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Atividades - SEMANA DE ESTUDOS INTENSIVOS - FILOSOFIA

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S.E.I.

25-09-2023
Semana de Estudos Intensivos
Disciplina Filosofia
T3 , T2, T4, T
Áreas da filosofia

O que é filosofia? Uma forma de responder essa questão é


através de uma visão geral das suas principais áreas de
estudo – metafísica, epistemologia, ética, estética, filosofia
política, lógica – e dos vários problemas abordados em
cada uma delas.

Conhecer isso permite ter uma noção global do que essa


disciplina trabalha. Para usar uma analogia, imagine que é
um turista explorando uma nova cidade. Você olha o mapa
para ter uma visão geral, conhecer algumas avenidas
principais e onde estão os pontos de seu interesse, os
lugares que deseja visitar.

Conhecer as áreas de estudo e problemas da filosofia é


como olhar um mapa: você terá uma visão geral da
disciplina e, assim, saberá, em certo sentido, o que ela é e
poderá identificar os temas e problemas que deseja
conhecer.

A palavra “metafísica” é a junção das palavras gregas


“meta”, que significa “depois de” ou “além de” e “physis”,
que significa “natureza” ou “física”. Ou seja, “metafísica”
seria aquilo que está “além da natureza” ou “além da física”.
Para entender de fato essa expressão, precisamos parar
para examinar o que é essa “natureza” ou “física” e o que
seria algo que está além dela.

A natureza ou física nesse caso é entendida como tudo


aquilo que está à nossa volta, os fenômenos e objetos
naturais. Isso inclui desde as partículas subatômicas e as
ondas eletromagnéticas até os planetas, estrelas e galáxias
que compõem o universo. Inclui fenômenos como o
movimento dos corpos celestes no espaço, a formação de
nuvens e ocorrência de fenômenos climáticos, como
tempestades e tornados. Mas também inclui coisas
produzidas pelos seres humanos: desde um foguete que vai
para a lua até um prédio ou livro. Todas essas são coisas ou
fenômenos “físicos” ou “naturais”.

Mas se a física é tudo isso, o que poderia estar “além” da


física? Muitos filósofos acreditam que existe uma realidade
que está “além da física”. Um deles foi o Grego Aristóteles
(384 a.C – 322 a.C). Ele pensava que para entender a
realidade, entender por que existe alguma coisa em vez de
nada, era necessário ir além da física e perguntar o que deu
origem a tudo e faz com que as coisas permaneçam em
movimento. Esse ser, pensava o filósofo, não é algo material
e que com o tempo deixa de existir, como todas as coisas
físicas. Ao contrário, ele é imaterial e eterno.

Assim, chegamos ao seguinte quadro:

 coisas físicas ou naturais: feitas de matéria e que se


transformam constantemente no tempo.
 coisas não físicas: não são feitas de matéria e não
mudam.

Portanto, a metafísica, discute sobre isso que não é físico. E


sua primeira questão, não poderia deixar de ser, é se existe
algo que não é físico. Por exemplo, será que existe mesmo
um deus, eterno e imaterial, que criou o universo e tudo
isso que chamamos de natureza?

Entre as várias perguntas metafísicas estão:

 O que é o ser? Ou seja, quais as características


fundamentais disso que chamamos de real?
 Por que existe algo em vez de não existir nada?
 Qual a origem de tudo o que existe? Existe Deus?
 Existe alma?
 A mente é algo imaterial? Ou os pensamentos são
totalmente produzidos pelo cérebro?
 Os seres humanos têm livre-arbítrio? Ou a liberdade
não passa de uma ilusão?

Considerando essas questões, podemos ver que a


metafísica coloca perguntas fundamentais sobre a realidade
que de uma forma ou de outra já paramos para pensar
sobre.

Epistemologia
Uma segunda área de estudo da filosofia é a epistemologia.

A palavra “epistemologia” é a junção de duas palavras


gregas: “episteme” que significa “conhecimento” e “logos”
que significa “teoria” ou “estudo”. Literalmente, então,
“epistemologia” significa “estudo do conhecimento” ou
“teoria do conhecimento”. De maneira geral, essa área da
filosofia discute sobre conhecimento humano, procura
definir o que ele é, se é possível conhecermos alguma coisa,
além de abordar tipos específicos de conhecimento, como a
ciência.

Essas são algumas das questões abordadas pela


epistemologia:

 Como sei que existo? Como saber se não estou


sonhando nesse exato momento?
 O que é conhecimento? O que significa afirmar que se
conhece algo?
 Como diferenciar conhecimento verdadeiro de uma
simples opinião?
 Quais os limites do nosso conhecimento? O que
podemos conhecer e o que não podemos conhecer?
 Qual a natureza do conhecimento produzido pela
ciência? Como a ciência faz para gerar conhecimento?
Ela usa um método específico?

Note a diferença entre esses dois tipos de questões:

 Deus existe?
 É possível saber se Deus existe?

A primeira é uma questão metafísica, pergunta pela


existência ou não de determinado ser. A segunda, uma
questão epistemológica, pergunta pelo conhecimento e
suas possibilidades.

Ética ou filosofia moral


A palavra “ética” vem do grego “ethos”, que significa “modo
de ser”, “caráter” de uma pessoa. Pense em alguns
exemplos como ser bondoso, persistente, corajoso etc. Já a
palavra “moral” vem do latim “morus” e significa os usos e
costumes de uma sociedade. Por exemplo, o que a
sociedade entende por respeito aos idosos e como prática
isso, ou o que considera honestidade, justiça, igualdade,
respeito pela vida etc.

A ética ou filosofia moral, portanto, discute sobre caráter e


costumes com o objetivo central de entender o que é bom
e o que é mau ou o que é certo e o que é errado. Por
exemplo, é certo que algumas pessoas sejam discriminadas
por causa de seu gênero ou cor de pele?

A ética trata tanto de questões que dizem respeito ao


indivíduo e sua vida pessoal, quanto de questões sobre
ações que envolvem nosso comportamento em sociedade.
Entre essas questões, podemos considerar:

 O que é uma vida feliz? Como viver bem?


 Será que uma vida justa é feliz?
 Qual a natureza do certo e do errado? O que
diferencia o bem do mau?
 Existem regras morais que deveriam ser válidas para
todas as sociedades?
Além disso, dentro da ética há a chamada ética prática.
Como o nome sugere, se trata de discussões filosóficas
sobre problemas práticos presentes nas sociedades
contemporâneas. Algumas dessas questões são:

 Temos o dever moral de fazer caridade?


 Praticar um aborto é errado?
 É certo usar animais para alimentação ou pesquisa?
 É correto praticar a eutanásia?

A ética é sem dúvida a área mais “prática” da filosofia. Dada


a presença dessas questões em uma série de circunstâncias
em nossa sociedade, a ética filosófica está presente em
espaços profissionais como conselho de bioética de
instituições relacionadas à saúde ou até mesmo em
empresas de tecnologia que trabalham na criação de carros
autônomos, por exemplo.

Estética ou filosofia da arte


A palavra “estética” tem sua origem no termo grego
“aisthēsis”, que significa “sensação” ou “percepção
sensorial”. O filósofo alemão Alexander Baumgarten usou o
termo “estética” no século XVIII para se referir à teoria da
sensibilidade e do gosto, buscando compreender como os
seres humanos criam, apreciam e julgam as obras de arte e
os objetos estéticos em geral.

Embora a palavra “estética” tenha entrado no vocabulário


da filosofia no século XVIII, a arte como objeto de reflexão
filosófica, seu valor, a natureza do belo, são temas que
estiveram presentes desde o início da filosofia. Entre as
questões que fazem parte dessa área estão:
 O que é arte? Será que qualquer coisa é uma obra de
arte?
 O que é a beleza? O que faz com que algo seja belo ou
feio?
 Qual o valor da arte? Para que ela serve? Ela é útil ou
inútil, prejudicial ou benéfica?

Filosofia Política
A palavra “política” tem sua origem no termo grego “polis”,
que significa “cidade”. Na Grécia antiga, a pólis era a
unidade política básica, formada por uma comunidade de
cidadãos que compartilhavam uma língua, uma cultura e
um território comuns. A “política”, por sua vez, se referia à
arte de governar a polis, ou seja, de administrar os assuntos
públicos e garantir o bem-estar da comunidade. A partir
dessa origem, o termo “política” passou a se referir a todas
as atividades relacionadas ao poder e à governança,
incluindo a elaboração de leis, a administração pública, a
diplomacia, entre outras.

A filosofia política, portanto, pensa sobre questões que


surgem quando os seres humanos precisam conviver em
sociedades com outras pessoas. Entre essas questões, estão:

 É necessário um governo para a sociedade? Será que


não teria um jeito de viver em sociedade sem um
governo?
 Como o governo deve ser organizado? É melhor que
seja uma monarquia, uma aristocracia ou democracia?
 Como distribuir de maneira justa o que é produzido
pela sociedade? Justiça é sinônimo de igualdade? Uma
sociedade só é justa se todos ganham a mesma coisa?
 As pessoas devem ter liberdade? Até que ponto deve ir
essa liberdade?

Filosofia política e ética se sobrepõem em alguma medida.


A penúltima questão dessa lista, por exemplo, sobre justiça,
é tanto uma questão moral quanto política. Aliás, como
veremos melhor no próximo tópico, as diferentes áreas da
filosofia não são isoladas, como territórios de mundos
diferentes sem relação entre si. Ao contrário, o que
pensamos sobre epistemologia afeta o que pensaremos
sobre política e vice-versa. E o mesmo ocorre com as
demais áreas da filosofia.

Lógica
Ao longo dessa leitura, você deve ter se dado conta de que
muitas questões filosóficas são abordadas em diferentes
espaços: desde a conversa de bar, passando pelas religiões,
no direito e nos hospitais.

É justo perguntar, então, o que a filosofia faz de diferente


ao abordar essas questões? Como discutir de forma
filosófica esses problemas?

Não é nossa intenção dar uma resposta completa aqui, já é


bom adiantar. Mas uma pequena parte dessa resposta é a
seguinte.

Uma das características centrais da filosofia é seu caráter


argumentativo. Um filósofo deve saber argumentar para
justificar o que diz. É por isso que a lógica é tão importante
na filosofia. Ela estuda as formas corretas e incorretas de
argumentação, permite diferenciar entre bons argumentos
e falácias.
Há ainda uma segunda característica fundamental do
pensamento filosófico: seu caráter sistemático. Isso quer
dizer que um filósofo, quando pensa, o faz de maneira que
seu pensamento forma um todo integrado. Assim, se ele
pensar sobre metafísica, política e moral, suas concepções
sobre cada um desses temas estarão relacionadas. Ao iniciar
o estudo da filosofia é importante levar isso em
consideração.

O Mundo de Sofia
O mundo de Sofia é um romance escrito por Jostein
Gaarder. O livro é um sucesso de vendas – um milhão de
exemplares só no Brasil, o que pode ser considerado um
grande feito se tratando de um livro sobre filosofia. O livro
narra a história de Sofia, uma adolescente de que está
prestes a completar quinze anos. Na véspera de seu
aniversário ele começa a receber algumas cartas bastante
misteriosas. As cartas lhe fazem perguntas sobre assuntos
que em momento algum havia parado para pensar: de onde
veio, para onde vai.

O romance alia uma história de mistério que prende o


leitor, ao mesmo tempo que conhecemos um pouco dos
principais filósofos: Tales, Demócrito, Sócrates, Platão,
Aristóteles, Descartes, Hume, Kant e muitos outros. O
sucesso do livro não é sem motivo. Poucos livros são
capazes de transmitir tamanho encanto pelo
questionamento, pela reflexão, pelas ideias, pela filosofia.

Uma Breve História da Filosofia


O livro Uma breve história da filosofia, de Nigel Warburton,
tem quarenta capítulos, cada um dedicado a um filósofo do
pensamento ocidental. A jornada começa com Sócrates e
termina com Peter Singer. Cada capítulo explora ideias
importantes dos filósofos: a felicidade em Aristóteles, o
jardim de Epicuro, a aposta de Pascal, o véu de ignorância
de Rawls. O livro é de fácil leitura e Warburton alia uma
exposição sobre as ideias e detalhes sobre a vida de seus
autores. Lendo o livro você vai conhecer um repertório
bastante vasto de ideias filosóficas.

O Pensamento Voa
O pensamento voa, redescobrindo o prazer da filosofia é
um romance de Lucy Eyre. A história é bastante imaginativa.
Quando os filósofos morrem, não vão nem para o paraíso,
nem para o inferno – vão para o mundo das ideias. E lá
quem governa desde sempre é Sócrates, um dos filósofos
mais conhecidos da história. Porém, seu reinado é
desafiado por um novato, Wittgenstein, um filósofo que
viveu no século XX.

Para decidir quem vai continuar no comando do mundo das


ideias, fazem uma aposta. Se Sócrates conseguir fazer com
que um adolescente da terra seja levado a ver sentido na
filosofia, continua no comando. Do contrário, terá que sair
do seu cargo. Esse é o ponto de partida da história contada
por Lucy Eyre. Junto com sua assistente, Sócrates escolhe
Ben para conhecer um pouco da filosofia. E é a partir daí
que vamos conhecer uma série de discussões e ideias
presentes na filosofia.

Uma Breve Introdução à Filosofia


Thomas Nagel, o autor do livro, é um filósofo
contemporâneo ainda vivo. Ele escreveu vários livros
técnicos sobre temas filosóficos, mas esse é acessível para
qualquer pessoa. Nele você vai encontrar uma introdução à
filosofia que vai direto ao ponto: a discussão filosófica. No
livro, Nagel discute filosoficamente questões como:
possuímos livre-arbítrio? Por que deveríamos agir
corretamente? Qual a relação entre nossas mentes e nossos
cérebros? Existe vida após a morte? Nossas vidas realmente
têm sentido ou tudo não passa de um absurdo? Esse livro é
um convite a participar das grandes discussões filosóficas.

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