Trabalho Anorexia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 10

COLÉGIO SÃO FRANCISCO XAVIER

CURSO: TÉCNICO DE ENFERMAGEM

Lara
Lúcio Almeida
Mariana
Raissa Oliveira
Thamires Silva

ANOREXIA

IPATINGA-MG
2023
COLÉGIO SÃO FRANCISCO XAVIER
CURSO: TÉCNICO DE ENFERMAGEM

Lara
Lúcio Almeida
Mariana
Raissa Oliveira
Thamires Silva

ANOREXIA

Trabalho apresentado para obtenção de


nota na Disciplina de Saúde Mental.

IPATINGA-MG
2023
1. INTRODUÇÃO
A palavra anorexia vem do grego e significa falta de apetite. Na verdade, o
termo está errado porque a perda de apetite é rara, pois muitas vezes os indivíduos
sentem fome, mas tentam negá-la. Gull e Lasígue identificaram a síndrome como uma
entidade clínica em 1868, embora tenha sido descrita por Richard Morton em 1694,
que relatou a perda de peso do ego.
Uma característica essencial da anorexia nervosa é a recusa do indivíduo em
manter o peso corporal dentro da faixa normal mínima associada a um medo intenso
de ganhar peso. O distúrbio é caracterizado por graves distúrbios do comportamento
alimentar que requerem uma análise cuidadosa em termos de nutrição e cuidados.
A comunidade científica vê (AN) como um sintoma da inconsciência da cultura
contemporânea. Com efeito, trata-se de um grande distúrbio da percepção do
esquema corporal, ou seja, da auto percepção da forma e/ou tamanho do corpo.
Parece ser do conhecimento geral que a doença é mais prevalente nas sociedades
industrializadas, onde a alimentação é farta e a magreza é considerada atraente,
principalmente para as mulheres.
Paradoxalmente, "em algumas culturas, as percepções distorcidas do corpo
podem não ser proeminentes, e as motivações expressas para a restrição alimentar
podem ter conteúdo diferente, como desconforto epigástrico. A anorexia nervosa tem
fatores psicológicos, biológicos e sociais.
2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Conceito

Um distúrbio alimentar caracterizado por um medo mórbido da obesidade. Os


sintomas são imagem corporal distorcida, preocupação com a comida e recusa em
comer. Segundo o Dicionário de Português Aurélio (2010), o termo anorexia significa
diminuição ou perda de apetite. Este é um termo inapropriado porque as pessoas com
anorexia sentem fome, mas desde que comam 200 calorias por dia, a fome
desaparece (TOWNSEND, 2002).
A doença geralmente começa com a dieta, causada por insatisfação quase
sempre infundada com o peso e a imagem corporal. Nessa dieta, o paciente exclui os
alimentos que considera mais calóricos e aumenta gradativamente a restrição
alimentar, chegando a ficar em jejum ao longo do dia (CORDÁS; SALZANO, 2011).

2.2 Diagnóstico

Os critérios estabelecidos para o diagnóstico de anorexia nervosa segundo a


Classificação Internacional de Doenças (CID-10) são:
 Perda de peso, falta de ganho de peso, peso corporal 15% abaixo do esperado;
 A perda de peso é auto induzida por evitar “alimentos que engordam”;
 Distorção na imagem corporal na forma de uma psicopatologia específica de
um pavor de engordar; e
 Um transtorno endócrino generalizado envolvendo o eixo
hipotalâmicohipofisário-gonadal é manifestado em mulheres como amenorreia
e em homens como perda de interesse e potência sexuais.

Os critérios para o diagnóstico de bulimia nervosa segundo o CID-10 são:

 Episódios de hiperfagia pelo menos 2 vezes por semana durante 3 meses;


 Preocupação persistente com o que comer e um forte desejo de compulsão a
comer;
 O paciente tenta neutralizar os efeitos “de engordar” dos alimentos por meio
de vômitos auto induzidos, purgação auto induzida, períodos de alternação de
inanição, uso de drogas tais como anorexígenos, preparados tireoidianos ou
diuréticos. Quando a bulimia ocorre em pacientes diabéticos, eles podem
negligenciar seu tratamento; e
 Auto percepção de estar gordo, com pavor de engordar e com prática de
exercícios excessivos ou jejuns.

2.3 Sintomas
Entre os principais sintomas de anorexia, podemos destacar:

 Perda excessiva do peso;


 Emagrecimento que acontece abruptamente;
 Ansiedade em relação às calorias presentes nos alimentos;
 Quantidade de atividade física exagerada;
 Comentários depreciativos sobre o próprio corpo;
 Depressão;
 Pele e lábios constantemente secos;
 Lanugo (pelos finos e alongados que crescem em certas partes do corpo);
 Cansaço e fadiga constantes;
 Falta de menstruação (para mulheres);
 Disfunção erétil e diminuição da libido (nos homens)
 Desmaios;
 Tontura;
 Pressão arterial baixa e
 Isolamento social.

2.4 Tratamento
Uma das primeiras dificuldades é a adesão do paciente ao tratamento, pois a
negação da doença muitas vezes é parte integrante. As pessoas com anorexia
nervosa costumam desconfiar dos médicos, que consideram o inimigo e só estão
interessados em alimentá-los porque o médico os fará perder a vontade de controlar
o peso. O tratamento tinha que começar rápido e com muita firmeza, sem deixar
absolutamente nenhuma opção para a paciente, então deixei claro para ela que ela
não podia vomitar e que tinha que engordar.
Atualmente o modelo de tratamento mais aceito é a equipe multidisciplinar.
Idealmente, a equipe de tratamento deve incluir um clínico, um nutricionista, um
psicoterapeuta individual, um psicoterapeuta de grupo familiar e um
psicofarmacologista. Ao longo do processo de recuperação, o nutricionista deve
relacionar os aspectos psicológicos e nutricionais do transtorno alimentar com o
objetivo de estabelecer padrões nutricionais adequados.
As mudanças nas atitudes alimentares são uma medida importante dos
resultados gerais para esses pacientes. Para isso, é imprescindível desenvolver
vínculo terapêutico com o paciente e apresentar-se como um aliado terapêutico,
oferecendo ajuda, apoio e orientação. No entanto, o nutricionista não pode esquecer
que o tratamento dos transtornos alimentares é um processo integrador em que ele e
sua equipe trabalham juntos para mudar os comportamentos do paciente em relação
ao peso e à alimentação.
Como provedores de informações sobre alimentação, nutrição e saúde, os
nutricionistas têm a responsabilidade de identificar problemas e informar outros
profissionais de saúde e autoridades públicas sobre os perigos das dietas para perda
de peso e o uso inadequado de produtos para perda de peso, além de orientar as
pessoas na manutenção de um padrão peso saudável e perda de peso adequada.
Orientar a família é importante. A reeducação alimentar deve ser realizada com
cautela junto com o tratamento. Os nutricionistas podem ajudar os familiares a se
sentirem menos frustrados na hora das refeições, aliviando-os da responsabilidade de
monitorar o consumo de alimentos ou modificar os hábitos alimentares do paciente.
Isso é muito importante, embora muitas vezes os pacientes consultem apenas um
terapeuta para que a família possa ignorá-los. Esta é uma das razões pelas quais a
psicoterapia não é profunda, procrastina e parece uma punição semanal para o
paciente.
A forma mais eficaz de psicoterapia é a terapia cognitivo-comportamental, que
estimula atitudes mais saudáveis, elogios e mobilidade reduzida. A psicoterapia
individual visa mudar comportamentos, crenças e padrões de pensamento
defeituosos. É difícil tratar a anorexia com psicoterapia porque as mulheres jovens
raramente falam e se recusam a falar sobre si mesmas. Com psicoterapia adequada,
só então, em combinação com antidepressivos tradicionais, pode melhorar em um
terço.
A terapia medicamentosa com psicotrópicos é essencial e é frequentemente
usada em conjunto com antidepressivos, especialmente os tricíclicos, que também
têm efeitos colaterais de estimulação do apetite e ganho de peso, como maprotilina,
amitriptilina ou clomipramina.
Se for necessária sedação (quase sempre necessária), recomenda-se o uso de
neurolépticos, preferencialmente os que aumentam o apetite, como a
levomepromazina. Os antidepressivos são prescritos porque a anorexia é quase
sempre acompanhada de um estado depressivo, porque reduzem o caráter obsessivo
do vômito e da distorção da autoimagem e, finalmente, porque atuam nos sistemas
de neurotransmissores que estão alterados nesse distúrbio. O tempo de espera para
o início dos efeitos foi de várias semanas, além disso, a paciente não aceitava ficar
doente e não queria tomar remédios (exceto aquele que a fez perder peso).
Além disso, existem muitos tipos diferentes de antidepressivos, e as primeiras
tentativas podem não funcionar bem. Nesse caso, você precisa esperar
pacientemente por um teste com outro antidepressivo, que também leva várias
semanas para ser avaliado. Dependendo do quadro clínico do paciente, muitas vezes
devido à caquexia, pode ser necessário internar o paciente para restabelecer sua
saúde em ambiente hospitalar. Hospitalizado algumas semanas depois.
Observação: A hospitalização não é uma punição. Tem que ser encarado da
seguinte forma: O tratamento da anorexia é como um jogo. De um lado está o
paciente, sua medicação e psicoterapia. Outro aspecto é a natureza da doença, que
muitas vezes é fatal. Às vezes, a paciente e seu terapeuta começam a perder o jogo.
Isso significa que o estado de perda de peso atingiu um ponto em que os pacientes
começam a correr riscos para sua própria saúde física. É aí que entra a internação.

2.5 Cuidados e orientações de enfermagem


O papel da enfermagem continua centrado nos cuidados hospitalares, mas a
magnitude do problema sugere uma maior necessidade de uma dimensão de
enfermagem, exigindo dos enfermeiros uma compreensão mais profunda do seu
comportamento como promotores de saúde (RAMOS et al., 2011).
O tratamento clínico para transtornos alimentares não termina com a alta
hospitalar; para pacientes internados, o tratamento continua em ambulatório ou em
outro ambiente fora do hospital. A aposta no tratamento destas doenças deve priorizar
não só o doente mas também a sua família num contexto saúde-doença-saúde pois
todos precisam de ajuda (CORAS; ARAÚJO, 2011).
O cuidado eficaz de pacientes hospitalizados com anorexia deve ser baseado
em uma avaliação abrangente que inclua história, tratamento, estado mental e
sintomas do transtorno alimentar central. O atendimento hospitalar é projetado para
otimizar o estado de saúde e inclui intervenções focadas em melhorar a nutrição,
cognição, enfrentamento e estabilidade médica (WOLFE; GIMBY, 2003).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento geral sobre os transtornos alimentares no Brasil, sua
incidência e características, especialmente a dieta e nutrição desses pacientes, é
limitado. Profissionais que trabalham com transtornos alimentares devem intensificar
seus esforços de pesquisa para que, com melhores dados, estratégias de prevenção
conjuntas possam ser implementadas com a comunidade. Para entender e eliminar a
etiologia dessas doenças, é necessário desenvolver uma nova forma de escuta, que
conduza a uma forma sutil de cura.
Embora existam poucos recursos na literatura, especialmente no que diz
respeito aos padrões alimentares desses pacientes, é importante dar maior atenção à
anorexia nervosa e à bulimia nervosa, pois esses transtornos alimentares estão
aumentando.
Encerramos este trabalho expondo uma afirmação nossa: Todo mundo nasceu
para ser feliz. Seres enérgicos, a questão é apenas saber e como dar-lhes os
ingredientes adequados e suficientes. Aprender a viver com plena consciência de que
todos podemos desfrutar da melhor saúde e bem-estar possível em todos os níveis é
uma necessidade urgente para conduzir o universo humano rumo à paz.
REFERENCIAS:
CID-10. Classificação Internacional de Doenças. Classificação de transtornos
mentais e de comportamento da CID-10 – Diretrizes diagnósticas e de
tratamento para transtornos mentais em cuidados primários. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1998.
CORAS, P. M.; ARAÚJO, A. P. S. O papel da enfermagem no tratamento dos
transtornos alimentares do tipo anorexia e bulimia nervosas. UNOPAR Científica
Ciências Biológicas e da Saúde, v. 13, p. 315-324, 2011.
CORDÁS, T. A.; SALZANO, F. T. Aspectos gerais dos transtornos alimentares:
características, critérios diagnósticos, epidemiologia e etiologia. In:
ALVARENGA, M.; SCAGLIUSI, F. B.; PHILIPPI, S. T. Nutrição e Transtornos
Alimentares. Barueri, SP: Manole, 2011.
RAMOS, A. F.; JURADO, S. R.; DUARTE, N. A.; FONSECA, J. S.; GOMES, J. B. O
papel do enfermeiro frente aos distúrbios alimentares. 16° SENPE: Ciência da
Enfermagem em tempos de interdisciplinaridade. Trabalho 298. Campo Grande, 2011.
TOWNSEND, M. C. Distúrbios da alimentação. In: _____. Enfermagem Psiquiátrica:
conceitos de cuidados. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
WOLFE, B. E.; GIMBY, L. B. Caring for the hospitalized patient with an eating
disorder. Nursing Clinics of North America, v. 38, p. 75-99, 2003.

Você também pode gostar