[13]
[13]
[13]
LAVRAS – MG
2016
VIVIANE MACHADO DE AZEVEDO
LAVRAS - MG
2016
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema de Geração de Ficha Catalográfica da Biblioteca
Universitária da UFLA, com dados informados pelo(a) próprio(a) autor(a).
LAVRAS - MG
2016
AGRADECIMENTOS
In order to improve the quality and safety of food, the active packaging emerges
as a new technology based on the release of composites beneficial to food
products. Thus, biodegradable films incorporated with active substances have
the function of acting as a barrier to external elements, protecting the product
and increasing its shelf life. They are formulated from proteins, polysaccharides,
lipids or from the combination of these compounds. However, there is a need to
improve the performance properties of these packages. Nanotechnologies, then,
emerges with the study of many nanoparticles as additives to modify the
performance of biodegradable polymers. With this, we aimed at developing and
active antioxidant film of corn starch blenders and whey protein isolate with
rosemary essential oil or microcapsules of rosemary essential oil reinforced with
sodium montmorillonite (MMTNa+) nanoparticles by extrusion. The films were
developed and characterized in a first stage for the selection of the best
polymeric blender using the following analyses: water vapor permeability
(WVP), machanical properties; optical, thermogravimetry (TG), differential
scanning calorimetry (DSC), x-ray diffraction (XRD) and scanning electron
microscopy (SEM). In the second stage, montmorillonite clay nanoparticles and
rosemary essential oil were added as reinforcement to evaluate its antioxidant
effect. In a third stage, we studied the addition of microcapsules of rosemary
essential oil (MR) as a form of protecting the active agent and its antioxidant
potential in the films. The results indicate that the development of polymeric
blender with 30% of corn starch substitution is the most indicated for future
work. The addition of rosemary essential oil or microcapsule of rosemary
essential oil allowed for the obtaining of nanocomposites with antioxidant
potential for application in food packages.
PRIMEIRA PARTE
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Legenda: A-Type (Tipo A) com picos em 15,27° (d = 5,8 Å); 23,40°(d = 3,8 Å); 17,05°
(5,2 Å) e 18,01°(4,9Å). B-Type (Tipo B) com picos em 5,6° - 5,52° (d = 15.8-
16 Å) ; 15,01°(d = 5,9 Å); 17,05° (5,2 Å); 19,72°(d = 4,5 Å); 22,22° (d = 4 Å) e
24,04° (d = 3,7 Å). C-Type (Tipo C) com os mesmos picos apresentados no
Tipo A, porém com a adição do pico em 5,52° (d = 16 Å).
Fonte: Jayakody (2002).
componentes do soro de leite. Devido ao baixo custo, o soro de leite tem sido
alvo de pesquisas com o surgimento de novas técnicas de processamento e
separação de seus componentes para obtenção de uma gama de isolados
funcionais (AZEVEDO, 2013; SMITHERS, 2008).
Soro de leite é responsável por cerca de 20% (p / p) da proteína presente
no leite. Constituído por uma alta concentração de lactose (> 75%), o soro de
leite, um subproduto da fabricação de queijos, é considerado um dos alimentos
mais poluentes com alta demanda bioquímica de oxigênio (QI; ONWULATA,
2011; SISO, 1996; SMITHERS, 2008).
Constituído de água, proteínas de alto valor biológico, lactose e sais
minerais, o soro de leite possui alto valor nutricional sendo obtido após a
coagulação da caseína, a partir do leite, através da adição de ácido ou ação da
quimosina (coalho) ou mineral durante a fabricação de queijos (CAPITANI et
al., 2005; SMITHERS, 2008; ZADOW, 1997). É um líquido opaco, amarelo-
esverdeado causado pela presença de riboflavina (vitamina B2), e pode ser
obtido a partir de qualquer tipo de leite. O soro de leite pode ser obtido, em
laboratório ou na indústria, a partir de coagulação enzimática (enzima
quimosina), com a coagulação de caseínas, no soro doce; por precipitação ácida
no pH isoelétrico (pI), resultando na caseína isoelétrica, que é transformada em
caseinatos e no soro ácido; e pela separação física das micelas de caseína por
microfiltração, obtendo-se um concentrado de micelas e as proteínas do soro, na
forma de concentrado ou isolado proteico. No Brasil, a produção de soro é
constituída quase que exclusivamente de soro doce, rico em lactose
(AZEVEDO, 2013; DE WIT, 2001; PRAZERES; CARVALHO; RIVAS, 2012).
As proteínas do soro de leite apresentam uma mistura de proteínas
globulares compreendendo cinco frações β-Lactoglobulina (β-Lg; 50 a 60% das
proteínas), α-Lactoalbumina (α-La; 20%), imunoglobulinas (IgG; 10%) e
albumina sérica bovina (BSA; 6%, p / p) dentre outras proteínas menores,
20
2.4.1 Montmorilonita
3 CONSIDERAÇÕES GERAIS
4 CONCLUSÃO GERAL
REFERÊNCIAS
ADAY, M. S.; CANER, C. The shelf life extension of fresh strawberries using
an oxygen absorber in the biobased package. LWT-Food Science and
Technology, Trivandrum, v. 52, n. 2, p. 102-109, 2013.
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KHWALDIA, K. et al. Milk proteins for edible films and coatings. Critical
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THOMAS, D.; ATWELL, W. Starches: pratical guides for the food industry.
Saint Paul: Eagan, 1999. 94 p.
(VERSÃO PRELIMINAR)
Artigo redigido conforme normas da revista Carbohydrate Polymers
62
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Material
Amido de milho (Amidex 3001), com 70% de amilose e 30% de
amilopectina foi obtido pela Corn Products do Brasil (Balsa Nova-PR, Brasil).
Isolado proteico de soro de leite (IPS 9410), com 90% de proteína, foi obtido
pela Hilmar Ingredients (Hilmar, CA, USA). Glicerol, ácido esteárico e ácido
cítrico anidro granulado pela Cargill (Uberlândia, MG, Brasil).
66
⁄ (1)
68
⁄ (2)
(3)
2.11Análise Estatística
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
indicar uma forte adesão interfacial entre a proteína e a matriz de TPS. Durante
o processo de extrusão podem ser formadas certas irregularidades superficiais na
estrutura dos filmes (MENDES et al., 2016; TADMOR e GOGOS, 2013)
Figura 5 Curvas de TG (a, c) e DTG (b, d) de amido de milho em pó, IPS em pó e filmes
de blendas de TPS/IPS em atmosfera de ar sintético.
79
proteínas devido a forças intermoleculares com ligações mais fortes. Lopez et al.
(2014) relataram que em regiões cristalinas da matriz de TPS as interações entre
cadeias poliméricas são fortes devido à sua compatibilidade química. Estes
autores relataram T m=155°C para filmes de TPS e T m entre 147,2°C a 154,8°C
em blendas de TPS/quitosana. Sharma et al. (2013) relataram a ausência de
cristalinidade para IPS devido a desnaturação dos glóbulos de proteínas do soro
de leite, indicando um efeito de plasticização da água. Estes autores sugerem que
as moléculas de água foram ligadas a macromoléculas proteicas através de
ligações de hidrogênio. Esta informação corroborou com a ausência de
cristalinidade nos difratogramas de raios X deste trabalho para IPS.
Observou-se que a Tg do filme TPS foi de 56,9 °C (Tabela 3). A adição
de IPS na matriz de TPS aumentou a Tg diminuindo assim a mobilidade das
cadeias poliméricas. Isto indica um aumento na estabilidade térmica dos filmes.
Sharma et al. (2013) encontrou valores de Tg = 120°C para blendas de filmes de
IPS com albumina. Azevedo et al. (2015a) relataram valores de T g = 143,46 para
filmes de IPS puro. Hernandez-Izquierdo et al. (2008a) relataram a existência de
um pico endotérmico em 148,3 °C para filmes de IPS puro obtidos por extrusão.
Valores de Tg de isolado proteico de soro de leite em pó foram reportados por
Zhou e Labuza (2007) que encontraram 153°C e Adhikari et al. (2009) que
observaram valores em torno de 75 a 119 °C contendo de 7 a 16% de água. O
valor da Tg de blendas de filmes com polyvinyl e amido de milho (PVA/amido
1: 1) apresentaram-se mais altos (Tg 76,1°C) quando comparado ao polímero
puro de PVA (Tg 70,5°C). Este aumento é atribuído à presença de interações de
ligações de hidrogênio entre amido e PVA (AYDıN e ILBERG, 2016)
83
Figura 6 (a) Resistência a tração (ζmax); (b) módulo de elasticidade (ME) e (c)
alongamento (Ɛ) de filmes de TPS/IPS em função da porcentagem de
substituição de amido de milho por isolado proteico de soro de leite.
Tabela 4 Tração (ζmax, ME, Ɛ); Punctura (RP e DR) em filmes de TPS/IPS
Módulo de Alongamento Resistência à Deformação na
Resistência à tração
Filme Elasticidade (ME) (Ɛ) punctura / Espessura punctura (DP)
(ζmax) (MPa)
(MPa) (%) (RP) (N/mm) (mm)
TPS 3,85 ± 0,62 a 143,71 ± 4,6 a 32,76 ± 3,2 a 92,40 ± 5,3 a 4,96 ± 0,36 a
TPS90/IPS10 4,04 ± 0,07 a 151,40 ± 22,8 a 21,60 ± 1,5 b 70,50 ± 9,7 b 3,67 ± 0,18 b
TPS80/IPS20 3,84 ± 0,38 a 152,53 ± 11,9 a 11,70 ± 3,4 c 56,74 ± 3,3 c 3,01 ± 0,27 c
TPS70/IPS30 5,73 ± 0,38 b 198,90 ± 11,0 b 10,65 ± 1,3 c 75,40 ± 5,8 b 3,38 ± 0,32 d
TPS60/IPS40 4,24 ± 0,34 a 230,35 ± 22,1 b 2,83 ± 1,1 d 19,57 ± 9,6 d 1,78 ± 0,18 e
TPS50/IPS50 3,07 ± 0,49 a 150,74 ± 16,7 a 3,84 ± 1,3 d 11,45 ± 3,1 d 1,86 ± 0,45 e
* Médias observadas na coluna com mesma letra não diferem estatisticamente (p<0,05)
Tabela 5 Efeito da substituição do amido na PVA e parâmetros de cor (a*, b*, hue e chroma) em filmes de TPS/IPS.
Filme PVA x 10-12 Transparência
a* b* chroma hue
(g.m-1.s-1.Pa) (log(%T)/mm)
TPS 4,63 ± 0,32 a 5,39 ± 0,11 a -0,76 ± 0,12 a 4,07 ± 0,32 a 3,48 ±1,15 a -77,76 ± 0,29 a
TPS90/IPS10 3,83 ± 0,07 b 4,41 ± 0,04 b -0,91 ± 0,07 a 4,13 ± 0,45 a 4,17 ± 0,32 a -77,56 ± 0,40 a
TPS80/IPS20 3,09 ± 0,15 c 4,43 ± 0,10 b -0,88 ± 0,30 a 3,40 ± 1,10 a 4,23 ± 0,48 a -77,64 ± 0,93 a
TPS70/IPS30 2,71 ± 0,26 c 4,99 ± 0,10 c -0,50 ± 0,08 b 5,08 ± 0,52 b 5,10 ± 0,52 b -84,41 ± 0,45 b
TPS60/IPS40 2,84 ± 0,28 c 4,62 ± 0,14 d -1,25 ± 0,19 c 6,76 ± 0,93 c 6,89 ± 0,84 c -79,50 ± 0,27 c
TPS50/IPS50 2,45 ± 0,34 c 3,91 ± 0,05 e -1,47 ± 0,11 d 11,93 ± 1,36 d 12,02 ± 1,38 d -82,93 ± 0,30 d
* Médias observadas na coluna com mesma letra não diferem estatisticamente (p<0,05)
87
88
com a substituição do amido de milho pelo soro de leite (Tabela 5). O parâmetro
luminosidade (L*) que varia do zero (cor preta) a 100 (cor branca), não
apresentou diferença significativa (p <0,05) entre os tratamentos variando de
85,17 a 88,75 indicando filmes mais claros próximos da cor branca.
Os filmes apresentaram diferença significativa (p<0,05) com redução da
transparência em relação ao filme TPS (Tabela 5). A transparência está
relacionada com a estrutura interna de filmes (SANCHEZ-GONZALEZ et al.,
2010a). A cristalinidade dos filmes conforme apresentada pelos difratogramas de
raios X possivelmente diminuiu a transmissão de luz através do filme reduzindo
assim a transparência. Brindle e Krochta (2008), relataram que filmes de IPS
com glicerol eram transparentes enquanto que blendas de
IPS/Hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) e glicerol tornaram-se translúcidas,
indicando algum grau de imiscibilidade entre IPS e HPMC.
O parâmetro (-a*) que corresponde a uma tendência ao verde apresentou
diferença significativa (p<0,05) e aumentou com a adição de IPS apenas para os
filmes TPS60/IPS40 e TPS50/IPS50. Os parâmetros hue, chroma e b* sofreram
influência significativa (p<0,05) com a substituição de amido por soro de leite.
O parâmetro (+b*) relacionado a cor amarela aumentou com a com a adição de
IPS para os filmes TPS70/IPS30; TPS60/IPS40 e TPS50/IPS50. Chroma é a
medida da saturação da cor (ZHONG, SONG e LI, 2011). Observou-se aumento
dos valores de chroma caracterizando-se por filmes com alta intensidade de cor.
O parâmetro Hue é o valor em graus e refere-se a tonalidade de cor no diagrama
tridimensional de cores: chroma +a* 0º (vermelho),+b* 90º (amarelo), -a* 180º
(verde) e –b* 270º (azul). Embora o amarelo e o vermelho sejam duas
tonalidades totalmente diferentes, a mistura do amarelo com vermelho resulta na
cor laranja (amarelo-vermelho), a mistura de amarelo e verde resulta em
amarelo-verde, o azul misturado com verde resulta em azul-verde, e assim por
diante (SENSING, 2007). Observou-se um aumento de hue apenas para os
91
4 CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
CHEN, C.-H.; LAI, L.-S. Mechanical and water vapor barrier properties of
tapioca starch/decolorized hsian-tsao leaf gum films in the presence of
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temperature. Carbohydrate Polymers, v. 74, n. 4, p. 763-770, 2008.
(VERSÃO PRELIMINAR)
Artigo redigido conforme normas da revista Food Chemistry
102
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Material
Isolado proteico de soro de leite (IPS 9400), com 90% de proteína, foi
obtido pela Hilmar Ingredients (Hilmar, CA, USA). Amido de milho (Amidex
3001) com 70% de amilose e 30% de amilopectina pela Corn Products do Brasil
(Ingredion, Brasil). Glicerol pela Sigma Aldrich (Brasil), ácido esteárico e ácido
cítrico anidro granulado pela Cargill (Uberlândia, MG, Brasil). Argila
montmorilonita (Cloisite Na+) foi fornecida pela Southern Clay Products, Inc
(Gonzales, TX, USA). Óleo essencial de alecrim (R. officinalis) foi obtido pela
Ferquima (Vargem Grande Paulista, Brasil).
(AX Plásticos, Ltda., São Paulo, Brasil) para obtenção de fitas. A velocidade do
parafuso foi de 15 rpm e o perfil de temperatura foi 80, 80 e 85°C nas três zonas
de aquecimento.
Nanopartículas de argila montmorilonita sódica (MMT) (1%pp) e óleo
essencial de alecrim (OE) (4 e 8%pp) foram adicionados às blendas de amido de
milho e isolado proteico de soro de leite (TPS/IPS). Inicialmente, MMT e óleo
essencial foram adicionados à fase líquida (glicerol e água) e submetidos a
homogeneizador Ultraturrax por 5 min/1200 rpm para homogeneização do óleo.
Em seguida, essa mistura foi submetida a homogeneizador ultrassônico (Sonifier
Cell Disruptor Branson - Model 450D, Manchester, UK) durante 15 min. com
potência de 80 W/25 °C. A fase líquida foi misturada com a fase sólida (TPS,
IPS, ácido cítrico e ácido esteárico) e então extrusadas conforme descrito
anteriormente para obtenção de fitas. A Tabela 1 apresenta a composição de
cada fita e o respectivo teor de cada componente (nanopartículas e óleo
essencial).
⁄ (1)
109
(2)
( ( )) (3)
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.3 Termogravimetria – TG
123
124
dos lipídios e sua capacidade para interagir com a matriz proteica (PIRES et al.,
2011).
Muitos trabalhos têm relatado uma redução da resistência a tração em
filmes de proteínas causado pela adição de lipídios ou óleos essenciais
(AHMAD et al., 2012; ALTIOK, ALTIOK e TIHMINLIOGLU, 2010;
JANJARASSKUL et al., 2014; PIRES et al., 2011; SHELLHAMMER e
KROCHTA, 1997; ZINOVIADOU, KOUTSOUMANIS e BILIADERIS, 2009).
Também foi observada uma redução da resistência a tração para filmes de
polissacarídeos pela adição de óleos essenciais (ABDOLLAHI, REZAEI e
FARZI, 2012; GHASEMLOU et al., 2013; PRANOTO, SALOKHE e
RAKSHIT, 2005; SÁNCHEZ-GONZÁLEZ et al., 2011; SHOJAEE-ALIABADI
et al., 2013; ZIVANOVIC, CHI e DRAUGHON, 2005). A incorporação de
lipídios induz a uma estrutura heterogênea que caracterizam descontinuidades na
matriz (ZINOVIADOU, KOUTSOUMANIS e BILIADERIS, 2009). Isto afeta
as propriedades de tração dependendo das características do lipídio adicionado.
A redução da força poderia ser principalmente explicada pela substituição
parcial de fortes interações entre polímero-polímero por fracas interações entre
polímero-óleo na matriz polimérica (SHOJAEE-ALIABADI et al., 2013). A
diminuição da resistência a tração pode ser acompanhada por um aumento ou
diminuição do alongamento, sendo que a proporção de óleo essencial utilizada
determina seu efeito sobre o alongamento na ruptura (ATARÉS e CHIRALT,
2016; PRANOTO, SALOKHE e RAKSHIT, 2005). Abdollahi, Rezaei e Farzi
(2012) relataram que baixas concentrações de óleo essencial de alecrim alteram
ligações de hidrogênio no interior do material e permite uma melhor interação
entre nanopartícula e matriz.
Os resultados de tração dos nanocompósitos podem ser correlacionados
com a morfologia de partícula (MEV) no qual mostra uma estrutura com
127
Tabela 5 Parâmetros de cor (transparência, L*, a*, b*, hue e chroma) em nanocompósitos de TPS/IPS/MMT/OE
MMT OE Transparência
L* (%) a* b* hue chroma
(g·100g-1) (g·100g-1) (log(%T)/mm)
0 0,90 ± 0,04 a 54,58 ± 1,25 a -1,71 ± 0,14 a 15,88 ± -83,85 15,96 ± 0,52
0,51 a ±0,50 a a
_
4 0,67 ± 0,02 b 52,02 ± 1,16 b 1,96 ± 0,23 b 14,39 ± -82,22 ± 14,53 ± 0,43
0
0,42 b 0,87 b b
_
8 0,56 ± 0,09 c 60,35 ± 0,91 c 2,41 ± 0,19 c 15,54 ± -81,19 15,72 ± 0,72
0,71 a ±0,52 c a
_
0 0,78 ± 0,02 a 53,62 ± 1,17 a 2,09 ± 0,07 a 14,60 ± -80,68 ± 14,79± 0,63
0,64 a 0,51 a a
_
4 0,62 ± 0,01 b 55,46 ± 1,41 b 2,75 ± 0,13 b 15,09 ± -81,01 ± 15,21 ±0,73
1
0,73 b 0,43 b b
_
8 0,58 ± 0,01 c 58,24 ± 0,81 c 2,39 ± 0,05 c 17,44 ± -82,08 ± 17,65 ± 0,55
0,55 c 0,36 b a
129
* Médias observadas na coluna com mesma letra não diferem estatisticamente (p<0,05)
130
4. CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
BOUSBIA, N. et al. Comparison of two isolation methods for essential oil from
rosemary leaves: Hydrodistillation and microwave hydrodiffusion and gravity.
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plasticizer on the properties of chitosan films. Carbohydrate Polymers, v. 82,
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(VERSÃO PRELIMINAR)
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Material
Isolado proteico de soro de leite (IPS 9400), com 90% de proteína, foi
obtido pela Hilmar Ingredients (Hilmar, CA, USA). Amido de milho (Amidex
3001) com 70% de amilose e 30% de amilopectina pela Corn Products do Brasil
(Ingredion, Brasil). Glicerol pela Sigma Aldrich (Brasil), ácido esteárico e ácido
cítrico anidro granulado pela Cargill (Uberlândia, MG, Brasil). Argila
montmorilonita (Cloisite Na+) foi fornecida pela Southern Clay Products, Inc
(Gonzales, TX, USA). Microcápsulas de óleo essencial de alecrim foram
produzidas no Departamento de Ciência dos Alimentos na Universidade Federal
de Lavras (Lavras, Brasil).
⁄ (1)
⁄ (2)
( ( )) (3)
3 . RESULTADOS E DISCUSSÃO
pode ser atribuído à adição de MMT, que é termicamente estável até uma
temperatura de 900°C (KUMAR et al., 2010). A Tabela 2 mostra um aumento
da temperatura no qual ocorre a velocidade máxima de degradação (DTGmáx), com
a adição de MMT ou MA em relação ao filme TPS/IPS. Porém o perfil de
degradação não se altera entre os filmes com ou sem MMT e MA. O primeiro
pico de DTGmáx (entre 294,9°C e 309,7°C) é atribuído a máxima velocidade de
degradação do TPS, IPS e possivelmente carboidratos (amido modificado e
maltodextrina) presente nas microcápsulas enquanto que o segundo pico (entre
513,9°C e 558,6°C) está relacionado a degradação do IPS, MA e componentes
voláteis da MMT, conforme temperaturas de DTGmáx da Tabela 2.
Tabela 2 Propriedades térmicas obtidas por TG e DSC dos componentes em pó e dos nanocompósitos de TPS/IPS/MMTNa +/MA
166
Ti* DTGmax Tf (%) PM Res700 °C Tg
(° C) (°C) (° C) (Ti -Tf) (%) (°C)
Amido de milho 285,2 307,3 541,9 84,6 0,7 -28,9
IPS 250,6 / 401,2 285,1 / 512,8 360,7 / 540,6 89,7 1,8 186,1
MA 252,6 / 417,2 303,9 / 468,2 354,1 / 481,6 90,6 0,2 92,9
_____
MMTNa+ 556,9 634,5 674,1 5,8 89,5
Filmes Ti* DTGmax Tf (%) PM Res700 °C Tg
(g·100g-1 TPS/IPS) (° C) (°C) (° C) (Ti -Tf) (%) (°C)
TPS / IPS 234,53 / 459,72 294,9 / 530,4 371,3 / 573,1 83,2 0,40 5,6 / 106,7
MMT0MA1 239,37 / 470,56 308,03 / 513,9 / 551,5 377,5 / 607,2 82,2 0,60 105,3
MMT0MA4 240,08 / 472,06 309,7 / 514,8 / 550,9 382,3 / 592,7 84,6 0,84 3,62 / 102,8
MMT0MA8 241,76 / 476,87 307,6 / 518,1 / 558,6 404,86 / 593,3 84,3 0,79 7,5 / 108,6
MMT1MA0 243,31 / 483,67 308,14 / 549,9 488,29 / 586,2 75,8 1,90 13,2 / 110,4
MMT1MA1 240,28 / 479,97 307,8 / 549,5 414,9 / 581,6 82,9 1,46 11,4 / 109,3
MMT1MA4 238,02 / 477,04 308,3 / 533,9 / 547,8 419,4 / 587,73 84,3 1,79 10,2 / 110,9
MMT1MA8 244,86 / 478,06 307,9 / 545,9 409,5 / 595,5 84,9 1,29 7,3 / 103,4
*Ti (temperatura inicial de decomposição); DTGmax (temperatura de máxima velocidade de decomposição);
Tf (temperatura final de decomposição); PM (porcentagem de perda de massa na faixa de decomposição);
Res700°C (porcentagem de resíduo a 700°); Tg, (temperatura de transição vítrea)
167
tração, porém com menor capacidade para esticar. Isto pode ser atribuído a
presença de polissacarídeos (amido modificado e maltodextrina) contido nas
microcápsulas que modificam propriedades mecânicas em combinação com
filmes de proteínas tornando os filmes mais rígidos sem a adição de
plastificantes. Assim, com os resultados apresentados neste trabalho, permite-se
concluir que a combinação de 1% de MMT com uma concentração de 4% de
MA tornou o filme MMT1MA4 mais resistente e mais elástico quando
comparado aos filmes MMT1MA1 e MMT1MA8. Brindle e Krochta (2008)
estudaram filmes de blendas de isolado proteico de soro de leite combinado com
hidroxipropilmetilcelulose e glicerol. Estes autores relataram que o aumento na
concentração de HPMC aumentou a resistência à tração, módulo elástico e
reduziu o alongamento quando comparado a filmes puros de isolado proteico de
soro de leite com glicerol, com a presença de filmes mais duros, fortes e menos
extensíveis.
Em relação à punctura, observou-se redução significativa para todos os
filmes com ou sem adição MMT e MA para RP e DP em relação ao filme
TPS/IPS. Isso indica menor deformação dos filmes e uma menor força seria
necessária para perfuração tornando os filmes mais quebradiços (Tabela 3). Este
fato pode ser atribuído a diminuição de plastificantes nos filmes provocado pelo
aumento de microcápsulas. Porém, a interação entre MMT e MA para o filme
MMT1MA8 promoveu um aumento da RP e DP com maior força na punctura e
maior deformação em relação ao filme MMT1MA0.
Jagannath et al. (2003) estudaram filmes de blendas de amido de
milho/gelatina; amido de milho/albumina e amido de milho/caseína e relataram
resistência à tração de 3,45MPa a 4,08 MPa e alongamento de 29 a 68%.
Coughlan et al. (2004) apresentaram resistência à tração de 0,81 a 1,19 MPa e 19
a 20% de alongamento em filmes de concentrado proteico de soro de leite com
carragena. Pesquisas sobre filmes de amido de mandioca termoplástico (TPS)
171
172
Resistência à
Módulo de Alongamento Deformação na
MMTNa+ MA Resistência à punctura /
Elasticidade (ME) (Ɛ) punctura (DP)
(g·100g-1) (g·100g-1) tração (ζmax) (MPa) Espessura
(MPa) (%) (mm)
(RP) (N/mm)
0 5,73 ± 0,39 a 198,90 ± 11,0 a 10,65 ± 1,30 a 75,40 ± 5,8 a 3,38 ± 0,32 a
1 2,25 ± 0,23 b 120,28 ± 11,3 b 11,96 ± 0,40 a 48,66 ± 4,9 b 2,80 ± 0,41 b
0
4 2,77 ± 0,28 c 174,65 ± 19,6 a 11,33 ± 0,77 a 54,72 ± 5,3 b 3,15 ± 0,27 b
8 3,48 ± 0,20 d 192,89 ± 14,9 a 7,60 ± 0,12 b 50,90 ± 7,4 b 2,75 ± 0,27 b
0 2,24 ± 0,10 a 114,80 ± 6,81 a 12,14 ± 0,98 a 54,73 ± 6,4 a 2,86 ± 0,18 a
1 2,25 ± 0,17 a 134,52 ± 9,92 a 11,86 ± 0,48 a 49,64 ± 5,5 b 2,79 ± 0,22 a
1
4 2,80 ± 0,10 b 124,77 ± 8,37 a 10,06 ± 0,65 b 49,12 ± 4,1 b 2,90 ± 0,25 b
8 3,22 ± 0,05 b 192,96 ± 9,65 b 9,86 ± 0,71 b 59,03 ± 5,2 a 2,96 ± 0,14 b
* Médias observadas na coluna com mesma letra não diferem estatisticamente (p<0,05)
173
4. CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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safety concerns. Trends in Food Science & Technology, v. 19, p. S103-S112,
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