas imagens de superfície do amido de milho,
IPS e MMT em pó e fratura criogênica do material extrusado. As blendas
fraturadas foram colocadas em ―stubs‖ com fita de carbono, revestidos em ouro,
sob vácuo por 90 segundos (metalização) e fotomicrografados.

2.7 Termogravimetria (TG)

A estabilidade térmica dos componentes em pó, do óleo e das blendas


foi avaliada por termogravimetria em equipamento TGA Q500, (TA
Instruments, New Castle, USA). As análises foram realizadas sob atmosfera de
ar sintético a uma taxa de fluxo de 40 mL.min-1, com aquecimento da
temperatura ambiente a 700 ºC com uma razão de aquecimento de 10 ºC.min-1

2.8 Propriedades Mecânicas

As propriedades de tração dos filmes, resistência à tração (ζ max),


alongamento na ruptura (Ɛ) e o módulo de elasticidade (ME), foram medidos
conforme método D638-08 (ASTM, 2008), em EMIC DL3000 Máquina de
Testes Universais (EMIC Equipamentos e Sistemas de Ensaio LTDA, Brasil)
com célula de carga de 500N (50 Kgf). Os corpos de prova foram cortados com
dimensões 25 mm × 115 mm e a separação inicial entre as garras foi de 80 mm
110

com velocidade de 50 mm.min-1. Foram testados cinco corpos de prova para


cada corpo de prova em três repetições.

2.9 Propriedades Ópticas

A cor das blendas foi medida em equipamento Konica Minolta CR-400


(Osaka, Japão) e sistema CIE (L*, a*, b*) com uma fonte de luz D65, ângulo
observador de 10º e modo reflectância. Os parâmetros analisados foram: (L*, a*,
b*), índice de saturação chroma e ângulo hue. Os resultados foram expressos
como a média de dez leituras em três repetições. A transparência das blendas foi
determinada medindo a porcentagem de transmitância (%T) a 600 nm com
espectrofotômetro UV/VIS 1601PC (Shimadzu, Tokyo, Japão) conforme
método D1746-03 (ASTM, 2003). A transparência (T600) foi calculada pela
equação 2:

(2)

Onde δ é a espessura da blenda (mm). As medições de cor foram realizadas,


mantendo a sonda em contato direto com as blendas contra um fundo branco.

2.10 Atividade Antioxidante total pela captura do radical livre (DPPH)

Para avaliar a atividade antioxidante das blendas foi utilizada a técnica


DPPH (2,2–difenil-1–picril –hidrazil) conforme (BYUN, KIM e WHITESIDE,
2010) com algumas modificações. Blendas (5 g) foram cortadas em pequenos
pedaços e misturado com 5 mL de metanol 80%. A mistura foi agitada em
vortex durante 3 min. e mantida em repouso durante três horas à temperatura
ambiente. Em seguida, o material foi armazenado por 5 dias sob refrigeração.
Em seguida, foi novamente agitada em agitador de tubos por 3 min e
111

centrifugada a 10000 x g durante 10 min. O sobrenadante obtido foi analisado


quanto à atividade antioxidante pelo captura do radical DPPH. Uma alíquota do
extrato de metanol (0,5 mL) foi misturado com 3,5 mL de 0,1 m.mol L-1 DPPH
em metanol 80%. A mistura foi vigorosamente agitada em agitador de tubos
durante 1 minuto e deixada em repouso à temperatura ambiente no escuro
durante 30 min. A absorvância foi medida a 517 nm utilizando um
espectrofotômetro UV/VIS 1601PC (Shimadzu, Tokyo, Japão). O equipamento
foi zerado com metanol 80% e o controle foi preparado com adição de 3,5 mL
de DPPH com 0,5 mL de metanol 80 %. Atividade antioxidante total (AAT) foi
calculada a partir da seguinte equação 3:

( ( )) (3)

2.11 Análise Estatística

Os resultados das propriedades mecânicas, ópticas e atividade


antioxidante total pela captura do radical livre (DPPH) foram avaliados
utilizando-se análise de variância (ANOVA), com nível de 5% de significância
utilizando-se o software SPSS Estatístics 17 (SPSS STATISTICS, 2007).
Difração de raios X (DRX), microscopia eletrônica de varredura (MEV), análise
termogravimétrica (TG) e calorimetria diferencial de varredura (DSC) foram
submetidos à análise descritiva.
112

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Difração de Raios X (DRX)

O angulo de difração de raios X é um método para determinar a altura das


plaquetas de argila (espaçamento basal, d-spacing). Durante a intercalação, a
inserção do polímero entre as galerias organofílicas da argila forçam as
plaquetas a aumentar o espaçamento d, resultando em um desvio do pico de
difração para ângulos inferiores (ABDOLLAHI, REZAEI e FARZI, 2012).
O padrão de raios X da argila MMT hidrofílica (Cloisite Na +) é
apresentado na Figura 1a. A argila mostrou um pico principal em 2θ=7,4° que
corresponde a um espaçamento entre as lamelas de d001= 11,96 Åe outros dois
picos em 2θ=19,8° (d=4,49 Ǻ) e 2θ=28,4° (d=3,15 Ǻ). Resultados semelhantes
foram reportados na literatura com valores d001=12,4 Ǻ; d001=12,97Ǻ;
d001=11,93Ǻ; d001=12,7Å(ABDOLLAHI, REZAEI e FARZI, 2012; AZEVEDO
et al., 2015; DIAS et al., 2014; MÜLLER, LAURINDO e YAMASHITA, 2012).
Os nanocompósitos MMT1OE0; MMT1O4 e MMT1OE8 apresentaram
ausência do pico em 2θ =7,4° (Figura 1c). Isto indica que as cadeias do polímero
de amido de milho e IPS entraram nas camadas de silicato formando
nanocompósitos possivelmente com completa esfoliação devido a metodologia
empregada neste trabalho. Em caso de desaparecimento do pico da MMTNa +, o
máximo de intercalação foi obtido, ou seja, obtém-se esfoliação do
nanocompósito (HEYDARI, ALEMZADEH e VOSSOUGHI, 2013). Lavorgna
et al. (2010) reportaram que com a adição de 1 e 3% em peso de MMT (Cloisite
Na+), o pico de difração desapareceu, indicando a formação de uma estrutura
esfoliada, que foi desordenada e não detectável pelo DRX.
O aumento da concentração de OE alterou a estrutura dos
nanocompósitos MMT0OE4; MMT0O8; MMT1OE4 e MMT1OE8 com um
113

alargamento dos picos de difração e consequente redução da altura (Figura


1b;1c). Este resultado pode ser atribuído a uma possível formação de estrutura
amorfa principalmente para os nanocompósitos MMT0OE8 e MMT1OE8
causado pela adição do óleo.
As principais estruturas cristalinas observadas para amido termoplástico
são do Tipo V e B (CANEVAROLO JR, 2004). A cristalização da amilose com
lipídios e/ou polióis é característico de estrutura cristalina do Tipo V com picos
em torno de 12,6°; 13,2°; 19,4° e 20,6°. A estrutura cristalina do Tipo B, com
pico em 2θ=16,8° está associada à recristalização da amilopectina na presença
de glicerol e em temperaturas acima de sua transição vítrea (CANEVAROLO
JR, 2004; TEIXEIRA et al., 2011).
A estrutura cristalina da blenda de TPS/IPS está fortemente associada ao
amido de milho termoplástico pois o isolado proteico de soro de leite é um
material amorfo (Figura 1b), conforme difratogramas de raios X.
Duas estruturas cristalinas podem ser observadas para a blenda de
TPS/IPS com picos aos redor de 2θ=13,4° (d=6,61 Ǻ) e 2θ=20,2° (d=4,39 Ǻ)
correspondente ao arranjo cristalino do Tipo Vh, devido a cristalização da
amilose (Figura 1b) e cristalinidade do Tipo B com um pico ao redor de
2θ=17,4° (d=5,10 Ǻ) associada à recristalização da amilopectina. Como
observado nas Figuras 1b e 1c, todos os nanocompósitos, exceto MMT1OE8 e
MMT0OE8 também apresentaram duas estruturas cristalinas correspondendo ao
Tipo B e Tipo Vh com picos ao redor de 2θ=13,4 (d=6,61 Ǻ); 2θ=18,5 (d=4,80
Ǻ) e 2θ=20,4 (d=4,36 Ǻ). Picos ao redor de 2θ=13,7°, 19,6° e 21,1° são
atribuídos aos cristais do Tipo-Vh devido ao processo de indução da
cristalinidade de uma simples molécula de amilose complexados com lipídios e
outras substâncias como o glicerol (CARMONA et al., 2014; MENDES et al.,
2016; TEIXEIRA et al., 2011), enquanto picos a 16,8°, 17,7° e 29,9° pertencem
a cristais do Tipo B, que podem ter sido formados durante o armazenamento
114

devido a recristalização da amilopectina (DANG e YOKSAN, 2015; TEIXEIRA


et al., 2011).

Figura 1. DRX de blendas de TPS/IPS/MMTNa +/OE . a) MMTNa+ em pó; b)


TPS/IPS;
MMT0OE4; MMT0OE8 c) MMT1OE0; MMT1OE4; MMT1OE8.
115

3.2 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

A Figura 2 representa as micrografias de superfície obtidas por MEV


dos grânulos de amido de milho, IPS e MMT-Na+. O tamanho médio dos
grânulos de amido de milho foi 10 µm (Figura 2a) com a presença de diversos
formatos e sua completa desestruturação e transformação para amido
termoplástico pode ser observada pelas micrografias das blendas de filmes de
TPS/IPS (Figura 3). Grânulos de amido possuem diferentes tamanhos e formas
derivadas de sua fonte biológica. Os grânulos de amido podem ser circular,
elíptico, oval ou poligonal (ACOSTA et al., 2006; CANCHÉ-ESCAMILLA et
al., 2011). As partículas de IPS (Figura 2b) apresentaram-se esféricas, com
superfícies lisas e tamanho médio entre 10 a 50 µm. Geralmente as
características morfológicas do IPS são atribuídas ao componente principal, β-
lactoglobulina, caracterizadas por largas partículas esféricas (GHOSH et al.,
2010; HAVEA, SINGH e CREAMER, 2001). Nanopartículas de argila
montmorilonita sódica apresentaram partículas irregulares com tamanho médio
de 5 e 50 µm (Figura 2c). Tunç e Duman (2010) em pesquisas sobre filmes de
metilcelulose e montmorilonita encontraram a mesma morfologia de partículas
com tamanho médio 15 µm. Abdollahi, Rezaei e Farzi (2014) encontraram
tamanho médio de partículas de MMT de 10 µm.
116

Figura 2. Micrografias de varredura de superfície (2000x). a) amido de milho; b) IPS; c)


MMT-Na+

As micrografias de fratura das blendas de TPS/IPS/MMT/OE são


apresentados na Figura 3. As estruturas granulares do amido de milho e do IPS,
foram completamente rompidas durante o processo de extrusão gerando uma
morfologia contínua e homogênea na blenda de TPS/IPS caracterizando um
material termoplástico (Figura 3a). Estes resultados são condizentes com os
difratogramas de raios X, no qual indicaram ausência de picos localizados em
torno de 2θ = 15°, 18° e 23°, que indicariam cristais do Tipo-A de grânulos de
117

amido nativo (KIM et al., 2013). As características do amido termoplástico são


diferentes do amido granular ou nativo. Quando o amido nativo é submetido à
pressão, cisalhamento, presença de plastificantes (água e/ou glicerol) e
temperaturas entre 90-180°C, o amido se transforma em um material fundido
denominado amido termoplástico (TPS) ou amido desestruturado ou amido
plastificado. Neste estado, as cadeias de amilose e amilopectina estão
intercaladas e a estrutura semicristalina original do grânulo é destruída
(AVÉROUS, 2004). Os grânulos de amido perdem sua estrutura granular na
presença de plastificantes, quando processadas sob calor e alta condições de
tensão de cisalhamento (CANCHÉ-ESCAMILLA et al., 2011).
A blenda MMT0OE4 (Figura 3b) apresentou superfície rugosa
possivelmente devido a uma separação de fases entre o óleo e a matriz de
TPS/IPS. Já a blenda MMT0OE8 (Figura 3c) apresentou superficie mais lisa
porém com a presença de muitos orifícios vazios e desuniformes. Isto pode ser
atribuído a presença do óleo essencial que pode resultar na volatilização de seus
componentes (GHASEMLOU et al., 2013) durante o processo de extrusão.
Embora todas as blendas com adição de óleo essencial tenham apresentado
superfícies semelhantes, a incorporação de OE em concentrações mais elevadas
induziu a mudanças notáveis na microestrutura das blendas tornando-as mais
rugosas, com presença de orifícios e rachaduras (Figura 3b; 3c; 3e; 3f).
O nanocompósito MMT1OE0 apresentou superficie menos rugosa e
partículas dispersas (Figura 3d). Isto sugere esfoliação da MMT na matriz de
TPS/IPS. Partículas brancas nas imagens de MEV correspondem a plaquetas de
MMT (KUMAR et al., 2010). Muller, Laurindo e Yamashita (2012) relataram
superfície homogênea, partículas dispersas e ausência de poros em
nanocompósitos de amido de mandioca e nanopartículas de argila MMT
(Cloisite Na+).Wang et al. (2009) relataram que a presença de fragmentos cinza
118

claro dispersos na matriz polimérica é atribuído a uma desestruturação das


plaquetas de argila.

Figura 3. a) TPS/IPS; b) MMT0OE4; c) MMT0OE8; d) MMT1OE0; e) MMT1OE4; f)


MMT1OE8

3.3 Termogravimetria – TG

O estudo sobre a degradação térmica de nanocompósitos biodegradáveis é


importante para entender sua estabilidade térmica para aplicações,
processamento e reciclagem térmica. As curvas de termogravimetria (TG) e
derivada termogravimétrica (DTG) dos componentes, amido de milho, IPS,
119

MMT, OE e nanocompósitos são apresentados nas Figuras 4 e 5,


respectivamente. A Figura 4d mostra que o óleo essencial de alecrim possui
baixa estabilidade térmica em relação aos demais componentes (amido de milho,
IPS, MMT) com inicio de degradação em 52,1°C e perda de massa
correspondente a 100% (Tabela 2). Isto pode ser atribuído a grande concentração
de compostos voláteis presente no óleo.
As curvas de TG e DTG (Figura 5) apresentaram três estágios de
degradação para os nanocompósitos, de 25-180°C, 180-370°C e 370-700°C,
respectivamente, devido à evaporação de água e compostos voláteis (AZEVEDO
et al., 2015; PELISSARI et al., 2009), degradação dos componentes presentes no
nanocompósito e finalmente, degradação oxidativa de resíduos formados no
estágio anterior (MENDES et al., 2016). Os nanocompósitos exibiram uma
perda semelhante no primeiro estágio de degradação até 180°C (Figura 5).

Figura 4. Curvas de TG e DTG. a) Amido de milho em pó; b) IPS em pó; c) MMTNa +


em pó; d) Óleo essencial de alecrim.
120

Figura 5. Curvas de TG e DTG de nanocompósitos de TPS/IPS/MMT/OE. a) TPS/IPS;


b) MMT0OE4; c) MMT0OE8; d) MMT1OE0; e) MMT1OE4; f) MMT1OE8.

Na Tabela 2 estão representados os parâmetros de estabilidade térmica


dos componentes (amido de milho, IPS, MMTNa +, OE) e dos nanocompósitos:
Ti (temperatura inicial de degradação); DTGmax (temperatura máxima de
degradação); Tf (temperatura final de degradação); %PM (porcentagem de perda
de massa na faixa de degradação); Res700 °C (porcentagem de resíduo a 700 °C).
121

Todos os nanocompósitos apresentaram dois valores de temperatura


durante o estágio de degradação (Tabela 2). Observou-se que a adição de óleo
essencial reduziu a T i e Tf de degradação em relação à presença ou ausência de
MMT (Tabela 2). Este resultado indica menor estabilidade térmica e pode ser
atribuído a um possível efeito de plasticização com consequente aumento da
mobilidade das cadeias provocado pelo OE. Abdollahi, Rezaei e Farzi (2012)
relataram efeito de plasticização em nanocompósitos de quitosana/MMT com a
incorporação de até 44% de óleo essencial de alecrim.
Para os nanocompósitos TPS/IPS, MMT0OE4 e MMT0OE8 a curva de
DTG apresentou uma reação secundária entre 500-600°C (Figura 5a, 5b, 5c)
sugerindo possivelmente a degradação de IPS, conforme Tabela 2. Para o
primeiro pico de DTGmáx, houve pequena variação de temperatura, sendo que a
combinação entre MMT e OE aumentou o segundo pico de DTGmáx, indicando
aumento da estabilidade térmica para degradação de IPS (Tabela 2).
Na Tabela 2, observou-se que a adição de 1% de MMT para MMT1OE0
aumentou a Ti e Tf em relação a blenda TPS/IPS, indicando um aumento da
estabilidade térmica dos nanocompósitos possivelmente devido a dispersão da
MMT na matriz de TPS/IPS. A literatura reporta que as lamelas de MMT
dispersas em nanoescala melhoram as propriedades térmicas do compósito (LEE
et al., 2006; NGUYEN et al., 2016). Além disso, observou-se redução na
porcentagem de perda de massa (% PM) para MMT1OE4; MMT1OE8 e aumento
do resíduo. O intervalo de variação da porcentagem de perda de massa (% PM) é um
indicativo de estabilidade térmica do material, quanto menor esse valor, mais estável
é o material a decomposição térmica (CANEVAROLO JR, 2004). O aumento da
estabilidade térmica de nanocompósitos de amido termoplástico extrusados com a
adição de MMTNa+ é devido à intercalação e esfoliação que promove um ―caminho
tortuoso‖ na matriz, dificultando a passagem de gases e líquidos (WANG et al.,
2009). Aouda, Mattoso e Longo (2011) estudaram o efeito do teor de MMT em
122

amido de milho termoplástico e relataram a presença de uma estrutura esfoliada com


1 e 2% de MMT e consequente aumento da estabilidade térmica.
Observou-se que o nanocompósito MMT1OE4 obteve a melhor
combinação entre MMT e OE, com aumento da temperatura de degradação e
baixa variação de perda de massa apresentando-se mais estável a decomposição
térmica (Tabela 2). Assim, a adição de baixas concentrações de MMT e óleo
essencial melhoram a estabilidade térmica de materiais.
Tabela 2 Propriedades térmicas obtidas por TG e DSC dos componentes em pó e dos nanocompósitos de TPS/IPS/MMT/OE
Ti* DTGmax Tf (%) PM Res700°C
(° C) (°C) (° C) (Ti -Tf) (%)
Amido de milho 285,2 307,3 541,9 84,6 0,7
IPS 250,6 / 401,2 285,1 / 512,8 360,7 / 540,6 89,7 1,8
OE 52,1 / 317,3 110,7 / 371,6 128,1 / 485,3 100 0
MMTNa+ 556,9 634,5 674,1 5,8 89,5
Nanocompósitos Ti* DTGmax Tf (%) PM Res700 °C
(g·100g-1 TPS/IPS) (° C) (°C) (° C) (Ti -Tf) (%)
TPS / IPS 230,05 / 477,46 316,02 / 510,2 390,1 / 595,5 84,1 0,40
MMT0OE4 228,21 / 462,02 316,6 / 508,7 384,6 / 594,7 82,2 0,16
MMT0OE8 215,56 / 465,63 317,7 / 496,7 379,5 / 594,3 83,1 0,10
MMT1OE0 233,61 / 473,89 318,4 / 541,5 395,9 / 586,8 81,6 0,76
MMT1OE4 231,20 / 456,03 317,2 / 520,7 389,1 / 558,9 80,9 1,61
MMT1OE8 217,47 / 466,12 310,6 / 534,7 384,5 / 569,8 80,6 1,69
*Ti (temperatura inicial de decomposição); DTGmax (temperatura de máxima velocidade de decomposição);
Tf (temperatura final de decomposição); PM (porcentagem de perda de massa na faixa de decomposição);
Res700 °C (porcentagem de resíduo a 700°).

123
124

3.4 Propriedades Mecânicas

Os parâmetros de tração mais estudados são módulo de elasticidade,


diretamente relacionado com a rigidez do material, a resistência à tração como
uma medida da resistência do material, e a percentagem de elongação na ruptura
ligada a capacidade de estiramento do material sobre a ruptura (ATARÉS e
CHIRALT, 2016; KROCHTA e MULDER-JOHNSTON, 1997). A espessura
dos nanocompósitos não apresentou diferença significativa p(<0,05) e variaram
entre 2,3 - 2,47 mm.
Apenas em relação ao módulo de elasticidade (ME), ocorreu influência
significativa em relação a adição de MMT e OE isoladamente (Tabela 3 e 4). Os
parâmetros de tração sofreram influência significativa apenas quanto ao teor de
óleo essencial de alecrim para resistência à tração (ζmax) e alongamento (%Ɛ)
(Tabela 4).
Com a adição de MMT nas blendas de TPS/IPS observou-se aumento de
14,9% para o ME e consequente redução da flexibilidade do material (Tabela 3).
Este aumento pode ser atribuído a dispersão das nanopartículas de MMT
conforme difratogramas de raios X e fortes interações na matriz de TPS/IPS com
menor movimento das cadeias poliméricas. Esse aumento do ME pode ser
atribuído ao reforço devido à elevada razão de aspecto e área de superfície das
camadas de silicato, a uma boa dispersão das camadas de argila na matriz de
IPS, e fortes interações entre eles (AZEVEDO et al., 2015). Aouada, Mattoso e
Longo (2011) relataram que o aumento das propriedades mecânicas (resistência
a tração e módulo de elasticidade) pode estar relacionado com a esfoliação da
MMT que aumenta a compatibilidade entre MMT e TPS.
125

Tabela 3 Módulo de elasticidade de nanocompósitos de TPS/IPS/MMT/OE.


Módulo de Elasticidade (ME)
Filmes
(MPa)
Com MMT 37,05 ± 1,92 a
Sem MMT 31,54 ± 2,19 b
* Médias observadas na coluna com mesma letra não diferem
estatisticamente (p<0,05)

Com o aumento da adição de OE, observou-se uma redução da ζmax, ME e


Ɛ (Tabela 4). Isto indica que a presença do óleo essencial na matriz de TPS/IPS
reduziu a força, rigidez e elasticidade dos nanocompósitos. Resultados
semelhantes foram obtidos por Janjarasskul et al. (2014) com a incorporação de
cera em filmes extrusados de IPS. Estes autores atribuíram essa redução ao fato
de que a fase de proteína possui maior ζmax, %Ɛ e ME do que a fase de cera e
que orientação da matriz de proteína causada pela força de cisalhamento no
processo de extrusão pode ter afetado as propriedades de tração. Abdollahi,
Rezaei e Farzi (2012) relataram que a resistência a tração de nanocompósitos de
quitosana/MMT e óleo essencial de alecrim aumentou, em baixas concentrações
de óleo. Estes autores relataram aumento da resistência a tração em
nanocompósitos com 5% de MMT e 0,5% de óleo essencial de alecrim e
aumento do alongamento atribuído a um possível efeito de plasticização do óleo
essencial.
A adição de materiais hidrofóbicos como lipídios em matrizes de
proteínas ou amido têm sido desenvolvidos com intuito de aumentar a barreira à
umidade. No entanto, a adição de materiais hidrofóbicos torna-se limitada
devido a formação de uma estrutura em bi-camada que possui tendência a rachar
e /ou delaminar afetando propriedades mecânicas (JANJARASSKUL et al.,
2014; KOKOSZKA et al., 2010a; MIN, JANJARASSKUL e KROCHTA, 2009;
MORILLON et al., 2002). O efeito da adição de lipídios nas propriedades de
tração para materiais obtidos a partir de proteínas depende das características
126

dos lipídios e sua capacidade para interagir com a matriz proteica (PIRES et al.,
2011).
Muitos trabalhos têm relatado uma redução da resistência a tração em
filmes de proteínas causado pela adição de lipídios ou óleos essenciais
(AHMAD et al., 2012; ALTIOK, ALTIOK e TIHMINLIOGLU, 2010;
JANJARASSKUL et al., 2014; PIRES et al., 2011; SHELLHAMMER e
KROCHTA, 1997; ZINOVIADOU, KOUTSOUMANIS e BILIADERIS, 2009).
Também foi observada uma redução da resistência a tração para filmes de
polissacarídeos pela adição de óleos essenciais (ABDOLLAHI, REZAEI e
FARZI, 2012; GHASEMLOU et al., 2013; PRANOTO, SALOKHE e
RAKSHIT, 2005; SÁNCHEZ-GONZÁLEZ et al., 2011; SHOJAEE-ALIABADI
et al., 2013; ZIVANOVIC, CHI e DRAUGHON, 2005). A incorporação de
lipídios induz a uma estrutura heterogênea que caracterizam descontinuidades na
matriz (ZINOVIADOU, KOUTSOUMANIS e BILIADERIS, 2009). Isto afeta
as propriedades de tração dependendo das características do lipídio adicionado.
A redução da força poderia ser principalmente explicada pela substituição
parcial de fortes interações entre polímero-polímero por fracas interações entre
polímero-óleo na matriz polimérica (SHOJAEE-ALIABADI et al., 2013). A
diminuição da resistência a tração pode ser acompanhada por um aumento ou
diminuição do alongamento, sendo que a proporção de óleo essencial utilizada
determina seu efeito sobre o alongamento na ruptura (ATARÉS e CHIRALT,
2016; PRANOTO, SALOKHE e RAKSHIT, 2005). Abdollahi, Rezaei e Farzi
(2012) relataram que baixas concentrações de óleo essencial de alecrim alteram
ligações de hidrogênio no interior do material e permite uma melhor interação
entre nanopartícula e matriz.
Os resultados de tração dos nanocompósitos podem ser correlacionados
com a morfologia de partícula (MEV) no qual mostra uma estrutura com
127

rachaduras e poros com a adição de óleo resultando em menor resistência a


tração em comparação com a blenda TPS/IPS.

3.5 Propriedades ópticas

As propriedades ópticas de transparência, luminosidade (L*), a*, b*, hue


e chroma sofreram interação significativa (p <0,05) dos fatores MMT e OE
(Tabela 5). A adição de MMT não apresentou diferença significativa em relação
a blenda TPS/IPS para o parâmetro L*. Já a adição de OE aumentou os valores
de L*com consequente redução da luminosidade indicando nanocompósitos
mais próximos da cor preta (Tabela 5). Esta redução é provavelmente devido ao
aumento na reflectância difusa provocada pela dispersão da luz nas gotículas de
lipídios que reduz tanto a intensidade da dispersão de luz quanto o índice de
brancura (GHASEMLOU et al., 2013).
O parâmetro (-a*) aumentou com a adição de OE e MMT e apresentou
uma tendência para valores negativos em relação a blenda TPS/IPS (Tabela 5).
Isto indica uma tendência a coloração verde. Os parâmetros hue, chroma, a* e
b* se correlacionam no espectro de cores. A combinação entre MMT e OE
aumentou os parâmetros (+b*) e chroma para os nanocompósitos MMT1OE0,
MMT1OE4 e MMT1OE8, resultando em alta intensidade de cor amarela. O
parâmetro Hue é o valor em graus e refere-se a tonalidade de cor no diagrama
tridimensional de cores: +a* 0º (vermelho), +b* 90º (amarelo), -a* 180º (verde)
e –b* 270º (azul). Assim, pode-se estimar uma forte intensidade de coloração
amarelo-esverdeado para os nanocompósitos (Tabela 5). A cor de materiais
incorporados com o óleo essencial é diretamente influenciada pelo tipo e
concentração do óleo adicionado (DU et al., 2009). O tipo de óleo essencial
determinou as alterações de cor em pesquisas realizadas por Ahmad et al. (2012)
e Tongnuanchan, Benjakul e Prodpran (2012) em polímeros de gelatina.
128

Observou-se redução da transparência dos nanocompósitos com o


aumento da concentração de OE com ou sem MMT em relação a blenda
TPS/IPS (Tabela 5). A adição de MMT também reduziu a transparência dos
filmes resultando em nanocompósitos mais opacos. A adição de óleos resulta em
uma diminuição da transmissão de luz, possivelmente devido ao espalhamento
da luz na interface das gotas de óleo na matriz com consequente aumento da
opacidade (ATARÉS e CHIRALT, 2016). Mesma tendência foi observada por
outros autores em pesquisas com extrato de chá verde (SIRIPATRAWAN e
HARTE, 2010), óleo citronela, coentro e tomilho (PIRES et al., 2013), extratos
de ginseng (NORAJIT, KIM e RYU, 2010), óleos de tomilho, cravo e canela
(HOSSEINI, RAZAVI e MOUSAVI, 2009). Heydari, Alemzadeh e Vossoughi
(2013) também encontrou redução da transparência devido a adição de
nanopartículas de MMT em nanocompósitos de amido de milho.
Tabela 4 Tração (ζmax, ME, Ɛ) e Atividade antioxidante total (AAT %) de nanocompósitos de TPS/IPS/MMT/OE
Módulo de Alongamento
OE Resistência à tração AAT
Elasticidade (ME) (Ɛ)
(g·100g-1) (ζmax) (MPa) (%)
(MPa) (%)
0 1,68 ± 0,11 a 38,86 ± 1,33 a 9,99 ± 0,73 a 33,14 ± 0,92 a
4 1,06 ± 0,05 b 34,13 ± 3,57 b 6,24 ± 0,67 b 76,18 ± 0,66 b
8 0,69 ± 0,03 c 29,89 ± 1,28 c 4,51 ± 0,36 c 87,90 ± 0,70 c
* Médias observadas na coluna com mesma letra não diferem estatisticamente (p<0,05)

Tabela 5 Parâmetros de cor (transparência, L*, a*, b*, hue e chroma) em nanocompósitos de TPS/IPS/MMT/OE
MMT OE Transparência
L* (%) a* b* hue chroma
(g·100g-1) (g·100g-1) (log(%T)/mm)
0 0,90 ± 0,04 a 54,58 ± 1,25 a -1,71 ± 0,14 a 15,88 ± -83,85 15,96 ± 0,52
0,51 a ±0,50 a a
_
4 0,67 ± 0,02 b 52,02 ± 1,16 b 1,96 ± 0,23 b 14,39 ± -82,22 ± 14,53 ± 0,43
0
0,42 b 0,87 b b
_
8 0,56 ± 0,09 c 60,35 ± 0,91 c 2,41 ± 0,19 c 15,54 ± -81,19 15,72 ± 0,72
0,71 a ±0,52 c a
_
0 0,78 ± 0,02 a 53,62 ± 1,17 a 2,09 ± 0,07 a 14,60 ± -80,68 ± 14,79± 0,63
0,64 a 0,51 a a
_
4 0,62 ± 0,01 b 55,46 ± 1,41 b 2,75 ± 0,13 b 15,09 ± -81,01 ± 15,21 ±0,73
1
0,73 b 0,43 b b
_
8 0,58 ± 0,01 c 58,24 ± 0,81 c 2,39 ± 0,05 c 17,44 ± -82,08 ± 17,65 ± 0,55
0,55 c 0,36 b a

129
* Médias observadas na coluna com mesma letra não diferem estatisticamente (p<0,05)
130

3.6 Determinação da atividade antioxidante total pela captura do radical


livre DPPH (AAT)

Os benefícios da adição de antioxidantes naturais, à base de plantas para


evitar a oxidação lipídica têm sido destaque nos últimos anos a fim de retardar a
oxidação lipídica. O parâmetro atividade antioxidante total (AAT %) sofreu
influência significativa apenas quanto à adição de óleo essencial de alecrim (OE)
(Tabela 4).
Blendas incorporadas com OE apresentaram diferença significativa com o
aumento da concentração de OE (4% ou 8% pp) e alta capacidade antioxidante
(Tabela 3). Bozin et al. (2007) estudaram a atividade antioxidante de diferentes
concentrações de óleo essencial de alecrim em comparação com antioxidante
BHT pela captura do radical livre DPPH. Estes autores relataram que o óleo
essencial de alecrim exibiu alta atividade antioxidante (56,29 a 75,79%) em
comparação com BHT (37,04%). Upadhyay e Mishra (2014) encontraram
67,17% de atividade antioxidante pela captura do radical livre DPPH em
pesquisas com diferentes métodos de detecção da atividade antioxidante em
óleoresina de alecrim. Dias (2012) encontrou valores de 47,53% a 84,65% para
atividade antioxidante de nanocompósitos de quitosana com concentrações de 5
a 20% de α-tocoferol. Estudos anteriores relataram que a alta atividade
antioxidante do óleo essencial de alecrim é atribuída à presença de fenólicos
diterpenos como ácido carnósico (majoritário), carnosol e rosmanol (FRANKEL
et al., 1996; TURASAN, SAHIN e SUMNU, 2015; YANG et al., 2016). A
capacidade antioxidante do alecrim foi atribuída à presença de fenólicos
diterpenos que eliminam o oxigênio singleto, radicais hidroxilas, e radicais
peróxidos de lipídios, impedindo a oxidação lipídica (GALLEGO et al., 2013;
ZHANG et al., 2010). A estrutura química do ácido carnósico é composta por
dois grupos O-hidroxila fenólicos localizado no anel de benzeno. A capacidade
131

antioxidante de um composto pode ser normalmente determinada pela posição e


número de grupos O-hidroxila fenólicos encontrado em sua molécula além da
presença de outros grupos funcionais. O ácido carnósico contém dois grupos O-
hidroxila fenólicos adjacentes com um grupo carboxílico (-CO2H), que dá
origem a sua forte capacidade antioxidante (ERKAN, AYRANCI e AYRANCI,
2008; YANG et al., 2016).

4. CONCLUSÃO

A extrusão das blendas de TPS/IPS/MMT/OE resultou em


nanocompósitos opacos e cor amarelo esverdeado com possíveis estruturas
esfoliadas com um teor de 1% de MMT. A adição de óleo essencial de alecrim
reduziu as propriedades de tração dos nancompósitos por favorecer interações
entre cadeias de polímero-óleo e fornecer domínios flexíveis dentro da matriz
deixando os nanocompósitos mais frágeis. O óleo essencial de alecrim
apresentou atividade antioxidante nas concentrações estudadas, sendo que o
nanocompósito MMT1OE4 obteve a melhor combinação entre MMT e OE,
apresentando-se mais estável a decomposição térmica, ou seja, baixas
concentrações de MMT e óleo essencial favorecem a obtenção de materiais com
melhores propriedades de desempenho. Assim, estes nanocompósitos podem
atuar como carreadores para uma variedade de substâncias funcionais ampliando
assim sua capacidade de utilização retardando oxidações lipídicas.

AGRADECIMENTOS

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico


(CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(FAPEMIG) e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) pelo suporte
132

financeiro. SISNANO (Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia) e


LNNA (Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio, Embrapa
Instrumentação), Hilmar Ingredients, Southern Clay Products, pela doação do
isolado proteico de soro de leite, argila montmorilonita PB Cloisite Na +,
respectivamente.
133

REFERÊNCIAS

ABDOLLAHI, M.; REZAEI, M.; FARZI, G. A novel active bionanocomposite


film incorporating rosemary essential oil and nanoclay into chitosan. Journal of
Food Engineering, v. 111, n. 2, p. 343-350, 2012.

______. Influence of chitosan/clay functional bionanocomposite activated with


rosemary essential oil on the shelf life of fresh silver carp. International
Journal of Food Science & Technology, v. 49, n. 3, p. 811-818, 2014.

ACOSTA, H. A. et al. Morfología superficial de almidones termoplásticos agrio


de yuca y nativo de papa por microscopía óptica y de fuerza atómica.
Información tecnológica, v. 17, n. 3, p. 63-70, 2006.

AHMAD, M. et al. Physico-mechanical and antimicrobial properties of gelatin


film from the skin of unicorn leatherjacket incorporated with essential oils. Food
Hydrocolloids, v. 28, n. 1, p. 189-199, 2012.

ALTIOK, D.; ALTIOK, E.; TIHMINLIOGLU, F. Physical, antibacterial and


antioxidant properties of chitosan films incorporated with thyme oil for potential
wound healing applications. Journal of Materials Science: Materials in
Medicine, v. 21, n. 7, p. 2227-2236, 2010.

ALVES-SILVA, J. M. et al. Chemical composition and in vitro antimicrobial,


antifungal and antioxidant properties of essential oils obtained from some herbs
widely used in Portugal. Food Control, v. 32, n. 2, p. 371-378, 2013.

AOUADA, F. A.; MATTOSO, L. H.; LONGO, E. New strategies in the


preparation of exfoliated thermoplastic starch–montmorillonite nanocomposites.
Industrial Crops and Products, v. 34, n. 3, p. 1502-1508, 2011.

ASTM. Standard practice for conditioning plastics for testing, D618-00.


Philadephia,PA: 4 p. 2000.

______. Standard test method for transparency of plastic sheeting, D1746-


03. Philadelphia, PA 2003.

______. Standard test method for tensile properties of plastics, D638-08. .


Philadelphia, PA: 14 p. 2008.
134

ATARÉS, L.; CHIRALT, A. Essential oils as additives in biodegradable films


and coatings for active food packaging. Trends in Food Science &
Technology, v. 48, p. 51-62, 2016.

AVÉROUS, L. Biodegradable multiphase systems based on plasticized starch: a


review. Journal of Macromolecular Science, Part C: Polymer Reviews, v.
44, n. 3, p. 231-274, 2004.

AZEREDO, H. M. C. Nanocomposites for food packaging applications. Food


Research International, v. 42, n. 9, p. 1240-1253, 2009.

AZEVEDO, V. M. et al. Development of whey protein isolate bio-


nanocomposites: Effect of montmorillonite and citric acid on structural, thermal,
morphological and mechanical properties. Food Hydrocolloids, v. 48, p. 179-
188, 2015.

BASER, K. H. C.; BUCHBAUER, G. Handbook of essential oils: science,


technology, and applications. CRC Press, 2015.

BOUSBIA, N. et al. Comparison of two isolation methods for essential oil from
rosemary leaves: Hydrodistillation and microwave hydrodiffusion and gravity.
Food chemistry, v. 114, n. 1, p. 355-362, 2009.

BOZIN, B. et al. Antimicrobial and antioxidant properties of rosemary and sage


(Rosmarinus officinalis L. and Salvia officinalis L., Lamiaceae) essential oils.
Journal of agricultural and food chemistry, v. 55, n. 19, p. 7879-7885, 2007.

BYUN, Y.; KIM, Y. T.; WHITESIDE, S. Characterization of an antioxidant


polylactic acid (PLA) film prepared with alpha-tocopherol, BHT and
polyethylene glycol using film cast extruder. Journal of Food Engineering, v.
100, n. 2, p. 239-244, 2010.

CANCHÉ-ESCAMILLA, G. et al. Mechanical properties and biodegradation of


thermoplastic starches obtained from grafted starches with acrylics.
Carbohydrate polymers, v. 86, n. 4, p. 1501-1508, 2011.

CANEVAROLO JR, S. V. Técnicas de caracterização de polímeros. 2004.


448p

CARMONA, V. B. et al. Kinetics of thermal degradation applied to


biocomposites with TPS, PCL and sisal fibers by non-isothermal procedures.
Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, v. 115, n. 1, p. 153-160, 2014.
135

CHAUDHARY, A. et al. Amylose content and chemical modification effects on


the extrusion of thermoplastic starch from maize. Carbohydrate Polymers, v.
74, n. 4, p. 907-913, 2008.

CHUNG, Y.-L. et al. Preparation and properties of biodegradable starch–clay


nanocomposites. Carbohydrate Polymers, v. 79, n. 2, p. 391-396, 2010.

CYRAS, V. et al. Influence of the fiber content and the processing conditions
on the flexural creep behavior of sisal-PCL-starch composites. Journal of
Thermoplastic Composite Materials, v. 15, n. 3, p. 253-265, 2002.

DANG, K. M.; YOKSAN, R. Development of thermoplastic starch blown film


by incorporating plasticized chitosan. Carbohydrate polymers, v. 115, p. 575-
581, 2015.

DIAS, M. V. Filmes a base de quitosana incorporados com α-tocoferol e


montmorilonita para aplicação em embalagens funcional e antioxidante.
2012. 172p. Departamento de Ciência dos Alimentos, Universidade Federal de
Lavras, UFLA, Lavras, Brasil.

DIAS, M. V. et al. Development of chitosan/montmorillonite nanocomposites


with encapsulated α-tocopherol. Food Chemistry, v. 165, p. 323-329, 2014.

DU, W. X. et al. Effects of allspice, cinnamon, and clove bud essential oils in
edible apple films on physical properties and antimicrobial activities. Journal of
Food Science, v. 74, n. 7, p. M372-M378, 2009.

ERKAN, N.; AYRANCI, G.; AYRANCI, E. Antioxidant activities of rosemary


(Rosmarinus Officinalis L.) extract, blackseed (Nigella sativa L.) essential oil,
carnosic acid, rosmarinic acid and sesamol. Food Chemistry, v. 110, n. 1, p. 76-
82, 2008.

FRANKEL, E. N. et al. Antioxidant activity of a rosemary extract and its


constituents, carnosic acid, carnosol, and rosmarinic acid, in bulk oil and oil-in-
water emulsion. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 44, n. 1, p.
131-135, 1996.

GALLEGO, M. G. et al. Antioxidant properties of three aromatic herbs


(rosemary, thyme and lavender) in oil-in-water emulsions. Journal of the
American Oil Chemists' Society, v. 90, n. 10, p. 1559-1568, 2013.
136

GHASEMLOU, M. et al. Physical, mechanical and barrier properties of corn


starch films incorporated with plant essential oils. Carbohydrate polymers, v.
98, n. 1, p. 1117-1126, 2013.

GHOSH, A. et al. Structure–function characteristics of the biomaterials based


on milk-derived proteins. International journal of biological macromolecules,
v. 46, n. 4, p. 404-411, 2010.

HAVEA, P.; SINGH, H.; CREAMER, L. K. Characterization of heat-induced


aggregates of β-lactoglobulin, α-lactalbumin and bovine serum albumin in a
whey protein concentrate environment. Journal of Dairy Research, v. 68, n.
03, p. 483-497, 2001.

HEYDARI, A.; ALEMZADEH, I.; VOSSOUGHI, M. Functional properties of


biodegradable corn starch nanocomposites for food packaging applications.
Materials & Design, v. 50, p. 954-961, 2013.

HORTON, B. The whey processing industry-into the 21st century. International


Whey Conference, Chicago (USA), 27-29 Oct 1997, 1998, International Dairy
Federation.

HOSSEINI, M.; RAZAVI, S.; MOUSAVI, M. Antimicrobial, physical and


mechanical properties of chitosan‐based films incorporated with thyme, clove
and cinnamon essential oils. Journal of Food Processing and Preservation, v.
33, n. 6, p. 727-743, 2009.

JANJARASSKUL, T. et al. Barrier and tensile properties of whey protein–


candelilla wax film/sheet. Lwt-Food Science and Technology, v. 56, n. 2, p.
377-382, 2014.

KIM, H.-Y. et al. Effect of ultrasonic treatments on nanoparticle preparation of


acid-hydrolyzed waxy maize starch. Carbohydrate polymers, v. 93, n. 2, p.
582-588, 2013.

KIM, S. J.; USTUNOL, Z. Sensory attributes of whey protein isolate and


candelilla wax emulsion edible films. Journal of Food Science, v. 66, n. 6, p.
909-911, 2001.

KOKOSZKA, S. et al. Water vapour permeability, thermal and wetting


properties of whey protein isolate based edible films. International Dairy
Journal, v. 20, n. 1, p. 53-60, 2010a.
137

______. Liquid and vapour water transfer through whey protein/lipid emulsion
films. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 90, n. 10, p. 1673-
1680, 2010b.

KROCHTA, J. M.; MULDER-JOHNSTON, D. Edible and biodegradable


polymer films: challenges and opportunities. Food technology (USA), 1997.

KUMAR, P. et al. Preparation and characterization of bio-nanocomposite films


based on soy protein isolate and montmorillonite using melt extrusion. Journal
of Food Engineering, v. 100, n. 3, p. 480-489, 2010.

LAVORGNA, M. et al. Study of the combined effect of both clay and glycerol
plasticizer on the properties of chitosan films. Carbohydrate Polymers, v. 82,
n. 2, p. 291-298, 2010.

LEE, M. H. et al. Effect of clay on the morphology and properties of


PMMA/poly (styrene-co-acrylonitrile)/clay nanocomposites prepared by melt
mixing. Polymer, v. 47, n. 12, p. 4359-4369, 2006.

MAJDZADEH-ARDAKANI, K.; NAVARCHIAN, A. H.; SADEGHI, F.


Optimization of mechanical properties of thermoplastic starch/clay
nanocomposites. Carbohydrate Polymers, v. 79, n. 3, p. 547-554, 2010.

MANO, J.; KONIAROVA, D.; REIS, R. Thermal properties of thermoplastic


starch/synthetic polymer blends with potential biomedical applicability. Journal
of Materials Science: Materials in Medicine, v. 14, n. 2, p. 127-135, 2003.

MENDES, J. et al. Biodegradable polymer blends based on corn starch and


thermoplastic chitosan processed by extrusion. Carbohydrate polymers, v. 137,
p. 452-458, 2016.

MIN, S. C.; JANJARASSKUL, T.; KROCHTA, J. M. Tensile and moisture


barrier properties of whey protein–beeswax layered composite films. Journal of
the Science of Food and Agriculture, v. 89, n. 2, p. 251-257, 2009.

MORILLON, V. et al. Factors affecting the moisture permeability of lipid-


based edible films: a review. Critical reviews in food science and nutrition, v.
42, n. 1, p. 67-89, 2002.

MÜLLER, C. M.; LAURINDO, J. B.; YAMASHITA, F. Effect of cellulose


fibers addition on the mechanical properties and water vapor barrier of starch-
based films. Food Hydrocolloids, v. 23, n. 5, p. 1328-1333, 2009.
138

______. Composites of thermoplastic starch and nanoclays produced by


extrusion and thermopressing. Carbohydrate polymers, v. 89, n. 2, p. 504-510,
2012.

NGUYEN, D. et al. Effect of organoclay on morphology and properties of


linear low density polyethylene and Vietnamese cassava starch biobased blend.
Carbohydrate polymers, v. 136, p. 163-170, 2016.

NORAJIT, K.; KIM, K. M.; RYU, G. H. Comparative studies on the


characterization and antioxidant properties of biodegradable alginate films
containing ginseng extract. Journal of Food Engineering, v. 98, n. 3, p. 377-
384, 2010.

PANDEY, J. K. et al. Recent advances in biodegradable nanocomposites.


Journal of Nanoscience and Nanotechnology, v. 5, n. 4, p. 497-526, 2005.

PELISSARI, F. M. et al. Antimicrobial, mechanical, and barrier properties of


cassava starch− chitosan films incorporated with oregano essential oil. Journal
of Agricultural and Food Chemistry, v. 57, n. 16, p. 7499-7504, 2009.

PIRES, C. et al. Hake proteins edible films incorporated with essential oils:
physical, mechanical, antioxidant and antibacterial properties. Food
Hydrocolloids, v. 30, n. 1, p. 224-231, 2013.

PIRES, C. et al. Characterization of biodegradable films prepared with hake


proteins and thyme oil. Journal of Food Engineering, v. 105, n. 3, p. 422-428,
2011.

PRANOTO, Y.; SALOKHE, V. M.; RAKSHIT, S. K. Physical and antibacte rial


properties of alginate-based edible film incorporated with garlic oil. Food
research international, v. 38, n. 3, p. 267-272, 2005.

RAHMAN, W. et al. Thermal behaviour and interactions of cassava starch


filled with glycerol plasticized polyvinyl alcohol blends. Carbohydrate
Polymers, v. 81, n. 4, p. 805-810, 2010.

RAUCH, D. J. Screw speed, feed rate, and composition effects on extruder


operating conditions and extruded whey protein sheet properties. 2008.
139

SÁNCHEZ-GONZÁLEZ, L. et al. Effect of essential oils on properties of film


forming emulsions and films based on hydroxypropylmethylcellulose and
chitosan. Journal of Food Engineering, v. 105, n. 2, p. 246-253, 2011.

SHELLHAMMER, T.; KROCHTA, J. Whey protein emulsion film performance


as affected by lipid type and amount. Journal of Food Science, v. 62, n. 2, p.
390-394, 1997.

SHOJAEE-ALIABADI, S. et al. Characterization of antioxidant-antimicrobial


κ-carrageenan films containing Satureja hortensis essential oil. International
Journal of Biological Macromolecules, v. 52, p. 116-124, 2013.

SHUJUN, W.; JIUGAO, Y.; JINGLIN, Y. Preparation and characterization of


compatible and degradable thermoplastic starch/polyethylene film. Journal of
Polymers and the Environment, v. 14, n. 1, p. 65-70, 2006.

SIRIPATRAWAN, U.; HARTE, B. R. Physical properties and antioxidant


activity of an active film from chitosan incorporated with green tea extract.
Food Hydrocolloids, v. 24, n. 8, p. 770-775, 2010.

TEIXEIRA, E. D. M. et al. Thermoplastic corn starch reinforced with cotton


cellulose nanofibers. Journal of applied polymer science, v. 120, n. 4, p. 2428-
2433, 2011.

THORSEN, M. A.; HILDEBRANDT, K. S. Quantitative determination of


phenolic diterpenes in rosemary extracts: aspects of accurate quantification.
Journal of Chromatography A, v. 995, n. 1, p. 119-125, 2003.

TONGNUANCHAN, P.; BENJAKUL, S.; PRODPRAN, T. Properties and


antioxidant activity of fish skin gelatin film incorporated with citrus essential
oils. Food Chemistry, v. 134, n. 3, p. 1571-1579, 2012.

TUNÇ, S.; DUMAN, O. Preparation and characterization of biodegradable


methyl cellulose/montmorillonite nanocomposite films. Applied Clay Science,
v. 48, n. 3, p. 414-424, 2010.

TURASAN, H.; SAHIN, S.; SUMNU, G. Encapsulation of rosemary essential


oil. LWT-Food Science and Technology, v. 64, n. 1, p. 112-119, 2015.

UPADHYAY, R.; MISHRA, H. N. Antioxidant activity measurement of


oleoresin from rosemary and sage. Industrial Crops and Products, v. 61, p.
453-459, 2014.
140

VELASQUEZ, D. et al. Effect of crystallinity and plasticizer on mechanical


properties and tissue integration of starch-based materials from two botanical
origins. Carbohydrate polymers, v. 124, p. 180-187, 2015.

VIUDA-MARTOS, M. et al. Chemical composition and antioxidant and anti-


Listeria activities of essential oils obtained from some Egyptian plants. Journal
of agricultural and food chemistry, v. 58, n. 16, p. 9063-9070, 2010.

WANG, N. et al. Effect of citric acid and processing on the performance of


thermoplastic starch/montmorillonite nanocomposites. Carbohydrate
Polymers, v. 76, n. 1, p. 68-73, 2009.

WEISS, J.; TAKHISTOV, P.; MCCLEMENTS, D. J. Functional materials in


food nanotechnology. Journal of food science, v. 71, n. 9, p. R107-R116, 2006.

YANG, Y. et al. Rosemary extract can be used as a synthetic antioxidant to


improve vegetable oil oxidative stability. Industrial Crops and Products, v.
80, p. 141-147, 2016.

ZHANG, Y. et al. Oxidative stability of sunflower oil supplemented with


carnosic acid compared with synthetic antioxidants during accelerated storage.
Food Chemistry, v. 118, n. 3, p. 656-662, 2010.

ZINOVIADOU, K. G.; KOUTSOUMANIS, K. P.; BILIADERIS, C. G.


Physico-chemical properties of whey protein isolate films containing oregano oil
and their antimicrobial action against spoilage flora of fresh beef. Meat Science,
v. 82, n. 3, p. 338-345, 2009.

ZIVANOVIC, S.; CHI, S.; DRAUGHON, A. F. Antimicrobial activity of


chitosan films enriched with essential oils. Journal of food science, v. 70, n. 1,
p. M45-M51, 2005.
141

ARTIGO 3 - FILMES ATIVOS BIODEGRADÁVEIS DE AMIDO DE


MILHO / ISOLADO PROTEICO DE SORO DE LEITE/
MONTMORILONITA INCORPORADOS COM OLEO ESSENCIAL DE
ALECRIM ENCAPSULADO

(VERSÃO PRELIMINAR)

Artigo redigido conforme normas da revista Food Hydroccoloids


142

RESUMO

Filmes de blendas de amido de milho termoplástico (TPS) / isolado proteico de


soro de leite (IPS) / montimorilonita sódica (MMT) incorporados com
microcápsulas de óleo essencial de alecrim (MA) foram desenvolvidos por
extrusão e termoprensagem para obtenção de nanocompósitos com atividade
antioxidante. Os filmes apresentaram superfície homogênea com esfoliação e
possível presença de plaquetas de MMT dispersas na matriz de TPS/IPS
conforme difratogramas de raios X e microscopia eletrônica de varredura. A
adição de 1% de MMT reduziu em 35,3% a permeabilidade ao vapor de água
dos filmes. A análise térmica revelou que a adição de MMT isoladamente,
aumentou a estabilidade térmica dos filmes. A incorporação de MMT na blenda
de TPS/IPS apresentou um efeito de plasticização com diminuição na resistência
a tração e módulo elástico com aumento da extensibilidade tornando os filmes
menos rígidos (mais flexíveis), mais fracos e com maior capacidade para
alongar. A combinação entre MMT e MA aumentou a resistência a tração,
elasticidade e diminuiu alongamento em relação ao filme com apenas MMT. O
aumento na concentração de microcápsulas tornou os filmes mais rígidos e
resistentes à tração, porém com menor capacidade para alongar. Em relação à
punctura, observou-se redução significativa para todos os filmes com ou sem
adição MMT e MA. A interação entre MMT e MA resultou em filmes com
propriedades térmicas, estruturais, morfológicas, mecânicas e de barreira
superiores a blenda TPS/IPS. Os filmes desenvolvidos apresentaram atividade
antioxidante com a adição de microcápsulas de óleo essencial de alecrim. Estes
resultados demonstraram que filmes de TPS/IPS adicionados com
microcápsulas, possibilitou a obtenção de nanocompósitos obtidos por extrusão
com potencial antioxidante para aplicação em embalagens para alimentos.
Palavras-chave: Extrusão. Blendas biodegradáveis. Microencapsulação.
143

1 INTRODUÇÃO

Embalagens de alimentos são tradicionalmente utilizadas para permitir a


comercialização do produto e fornecer proteção contra agentes ambientais que
afetam a vida útil, assegurando a qualidade do produto. No entanto, novas
tecnologias vêm sendo desenvolvidas para atender às novas exigências dos
consumidores por produtos mais próximos ao natural, contendo menos
conservantes e que sejam seguros (DAINELLI et al., 2008; DE ABREU et al.,
2007). Dentre essas tecnologias surgem as embalagens ativas que visam
interagir com o alimento, modificando, de maneira desejável, características
sensoriais, nutricionais e de segurança microbiológica. Estas embalagens
consistem na incorporação e/ou imobilização de certos aditivos nos filmes ou
dentro da embalagem, por meio da liberação controlada, com objetivo de
fornecer uma barreira inerte às condições externas e aumentar a vida útil do
produto mantendo sua qualidade (GÜÇBILMEZ, YEMENICIOĞLU e
ARSLANOĞLU, 2007; KERRY, O‘GRADY e HOGAN, 2006; ROONEY,
1995). Assim, como alternativa para redução da oxidação lipídica em alimentos,
existe uma crescente tendência para o desenvolvimento de embalagens ativas
antioxidantes devido a forte capacidade em carrear aditivos alimentares na
matriz polimérica.
Pesquisas tem sido realizadas sobre a atividade antimicrobiana e
antioxidante de óleos essenciais (ABDOLLAHI, REZAEI e FARZI, 2012; DU
PLOOY, REGNIER e COMBRINCK, 2009; SANCHEZ-GONZALEZ et al.,
2010a). A principal vantagem da aplicação de óleos essenciais é devido a sua
maior atividade quando comparado com os efeitos dos compostos ativos
individuais, provavelmente devido ao efeito sinérgico (ABDOLLAHI, REZAEI
e FARZI, 2012; BAKKALI et al., 2008; BURT, 2004; SÁNCHEZ-GONZÁLEZ
et al., 2010b). Entre os óleos essenciais o maior número de pesquisas sobre
144

propriedades antioxidantes referem-se a extratos de plantas pertencentes à


família Labiatae, particularmente alecrim (Rosmarinus officinalis L.)
(ABDOLLAHI, REZAEI e FARZI, 2012; WASZKOWIAK, 2008). O óleo
essencial de alecrim é amplamente aceito como uma das especiarias com aroma
mais forte e maior atividade antioxidante (GACHKAR et al., 2007; GENENA et
al., 2008). Porém, os principais compostos dos óleos essenciais, responsáveis
pelo sabor e propriedades funcionais, são voláteis e quimicamente instáveis na
presença de oxigênio, umidade e calor. Assim, a estabilidade dos óleos
essenciais pode ser melhorada pela microencapsulação por spray drying
(FERNANDES, BORGES e BOTREL, 2014a; REINECCIUS, 2004). Esta
técnica consiste na transformação de um líquido em sólido (micropartículas)
com formação de uma barreira entre o composto ativo e o ambiente externo
(COSTA et al., 2013; GHARSALLAOUI et al., 2007).
Com potencial para o desenvolvimento de embalagens com melhores
propriedades de desempenho, a mistura de polímeros biodegradáveis atrai
grande atenção para filmes e outros materiais de embalagens. Blendas
poliméricas que contêm polissacarídeos lineares com fortes ligações de
hidrogênio e estruturas de proteínas globulares com interações hidrofóbicas e
dissulfeto, como proteínas do soro de leite podem produzir aumento das
propriedades funcionais pela combinação das vantagens obtidas com os
polímeros puros (COUGHLAN et al., 2004; SCHMITT et al., 1998; TANG et
al., 2003). Proteínas do soro de leite formam filmes transparentes, flexíveis, sem
cheiro e moderada barreira a vapor de água, baixa permeabilidade ao oxigênio,
boa flexibilidade e alongamento, porém baixa resistência à tração (BRINDLE e
KROCHTA, 2008; KROCHTA e MULDER-JOHNSTON, 1997; MCHUGH e
KROCHTA, 1994b; MCHUGH, 1994a). Filmes obtidos a partir do amido de
milho apresentam impermeabilidade ao oxigênio, ausência de sabor, são
incolores e sem cheiro, porém, possuem forte caráter hidrofílico (alta
145

sensibilidade a água) e baixa propriedades mecânicas em relação à polímeros


sintéticos (AVEROUS e BOQUILLON, 2004).
Por outro lado, com os avanços da nanotecnologia, a obtenção de
nanocompósitos entre argila e polímeros surge como alternativa para obtenção
de materiais com propriedades melhoradas. A argila montmorilonita é
amplamente estudada e apresenta-se como estruturas em camadas de
aluminosilicatos hidratados com cerca de 1nm de espessura, constituídas por
duas folhas tetraédricas de sílica com uma folha central octaédrica de alumina,
que são unidas entre si por átomos de oxigênio, comuns a ambas as folhas e
estrutura cristalina (SOTHORNVIT, RHIM e HONG, 2009; VARTIAINEN et
al., 2010). Devido a sua capacidade para dispersão em nanoescala, a água e
outras moléculas polares podem entrar entre as camadas levando à expansão da
estrutura da rede, com melhorias significativas nas propriedades mecânicas e
físicas em comparação com compósitos de polímeros em microescala
(ABDOLLAHI, REZAEI e FARZI, 2012). Várias pesquisas relataram melhorias
das propriedades mecânicas e de barreira, estabilidade térmica e solubilidade em
água de filmes biodegradáveis através da incorporação de nanoargila em
concentrações de 1-5% em peso (AOUADA, MATTOSO e LONGO, 2011;
AZEVEDO et al., 2015a; DIAS et al., 2014; LAVORGNA et al., 2010;
MÜLLER, LAURINDO e YAMASHITA, 2011; TUNC e DUMAN, 2010).
Vários estudos têm sido realizados sobre a produção de filmes ativos
antioxidantes com a incorporação de óleos essenciais, mas nada tem sido
reportado sobre a adição de microcápsulas de óleos essenciais como forma de
proteção do agente ativo. Assim, o objetivo deste trabalho foi estudar o potencial
antioxidante de microcápsulas de óleo essencial de alecrim (MA) em filmes de
blendas de amido de milho termoplástico/isolado proteico de soro de leite
(TPS/IPS) reforçados com nanopartículas de montmorilonita sódica (MMT)
146

quanto às propriedades estruturais, térmicas, morfológicas, mecânicas e de


barreira.

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Material

Isolado proteico de soro de leite (IPS 9400), com 90% de proteína, foi
obtido pela Hilmar Ingredients (Hilmar, CA, USA). Amido de milho (Amidex
3001) com 70% de amilose e 30% de amilopectina pela Corn Products do Brasil
(Ingredion, Brasil). Glicerol pela Sigma Aldrich (Brasil), ácido esteárico e ácido
cítrico anidro granulado pela Cargill (Uberlândia, MG, Brasil). Argila
montmorilonita (Cloisite Na+) foi fornecida pela Southern Clay Products, Inc
(Gonzales, TX, USA). Microcápsulas de óleo essencial de alecrim foram
produzidas no Departamento de Ciência dos Alimentos na Universidade Federal
de Lavras (Lavras, Brasil).

2.2 Desenvolvimento dos filmes

Blendas de amido de milho e isolado proteico de soro de leite (TPS/IPS)


foram obtidos a partir da mistura manual dos seguintes componentes: fase
sólida: 60% pp (sendo 42% pp amido de milho e 18%pp isolado proteico de soro
de leite) e fase líquida: 24% pp glicerol e 16% pp água. À mistura final ainda
foram adicionados 1% pp de ácido esteárico e 1% pp de ácido cítrico, os quais
agem como agente de fluxo e antioxidante, respectivamente. Esta mistura foi
processada em uma extrusora Coperion, modelo ZSK 18 (Coperion Ltda., São
Paulo, Brasil), com L/D = 40, dupla-rosca co-rotante, roscas com diâmetros de
18 mm com elementos de condução e mistura, com 7 zonas de aquecimento e 2
147

zonas de degasagem. A velocidade do parafuso foi de 150 rpm e o perfil de


temperatura 80, 80, 90, 90, 100, 110 e 110°C. Obtido os peletes destes materiais,
estes seguiram para o processamento em uma extrusora monorosca (AX
Plásticos Ltda., São Paulo, Brasil) para obtenção de fitas. A velocidade do
parafuso foi de 20 rpm e o perfil de temperatura foi 80, 85 e 85°C nas três zonas
de aquecimento. Em seguida, as fitas foram prensadas a 115°C ± 5°C, por 3 min
em prensa hidráulica (capacidade 15ton). As condições de prensagem foram: 3
ton por 30s, 10s sem prensagem; 6 ton até completar 3 min.
Nanopartículas de argila montmorilonita sódica (MMT) (1%pp) e
microcápsulas de óleo essencial de alecrim (MA) (1; 4; 8%pp) foram
adicionados às blendas de amido de milho e isolado proteico de soro de leite
(TPS/IPS) (60%pp). Inicialmente, MMT foi adicionada a fase líquida (glicerol e
água) e submetida a homogeneizador ultrassônico (Sonifier Cell Disruptor
Branson - Model 450D, Manchester, UK) durante 15 min com potência de 80
W/25 °C. As microcápsulas foram adicionadas na fase sólida. Em seguida, a fase
líquida foi misturada com TPS, IPS, MA, ácido cítrico e ácido esteárico e então
extrusadas conforme descrito anteriormente. Após a prensagem, foram obtidos
filmes com dimensões de 12 x 12 cm. A Tabela 1 apresenta a composição de
cada filme e o respectivo teor de cada componente (nanopartículas e
microcápsulas).

2.3 Delineamento Experimental

O experimento foi conduzido em um planejamento fatorial completo,


com os seguintes fatores e níveis: montmorilonita sódica (MMT) e
microcápsulas de óleo essencial de alecrim (MA), sendo 0 e 1% e 0; 1, 4 e 8%,
respectivamente. Utilizou-se um delineamento inteiramente casualizado com três
148

repetições. Os filmes desenvolvidos a partir da blenda de TPS/IPS foram


codificados conforme Tabela 1.

Tabela 1. Delineamento experimental dos filmes desenvolvidos


Filmes MMT (g·100g-1 TPS/IPS) MA (g·100g-1 TPS/IPS)
TPS/IPS 0 0
MMT0MA1 0 1
MMT0MA4 0 4
MMT0MA8 0 8
MMT1MA0 1 0
MMT1MA1 1 1
MMT1MA4 1 4
MMT1MA8 1 8

2.4 Desenvolvimento das Microcápsulas de Óleo essencial de alecrim

As microcápsulas foram obtidas conforme Fernandes, Borges e Botrel


(2014) baseado na eficiência de retenção de óleo de alecrim microencapsulado.
As microcápsulas com maior retenção de óleo obtida pelo referido trabalho
corresponde a 60,22% (mistura de maltodextrina DE20 e amido modificado
como materiais de parede).

2.5 Condicionamento dos filmes e espessura

Todos os filmes foram condicionados em temperatura controlada, 23 ± 2


°C e umidade relativa 50 ± 5% UR por 48 h antes das análises, conforme método
D618-00 (ASTM, 2000a). A espessura média dos filmes foi medida por meio da
149

leitura em dez pontos distintos, tomados aleatoriamente em cada corpo de prova,


utilizando micrômetro digital Mitutoyo (precisão 0,01 mm; Mitutoyo Sul
Americana, Suzano, SP, Brasil).

2.6 Difração de Raios X (DRX)

Os difratogramas de raios X do amido de milho, isolado protéico de soro


de leite (IPS), argila montmorilonita sódica (MMT), microcápsulas de óleo
essencial de alecrim (MA) e dos filmes foram obtidos em equipamento Shimadzu
XRD-6000 (Shimadzu, Tokyo, Japão) equipado com radiação de filtro de Cu-kα1 (λ
= 1.5406 Å). As amostras foram fixadas em suporte de alumínio e analisadas com
um passo de 0.02º s-1, 2θ de 4°- 40°, velocidade 1° min-1 e 30 kV, 30 mA. O
espaçamento basal (d) foi calculado pela equação de Bragg, (Equação 1):

⁄ (1)

Onde: λ corresponde ao comprimento de onda utilizado (λ = 1,5406 Å) e θ


(Theta) é o ângulo onde se detecta o pico no difratograma.

2.7 Microscopia Eletrônica de Varedura (MEV)

A morfologia dos componentes em pó e dos filmes foi realizada em


microscópio eletrônico de varredura JSM 6510 JEOL (Peabody, Massachusetts,
USA) com voltagem de aceleração de 10 kV. Foram obtidas imagens de
superfície dos componentes em pó e fratura criogênica do material extrusado. Os
filmes fraturados foram colocadas em ―stubs‖ com fita de carbono, revestidos
em ouro, sob vácuo por 90 segundos (metalização) e fotomicrografados.
150

2.8 Termogravimetria (TG)

A estabilidade térmica dos componentes em pó e dos filmes foi avaliada


por termogravimetria em equipamento Q500, (TA Instruments, New Castle,
USA). As análises foram realizadas sob atmosfera de ar sintético a uma taxa de
fluxo de 40 mL/min., com aquecimento de 25 ºC a 700 ºC com uma razão de
aquecimento de 10 ºC/min.

2.9 Calorimetria exploratória diferencial (DSC)

Calorimetria exploratória diferencial (DSC) foi realizada em calorímetro


DSC modelo Q100 (TA Instruments, New Castle, USA). A massa da amostra
variou entre 2-5 mg e uma cápsula vazia foi utilizada como referência. As
rampas de aquecimento e resfriamento para o amido em pó foram fixadas em
2°C/min e variaram entre -80°C e 50°C. Para o IPS, argila montmorilonita
sódica e microcápsulas de óleo essencial de alecrim, as rampas foram fixadas em
10°C/min e variaram entre -50°C e 250°C (IPS em pó), -50° e 300°C (MMT) e -
50°C e 150°C (MA), respectivamente. Para os filmes, as rampas de aquecimento
e resfriamento foram fixadas em 10 °C min-1 e variaram entre -70 °C e 190 °C.
A sequência utilizada foi: aquecimento de 25°C a 190 °C/10min isotérmico para
eliminar a história térmica; resfriamento de 190°C a -70 °C; e um segundo
aquecimento até 190 °C (ASTM, 2003). A partir das curvas de DSC, a
temperatura de transição vítrea (T g) foi avaliada no segundo aquecimento.

2.10 Propriedades Mecânicas

As propriedades de tração dos filmes, resistência à tração (ζ max),


alongamento na ruptura (Ɛ) e o módulo de elasticidade (ME), foram medidos
151

conforme ASTM D882-02 (ASTM, 2002) em EMIC DL3000 Universal Test


Machine (EMIC Equipamentos e Sistemas de Ensaio LTDA, Brasil) com célula
de carga de 500N (50 Kgf). As amostras de filmes foram cortadas em tiras (10
mm × 100 mm) e a separação inicial entre as garras foi de 70 mm com
velocidade de 50 mm/min. A punctura dos filmes foi realizada em um analisador
de textura (Stable Microsystems, modelo TATX2i, Inglaterra). Os filmes foram
cortados em quadrados de 9 cm2 de área e fixados em um suporte com orifício
central (2,1 cm de diâmetro). Uma sonda esférica de 5,0 mm de diâmetro (sonda
P/5S) foi deslocada perpendicularmente à superfície do filme a uma velocidade
constante de 0,8 mm/s até a sonda passar através do filme (AZEVEDO et al.,
2015a; CHEN e LAI, 2008). A resistência à punctura/espessura (N/mm) foi
calculada dividindo o valor da força no ponto de ruptura pela espessura do filme
para eliminar o efeito da variação da espessura e a deformação (mm) dos filmes
foi determinada no ponto de ruptura (AZEVEDO et al., 2015a; PARK e ZHAO,
2004). Para os testes de tração e punctura, foram utilizados cinco corpos de prova
para cada filme em três repetições.

2.11 Permeabilidade ao vapor de água (PVA)

A permeabilidade ao vapor de água (PVA) dos filmes foi determinada


por método gravimétrico conforme ASTM E96 (ASTM, 2000b). O filme foi
fixado em capsula de polimetilmetacrilato (Plexiglas), contendo quatro
parafusos, simetricamente localizados ao redor da circunferência da capsula com
graxa de silicone, para garantir que a permeação ocorra somente através do
filme. No interior da cápsula foi adicionado sílica. A cápsula de permeação foi
então colocada em câmara com umidade e temperatura controlada, a 25 ± 2°C, e
mantida a 75% de umidade relativa (UR). As amostras foram pesadas até peso
constante ser atingido e os valores de ganho de peso foram representados como
152

uma função do tempo. A PVA (g / (m·s·Pa)) do filme foi calculada conforme


equação 2:

⁄ (2)

em que é a espessura dos filmes, e ∆P representa a diferença de pressão de


vapor entre as faces do filme: ΔP = S·(R1 – R2); S é a pressão de vapor saturado
na temperatura do teste (2809 kPa), R1 é a UR do lado externo da cápsula (75%)
e R2 é a UR dentro da cápsula que continha sílica (0%).

2.12 Atividade Antioxidante total pela captura do radical livre (DPPH)

Para avaliar a atividade antioxidante dos filmes foi utilizada a técnica


DPPH (2,2–difenil-1–picril –hidrazil) conforme Byun, Kim e Whiteside (2010)
com algumas modificações. Filmes (5 g) foram cortados em pequenos pedaços e
misturado com 5 mL de metanol 80%. A mistura foi agitada em vortex durante 3
minutos e mantida em repouso durante três horas a temperatura ambiente. Em
seguida, o material foi armazenado por 5 dias sob refrigeração. Em seguida, foi
novamente agitada em agitador de tubos por 3 min e centrifugada a 10000 x g
durante 10 minutos. O sobrenadante obtido foi analisado quanto a atividade
antioxidante pela captura do radical DPPH. Uma alíquota do extrato de metanol
(0,5 mL) foi misturado com 3,5 mL de 0,1 mM DPPH em metanol 80%. A
mistura foi vigorosamente agitada em agitador de tubos durante 1 minuto e
deixada em repouso à temperatura ambiente no escuro durante 30 min. A
absorvância foi medida a 517 nm utilizando um espectrofotômetro UV/VIS
1601PC (Shimadzu, Tokyo, Japão). O equipamento foi zerado com metanol
80% e o controle foi preparado com adição de 3,5 mL de DPPH com 0,5 mL de
153

metanol 80 %. Atividade antioxidante total (AAT) foi calculada a partir da


equação 3:

( ( )) (3)

2.13 Análise Estatística

Os resultados das propriedades mecânicas, permeabilidade ao vapor de


água (PVA) e atividade antioxidante total pela captura do radical livre (DPPH)
foram avaliados utilizando-se análise de variância (ANOVA), com nível de 5%
de significância utilizando-se o software SPSS Estatístics 17 (SPSS
STATISTICS, 2007). Difração de raios X (DRX), microscopia eletrônica de
varredura (MEV), análise termogravimétrica (TG) e calorimetria diferencial de
varredura (DSC) foram submetidos à análise descritiva.

3 . RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Difração de Raios X (DRX)

Difração de raios X (DRX) foi usada para identificar o espaçamento


basal (distância d001) e possível intercalação/esfoliação das lamelas de argila com
a adição da MMT nos filmes de TPS/IPS. Em geral, materiais cristalinos
apresentam uma série de picos agudos, enquanto produtos amorfos produzem
um padrão de picos com maior amplitude (CAPARINO et al., 2012;
FERNANDES et al., 2014b).
A Figura 1 mostra os padrões de DRX dos componentes em pó dos
filmes de TPS/IPS. A argila MMTNa+ apresenta um pico acentuado em 2θ=7,4°
154

e espaçamento entre lamelas d001= 11,96 Ǻ. Müller, Laurindo e Yamashita


(2012) e Azevedo et al. (2015a) relataram resultados semelhantes com valores
de 2θ= 7,12° e 2θ=6,82°, respectivamente. Argilas montmorilonitas apresentam
arranjo cristalino ordenado no qual as distâncias das lamelas (d100) é da ordem de
10 Å a 40 Å (2°< 2Ɵ <10°) (FROUNCHI et al., 2006).
Para o amido de milho, foi evidenciado um arranjo cristalino do Tipo-A
com picos de maior intensidade em 2θ= 14,2°; d = 17,97 Ǻ; 2θ=17,02°; d =5,21
Ǻ; 2θ=18,2°; d = 4,88 Ǻ; 2θ= 22,6°, d = 3,94 Ǻ. Picos mais intensos, localizados
em torno de 2θ = 15°, 17°, 18° e 23°, representam o padrão de cristalização do
amido, Tipo A, enquanto picos em torno de 2θ = 5,6°; 15°; 17°; 22° e 23°
representam o padrão Tipo B. Arranjos cristalinos do Tipo-A são
termodinamicamente mais estáveis, com maior coesividade entre moléculas
(CEREDA et al., 2001; KIM et al., 2013). O difratograma do IPS em pó
apresentou ausência de cristais de lactose correspondendo a uma estrutura
amorfa. A lactose presente no soro de leite líquido, durante o processo de
secagem transforma-se em um estado amorfo (AZEVEDO et al., 2015b;
NIJDAM et al., 2007). As microcápsulas de óleo de alecrim (MA) também
apresentaram ausência de picos de cristalinidade, por se tratarem de uma
estrutura amorfa (Figura 1). Este fato pode ser atribuído à rápida secagem das
microcápsulas. Como consequência, a técnica de secagem por aspersão gera
produtos com estrutura amorfa (BARCLAY et al., 2010). Além disso, a secagem
de misturas complexas, como extratos de ervas, é responsável pelo
desenvolvimento de produtos amorfos (FERNANDES et al., 2014b;
LANGRISH e WANG, 2009).
155

Figura 1 DRX dos componentes do filme. MA: Microcapsulas de óleo essencial de


alecrim; IPS: isolado proteico de soro de leite em pó; TPS: Amido de milho;
MMT-Na+: argila montmorilonita sódica.

A Figura 2 representa os padrões de difração de raios X dos filmes de


blendas de TPS/IPS/MMT/MA na região de 2θ= 4-30°. Amidos nativos
apresentam geralmente três tipos de cristalinidade, o Tipo-A para amidos de
cereais, o Tipo B para tubérculos e amido ricos em amilose e Tipo C que
possuem estrutura entre os Tipos A e B (HULLEMAN et al., 1999; MÜLLER,
LAURINDO e YAMASHITA, 2011; RINDLAVA, HULLEMAN e
GATENHOLMA, 1997; VAN SOEST et al., 1996). Durante a transformação do
amido nativo para o amido termoplástico (TPS), a estrutura granular é
completamente ou parcialmente destruída, resultando em uma matriz amorfa. O
amido termoplástico apresenta dois tipos de cristalinidade: cristalinidade
residual e cristalinidade induzida pelo processo. A cristalinidade residual é
causada pela fusão incompleta do amido durante o processamento e pode ser do
Tipo A, B ou C, como ocorre em amidos nativos. A cristalinidade induzida está
associado com a cristalização da amilose aparecendo como cristais do Tipo V H,
156

VA ou EH (MÜLLER, LAURINDO e YAMASHITA, 2011; VAN SOEST e


VLIEGENTHART, 1997).
Com exceção do filme MMT1MA4 que apresentou possível estrutura
amorfa, todos os filmes apresentaram picos cristalinos de forte intensidade em
torno de 2θ = 19,28° e 2θ = 19,73° (Figura 2). Outro pico em torno de 2θ =
12,32° e 2θ = 13,06° aparece com a ausência de MMT (Figura 2a). Esses picos
correspondem ao arranjo cristalino Tipo-Vh de amido termoplástico (VAN
SOEST e VLIEGENTHART, 1997). Este tipo de cristalinidade é também
associado com a recristalização da amilose induzida pelo processo (DE
CAMPOS et al., 2013; MAGALHÃES e ANDRADE, 2009). Outros autores
relataram este tipo de cristalinidade em materiais de amido extrudado com um
baixo teor de umidade (HULLEMAN et al., 1999; RINDLAVA, HULLEMAN e
GATENHOLMA, 1997).
157

Figura 2. DRX de filmes de TPS/IPS/MMTNa+/MA.

A Figura 2b mostra ausência de pico em 2θ =7,2° para todos os filmes


com MMT. Este resultado sugere que as cadeias do polímero TPS/IPS entraram
nas camadas de silicato formando compósitos termoplásticos de TPS/IPS/MMT
com completa esfoliação. A inserção do polímero nas galerias organofílicas da
argila força uma expansão das plaquetas com aumento do espaçamento d,
resultando em um desvio do pico de difração para ângulos inferiores (LEE,
CHEN e HANNA, 2008). Este deslocamento dos picos de MMT para ângulos
158

inferiores indica a formação de uma nanoestrutura intercalada, enquanto que a


ampliação do pico indica uma estrutura desordenada intercalada ou esfoliada
(WANG et al., 2005). A adição de pequenas concentrações de MMT na matriz
do filme possibilita este tipo de estrutura (esfoliada). A presença de glicerol
também auxilia em uma possível intercalação/esfoliação devido a ligações entre
o glicerol e grupos de hidroxilas (-OH) da MMT que auxiliam na expansão das
lamelas de argila (LAVORGNA et al., 2010).

3.6 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

A Figura 3 representa as micrografias de superfície obtidas por MEV


dos grânulos de amido de milho, IPS, MMT-Na+ e MA em pó. Os grânulos de
amido (Figura 3a) apresentaramom formatos que variaram de arredondados a
poligonais e sua completa desestruturação pode ser observada pelas micrografias
dos filmes de TPS/IPS (Figura 4). As partículas de IPS (Figura 3b)
apresentaram-se esféricas, com superfícies rugosas e lisas. A morfologia das
partículas de proteínas é atribuída à composição da proteína e suas estruturas
químicas (GHOSH et al., 2010).
Nanopartículas de argila montmorilonita sódica (Figura 3c)
apresentaram tamanho médio de partículas entre 5 e 20 µm pelas micrografias
de MEV. Tunç e Duman (2010) em pesquisas sobre filmes de metilcelulose e
montmorilonita encontraram a mesma morfologia de partículas com tamanho
médio 15 µm. Abdollahi, Rezaei e Farzi (2014) encontraram tamanho médio de
partículas de MMT de 10 µm.
As microcápsulas de óleo essencial de alecrim (Figura 3d) apresentaram
partículas esféricas e ocas, com ausência de craqueamento. Isto é importante
para garantir baixa permeabilidade a gás e melhor proteção do óleo essencial de
alecrim. Materiais desidratados por spray drying são geralmente esferas ocas
159

devido à formação de vacúolo que ocorre após o endurecimento da superfície


exterior seguido pela expansão das bolhas de ar aprisionadas no interior da
gotícula (FERNANDES, BORGES e BOTREL, 2014a; RÉ, 1998).
Microcápsulas preparadas com amido puro ou com amido e maltodextrina
possuem uma elevada proporção de partículas esféricas, provavelmente porque
estas matrizes fornecem elasticidade durante o processo de secagem
(FERNANDES, BORGES e BOTREL, 2014a).

Figura 3. MEV. a) amido de milho; b) IPS; c) MMT-Na+; d) Microcápsulas.

As Figuras 4 e 5 representam as micrografias de fratura obtidas por


MEV dos filmes de blenda de TPS/MMT. O filme TPS/IPS (Figura 4a)
apresentou superfície lisa, homogênea, com ausência de granulos de amido ou
IPS porém com algumas rachaduras. O filme MMT0MA1 apresentou uma
superfície rugosa com a presença de partículas aglomerados de 10µm (Figura
4b). O aumento na concentração de microcápsulas, filmes MMT0MA4 e
160

MMT0MA8, proporcionou uma estrutura mais lisa e homogênea (Figura 4c e


4d). Este fato pode ser atribuído a composição do material de parede das
microcápsulas (amido e maltodextrina), dois tipos de polissacarídeos que podem
auxiliar no desenvolvimento de uma estrutura mais uniforme dos filmes após o
processo de extrusão devido a desestruturação de grânulos. Os grânulos de
amido são fundidos durante o processo de extrusão devido a alta temperatura,
alto cisalhamento e efeito de plasticização pela incorporação de glicerol. Os
plastificantes rompem ligações intermoleculares e intramoleculares de
hidrogênio e tornam os grânulos de amido nativo em amido termoplástico (MA,
YU e WAN, 2006).
Na Figura 5, são apresentadas as imagens de fratura dos filmes com
adição de MMT combinado com MA. Com a adição de MMT na matriz de
TPS/IPS, o filme MMT1MA0 apresentou partículas dispersas e presença de
algumas rachaduras (Figura 5a). Estas partículas podem estar relacionadas a
presença da MMT no filme. A argila montmorilonita caracteriza-se como
partículas brancas nas imagens de MEV (KUMAR et al., 2010). Pontos brancos
bem dispersos podem ser atribuídos a plaquetas de argila nas imagens de MEV
(ABDOLLAHI, REZAEI e FARZI, 2014). As Figuras 5b; 5c e 5d representam
os filmes com adição de MA. Com exceção do filme MMT1MA1 que
apresentou grandes rachaduras e possível aglomeração das partículas de MMT,
em geral, os filmes MMT1MA4 e MMT1MA8 apresentaram superfície mais
homogênea com presença de partículas mais dispersas na matriz. Este fato pode
ser atribuído a uma possível dispersão das partículas de MMT na matriz de
TPS/IPS conforme discutido nos difratogramas de raios X.
161

Figura 4. a) TPS/IPS; b) MMT0MA1; c) MMT0MA4; d) MMT0MA8


162

Figura 5. a) MMT1MA0; b) MMT1MA1; c) MMT1MA4; d) MMT1MA8


3.3 Termogravimetria (TG)

A Figura 6 apresenta as curvas de TG e DTG para os filmes com e sem


MMT. A primeira perda de massa foi observada aproximadamente entre 30°C e
200°C para todos os filmes correspondendo à perda de água e materiais voláteis
(AZEVEDO et al., 2015a; PELISSARI et al., 2009). Em temperaturas mais
altas, a perda de massa pode estar relacionada com a decomposição do polímero
(MALCOLM, 1999). Para filmes plastificados, a perda de massa é pequena até
150°C, moderada entre 150 e 180°C e significativa acima de 180°C
(HERNANDEZ‐IZQUIERDO e KROCHTA, 2008). A segunda etapa de
degradação ocorre aproximadamente entre 200°C e 350°C e corresponde a
decomposição dos componentes presentes no filme. Em atmosfera de ar, ocorre
uma terceira etapa de degradação térmica entre 350°C e 600°C correspondendo
163

a decomposição, queima e oxidação da matéria orgânica (AYDıN e ILBERG,


2016; GALDEANO et al., 2009; LUO, LI e LIN, 2012).

Figura 6. Curvas de TG (a, c) e DTG (b, d) de filmes de blendas de TPS/IPS/MMT/MA


em atmosfera de ar sintético.

Na Tabela 2 estão representados os parâmetros de estabilidade térmica


dos componentes em pó (amido de milho, IPS, MMTNa + e MA) e dos filmes.
Pela variação da porcentagem de massa (%PM) e resíduo a 700°C (Res 700°C),
observa-se que a MMTNa+ é termicamente mais estável que os demais
componentes em pó dos filmes com o aumento da temperatura (Tabela 2).
Quanto menor for o intervalo de variação da porcentagem de perda de massa,
mais estável é o material a decomposição térmica (CANEVAROLO JR, 2004).
Kim e White (2005) relataram que a montmorilonita sódica (MMT-Cloisite Na+)
apresentou resíduo sólido superior a 85% em temperaturas em torno de 800°C.
164

Amido de milho e IPS em pó são menos estáveis termicamente quando


comparado a mistura destes polímeros para obter a blenda TPS/IPS (Tabela 2).
Quando o amido de milho (T i=265,6°C) e IPS (T i=250,5°C) são misturados, a T i
é reduzida para 234,53°C. Este resultado pode ser atribuído ao efeito de
plasticização da blenda polimérica devido a adição de glicerol e água para
formação do filme. Todos os filmes apresentaram no segundo estágio de
degradação térmica duas fases (dois picos de temperatura). Observou-se
aumento de Ti e Tf para todos os filmes em relação ao filme TPS/IPS com a
adição de MMT e MA (Tabela 2). Isto indica uma melhoria da estabilidade
térmica das blendas. Wang et al. (2009) atribuíram o aumento na estabilidade
térmica de nanocompósitos de amido termoplásticos extrusados com a adição de
MMT a estrutura intercalada ou esfoliada dos nanocompósitos, responsável pela
formação de um "labirinto" ou "caminho tortuoso" na matriz polimérica que
poderia bloquear a passagem normal de gases e líquidos. Conforme Wang et al.
(2009) a estrutura esfoliada da MMT poderia evitar o efeito de plasticização da
água e consequente migração e evaporação. Estes autores relataram que a
presença da MMT também protege a exposição de grupos hidroxilas do amido
durante a despolimerização térmica. A melhoria da estabilidade térmica também
tem sido atribuída ao comportamento da MMT como isolante térmico e
possíveis mudanças na dinâmica do movimento molecular em
bionanocompósitos (KUMAR et al., 2010; LESZCZYNSKA e
PIELICHOWSKI, 2008).
Uma significativa redução na porcentagem de perda de massa (%PM) e
aumento do resíduo (Res 700°C) pode ser observada com a adição de 1% de argila
para o filme MMT1MA0 em relação ao filme TPS/IPS. Isto indica que este
filme é termicamente mais estável a decomposição térmica em relação aos
demais, devido a presença de argila. Além disso, todos os filmes que continham
MMT apresentaram aumento do resíduo. O aumento do resíduo carbonizado
165

pode ser atribuído à adição de MMT, que é termicamente estável até uma
temperatura de 900°C (KUMAR et al., 2010). A Tabela 2 mostra um aumento
da temperatura no qual ocorre a velocidade máxima de degradação (DTGmáx), com
a adição de MMT ou MA em relação ao filme TPS/IPS. Porém o perfil de
degradação não se altera entre os filmes com ou sem MMT e MA. O primeiro
pico de DTGmáx (entre 294,9°C e 309,7°C) é atribuído a máxima velocidade de
degradação do TPS, IPS e possivelmente carboidratos (amido modificado e
maltodextrina) presente nas microcápsulas enquanto que o segundo pico (entre
513,9°C e 558,6°C) está relacionado a degradação do IPS, MA e componentes
voláteis da MMT, conforme temperaturas de DTGmáx da Tabela 2.
Tabela 2 Propriedades térmicas obtidas por TG e DSC dos componentes em pó e dos nanocompósitos de TPS/IPS/MMTNa +/MA

166
Ti* DTGmax Tf (%) PM Res700 °C Tg
(° C) (°C) (° C) (Ti -Tf) (%) (°C)
Amido de milho 285,2 307,3 541,9 84,6 0,7 -28,9
IPS 250,6 / 401,2 285,1 / 512,8 360,7 / 540,6 89,7 1,8 186,1
MA 252,6 / 417,2 303,9 / 468,2 354,1 / 481,6 90,6 0,2 92,9
_____
MMTNa+ 556,9 634,5 674,1 5,8 89,5
Filmes Ti* DTGmax Tf (%) PM Res700 °C Tg
(g·100g-1 TPS/IPS) (° C) (°C) (° C) (Ti -Tf) (%) (°C)
TPS / IPS 234,53 / 459,72 294,9 / 530,4 371,3 / 573,1 83,2 0,40 5,6 / 106,7
MMT0MA1 239,37 / 470,56 308,03 / 513,9 / 551,5 377,5 / 607,2 82,2 0,60 105,3
MMT0MA4 240,08 / 472,06 309,7 / 514,8 / 550,9 382,3 / 592,7 84,6 0,84 3,62 / 102,8
MMT0MA8 241,76 / 476,87 307,6 / 518,1 / 558,6 404,86 / 593,3 84,3 0,79 7,5 / 108,6
MMT1MA0 243,31 / 483,67 308,14 / 549,9 488,29 / 586,2 75,8 1,90 13,2 / 110,4

MMT1MA1 240,28 / 479,97 307,8 / 549,5 414,9 / 581,6 82,9 1,46 11,4 / 109,3

MMT1MA4 238,02 / 477,04 308,3 / 533,9 / 547,8 419,4 / 587,73 84,3 1,79 10,2 / 110,9

MMT1MA8 244,86 / 478,06 307,9 / 545,9 409,5 / 595,5 84,9 1,29 7,3 / 103,4
*Ti (temperatura inicial de decomposição); DTGmax (temperatura de máxima velocidade de decomposição);
Tf (temperatura final de decomposição); PM (porcentagem de perda de massa na faixa de decomposição);
Res700°C (porcentagem de resíduo a 700°); Tg, (temperatura de transição vítrea)
167

3.4 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

A temperatura de transição vítrea é afetada por vários parâmetros, como


massa molar, estrutura química e conteúdo de umidade do material. Materiais
com alta Tg produzem materiais mais estáveis durante o processamento e
armazenamento (BERISTAIN, AZUARA e VERNON‐CARTER, 2002;
BHANDARI e HARTEL, 2005; FERNANDES, BORGES e BOTREL, 2014a).
A T g é uma transição na qual ocorre o início do movimento da cadeia polimérica
com a passagem do estado vítreo (moléculas mais ordenadas) para o estado de
―borracha‖ (maior flexibilidade e menor ordenação molecular) (AZEVEDO et
al., 2015b; CANEVAROLO, 2002).
A Tg do amido de milho em pó e das microcápsulas são inferiores ao IPS
em pó (Tabela 2). Com a mistura destes componentes para formação dos filmes
ocorre o aparecimento de duas T g intermediárias. Observou-se que a adição de
MMT e MA ocasionou pequenas alterações na temperatura de transição vítrea
(Tg) dos filmes. Conforme Tabela 2, todos os filmes apresentaram dois valores
de T g, exceto o filme MMT0MA1 possivelmente devido a sensibilidade do
equipamento. A adição de MMT aumentou a T g do filme MMT1MA0 em
relação ao filme TPS/IPS. Isto indica que a adição de MMT favoreceu a redução
da mobilidade das cadeias do polímero e aumentou a estabilidade térmica do
filme conforme visto pela análise de TG.
O filme MMT1MA8 apresentou uma redução da estabilidade térmica
quando comparado aos filmes apenas com MMT. Este resultado pode ser
atribuído ao aumento da concentração de microcápsulas no qual diminui a T g do
filme devido a presença do encapsulante maltodextrina. Devido a menor massa
molar (1,800 g mol-1), a adição de maltodextrina como material de parede
diminui a Tg de microcápsulas (FERNANDES, BORGES e BOTREL, 2014a).
Yousefi, Emam-Djomeh e Mousavi (2011) também encontraram redução da T g
168

com a utilização de maltodextrina (DE 20) para microcápsulas de suco de romã.


Assim, os filmes MMT1MA1 e MMT1MA4 apresentaram melhor interação
entre MMT e MA sem redução da estabilidade térmica quando comparado com
os demais filmes. Isto pode ser atribuído a fortes interações intermoleculares
com as cadeias do polímero o que resulta em menor mobilidade das moléculas
aumentando a estabilidade térmica.
Aydın e Ilberg (2016), em pesquisas sobre blendas de polyvinil álcool
(PVA) e amido de milho apresentaram T g em 76,1°C. Estes autores relataram
que a mistura de blendas proporcionou um aumento da T g quando comparado ao
polímero puro PVA sendo resultado das interações de ligações de hidrogênio
entre amido e PVA. Nanocompósitos de amido de milho termoplástico (TPS)
com concentrações de 1, 2, 3 e 5% de MMTNa+ foram estudados por Aouda,
Mattoso e Longo (2011). Esses autores observaram uma pequena redução da T g
(-58,7°) para filmes com 1% de MMT em relação ao polímero TPS (-56,8°C).
3.5 Propriedades Mecânicas

A interação dos fatores MMT e MA foi significatica (p<0,05) para


resistência à tração (ζmax), módulo de elasticidade (ME), alongamento (Ɛ),
resistência à punctura (RP) e deformação na punctura (DP). A Tabela 3
apresenta o desdobramento da interação dos parâmetros de tração e punctura,
respectivamente.
Os filmes com adição de MA e ausência de MMT apresentaram redução
na ζmax, ME e Ɛ em relação ao filme TPS/IPS. A redução do alongamento pode
ser atribuído a uma diminuição do movimento das moléculas da blenda
polimérica. No entanto, a redução na ζmax e ME pode estar relacionada com um
possível efeito de plasticização. Plastificantes e água são substâncias de baixa
massa molar que aumentam a flexibilidade e processabilidade de polímeros
(AYDıN e ILBERG, 2016; SREEDHAR et al., 2006). No entanto, para o filme
169

MMT0MA8 observou-se aumento do ME e ζmax em relação aos filmes


MMT0MA1 e MMT0MA4 com consequente redução significativa do Ɛ apenas
para MMT0MA8. Assim, com o aumento na concentração de MA, os filmes
apresentaram-se mais rígidos (menor elasticidade), aumento da força na tração e
menor estiramento (Tabela 3). Este resultado também pode ser atribuído ao
aumento da concentração da fase sólida devido a adição das microcápsulas em
pó durante o desenvolvimento do filme. Com isso, a fase líquida é prejudicada
com menor presença de água e glicerol para auxiliar no processo de
plasticização tornando os filmes mais quebradiços com o aumento de MA. A
presença de água em filmes hidrofílicos também possui efeito plasticizante, em
condições de baixa umidade, os filmes tornam-se mais quebradiços devido à
diminuição de água residual no interior do filme (COUPLAND et al., 2000).
O filme MMT1MA0 apresentou um efeito de plasticização com
diminuição na ζmax e ME em relação ao filme TPS/IPS tornando os filmes menos
rígidos (mais flexíveis) e mais fracos (Tabela 3). Também se observou efeito de
plasticização com o aumento da extensibilidade do Ɛ causado pela presença da
argila e consequente aumento da capacidade do filme MMT1MA0 para esticar
(Tabela 3). Os plasticizantes enfraquecem as forças intermoleculares entre as
cadeias adjacentes do polímero, assim, ocorre um aumento da extensibilidade e
flexibilidade do filme, com uma diminuição no módulo de elasticidade e
resistência à tração (ALVES et al., 2007; AZEVEDO et al., 2015a). Conforme
difratogramas de raios X, uma possível esfoliação da MMT foi obtida, porém,
possivelmente, a concentração de MMT adicionada aos filmes não foi suficiente
para aumentar as propriedades de tração.
A melhoria das propriedades mecânicas está fortemente relacionada com
as formulações dos filmes. A combinação entre MMT e MA aumentou a ζmax,
ME e diminuiu Ɛ em relação ao filme MMT1MA0 (Tabela 3). O aumento na
concentração de microcápsulas tornou os filmes mais rígidos e resistentes à
170

tração, porém com menor capacidade para esticar. Isto pode ser atribuído a
presença de polissacarídeos (amido modificado e maltodextrina) contido nas
microcápsulas que modificam propriedades mecânicas em combinação com
filmes de proteínas tornando os filmes mais rígidos sem a adição de
plastificantes. Assim, com os resultados apresentados neste trabalho, permite-se
concluir que a combinação de 1% de MMT com uma concentração de 4% de
MA tornou o filme MMT1MA4 mais resistente e mais elástico quando
comparado aos filmes MMT1MA1 e MMT1MA8. Brindle e Krochta (2008)
estudaram filmes de blendas de isolado proteico de soro de leite combinado com
hidroxipropilmetilcelulose e glicerol. Estes autores relataram que o aumento na
concentração de HPMC aumentou a resistência à tração, módulo elástico e
reduziu o alongamento quando comparado a filmes puros de isolado proteico de
soro de leite com glicerol, com a presença de filmes mais duros, fortes e menos
extensíveis.
Em relação à punctura, observou-se redução significativa para todos os
filmes com ou sem adição MMT e MA para RP e DP em relação ao filme
TPS/IPS. Isso indica menor deformação dos filmes e uma menor força seria
necessária para perfuração tornando os filmes mais quebradiços (Tabela 3). Este
fato pode ser atribuído a diminuição de plastificantes nos filmes provocado pelo
aumento de microcápsulas. Porém, a interação entre MMT e MA para o filme
MMT1MA8 promoveu um aumento da RP e DP com maior força na punctura e
maior deformação em relação ao filme MMT1MA0.
Jagannath et al. (2003) estudaram filmes de blendas de amido de
milho/gelatina; amido de milho/albumina e amido de milho/caseína e relataram
resistência à tração de 3,45MPa a 4,08 MPa e alongamento de 29 a 68%.
Coughlan et al. (2004) apresentaram resistência à tração de 0,81 a 1,19 MPa e 19
a 20% de alongamento em filmes de concentrado proteico de soro de leite com
carragena. Pesquisas sobre filmes de amido de mandioca termoplástico (TPS)
171

com nanoargilas hidrofílicas e hidrofóbicas foram desenvolvidas por Müller,


Laurindo e Yamashita (2012). Estes autores relataram que a adição de
nanoargilas não alterou significativamente o alongamento porém, os filmes com
nanoargilas hidrofílicas (Cloisite Na +) aumentaram a rigidez dos filmes devido a
estruturas intercaladas. Kumar et al. (2010) estudaram filmes de proteína isolada
de soja (SPI) e montmorilonita sódica obtidos por extrusão. A resistência à
tração aumentou com o aumento da concentração de 0 a 15% de MMT. Filmes
contendo 5% de MMT apresentaram aumento do alongamento quando
comparado com o filme SPI. No entanto, com o aumento de MMT de 5% até
15% a porcentagem de alongamento diminuiu. Estes autores relataram que este
fato é atribuído ao menor movimento das moléculas de proteína de soja devido à
incorporação da MMT e interação entre SPI e MMT.
Tabela 3 Tração (ζmax, ME, Ɛ); Punctura (RP e DR) em filmes de TPS/IPS/MMTNa +/MA

172
Resistência à
Módulo de Alongamento Deformação na
MMTNa+ MA Resistência à punctura /
Elasticidade (ME) (Ɛ) punctura (DP)
(g·100g-1) (g·100g-1) tração (ζmax) (MPa) Espessura
(MPa) (%) (mm)
(RP) (N/mm)
0 5,73 ± 0,39 a 198,90 ± 11,0 a 10,65 ± 1,30 a 75,40 ± 5,8 a 3,38 ± 0,32 a
1 2,25 ± 0,23 b 120,28 ± 11,3 b 11,96 ± 0,40 a 48,66 ± 4,9 b 2,80 ± 0,41 b
0
4 2,77 ± 0,28 c 174,65 ± 19,6 a 11,33 ± 0,77 a 54,72 ± 5,3 b 3,15 ± 0,27 b
8 3,48 ± 0,20 d 192,89 ± 14,9 a 7,60 ± 0,12 b 50,90 ± 7,4 b 2,75 ± 0,27 b
0 2,24 ± 0,10 a 114,80 ± 6,81 a 12,14 ± 0,98 a 54,73 ± 6,4 a 2,86 ± 0,18 a
1 2,25 ± 0,17 a 134,52 ± 9,92 a 11,86 ± 0,48 a 49,64 ± 5,5 b 2,79 ± 0,22 a
1
4 2,80 ± 0,10 b 124,77 ± 8,37 a 10,06 ± 0,65 b 49,12 ± 4,1 b 2,90 ± 0,25 b
8 3,22 ± 0,05 b 192,96 ± 9,65 b 9,86 ± 0,71 b 59,03 ± 5,2 a 2,96 ± 0,14 b
* Médias observadas na coluna com mesma letra não diferem estatisticamente (p<0,05)
173

3.6 Permeabilidade ao Vapor de Água (PVA)

Uma das principais limitações para utilização de filmes baseados em


polímeros hidrofílicos para materiais de embalagem de alimentos é a tendência a
alta permeabilidade ao vapor de água. Assim, a utilização de nanopartículas
torna-se uma alternativa para melhorar propriedades de barreira, criando um
caminho tortuoso para a difusão de moléculas com consequente redução da
PVA. Neste trabalho, a espessura dos filmes não apresentou diferença
significativa (p<0,05) e variaram entre 370 µm a 450 µm. A adição de MMT
influenciou significativamente a PVA (p<0,05) dos filmes (Tabela 4).
Observou-se redução de 35,3% da PVA dos nanocompósitos com a
adição de 1% de MMT. Isto indica que as moléculas do polímero (TPS/IPS)
entraram no espaço interlamelar da argila resultando em uma expansão das
lamelas com consequente efeito de tortuosidade do caminho para difusão de
moléculas. Conforme visto nos difratogramas de raios X, uma possível
esfoliação das lamelas pode ter ocorrido resultando, assim, em uma redução da
difusividade do permeante ao longo da matriz polimérica. Quando as lamelas de
argila estão bem distribuídas na matriz polimérica, ocorre a formação de
caminhos tortuosos o que dificulta a passagem de vapores de água através dos
filmes (DIAS et al., 2014).
Os principais fatores que afetam a permeação incluem o grau de
cristalinidade, o nível de dispersão e orientação das plaquetas de silicato no
interior da matriz. Nanocompósitos contendo glicerol apresentaram redução da
permeabilidade à água, pois a presença do plastificante glicerol dificulta a
intercalação e mantem as plaquetas de MMT orientadas aleatoriamente no
espaço devido a ligações com grupos hidroxilas (-OH) da MMT (LAVORGNA
et al., 2010). Assim, a redução da PVA observada pode ser atribuída ao nível de
dispersão e orientação de plaquetas. O uso de nanopartículas em filmes
174

aumenta o caminho do permeante ao longo da matriz polimérica, reduzindo a


difusividade e resultando em melhor propriedade de barreira ao vapor de água
do filme (DIAS et al., 2014).
Esta redução da PVA é comparável aos resultados obtidos em outras
pesquisas com a incorporação de até 10% de MMT. Lavorgna et al. (2010)
encontrou redução de até 50% em filmes de quitosana com 3 e 10% de MMT.
Filmes de amido com 6% MMT apresentaram redução de 34,2% (TANG,
ALAVI e HERALD, 2008). Filmes de quitosana com 5% MMT, redução de
25,4% (RHIM et al., 2006). Filmes de isolado proteico de soja com 5% MMT
obtiveram redução de 22,1% (KUMAR et al., 2010). Azevedo et al. (2015b)
reportaram redução de 50,8% em filmes de isolado proteico de soro de leite com
3% de MMT. Faria, Vercelheze e Mali (2012) reportaram redução de 47,9% em
blendas à base de amido de mandioca, álcool polivinílico e 5% de MMT.

Tabela 4 Média e desvio padrão de permeabilidade ao vapor de água (PVA, g·m-


1 -1
·s ·Pa-1) de filmes de TPS/IPS/MMT/MA
PVA x10-11
Filmes
(g/m*s*Pa)
Com MMT 1,61 ± 0,38 a
Sem MMT 2,49 ± 1,56 b
* Médias observadas na coluna com mesma letra não diferem
estatisticamente (p<0,05)

3.7 Determinação da atividade antioxidante total pela captura do radical


livre DPPH (AAT)

Para avaliar antioxidantes como possíveis sequestradores de radicais livres,


o método DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil) é um dos mais utilizados
atualmente. O DPPH é um radical livre que produz um decréscimo da
absorbância apresentando-se como uma solução violeta em solução alcoólica
175

sendo reduzido na presença de uma molécula antioxidante, dando origem à


soluções etanólicas descoloridas (BRAND-WILLIAMS, CUVELIER e
BERSET, 1995; MENSOR et al., 2001).
O parâmetro atividade antioxidante total (AAT) sofreu influência
significativa apenas quanto ao teor de microcápsulas (MA) (Tabela 5).
Observou-se aumento da AAT dos filmes em função do aumento da
concentração de MA, porém, não houve diferença significativa entre os filmes.
Isto indica que a menor concentração de MA adicionada aos filmes é suficiente
para que exista efeito antioxidante. A atividade antioxidante apresentada pelos
filmes indica que os materiais de parede utilizados no processo de
microencapsulação deste trabalho (maltodextrina DE:10 e amido modificado)
foram eficientes para proteger os compostos voláteis 1,8 cineol (monoterpeno
majoritário) e ácido carnósico (diterpeno majoritário) presentes no óleo.
Turasan, Sahin e Sumnu (2015) estudaram o armazenamento de microcápsulas
de óleo essencial de alecrim durante 40 dias. Estes autores relataram que a alta
barreira a permeabilidade dos materiais de parede (maltodextrina com dextrose
equivalene, DE 4,0-7,0 e DE: 13,0 - 17,0) utilizados no processo de
encapsulação diminuiram a volatilização do 1,8 cineol. Estudos relataram que a
atividade biológica de óleos essenciais é frequentemente atribuída aos seus
compostos majoritários (BURT, 2004; OJEDA-SANA et al., 2013). O óleo
essencial de alecrim possui componentes fenólicos em sua composição que
envolvem principalmente monoterpenos como 1,8-cineol, α-pineno, cânfora,
canfeno, que apresentam efeitos antioxidantes (BASER e BUCHBAUER, 2015;
KATERINOPOULOS et al., 2005; TURASAN, SAHIN e SUMNU, 2015).
Por apresentarem compostos ativos biologicamente tais como ácidos
fenólicos e terpenos, os óleos essenciais tem sido reconhecidos pelas suas
propriedades antioxidantes (ALVES-SILVA et al., 2013; RUIZ-NAVAJAS et
al., 2013). As propriedades antioxidantes dos extratos da folha de alecrim e/ou
176

óleo são atribuídas ao seu grande conteúdo de fenólicos diterpênicos (SÁENZ-


LÓPEZ, FERNÁNDEZ-ZURBANO e TENA, 2002; THORSEN e
HILDEBRANDT, 2003). A atividade antioxidante do alecrim é relatada para
dois fenólicos diterpênicos: ácido carnósico e carnosol, sendo o antioxidante
mais efetivo e majoritário o ácido carnósico. Outros diterpenos, menos efetivos,
são produtos de degradação do ácido carnósico, que é convertido na maior parte
a carnosol, metil éster do ácido carnósico, rosmadiol, epirosmanol, rosmanol, 7-
metilrosmanol e ácido rosmarínico (ABDOLLAHI, REZAEI e FARZI, 2012;
BACKLEH, LEUPOLD e PARLAR, 2003; BOZIN et al., 2007; DEL BAÑO et
al., 2003; IBANEZ et al., 2000; THORSEN e HILDEBRANDT, 2003).

Tabela 5 Atividade antioxidante total (AAT, %) de filmes de


TPS/IPS/MMT/MA
MA
AAT (%)
(g·100g-1)
0 31,19 ± 0,89 a
1 49,61 ± 1,31 b
4 52,53 ± 3,72 b
8 53,02 ± 0,83 b
* Médias observadas na coluna com mesma letra não diferem estatisticamente (p<0,05)

4. CONCLUSÃO

Os resultados mostraram a obtenção de nanocompósitos homogêneos


com possíveis estruturas esfoliadas na matriz de TPS/IPS conforme
difratogramas de raios X e microscopia eletrônica de varredura. A adição de
MMT reduziu a PVA dos filmes e a interação entre MMT e MA promoveu
aumento da estabilidade térmica, melhoria das propriedades mecânicas e
atividade antioxidante para os nanocompósitos desenvolvidos. A atividade
177

antioxidante das microcápsulas de óleo essencial de alecrim foi mantida após o


processo de extrusão sendo o filme MMT1MA1 o mais indicado para futuras
aplicações como embalagens ativas. Assim, a utilização destes filmes como
carreador de substâncias ativas seria uma alternativa promissora para o
desenvolvimento de embalagens ativas para a indústria de alimentos. Estudos
futuros visam a aplicação destes filmes em sistemas reais (alimentos) para
avaliar a migração do agente ativo contido nas microcápsulas do filme para o
alimento e seu potencial antioxidante.

AGRADECIMENTOS

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico


(CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(FAPEMIG) e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) pelo suporte
financeiro. SISNANO (Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia) e
LNNA (Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio, Embrapa
Instrumentação), Hilmar Ingredients, Southern Clay Products, pela doação do
isolado proteico de soro de leite, argila montmorilonita PB Cloisite Na +,
respectivamente.

REFERÊNCIAS

ABDOLLAHI, M.; REZAEI, M.; FARZI, G. A novel active bionanocomposite


film incorporating rosemary essential oil and nanoclay into chitosan. Journal of
Food Engineering, v. 111, n. 2, p. 343-350, 2012.

______. Influence of chitosan/clay functional bionanocomposite activated with


rosemary essential oil on the shelf life of fresh silver carp. International
Journal of Food Science & Technology, v. 49, n. 3, p. 811-818, 2014.
178

ALVES-SILVA, J. M. et al. Chemical composition and in vitro antimicrobial,


antifungal and antioxidant properties of essential oils obtained from some herbs
widely used in Portugal. Food Control, v. 32, n. 2, p. 371-378, 2013.

ALVES, V. D. et al. Effect of glycerol and amylose enrichment on cassava


starch film properties. Journal of Food Engineering, v. 78, n. 3, p. 941-946,
2007.

AOUADA, F. A.; MATTOSO, L. H.; LONGO, E. New strategies in the


preparation of exfoliated thermoplastic starch–montmorillonite nanocomposites.
Industrial Crops and Products, v. 34, n. 3, p. 1502-1508, 2011.

ASTM. Standard practice for conditioning plastics for testing, D618-00.


Philadephia,PA: 4 p. 2000a.

______. Standard test method for water vapor transmission of materials,


E96-00. Philadelphia,PA: 9 p. 2000b.

______. Standard Test Method for Tensile Properties of Thin Plastic


Sheeting, D882-02. Philadelphia,PA: 10 p. 2002.

______. Standard test method for transition temperatures of polymers by


differential scanning calorimetry, D3418-03. Philadelphia,PA: 7 p. 2003.

AVEROUS, L.; BOQUILLON, N. Biocomposites based on plasticized starch:


thermal and mechanical behaviours. Carbohydrate Polymers, v. 56, n. 2, p.
111-122, 2004.

AYDıN, A. A.; ILBERG, V. Effect of different polyol-based plasticizers on


thermal properties of polyvinyl alcohol: starch blends. Carbohydrate polymers,
v. 136, p. 441-448, 2016.

AZEVEDO, V. M. et al. Development of whey protein isolate bio-


nanocomposites: Effect of montmorillonite and citric acid on structural, thermal,
morphological and mechanical properties. Food Hydrocolloids, v. 48, p. 179-
188, 2015a.

AZEVEDO, V. M. et al. Whey protein isolate biodegradable films: Influence of


the citric acid and montmorillonite clay nanoparticles on the physical properties.
Food Hydrocolloids, v. 43, p. 252-258, 2015b.
179

BACKLEH, M.; LEUPOLD, G.; PARLAR, H. Rapid quantitative enrichment of


carnosic acid from rosemary (Rosmarinus officinalis L.) by isoelectric focused
adsorptive bubble chromatography. Journal of agricultural and food
chemistry, v. 51, n. 5, p. 1297-1301, 2003.

BAKKALI, F. et al. Biological effects of essential oils–a review. Food and


chemical toxicology, v. 46, n. 2, p. 446-475, 2008.

BARCLAY, T. et al. Inulin-a versatile polysaccharide with multiple


pharmaceutical and food chemical uses. 2010. International Pharmaceutical
Excipients Council

BASER, K. H. C.; BUCHBAUER, G. Handbook of essential oils: science,


technology, and applications. CRC Press, 2015.

BERISTAIN, C.; AZUARA, E.; VERNON‐CARTER, E. Effect of Water


Activity on the Stability to Oxidation of Spray‐Dried Encapsulated Orange Peel
Oil Using Mesquite Gum (Prosopis Juliflora) as Wall Material. Journal of Food
Science, v. 67, n. 1, p. 206-211, 2002.

BHANDARI, B.; HARTEL, R. Phase transitions during food powder production


and powder stability. 2005.

BOZIN, B. et al. Antimicrobial and antioxidant properties of rosemary and sage


(Rosmarinus officinalis L. and Salvia officinalis L., Lamiaceae) essential oils.
Journal of agricultural and food chemistry, v. 55, n. 19, p. 7879-7885, 2007.

BRAND-WILLIAMS, W.; CUVELIER, M.; BERSET, C. Use of a free radical


method to evaluate antioxidant activity. LWT-Food Science and Technology,
v. 28, n. 1, p. 25-30, 1995.

BRINDLE, L.; KROCHTA, J. Physical properties of whey protein–


hydroxypropylmethylcellulose blend edible films. Journal of Food Science, v.
73, n. 9, p. E446-E454, 2008.

BURT, S. Essential oils: their antibacterial properties and potential applications


in foods—a review. International journal of food microbiology, v. 94, n. 3, p.
223-253, 2004.

BYUN, Y.; KIM, Y. T.; WHITESIDE, S. Characterization of an antioxidant


polylactic acid (PLA) film prepared with alpha-tocopherol, BHT and
180

polyethylene glycol using film cast extruder. Journal of Food Engineering, v.


100, n. 2, p. 239-244, 2010.

CANEVAROLO, J. SV Ciência dos Polímeros: um texto básico para tecnólogos


e engenheiros. São Paulo: Artiliber, p. 282, 2002.

CANEVAROLO JR, S. V. Técnicas de caracterização de polímeros. 2004.


448p

CAPARINO, O. et al. Effect of drying methods on the physical properties and


microstructures of mango (Philippine ‗Carabao‘var.) powder. Journal of Food
Engineering, v. 111, n. 1, p. 135-148, 2012.

CEREDA, M. et al. Propriedades gerais do amido. Campinas: Fundação


Cargill, v. 1, p. 224, 2001.

CHEN, C. H.; LAI, L. S. Mechanical and water vapor barrier properties of


tapioca starch/decolorized hsian-tsao leaf gum films in the presence of
plasticizer. Food Hydrocolloids, v. 22, n. 8, p. 1584-1595, 2008.

COSTA, J. M. G. D. et al. Matrix structure selection in the microparticles of


essential oil oregano produced by spray dryer. Journal of Microencapsulation,
v. 30, n. 8, p. 717-727, 2013.

COUGHLAN, K. et al. Combined Effects of Proteins and Polysaccharides on


Physical Properties of Whey Protein Concentrate‐based Edible Films. Journal
of food science, v. 69, n. 6, p. E271-E275, 2004.

COUPLAND, J. N. et al. Modeling the effect of glycerol on the moisture


sorption behavior of whey protein edible films. Journal of food engineering, v.
43, n. 1, p. 25-30, 2000.

DAINELLI, D. et al. Active and intelligent food packaging: legal aspects and
safety concerns. Trends in Food Science & Technology, v. 19, p. S103-S112,
2008.

DE ABREU, D. P. et al. Development of new polyolefin films with nanoclays


for application in food packaging. European Polymer Journal, v. 43, n. 6, p.
2229-2243, 2007.
181

DE CAMPOS, A. et al. TPS/PCL composite reinforced with treated sisal fibers:


property, biodegradation and water-absorption. Journal of Polymers and the
Environment, v. 21, n. 1, p. 1-7, 2013.

DEL BAÑO, M. J. et al. Phenolic diterpenes, flavones, and rosmarinic acid


distribution during the development of leaves, flowers, stems, and roots of
Rosmarinus officinalis. Antioxidant activity. Journal of Agricultural and Food
Chemistry, v. 51, n. 15, p. 4247-4253, 2003.

DIAS, M. V. et al. Development of chitosan/montmorillonite nanocomposites


with encapsulated α-tocopherol. Food Chemistry, v. 165, p. 323-329, 2014.

DU PLOOY, W.; REGNIER, T.; COMBRINCK, S. Essential oil amended


coatings as alternatives to synthetic fungicides in citrus postharvest
management. Postharvest Biology and Technology, v. 53, n. 3, p. 117-122,
2009.

FARIA, F. D. O.; VERCELHEZE, A. E. S.; MALI, S. Propriedades físicas de


filmes biodegradáveis a base de amido de mandioca, álcool polivinílico e
montmorilonita. Quim. Nova, v. 35, n. 3, p. 487-492, 2012.

FERNANDES, R. V. D. B.; BORGES, S. V.; BOTREL, D. A. Gum


arabic/starch/maltodextrin/inulin as wall materials on the microencapsulation of
rosemary essential oil. Carbohydrate polymers, v. 101, p. 524-532, 2014.

FERNANDES, R. V. D. B.; BORGES, S. V.; BOTREL, D. A. Gum


arabic/starch/maltodextrin/inulin as wall materials on the microencapsulation of
rosemary essential oil. Carbohydrate polymers, v. 101, p. 524-532, 2014a.

FERNANDES, R. V. D. B. et al. Physical and chemical properties of


encapsulated rosemary essential oil by spray drying using whey protein–inulin
blends as carriers. International Journal of Food Science & Technology, v.
49, n. 6, p. 1522-1529, 2014b.

FROUNCHI, M. et al. Gas barrier properties of PP/EPDM blend


nanocomposites. Journal of membrane science, v. 282, n. 1, p. 142-148, 2006.

GACHKAR, L. et al. Chemical and biological characteristics of Cuminum


cyminum and Rosmarinus officinalis essential oils. Food Chemistry, v. 102, n.
3, p. 898-904, 2007.
182

GALDEANO, M. et al. Effects of production process and plasticizers on


stability of films and sheets of oat starch. Materials Science and Engineering:
C, v. 29, n. 2, p. 492-498, 2009.

GENENA, A. K. et al. Rosemary (Rosmarinus officinalis): a study of the


composition, antioxidant and antimicrobial activities of extracts obtained with
supercritical carbon dioxide. Food Science and Technology (Campinas), v. 28,
n. 2, p. 463-469, 2008.

GHARSALLAOUI, A. et al. Applications of spray-drying in


microencapsulation of food ingredients: An overview. Food Research
International, v. 40, n. 9, p. 1107-1121, 2007.

GHOSH, A. et al. Structure–function characteristics of the biomaterials based


on milk-derived proteins. International journal of biological macromolecules,
v. 46, n. 4, p. 404-411, 2010.

GÜÇBILMEZ, Ç. M.; YEMENICIOĞLU, A.; ARSLANOĞLU, A.


Antimicrobial and antioxidant activity of edible zein films incorporated with
lysozyme, albumin proteins and disodium EDTA. Food Research
International, v. 40, n. 1, p. 80-91, 2007.

HERNANDEZ‐IZQUIERDO, V.; KROCHTA, J. Thermoplastic processing of


proteins for film formation—a review. Journal of Food Science, v. 73, n. 2, p.
R30-R39, 2008.

HULLEMAN, S. et al. Origins of B-type crystallinity in glycerol-plasticised,


compression-moulded potato starches. Carbohydrate Polymers, v. 39, n. 4, p.
351-360, 1999.

IBANEZ, E. et al. Combined use of supercritical fluid extraction, micellar


electrokinetic chromatography, and reverse phase high performance liquid
chromatography for the analysis of antioxidants from rosemary (Rosmarinus
officinalis L.). Journal of agricultural and food chemistry, v. 48, n. 9, p.
4060-4065, 2000.

JAGANNATH, J. et al. Mechanical and barrier properties of edible starch–


protein‐based films. Journal of Applied Polymer Science, v. 88, n. 1, p. 64-71,
2003.
183

KATERINOPOULOS, H. E. et al. Composition and insect attracting activity of


the essential oil of Rosmarinus officinalis. Journal of chemical ecology, v. 31,
n. 1, p. 111-122, 2005.

KERRY, J.; O‘GRADY, M.; HOGAN, S. Past, current and potential utilisation
of active and intelligent packaging systems for meat and muscle-based products:
A review. Meat science, v. 74, n. 1, p. 113-130, 2006.

KIM, H.-Y. et al. Effect of ultrasonic treatments on nanoparticle preparation of


acid-hydrolyzed waxy maize starch. Carbohydrate polymers, v. 93, n. 2, p.
582-588, 2013.

KIM, Y.; WHITE, J. L. Formation of polymer nanocomposites with various


organoclays. Journal of applied polymer science, v. 96, n. 5, p. 1888-1896,
2005.

KROCHTA, J. M.; MULDER-JOHNSTON, D. Edible and biodegradable


polymer films: challenges and opportunities. Food technology (USA), 1997.

KUMAR, P. et al. Preparation and characterization of bio-nanocomposite films


based on soy protein isolate and montmorillonite using melt extrusion. Journal
of Food Engineering, v. 100, n. 3, p. 480-489, 2010.

LANGRISH, T.; WANG, S. Crystallization rates for amorphous sucrose and


lactose powders from spray drying: A comparison. Drying Technology, v. 27,
n. 4, p. 606-614, 2009.

LAVORGNA, M. et al. Study of the combined effect of both clay and glycerol
plasticizer on the properties of chitosan films. Carbohydrate Polymers, v. 82,
n. 2, p. 291-298, 2010.

LEE, S. Y.; CHEN, H.; HANNA, M. A. Preparation and characterization of


tapioca starch–poly (lactic acid) nanocomposite foams by melt intercalation
based on clay type. Industrial crops and products, v. 28, n. 1, p. 95-106, 2008.

LESZCZYNSKA, A.; PIELICHOWSKI, K. Application of thermal analysis


methods for characterization of polymer/montmorillonite nanocomposites.
Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, v. 93, n. 3, p. 677-687, 2008.

LUO, X.; LI, J.; LIN, X. Effect of gelatinization and additives on morphology
and thermal behavior of corn starch/PVA blend films. Carbohydrate Polymers,
v. 90, n. 4, p. 1595-1600, 2012.
184

MA, X.-F.; YU, J.; WAN, J. Urea and ethanolamine as a mixed plasticizer for
thermoplastic starch. Carbohydrate Polymers, v. 64, n. 2, p. 267-273, 2006.

MAGALHÃES, N.; ANDRADE, C. Thermoplastic corn starch/clay hybrids:


Effect of clay type and content on physical properties. Carbohydrate Polymers,
v. 75, n. 4, p. 712-718, 2009.

MALCOLM, P. S. Polymer chemistry: An introduction. Oxford University


Press, New York, p. 87-91, 1999.

MCHUGH, T. H.; KROCHTA, J. M. Water vapor permeability properties of


edible whey protein-lipid emulsion films. Journal of the American Oil
Chemists’ Society, v. 71, n. 3, p. 307-312, 1994b.

MCHUGH, T. H. K., JOHN M. Sorbital versus glycerol-plasticized edible films:


integrated oxygen permeability and tensile property evaluation. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 42, n. 4, p. 841-5, 1994a.

MENSOR, L. L. et al. Screening of Brazilian plant extracts for antioxidant


activity by the use of DPPH free radical method. Phytotherapy research, v. 15,
n. 2, p. 127-130, 2001.

MÜLLER, C. M.; LAURINDO, J. B.; YAMASHITA, F. Effect of nanoclay


incorporation method on mechanical and water vapor barrier properties of
starch-based films. Industrial Crops and Products, v. 33, n. 3, p. 605-610,
2011.

______. Composites of thermoplastic starch and nanoclays produced by


extrusion and thermopressing. Carbohydrate polymers, v. 89, n. 2, p. 504-510,
2012.

NIJDAM, J. et al. An X-ray diffraction analysis of crystallised whey and whey-


permeate powders. Carbohydrate research, v. 342, n. 16, p. 2354-2364, 2007.

OJEDA-SANA, A. M. et al. New insights into antibacterial and antioxidant


activities of rosemary essential oils and their main components. Food Control,
v. 31, n. 1, p. 189-195, 2013.

PARK, S. I.; ZHAO, Y. Y. Incorporation of a high concentration of mineral or


vitamin into chitosan-based films. Journal of Agricultural and Food
Chemistry, v. 52, n. 7, p. 1933-1939, 2004.
185

PELISSARI, F. M. et al. Antimicrobial, mechanical, and barrier properties of


cassava starch− chitosan films incorporated with oregano essential oil. Journal
of Agricultural and Food Chemistry, v. 57, n. 16, p. 7499-7504, 2009.

RÉ, M. I. Microencapsulation by spray drying. Drying technology, v. 16, n. 6,


p. 1195-1236, 1998.

REINECCIUS, G. A. The spray drying of food flavors. Drying Technology, v.


22, n. 6, p. 1289-1324, 2004.

RHIM, J.-W. et al. Preparation and characterization of chitosan-based


nanocomposite films with antimicrobial activity. Journal of agricultural and
food chemistry, v. 54, n. 16, p. 5814-5822, 2006.

RINDLAVA, Å.; HULLEMAN, S. H.; GATENHOLMA, P. Formation of starch


films with varying crystallinity. Carbohydrate Polymers, v. 34, n. 1, p. 25-30,
1997.

ROONEY, M. L. Active food packaging. 1995.

RUIZ-NAVAJAS, Y. et al. In vitro antibacterial and antioxidant properties of


chitosan edible films incorporated with Thymus moroderi or Thymus piperella
essential oils. Food Control, v. 30, n. 2, p. 386-392, 2013.

SÁENZ-LÓPEZ, R.; FERNÁNDEZ-ZURBANO, P.; TENA, M. A. T. Capillary


electrophoretic separation of phenolic diterpenes from rosemary. Journal of
Chromatography A, v. 953, n. 1, p. 251-256, 2002.

SANCHEZ-GONZALEZ, L. et al. Physical properties of edible chitosan films


containing bergamot essential oil and their inhibitory action on Penicillium
italicum. Carbohydrate Polymers, v. 82, n. 2, p. 277-283, 2010a.

SÁNCHEZ-GONZÁLEZ, L. et al. Physical and antimicrobial properties of


chitosan–tea tree essential oil composite films. Journal of Food Engineering,
v. 98, n. 4, p. 443-452, 2010b.

SCHMITT, C. et al. Structure and technofunctional properties of protein-


polysaccharide complexes: a review. Critical Reviews in Food Science and
Nutrition, v. 38, n. 8, p. 689-753, 1998.
186

SOTHORNVIT, R.; RHIM, J.-W.; HONG, S.-I. Effect of nano-clay type on the
physical and antimicrobial properties of whey protein isolate/clay composite
films. Journal of Food Engineering, v. 91, n. 3, p. 468-473, 2009.

SREEDHAR, B. et al. Thermal and surface characterization of plasticized


starch polyvinyl alcohol blends crosslinked with epichlorohydrin. Journal of
applied polymer science, v. 101, n. 1, p. 25-34, 2006.

TANG, R. et al. Preparation and characterization of soy protein isolate–


carboxymethylated konjac glucomannan blend films. Journal of applied
polymer science, v. 88, n. 5, p. 1095-1099, 2003.

TANG, X.; ALAVI, S.; HERALD, T. J. Barrier and mechanical properties of


starch-clay nanocomposite films. Cereal chemistry, v. 85, n. 3, p. 433-439,
2008.

THORSEN, M. A.; HILDEBRANDT, K. S. Quantitative determination of


phenolic diterpenes in rosemary extracts: aspects of accurate quantification.
Journal of Chromatography A, v. 995, n. 1, p. 119-125, 2003.

TUNC, S.; DUMAN, O. Preparation and characterization of biodegradable


methyl cellulose/montmorillonite nanocomposite films. Applied Clay Science,
v. 48, n. 3, p. 414-424, 2010.

TURASAN, H.; SAHIN, S.; SUMNU, G. Encapsulation of rosemary essential


oil. LWT-Food Science and Technology, v. 64, n. 1, p. 112-119, 2015.

VAN SOEST, J. J. et al. Crystallinity in starch bioplastics. Industrial Crops


and Products, v. 5, n. 1, p. 11-22, 1996.

VAN SOEST, J. J.; VLIEGENTHART, J. F. Crystallinity in starch plastics:


consequences for material properties. Trends in biotechnology, v. 15, n. 6, p.
208-213, 1997.

VARTIAINEN, J. et al. Biohybrid barrier films from fluidized pectin and


nanoclay. Carbohydrate Polymers, v. 82, n. 3, p. 989-996, 2010.

WANG, N. et al. Effect of citric acid and processing on the performance of


thermoplastic starch/montmorillonite nanocomposites. Carbohydrate
Polymers, v. 76, n. 1, p. 68-73, 2009.
187

WANG, S. et al. Biopolymer chitosan/montmorillonite nanocomposites:


preparation and characterization. Polymer Degradation and Stability, v. 90, n.
1, p. 123-131, 2005.

WASZKOWIAK, K. Antioxidative activity of rosemary extract using


connective tissue proteins as carriers. International journal of food science &
technology, v. 43, n. 8, p. 1437-1442, 2008.

YOUSEFI, S.; EMAM-DJOMEH, Z.; MOUSAVI, S. Effect of carrier type and


spray drying on the physicochemical properties of powdered and reconstituted
pomegranate juice (Punica Granatum L.). Journal of food science and
technology, v. 48, n. 6, p. 677-684, 2011.

Você também pode gostar