O Princípio Regulador Do Culto 4

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O segundo argumento no princípio puritano sobre o culto é este: a introdução de práticas extra

bíblicas tende inevitavelmente a anular e menosprezar o culto designado por Deus (Mt 15.3, 8,
9; 2 Rs 16.10-18). A passagem de 2 Reis 16.10-18 foi bem explicada por Samuel Waldron. Ele
afirmou que aquele relato é uma maravilhosa ilustração do modo pelo qual práticas extra
bíblicas inevitavelmente, e, com freqüência, de forma mui- to sutil, substituem a maneira
designada por Deus. Waldron nos mostra que o rei Acaz, em sua apostasia e aliança com a
Assíria, determinou em seu coração ter um altar semelhante ao que vira em Damasco. Acaz
ordenou a construção daquele altar e que fosse colocado no lugar central do templo, antes
ocupado pelo altar de bronze. O novo altar substituiu o anterior como o local onde os sacrifícios
regulares, da manhã e da tarde, seriam oferecidos. Mas o altar designado por Deus não seria
destruído. É claro que não! Seria apenas colocado em um canto (v. 14). Em uma observação em
seu decreto sobre o assunto, o rei Acaz assegurou aos seus mais tradicionais súditos que não
pretendia insultar o velho altar designado por Deus. O decreto terminava com estas palavras: “O
altar de bronze ficará para a minha deliberação posterior” (v. 15). Os inovadores com seus
lábios reconheciam os elementos de culto designados por Deus e, ao mesmo tempo, no
exercício de tal adoração, acabavam anulando o valor de tais elementos. Isso ilustra
admiravelmente a sutileza com que as práticas não ordenadas pela Bíblia tendem a substituir o
culto designado pelas Escrituras. Essa tendência é constatada em igrejas evangélicas nas quais
programas ingênuos ou mundanos, shows e apresentações musicais, oportunidades para
testemunho, coreografias e mímicas, teatro, marionetes, danças e filmes cristãos assumem
completamente o lugar ou restringem os ele- mentos de adoração ordenados nas Escrituras.

O terceiro argumento envolvido no princípio que os puritanos extraíram das Escrituras foi este:
se os homens, pecadores, tivessem de acrescentar ao culto qualquer elemento não ordenado por
Deus, eles estariam, por meio dessa atitude, questionando a sabedoria do Senhor Jesus e a plena
suficiência das Escrituras. Em 2 Timóteo Paulo afirma: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e
útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o
homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Tm 3. 16-17). O
homem de Deus mencionado nestes versículos não se refere a todo crente. Existem razões
convincentes para identificarmos “homem de Deus” como uma referência a homens como
Timóteo, que tinham o encargo de estabelecer a ordem e a liderança na igreja de Deus. Os
presbíteros de uma igreja devem utilizar as Escrituras de tal maneira que estabeleçam e regulem
a maneira como o culto será realizado. Eles não fazem isso impondo suas próprias idéias a
respeito; pelo contrário, eles o fazem por manterem-se fiéis à Palavra de Deus, implementando
o que Deus afirma e deseja no que concerne à adoração celebrada por seu povo. Portanto, as
Escrituras são capazes de habilitar completamente o homem de Deus para toda boa obra na
igreja de Deus, para a glória dEle através da adoração. (continua)

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