O CNJ Como Órgão Regulador

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE DIREITO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO

ANA FLÁVIA BORGES PAULINO

O CNJ COMO ÓRGÃO REGULADOR

Brasília
Abril de 2021
ANA FLÁVIA BORGES PAULINO

O CNJ COMO ÓRGÃO REGULADOR

Dissertação apresentada ao Programa de


Pós-graduação em Direito da Universidade
de Brasília, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Othon de Azevedo
Lopes

Brasília
2021
ANA FLÁVIA BORGES PAULINO

O CNJ COMO ÓRGÃO REGULADOR

Dissertação apresentada ao Programa de


Pós-graduação em Direito da Universidade
de Brasília, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre.

Aprovada em _______/_______/_______.

Banca Examinadora

Prof. Dr. Othon de Azevedo Lopes


Faculdade de Direito da Universidade de Brasília – FD/UnB
(orientador)

Prof. Dr. Fábio Lima Quintas


Professor convidado – membro externo

Prof. Dr. Henrique Araújo Costa


Faculdade de Direito da Universidade de Brasília – FD/UnB

Prof. Dr. Jorge Octávio Lavocat Galvão


Faculdade de Direito da Universidade de Brasília – FD/UnB –
Membro Suplente
Primeiramente, agradeço ao meu esposo pelo apoio e
incentivo constantes, cuidando de nossos pequenos
enquanto eu me debruçava em aulas e livros. Agradeço ao
Pedro e a Camila por tanto ajudarem a mamãe. Agradeço
aos meus pais por sempre terem me ensinado que o
estudo é a única arma que temos para vencer nas lides da
vida. Agradeço meu orientador professor Othon pelo auxílio
nesta interessante pesquisa. Agradeço ao Superior
Tribunal de Justiça que me proporcionou a realização de
um sonho. E é claro, agradeço a Deus, pois sem ele o início
nem sequer teria sido possível.
“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar
a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem
chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter
vergonha de ser honesto.”
Rui Barbosa
RESUMO

A presente dissertação visa retratar a natureza jurídica do CNJ como


órgão de regulação. Diante do estudo da digressão histórica para a formação do
Estado Regulador, traçou-se o perfil e peculiaridades inerentes às agências
reguladoras expondo-se que, possuem natureza jurídica de autarquia em regime
especial; autonomias funcional, decisória, administrativa e financeira;
estabilidade do mandado dos dirigentes; funções de controle e fiscalização;
possibilidade de praticar atos com natureza sancionatória; poder normativo com
possibilidade de edição de atos de cunho regulador e de controle;
obrigatoriedade de transparência e controle social, bem como controle externo.
No que tange às características do CNJ além das já similares às pertencentes
às agências reguladoras, ressalte-se que a previsão do CNJ é constitucional e
de que sua natureza jurídica é de órgão administrativo do Poder Judiciário,
cumprindo destacar que sua forma de atuação também foi assim detalhada para
que, possuindo as particularidades das agências reguladoras e do Conselho,
fossem traçados parâmetros que permitam fixar o entendimento do CNJ como
órgão regulatório. Nesse contexto, propôs-se a discorrer acerca da efetividade
das decisões e regulamentações exaradas pelo CNJ diante de todo o Poder
Judiciário brasileiro, analisando por amostragem as normas regulamentadoras
emitidas e como se daria a execução de algumas delas. Com isso,
apresentaram-se propostas de estratégias regulatórias para aprimoramento da
eficiência na concretização das competências constitucionalmente previstas do
CNJ.

Palavras-chave: agência reguladora – Conselho Nacional de Justiça –


atos normativos – regulação – princípio da eficiência
ABSTRACT

This dissertation aims to portray the legal nature of the CNJ as a regulatory
body. In view of the study of the historical tour for the formation of the Regulatory
State, the profile and peculiarities inherent to the regulatory agencies were
traced, exposing that they have the legal nature of an autarchy under a special
regime; functional, decision-making, administrative and financial autonomies;
stability of the leaders' mandate; control and inspection functions; possibility of
performing acts with a sanctioning nature; normative power with the possibility of
editing acts of a regulatory and control nature; mandatory transparency and social
control, as well as external control. With regard to the CNJ's characteristics, in
addition to those already similar to those belonging to regulatory agencies, it
should be noted that the CNJ's provision is constitutional and that its legal nature
is that of an administrative body of the Judiciary, and it should be noted that its
form of action was also thus detailed so that, having the particularities of the
regulatory agencies and the Council, parameters were drawn up that would allow
the establishment of the CNJ's understanding as a regulatory body. In this
context, it was proposed to discuss the effectiveness of the decisions and
regulations issued by the CNJ before the entire Brazilian Judiciary, analyzing by
sampling the regulatory rules issued and how some of them would be carried out.
With that, proposals for regulatory strategies were presented to improve
efficiency in realizing the constitutionally envisaged competencies of the CNJ.

Key-words: regulatory agency – National Council of Justice – normative


acts – regulation – principle of efficiency
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Quadro Comparativo das características de agências reguladoras e
CNJ
Tabela 2. números de processos em tramitação por classe processual em
25/8/2020 no CNJ
Tabela 3. Ranking da Transparência do Poder Judiciário 2020

LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Série histórica do índice de produtividade dos magistrados
Figura 2. Série histórica do índice de produtividade dos magistrados
Figura 3. Casos novos de conhecimento relativos à feminicídio
Figura 4. Peça gráfica elaborada pelo CNJ e utilizada nas redes sociais na
campanha em 2020
Figura 5. Perguntas frequentes à ouvidoria
Figura 6. Pirâmide de estratégias de enforcement
Figura 7. Distribuição temporal da amostra – Número de processo por ano na
amostra TRT da 1ª Região
Figura 8. Diferença de tempo entre dois andamentos – Boxplot da diferença (em
dias) entre dois andamentos processuais TRT 1ª Região
Figura 9. Diferença de tempo entre dois andamentos – Boxplot da diferença (em
dias) entre dois andamentos processuais - Análise Integrada
Figura 10. Pergunta acerca do conhecimento da equipe sobre os dados usados
para para treinar a ferramenta de Inteligência Artificial utilizada por aquela.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ADC – Ação Direta de Constitucionalidade


ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade
ADIN - Ação Direta de Inconstitucionalidade
AIR - Análise de Impacto Regulatório
CF – Constituição Federal
CGU – Controladoria Geral da União
CNJ – Conselho Nacional de Justiça
DPJ – Departamento de Pesquisas Judiciárias
DJe – Diário de Justiça Eletrônico
EC – Emenda Constitucional
GMF – Grupo de Monitoramento e Fiscalização
MS – Mandado de Segurança
PJe – Processo Judicial Eletrônico
RICNJ – Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça
STF – Supremo Tribunal Federal
SNA – Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento
TJRR – Tribunal de Justiça do Estado de Roraima
TRF – Tribunal Regional Federal
TRT – Tribunal Regional do Trabalho
Sumário
INTRODUÇÃO............................................................................................................ 11
CAPÍTULO 1 - ESTADO REGULADOR, SEU SURGIMENTO E EVOLUÇÃO NO
BRASIL ....................................................................................................................... 16
1.1 A ideia de um Estado Regulador ........................................................................... 19
1.2 A prestação de serviço no Estado Regulador ....................................................... 23
1.3 Primeiros passos a caminho de formação das agências reguladoras ................... 25
CAPÍTULO 2 – AS AGÊNCIAS REGULADORAS ....................................................... 27
2.1 As autarquias de regime especial no Brasil........................................................... 28
2.2 As características da agência reguladora ............................................................. 29
2.3 Do poder normativo .............................................................................................. 35
2.4 Da existência de controle ...................................................................................... 37
CAPÍTULO 3 – O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ........................................... 40
3.1 Da motivação da criação do CNJ .......................................................................... 40
3.2 Da atuação do CNJ............................................................................................... 45
3.3 A busca pela eficiência no CNJ............................................................................. 56
CAPÍTULO 4 – RESULTADO DA PESQUISA ............................................................ 57
4.1 Metodologia do Desenvolvimento da Pesquisa ..................................................... 57
4.2 Comparativo das características do CNJ com as agências reguladoras ............... 58
4.3 Etapas/requisitos do processo normativo legalmente previstos para o CNJ.......... 62
4.4 Verificação da evolução de etapas no progresso do procedimento normativo ...... 68
4.5 Análise de amostragem de resoluções que comprovam a efetividade da normativa
................................................................................................................................... 74
4.5 Apresentação de meios no CNJ para garantia de eficácia e eficiência das
Resoluções ................................................................................................................. 80
CAPÍTULO 5 – NECESSIDADE DE CONSOLIDAR O CNJ COMO ÓRGÃO
REGULADOR DE FATO E DE DIREITO .................................................................... 83
5.1. Da importância para a classificação do CNJ como um órgão regulador ............... 83
5.2 Dados disponíveis e necessidade da transparência e acesso à informação ......... 85
5.3 Da importância da mensuração de dados ............................................................. 87
5.4 Da consideração da accountability ........................................................................ 89
5.5 Das sugestões de estratégias regulatórias............................................................ 91
5.5.1 Regulação responsiva........................................................................................ 91
5.5.2 Benchmarking e regulação sunshine ................................................................. 95
5.6 A necessidade da Análise de Impacto Regulatório ............................................... 97
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 106
Anexo I - Resoluções do CNJ e sua classificação .................................................... 125
Anexo II – E-mails ao CNJ citados na pesquisa ........................................................ 156
Anexo III - Andamento do ato normativo ................................................................... 158
Anexo IV – Resolução nº 200/CNJ ........................................................................... 159
11

INTRODUÇÃO

O Conselho Nacional de Justiça é um órgão relativamente novo que


pertence à estrutura do Poder Judiciário e possui previsão constitucional.
Foi instituído em nosso ordenamento pela Emenda Constitucional nº 45
de 2.004, alcunhada de “Reforma do Judiciário”, tendo o CNJ a seguinte previsão
de competência em nossa Carta Magna:
Art. 103-B (...)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa
e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres
funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento
do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar
providências;
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou
mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem
prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou
órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços
auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais
e de registro que atuem por delegação do poder público ou
oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos
disciplinares em curso, determinar a remoção ou a
disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a
administração pública ou de abuso de autoridade
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos
disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há
menos de um ano;
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre
processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação,
nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que
julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País
e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do
Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao
Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa.
12

Destarte, apesar de se mostrar como um agente de hierarquia superior


nas questões administrativas de diversos tribunais, ficou claro na ADI 3367/DF1
que o Supremo Tribunal Federal expressamente se excluiu do âmbito de
competência do Conselho Nacional de Justiça, ao revés ficaria aquele órgão
sujeito à Corte Constitucional por ser esse o órgão máximo do Poder Judiciário
nacional.
Da controvérsia da submissão nasce a oportunidade de investigar qual
seria a correta definição da natureza jurídica do CNJ, que poderia, por atos
normativos de cunho infraconstitucional, balizar os atos da atividade judiciária,
executada pelos diversos tribunais, de forma a torná-los mais homogêneos e
com capacidade de serem mensuráveis quanto à qualidade e eficiência.
Assim, a fim de se delimitar a natureza jurídica do CNJ fez-se importante
ser perscrutada na análise da presente pesquisa quais características de
entidade de regulação possuiria este órgão e se realmente se constitui em uma
agência reguladora constitucionalmente prevista, realizando-se ainda pesquisa
por amostragem em instrumentos normativos propostos para que se possa tratar
da efetividade dos regramentos.
O problema que se propõe a responder com a pesquisa é: O CNJ possui
natureza jurídica de agência reguladora da atividade judiciária e qual a eficácia
dos atos normativos expedidos pelo órgão?
Outrossim, ao delimitar de forma resoluta qual seria a natureza jurídica do
CNJ e, consequentemente da efetividade de suas decisões e regulamentações
perante todo o Poder Judiciário brasileiro, poder-se-á delinear através da
previsão constitucional de criação do CNJ, a construção de instrumentos
normativos internos, lembrando que:
Ao Conselho Nacional de Justiça e à Corregedoria cabe tão só
prover a boa realização da justiça e a efetividade dos serviços
judiciários, pouco importando se o mérito das pretensões
individuais foi atendido conforme os interesses, pois esse já é
campo de atuação da jurisdição. Ao CNJ toca verificar se os
magistrados não cometem infrações, se atuam diligentemente e
com presteza, e se os serviços são regulares (DIPP, 2009, p.
33).

1BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI nº 3367. Requerente Associação dos Magistrados
Brasileiros – AMB. Requerido: Congresso Nacional. Relator: Ministro Cezar Peluso. Brasília em
22 de setembro de 2006.
13

Com efeito, partiremos da hipótese de que o CNJ guarda características


semelhantes às agências reguladoras de serviços de interesse público e,
considerado como tal, possui condições de estabelecer normas em abstrato
através das ferramentas existentes previstas em regras próprias a fim de
melhorar a prestação jurisdicional.
Neste sentido cumpre expor que o objetivo geral da pesquisa é, diante do
reconhecimento do CNJ como órgão de regulação, verificar as particularidades
do sistema normativo interno deste, reconhecendo instrumentos que poderiam
ser utilizados na regulação das atividades judiciárias e, assim, atender ao
objetivo específico da pesquisa, que é o de poder propor sugestões de
aplicações de novas técnicas de regulação para melhorar a atuação do CNJ no
âmbito regulatório, no intuito primordial da busca pela eficiência.
No capítulo 1 desta dissertação, buscou-se contextualizar a estruturação
do Estado Liberal, perpassando pelo Estado de Bem-Estar Social até o
surgimento do Estado Regulador, que traria a implantação do conceito da
regulação frente aos interesses do Estado, burilando a prestação do serviço
público no intuito de trazer eficiência aos atos da Administração Pública, criando
assim autarquias de regime especial, que viriam a ser denominadas de agências
reguladoras.
No capítulo 2 foram apresentados as competências e o conceito de
agência reguladora a fim de delimitar seu âmbito de atuação. Apresentadas as
características destas agências, tratou-se ainda da concepção legislativa do ente
regulatório, buscando contextualizar a importância das ações a serem exercidas
pela agência reguladora no ambiente estatal e, consequentemente, na melhoria
da prestação dos serviços públicos.
Já no capítulo 3 intentou-se demonstrar que, através das bases nas quais
se deu a Reforma do Judiciário com a Emenda Constitucional nº 45, constituiu-
se o Conselho Nacional de Justiça – CNJ tendo como um de seus principais
objetivos a realização de um controle interno e único para todo o Poder
Judiciário, possuindo papel importante na busca pela eficiência na prestação
jurisdicional.
Assim, diante dos conceitos apresentados e, para trabalhar o tema
proposto, no Capítulo 4 desenvolveu-se a metodologia da pesquisa, tendo o
estudo se constituído de determinadas etapas previamente delineadas.
14

Primeiro optou-se por realizar a revisão bibliográfica acerca do tema da


pesquisa a fim de conceituar a formação do Estado Regulador e sua formação
história. Em seguida, foram traçadas as características da agência reguladora e
as normas basilares que a revestem no Brasil. Logo após, se tratou da formação
e constituição do CNJ para que se pudesse justificar a consideração da natureza
jurídica deste órgão como agência reguladora.
Assim, delinearam-se as particularidades do CNJ como agência
reguladora (criou-se quadro comparativo de características entre o CNJ e a
agência reguladora), buscando realizar pesquisa acerca de como esse órgão
desenvolve suas atividades regulatórias, especialmente no que tange à atividade
normativa, de controle e a forma como se dá sua transparência ativa.
Mapearam-se assim as etapas do processo normativo para edição de
resoluções no âmbito do CNJ e realizou-se amostragem mediante os critérios
apontados no capítulo 4, para análise da compatibilidade do processo normativo
previsto pela própria legislação do CNJ e o efetivo procedimento normativo
realizado internamente.
Foram realizadas em datas diferentes no decorrer da pesquisa, diversas
consultas no sítio eletrônico do CNJ no intuito de consolidar os temas
pesquisados e realizar a análise de amostragem de resoluções que poderiam
comprovar a efetividade das normativas do órgão.
Com isso, no Capítulo 5 foi explanada a importância da classificação do
CNJ como um órgão regulador, permeando os dados disponibilizados na
pesquisa adquiridos mediante contato direto com o órgão através da Lei de
Acesso à Informação e dos dados presentes no sítio da internet, destacando-se
no respectivo capítulo, a necessidade da transparência e acesso à informação.
Tratou-se com isso acerca da importância da mensuração de dados
através de relatórios, auditorias e pesquisas, traçando ao final sugestões de
estratégias regulatórias a serem possivelmente aplicadas no órgão para que se
possa aprimorar a eficiência da aplicação das competências constitucionalmente
previstas do CNJ, utilizando-se também da ferramenta da Análise do Impacto
Regulatório como necessário elemento para tanto.
Por fim, concluiu-se pela consideração do CNJ como órgão regulador e
sua importante faceta diante do Poder Judiciário, tratando-se da eficiência de
sua normatividade frente às Resoluções editadas e a possibilidade de evolução
15

do serviço prestado, sugerindo-se propostas para melhoria da atuação do órgão


utilizando-se das prerrogativas de uma agência reguladora.
16

CAPÍTULO 1 - ESTADO REGULADOR, SEU SURGIMENTO E EVOLUÇÃO


NO BRASIL

A estruturação do Estado encontrou diversos momentos e conjunturas no


século XX, suportando guerras mundiais, crises de mercado, políticas
econômicas diversas e crescimento da industrialização.
O Estado Liberal válido até então, advinha dos ideais da Revolução
Francesa e possuía caráter abstencionista sob o prisma econômico, vivenciando
inúmeros eventos históricos que causaram extraordinária transformação nos
sistemas produtivos, em especial motivadas pela expansão do espírito capitalista
no âmbito de um Estado não interventor (SANTIAGO; GUIMARÃES; SOUZA,
2019).
As concepções iluministas, bem como a criação de uma essência
estritamente centralizadora do próprio homem - colocado até então sob as
rédeas do absolutismo e que agora atingia singularidade perante as decisões e
ideais delineados diante da nova realidade - culminavam na construção de uma
segurança do indivíduo para consigo mesmo, garantindo-lhe o direito de
propriedade e liberdade sem as limitações provenientes de uma ação estatal.
Inspirado principalmente nas convicções de liberdade pós-revolução
Francesa, neste contexto liberalista visualizava-se o Estado como um ente
garantidor dos princípios individuais, apto a resguardar a liberdade pessoal
frente à atuação do indivíduo na sociedade e no mercado.
Deste modo, a igualdade estritamente formal das partes garantindo a
liberdade contratual, a existência de um mercado natural, as limitações ao poder
do soberano e a consolidação de um modelo idealizado em prol da burguesia
são algumas das características pertencentes ao Estado Liberal, que sofreu forte
abalo diante da Primeira Guerra Mundial (MORAES, 2014).
Sendo assim, considerar o viés histórico das concepções apresentadas
pelo Estado Liberal, acabam por demonstrar a progressão das perspectivas para
a mudança gradual do modo por ele particularizado.
No entanto, a liberdade concedida em aspecto extenso e irrestrito, bem
como a ausência de ingerência do Estado em variados âmbitos - em especial da
economia - trouxe o acréscimo da desigualdade, ocasionando a formação de um
17

ambiente marcado pelo cometimento de abusos e injustiças diante da ação dos


economicamente mais fortes (SOARES, 2012).
Este contraste despontado caracterizava, à época, decorrente do sistema
econômico o capitalismo, que valorava sobremaneira a legitimidade dos bens
privados e a ampla liberdade da indústria e do comércio, entrevendo-se o abismo
que passou a ser originado na sociedade em suas diversas concepções,
acabando por desmantelar o sistema social vigente.
Inegável que o capitalismo trouxe inúmeros benefícios econômicos aos
países industrializados, no entanto, diversos movimentos sociais e ideológicos
apresentavam que esse capitalismo imperialista seria o germe da destruição do
próprio modelo, vez que a liberdade, dogma do próprio liberalismo, não era
suficiente para a manutenção do acesso aos bens da vida (ALBUQUERQUE,
1990).
Assim, para reduzir o caos social que se formou diante do capitalismo
vigente durante o período liberal vivido, a reformulação de políticas econômicas,
verificando a necessidade de participação direta do poder estatal, tendo o Estado
sido conhecido neste período como Estado de Bem-Estar Social (CLARK;
NASCIMENTO; CORRÊA, 2013).
Esse Estado do Bem-Estar Social trouxe elevação nas condições de vida
e da expectativa média de vida da população, atingindo estágio mais evoluído
no aperfeiçoamento da vida em comunidade, no entanto, o êxito relativo desses
acontecimentos acabou por produzir sua inviabilização gerando, com a
multiplicação da população e a redução da eficiência das atividades prestadas
pelo Estado, uma crise fiscal, que causou uma elevação dos passivos
governamentais, levando diversos países a enfrentarem situações similares
(JUSTEN FILHO, 2006).
Lopes (2018) ilustra a conduta deste Estado do Bem-Estar Social como
uma perspectiva ingênua vez que se constituindo de amplo espectro de ação
para exigência de sua própria vontade no intuito de gerir a sociedade, invocava
a necessária substituição para um modelo de gestão mais realista, com meios
de intervenções indiretas.
É fundamental salientar “que as marcas primordiais do modelo de Estado
do Bem-Estar Social, alastraram-se no mundo europeu pós-guerra e foi
18

frustradamente transportado também para o contexto latino-americano”


(FERREIRA, 2016, p. 199).
Mister destacar que durante todo o processo histórico de formação e
estruturação das formas de Estado no território brasileiro, foram aplicadas
somente algumas pequenas políticas de bem-estar social (GOMES, 2006).
Por certo, este Estado do Bem-Estar Social apontou como uma resposta
ao modelo liberal até então vigente, agora baseando-se numa doutrina
constitucional que trazia como principais elementos a justiça e a igualdade
(SOARES, 2012).
Porquanto, diante da evolução do então Estado Liberal para os novos
caminhos a serem traçados pelo Estado de Bem-Estar Social (ou Estado Social),
a justiça mediante o alavancamento da igualdade transmutava-se na base para
promoção de um sistema cooperativo, calcado na distribuição de direitos e
deveres aos cidadãos de forma equânime, bem como apresentando a justiça
como solucionadora imparcial de conflitos.
Considerando então este contexto, John Rawls nos traz em sua obra no
ano de 1971 intitulada “Uma teoria da justiça” uma consolidação da visão então
delineada, expondo se tratar a justiça a virtude primeira das próprias instituições
sociais, nos mesmos termos em que a verdade o é dos sistemas de pensamento
e, com isso, apresenta uma justiça que nega que a perda da liberdade de alguns
se justifique por um bem maior a ser desfrutado por todos.
Destarte, mediante o prisma jurídico, o Estado de Bem-Estar Social seria
fruto de uma integração dos direitos sociais, sendo criado em conjunção com os
estados democráticos de direito (FERNANDEZ-ÁLVAREZ, 2018).
Com tal característica, o Estado do Bem-Estar Social traz também
enfrentamentos ideológicos ao Estado Liberal, que apresentava um cenário de
crescimento e de massificação do consumo, ocasionado pela supremacia dos
grandes grupos econômicos que, perante a intervenção mínima do Estado,
apresentava relações desiguais e em desequilíbrio nas relações privadas
(SOARES, 2012).
Nas palavras de Gomes (2006, p. 212):
(...) o Estado de bem-estar teria sua razão de ser na
argumentação do princípio de que a classe capitalista, ao
perceber as necessidades de expansão do consumo em
decorrência da produção em massa, estabeleceu uma série de
19

acordos e acertos institucionais que foram necessários para a


continuidade do processo de produção e acumulação.

O planejamento estratégico da formação desta nova forma de atividade


estatal deveria então, a fim de contrabalancear a proteção jurisdicional e a
mantença do crescimento econômico, considerar sua efetividade na prestação
dos serviços.
Assim, para caso existisse uma ineficiência do Poder Judiciário, refletiria
em uma injustiça contra os menos favorecidos e ao desempenho econômico,
pois passaria a apresentar custos elevados (ROCHA; RIBEIRO, 2015).
O novo modelo de Estado que adviria encontrava um cenário de sérias
crises sociais e deveria construir então uma composição síncrona entre justiça
social e formação de políticas públicas para combater a desigualdade
econômica.

1.1 A ideia de um Estado Regulador

A nova Constituição Federal em 1988 criou diversos direitos, garantindo


outros, inclusive econômicos, mas diante dos arranjos estatais anteriores,
obstaculizava-se por demais a efetividade destes neste período de implantação
da recém estabelecida política brasileira.
Por conseguinte, há que se considerar que a circunstância que mais
possui influência nas escolhas a serem realizadas no próprio planejamento do
Estado para enfrentar as crises que advenham é o raciocínio econômico
(SUNDFELD, 2006).
Gomes (2006) discorre acerca de importante período crítico no Brasil, que
se deu perante os efeitos da crise da moratória mexicana em 1982 no Brasil.
Destaca a ocorrência de sérios problemas relativos ao financiamento externo
que o país começou a enfrentar, prejudicando sobremaneira o ajustamento dos
desequilíbrios que adviriam em seu balanço de pagamento.
Assim, na década de oitenta do século passado, o Brasil deu início a uma
mudança neste modelo até então conhecido como Estado do Bem-Estar Social,
para a formação de um Estado Regulador que seria capaz de verificar os
meandros necessários para o crescimento estatal.
20

O novo papel do Estado reduzia sua participação direta frente ao seu viés
empreendedor, dando ensejo ao crescimento concomitante de sua função
reguladora.
Com isso, o Estado passa a então intervir de maneira indireta no domínio
econômico, diante da formulação de normas, ferramentas repressivas,
mecanismos preventivos advindos da atividade estatal, bem como por
intermédio de dispositivos jurídicos que irão dispor acerca da prevenção e
repressão para impossibilitar comportamentos abusivos dos particulares
(SEVERINO; CARVALHO, 2018).
Sobre o assunto, esclarecedora pontuação é feita por Salama (2017, p.
9):

O interesse pela análise econômica surge no Brasil de hoje


porque quando o estado se põe a regular, intervir e
(pretensamente, pelo menos) melhorar o mundo, a lei passa ser
vista como um instrumento de indução de comportamento; não
mais, apenas, como uma cristalização normativa de intuições de
justiça e humanidade. E para pensar instrumentalmente, não há
escapatória: estamos condenados a ponderar sobre
repercussões e consequências. Daí a utilidade e a demanda
pelo pensar econômico também na atividade judicial.

A competência regulatória deste Estado assumia curva acelerada de


ascensão, passando a regulação a constituir instrumento fundamental facilitador
do alcance dos fins públicos buscados na esfera da atividade econômica em
sentido amplo (ALMEIDA, 2008) e também na economia normativa vez que a
dinâmica estatal passou a se voltar para a efetivação do bem comum e do
interesse público.
Dessa forma, há que se considerar que para a economia normativa, uma
ação deve ser julgada por sua eficácia na promoção do bem-estar social,
conforme nos coloca Posner (2010), perante a qual frente à nova atividade
regulatória a ser abarcada pelo Estado, tratar-se-ia então de formular
planejamento de políticas públicas em prol da proteção do princípio do interesse
público.
A tutela desse princípio constitui-se na delimitação primordial da
implantação da regulação na nova perspectiva de privatização que daí irá
decorrer para que o Estado, embora conceda ou permita a outrem a realização
21

de determinado serviço público, mantenha o arbítrio de estabelecimento de


condutas e normas a serem obrigatoriamente observadas.
Esta mudança mantém então a legitimidade do Estado para que, através
da legalidade, possa burilar a prestação do serviço público a ser concedido ao
ente regulado.
Assim, esse Estado que no começo do século passado incumbia-se de
atribuições econômicas e sociais passa a buscar a eficiência ao contratar, com
escopo competitivo, entidades públicas não-estatais para prestação de serviços
sociais e científicos necessários e, com essa nova gestão pública busca então
atender à demanda por eficiência, se tornando um Estado mais autônomo e
responsabilizável politicamente (BRESSER, 2001).
Bresser (2001) complementa ainda que o surgimento desse novo Estado
se dá diante da exigência de que seja alterada a organização estatal,
descentralizando e terceirizando atividades no intuito primordial de atender à
exigência da eficiência.
A simples ocorrência de descentralização e terceirização de atividades
não traz de forma espontânea a eficiência na prestação dos serviços públicos,
devendo, portanto, existir um ente que fiscalizaria esses novos modelos, e que
também faria normas específicas para regular determinado setor, denotando
maior especialidade e conhecimento acerca de tema singular que o próprio poder
legislativo.
Assim, deve ser construída uma solução que seja a melhor para o caso
concreto, na qual o Estado, diante da norma, apresenta a atividade
administrativa para obter benefícios à sociedade.
Assim, considerando a eficiência como característica primordial a ser
considerada quando da prestação de um serviço público, no intuito de se
visualizar o efeito de determinada regra jurídica, utiliza-se dos estudos e
funcionalidades da análise econômica que, apesar de não apresentar respostas
definitivas, ajudam a traçar possível caminho a ser trilhado em um Estado que
busca possuir uma ação intervencionista em determinados segmentos mediante
atividade regulatória.
Neste sentido é que se formularia também a necessária Análise de
Impacto Regulatório. Blanchet e Bubniak (2017, p. 7) destacam em artigo
22

intitulado A análise de Impacto Regulatório: uma ferramenta e um procedimento


para a melhoria da regulação que:
(...) a AIR foi definida pela Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2008), como “ferramenta
regulatória que examina e avalia os prováveis benefícios, custos
e efeitos das regulações novas ou alteradas” sob uma primeira
perspectiva, apresenta-se como um importante mecanismo para
definição do objeto de regulação, bem como justificação da
intervenção.

Já Freitas (2014) nos expõe que a AIR poderá ocorrer diante do


desempenho de recursos para a apreciação da qualidade regulatória através de:
(i) consultas públicas; (ii) análise da redução dos custos de compliance; e (iii)
consideração de alternativas à regulação.
Com vistas então a modular as ações do Estado Regulador, a economia
e o direito se entrelaçam, vez que, além da busca da prestação do serviço
público com qualidade, não se pode distanciar dos efeitos econômicos as
atitudes a serem reguladas, devendo ser resguardado o princípio da eficiência
que irá nortear a essência da ideia de melhor estruturação e fornecimento de
determinado serviço público perante o menor custo para a Administração
Pública2.
A eficiência, cujo princípio atingiu patamar constitucional no art. 373 com
as alterações trazidas pela EC 19/98, se torna assim fator primordial que faz
irromper a imprescindibilidade da concretização da prestação de um serviço
público de qualidade de forma universal, circunstância que exacerba a
necessidade de se apresentar nova visão ao Estado, vez que passa de um
agente realizador para um ente fiscalizador e norteador da melhor consecução
dos serviços.

2 Em apoio a essa ideia de arranjamento entre direito e economia, Richard Posner (1998) em
seu artigo intitulado Values and Consequences: an introduction to economic analysis of law,
coloca expressamente que “Economics reveals a ‘deep structure’ of law that exhibits
considerable coherence".
3 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,


impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)
23

O princípio da indisponibilidade do interesse público delimita essa


concepção de intervenção indireta, racionalizando os caminhos a serem
percorridos pelo Estado Regulador, aproximando cada vez mais as formas de
prestação de serviço público em prol do bem comum e a alteração
comportamental no âmbito econômico do Estado.
É dentro deste contexto que o Estado renuncia a desempenhar
diretamente diversas atividades, buscando que este modelo de Estado produtor
e prestador de serviços públicos apresente um aumento substancial em seu
papel regulador estatal (ROSSET, 2002).
Outrossim, a concepção deste Estado Regulador configura-se em um
planejamento compreensivo, concretizando-se em uma autoridade responsável
pela expansão de um horizonte de possibilidades, fundindo ciência e
administração (LOPES, 2018).

1.2 A prestação de serviço no Estado Regulador

Por certo, vislumbrar a opção da implementação de uma política que traria


mudanças no mercado e na forma de prosseguimento do próprio Estado não
poderia se dar sem a visualização da economia como elemento sustentador
perante a nova forma de prestação do serviço público advinda com o Estado
Regulador.
A previsão constitucional na Carta Magna em seu art. 1744 já apresentava
o Estado como agente normativo e regulador da atividade econômica, que
poderia se dar, dentre outras funções, através da fiscalização.
Referida previsão acolhe uma das principais aplicabilidades da regulação
que se daria através da verificação do agente concedente quanto ao
cumprimento das normas existentes do cessionário.
Outrossim, há que se considerar que os serviços a serem prestados pelo
ente cessionário conquanto sejam de interesse público, geram efeitos
econômicos nos segmentos a serem regulados de forma direta ou indireta.

4
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para
o setor público e indicativo para o setor privado.
24

O Estado Regulador, portanto, diante da intervenção estatal, prestigia a


proteção ao indivíduo garantindo-lhe o constante aperfeiçoamento na
disponibilização das funções que antes lhe cabiam e agora são de incumbência
do cessionário.
Para tornar realidade essa nova prestabilidade de obrigações, o Estado
Regulador precisava agregar novas perspectivas à sua forma de atuação,
preparando o cenário brasileiro para receber a inovação da concepção estatal
de prestação do serviço público.
Com o fim de instrumentalizar essa nova visão, devia o Estado Brasileiro
descentralizar as atividades econômicas que poderiam ser realizadas por
empresas privadas, culminando na menor participação estatal no mercado
(HERLIN, 2020).
Cabe relatar que, para Sundfeld (2002) ao tratar do motivo pelo qual os
serviços estatais deveriam ser regulados, expõe que a venda das empresas
estatais que prestavam serviços públicos apresentava como verdadeiro risco
justaposto o de desapoderar totalmente o Estado quanto à possibilidade de
influência na prestação destes serviços, bem como de controlar a própria
estrutura empresária.
Com isso, pode-se relatar como uma das vigas para o início do desiderato
relatado, o Programa Nacional de Desestatização criado pela Lei Federal nº
8.031/90 (BAPTISTA, 2015).
Tal programa trazia em sua previsão legal, além de outros objetivos
fundamentais, reordenar a posição estratégica do Estado na economia,
transferindo à iniciativa privada atividades indevidamente exploradas pelo setor
público, contribuindo para a redução da dívida pública, e assim concorrendo para
o saneamento das finanças do setor público.
Por certo, as novas privatizações teriam impacto, sob a perspectiva
econômica, na estratégia de restabelecimento econômico e financeiro do Estado
(SILVEIRA, 2004)
Outrossim, o enfraquecido desempenho econômico do Brasil foi fator
primordial para a ocorrência do início das privatizações (PINHEIRO; GIAMBIAGI,
2000).
25

1.3 Primeiros passos a caminho de formação das agências reguladoras

Destarte, entre os idos de 1993/95, subsistiram diversas inexatidões


quanto a concepção da privatização, bem como o real propósito a ser atingido,
com isso as razões da regulação se deram em tempo posterior ao próprio
processo de privatização (MODIANO, 2000).
Em janeiro de 1995, ocorreu a substituição da Comissão de Privatização
pelo Conselho Nacional de Desestatização, ocorrendo a promulgação da Lei de
Concessões Lei nº 8.987/955), regulamentando o art. 1756, da Constituição
Federal (PINHEIRO; GIAMBIAGI, 2000).
No intuito de avançar na alteração do perfil estatal, ocorreu a Reforma
Gerencial em setembro de 1995, denominada de Plano Diretor da Reforma do
Aparelho do Estado, possuindo como principais objetivos: a desburocratização
do Estado, a descentralização da administração pública e o afastamento gradual
da prestação direta dos serviços públicos por meio de desestatizações
(BLANCHET; BUBNIAK, 2017).
Blanchet e Bubniak (2017) tratam a Reforma Gerencial como um
transformador do paradigma do Estado que era atuante na economia por uma
intervenção regulatória, passando a substituir o modelo burocrático que se
preocupava com processos por um modelo gerencial que, seria agora, voltado
para a obtenção de resultados (eficiência) e para a qualidade da própria
administração pública.

5
Art. 1o As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de serviços
públicos reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pelas normas
legais pertinentes e pelas cláusulas dos indispensáveis contratos.
6 Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão

ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.


Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter
especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade,
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
26

Anota-se aqui os dizeres do Plano Diretor de 1995, aprovado pela Câmara


da Reforma do Estado em sua reunião de 21 de setembro de 1995, tendo sido
em seguida submetido ao Presidente da República7:
Este “Plano Diretor” procura criar condições para a
reconstrução da administração pública em bases modernas e
racionais. (...)É preciso, agora, dar um salto adiante, no sentido
de uma administração pública que chamaria de “gerencial”,
baseada em conceitos atuais de administração e eficiência,
voltada para o controle dos resultados e descentralizada para
poder chegar ao cidadão, que, numa sociedade democrática, é
quem dá legitimidade às instituições e que, portanto, se torna
“cliente privilegiado” dos serviços prestados pelo Estado.

Com isso, a partir de 1995 ocorre o fortalecimento do viés regulador do


Estado e, neste contexto verifica-se não só a ocorrência da regulação econômica
que se dá pela intervenção do Estado Regulador no domínio econômico de forma
indireta, mas também se torna relevante na ordem social (regulação social)
(MESQUITA, 2005).
Assim nasceu a necessidade de criação de um ente que agruparia
funções passíveis de equilibrar a prestação do serviço público a ser desenvolvido
por determinada organização particular e a finalidade precípua do atendimento
ao interesse do cidadão com garantia de qualidade dentro das previsões
normativas do ordenamento jurídico.
Criou-se então autarquias de regime especial, que se tornariam órgãos
responsáveis pela regulamentação, fiscalização e controle de serviços públicos,
de atividades e dos bens que vierem a ser transferidos ao setor privado, tendo
sido instituídas precipuamente diante do fim do monopólio estatal, vindo a ser
denominadas agências reguladoras (MARINELA, 2018).

7
Disponível para consulta em http://www.bresserpereira.org.br/documents/mare/
planodiretor/planodiretor.pdf
27

CAPÍTULO 2 – AS AGÊNCIAS REGULADORAS

As agências reguladoras surgiram nos Estados Unidos, como entes com


competência específica para regular, normatizar e fiscalizar as atividades
relevantes para o desenvolvimento sustentado do mercado e ainda quanto à
prestação de serviços públicos (COUTO FILHO, 2020).
A aparição destes entes ocorreu em um momento de mudança quanto ao
paradigma liberal do Estado, surgindo assim, nos Estados Unidos, algumas
primeiras agências reguladoras, como a Interstate Commerce Comission (1887),
a Federal Trade Comission (1914), a Commodities Exchange Autority (1930), a
Federal Radio Comission (1927) e a Federal Power Comission (1930) (LOPES,
2018).
Destaca-se aqui que essa construção da regulação por agências
reguladoras não aconteceu em todos os países, e nem se deu da mesma forma.
Sousa (2012, p. 103) apresenta as etapas vivenciadas por esta formação
do processo regulatório estatal diante do próprio desenvolvimento do
capitalismo:
Na primeira fase, a regulação surge como uma resposta à queda
dos principais indicadores econômicos, após uma relativa
estabilidade no século XIX. A partir dos anos 30, a atividade
regulatória apresenta um crescimento significativo, com a
criação de diversas agências reguladoras nos Estados Unidos
da América. Na segunda fase, percebe-se um aperfeiçoamento
das instituições regulatórias e a difusão de práticas
intervencionistas não somente nos países capitalistas
desenvolvidos, mas também nos países em desenvolvimento,
que de certa forma, coincidem com os movimentos de
emancipação nacionais. A literatura sobre a história econômica
destaca a década de 70 pelas altas taxas de inflação e
desemprego, colocando a política de regulação nos países
capitalistas sob pressão. Embora a política regulatória nesse
período tenha alcançado, de modo geral, os objetivos, ficou
patente a insatisfação com o comportamento da economia dos
países capitalistas desenvolvidos, razão pela qual a década de
80 foi marcada por experiências práticas de desregulamentação.

Neste contexto começaram a ser estruturadas no Brasil, as agências


reguladoras.
28

2.1 As autarquias de regime especial no Brasil

No Brasil, nos idos da década de 1990, diversas entidades de regulação


foram criadas8, cada uma com seu propósito e modelo instituído, exercendo
tarefas tipicamente de Estado. Isso porque além de editar normas, podem
fiscalizar, aplicar sanções, decidir sobre reclamações dos consumidores e ainda
resolver litígios entre empresas (SUNDFELD, 2006).
Lira (2014) em artigo de sua autoria publicado na Revista dos Tribunais
do Nordeste, acrescenta ainda a estes entes, os poderes de fomentador e
investigador.
Importante destacar que as entidades regulatórias não regulam apenas
as atividades nas quais ocorreu alguma forma de privatização dos serviços,
podendo regular empresas que pertencem ao próprio Estado. Sundfeld (2006)
menciona neste intento, a título exemplificativo, os órgãos de defesa da
concorrência e os voltados ao mercado financeiro.
Aranha (2005, p. 1) também coloca acerca do ambiente de introdução das
agências no Brasil que
Diversos fatores contribuem para a compreensão da novidade
de ambientação das agências no direito brasileiro,
principalmente a partir da consideração de que tais estruturas
administrativas seriam as mais aptas a responderem à
velocidade de transformação tecnológica do mercado.

Outrossim, para Couto (2020) as agências reguladoras possuem


estabilidade dos seus dirigentes que têm mandato fixo, sendo impossível a
revisão das decisões proferidas por esses por outros órgãos da Administração
Pública, configurando assim o caráter de autarquia em regime especial aos entes
regulatórios, justificada pela ocorrência de sua maior autonomia frente às demais
autarquias ordinárias.
Lopes (2018, p. 208) complementando a essência dos entes regulatórios,
enumera as principais características que possuem o intuito de ampliar a
legitimidade das agências:

8 A primeira agência reguladora a ser instituída no Brasil foi a


Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), através da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de
1996.
29

a) decisão por órgãos colegiados deliberativos formados por


integrantes com mandato fixo e não coincidentes;
b) independência do órgão regulador, inclusive com
autonomia financeira e com delegação de funções da
Administração direta, configurando-se como autarquias
especiais;
c) ampliação do poder regulador, com o acúmulo de funções
administrativas e de índole jurisdicional;
d) criação de deveres especiais de prestação de contas e
responsabilização que se apresentam na publicidade das
decisões das decisões da agência, na prestação de contas aos
poderes Executivo e Legislativo e na participação de usuários,
consumidores e investidores na elaboração de normas do setor;
e) possibilidade de revisão de suas decisões pelo Judiciário;
f) pluralidade de sua composição e dos seus órgãos
deliberativos;
g) indicação de seus ocupantes por um ato político complexo
pelo Executivo e com a aprovação do Parlamento;
h) requisitos de formação técnica para investidura em órgãos
deliberativos;
i) garantia contra a demissibilidade ad nutum dos ocupantes
de cargos nos órgãos colegiados deliberativos.

Recentemente, buscando construir uma concepção legislativa do ente


regulatório foi sancionada a Lei nº 13.848, de 25 de junho de 2019, que passou
a dispor sobre a gestão, a organização, o processo decisório e o controle social
das agências reguladoras.
Esta lei traz as características desta natureza especial do ente regulatório,
delimitando que ela é particularmente considerada pela ausência de tutela ou de
subordinação hierárquica, além de possuir autonomia funcional, decisória,
administrativa e financeira, e a garantia da estabilidade do mandato de seus
dirigentes.

2.2 As características da agência reguladora

A ausência de subordinação hierárquica adveio do novo papel a ser


vivenciado pelo Estado, que agora traduziria a criação de entidades de
regulação, entes essencialmente independentes do Governo, passando a
possuir finalidades específicas de regulação no intuito de garantir a constituição
30

e o desempenho de um verdadeiro mercado concorrencial (MOREIRA, MAÇÃS,


2003).
Considerando que estas autarquias especiais atuarão no propósito de
certificar os direitos dos usuários, sob os pilares da eficiência e da melhoria
contínua da qualidade dos serviços públicos a serem prestados, buscando sua
universalização e a prática de tarifas e preços justos, a autonomia do ente
regulatório se faz primordial, seja ela considerada sob o aspecto econômico,
funcional, decisório, administrativo e financeiro.
A autonomia se torna assim a característica garantidora da atuação
independente do ente, distanciando as ações de governo dos limites do
funcionamento da atividade regulatória, tornando-se salvaguarda do princípio da
impessoalidade.
Sundfeld (2006, p. 24) acrescenta quanto à autonomia dessas entidades
que
No caso das agências reguladoras brasileiras recentes a outorga
de autonomia parece haver objetivado, ao menos inicialmente,
oferecer segurança a investidores estrangeiros, atraindo-os para
a compra de ativos estatais. O desafio, aqui, como em qualquer
outro processo de autonomização, é o de construir um sistema
de controles e influências que assegurem alta atuação
democrática, atenta a interesses gerais e à ordem jurídica etc.

Assim, as agências necessitam, ao praticar suas atribuições legalmente


previstas, ter resguardado o próprio espaço de legítima discricionariedade, no
qual não sofrerá interferências de qualquer natureza, para que não frustrem seus
objetivos e destruam o intuito primordial de melhoria da qualidade dos serviços
públicos (BARROSO, 2004).
Por possuir orçamento próprio advindos de fontes de recursos previstos
em lei, a liberalidade quanto aos usos dos recursos cabe ao próprio ente,
podendo destinar recursos e incentivos para a área que entender conveniente
para a melhor consecução de seus objetivos.
Isso concede à agência reguladora a possibilidade de autodeterminação,
seja ao planejar suas ações internas e externas, seja para tratar de assuntos
referentes ao quadro de servidores que faz jus.
No que se refere à autonomia de cunho decisório, mister ressaltar que
embora presente a independência do órgão competente dentro da própria
31

estrutura administrativa, nos ditos da Lei nº 13.848, de 25 de junho de 2019, a


agência reguladora deverá observar a pertinente adequação entre meios e fins,
visando ao atendimento do interesse público com a qualidade necessária para
tanto, observando assim o princípio da proporcionalidade.
Neste sentido, os dizeres da referida norma:
Art. 4º A agência reguladora deverá observar, em suas
atividades, a devida adequação entre meios e fins, vedada a
imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquela necessária ao atendimento do interesse público.

Ademais, ao proferir suas decisões, o ente regulatório deve indicar a


motivação que culminou no entendimento esposado em suas razões, carecendo
assim de indicar os pressupostos de fato e de direito que foram determinantes
para proferir a deliberação acerca de determinado tema.
No que tange à autonomia administrativa, a Lei nº 13.848, de 25 de junho
de 2019, traduz expressamente:
Art. 3º (...)
§ 2º A autonomia administrativa da agência reguladora é
caracterizada pelas seguintes competências:
I - solicitar diretamente ao Ministério da Economia:
a) autorização para a realização de concursos públicos;
b) provimento dos cargos autorizados em lei para seu quadro de
pessoal, observada a disponibilidade orçamentária;
c) alterações no respectivo quadro de pessoal, fundamentadas
em estudos de dimensionamento, bem como alterações nos
planos de carreira de seus servidores;
II - conceder diárias e passagens em deslocamentos nacionais
e internacionais e autorizar afastamentos do País a servidores
da agência;
III - celebrar contratos administrativos e prorrogar contratos em
vigor relativos a atividades de custeio, independentemente do
valor.

Conforme entendimento de Barroso (2004), deve ser acrescentada


quanto à essa autonomia administrativa a previsão nas leis instituidoras das
agências de uma ideia de um verdadeiro período de quarentena, no qual os
dirigentes dos entes regulatórios ficariam impedidos de prestar, direta ou
indiretamente, qualquer tipo de serviços às empresas sob sua regulamentação
ou fiscalização por determinado período após o término de seus mandatos.
32

Recentemente, a Lei nº 9.986 de 18 de julho de 2000, sofreu alteração


neste sentido, ficando assim disposto:

Art. 8º Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria


Colegiada ficam impedidos de exercer atividade ou de prestar
qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por
período de 6 (seis) meses, contados da exoneração ou do
término de seu mandato, assegurada a remuneração
compensatória. (Redação dada pela Lei nº 13.848, de 2019)

Outrossim, conforme nos coloca Moreira e Maçãs (2003), a regulação


perfaz sua atuação mediante o que denomina de “autoridades reguladoras
independentes”, conceito este que justifica a autonomia dessas perante o
governo e à própria administração, seja direta ou indireta.
Assim, esta independência do ente regulador culmina na forma em que
se dará sua própria gestão, o que acabará por ter impacto direto no desempenho
das funções legalmente previstas.
Com isso, adveio na Lei nº 13.848, de 25 de junho de 2019, a previsão de
relatório de gestão anual, trazendo na legislação extravagante a regulamentação
da forma em que se daria o aperfeiçoamento da coordenação dos atos
realizados pelo ente regulatório.
O Projeto de Lei do Senado nº 52, de 2013, que deu origem à norma
supracitada, afirma que tal desiderato também busca promover uma maior
transparência e controle social, aprimorando as relações de cooperação da
agência reguladora com o poder público e, em especial, do cumprimento das
políticas públicas definidas em lei.
Outra peculiaridade que deve subsistir no alicerce do ente regulatório é a
da garantia da estabilidade do mandato de seus dirigentes, que são nomeados
pelo Chefe do Executivo (no âmbito federal o Presidente da República), devendo
ter a aprovação no Senado.
Afinal, quanto aos requisitos a serem cumpridos para a nomeação dos
cargos diretivos das agências reguladoras, a Lei nº 9.986, de 18 de julho de
2000, exarou:
Art. 5º O Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral (CD I)
e os demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria
Colegiada (CD II) serão brasileiros, indicados pelo Presidente da
República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado
Federal, nos termos da alínea “f” do inciso III do art. 52 da
33

Constituição Federal, entre cidadãos de reputação ilibada e de


notório conhecimento no campo de sua especialidade, devendo
ser atendidos 1 (um) dos requisitos das alíneas “a”, “b” e “c” do
inciso I e, cumulativamente, o inciso II: (Redação dada pela Lei
nº 13.848, de 2019)

I - ter experiência profissional de, no mínimo: (Incluído pela Lei


nº 13.848, de 2019)
a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, no campo de
atividade da agência reguladora ou em área a ela conexa, em
função de direção superior; ou
b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes
cargos:
1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa no campo
de atividade da agência reguladora, entendendo-se como cargo
de chefia superior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos
não estatutários mais altos da empresa;
2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a
DAS-4 ou superior, no setor público;
3. cargo de docente ou de pesquisador no campo de atividade
da agência reguladora ou em área conexa; ou
c) 10 (dez) anos de experiência como profissional liberal no
campo de atividade da agência reguladora ou em área conexa;
e
II - ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual
foi indicado.
(…)

A Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000, também traz expressamente quais


seriam as hipóteses em que poderia ocorrer a perda do mandato:
Art. 9º O membro do Conselho Diretor ou da Diretoria
Colegiada somente perderá o mandato: (Redação dada pela
Lei nº 13.848, de 2019)
I - em caso de renúncia; (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019)
II - em caso de condenação judicial transitada em julgado ou de
condenação em processo administrativo disciplinar; (Incluído
pela Lei nº 13.848, de 2019)
III - por infringência de quaisquer das vedações previstas no
art. 8º-B desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019)

Assim, percebe-se que a estabilidade dos cargos responsáveis pela


gestão e direção da agência reguladora – resguardada logicamente a
capacidade técnica - é fator importante para garantia da atuação no que tange
às prerrogativas que são conferidas ao ente.
34

Isso porque, tendo o diretor a certeza de sua permanência no cargo


somente podendo perder o mandato nos casos taxativamente previstos na
legislação extravagante, poderá agir com maior liberdade e autonomia em sua
gestão, configurando-se, portanto, a garantia necessária para que se efetiva a
independência do ente regulatório.
Logo, o funcionamento da agência reguladora advém da possibilidade de
realização de suas atribuições e, desvincular seu corpo diretivo de qualquer
ingerência política e governamental traz segurança à concretização das
prerrogativas inerentes à atuação regulatória.
A composição colegiada também é elemento para uma concepção
democrática do ente regulatório permitindo a difusão de poderes bem como a
neutralização de influências pessoais no processo decisório (JUSTEN FILHO,
2006), acabando por tornar ineficaz qualquer intenção de atuação autoritária.
Outrossim, as atividades a serem exercidas pela agência reguladora não
se limitam apenas à prolação de decisões por um colegiado.
A ação fiscalizatória do ente regulatório é elemento importante de
verificação do cumprimento de normas e entendimentos quanto ao âmbito a ser
regulado, sendo a atividade de controle finalístico de determinada prestação de
serviço público fato que igualmente alicerça os pilares de atuação de um ente
regulatório.
Barroso (2002) afirma que os atos de fiscalização e os de natureza
sancionatória que ocorrem diante do descumprimento de determinado
regramento, advém da própria auto-administração da agência, envolvendo além
da implementação de políticas públicas previstas pelo legislador, a concretização
e individualização das normas do setor regulado.
Ademais, esta ação de fiscalização promovida pelas agências
reguladoras busca refrear também as situações previstas constitucionalmente:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
(...)
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
aumento arbitrário dos lucros.
35

Quanto à autonomia normativa, Morano (2011) apresenta a concepção de


que, assim, os entes regulatórios podem estabelecer conceitos jurídicos
indeterminados e ligados ao âmbito de sua atuação.
Esta competência foi destinada aos entes regulatórios através das leis
que os criaram ou mediante legislação específica de sua própria área de
atuação, passando a formar parâmetros, determinar matérias e delimitar a forma
com que se daria determinada atuação regulatória (ANDRADE, 2006).
Esta peculiaridade é de caráter regulamentar, advindo da delegação de
competência legislativa através da delegificação ou deslegalização9, sendo uma
forma de descentralização administrativa, atuando no funcionamento e
organização da administração pública (MEDEIROS; NELSON, 2016).
Moraes (2001) também se posiciona quanto à existência desta
descentralização administrativa, ressaltando que ela permitirá o exercício do
poder normativo às agências reguladoras para a consecução das metas
traçadas na norma, permanecendo o Congresso Nacional com a centralização
governamental.

2.3 Do poder normativo

Efetivamente, no entendimento de Duarte Junior (2011), esse poder


normativo conferido aos entes regulatórios é gênero, do qual são espécies o
poder legislativo e o poder regulamentar, concedendo à agência reguladora a
possibilidade de atuar expedindo atos normativos (regulamentos) quando do
exercício de sua função administrativa, sem se olvidar de que esses entes
possuem uma discricionariedade técnica na elaboração destes atos.
O poder normativo das agências tem então intuito de regulamentar de
maneira específica o setor regulado, adicionando asserções técnicas às
proposições já criadas pelo Poder Legislativo.

9
A delegificação ou deslegalização é uma espécie de passagem de determinadas matérias da
Lei para o Regulamento (MOTTA, 2005).
36

Para Nelson e Silva (2014) esse poder pode ser considerado uma
delegação legislativa, não excluindo o poder de legislar, mas sim acabando por
alargar o desempenho da função normativa do Estado10.
Outrossim, para Bacellar Filho (2002) a natureza da competência
legislativa atribuída às agências reguladoras - considerando a concepção
constitucional do ato de delegar - não retrata e nem importa delegação de
poderes legislativos, dada sua incompatibilidade com a natureza jurídica das
agências reguladoras. Mas acrescenta que embora entenda que a competência
regulamentar não é exclusiva dos chefes do Poder Executivo, os órgãos da
Administração que detém o poder regulamentar devem exercê-lo sobre certos
limites.
Neste sentido, ilógico seria de toda forma, considerar que as agências
reguladoras possuem total independência no que tange ao Poder Legislativo,
vez que os atos normativos a serem proferidos pelos entes reguladores não
podem contrariar a Constituição Federal, bem como a legislação
infraconstitucional existente (ATHAYDE, 2003).
E o autor ainda complementa que haveria verdadeira contradição entre a
Administração Pública criar entes reguladores que possuem objetivo precípuo
de cumprir a função reguladora do Estado e não atribuir a eles a capacidade de
editar normas referentes à área regulada.
Neste diapasão, há que se considerar que, pelo menos a princípio, as leis
criadoras das agências reguladoras implicam, quanto à matéria técnica, uma
deslegalização em favor do ente regulatório, vez que a própria necessidade de
descentralização normativa é o arcabouço precípuo das entidades, passando a
competência normativa - seja ela abstrata ou concreta - a ser parte integrante do
conceito de regulação (ARAGÃO, 2000).

10
Tal desiderato acontece, por exemplo, quanto à previsão constitucional de que os Tribunais
Superiores podem propor normas ao Poder Legislativo:
Art. 96. Compete privativamente: (...)
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor
ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos
juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos
juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver:
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
37

2.4 Da existência de controle

Importante ressaltar, por fim, que as agências reguladoras também estão


sujeitas ao controle, destacando-se quanto a isso a previsão constitucional:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
(...)
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
(...)
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas
Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta;
(...)
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de
cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou
jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária.

Assim, percebe-se no excerto acima a existência do controle legislativo


tendo em vista a possibilidade de sustar os atos proferidos pela agência
reguladora nos termos legalmente previstos.
Ademais, conforme coloca (BELTRÃO SILVA, 2006) tendo em vista a
necessidade de fiscalizar o dinheiro público, os entes regulatórios sofrem o
controle pelo Tribunal de Contas diante deste possuir competência para tanto.
Destarte, quanto a esse controle externo, a Lei nº 13.848, de 25 de junho
de 2019, traz expressamente:
Art. 14. O controle externo das agências reguladoras será
exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de
Contas da União.

Por conseguinte, com previsão constitucional de que nenhuma lesão ou


ameaça de direito poderá ser excluída de ser apresentada ao Poder Judiciário
consagrada no art. 5º, inciso XXXV, tem-se o controle judicial:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
38

residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,


à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito;

Conforme nos expõe Vasconcellos (2019), faz-se mister traçar quais


seriam os pontos a serem delimitados para a interferência do Poder Judiciário
nos entes regulatórios, considerando que, desta forma, contribuirá para que o
controle judicial se torne um elemento de legitimação das agências e não em um
mecanismo que se apropria das funções constitucionalmente previstas quanto à
agência reguladora.
O controle social há que também ser considerado no contexto regulatório,
vez que através do controle de ações e perante a possibilidade de
responsabilização dos agentes públicos, defende-se a melhoria constante da
prestação dos serviços públicos de forma a atender ao princípio da eficiência e
a continuação do investimento dos recursos do Estado (CAMPOS, 2013).
Todavia, interessante condensação acerca desta questão é exposta por
Di Pietro (2005, p. 164):
(...) é evidente que as agências reguladoras não escapam dos
controles que a Constituição prevê para as demais entidades,
como o controle interno, a tutela pelo órgão da Administração
direta a que se vincula, o controle parlamentar, com o auxílio do
Tribunal de Contas, o controle judicial, seja ele provocado pelo
Ministério Público, seja provocado por entidades de defesa do
interesse difuso ou coletivo, como partidos políticos, sindicatos,
associações, órgãos de defesa do consumidor, seja ainda o
controle exercido pelo cidadão. O controle pelo cidadão cresce
de importância quando se trata de agências reguladoras
exatamente pelas funções que a elas foram outorgadas,
implicando interferências na iniciativa privada e nos direitos dos
cidadãos.

Conforme visto, a natureza especial das agências reguladoras


caracteriza-se, em suma, pela ausência de tutela ou de subordinação
hierárquica; pela forte autonomia do ente regulatório e a investidura a termo de
seus dirigentes podendo estes contarem com a estabilidade durante o mandato.
Insta destacar por fim, que considerar o ente regulatório como elemento
primordial para a organização das atividades e setores regulados, mantendo-se
a presença estatal na prestação dos serviços públicos, passa a ser edificada a
39

efetividade e a eficiência na Administração Pública, seja modificando o


pensamento coletivo afim de valorizar o bem comum, seja criando maneiras de
realizar o serviço com superior habilidade em prol do interesse público.
40

CAPÍTULO 3 – O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

Na mesma esteira da busca pela eficiência que a regulação no Brasil


apresentou, se demonstrará neste capítulo as bases nas quais se deu a Reforma
do Judiciário através da Emenda Constitucional nº 45, perante a qual é possível
verificar o Conselho Nacional de Justiça – CNJ como um órgão de fomento à
atividade finalística judiciária e aos seus serviços de apoio.
Com o advento de uma nova Constituição Federal em nosso ordenamento
no ano de 1988, surgiram diversos debates acerca da necessária reformulação
do Poder Judiciário, no intuito de construir um sistema fulcrado no atendimento
ao princípio da eficiência, que estivesse apto a corrigir eventuais obstáculos em
prol da melhoria da funcionalidade da justiça.

3.1 Da motivação da criação do CNJ

Cumpre destacar interessante trecho da ementa de decisão proferida pela


1ª Turma do STF11 que trouxe colocações acerca do CNJ:
A ratio iuris da criação do CNJ correspondeu à necessidade
sociopolítica de um órgão nacional de controle das atividades
judiciárias, nascedouro de um planejamento integrado em prol
de maior eficiência e publicidade do sistema de justiça.

Campos (2018) expõe que a aplicação do princípio da eficiência na


Administração da Justiça deve ocorrer em vários tribunais, especialmente no que
tange à autonomia administrativa e financeira, à gestão de pessoal e a outros
elementos organizacionais, ressaltando que, na perspectiva da unidade
jurisdicional, foca-se no papel gerencial do juiz.
Importante ressaltar que ao juiz, que primordialmente representa o órgão
basilar do sistema judiciário, foram trazidas com a reforma proposta, novas
orientações que buscariam a concretização da melhor prestação judicial ao
cidadão.

11
Rcl 15564 AgR, Relator(a): ROSA WEBER, Relator(a) p/ Acórdão: LUIZ FUX, Primeira Turma,
julgado em 10/09/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-242. DIVULG 05-11-2019 PUBLIC 06-
11-2019.
41

Assim, os aspectos de funcionamento outrora existentes exigiam a


implementação de mudanças, o que acarretou uma proposta de emenda
constitucional que acabaria por determinar o que ficou conhecido como “Reforma
do Judiciário”.
A emenda que possibilitou esta transformação foi enumerada como
Emenda Constitucional nº 45, de 2004, e trouxe expressamente como uma de
suas justificativas no Projeto de Emenda à Constituição nº 96, de 1992:
Ora, a administração da Justiça é problema que a todos
interessa. Não basta que o Legislativo elabore as leis e o
Executivo as sancione. É preciso que o Judiciário assegure a
sua execução em cada caso concreto. A norma jurídica só ganha
corpo e produz efeitos quando fielmente aplicada. É através dos
julgados que os direitos se tornam incontestáveis e a vontade de
seus titulares se apresenta em forma coercitiva.

A busca por uma justiça mais ágil e que mantivesse o olhar democrático
frente à aplicação do Direito com a lisura necessária impulsionou as mudanças
trazidas, caracterizando certas particularidades do Poder Judiciário que passaria
a ter objetivo primordial de prestar um serviço judiciário eficiente e rápido, para
que o direito das partes presentes na lide seja garantido.
No intuito de assim concretizar os desideratos propostos na Emenda
Constitucional nº 45, de 2004, criou-se um órgão que teria relevantes funções
censórias atribuídas pela própria Constituição Federal, e que também seria
responsável por supervisionar a administração superior do Judiciário, podendo
formular propostas e sugestões para aprimorar o funcionamento efetivo da
justiça (LENZ, 2006).
Neste diapasão foi instituído o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tendo
previsão expressa constitucional no art. 103-B e ainda integrando o Poder
Judiciário conforme disposto no art. 92, I-A, ambos da Carta Magna.:
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
42

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e


Território

Marinoni e Arenhart (2019, p. 65) destacam acerca do CNJ:


Relacionado ao sistema judiciário brasileiro, há ainda um órgão
externo de controle, chamado de Conselho Nacional de Justiça.
Seu papel é o de controlar a atividade administrativa e financeira
do Poder Judiciário (como um todo), bem como o atendimento
aos deveres funcionais dos magistrados brasileiros (art. 103-B,
da Constituição brasileira).

Moraes (2020, p. 572) ressalta comparativamente a existência de órgãos


de controle em outros países afirmando que
os países europeus que adotaram fórmulas semelhantes de
Conselhos Nacionais de Justiça são parlamentaristas ou
semipresidencialistas, como no caso da Franca e Portugal, e o
fizeram para ampliar a autonomia dos magistrados, diminuindo
a ingerência política do Parlamento e do Primeiro-Ministro sobre
o Judiciário, a partir da constitucionalização do regime
parlamentar de governo, como, por exemplo, Portugal, Espanha,
França, Grécia e Itália. Outros países europeus preferiram não
adotar a ideia de criação de Conselhos Superiores da
Magistratura, como, por exemplo, Alemanha, Áustria, Bélgica,
Dinamarca, Finlândia, Grã-Bretanha, Irlanda, Luxemburgo,
Holanda e Suécia.

Para Rui Stoco (2016) o Conselho Nacional de Justiça


Foi, portanto, uma conquista dos jurisdicionados e do próprio
Poder Judiciário, que se propõe a ser aberto, transparente e,
certamente, mais eficiente, dando a cada um o que é e deve ser
seu, mas no momento certo.
Até então os processos dormiam um sono profundo e a
capacidade de julgar em âmbito nacional era afrontosa e
humilhante para aqueles que acreditaram e buscaram seus
direitos por meio desse Poder.
A razoável duração do processo – prevista no art. 5º, LXXVIII,
da Constituição Federal – surgia na Carta de Princípios como
uma proposição inútil e verdadeira quimera.

Destarte, no Brasil, a Constituição Federal trouxe o CNJ com a


composição então de 15 membros que terão o mandato de dois anos, sendo que
será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, sendo os demais
membros nomeados pelo Presidente da República, depois da aprovação da
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
43

Esta mudança para que faça parte da formação do CNJ o Ministro


Presidente do Supremo Tribunal Federal e não apenas que a composição se dê
por um Ministro do STF conforme a redação original da EC nº 45/2004, adveio
com a EC nº 61, de 11/11/2009.
Essa emenda constitucional advinda em 2009, traz o Presidente do STF
como membro nato do CNJ, não tendo assim que ser sabatinado pelo Senado
Federal. E ainda estabeleceu no art. 103-B, § 1º, da Constituição Federal que o
Conselho será presidido pelo Presidente do STF, e nas suas ausências e
impedimentos pelo Vice-Presidente do STF.
Lenza (2019, p. 936) traz então importante consideração acerca desta
mudança ocorrida no âmbito do CNJ:
Dessa forma, sendo ocupada a presidência do CNJ por um
Ministro do STF, na nova redação, pelo Ministro Presidente do
STF, membro nato, a lógica é que a sua substituição (em caso
de ausência, impedimento, afastamento, licença etc.) seja pelo
Vice-Presidente do STF, e não por outro membro do CNJ,
deixando a Presidência sempre atrelada ao órgão de cúpula do
Judiciário, qual seja, o STF, e, assim, mantendo o caráter
institucional da direção do CNJ (cf. MS 28.003, j. 08.02.2012,
Plenário).

Neste diapasão, constitui-se então o CNJ:

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15


(quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1
(uma) recondução, sendo:
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo
respectivo tribunal;
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo
respectivo tribunal;
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo
Supremo Tribunal Federal;
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior
Tribunal de Justiça;
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo
Tribunal Superior do Trabalho;
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do
Trabalho;
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo
Procurador-Geral da República;
44

XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo


Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo
órgão competente de cada instituição estadual;
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada,
indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado
Federal.

Destaca-se artigo do Regimento Interno do CNJ que trata da possibilidade


de perda de mandato dos Conselheiros:
Art. 16. Os Conselheiros perderão os seus mandatos:
I - em virtude de condenação, pelo Senado Federal, em crime
de responsabilidade;
II - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
III - em virtude de declaração, pelo Plenário, de perda do
mandato por invalidez.

O Regimento Interno do CNJ também apresenta quais seriam os deveres


e os direitos destes Conselheiros:
Art. 17. Os Conselheiros têm os seguintes direitos:
I - tomar lugar nas reuniões do Plenário ou das comissões para
as quais hajam sido eleitos, usando da palavra e proferindo
voto;
II - registrar em ata o sentido de seus votos ou opiniões
manifestadas durante as sessões plenárias ou reuniões das
Comissões para as quais hajam sido eleitos, juntando, se
entenderem conveniente, seus votos;
III - eleger e serem eleitos integrantes de Comissões instituídas
pelo Plenário;
IV - receber o mesmo tratamento protocolar dos Ministros dos
Tribunais Superiores;
V - obter informações sobre as atividades do CNJ, tendo
acesso a atas e documentos a elas referentes;
VI - elaborar projetos, propostas ou estudos sobre matérias de
competência do CNJ e apresentá-los nas sessões plenárias ou
reuniões de Comissões, observada a pauta fixada pelos
respectivos Presidentes;
VII - requisitar de quaisquer órgãos do Poder Judiciário, do
CNJ e de outras autoridades competentes as informações e
meios que considerem úteis para o exercício de suas funções;
VIII - propor à Presidência a constituição de grupos de trabalho
ou Comissões necessários à elaboração de estudos, propostas
e projetos a serem apresentados ao Plenário do CNJ;
IX - requerer a inclusão, na ordem de trabalhos das sessões do
Plenário ou das reuniões das Comissões, de assunto que
45

entendam dever ser objeto de deliberação e propor à


Presidência do CNJ a realização de sessões extraordinárias;
X - propor a convocação de técnicos, especialistas,
representantes de entidades ou autoridades para prestar os
esclarecimentos que o CNJ entenda convenientes;
XI - pedir vista dos autos de processos em julgamento.
§ 1º A qualidade de Conselheiro não é incompatível com o
exercício do cargo em virtude do qual foram indicados os
magistrados e os membros do Ministério Público.
§ 2º Os Conselheiros oriundos da magistratura e do Ministério
Público poderão afastar-se de suas atividades funcionais
perante esses órgãos.

Seção III
Dos Deveres

Art. 18. Os Conselheiros têm os seguintes deveres:


I - participar das sessões plenárias para as quais forem
regularmente convocados;
II - despachar, nos prazos legais, os requerimentos ou
expedientes que lhes forem dirigidos;
III - desempenhar as funções de Relator nos processos que
lhes forem distribuídos;
IV - desempenhar, além das funções próprias do cargo, as que
lhes forem delegadas pelo Regimento, pelo Plenário, pelo
Presidente ou pelo Corregedor Nacional de Justiça;
V - guardar sigilo dos seus atos, das suas deliberações e das
providências determinadas pelo CNJ, ou pelos seus órgãos,
que tenham caráter reservado na forma deste Regimento;
VI - declarar os impedimentos, as suspeições ou as
incompatibilidades que lhes afetem, comunicando-os de
imediato à Presidência.
Parágrafo único. Não são cabíveis impedimentos, suspeições
ou incompatibilidades quando se tratar de atos normativos

3.2 Da atuação do CNJ

Efetivamente, no que tange à atuação do CNJ, a Constituição Federal


apresentou que:
Art. 103- B (...)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa
e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres
funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento
do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos
46

regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar


providências;
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou
mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem
prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou
órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços
auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais
e de registro que atuem por delegação do poder público ou
oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos
disciplinares em curso, determinar a remoção ou a
disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a
administração pública ou de abuso de autoridade;
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos
disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há
menos de um ano;
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre
processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação,
nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que
julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País
e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do
Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao
Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa.

Este controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e


do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes previstos
constitucionalmente, passam a ser o eixo principal das competências a serem
exercidas pelo CNJ.
Com tal prerrogativa, o CNJ através da delimitação de metas, da produção
de relatórios diversos acerca da situação do Poder Judiciário e de estatísticas
referentes aos números a serem mensurados para atingimento dos resultados
buscados12, trabalha em aperfeiçoar constantemente o trabalho do sistema
judiciário brasileiro.

12
Recentemente foi editada a Resolução nº 325, de 29/6/2020 que dispõe sobre a Estratégia
Nacional do Poder Judiciário 2021-2026 e dá outras providências.
47

O controle dos atos administrativos efetuados por membros ou órgãos do


Poder Judiciário, conforme disposto no art. 91, do Regimento Interno do CNJ,
caberá ao Plenário do CNJ, e poderá ser exercido sempre que forem
contrariados os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.
No que tange ao controle dos atos discricionários também pode o CNJ
verificar, baseando-se nos princípios constitucionais que norteiam os serviços
públicos, o desvio de poder ou de finalidade, bem como a falsidade dos motivos
determinantes (THEODORO JUNIOR, 2013).
Cabe destacar que o CNJ não intervém na independência do ato de julgar
dos magistrados, podendo apenas tratar do controle administrativo e disciplinar
da magistratura, ressaltando que o CNJ também deve zelar pelo cumprimento
do Estatuto da Magistratura.
Para que esse controle possa ser exercido, foi previsto pela Constituição
Federal de 1988, uma Corregedoria, sendo assim estruturada:
Art. 103-B (...)
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função
de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de
processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as
seguintes:
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado,
relativas aos magistrados e aos serviços judiciários;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de
correição geral;
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições,
e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos
Estados, Distrito Federal e Territórios.

As competências desta Corregedoria são previstas no art. 8º, do


Regimento Interno do CNJ13 e, considerando a existência deste setor, LENZ
(2006, p. 262) expõe acerca do CNJ que com isso este se torna
(...) um órgão de grande destaque nos quadros da magistratura
nacional, pelas relevantes funções censórias que a Carta Magna
lhe confere, bem como por incumbir a ele supervisionar a
administração superior do Judiciário, mediante a investigação e
o exame dos casos de emperramento da máquina judiciária,
formulando propostas e sugestões para o melhor funcionamento

13 Disponível em https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/2453. Acesso em 12 jan. 2021.


48

da justiça, tornando-a efetiva e pronta, como agora o quer a


Constituição, em seu art. 5º, LXXVIII.

Eliana Calmon (2011) apresenta esta Corregedoria como um órgão do


CNJ que fiscaliza a realização das atividades que são orientadas pelo Conselho,
fazendo aquilo que é identificado pelo CNJ, através da sua presidência, como
uma administração otimizada, exigindo o cumprimento das determinações
emanadas por esse órgão.
Insta considerar que tais procedimentos visam cumprir também o princípio
da eficiência, no qual deve ser considerada a satisfação dos anseios dos
administrados frente ao interesse público.
Por possuir previsão constitucional de tutelar o cumprimento do Estatuto
da Magistratura, podendo inclusive expedir atos regulamentares, o CNJ zela pelo
cumprimento do compromisso institucional dos membros perante o Poder
Judiciário.
Considerando esta competência constitucionalmente prevista, o CNJ
editou o Código de Ética da Magistratura Nacional14, que foi aprovado na 68ª
Sessão Ordinária do Conselho Nacional de Justiça, do dia 06 de agosto de 2008,
nos autos do Processo nº 200820000007337, no intuito de complementar os
deveres funcionais dos juízes que emanam da Constituição Federal, do Estatuto
da Magistratura e das demais disposições legais conforme disposto no art. 40 do
referido Código.
O Código de Ética da Magistratura Nacional discorre a respeito de
importantes questões acerca do desenvolvimento da prática da atividade judicial,
destacando a importância para o magistrado de sua independência,
imparcialidade, transparência, integridade pessoal e profissional, diligência e
dedicação, cortesia, prudência e sigilo profissional, bem como a necessidade de
constante capacitação e da vedação de realizar qualquer procedimento que seja
incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções.
Importante destacar que o controle necessário para concretizar tais
intentos atribuído ao CNJ o faz ser um órgão de controle interno e não externo
do Poder Judiciário vez que o CNJ integra a própria estrutura deste.

14 Disponível para consulta pública no site: https://www.cnj.jus.br/codigo-de-etica-da-


magistratura/. Acesso em 7 jan. 2021.
49

Salienta-se que a própria Constituição Federal já previu a necessidade de


existir um ente de controle interno apto, em especial, em avaliar resultados
quanto à eficácia e eficiência:
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão,
de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade
de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
plurianual, a execução dos programas de governo e dos
orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal,
bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e
garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão
institucional. (...)

Assim, ao analisar-se o § 4º, do art. 103-B, da Constituição Federal tem-


se que o CNJ possui natureza administrativa podendo, dentre outras atribuições,
exercer o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário.
Nesta ceara de entendimento, Theodoro Junior (2013) preconiza que tal
se dá diante da existência de um Estado Democrático de Direito, no qual nenhum
poder público pode se concretizar sem o apropriado e efetivo controle de algum
órgão ou instituição credenciado pela Nação (o que no Brasil no que tange ao
Poder Judiciário se deu através da incorporação da Emenda Constitucional
45/2004 à Constituição Federal com a criação do CNJ).
O Supremo Tribunal Federal manifestou-se na ADI 3.367, de relatoria do
Ministro Cezar Peluso, com decisão julgada em 13/4/2005 e publicada em
22/9/2006, que entende pela constitucionalidade do CNJ, afirmando que esse
possui natureza administrativa, sendo assim um órgão administrativo do poder
Judiciário nacional, com atribuições de controle administrativo, financeiro e
disciplinar da magistratura.
O referido julgado também expôs expressamente que o CNJ não tem
nenhuma competência sobre o STF e seus ministros, sendo este o órgão
máximo do Poder Judiciário nacional, a que aquele está sujeito.
50

Em outro julgado15, o Supremo Tribunal Federal disserta acerca da


possibilidade de o Conselho Nacional de Justiça expedir atos regulamentares
vez que fazem parte do exercício de suas atribuições administrativas,
expressamente consignando que estes são atos de comando abstrato que
dirigem aos seus destinatários comandos e obrigações, desde que inseridos na
esfera de competência do órgão.
Complementa ainda nesta decisão que o CNJ pode, no exercício de suas
funções regulamentar condutas e impor a toda a magistratura nacional o
cumprimento de obrigações de essência puramente administrativa.
Destaca ainda exemplificando o caso concreto que, a determinação aos
magistrados de inscrição em cadastros ou sítios eletrônicos, com finalidades
estatística, fiscalizatória ou, então, de viabilizar a materialização de ato
processual insere-se perfeitamente nessa competência regulamentar.
Por conseguinte, há que se considerar que, editada norma pelo CNJ –
desde que legalmente prevista e se insira dentro das atribuições do órgão – esta
obrigatoriamente deve ser cumprida pelos membros do Poder Judiciário.
Em medida cautelar parcialmente concedida na ADI 4412, com data de
julgamento e publicação em 27/11/2019, cuja decisão foi confirmada
posteriormente pelo Tribunal Pleno na data de 18/11/202016, o relator Ministro
Gilmar Mendes apresentou importante colocação:
Ora, só cabe ao CNJ determinar à autoridade recalcitrante o
cumprimento de uma decisão ou ato seu, se esse ato tiver sido
praticado em razão de suas competências constitucionais. E,
sendo assim, não é possível admitir que esse ato seja revisto ou
suspenso por autoridade judicial outra que não o STF. Tal
decisão, é claro, não impede a propositura de reclamação ao
STF, sempre que o órgão jurisdicional entender que o CNJ
usurpar sua competência ou contrariar entendimento do
Supremo Tribunal Federal.

A edição dos atos normativos está prevista no art. 102, do Regimento


Interno do CNJ, o qual professa que esta competência será exercida pelo

15 MS 27.621, rel. p/ o ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 7-12-2011, P, DJE de 11-5-2012


16 No referido julgado, por fim, foi fixada a seguinte tese: “Nos termos do artigo 102, inciso I, r,
da Constituição Federal, é competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal processar e
julgar, originariamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do Conselho Nacional de
Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público proferidas no exercício de suas
competências constitucionais, respectivamente, previstas nos artigos 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º,
da Constituição Federal”.
51

Plenário do órgão, podendo se dar mediante Resoluções, Instruções ou


Enunciados Administrativos e, ainda, Recomendações.
As Resoluções17 e Enunciados Administrativos terão força vinculante a
partir do momento em que sejam publicados no Diário da Justiça e no sítio
eletrônico do CNJ.
A edição do ato normativo ou regulamento poderá ser proposta por
Conselheiro ou advir de decisão proferida pelo Plenário, facultando que seja
precedida de audiência ou consulta pública, sendo que os efeitos do ato serão
definidos pelo Plenário.
Assim, o CNJ zela pela legalidade da atuação administrativa de membros
e órgãos do Poder Judiciário.
Outrossim, Eliana Calmon (2016) complementa como objetivos do CNJ a
mudança na responsabilização do poder censório; a democratização interna do
Poder; o planejamento estratégico fracionado em metas, e a publicidade.
Tais propósitos trouxeram renovadas atitudes ao Poder Judiciário, que
acabaram por colaborar na melhoria da prestação jurisdicional.
De forma a exemplificar esta evolução, novamente traz-se o Relatório do
“Justiça em Números 2020”, publicado pelo CNJ em seu sítio na internet 18
referente ao ano de 2019, que traz graficamente a evolução do índice de
produtividade dos magistrados:

17 Dada à particularidade a ser estudada no próximo capítulo, apresenta-se importante trazer o


conceito de Resolução de Gomes (2013) vez que o autor a entende como “um ato administrativo
de caráter geral, com aplicação interna e externa, e que é destinado à veiculação de decisões
de órgãos colegiados sobre questões submetidas à sua análise e julgamento administrativo, no
âmbito de sua competência”.
18 Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2020/08/WEB-V3-Justi%C3%A7a-

em-N%C3%BAmeros-2020-atualizado-em-25-08-2020.pdf. Acesso em 12 jan.2021.


52

Série histórica do indíce de produtividade dos


magistrados
2500

2000

1500

1000

500

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Figura 1. Série histórica do índice de produtividade dos magistrados


Fonte: Justiça em Números 2020

No relatório supracitado, apresenta-se a informação de que esse


indicador tem crescido desde 2014, atingindo o maior valor nos idos de 2019.
Há que se considerar que a avaliação e proposta de metas e a
transparência demonstrada pelo CNJ quanto à disponibilização dos números,
demonstra que a produtividade do Poder Judiciário tem avançado.
Destarte, diante do planejamento de ações condicionadas a marcos
delimitados, dando publicidade aos relatórios colhidos durante o ano, o CNJ
busca concretizar-se como órgão formulador da política judiciária no Brasil.
Tal desiderato pode ser melhor identificado perante a seguinte previsão
no Regimento Interno do CNJ:
Art. 103. O Plenário poderá, de ofício ou mediante provocação:
I - elaborar notas técnicas, de ofício ou mediante requerimento
de agentes de outros Poderes, sobre políticas públicas que
afetem o desempenho do Poder Judiciário, anteprojetos de lei,
projetos de lei, e quaisquer outros atos com força normativa que
tramitam no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas
ou em quaisquer outros entes da Administração Pública Direta
ou Indireta, quando caracterizado o interesse do Poder
Judiciário;
II - elaborar notas técnicas sobre normas ou situações
específicas da Administração Pública quando caracterizado o
interesse do Poder Judiciário;
III - elaborar notas técnicas endereçadas ao Supremo Tribunal
Federal relativas aos projetos de lei de iniciativa do Poder
Judiciário.
53

Assim, a possibilidade de poder propor novas medidas legislativas, por


exemplo, para assegurar os interesses do Poder Judiciário através de estudo
prévio interno por setor especializado, garante ao CNJ a oportunidade de
concretização de seus objetivos, a fim de traçar ações de planejamento e
organização do judiciário, promovendo maior eficiência no serviço prestado que
passa a ser medido quantitativa e qualitativamente pelo órgão.
Exemplificativamente tem-se a criação de eixos temáticos para a
execução de boas práticas do Poder Judiciário, que são desenvolvidas para
atingir um resultado desejado, com metas traçadas pelo CNJ, podendo resultar
na concessão de prêmios19 referente ao destaque em determinado eixo, sendo
eles20:
✓ gestão processual
✓ desburocratização
✓ gestão documental
✓ transparência
✓ planejamento e gestão estratégica
✓ sustentabilidade e acessibilidade
✓ gestão de pessoas
✓ governança de tecnologia da informação e comunicação
✓ conciliação e mediação
✓ combate à violência doméstica
✓ sistema carcerário, execução penal e medidas socioeducativas
✓ acesso à justiça e cidadania
✓ gestão orçamentária

Assim, tem-se o acompanhamento do CNJ do desempenho das


atividades que concedem melhor resultado ao contínuo aperfeiçoamento na
prestação jurisdicional.

19 Neste intuito foi criado o Prêmio Innovare tendo como parceiro institucional o CNJ, que tem
como objetivo identificar, divulgar e difundir práticas que contribuam para o aprimoramento da
Justiça no Brasil. Disponível em: https://www.premioinnovare.com.br/. Acesso em 8 jan. 2021.
20Informações extraídas do próprio sítio do CNJ na internet, disponíveis em:
https://boaspraticas.cnj.jus.br/portal. Acesso em 12 jan. 2021.
54

Sob outra perspectiva, destaca-se que no sítio eletrônico do CNJ é


delimitada a missão do CNJ tendo em vista ser considerado um órgão que prima
pela consecução de políticas judiciárias que promovam a efetividade e a unidade
do Poder Judiciário, orienta-se para os valores de justiça e paz social.
Pode-se salientar que, uma das finalidades buscadas no ordenamento
jurídico brasileiro é a garantia de acesso à justiça, sendo que por meio desta é
que se delimita a existência de direitos e deveres no Estado Democrático de
Direito vigente.
Demonstrando a preocupação do CNJ com esse acesso do cidadão à
justiça, verifica-se a previsão de indicador próprio no Relatório do “Justiça em
Números 2020”21, publicado pelo CNJ em seu sítio na internet, o que demonstra
o acompanhamento pormenorizado da concepção de acesso à justiça:

Série histórica do número de casos novos por mil


habitantes
140
130
120
110
100
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Figura 2. Série histórica do índice de produtividade dos magistrados


Fonte: Justiça em Números 2020

Assim, embora se perceba uma oscilação no gráfico apresentado, pode-


se assinalar que o acesso à justiça possuiu significativo aumento nos anos de
2012 e 2014, sendo que atualmente encontra-se em crescimento o referido
indicador, o que figura como um melhor acesso à justiça considerando o âmbito
de número de casos novos por mil habitantes.
Naturalmente este acesso à justiça deve ser constantemente aprimorado,
mas há que se ressaltar que o CNJ já o estuda pormenorizadamente para que,
interligado a outros fatores, possa resultar em uma aproximação quantitativa (e
qualitativa) do cidadão ao sistema judiciário do país.

21Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2020/08/WEB-V3-Justi%C3%A7a-


em-N%C3%BAmeros-2020-atualizado-em-25-08-2020.pdf. Acesso em: 9 jan. 2021.
55

Esta garantia de acesso à justiça possui previsão no art. 5º, inciso XXXV,
da Constituição Federal22. Tal princípio deve ser considerado conjuntamente
com outros constitucionalmente previstos, tais como o direito à razoável duração
do processo23 e o da eficiência24.
A fim de ilustrar a aplicação da garantia da duração razoável do processo
e, consequentemente, da efetividade da Jurisdição, apresenta-se o Ato
Normativo - 0009209-22.2020.2.00.0000, publicado no Informativo de
Jurisprudência do CNJ, nº 4, de 16 de novembro de 202025.
Nele discorre-se acerca da possibilidade de introdução de métodos
tecnológicos no auxílio da resolução de conflitos o que entende conceder maior
rapidez e eficiência na resposta jurisdicional às demandas levadas ao Poder
Judiciário, diante da redução no tempo de tramitação dos processos judiciais.
Diante da edição deste ato normativo que trouxe proposta de Resolução
sobre o tema, percebe-se que o CNJ busca a aplicação do princípio razoável
duração do processo quando da elaboração de suas normas e a consecução de
um modelo gerencial eficiente, tendo como consequência também a redução do
acervo processual.
Importante destacar ainda que para concretizar a efetividade da atuação
do CNJ, a EC nº 45/2004 previu a criação de ouvidorias de justiça nos tribunais:
Art. 103-B (...)
§ 7º - A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios,
criará ouvidorias de justiça, competentes para receber
reclamações e denúncias de qualquer interessado contra
membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços
auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de
Justiça.

A ouvidoria se torna mais um canal de acesso ao CNJ, conferindo maior


transparência à atuação do órgão, criando um conjunto de possíveis relações

22 Art.5º (...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
23 Art. 5º (...)

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do


processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
24 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,


impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (...).
25 Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/files/original205437202011185fb58a0d6f0f8.pdf. Acesso

em 12 jan. 2021.
56

entre os entes, trazendo a representação dos interesses do cidadão perante a


administração do Poder Judiciário.

3.3 A busca pela eficiência no CNJ

Portanto, a eficiência e a excelência na prestação do serviço jurisdicional


são buscadas a todo momento pelo CNJ, que define assim planejamentos
estratégicos quanto aos planos de metas e programas para avaliação
institucional do Poder Judiciário e mecanismos de melhoria das atividades.
Esta eficiência dos serviços judiciais, conforme definido no próprio sítio do
CNJ na internet trata-se de realizar, fomentar e disseminar melhores práticas
que visem à modernização e à celeridade dos serviços dos órgãos do Judiciário.
Ressalta-se que, o princípio da eficiência será sempre subordinado ao da
legalidade no nosso regime jurídico-administrativo, vez que para implantar os
desejos do gestor, há que se considerar o delimitado pelo legislador (COUTO
FILHO, 2020).
Com isso, busca-se a salvaguarda do direito de cada parte, considerando
que este, além de ser declarado existente, possa ser devidamente usufruído por
quem possua interesse para tanto, podendo tal propósito ser cumprido diante da
existência de um prazo razoável para o deslinde e a conclusão de um processo
judicial.
Outrossim, o CNJ abarca os diversos pontos nos quais se prevê a
possibilidade de evolução na prestação jurisdicional, com intuito de universalizar
o acesso à justiça, melhorando a prática de atividades dos órgãos que compõe
o Poder Judiciário diante das inúmeras propostas constantemente apresentadas
que buscam a celeridade e a ampliação de boas práticas no âmbito do judiciário.
É possível concluir neste capítulo as peculiaridades do CNJ trazendo os
pensamentos de Eliana Calmon (2016) que ao traçar os objetivos do CNJ,
ressalta que os objetivos deste órgão apresentam um controle interno e único
para todo o Judiciário, fracionado para as unidades da Federação, mas
administrativamente considerado um Poder único.
57

CAPÍTULO 4 – RESULTADO DA PESQUISA

4.1 Metodologia do Desenvolvimento da Pesquisa

A construção do presente estudo se constituiu de determinadas etapas.


De início foi realizada revisão bibliográfica acerca do tema da pesquisa a
fim de traçar a concepção na qual foram criadas as agências reguladoras,
verificando o curso histórico que proporcionou o surgimento destes entes.
Diante da análise histórica, foram verificadas as circunstâncias e
peculiaridades de um ente regulatório, as leis que revestem a formulação da
regulação no Brasil frente à formação da agência, as prerrogativas e suas
características.
Numa terceira fase foi verificada a criação, formação, competência e
demais atributos do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, tomando-se por base
o arcabouço constitucional, legal e regimental do órgão.
A partir do estabelecimento das peculiaridades do CNJ e das agências
reguladoras, tornou-se possível confeccionar um quadro comparativo a fim de
demonstrar que o CNJ possui diversas similaridades com a regulação executada
pelas agências, podendo ser considerado como um órgão regulador da atividade
judiciária, estando constitucionalmente previsto.
Considerando esta característica de órgão administrativo da cúpula do
Poder Judiciário e admitindo-se que o CNJ possa ser considerado um órgão
regulador da atividade finalística deste Poder, pretende-se analisar como ele
desenvolve suas atribuições regulatórias, especialmente no concernente à sua
atividade normativa, fiscalizatória (controle) e o modo como funciona sua
transparência ativa.
Para que possa ser estudado o processo normativo do CNJ e sua
aplicabilidade, será realizado o mapeamento deste processo e definidas quais
seriam as etapas que o órgão deve cumprir para a edição de suas resoluções.
Assim será realizada, por meio de amostragem, a análise da
compatibilidade do processo normativo previsto pela legislação do CNJ e o
efetivo processo normativo realizado para edição das resoluções dele.
58

Para isso, primeiramente será realizada consulta no sítio da internet do


Conselho para verificar quantas e quais foram as resoluções editadas nos quinze
anos de existência, do órgão para classificá-las de acordo com o preceito
constitucional de: a) controle e regulação; b) cumprimento dos deveres
funcionais dos juízes e c) assuntos diversos.
No anexo I do presente trabalho, consta o quadro detalhado das
Resoluções, suas ementas, eventuais revogações, e classificação das
resoluções vigentes.
Por estarmos tratando de estudo acerca do reconhecimento da atividade
regulatória pelo CNJ, far-se-á uma amostragem dentre as resoluções em vigor
e, dentre elas, que poderiam ser classificadas como de Controle e Regulação.
Ato contínuo, serão primeiramente selecionadas 2 (duas) resoluções na
classificação de Controle e Regulação, sendo uma de 2015 e outra de 2020, com
o objetivo de verificar se houve aprimoramento do processo normativo
desenvolvido pelo Conselho no interstício de 5 (cinco) anos. Também será
analisado os processos que culminaram em 5 (cinco) resoluções de Controle e
Regulação nos últimos 5 anos (uma para cada ano), para que seja realizada uma
análise progressiva do desenvolvimento de atos processuais que culminaram
nas Resoluções, ano a ano, dentre estas.
Considerado o poder regulamentar exercido pelo CNJ na criação de
programas de melhoria do Poder Judiciário, será verificado em seus relatórios
divulgados no sítio oficial dele, na internet, inclusive nos de auditoria, se o órgão
também está a exercer suas funções, a partir da seleção de normas paradigmas
diante de resoluções que já possuem procedimentos concretos em andamento
pelo CNJ.

4.2 Comparativo das características do CNJ com as agências reguladoras

O CNJ caracterizado como possuidor de natureza jurídica de órgão


administrativo do Poder Judiciário, se destaca ante a previsão constitucional de
sua existência.
Nisso difere das agências reguladoras em si existentes em nosso
ordenamento, vez que, além de possuir expressa previsão na própria
59

Constituição Federal – ressaltando-se aqui que no que tange aos serviços de


telecomunicações, previu-se a futura criação de um órgão regulador pela União,
ausente qualquer complementação neste sentido das possíveis peculiaridades
deste ente conforme se extrai da leitura do art. 21, inciso XX, da Constituição
Federal26 – seu controle é dado pelo Supremo Tribunal Federal, conjuntamente
com o Tribunal de Contas da União (art. 71, CF).
Destaca-se que os atos a serem controlados pelo CNJ cingem-se à sua
capacidade de atuação prevista constitucionalmente, não podendo se constituir
em ingerência na atividade jurisdicional do Poder Judiciário mesmo diante da
consideração de que possui capacidade sancionatória, vez que não lhe cabe
quaisquer controles sobre a atividade-fim do respectivo Poder.
O CNJ tal como as demais agências reguladoras regulamentadas pela Lei
nº 13.848/2019, possui autonomia funcional, decisória, financeira e
administrativa.
A estabilidade dos dirigentes do CNJ também é fator que o aproxima do
conceito das agências reguladoras, vez que isso colabora para que o órgão
possa atuar com independência a fim de exercer suas prerrogativas legais.
Não se pode olvidar da obrigatoriedade de transparência e da existência
de um controle social tanto no que tange às agências reguladoras em geral,
quanto ao CNJ, considerando que tais pontuações além de estarem diretamente
interligadas vez que o controle social concreto advém da efetiva transparência
do órgão, contribuem para a evolução da fiscalização externa desses pelos
próprios usuários, no intuito de verificar o cumprimento de suas funções
legalmente previstas.
O exercício das funções de controle e fiscalização do CNJ são
constitucionalmente previstas, e, sendo um órgão interno de controle de um dos
Poderes da República, torna-se um de seus principais papéis o de controlar a
atividade administrativa e financeira do Poder Judiciário e ainda o de verificar o
atendimento dos deveres funcionais dos magistrados.

26 Art. 21. Compete à União:


(...)
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação
de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;
(...)
60

Embora a regulação funcione como uma ferramenta de política pública –


que aqui pode se dar no âmbito de funcionamento do próprio Poder Judiciário –
há que se ressaltar que o aspecto econômico da regulação se baseia em uma
teoria das falhas do mercado, buscando diminuir as discrepâncias,
principalmente quanto aos setores públicos.
No caso do CNJ esta regulação também possui o intento de cobrir a
lacuna quanto à aplicação do princípio da eficiência no sistema judicial brasileiro,
encurtando ações que culminem no tratamento diferenciado ao usuário do Poder
Judiciário, não no aspecto de se criar mercados, mas sim de burilar a atividade
estatal concretizada por meio do acesso à justiça.
Mister ressaltar que, enquanto as agências reguladoras buscam emular a
concorrência em mercados de monopólio, buscando com isso idealizar a forma
de atuação deste mercado a fim de otimizar os resultados, mas sem incorrer na
regulamentação excessiva, o CNJ é um meta julgador, vez que pratica uma
regulação intraestatal que também atua de forma colaborativa, mas não com
vistas ao mercado e sim à melhoria da atuação judicial como um todo.
Deste modo, é possível afirmar que o Conselho Nacional de Justiça
possui características suficientes para ser considerado como um órgão de
regulação da atividade judiciária e, Nalini (2016) expõe uma das incumbências
do Conselho que deve ser contextualizada diante da regulação estudada nesta
pesquisa: “A partir da pesquisa levada a efeito pelo CNJ, incumbe a este produzir o
roteiro para a conversão do Judiciário no serviço estatal eficiente, eficaz e efetivo a que
o povo tem direito.”

Contudo, tal qual a entrega do serviço público regulado está sob a gestão
dos prestadores de serviços e fora da alçada do regulador, assim também se
demonstra que a atividade jurisdicional (subsunção do fato à norma) que se dá
com a entrega da tutela jurisdicional ao usuário, também está fora do poder
regulamentar deste Órgão de Regulação.
Em síntese, traz-se agora o quadro abaixo para comparação ante as
principais peculiaridades de cada órgão:
61

Características de uma Características do CNJ


agência reguladora
Previsão em legislação Previsão constitucional (art. 103-B, CF)
infraconstitucional
Natureza jurídica de autarquia Natureza jurídica de órgão administrativo do
em regime especial Poder Judiciário (ADI 3.367)
Composição colegiada Composição colegiada (art. 103-B, CF)
Autonomia funcional Autonomia funcional (art. 92, I, CF)
Autonomia decisória Autonomia decisória (art. 103-B, § 4º, II, CF)
Autonomia administrativa Autonomia administrativa (MS 27.621)
Autonomia financeira Autonomia financeira (art. 103-B, § 4º,
caput, CF; art. 4º, inciso XIX, RISTJ)
Estabilidade do mandato dos Estabilidade do mandato dos dirigentes (art.
dirigentes 103-B, CF)
Funções de controle e Funções de controle e fiscalização (art. 103-
fiscalização B, § 4º, caput, CF)
Possibilidade de praticar atos Possibilidade de praticar atos com natureza
com natureza sancionatória sancionatória (art. 103-B, § 4º, III, CF)
Poder normativo com Poder normativo com possibilidade de
possibilidade de edição de edição de atos de cunho regulador e de
atos de cunho regulador e de controle (art. 103-B, § 4º, I, CF)
controle
Controle externo realizado Controle externo realizado pelo Supremo
pelo Congresso Nacional, com Tribunal Federal (ADI 3.367 e ADI 4.412),
auxílio do Tribunal de Contas com auxílio do Tribunal de Contas da União
da União
Obrigatoriedade de Obrigatoriedade de transparência e controle
transparência e controle social social (art. 103-B, § 4º, VI, VII, CF)
Tabela 1. Quadro comparativo das características de agências reguladoras e CNJ
Fonte: autoria própria
62

4.3 Etapas/requisitos do processo normativo legalmente previstos para o


CNJ

A baixa densidade normativa das leis que atribuem poder normativo às


agências reguladoras permite que, com determinada maleabilidade, possa o
órgão desenvolver normas setoriais aptas a trazer autonomia e agilidade nos
serviços prestados, podendo regular os setores abrangidos por sua competência
(ARAGÃO, 2013).
Nos termos dispostos no art. 103-B, § 4º, inciso I da Constituição Federal
e o art. 4º, inciso I, do Regimento Interno do CNJ, este pode expedir atos
regulamentares no âmbito de sua competência:
Constituição Federal

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15


(quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1
(uma) recondução, sendo:
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa
e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres
funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo
cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir
atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências;

Regimento Interno do CNJ

Art. 4º Ao Plenário do CNJ compete o controle da atuação


administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos magistrados,
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura, o seguinte:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo
cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir
atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências;

Com isso cabe dizer que o CNJ possui poder normativo e os atos
administrativos que porventura sejam por ele editados são atos normativos
63

primários, conforme expressamente consignado pelo Supremo Tribunal Federal


na Medida Cautelar da ADC 1227, eis que dotados de:
a) Generalidade, tendo em vista que os dispositivos deles constantes
veiculam normas proibitivas de ações administrativas anteriormente
padronizadas;
b) Impessoalidade, considerando que ocorre ausência de referência a
nome de qualquer que seja;
c) Abstratividade, por ser um modelo normativo com esfera temporal de
vigência em aberto.

Anjos e Oliveira (2020) afirmam que a execução deste poder normativo


pelo CNJ se dá na qualidade de mecanismo crucial para concretizar as suas
finalidades já consolidadas em dispositivo constitucional.
Complementam ainda a importância de se consignar que essa atuação
normativa do CNJ não provoca relação de sobreposição entre o Conselho e os
tribunais pátrios.
Ilustrando este posicionamento, cita-se decisão proferida no MS 27.650,
no qual a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal concedeu a segurança
pleiteada para declarar nula decisão do CNJ no qual este atuou com controle
administrativo sobre matéria posta à apreciação do Poder Judiciário28, tendo em
vista que entende a Corte Suprema que não é permitido ao Conselho decidir
questões submetidas à tutela jurisdicional.
Outrossim, ao tratar de um processo normativo para que seja realizada a
edição de um ato normativo advindo do exercício de uma função legalmente
pertencente ao CNJ – no caso particularmente deste estudo, das Resoluções do
CNJ – há que se destacar algumas previsões regimentais.

27 ADC 12 MC, Relator(a): CARLOS BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 16/02/2006, DJ 01-09-
2006
28 EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA.

PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO SOBRE MATÉRIA SUBMETIDA À


APRECIAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO DO CONSELHO,
POR DISPOR DE ATRIBUIÇÕES EXCLUSIVAMENTE ADMINISTRATIVAS. SEGURANÇA
CONCEDIDA. (MS 27650, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em
24/06/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-152 DIVULG 06-08-2014 PUBLIC 07-08-2014)
64

A fim de que seja editada uma Resolução, considerando se tratar de um


ato administrativo complexo, há que ser dado início a um procedimento
administrativo interno no âmbito do CNJ.
Neste intuito, pode ser consultada também a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro
de 1999, tendo em vista que a referida normativa regula o processo
administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.
Assim, tem-se que o início do processo pode dar-se de ofício ou a pedido
de interessado:
Art. 5º. O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a
pedido de interessado.

No âmbito do CNJ, a previsão no Regimento Interno trouxe:


Art. 44. Os pedidos, propostas de atos normativos e processos
regularmente registrados serão, quando for o caso,
apresentados à distribuição.

Destaca-se que a ordenação do processo para que se determine as


providências e diligências necessárias à instrução processual é atribuição do
Relator conforme disposto no art. 25, inciso I, do RICNJ:
Art. 25. São atribuições do Relator:
I - ordenar e dirigir o processo, determinando as providências e
diligências necessárias a seu andamento e instrução, fixando
prazos para os respectivos atendimentos;

Após o procedimento delimitado ser devidamente realizado, o processo


administrativo irá ser apresentado ao Plenário do CNJ, tendo por exceção o caso
que venha a ensejar impacto orçamentário aos órgãos ou Tribunais
destinatários, situação na qual deverá ser apresentado estudo a ser realizado
por órgão próprio dentro da estrutura do CNJ.
A Seção XIII do RICNJ trata especificamente do ato normativo a ser
expedido pelo Conselho:

Art. 102. O Plenário poderá, por maioria absoluta, editar atos


normativos, mediante Resoluções, Instruções ou Enunciados
Administrativos e, ainda, Recomendações.
§ 1º A edição de ato normativo ou regulamento poderá ser
proposta por Conselheiro ou resultar de decisão do Plenário
quando apreciar qualquer matéria, ainda quando o pedido seja
65

considerado improcedente, podendo ser realizada audiência


pública ou consulta pública.
§ 2º Decidida pelo Plenário a edição do ato normativo ou da
recomendação, a redação do texto respectivo será apreciada em
outra sessão plenária, salvo comprovada urgência.
§ 3º A edição de ato normativo poderá, a critério do Plenário ou
do Relator, ser precedida de audiência pública ou consulta
pública por prazo não superior a 30 (trinta) dias.
§ 4º Os efeitos do ato serão definidos pelo Plenário.
§ 5º As Resoluções e Enunciados Administrativos terão força
vinculante, após sua publicação no Diário da Justiça e no sítio
eletrônico do CNJ.
§ 6º Os Enunciados serão numerados em ordem crescente de
referência, com alíneas, quando necessário, seguidas de
menção dos dispositivos legais e dos julgados em que se
fundamentam.
§ 7º Nos casos em que a proposta de ato normativo ensejar
impacto orçamentário aos órgãos ou Tribunais destinatários,
receberá prévio parecer técnico do órgão competente no âmbito
do CNJ.

Desde modo, o Regimento Interno traz a previsão de que o Plenário do


Conselho através da intenção de sua maioria absoluta editará atos normativos,
que poderão ser propostos por Conselheiros ou resultar de decisão do Plenário.
A estrutura administrativa do CNJ conta, para auxílio deste
desenvolvimento e estudo normativo, com o Departamento de Pesquisas
Judiciárias – DPJ que, conforme artigo 36 e seguintes do RICNJ é um órgão de
assessoramento técnico do CNJ que pode, sem prejuízo de suas outras
atribuições, fornecer subsídios técnicos para a formulação de políticas
judiciárias:
Art. 36. A Secretaria Especial de Programas, Pesquisas e
Gestão Estratégica (SEP), unidade subordinada à Presidência
do Conselho Nacional de Justiça, é dirigida pelo Secretário
Especial de Programas, Pesquisas e Gestão Estratégica,
designado pelo Presidente do CNJ entre os Juízes Auxiliares da
Presidência.
Art. 36-A. Compete à SEP prestar apoio e assessoramento
técnico à Presidência e às Comissões Permanentes do
Conselho Nacional de Justiça nas atividades relacionadas aos
programas e projetos institucionais, às pesquisas judiciárias, à
gestão estratégica e à capacitação de servidores do Poder
Judiciário, de acordo com o detalhamento previsto em
regulamento específico.
66

Outra particularidade se mostra ao prever o RICNJ que, caso seja a


proposta de edição de ato normativo julgada improcedente, poderá ser realizada
audiência ou consulta pública.
Neste diapasão, tem-se a possibilidade de participação popular dos
interessados na formulação de eventuais atos normativos, destacando aqui as
Resoluções por serem o objeto principal do estudo.
Essa participação social visa tornar acessível também para o usuário dos
serviços do Poder Judiciário a apresentação de contribuições no que tange à
criação e implementação de políticas públicas na atividade judicial que possuam
o intuito de aprimorar a qualidade do serviço público prestado, aumentando a
credibilidade daquele perante a sociedade, confluindo assim interesses na
consecução da evolução de uma gestão que atenda realmente ao interesse
público.
Realizando uma correlação, podemos trazer novamente a Lei nº
9.784/1999 ao contexto examinado vez que apresenta em seu art. 9º, os
possíveis interessados a se manifestar nos processos administrativos:
Art. 9o São legitimados como interessados no processo
administrativo:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de
direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de
representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou
interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
III - as organizações e associações representativas, no tocante
a direitos e interesses coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas
quanto a direitos ou interesses difusos.

Destarte, a participação dos interessados no processo normativo em


questão consolida com mais uma particularidade o CNJ como um órgão
regulador, vez que deste modo ocorre a promoção da transparência e da
visibilidade nas ações do Conselho.
O RICNJ apresenta a necessidade de que, caso o Plenário entenda pela
edição de determinado ato normativo, o texto deve ser novamente reapreciado
em outra sessão plenária, a fim de que, por se tratar de matéria que afetará os
procedimentos do Poder Judiciário e acarretará modificações nos resultados dos
67

serviços prestados, possa ser a eventual regulamentação de um ato normativo,


minuciosamente avaliada.
Cumpre destacar que, além dos efeitos dos atos a serem editados serem
definidos pelo Plenário, as Resoluções (e também os Enunciados
Administrativos) conforme consta no art. 102, § 5º, do RICNJ supracitado, terão
força vinculante no âmbito de competência regulamentar do CNJ, ou seja, no
que tange ao Poder Judiciário brasileiro.
Nestes termos, traz-se novamente o art. 103-B, da Constituição Federal:
Art. 103-B. (...)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa
e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres
funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento
do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar
providências;
(...)

Com isso, diante do exercício de sua própria competência


constitucionalmente prevista, tem-se que, após todo o trâmite do procedimento
administrativo, por conseguinte, conforme consta no art. 140, do RICNJ, os atos
regulamentares do órgão serão publicados no Diário da Justiça da União e no
sítio eletrônico do CNJ.
Assim, delineia-se o seguinte organograma do procedimento
administrativo:

Organograma 1: Organograma do procedimento administrativo


Fonte: autoria própria
68

4.4 Verificação da evolução de etapas no progresso do procedimento


normativo

Enquanto no Item 4.3 identificaram-se as etapas necessárias que devem


ser superadas para que o CNJ possa expedir um ato normativo, legalmente
fundamentado, no presente item buscar-se-á verificar, em um espaço amostral
limitado, se o CNJ satisfaz às normas a ele imposta para a edição das resoluções
apresentadas como amostragem.
Ressalta-se que a base do processo normativo que é concluído com a
publicação da resolução é a transparência pública do processo normativo que
contêm as justificativas técnicas para as escolhas realizadas.
Taborda (2002, p. 253) discorre acerca do princípio da transparência que:
A transparência administrativa constitui uma mutação
fundamental no direito da Administração, cujo princípio se impõe
como um dos princípios gerais do direito, ao inverso da tradição
do segredo administrativo. quer seja fundada na herança
napoleônica ou sobre o princípio da responsabilidade ministerial.
O princípio ou dever de transparência comporta outras
modalidades, como o direito de participar no procedimento de
decisão em certos domínios, a obrigação para a Administração
de publicar as informações pertinentes, a obrigação de motivar
os atos administrativos individuais e o direito de acesso aos
bancos de dados.

Veja-se que a transparência não deve ser considerada um mecanismo de


subordinação, ao contrário, no Estado Democrático de Direito é a demonstração
de que a autonomia técnica acreditada ao órgão vem sendo desempenhada a
contento.
Como se sabe, o processo administrativo se submete ao crivo da
transparência pública.
No intuito de garantir tal desiderato, foi promulgada a Lei nº 12.527, de 18
de novembro de 2011, que estabeleceu nova sistemática para o acesso à
informação ao cidadão, a qual inclui acesso aos procedimentos administrativos:
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende,
entre outros, os direitos de obter:
(...)
II - Informação contida em registros ou documentos, produzidos
ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não
a arquivos públicos;
(...)
69

§ 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações


neles contidas utilizados como fundamento da tomada de
decisão e do ato administrativo será assegurado com a edição
do ato decisório respectivo.

Ademais, destaca-se que o direito à informação possui proteção


constitucional:

Art. 5º (...)
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
(...)
Art. 37 (...)
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
administração pública direta e indireta, regulando
especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
interna, da qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
informações sobre atos de governo, observado o disposto no art.
5º, X e XXXIII;
(...)
Art. 216 (...)
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão
da documentação governamental e as providências para
franquear sua consulta a quantos dela necessitem.

Cumpre expor que o CNJ deveria se submeter às disposições da Lei de


Acesso à Informação:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem
observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso
XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art.
216 da Constituição Federal.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:

I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos


Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e
Judiciário e do Ministério Público;
70

Assim, na intenção de trazer a análise da evolução do processo normativo


no âmbito do CNJ, utilizando-se da previsão constitucional de direito ao acesso
à informação, optou-se primeiramente por selecionar quais resoluções seria de
interesse para a análise de seu processo normativo.
Assim, primeiramente, foi solicitado por meio de link constante no sítio
eletrônico para Acesso à Informação:
Prezados, estou fazendo mestrado e minha pesquisa é acerca
do processo normativo do CNJ.
Para estudo na minha pesquisa, venho por meio deste solicitar:
1) cópia integral do processo que culminou na edição da
Resolução n. 332, de 21/08/2020

2) cópia integral do processo que culminou na edição da


Resolução de nº 200 de 3/3/2015.

3) informação acerca do número de resoluções editadas pelo


CNJ considerando o interstício de 1/1/2015 a 31/12/2020.

4) se o CNJ possuir algum manual interno de regras para


instrução do processo normativo para a edição de resoluções do
CNJ, peço me enviarem também.

Foi gerado assim o Registro Ouvidoria/CNJ de nº 293225, que teve como


resposta concedida por email29 a seguinte:

À Senhora

Em atenção à sua manifestação, informamos que compete ao


Conselho Nacional de Justiça o controle da atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento
dos deveres funcionais dos juízes, nos termos do art. 103-B, §4º
e incisos, da Constituição Federal.
Vossa Senhoria poderá formalizar reclamação ou solicitação
perante o Conselho Nacional de Justiça, observando os
procedimentos previstos em seu Regimento Interno, e seguindo
as orientações disponíveis no link www.cnj.jus.br/como-acionar-
o-cnj/ .
Esclarecemos, por fim, que não cabe a Ouvidoria do CNJ atuar
em demandas que necessitam da apreciação do Plenário ou da
Corregedoria Nacional de Justiça, conforme disposto na
Resolução CNJ nº 103/2010, art. 7º, inciso I.

29 Referido email consta no anexo II desta pesquisa.


71

Para encaminhar petição ao CNJ, não é necessário constituir


advogado.

Posteriormente, diante da intenção de se utilizar a amostragem de 5


(cinco) resoluções considerando o interstício de 5 (cinco) anos a fim de avaliar a
evolução do procedimento de criação das resoluções, foi solicitado ao CNJ,
também por meio de link constante no sítio eletrônico para Acesso à Informação
(Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011), cópia integral dos processos que
culminaram na edição das Resoluções de nº 202, 236, 270, 307 e 321.
A respectiva solicitação gerou o Registro Ouvidoria/CNJ de nº 292420.
A resposta ao Registro Ouvidoria/CNJ de nº 292420 enviada por email30
foi:
Registro Ouvidoria/CNJ: 292420
À Senhora
Em atenção a sua manifestação, encaminhamos informações
prestadas pelos setores responsáveis para seu conhecimento:

Resposta da Secretaria Processual:


"Em atenção à manifestação de Vossa Senhoria, informamos
que o pedido de cópia integral dos autos deve ser feitos aos
Eminentes Relatores dos processos. 1) Resolução nº 332/CNJ,
Ato Normativo 0005432-29.2020.2.00.0000, de relatoria do
Eminente Conselheiro Rubens Canuto;
2) Resolução nº 200/CNJ, Ato Normativo 0006742-
80.2014.2.00.0000, de relatoria da Eminente Corregedora
Nacional de Justiça Ministra Maria Thereza Rocha de Assis
Moura;
3) a pesquisa sobre os normativos está disponível em nosso sítio
eletrônico em Acesso rápido
4) Não possui manual interno."
Assim, em relação aos itens 1 e 2, informamos que o pedido foi
encaminhado ao gabinete dos relatores indicados, que
responderam:

30 Email constante no anexo II da pesquisa


72

Resposta do Gabinete Conselheiro Rubens Canuto (anexo):


"Estimados Senhores, Em atenção ao contido no pedido de
informações acima, encaminho, inclusa, cópia integral dos autos
do ato normativo 0005432-29.2020.2.00.0000, que ensejou a
aprovação da Resolução CNJ n. 332/2020. Outrossim, informo
que as demais informações não guardam pertinência com as
atribuições deste Gabinete. Cordiais saudações, Gabinete do
Conselheiro Rubens Canuto"

Resposta da Corregedora Nacional de Justiça:


"Prezada Sra.
Ao tempo que agradecemos seu contato, esclarecemos que as
solicitações apresentada por Vossa Senhoria podem ser obtidas
no site do CNJ na página de Consulta Pública do PJe
https://www.cnj.jus.br/pjecnj/ConsultaPublica/listView.seam
03/02/2021 Gmail - Ouvidoria - CNJ - CNJ Relato: 292420
https://mail.google.com/mail/u/0?ik=046f7593c4&view=pt&sear
ch=all&permthid=thread-f%3A1690616728032475285%7Cmsg-
f%3A16906167280324… 2/2 e que os atos administrativos que
culminam na edição das Resoluções da PRESIDÊNCIA DO CNJ
constam dos respectivos CONSIDERANDOS. Sugerimos que
acesse o site https://www.cnj.jus.br/atos_normativos/ "
Atenciosamente,

Assim, tece-se as seguintes considerações:

1. Quanto à Resolução nº 332/CNJ:


1.1 o CNJ enviou anexo ao e-mail o andamento processual com
os devidos links para que fosse acessado o processo integral
que culminou na edição da norma juntamente com cópia integral
dos autos;

2. Quanto à Resolução nº 200/CNJ, o CNJ informou:


73

2.1 que as solicitações apresentadas podem ser obtidas no site


do CNJ na página de Consulta Pública do PJe
https://www.cnj.jus.br/pjecnj/ConsultaPublica/listView.seam

No entanto, em consulta ao endereço eletrônico informado e


colocando o número do Ato normativo 0006742-
80.2014.2.00.0000 (que, ressalte-se, foi informado pelo CNJ)
obteve-se apenas o andamento processual do feito que consta
no anexo III desta pesquisa, não ocorrendo, portanto, qualquer
visualização dos autos integrais requeridos.

2.2 que os atos administrativos que culminam na edição das


Resoluções da PRESIDÊNCIA DO CNJ constam dos
respectivos CONSIDERANDOS, tendo sugerido que fosse
acessado o site
https://www.cnj.jus.br/atos_normativos/

Em consulta ao endereço informado, obtém-se apenas os


seguintes fatos acerca da Resolução31: tipo, número, data,
origem, situação, ementa. Portanto, não consta para consulta o
número do ato administrativo que culminou na edição da
Resolução e nem mesmo nos “considerandos” constantes no
corpo da Resolução, o que impossibilita a consulta do processo
integral para os fins da pesquisa proposta.

Tem-se assim que a transparência que deve possuir o órgão diante das
previsões constantes na Lei de Acesso à Informação não foi satisfatória quanto
ao Registro Ouvidoria/CNJ de nº 293225 pois, além de não responder ao
questionamento proposto, resposta diversa da solicitada foi concedida ao
usuário e ainda no que tange ao Registro Ouvidoria/CNJ de nº 292420, vez que
as informações concedidas foram incompletas.

31Página do sítio eletrônico com consulta realizada na data de 3 fev 2021 constante no anexo IV
da pesquisa.
74

Com isso, resta demonstrado que o CNJ ainda tem longo caminho para
se perceber que, como órgão de regulação tutor de interesse nacional, para cada
prerrogativa que possui para cumprimento de suas competências deve se
submeter a um dever legal, inclusive o de transparência pública.
Em vista disso, tal fator gera prejuízo automático aos usuários frente ao
necessário conhecimento e acompanhamento de atos de competência do CNJ
que não demandem restrição de acesso ante aos autorizativos legais.
E, ainda restou demonstrado o prejuízo para a presente pesquisa, cujo
principal objeto seria a verificação se o regulador obedeceu às normas mínimas
para a expedição de ato normativo.

4.5 Análise de amostragem de resoluções que comprovam a efetividade


da normativa

Inicialmente foi realizada a classificação das Resoluções do CNJ 32


perante três categorias gerais que se tornaram aparentes diante da análise da
norma no intuito de melhor delimitar as resoluções que possam ser estudadas
em um âmbito regulatório:
a) controle e regulação;
b) cumprimento dos deveres funcionais dos juízes;
c) assuntos diversos.
Estas divisões foram realizadas atentando-se para o disposto no § 4º, do
art. 103-B, da Constituição Federal que trazem a descrição da competência do
CNJ:
Art. 103-B. (...)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa
e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres
funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento
do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar
providências;
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou
mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo

32
Anexo I
75

desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as


providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem
prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou
órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços
auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais
e de registro que atuem por delegação do poder público ou
oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos
disciplinares em curso, determinar a remoção ou a
disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a
administração pública ou de abuso de autoridade;
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos
disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há
menos de um ano;
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre
processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação,
nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que
julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País
e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do
Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao
Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa.

Considerando o CNJ como um órgão regulador e, para amostragem a ser


apresentada na pesquisa, extraiu-se as seguintes Resoluções que tratam de
controle e regulação e informações acerca destas, que possuam conteúdo
normativo relevante e que já conta com estrutura disponível para consulta
externa de relatórios e dados, para que possa assim ser verificada sua
efetividade:

a) Resolução nº 225, de 2016, que dispõe sobre a Política Nacional de


Justiça Restaurativa no âmbito do Poder Judiciário e dá outras
providências.

O sítio eletrônico do CNJ traz o conceito de Justiça Restaurativa como


sendo um conjunto ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e
atividades próprias, que visa à conscientização sobre os fatores relacionais,
institucionais e sociais motivadores de conflitos e violência, e por meio do qual
76

os conflitos que geram dano, concreto ou abstrato são solucionados de modo


estruturado.
Conforme relatório de “Mapeamento dos programas de Justiça
Restaurativa”33, dos 31 tribunais que responderam aos questionários enviados
pelo CNJ, somente três responderam não possuir nenhum tipo de iniciativa sobre
Justiça Restaurativa, sendo eles: TJRR, TRF-2ª e TRF-5ª.
Portanto, 25 Tribunais de Justiça, 96% do total de respondentes, e três
Tribunais Regionais Federais, 60% dos existentes, possuem algum tipo de
iniciativa em Justiça Restaurativa.
Diante das informações apresentadas, o CNJ pode concluir como política
a ser aplicada, que se fazia necessário instituir um prazo para que todos os
tribunais se adequassem ao programa e, no ano de 2019, editou a Resolução nº
300, concedendo prazo para que os Tribunais de Justiça e os Tribunais
Regionais Federais organizassem a implantação da Justiça Restaurativa.
Tal questão demonstra a importância dos relatórios e seu devido
acompanhamento, bem como sua análise adequada pelo setor competente no
intuito de contribuir cada vez mais para a melhoria dos processos a serem
realizados no âmbito do Poder Judiciário.

b) Resolução nº 284, de 2018, que instituiu a Política Judiciária Nacional


de enfrentamento à violência contra as Mulheres pelo Poder Judiciário
e dá outras providências.

A respectiva Resolução foi justificada, em seu ato normativo, diante da


existência, dentre outras peculiaridades, da competência do CNJ de coordenar
a elaboração e a execução de políticas públicas relativas às mulheres em
situação de violência no espaço jurídico de atribuições do Poder Judiciário.
O CNJ criou diversas contribuições acerca do aprimoramento do combate
à violência contra a mulher no âmbito de sua competência.
Exemplificativamente foram instituídas as Jornadas Maria da Penha com
espaços de debates, trocas de experiências, realização de cursos, no intuito de

33Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-


content/uploads/conteudo/arquivo/2019/06/8e6cf55c06c5593974bfb8803a8697f3.pdf. Acesso
em 26 jan 2021.
77

melhor aplicar no Poder Judiciário a Lei Maria da Penha; incentivar a criação de


varas exclusivas para tratar do assunto da violência doméstica, dentre outras
políticas.
Assim, buscando consolidar suas ações, e monitorar a Política Judiciária
Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, o CNJ por meio de
órgão interno competente para tanto, criou um relatório detalhado acerca de
dados relativos à violência doméstica34.
Trazemos exemplificativamente a série histórica de casos novos de
conhecimento de feminicídio:

Série histórica de casos novos de conhecimento Feminicídio


2500

2000

1500

1000

500

0
2016 2017 2018 2019

Figura 3: Casos novos de conhecimento relativos à feminicídio


Fonte: Monitoramento da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência
Contra as Mulheres

Perante as informações prestadas, com o fito de formular sempre novas


políticas acerca do tema, pôde então o CNJ verificar que ocorreu um aumento
significativo de novos casos de feminicídio, o que o levou a considerar, perante
uma das políticas que possui acerca da violência doméstica conhecida como
“Justiça pela paz em casa”, a necessidade de também concentrar esforços a fim
de dar maior celeridade aos processos relativos à violência contra a mulher.
Com isso, conforme o relatório do “Justiça pela paz em casa” emitido em
202035, foram realizadas com esta medida, 1.634 novas sessões do Tribunal do

34 Disponível em:
https://paineis.cnj.jus.br/QvAJAXZfc/opendoc.htm?document=qvw_l%5Cpainelcnj.qvw&host=Q
VS%40neodimio03&anonymous=true&sheet=shVDResumo. Acesso em: 2 fev 2021.
35 Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-
content/uploads/2020/06/16semana_pazemcasa.pdf. Acesso em 2 fev 2021.
78

Júri, resultado este de uma política que visa acelerar o trâmite processual dos
processos relativos a feminicídio.

c) Resolução nº 289, de 2019, que dispõe sobre a implantação e


funcionamento do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento – SNA
e dá outras providências.

A respectiva resolução trata do Sistema Nacional de Adoção - SNA e


Acolhimento, trazendo em seu anexo regulamentação técnica deste sistema.
Através do âmbito do SNA o CNJ criou um relatório com os dados
nacionais de crianças acolhidas, disponíveis para adoção, em processo de
adoção, pretendentes disponíveis, entre outros.
Como política de divulgação, tem-se no sítio do CNJ, apostila específica
acerca do tema e o passo a passo para a realização da adoção36.
Do relatório de diagnóstico apresentado pelo CNJ tem-se em fl. 55 que:

Foram adotados por meio do Sistema Nacional de Adoção e


Acolhimento 10.120 crianças e adolescentes do total de 9.887
pretendentes. Encontram-se em processo de adoção 2.543
crianças/adolescentes e 2.008 pretendentes. As diferenças
entre o número de crianças/adolescentes e de pretendentes são
devidas ao fato de um mesmo pretendente adotar mais de uma
criança, geralmente irmãos.

Assim, diante das informações que coleta acerca das crianças a serem
adotadas e os adotantes, analisando os dados que permitem verificar a
quantidade de adotados no ano de 2020, o CNJ pode propor políticas para
incentivar a adoção a fim de que o número de adotantes cresça, como o já
implantado Tuitaço #AdotarÉAmor37, perante o qual diversas mensagens
positivas sobre o tema são disponibilizadas no Twitter com o intuito de
sensibilizar o maior número de pessoas.

36Disponível em: https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/adocao/. Acesso em 1 fev 2021.


37Disponível em: https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/adocao/campanha-adotareamor-no-
twitter/. Acesso em 1 fev 2021.
79

Figura 4: Peça gráfica elaborada pelo CNJ e utilizada nas redes sociais na
campanha em 2020
Fonte: Programas e ações de adoção do CNJ

d) Resolução nº 368, de 2021, que altera a Resolução CNJ no 214/2015,


que dispõe sobre a organização e o funcionamento dos Grupos de
Monitoramento e Fiscalização (GMF) nos Tribunais de Justiça dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios e nos Tribunais
Regionais Federais, e dá outras providências.

Efetivamente, com a intenção de delinear o campo de atuação delimitado


pela respectiva resolução insta ressaltar que o CNJ possui uma parceria com o
“Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento” através da qual busca
superar desafios históricos que caracterizam a privação de liberdade no Brasil,
criando o programa “Fazendo Justiça”38.
O programa trabalha também no apoio técnico para que se cumpra a
previsão das resoluções que o regulamenta, intentando com a referida parceria
a superação de desafios referentes à privação de liberdade no Brasil.
O CNJ disponibiliza então em seu sítio eletrônico, o Relatório de Gestão39
do programa, do qual extraímos trecho exemplificativo das ações referente as
políticas realizadas e sua aferição pelo órgão regulador:

Mutirão Carcerário Eletrônico


Cenário: Criados pelo CNJ em 2008, os Mutirões Carcerários
resultaram em mais de 80 mil benefícios concedidos em todo o
país até sua descontinuidade em 2014.
O relatório destaca que este é um dos maiores programas do
CNJ, o mutirão foi adaptado para incorporar novas metodologias

38 Disponível em: https://www.cnj.jus.br/sistema-carcerario/fazendo-justica/sobre-o-programa/.


Acesso em 1 fev 2021.
39 Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-
content/uploads/2020/11/Relatorio_Gestao_web_121120.pdf. Acesso em 1 fev 2021.
80

com o apoio da tecnologia e de outras frentes do programa, de


forma a se tornar mais ágil, eficiente e replicável em larga escala
Resultados: 752 pessoas beneficiadas com regime menos
gravoso

Assim, tem-se que as resoluções apresentadas por amostragem possuem


controle direto de sua aplicabilidade pelo CNJ, sendo emitido relatórios acerca
do desenvolvimento de seu cumprimento.
Ressalte-se que, considerando as informações detalhadas apresentadas
nos relatórios disponibilizados no sítio do CNJ nas respectivas resoluções
ilustradas acima, pode-se concluir que estas foram obtidas através de auditoria
realizada por meio de pesquisas ou aferição de resultados, situações que
colaboraram sobremaneira para o desenvolvimento de projetos estratégicos
para a melhoria da prestação jurisdicional.

4.5 Apresentação de meios no CNJ para garantia de eficácia e eficiência


das Resoluções

Para que se torne possível a sistemática de atuação do CNJ nos órgãos


regulados há que se dotar suas normas - no caso em questão suas Resoluções
- de poder normativo coercitivo através do qual possa se garantir que o não
cumprimento das regras traga algum tipo de prejuízo ao agente regulado, seja
através de sanções, ou até mediante o corte de incentivos e ações fomentadoras
de melhoria na atuação da prestação jurisdicional.
Acerca da efetividade de aplicabilidade das normas exaradas pelo CNJ,
consulta-se no sítio do órgão as perguntas frequentes realizadas à ouvidoria,
dentre elas cita-se aqui resposta conclusiva acerca do tema:
81

Figura 5: Perguntas frequentes à ouvidoria


Fonte: sítio do CNJ

Assim, a ouvidoria do CNJ traz como meio de se garantir a execução de


seus atos normativos a seguinte previsão regimental:
Art. 101. A reclamação para garantia das decisões ou atos
normativos poderá ser instaurada de ofício ou mediante
provocação, sendo submetida ao Presidente do CNJ.
Parágrafo único. O requerimento deverá ser instruído com cópia
da decisão atacada e referência expressa ao ato ou decisão do
Plenário cuja autoridade se deva preservar, sob pena de
indeferimento liminar.

E o Regimento Interno do CNJ traz ainda a possibilidade de tomada de


providências diante de comprovada resistência ao cumprimento de decisão
proferida pelo órgão:
Art. 105. Comprovada a resistência ao cumprimento da decisão
proferida pelo CNJ em mais de 30 dias além do prazo
estabelecido, o Plenário, o Presidente ou o Corregedor Nacional
de Justiça, de ofício ou por reclamação do interessado, adotará
as providências que entenderem cabíveis à sua imediata
efetivação, sem prejuízo da instauração do competente
procedimento disciplinar contra a autoridade recalcitrante e,
quando for o caso, do envio de cópias ao Ministério Público para
a adoção das providências pertinentes.

Art. 106. O CNJ determinará à autoridade recalcitrante, sob as


cominações do disposto no artigo anterior, o imediato
cumprimento de decisão ou ato seu, quando impugnado perante
outro juízo que não o Supremo Tribunal Federal.

Isto posto, conclui-se que o CNJ é um órgão regulador da atividade


judiciária e, analisando novamente as Resoluções trazidas a título de
82

amostragem, percebe-se que nelas, o CNJ tem buscado por diversos meios
trazer efetividade às normas que expede, para que, resguardando a eficácia de
suas decisões e atos normativos, promova o princípio da eficiência na execução
de suas competências, garantindo que as normativas por ele criadas não se trate
apenas de regras vazias.
83

CAPÍTULO 5 – NECESSIDADE DE CONSOLIDAR O CNJ COMO ÓRGÃO


REGULADOR DE FATO E DE DIREITO

5.1. Da importância para a classificação do CNJ como um órgão regulador

A partir da hipótese confirmada através da presente pesquisa de que o


CNJ é um órgão regulador da atividade judiciária, tem-se também que ele atua
como um agente estabilizador e fomentador de melhorias contínuas no Poder
Judiciário, e, conforme se verifica diante das informações apresentadas através
de navegação no sítio do órgão, exerce algumas de suas competências de forma
atuante.
Mister destacar que a missão do CNJ é a de “desenvolver políticas
judiciárias que promovam a efetividade e a unidade do Poder Judiciário,
orientadas para os valores de justiça e paz social”, tendo como visão de futuro
“ser reconhecido como órgão de excelência em planejamento estratégico,
governança e gestão judiciária, a impulsionar a efetividade da Justiça
brasileira”40.
A fim de cumprir tal desiderato, o CNJ deve desenvolver atividades
internas voltadas para o aprimoramento contínuo de seus servidores e da própria
gestão.
Para tanto, sugeriu-se na presente pesquisa, a aproximação entre os
conceitos de agência reguladora e o de Conselho Nacional de Justiça,
intercalando as particularidades de ambos, para que o CNJ, sendo considerado
como órgão de caráter regulatório, possa dispor de diversas ferramentas de
auxílio ao cumprimento de suas competências.
Outrossim, o próprio conceito de regulação que permeia nosso
ordenamento traz com ele diversos vieses de operação, buscando cada vez mais
adequar o serviço prestado ao real interesse público, colocando o cidadão como
individuo principal a usufruir da atividade regulada, o que justifica a necessidade
de melhoria contínua na prestação do serviço.

40
Trechos extraídos do site do próprio órgão. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/sobre-o-
cnj/quem-somos/. Acesso em 16 abr. 2021.
84

Com isso, tem-se que o Poder Judiciário através da atuação


administrativa do CNJ não se afasta desta realidade vez que o referido órgão
pode ser considerado um órgão de natureza regulatória diante das diversas
manifestações legislativas e atuariais de que se assemelha sobremaneira ao que
a legislação infraconstitucional delimita como sendo uma agência reguladora.
Complementa-se que, como órgão regulador, o CNJ deve buscar primar
pela excelência na demonstração de transparência tanto referente ao próprio
CNJ, quanto ao que tange à publicidade em relação aos dados extraídos de
relatórios e pesquisas referentes ao Poder Judiciário como um todo.
E Machado (2011, p. 11) com isso expõe:
E como se espera do administrador público que este realize suas
atividades sempre atendendo ao que determina a Constituição
Federal e a legislação vigente, o agente público deve obedecer
a todos os princípios norteadores de suas atividades entre os
quais o princípio da publicidade, que representa segundo todos
os doutrinadores pesquisados a necessária transparência que
requer a atividade na Administração Pública.

Tal consideração permeia também a necessidade de consolidação de um


processo normativo claro, conciso e acessível, contendo regras bem dispostas
e de fácil entendimento dos usuários, bem como conceder acesso ao próprio
procedimento administrativo que culminou na edição de determinada norma,
situação que não ocorreu conforme se verificou na presente pesquisa e
especificou-se no capítulo quatro, destacando-se assim o fato de que o CNJ
ainda possui caminho a trilhar neste sentido vez que a motivação e a publicidade
são elementos inerentes à prática dos atos normativos analisados (resoluções).
Corroborando este entendimento, (JUSTEN FILHO, 2006, p. 328) afirma:
É imperioso, então, que a disciplina processual da atividade das
agências subordine a produção dos atos de sua competência à
mais estrita observância de formalidades rigorosas, cuja função
seja instrumento da limitação da vontade subjetiva dos agentes.

Assim, a valorização e a normatização dos procedimentos administrativos


mediante ato emitido pelo próprio CNJ, deve ser fator primordial na busca pela
transparência e impessoalidade da Administração.
85

5.2 Dados disponíveis e necessidade da transparência e acesso à


informação

No sítio do CNJ primeiramente podemos destacar o acesso à Carta de


Serviços ao Cidadão que traz as atividades descritas pelo órgão, os prazos e
procedimentos para ter acesso aos serviços prestados pelo Conselho e no que
tange aos demais órgãos do Poder Judiciário.
A obrigatoriedade desta Carta adveio do disposto na Lei nº 13.460, de 26
de junho, de 2017, que dispõe sobre participação, proteção e defesa dos direitos
do usuário dos serviços públicos da administração pública:
Art. 7º Os órgãos e entidades abrangidos por esta Lei divulgarão
Carta de Serviços ao Usuário.
§ 1º A Carta de Serviços ao Usuário tem por objetivo informar o
usuário sobre os serviços prestados pelo órgão ou entidade, as
formas de acesso a esses serviços e seus compromissos e
padrões de qualidade de atendimento ao público.

Assim, no intuito de garantir os direitos do usuário dos serviços, colocar à


disposição dos interessados diversas informações de forma pormenorizada
promove assim a transparência ativa dos serviços prestados, colaborando para
um aperfeiçoamento da atuação do CNJ.
No entanto, conforme delineado no capítulo anterior, o CNJ necessita
aprimorar – embora já o tenha com bastante qualidade em algumas áreas como
a disposição em seu sítio eletrônico de sistemas de busca de normas internas –
uma das peculiaridades precípuas de um órgão regulador: a transparência.
Importante pontuar que, a fim de garantir essa transparência nos órgãos
pertencentes ao Poder Público, foi editada a Lei nº 12.527, de 18 de novembro
de 2011, mais popularmente conhecida como Lei de Acesso à Informação,
conforme já ressaltado no item 4.4.
Assim, ao realizar-se a presente pesquisa mediante as requisições
realizadas por meio de acesso à informação conforme legislação prevista acerca
do tema, obteve-se respostas equivocadas e incompletas, o que demonstra a
necessidade de um refinamento na forma em que são respondidas as questões
submetidas ao CNJ.
Conforme se pode depreender dos e-mails apresentados na presente
pesquisa contendo as perguntas e respostas do CNJ acerca dos temas
86

apresentados (anexo II), a partir do momento em que se faz uma requisição de


informações com fulcro na Lei de Acesso à Informação, gera-se um registro na
ouvidoria do órgão com um número para acompanhamento.
Nas solicitações geradas, a ouvidoria encaminhou a outro órgão do CNJ
a requisição e, quando do recebimento das informações, as apresentou ao
usuário.
Com a intenção de aprimorar o serviço prestado quanto às informações a
serem concedidas aos interessados externos ao órgão regulador, uma hipótese
seria a destinação de alguns servidores ou criação de um órgão interno a fim de
coletar, preparar e encaminhar as solicitações com as informações pertinentes
que porventura venham a ser requisitadas.
Outra sugestão seria o planejamento de cursos acerca do tema, para que
os servidores possam entender o disposto na Lei de Acesso à Informação, a
importância da concessão de transparência ao usuário e os meios para
aprimorar o serviço prestado.
Outrossim, a fim de constantemente aprimorar as técnicas a serem
utilizadas pelo CNJ quando do desempenho de sua competência
constitucionalmente definida, verifica-se diversos instrumentos que podem ser
postos à disposição no intuito de regulação e controle das atividades judiciárias.
As ferramentas tecnológicas como importante meio de apoio à atuação
do órgão, permitem uma minuciosa verificação do comportamento dos agentes
aos quais são destinadas as normas reguladoras e de controle podendo
demonstrar a efetiva situação em que se encontra o Poder Judiciário em todas
as suas instâncias.
Interessante pontuação foi realizada por Peixoto e Silva (2019, p. 109):

A tecnologia, de uma forma geral, já mudou a prática jurídica.


Contudo, nos últimos tempos, o desenvolvimento da IA como
subárea da Ciência da Computação em entrelaçamento com o
Direito provocou, em ambos, o surgimento de novos problemas
de pesquisa e soluções.

Assim, ressaltada essa importância que a inteligência artificial vem


galgando em auxílio ao aprimoramento da prestação jurisdicional, destaca-se
que o CNJ tem utilizado sobremaneira estes instrumentos tecnológicos para
87

concretizar suas funções, principalmente, a fim de verificação de dados e


programação de políticas de atuação.

5.3 Da importância da mensuração de dados

São diversos relatórios de atuação da justiça anualmente apresentados


nos quais se utilizam das informações constantes nas pesquisas computacionais
realizadas.
A confecção dos relatórios possui previsão no RICNJ:
Art. 4º Ao Plenário do CNJ compete o controle da atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento
dos deveres funcionais dos magistrados, cabendo-lhe, além de
outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da
Magistratura, o seguinte:
(...)
XI - elaborar relatórios estatísticos sobre processos e outros
indicadores pertinentes à atividade jurisdicional;

O relatório de gestão publicado no sítio eletrônico correspondente ao


biênio 2018-2020, por exemplo, traz diversos dados de atuação do CNJ como
órgão administrativo, apresentando interessantes números de processos em
tramitação por classe processual em 25/8/2020 no CNJ e são assim
distribuídos41:

Classe Tramitação em
25/08/2020

Acompanhamento de Cumprimento de Decisão 62

Arguição de Suspeição e de Impedimento 1

Ato 54

Avocação 1

Comissão 29

Consulta 87

Correição 2

41 Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2020/09/WEB_RELATORIO_


GESTAO_CNJ_2018-2020.pdf. Acesso em 22 jan 2021.
88

Inspeção 10

Nota Técnica 3

Parecer de Mérito sobre Anteprojeto de Lei 7

Pedido de Providências 2.373

Procedimento de Controle Administrativo 384

Processo Administrativo Disciplinar 41

Reclamação Disciplinar 564

Reclamação para Garantia das Decisões 20

Representação por Excesso de Prazo 568

Revisão Disciplinar 56

Sindicância 1

Total de processos em tramitação 4.263

Tabela 2: números de processos em tramitação por classe processual em 25/8/2020 no


CNJ
Fonte: Relatório de Gestão CNJ 2018-2020

Percebe-se assim que, com os diversos dados apresentados mediante


auxílio de instrumentos tecnológicos, pode se dar a classificação pormenorizada
de elementos que auxiliam na consecução das competências do CNJ e, na
hipótese extraída, tem-se concretamente de forma ilustrativa, o número de
processos relativos à atuação em procedimento de controle administrativo,
atividade concernente ao âmbito da regulação.
Frisa-se essa especificidade como paradigma pois, por exemplo, tal
indicador não estava disponível para acesso no Relatório de Gestão de 2015, o
que demonstra a constante evolução do CNJ na forma de aperfeiçoar a
transparência de sua atuação.
Os relatórios de metas nacionais do Poder Judiciário também corroboram
no intuito de conceder acessibilidade aos interessados das ações que ocorrem
em âmbito nacional.
Assim, tais relatórios e diversas pesquisas que são publicadas com
estatísticas da atuação do CNJ e do próprio Poder Judiciário acabam por
delinear formas de regulação e controle realizadas pelo órgão.
89

Destaca-se aqui as regulações e controles previstos nas Resoluções


editadas pelo CNJ, que devem possuir verificação incisiva acerca da sua correta
aplicação em todo o Poder Judiciário.
A fim de realizar estas ações de regulação, o CNJ pode dispor de outras
ferramentas de auxílio em busca da melhoria na prestação do serviço público e
a efetiva aplicação do princípio da eficiência.

5.4 Da consideração da accountability

A abrangência da atuação do órgão regulatório traz a responsabilização


do agente regulado como elemento apto a conceder efetividade às normas
emitidas, na hipótese, pelo CNJ.
Destaca-se em texto de Naves (2012, p. 19) que
O termo accountability tem origem anglo-saxã e, em uma
larga pincelada, em termos contemporâneos, configura-se como
um elemento central do conceito de democracia, encerrando a
ideia de que os governos e administradores devem prestar
contas de seus atos.

Nisso se traz os parâmetros da accountability que, através da prestação


de contas, obrigatoriedade de transparência do processo decisório e dos
resultados, apresenta o controle como agente que irá colaborar na discussão
sobre os resultados esperados e o cumprimento das normas a eles vinculadas.
Ao tratar da accountability e o CNJ, Robl Filho (2013) destacou a maneira
em que poderia ser esta considerada:
A concretização de valores éticos e morais informa a maneira
como os membros do Poder Judiciário e os servidores auxiliares
devem agir (accountability judicial institucional e
comportamental). (...) A apresentação de informações do
Judiciário para o público externo é importante para permitir a
accountability horizontal externa do Judiciário pelos outros
poderes e Ministério Público e a accountability social pela
sociedade civil.

Quando se identifica o CNJ como órgão regulador, os mecanismos da


accountability se apresentam como um verdadeiro apoio de atuação conforme
as normas existentes para que se formulem aspectos procedimentais aptos a
concretizar a competência constitucional do Conselho, elencando
90

fundamentalmente a transparência ativa como uma forma efetiva de apresentar


aos meios de controle, ferramentas para o exercício de auditorias, formulação
de políticas sociais e propostas de melhoria no gerenciamento das práticas de
determinado setor.
Mitidiero (2019) traz em sua obra que
Para além da publicidade, é igualmente fundamental
para um Estado Democrático de Direito viabilizar o acesso
efetivo à informação. Trata-se de importante condição para a
promoção de uma Justiça Civil cada vez mais transparente e
compreensível para as partes e para o público em geral. Sendo
a transparência em relação à informação judiciária um índice
fundamental para a construção de uma Justiça Civil
accountable, a doutrina vem cada vez mais assinalando a sua
importância na construção de um processo justo, especialmente
sob o ângulo da promoção do direito à participação no processo,
notadamente do direito ao contraditório.

Nesta esteira de pensamento, percebe-se que a transparência através da


publicidade dos atos do órgão, contribuem também para uma regulação mais
efetiva, na qual o retorno dos agentes de controle contribui para o constante
aperfeiçoamento das ações do próprio órgão.
Tratando desta contribuição da accountability, Robl Filho (2013) expõe
que
Para que exista uma relação de accountability forte ou plena, o
agente accountable: (a) possui o dever de apresentar
informações sobre suas ações aos(s) principal(s) e ao(s) outro(s)
agente(s) com competência para exigir a informação do agente
accountable, (b) este é obrigado a justificar suas atitudes e
ações e (c) pode ser sancionado ou premiado pelo(s) principal(s)
e pelo(s) agente(s) com competência para tanto.

Assim, mister ressaltar que o CNJ é o detentor de sua própria


competência definida na Constituição Federal de 1988, mas para exercê-la de
forma plena, deve motivar e apresentar os motivos determinantes de cada
conduta, no intuito de que, mediante o acompanhamento de controle – social por
exemplo – possa se verificar sua atuação diante do atendimento do princípio da
eficiência.
Neste sentido, Lopes (2018, p. 204) destaca a importância de assim se
legitimar a intervenção regulatória por meio do controle:
Em sentido complementar à eficiência, a controlabilidade pela
prestação de contas, accountability é uma preocupação central
91

no cenário regulatório. O órgão regulador desempenha um papel


chave, devendo ordenar as contas que refletem o setor e sua
performance, de modo a permitir a supervisão de outras
instituições e pessoas, ressaltando principalmente o cálculo de
eficiência.

Daí a importância de se alinhar a accountability com as possíveis técnicas


a serem aplicadas pelo CNJ para aprimoramento da regulação.

5.5 Das sugestões de estratégias regulatórias

Com o desenvolvimento da pesquisa acerca de como se daria o


aperfeiçoamento da atividade prestada pelo CNJ utilizando-se de ferramentas
com caráter regulatório, algumas hipóteses de possíveis estratégias foram
consideradas.
Mediante este pensamento, Lopes (2018, p. 287) faz colocação acerca da
importância de se programar a atuação do órgão regulador mediante a
estipulação de etapas anteriores à atividade a ser regulada para que se formule
a melhor técnica de prestação de serviços mantendo a eficiência que a eles deve
ser inerente:
Por meio dos procedimentos inerentes ao devido processo legal
e formado as instituições ínsitas à equidade, os entes
reguladores realizam programas a partir de estratégias,
estatísticas e metas coletivas, para uma correta distribuição de
bens, recursos e oportunidades em busca da edificação, da
igualdade de respeito e consideração entre os cidadãos, uma
questão sobretudo de diretrizes políticas.

Assim, buscou-se pontuar algumas possíveis técnicas atuais a serem


aplicadas no âmbito do CNJ para que, através de critérios pré-estabelecidos,
possa se dar a construção de um planejamento metódico da regulação como
meio de aprimoramento da prestação do serviço público a ser executado pelo
Conselho.

5.5.1 Regulação responsiva


92

Como sugestão de estratégia regulatória há que se considerar


primeiramente, como uma das possibilidades, a utilização da regulação
responsiva, técnica que, no intuito de aprimorar a eficiência regulatória, busca
construir políticas regulatórias e de gestão visando, através da modificação da
conduta do agente regulado que passará a uma forma mais ativa no contexto da
regulação, apresentar estratégias de incentivo e fiscalização, evitando o excesso
de penalização e convergindo ações para a estimulação da melhoria dos
serviços.
Não se trata da posição extremada do movimento de desregulação dos
mercados, conceituado como uma expressiva diminuição da atuação estatal na
economia ou de uma atenuação acentuada das rígidas normas estatais que
incidam sobre âmbitos de interesse público (VIEIRA DE CARVALHO, 2007), ou
ainda da necessidade da intensificação da regulação estatal, e sim de uma
flexibilidade para negociação no sistema regulatório a fim de trazer o agente
regulado para o âmbito de desenvolvimento das normas visando que, com a
participação desse, a efetividade do cumprimento das normas ocorra realmente
de forma mais concreta e cooperativa.
A regulação responsiva foi apresentada por Ian Ayres e John Braithwaite
em sua obra Responsive Regulation – Transcending the deregulation no ano de
1992.
Tal teoria intenta construir uma correlação entre a punição do agente
regulado e a persuasão para execução efetiva das normas, o que acaba por
possibilitar o estabelecimento de maneiras de regulação compatíveis com a
realidade intentada e os objetivos buscados (MELLO DA SILVA, 2017).
Braithwaite (2011, p. 475) destaca que:
the paradox of responsive regulation is that by having a capability
to escalate to tough enforcement, most regulation can be about
collaborative capacity building. Most of the action can fall within
a strengths-based pyramid, a pyramid of supports for business
compliance and continuous improvement.

Assim, com essa ideia de que a maior parte da regulamentação a ser


criada pode tratar da construção de uma capacidade colaborativa, cria-se uma
estratégia de incentivo à melhoria constante dos serviços públicos prestados.
93

Neste sentido é que a técnica da regulação responsiva poderia ser


aplicada no âmbito do CNJ, buscando construir um sistema de justiça
colaborativo, no qual todos os tribunais intentariam cumprir os normativos do
órgão regulador tendo em vista que ajudariam a construir todo o arcabouço de
regras a serem fiscalizadas.
Destarte, considerando a diversidade cultural, de recursos físicos e
financeiros, e a diferença no acesso à justiça, cada tribunal local poderia
contribuir com suas particularidades de modo a demonstrar que, mediante
junção das peculiaridades individuais de cada órgão julgador, o CNJ seria capaz
de construir normas regulatórias que efetivamente sejam cumpridas, melhorando
a eficiência na prestação jurisdicional no Brasil.
Respectiva concepção se concretiza na ideia de enforcement42 na teoria
regulatória, que se conceitua como sendo os sistemas de imposição de
eventuais sanções que promovem a observação das regras (SALAMA, 2017).
Pode-se observar uma caracterização de enforcement no RICNJ diante
da previsão:
Art. 4º Ao Plenário do CNJ compete o controle da atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento
dos deveres funcionais dos magistrados, cabendo-lhe, além de
outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da
Magistratura, o seguinte:
(...)
VI - julgar os processos disciplinares regularmente instaurados
contra magistrados, podendo determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou
proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar
outras sanções administrativas previstas em lei
complementar ou neste Regimento, assegurada ampla
defesa; (grifos nossos)

Importante trazer então a concepção apresentada na pirâmide regulatória


da teoria da regulação responsiva, de modo a demonstrar como se iria galgar as
etapas necessárias para evitar, sobremaneira, as punições máximas, eis que o
órgão regulador busca atuar conjuntamente com o regulado – CNJ em parceria
com os órgãos do Poder Judiciário - para que ocorra melhoria contínua na

42 Pelo dicionário de Cambridge constante na internet, enforcement se conceitua como:


the process of making people obey a law or rule, or making a particular situation happen or
be accepted. Disponível em: https://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/enforcement.
Acesso em 26 jan 2021.
94

prestação dos serviços públicos e não simplesmente aplicar penalidades de


forma sucessiva.
Lacerda e Thomas (2019, p. 11) trazem de forma ilustrada um exemplo
de pirâmide de estratégias de enforcement apresentada na obra de Ian Ayres e
John Braithwaite:
Comando e controle
com punições não
discricionárias

Comando e controle com


punições discricionárias

Autorregulação imposta

Autorregulação

Figura 6: Pirâmide de estratégias de enforcement


Fonte: Lacerda e Thomas, 2019

Outrossim, tendo a autorregulação como técnica inicial a ser empregada,


as sanções extremas só seriam aplicadas caso, mesmo diante da escalada das
medidas regulatórias previstas, a ausência de resultados das outras concepções
formuladas na pirâmide não sejam alcançadas.
Neste diapasão o intuito de Braithwaite (2006, p. 886):
The idea of the pyramid is that our presumption should always
be to start at the base of the pyramid first. Then escalate to
somewhat punitive approaches only reluctantly and only when
dialogue fails. Then escalate to even more punitive approaches
only when the more modest forms of punishment fail.

Em relatório emitido pela Controladoria Geral da União em seu sítio na


internet, temos a apresentação de avaliação do processo sancionatório da
Anatel, que citamos a título exemplificativo, tendo em vista sua relação com a
regulação responsiva e o início de sua aplicação nos órgãos reguladores
brasileiros.
No respectivo relatório, a CGU destaca expressamente em fl. 20:
95

Cabe destacar como boas práticas as medidas de regulação


responsiva já adotadas por outras agências reguladoras
brasileiras. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), por
meio da Resolução nº 472/2018, estabeleceu tipos de medidas
administrativas que são escalonadas, conforme propõe o
modelo responsivo. De maneira semelhante, a Agência Nacional
de Energia Elétrica (ANEEL) adotou um modelo responsivo na
regulação do setor elétrico. A Resolução Normativa nº 846/2019
aprovou os procedimentos, parâmetros e critérios para a
imposição de penalidades aos agentes do setor de energia
elétrica e dispõe sobre diretrizes gerais da fiscalização da
ANEEL na modelagem responsiva.

Assim, pode-se concluir que a regulação responsiva tem ampliado seu


espectro de aplicação nos órgãos de regulação brasileiros, sugerindo-se assim
sua extensão ao CNJ.

5.5.2 Benchmarking e regulação sunshine

Outra técnica que poderia ser utilizada a fim de complementar o aspecto


regulatório do CNJ seria o benchmarking, que é uma ferramenta pela qual se
identificam as melhores práticas a fim de que sejam aplicadas na melhoria do
desempenho do sistema como um todo (GUIMARAES, TEMÓTEO,
MALHEIROS, 2012).
Por este instrumento podem ser comparadas práticas e métodos que
trouxeram resultados em determinado tribunal e divulgá-las, a fim de que outros
também possam se beneficiar de sua aplicação.
Insta ressaltar que, através de parceria institucional, o CNJ já fomenta a
iniciativa do benchmarking ao realizar o apoio ao Prêmio Innovare43, no qual
busca-se o aprimoramento da prestação jurisdicional no Brasil, de forma a
identificar e divulgar as práticas que contribuem para a eficiência do Poder
Judiciário.
No entanto, nada impede que diversas outras medidas neste sentido
sejam desenvolvidas.

43 Disponível em https://premioinnovare.com.br/
96

Outrossim, um outro método existente e de possível emprego pelo CNJ é


a regulação sunshine que se utiliza dentre outros fatores também do
benchmarking.
Pela sunshine diante da comparação de indicadores de desempenho
concluídos perante as melhores práticas, deve ocorrer uma discussão pública
dos resultados obtidos visando aprimorar cada vez mais a atuação dos órgãos
regulados.
Assim, conforme trazido por Simões, Pires e Marques (2013) no qual se
analisou o método sunshine no caso concreto de uma agência reguladora em
Portugal, diante da divulgação dos resultados dos indicadores de desempenho
dos órgãos regulados, a pressão dos usuários e cidadãos, por meio de seus
grupos de defesa e representação passa a ocorrer, ocasionando
constrangimento dos prestadores de serviço face ao fraco desempenho em
determinada área e eventualmente uma competição entre os regulados.
Tal método poderia ser utilizado pelo CNJ por se constituir em iniciativa
que traz transparência dos serviços prestados pelos tribunais, bem como
demonstra o desempenho destes em relação ao serviço público prestado,
incentivando uma melhoria constante na prestação jurisdicional.
Acrescenta-se ainda que poderia ser incluída à regulação sunshine e às
demais técnicas existentes a estratégia de “name and shamed44”, pela qual
através dos relatórios de desempenho realizado perante os tribunais, possa
também ser dado destaque aos órgãos julgadores que menos atingiram as
metas propostas pelo CNJ.
Cita-se a título exemplificativo relatório realizado pelo CNJ disponibilizado
em seu sítio eletrônico que traz o “Ranking da Transparência do Poder Judiciário
202045” que apresenta a seguinte tabela46:

Órgão % Ranking
TRT16 77,23 82

44 Pelo dicionário de Cambridge tem-se que o conceito de name and shamed é utilizado
“to publicly say that a person, group, or business has done something wrong.” Disponível em:
https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english/name-and-shame. Acesso em 1 fev 2021.
45 Disponível em: https://paineisanalytics.cnj.jus.br/single/?appid=93f46b73-2d26-4565-ac61-

3abe4b3e1919&sheet=cf4ebee3-5678-46e2-8e20-cda91a069d40&lang=pt-
BR&opt=ctxmenu,currsel. Acesso em 31 jan 2021.
46 Traremos no estudo apenas somente os últimos dez colocados diante da natureza de

amostragem dos valores expostos no ranking.


97

TJRN 76,34 83-84


TRF2 76,34 83-84
TRT14 71,88 85
TJRJ 71,43 86
TRT9 70,98 87
CJF 70,83 88
TJSP 70,54 89-90
TRF4 70,54 89-90
TJMG 69,64 91
TRF5 46,43 92
Tabela 3: Ranking da Transparência do Poder Judiciário 2020
Fonte: sítio eletrônico do CNJ

Nestes termos, a partir da divulgação do referido relatório, pode-se dar a


estratégia do “named and shamed” pelo CNJ, tendo em vista os dados
disponíveis para identificar quais seriam os tribunais dentre os 92 (noventa e
dois) analisados na pesquisa que teriam os menores números quanto à
promoção da transparência de seus atos47.
Ressalte-se que, de forma paralela, o CNJ na hipótese poderia manter a
regulação responsiva sem qualquer prejuízo vez que os métodos não se anulam
e sim podem funcionar como fatores que se complementam a fim de impulsionar
a eficiência na gestão do sistema judicial.

5.6 A necessidade da Análise de Impacto Regulatório

Considerando ainda a natureza de órgão regulador do CNJ e a existência


de um poder regulamentar que consolida suas competências
constitucionalmente previstas, para que, através do aprimoramento de
fiscalizações, da legitimação de incentivos e do fomento de novas formas de se
proceder a atividade regulatória em prol do interesse público possam ser
desenvolvidas novas atitudes dos regulados, há que se considerar para tal
desiderato a necessidade de uma Análise de Impacto Regulatório.

47
O art. 1º da Resolução nº 215, de 16/12/2015, traz expressamente que:
Art. 1º O acesso à informação previsto na Lei 12.527/2011, Lei de Acesso à Informação (LAI), e
a transparência na divulgação das atividades dos órgãos do Poder Judiciário seguem o disposto
nesta Resolução.
98

Freitas (2014, p. 186) traz interessante conceito de Análise de Impacto


Regulatório:
(...) trata-se de procedimento administrativo participativo — que
será aberto às contribuições do setor regulado —, que, por meio
de análises consequencialistas de dados empíricos — os quais
serão utilizados para a aferição dos efeitos endógenos e
exógenos de determinada regulação —, visa a conferir
racionalidade aos “motivos” dos atos administrativos produzidos
pelo regulador.

Assim, a atividade realizada pelo CNJ prima pela busca da eficiência no


sistema judicial que regula e, diante disso, surge a necessidade da realização de
uma análise qualitativa dos atos e processos realizados, bem como do estudo
de novos meios para cada vez mais aprimorar tanto os procedimentos do próprio
CNJ quanto o de todos os que compõem o Poder Judiciário.
A importância então da AIR no âmbito de gestão e planejamento de quais
serão as melhores ações a serem abarcadas pelo CNJ para implementação
futura no sistema judicial é demonstrada sob uma perspectiva de ferramenta
regulatória.
Quanto esta AIR e seus aspectos, Sousa (2012, p. 106) acrescenta que
(...) vários autores têm chegado à conclusão de que a
implantação de programas de AIR deve ser encarada como uma
tarefa complexa e desafiadora, cujo resultado é de longo prazo.
Em diversos estudos sobre programas de introdução da AIR em
países desenvolvidos e em desenvolvimento, são identificados
alguns fatores considerados fundamentais para o sucesso
desses programas: i) suporte político de níveis hierárquicos
superiores; ii) estabelecimento de um órgão central que promova
o uso da AIR, atestando a qualidade do processo como um todo;
iii) integração da AIR ao processo de desenvolvimento da
regulação, desde a sua concepção; iv) seleção de metodologias
flexíveis e administrativamente viáveis; v) desenvolvimento de
estratégias de coleta de dados precisos e confiáveis; vi)
integração de mecanismos de consulta pública eficientes,
aumentando a transparência do processo decisório; e vii)
estabelecimento de um programa intenso e continuado de
capacitação dos reguladores.

Dentre os fatores a serem verificados quando da construção da AIR pelo


CNJ, órgão central apto a delimitar essa ferramenta para melhoria na qualidade
regulatória, pode-se incluir a análise dos custos-benefícios a serem suportados
pelos regulados e pelos usuários, vez que a interrelação entre ambos é
99

indissolúvel face ao envolvimento necessário legalmente previsto no arcabouço


jurídico brasileiro.
Aferir os parâmetros quantificáveis a fim de melhor delinear quais seriam
as atitudes aptas a, mediante alinhamento entre os princípios da eficiência e da
economicidade, apresentarem resultado mais favorável frente ao menor gasto
da máquina estatal, traz a necessidade do CNJ planejar os atos a serem
realizados para que, através da coordenação e gestão de medidas delimitadas
pelo órgão, possam os demais componentes do Poder Judiciário direcionar suas
ações para o atendimento e consequente solução real das deficiências da
prestação jurisdicional.
Para tal desiderato, pesquisas, relatórios, consultas públicas, dentre
outros instrumentos podem ser utilizados para construção de um planejamento
mais abrangente frente aos diversos órgãos judiciários do país.
Ilustra-se como uma análise quantitativa e qualitativa de determinado
tema, o Relatório Analítico Propositivo que o CNJ disponibilizou em seu sítio
eletrônico denominado “Justiça Pesquisa – Políticas Públicas do Poder
Judiciário48” que traz dados acerca do impacto da implantação do processo
judicial eletrônico - PJe na produtividade dos tribunais.
Como amostragem do respectivo relatório, extrai-se da fl. 233 a
distribuição temporal da amostra com gráfico referente aos números de
processos por ano na amostra do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região.

48 Disponível para consulta em: https://www.cnj.jus.br/wp-


content/uploads/conteudo/arquivo/2018/04/0f246a4a1036f559e279967762c235bb.pdf. Acesso
em 27 jan 2021.
100

Figura 7: Distribuição temporal da amostra – Número de processo por ano na


amostra TRT da 1ª Região
Fonte: Relatório Justiça Pesquisa – Políticas Públicas do Poder Judiciário

Pode-se depreender do gráfico da amostra que perante o respectivo


tribunal ocorreu uma rápida adoção ao PJE ao longo dos últimos anos, o que
fornece subsídios para passar a quantificar se os processos eletrônicos possuem
interstício temporal para andamento diverso dos processos físicos.
Então, logo em seguida, o relatório apresenta o gráfico que apresenta a
existência de uma diferença significativa da distribuição da diferença em dias
entre dois andamentos no TRT da 1ª Região, com diferenças significativamente
menores ocorrendo nos processos judiciais eletrônicos.
101

Figura 8: Diferença de tempo entre dois andamentos – Boxplot da diferença (em


dias) entre dois andamentos processuais TRT 1ª Região
Fonte: Relatório Justiça Pesquisa – Políticas Públicas do Poder Judiciário

Neste diapasão a mensuração de dados demonstrada acaba por


constatar a eficiência trazida pela implantação do PJe no respectivo tribunal vez
que o andamento processual realizado nos processos oriundos do PJe se dava
de forma mais rápida.
E assim, apresentamos a hipótese trazida em fl. 249 de análise integrada
dos dados dos tribunais objeto da pesquisa:

Figura 9: Diferença de tempo entre dois andamentos – Boxplot da diferença (em


dias) entre dois andamentos processuais - Análise Integrada
102

Fonte: Relatório Justiça Pesquisa – Políticas Públicas do Poder Judiciário

Quanto à respectiva figura, o relatório expôs que “enquanto a distância


temporal entre dois andamentos no meio físico foi, em média, de 11,31 dias, no
caso dos PJe essa média foi de 6,53 dias.”
Assim, tem-se que, a título exemplificativo, pode o CNJ utilizar-se dos
dados obtidos para formular ações que contribuam para alavancar a
produtividade dos tribunais diante da implantação do novo sistema PJe, além de
demonstrar a efetividade na melhoria do trâmite processual quando da utilização
do PJe, seja analisando os dados obtidos singularmente ou em comparação com
os demais órgãos componentes do Poder Judiciário.
Demonstra-se com isso que, a análise pormenorizada dos resultados em
consequência de determinada política pública a ser delimitada pelo CNJ faz com
que seja delineado, diante do impacto regulatório que se intenta obter, qual será
a atitude mais benéfica a ser escolhida para cumprimento de tal desiderato.
Outrossim, tais informações podem ser obtidas através da construção de
uma Análise de Impacto Regulatório minuciosa diante dos dados que se possui
e do resultado que se pretende alcançar.
Blanchet e Bubniak (2017, p. 8) afirma que, quando realizada uma AIR,
pode-se chegar às seguintes opções:
(i) não intervenção no setor em questão; (ii) medidas alinhadas
com o mercado, baseadas em incentivos; (iii) disposição de
informação para o setor e educação para os usuários; (iv)
entendimentos voluntários como os conhecidos termos de
ajustamento de conduta; (v) medidas de autorregulação e (vi)
tradicional regulação de comando e controle (command and
control).

Com isso, a AIR a fim de auxiliar na tomada de decisões, define os


critérios para que se demarque uma estrutura lógica e em cadeia para aplicação
na gestão a ser criada pelo CNJ, para que através dos resultados obtidos em
ações investigativas (que podem se dar através do feitio de relatórios minuciosos
por exemplo) possam ser verificadas as possíveis ações a serem
implementadas, seja através de uma política de incentivos, ou seja pela forma
de regulação de comando e controle.
103

Outro exemplo interessante advém do relatório relativo aos “Projetos com


Inteligência Artificial no Poder Judiciário.49”
Na respectiva pesquisa foram verificados diversos eixos temáticos, por
amostragem trazemos o gráfico abaixo que trata da porcentagem relativa se os
dados a serem utilizados para treinar a ferramenta são conhecidos pela equipe
que se utiliza do respectivo instrumento.

Figura 10: Pergunta acerca do conhecimento da equipe sobre os dados usados


para para treinar a ferramenta de Inteligência Artificial utilizada por aquela.
Fonte: relatório do CNJ - “Projetos com Inteligência Artificial no Poder Judiciário”.

Depreende-se na hipótese portanto que, grande maioria dos que utilizam


as ferramentas sabem como manuseá-la e poucos ainda não detém o
conhecimento necessário.
Diante disso algumas propostas poderiam ser realizadas para que se
solucionasse a questão relativa aos servidores que não tem a capacidade
técnica necessária, como por exemplo:
1) Através da política de incentivos poderia ser criado indicador que
favorece aos servidores que detém o conhecimento necessário para
que possam ministrar cursos aos demais servidores;
2) Em técnicas de comando e controle poderia ser disponibilizado curso
específico aos servidores que não detém o conhecimento para que

49Disponível para consulta em: https://paineisanalytics.cnj.jus.br/single/?appid=29d710f7-8d8f-


47be-8af8-a9152545b771&sheet=b8267e5a-1f1f-41a7-90ff-d7a2f4ed34ea&lang=pt-
BR&opt=ctxmenu,currsel. Acesso em 28 jan 2021.
104

devam, obrigatoriamente, cursá-lo, podendo infringir em falta funcional


caso não o façam.
Em ambas as hipóteses do exemplo o controle do órgão empregador deve
ser realizado para que, ao final, 100% da equipe esteja apta para lidar com as
ferramentas que utiliza no dia a dia de suas funções.
Esta técnica de incentivos busca, através da disponibilização de estímulos
aos interessados, que se desenvolva a atividade regulatória com mais eficiência
e, muitas das vezes, tornando desnecessária a aplicação de sanções.
Já Lopes (2018, p. 185) nos apresenta a técnica de comando e controle
como sendo:
(...) a estratégia tradicional vinculada à mecânica jurídica
clássica, envolvendo a edição de leis e normas, restringindo
comportamentos, submetidos a sanções. São medidas de força
com objetivo não só de levar às condutas desejadas, mas
também de afirmar simbolicamente a presença da autoridade
reguladora, deixando claro que a utilidade pública tutelada está
sendo produzida com segurança e eficiência. É uma coerção
baseada em regras.

Deste modo, diante da competência normativa do CNJ, torna-se possível


gerenciar e delimitar as futuras condutas do órgão regulado de forma a melhor
atender ao princípio da eficiência.
Outrossim, através de análise do RICNJ pode-se destacar a possibilidade
de aplicação de novas técnicas regulatórias:
Art. 4º Ao Plenário do CNJ compete o controle da atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento
dos deveres funcionais dos magistrados, cabendo-lhe, além de
outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da
Magistratura, o seguinte:
(...)
XXVIII - produzir estudos e propor medidas com vistas à maior
celeridade dos processos judiciais, bem como diagnósticos,
avaliações e projetos de gestão dos diversos ramos do Poder
Judiciário, visando a sua modernização, desburocratização e
eficiência;
XXIX - estimular o desenvolvimento de programas de
aperfeiçoamento da gestão administrativa e financeira dos
órgãos do Poder Judiciário e de interligação dos respectivos
sistemas, estabelecendo metas;

Posto isso, há que se ressaltar que, podendo o CNJ ser considerado como
órgão regulador, apresenta-se disponível para seu uso diversas estratégias de
105

atuação regulatória para que possa o Poder Judiciário atender as demandas


propostas pelos usuários com celeridade e eficiência, conduzindo seus atos em
prol do interesse público.
106

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A estruturação do Estado Regulador se deu através de uma evolução do


conceito e âmbito de atuação do próprio Estado que oscilava entre os ideais do
Estado Liberal e as manutenções das garantias do Estado Social, buscando
efetivar a qualidade e eficiência na prestação dos serviços públicos, intentando
afastar o Estado da interferência direta no mercado, priorizando ainda
resguardar o usuário do serviço público.
No capítulo 1, delinearam-se os conceitos da formação do Estado
Regulador, para que se justifique a criação das agências reguladoras como
instrumento de melhoramento dos serviços públicos a serem prestados aos
usuários, vez que a simples descentralização e terceirização de atividades não
faz despontar a eficiência na prestação de atividades pelo regulado.
A eficiência na prestação do serviço público deve ser constantemente
aprimorada de forma a contribuir para a satisfação do usuário do serviço,
concomitantemente criando meios para que o prestador de serviços possa traçar
objetivos estratégicos de atuação e melhoramento das atividades realizadas.
Buscando assim concretizar o enlace entre eficiência e correto uso de
verbas públicas, propôs o legislador a criação de autarquias em regime especial,
nos termos explicitados na digressão histórica desta pesquisa.
Com isso, trouxe-se no capítulo 2, as principais características das
agências reguladoras que, conforme nos coloca Lopes (2018) visam ampliar a
legitimidade das agências.
A ausência de subordinação hierárquica, a autonomia e a estabilidade dos
cargos responsáveis pela gestão e direção da agência reguladora, demonstram
a garantia de efetividade e discricionariedade das decisões destes entes,
culminando por concretizar a importância da atuação da atividade regulatória
frente aos atos do regulado.
Outrossim, o poder normativo da agência reguladora merece destaque
quando se trata de enumerar as particularidades do órgão vez que, conforme se
demonstrou na pesquisa, é através deste que a concretização das políticas
públicas a serem formuladas pelo órgão regulador se farão aplicáveis de modo
mais eficiente e garantidor.
107

A autodeterminação da agência reguladora faz com que ela seja livre -


dentro dos parâmetros legais delineados – para que possa planejar estratégias
de atuação de suas competências, em especial as de fiscalização e regulação.
Nesta pesquisa em específico, optou-se por tratar do CNJ como órgão
regulador, para que, perante as características das agências reguladoras em
sentido macro, possam serem arquitetadas linhas de atuação do CNJ como
órgão administrativo regulador do Poder Judiciário em geral nos termos
delimitados em sua competência primeva.
Neste contexto foi criado o Capítulo 3, vez que torna-se mister tratar então
das especificidades de atuação do Conselho Nacional de Justiça para que,
através da análise de suas competências constitucionais – o que o faz por si só
ser uma agência reguladora com potencialidades normativas sólidas diante da
previsão concreta da Carta Magna – possa se demonstrar a importância do CNJ
para a implantação de melhorias na prestação do serviço jurisdicional,
ponderando ainda que deve ser considerada sua atuação em âmbito nacional.
Embora nossa Constituição Federal delineie novos rumos ao Poder
Judiciário em geral no ano de 1988, apenas com a Emenda Constitucional nº 45
no ano de 2004 estruturou-se o órgão que traria as formulações normativas para
que se aperfeiçoassem os aspectos de funcionamento das atividades judiciárias.
Neste interstício entre a promulgação da Carta Magna e da intitulada
“Reforma do Judiciário”, diversos fatores e problemas foram expostos no dia a
dia de atuação dos membros e servidores quanto ao funcionamento dos tribunais
no país.
Assim, a fim de solucionar aspectos que, além de necessitarem de
melhoria acerca de seus resultados apresentados à sociedade, deviam se
ajustas para melhor cumprir seu papel de prestação da atividade jurisdicional,
estruturou-se a criação do CNJ, órgão com competências legalmente previstas,
sendo a que destacamos na presente pesquisa a sua capacidade normativa.
Nesta esteira, no intuito de analisar o desdobramento desta
particularidade e verificar como se traduz a efetividade de composição e sujeição
dos órgãos às normas editadas pelo CNJ, foi construída a metodologia de
pesquisa no Capítulo 4, buscando colocar em foco a forma de execução do
exercício normativo do CNJ, suas especificidades e aplicações nos entes
destinatários.
108

Assim, intentou-se mapear o processo normativo do CNJ através de


etapas determinadas para a realização de digressões acerca de sua
aplicabilidade considerando o poder regulamentar exercido na criação de
programas de melhoria do Poder Judiciário.
Logicamente para todas essas pontuações, realizou-se primeiramente um
comparativo das características do CNJ apresentadas no Capítulo 3 com as
especificidades das agências reguladoras já apresentadas no Capítulo 2, a fim
de concluir pelo caráter de órgão regulador do CNJ.
Dada essa visão concreta, no Capítulo 5 foi apresentada então a
imprescindibilidade de consolidar o CNJ como órgão regulador de fato e de
direito.
Isso porque a fim de legitimar a atuação do órgão perante os tribunais que
a ele se submetem, foram apresentadas a necessidade da transparência e do
acesso à informação, peculiaridade basilar de uma agência reguladora para que,
através de formas diversas de controle, possa ser continuamente verificada sua
atuação.
Neste ponto concluiu-se que, embora o CNJ tenha um sítio eletrônico
estruturado, no qual constam diversas informações e relatórios de relevância
para o estudo de sua atuação frente ao Poder Judiciário, ainda carece o órgão
de realizar melhorias quanto ao acesso à informação que deve ser
disponibilizada ao cidadão.
O CNJ como órgão regulador deve primar pela exposição de suas ações,
vez que a Lei de Acesso à Informação pontuada e utilizada para extração de
dados nesta pesquisa apresenta uma verdadeira mudança de paradigma em
matéria de transparência, inovação esta que se coaduna com as características
principais que devem nortear uma agência reguladora.
Disto surgiu a importância de também mensurar os dados que são obtidos
perante as informações extraídas do CNJ diante das pesquisas nacionais e
específicas que por ele são realizadas.
Diante da amostragem apresentada na pesquisa, verificou-se que o CNJ
tem buscado a exposição diáfana de sua atuação, no entanto apenas
necessitando aprimorar a forma como as informações são apresentadas a quem
diretamente busca por elas através dos canais de contato direto com o órgão.
109

Assim, dadas estas digressões, concluindo-se que o CNJ se constitui


como uma agência reguladora de direito, há que se aperfeiçoar sua atuação
como órgão regulador de fato, razão pela qual foram propostos instrumentos de
aplicação de aprimoramento das práticas regulatórias.
Neste diapasão, muitas das ferramentas de regulação propostas nesta
pesquisa intentaram que, mediante a mudança de atuação da ação fiscalizatória
e normativa do CNJ, trazendo os órgãos regulados para a estruturação das
próprias normas a que terão que se submeter, possa ser construído um órgão
de execução de suas competências constitucionais.
Portanto, mister se faz que o CNJ, além de delimitar a atuação
administrativa do Poder Judiciário diante da regulamentação de atividades
legalmente previstas, passe a enxergar a si próprio como órgão de regulação,
para que assim se utilize das ferramentas e prerrogativas destinadas às agências
reguladoras no intuito de aprimorar sua atuação e consequentemente da
atividade jurisdicional no Brasil.
110

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125

Anexo I - Resoluções do CNJ e sua classificação*


* Data de 15/1/2021

Controle e 364 12/01/2021 Vigente Dispõe sobre a instituição da Unidade de


regulação Monitoramento e Fiscalização de decisões
e deliberações da Corte Interamericana
de Direitos Humanos no âmbito do
Conselho Nacional de Justiça.
Controle e 363 12/01/2021 Vigente Estabelece medidas para o processo de
regulação adequação à Lei Geral de Proteção de
Dados Pessoais a serem adotadas pelos
tribunais.
Controle e 362 17/12/2020 Vigente Institui o Protocolo de Investigação para
regulação Ilícitos Cibernéticos no âmbito do Poder
Judiciário (PGCC/ PJ).
Controle e 361 17/12/2020 Vigente Determina a adoção de Protocolo de
regulação Prevenção a Incidentes Cibernéticos no
âmbito do Poder Judiciário (PPICiber/PJ).
Controle e 360 17/12/2020 Vigente Determina a adoção do Protocolo de
regulação Gerenciamento de Crises Cibernéticas no
âmbito do Poder Judiciário (PGCC/PJ).
Controle e 359 15/12/2020 Vigente Institui o Comitê Nacional dos Juizados
regulação Especiais.
Controle e 358 02/12/2020 Vigente Regulamenta a criação de soluções
regulação tecnológicas para a resolução de conflitos
pelo Poder Judiciário por meio da
conciliação e mediação.
Controle e 357 26/11/2020 Vigente Dispõe sobre a realização de audiências
regulação de custódia por videoconferência quando
não for possível a realização, em 24
horas, de forma presencial.
Controle e 356 27/11/2020 Vigente Dispõe sobre a alienação antecipada de
regulação bens apreendidos em procedimentos
criminais e dá outras providências.
Assuntos 355 23/11/2020 Vigente Altera a Resolução CNJ nº 231/2016.
diversos
Controle e 354 19/11/2020 Vigente Dispõe sobre o cumprimento digital de ato
regulação processual e de ordem judicial e dá outras
providências.
Assuntos50 353 16/11/2020 Vigente Altera a Resolução CNJ nº 71/2009, que
diversos dispõe sobre o regime de plantão
judiciário em primeiro e segundo graus de
jurisdição.
Assuntos 352 05/11/2020 Vigente Altera a Resolução CNJ nº 342/2020, que
diversos institui o Banco Nacional de Medidas
Protetivas de Urgência – BNMPU.

50
As resoluções que apenas alteram a resolução original são classificadas como “assuntos diversos” tendo
em vista a resolução primária já ter sido classificada de acordo com sua matéria.
126

Controle e 351 28/10/2020 Vigente Institui, no âmbito do Poder Judiciário, a


regulação Política de Prevenção e Enfrentamento do
Assédio Moral, do Assédio Sexual e da
Discriminação.
Controle e 350 27/10/2020 Vigente Estabelece diretrizes e procedimentos
regulação sobre a cooperação judiciária nacional
entre os órgãos do Poder Judiciário e
outras instituições e entidades, e dá
outras providências.
Controle e 349 23/10/2020 Vigente Dispõe sobre a criação do Centro de
regulação Inteligência do Poder Judiciário e dá
outras providências.
Controle e 348 13/10/2020 Vigente Estabelece diretrizes e procedimentos a
regulação serem observados pelo Poder Judiciário,
no âmbito criminal, com relação ao
tratamento da população lésbica, gay,
bissexual, transexual, travesti ou intersexo
que seja custodiada, acusada, ré,
condenada, privada deliberdade, em
cumprimento de alternativas penais ou
monitorada eletronicamente.
Controle e 347 13/10/2020 Vigente Dispõe sobre a Política de Governança
regulação das Contratações Públicas no Poder
Judiciário.
Controle e 346 08/10/2020 Vigente Dispõe sobre o prazo para cumprimento,
regulação por oficiais de justiça, de mandados
referentes a medidas protetivas de
urgência, bem como sobre a forma de
comunicação à vítima dos atos
processuais relativos ao agressor,
especialmente dos pertinentes ao
ingresso e à saída da prisão (art. 21 da
Lei nº 11.340/2006).
Controle e 345 09/10/2020 Vigente Dispõe sobre o “Juízo 100% Digital” e dá
regulação outras providências.
Controle e 344 09/09/2020 Vigente Regulamenta o exercício do poder de
regulação polícia administrativa no âmbito dos
tribunais, dispondo sobre as atribuições
funcionais dos agentes e inspetores da
polícia judicial.
Assuntos 343 09/09/2020 Vigente Institui condições especiais de trabalho
diversos para magistrados(as) e servidores(as)
com deficiência, necessidades especiais
ou doença grave ou que sejam pais ou
responsáveis por dependentes nessa
mesma condição e dá outras
providências.
Controle e 342 09/09/2020 Alterado Institui e regulamenta o Banco Nacional
regulação de Medidas Protetivas de Urgência –
BNMPU, nos termos do parágrafo único
do artigo 38-A da Lei nº 11.340/2006, com
redação dada pela Lei nº 13.827/2019.
127

Assuntos 341 07/10/2020 Vigente Determina aos tribunais brasileiros a


diversos disponibilização de salas para
depoimentos em audiências por sistema
de videoconferência, a fim de evitar o
contágio pela Covid-19.
Assuntos 340 08/09/2020 Vigente Altera a Resolução CNJ nº 88/2009, que
diversos dispõe sobre a jornada de trabalho no
âmbito do Poder Judiciário, o
preenchimento de cargos em comissão e
o limite de servidores requisitados.
Controle e 339 08/09/2020 Vigente Dispõe sobre a criação e funcionamento
regulação do Comitê Executivo Nacional dos
Núcleos de Ações Coletivas – NAC, dos
Núcleos de Ações Coletivas – NACs e dos
cadastros de ações coletivas do Superior
Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior
do Trabalho, dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais do
Trabalho, dos Tribunais de Justiça
estaduais e do Distrito Federal e dos
Territórios.
Assuntos 338 07/10/2020 Vigente Altera a Resolução CNJ nº 207/2015, que
diversos institui a Política de Atenção Integral à
Saúde de Magistrados e Servidores do
Poder Judiciário.
Controle e 337 29/09/2020 Vigente Dispõe sobre a utilização de sistemas de
Regulação videoconferência no Poder Judiciário.
Controle e 336 29/09/2020 Vigente Dispõe sobre a promoção de cotas raciais
regulação nos programas de estágio dos órgãos do
Poder Judiciário nacional.
Controle e 335 29/09/2020 Vigente Institui política pública para a governança
regulação e a gestão de processo judicial eletrônico.
Integra os tribunais do país com a criação
da Plataforma Digital do Poder Judiciário
Brasileiro – PDPJ-Br. Mantém o sistema
PJe como sistema de Processo Eletrônico
prioritário do Conselho Nacional de
Justiça.
Controle e 334 21/09/2020 Vigente Institui o Comitê Consultivo de Dados
regulação Abertos e Proteção de Dados no âmbito
do Poder Judiciário.
Assuntos 333 21/09/2020 Vigente Determina a inclusão de campo/espaço
diversos denominado Estatística na página
principal dos sítios eletrônicos dos órgãos
do Poder Judiciário indicados nos incisos
I-A a IV, VI e VII do art. 92 da Constituição
Federal e dá outras providências.
Controle e 332 21/08/2020 Vigente Dispõe sobre a ética, a transparência e a
regulação governança na produção e no uso de
Inteligência Artificial no Poder Judiciário e
dá outras providências
128

Controle e 331 20/08/2020 Vigente Institui a Base Nacional de Dados do


regulação Poder Judiciário – DataJud como fonte
primária de dados do Sistema de
Estatística do Poder Judiciário – SIESPJ
para os tribunais indicados nos incisos II a
VII do art. 92 da Constituição Federal.
Controle e 330 26/08/2020 Vigente Regulamenta e estabelece critérios para a
regulação realização de audiências e outros atos
processuais por videoconferência, em
processos de apuração de atos
infracionais e de execução de medidas
socioeducativas, durante o estado de
calamidade pública, reconhecido pelo
Decreto Federal nº 06/2020, em razão da
pandemia mundial por Covid-19.
Controle e 329 30/07/2020 Alterado Regulamenta e estabelece critérios para a
regulação realização de audiências e outros atos
processuais por videoconferência, em
processos penais e de execução penal,
durante o estado de calamidade pública,
reconhecido pelo Decreto Federal nº
06/2020, em razão da pandemia mundial
por Covid-19.
Assuntos 328 08/07/2020 Vigente Altera a Resolução CNJ nº 59/2008, para
diversos tornar automática a alimentação do
Sistema Nacional de Controle de
Interceptação –SNCI, a partir da Base
Nacional de dados Processuais do Poder
Judiciário – DataJud.
Controle e 327 08/07/2020 Vigente Disciplina a requisição de precatórios em
regulação face da Fazenda Pública Federal pelos
tribunais de justiça, bem como o envio de
informações aos órgãos públicos federais
responsáveis pelo processamento e
pagamento.
Controle e 326 26/06/2020 Vigente Dispõe sobre alterações formais nos
regulação textos das Resoluções do Conselho
Nacional de Justiça.
Controle e 325 29/06/2020 Vigente Dispõe sobre a Estratégia Nacional do
regulação Poder Judiciário 2021-2026 e dá outras
providências.
Controle e 324 30/06/2020 Vigente Institui diretrizes e normas de Gestão de
regulação Memória e de Gestão Documental e
dispõe sobre o Programa Nacional de
Gestão Documental e Memória do Poder
Judiciário – Proname.
Assuntos 323 07/07/2020 Vigente Altera a Resolução CNJ nº 135/2011, que
diversos dispõe sobre a uniformização de normas
relativas ao procedimento administrativo
disciplinar aplicável aos magistrados,
acerca do rito e das penalidades, e dá
outras providências.
129

Controle e 322 01/06/2020 Vigente Estabelece, no âmbito do Poder


regulação Judiciário, medidas para retomada dos
serviços presenciais, observadas as
ações necessárias para prevenção de
contágio pelo novo Coronavírus – Covid-
19, e dá outras providências.
Assuntos 321 15/05/2020 Vigente Dispõe sobre a concessão de licença-
diversos paternidade, licença à gestante e de
licença à adotante para magistrados e
servidores do Poder Judiciário brasileiro.
Assuntos 320 15/05/2020 Vigente Alterar a Resolução CNJ nº 185/2013, que
diversos institui o Sistema Processo Judicial
Eletrônico – PJe como sistema de
processamento de informações e prática
de atos processuais e estabelece os
parâmetros para sua implementação e
funcionamento.
Assuntos 319 15/05/2020 Vigente Confere nova redação ao artigo 10 da
diversos Resolução CNJ nº 306/2019, que
estabelece diretrizes e parâmetros para a
emissão de documentação civil e para a
identificação civil biométricadas pessoas
privadas de liberdade.
Assuntos 318 07/05/2020 Alterado Prorroga, no âmbito do Poder Judiciário,
diversos em parte, o regime instituído pelas
Resoluções nº 313, de 19 de março de
2020, e nº 314, de 20 de abril de 2020, e
dá outras providências
Assuntos 317 30/04/2020 Vigente Dispõe sobre a realização de perícias em
diversos meios eletrônicos ou virtuais em ações em
que se discutem benefícios
previdenciários por incapacidade ou
assistenciais, enquanto durarem os
efeitos da crise ocasionada pela
pandemia do novo Coronavírus, e dá
outras providências.
Assuntos 316 22/04/2020 Vigente Institui o Dia da Memória do Poder
diversos Judiciário e dá outras providências.
Cumprimento 315 22/04/2020 Vigente Dispõe sobre a padronização do conjunto
dos deveres de identificação de magistrado do Poder
funcionais Judiciário.
dos juízes
Assuntos 314 20/04/2020 Alterado Prorroga, no âmbito do Poder Judiciário,
diversos em parte, o regime instituído pela
Resolução nº 313, de 19 de março de
2020, modifica as regras de suspensão de
prazos processuais e dá outras
providências.
Assuntos 313 19/03/2020 Alterado Estabelece, no âmbito do Poder
diversos Judiciário, regime de Plantão
Extraordinário, para uniformizar o
funcionamento dos serviços judiciários,
130

com o objetivo de prevenir o contágio pelo


novo Coronavírus – Covid-19, e garantir o
acesso à justiça neste período
emergencial.
Assuntos 312 19/03/2020 Vigente Altera o Regimento Interno do Conselho
diversos Nacional de Justiça para acrescentar o
art. 118-B, que amplia as hipóteses de
julgamento por meio eletrônico.
Assuntos 311 19/03/2020 Vigente Altera a Resolução CNJ nº 139, de 16 de
diversos agosto de 2011, que dispõe sobre a
transferência de magistrados para órgãos
jurisdicionais fracionários nos tribunais.
Assuntos 310 20/03/2020 Vigente Altera as Resoluções CNJ nº 44, de 20 de
diversos novembro de 2007, e nº 59, de 9 de
setembro de 2008, para atribuir a gestão
dos bancos de dados do Cadastro
Nacional de Condenados por Ato de
Improbidade Administrativa e por Ato que
Implique Inelegibilidade –CNCIAI e do
Sistema Nacional de Controle de
Interceptação – SNCI ao Comitê Gestor
dos Cadastros Nacionais – CGCN.
Controle e 309 11/03/2020 Vigente Aprova as Diretrizes Técnicas das
regulação Atividades de Auditoria Interna
Governamental do Poder Judiciário –
DIRAUD-Jud e dá outras providências.
Controle e 308 11/03/2020 Vigente Organiza as atividades de auditoria
regulação interna do Poder Judiciário, sob a forma
de sistema, e cria a Comissão
Permanente de Auditoria.
Controle e 307 17/12/2019 Vigente Institui a Política de Atenção a Pessoas
regulação Egressas do Sistema Prisional no âmbito
do Poder Judiciário, prevendo os
procedimentos, as diretrizes, o modelo
institucional e a metodologia de trabalho
para sua implementação.
Controle e 306 17/12/2019 Alterado Estabelece diretrizes e parâmetros para a
regulação emissão de documentação civil e para a
identificação civil biométrica das pessoas
privadas de liberdade.
Controle e 305 17/12/2019 Vigente Estabelece os parâmetros para o uso das
regulação redes sociais pelos membros do Poder
Judiciário.
Assuntos 304 17/12/2019 Vigente Confere nova redação aos artigos 3º, 9º,
diversos 12 e 13 da Resolução CNJ nº 280, de 9
de abril de 2019, que estabelece diretrizes
e parâmetros para o processamento da
execução penal nos tribunais brasileiros
por intermédio do Sistema Eletrônico de
Execução Unificado – SEEU e dispõe
sobre sua governança.
131

Controle e 303 18/12/2019 Alterado Dispõe sobre a gestão dos precatórios e


regulação respectivos procedimentos operacionais
no âmbito do Poder Judiciário.
Assuntos 302 29/11/2019 Vigente Altera dispositivos da Resolução CNJ nº
diversos 228/2016, de 22 de junho de 2016
(Convenção da Apostila).
Assuntos 301 29/11/2019 Vigente Altera a Resolução CNJ nº 169/2013, que
diversos dispõe sobre a retenção de provisões de
encargos trabalhistas, previdenciários e
outros a serem pagos às empresas
contratadas para prestar serviços, com
mão de obra residente nas dependências
de unidades jurisdicionadas ao Conselho
Nacional de Justiça.
Assuntos 300 29/11/2019 Vigente Acrescenta os artigos 28-A e 28-B à
diversos Resolução CNJ no 225, de 31 de maio de
2016, a qual dispõe sobre a Política
Nacional de Justiça Restaurativa no
âmbito do Poder Judiciário e dá outras
providências.
Controle e 299 05/11/2019 Vigente Dispõe sobre o sistema de garantia de
regulação direitos da criança e do adolescente
vítima ou testemunha de violência, de que
trata a Lei nº 13.431, de 4 de abril de
2017.
Assuntos 298 22/10/2019 Vigente Altera a Resolução nº 227/2016, de 14 de
diversos junho de 2016, que regulamenta o
teletrabalho no âmbito do Poder
Judiciário.
Assuntos 297 30/10/2019 Vigente Revoga o art. 5º-B da Resolução CNJ nº
diversos 194, de 26 de maio de 2014.
Controle e 296 19/09/2019 Vigente Cria e revoga Comissões Permanentes no
regulação âmbito do Conselho Nacional de Justiça.
Controle e 295 13/09/2019 Vigente Dispõe sobre autorização de viagem
regulação nacional para crianças e adolescentes.
Assuntos 294 18/12/2019 Vigente Regulamenta o programa de assistência à
diversos saúde suplementar para magistrados e
servidores do Poder Judiciário.
Cumprimento 293 27/08/2019 Vigente Dispõe sobre as férias da magistratura
dos deveres nacional.
funcionais
dos juízes
Controle e 292 23/08/2019 Vigente Dispõe sobre a prestação de serviço
regulação voluntário nos órgãos do Poder Judiciário.
Controle e 291 23/08/2019 Vigente Consolida as Resoluções do Conselho
regulação Nacional de Justiça sobre a Política e o
Sistema Nacional de Segurança do Poder
Judiciário e dá outras providências.
Assuntos 290 13/08/2019 Vigente Altera a Resolução nº 125, de 29 de
diversos novembro de 2010, para estabelecer
critério de aferição da produtividade
132

decorrente da atuação dos Centros


Judiciários de Solução de Conflitos e
Cidadania – CEJUSCs.
Controle e 289 14/08/2019 Vigente Dispõe sobre a implantação e
regulação funcionamento do Sistema Nacional de
Adoção e Acolhimento – SNA e dá outras
providências.
Controle e 288 25/06/2019 Vigente Define a política institucional do Poder
regulação Judiciário para a promoção da aplicação
de alternativas penais, com enfoque
restaurativo, em substituição à privação
de liberdade.
Controle e 287 25/06/2019 Vigente Estabelece procedimentos ao tratamento
regulação das pessoas indígenas acusadas, rés,
condenadas ou privadas de liberdade, e
dá diretrizes para assegurar os direitos
dessa população no âmbito criminal do
Poder Judiciário.
Assuntos 286 25/06/2019 Vigente Altera a Resolução CNJ nº 235, de 13 de
diversos julho de 2016, que dispõe sobre a
padronização de procedimentos
administrativos decorrentes de
julgamentos de repercussão geral, de
casos repetitivos e de incidente de
assunção de competência previstos na Lei
nº 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil), no Superior
Tribunal de Justiça, no Tribunal Superior
Eleitoral, no Tribunal Superior do
Trabalho, no Superior Tribunal Militar, nos
Tribunais Regionais Federais, nos
Tribunais Regionais do Trabalho e nos
Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal, e dá outras providências.
285 03/06/2019 Revogado Dispõe sobre a padronização da Carteira
de Identidade de Magistrado do Poder
Judiciário.
Controle e 284 05/06/2019 Vigente Institui o Formulário Nacional de
regulação Avaliação de Risco para a prevenção e o
enfrentamento de crimes e demais atos
praticados no contexto de violência
doméstica e familiar contra a mulher.
Assuntos 283 28/08/2019 Vigente Altera a Resolução CNJ nº 194/2014 e dá
diversos outras providências.
Assuntos 282 29/03/2019 Vigente Altera a Resolução CNJ nº 219, de 26 de
diversos abril de 2016, que dispõe sobre a
distribuição de servidores, de cargos em
comissão e de funções de confiança nos
órgãos do Poder Judiciário de primeiro e
segundo graus e dá outras providências.
Assuntos 281 09/04/2019 Vigente Altera a Resolução CNJ no 185, de 18 de
diversos dezembro de 2013, para instituir a opção
133

de assinatura de documentos e registro


do ato processual em meio eletrônico no
sistema do Processo Judicial Eletrônico –
PJe.
Controle e 280 09/04/2019 Alterado Estabelece diretrizes e parâmetros para o
regulação processamento da execução penal nos
tribunais brasileiros por intermédio do
Sistema Eletrônico de Execução Unificado
– SEEU e dispõe sobre sua governança.
279 26/03/2019 Revogado Dispõe sobre a concessão de licença-
paternidade e de adotante para
magistrados e servidores do Poder
Judiciário brasileiro.
Assuntos 278 26/03/2019 Vigente Acresce § 4 ao art. 5o da Resolução no
diversos 194, de 26 de maio de 2014, que institui a
Política Nacional de Atenção Prioritária ao
Primeiro Grau de Jurisdição e dá outras
providências.
275 18/12/2018 Revogado Altera a Resolução CNJ nº 176, de 10 de
junho de 2013, que instituiu o Sistema
Nacional de Segurança Pública do Poder
Judiciário.
Assuntos 274 18/12/2018 Vigente Regulamenta o pagamento do auxílio-
diversos moradia no Poder Judiciário Nacional.
Assuntos 273 18/12/2018 Vigente Altera a Resolução CNJ nº 215, de 16 de
diversos dezembro de 2015, que dispõe, no âmbito
do Poder Judiciário, sobre o acesso à
informação e a aplicação da Lei nº
12.527, de 18 de novembro de 2011.
Controle e 272 18/12/2018 Vigente Institui codificação padronizada de
regulação rubricas e cria a Lista Unificada de
Rubricas de Pagamento dos Magistrados.
Assuntos 271 11/12/2018 Vigente Fixa parâmetros de remuneração a ser
diversos paga aos conciliadores e mediadores
judiciais, nos termos do disposto no art.
169 do Código de Processo Civil – Lei nº
13.105/2015 – e no art. 13 da Lei de
Mediação – Lei nº 13.140/2015.
Controle e 270 11/12/2018 Vigente Dispõe sobre o uso do nome social pelas
regulação pessoas trans, travestis e transexuais
usuárias dos serviços judiciários,
membros, servidores, estagiários e
trabalhadores terceirizados dos tribunais
brasileiros.
Controle e 269 21/10/2018 Vigente Institui regras sobre a gerência de dados
regulação pessoais de candidatos a cargos públicos,
mediante concurso público, do Poder
Judiciário.
Assuntos 268 21/11/2018 Vigente Dá nova redação ao § 2º do art. 1º da
diversos Resolução CNJ nº 213, de 15 de
dezembro de 2015, que dispõe sobre a
134

apresentação de toda pessoa presa à


autoridade judicial no prazo de 24 horas.
Assuntos 267 21/11/2018 Vigente Dá nova redação ao art. 4º da Resolução
diversos CNJ nº 195, de 3 de junho 2014, que
dispõe sobre a distribuição de orçamento
nos órgãos do Poder Judiciário de
primeiro e segundo graus.
Assuntos 266 07/11/2018 Vigente Altera dispositivos da Resolução CNJ n.
diversos 231, de 28 de junho de 2016, que institui o
Fórum Nacional da Infância e da
Juventude – FONINJ.
Assuntos 265 09/10/2018 Alterado Altera dispositivos da Resolução CNJ n.
diversos 215, de 16 de dezembro de 2015.
Assuntos 264 09/10/2018 Vigente Altera e revoga dispositivos da Resolução
diversos CNJ no 209, de 10 de novembro de 2015.
Assuntos 263 09/10/2018 Vigente Revoga, altera e inclui dispositivos na
diversos Resolução CNJ no 67, de 03 de março de
2009.
Assuntos 262 09/10/2018 Vigente Altera dispositivos da Resolução CNJ no
diversos 72, de 31 de março de 2009.
Controle e 261 11/09/2018 Vigente Cria e institui a Política e o Sistema de
regulação Solução Digital da Dívida Ativa,
estabelece diretrizes para a criação de
Grupo de Trabalho Interinstitucional e dá
outras providências.
Controle e 260 11/09/2018 Alterado Altera a Resolução CNJ n. 215, de 16 de
regulação dezembro de 2015, e institui o ranking da
transparência do Poder Judiciário.
Assuntos 259 11/09/2018 Vigente Altera a Resolução CNJ n. 195, de 3 de
diversos junho de 2014, que dispõe sobre a
distribuição de orçamento nos órgãos do
Poder Judiciário de primeiro e segundo
graus e dá outras providências.
Assuntos 258 11/09/2018 Vigente Altera a Resolução CNJ n. 240, de 9 de
diversos setembro de 2016, que dispõe sobre a
Política Nacional de Gestão de Pessoas
no âmbito do Poder Judiciário e dá outras
providências.
Controle e 257 11/09/2018 Vigente Dispõe sobre a aplicação da Convenção
regulação de Haia sobre os aspectos civis do
sequestro internacional de menores
(1980).
256 11/09/2018 Revogado Dispõe sobre a prorrogação da licença-
paternidade no Poder Judiciário.
Controle e 255 04/09/2018 Vigente Institui a Política Nacional de Incentivo à
regulação Participação Institucional Feminina no
Poder Judiciário.
Controle e 254 04/09/2018 Vigente Institui a Política Judiciária Nacional de
regulação enfrentamento à violência contra as
Mulheres pelo Poder Judiciário e dá
outras providências.
135

Controle e 253 04/09/2018 Vigente Define a política institucional do Poder


regulação Judiciário de atenção e apoio às vítimas
de crimes e atos infracionais.
Controle e 252 04/09/2018 Vigente Estabelece princípios e diretrizes para o
regulação acompanhamento das mulheres mães e
gestantes privadas de liberdade e dá
outras providências.
Controle e 251 04/09/2018 Alterado Institui e regulamenta o Banco Nacional
regulação de Monitoramento de Prisões – BNMP
2.0, para o registro de mandados de
prisão e de outros documentos, nos
termos do art. 289-A do CPP,
acrescentado pela Lei n. 12.403, de 4 de
maio de 2011, e dá outras providências.
Assuntos 250 31/08/2018 Vigente Revoga a Resolução CNJ n. 82/2009, que
diversos regulamenta as declarações de suspeição
por foro íntimo.
Assuntos 249 31/08/2018 Vigente Altera o Anexo I da Resolução n. 201, de
diversos 3 de março de 2015.
Assuntos 248 24/05/2018 Vigente Altera dispositivos da Resolução CNJ n.
diversos 169, de 31 de janeiro de 2013.
Assuntos 247 15/05/2018 Vigente Revoga o art. 20 da Resolução n 228, de
diversos 22 de junho de 2016.
Assuntos 246 08/05/2018 Vigente Acrescenta o parágrafo único ao art. 7º e
diversos altera o § 3º do art. 15 e o art. 19 da
Resolução CNJ n. 192/2014.
Assuntos 245 12/09/2016 Vigente Revoga o inciso III do § 4º do art. 6º e
diversos altera a redação do §1º do art. 18, ambos
da Resolução CNJ 185/2013.
Assuntos 244 12/09/2016 Vigente Dispõe sobre a regulamentação do
diversos expediente forense no período natalino e
da suspensão dos prazos processuais, e
dá outras providências.
Assuntos 243 09/09/2016 Vigente Altera a Resolução CNJ 219/2016, que
diversos dispõe sobre a distribuição de servidores,
de cargos em comissão e de funções de
confiança nos órgãos do Poder Judiciário
de primeiro e segundo graus e dá outras
providências.
242 09/09/2016 Revogado Revoga o inciso III do § 4º do art. 6º da
Resolução CNJ 185/2013.
241 09/09/2016 Revogado Dispõe sobre a regulamentação do
expediente forense no período natalino e
da suspensão dos prazos processuais, e
dá outras providências.
Controle e 240 09/09/2016 Alterado Dispõe sobre a Política Nacional de
regulação Gestão de Pessoas no âmbito do Poder
Judiciário.
239 06/09/2016 Revogado Dispõe sobre a Política Nacional de
Segurança do Poder Judiciário.
136

238 06/09/2016 Alterado Dispõe sobre a criação e manutenção,


Controle e pelos Tribunais de Justiça e Regionais
regulação Federais de Comitês Estaduais da Saúde,
bem como a especialização de vara em
comarcas com mais de uma vara de
fazenda Pública.
Assuntos 237 23/08/2016 Vigente Altera o art. 1º da Resolução CNJ
diversos 113/2010.
Controle e 236 13/07/2016 Vigente Regulamenta, no âmbito do Poder
regulação Judiciário, procedimentos relativos à
alienação judicial por meio eletrônico, na
forma preconizada pelo art. 882, § 1º, do
novo Código de Processo Civil (Lei
13.105/2015).
Controle e 235 13/07/2016 Alterado Dispõe sobre a padronização de
regulação procedimentos administrativos
decorrentes de julgamentos de
repercussão geral, de casos repetitivos e
de incidente de assunção de competência
previstos na Lei 13.105, de 16 de março
de 2015 (Código de Processo Civil), no
Superior Tribunal de Justiça, no Tribunal
Superior Eleitoral, no Tribunal Superior do
Trabalho, no Superior Tribunal Militar, nos
Tribunais Regionais Federais, nos
Tribunais Regionais do Trabalho e nos
Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal, e dá outras providências.
Controle e 234 13/07/2016 Vigente Institui o Diário de Justiça Eletrônico
regulação Nacional (DJEN), a Plataforma de
Comunicações Processuais (Domicílio
Eletrônico) e a Plataforma de Editais do
Poder Judiciário, para os efeitos da Lei
13.105, de 16 de março de 2015 e dá
outras providências.
Assuntos 233 13/07/2016 Vigente Dispõe sobre a criação de cadastro de
diversos profissionais e órgãos técnicos ou
científicos no âmbito da Justiça de
primeiro e segundo graus.
Assuntos 232 13/07/2016 Alterado Fixa os valores dos honorários a serem
diversos pagos aos peritos, no âmbito da Justiça
de primeiro e segundo graus, nos termos
do disposto no art. 95, § 3º, II, do Código
de Processo Civil – Lei 13.105/2015.
Assuntos 231 28/06/2016 Alterado Institui o Fórum Nacional da Infância e da
diversos Juventude (FONINJ).
Controle e 230 22/06/2016 Vigente Orienta a adequação das atividades dos
regulação órgãos do Poder Judiciário e de seus
serviços auxiliares às determinações
exaradas pela Convenção Internacional
sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo e
pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
137

com Deficiência por meio – entre outras


medidas – da convolação em resolução a
Recomendação CNJ 27, de 16/12/2009,
bem como da instituição de Comissões
Permanentes de Acessibilidade e
Inclusão.
Assuntos 229 22/06/2016 Vigente Altera e acrescenta dispositivos na
diversos Resolução CNJ 7, de 18 de outubro de
2005, para contemplar expressamente
outras hipóteses de nepotismo nas
contratações públicas.
Controle e 228 22/06/2016 Alterado Regulamenta a aplicação, no âmbito do
regulação Poder Judiciário,da Convenção sobre a
Eliminação da Exigência de Legalização
de Documentos Públicos Estrangeiros,
celebrada na Haia, em 5 de outubro de
1961 (Convenção da Apostila).
Controle e 227 15/06/2016 Alterado Regulamenta o teletrabalho no âmbito do
regulação Poder Judiciário e dá outras providências.
Assuntos 226 14/06/2016 Vigente Altera dispositivos da Resolução CNJ 34,
diversos de 24 de abril de 2007.
Controle e 225 31/05/2016 Alterado Dispõe sobre a Política Nacional de
regulação Justiça Restaurativa no âmbito do Poder
Judiciário e dá outras providências.
Controle e 224 31/05/2016 Vigente Dispõe sobre o recolhimento do valor
regulação arbitrado judicialmente a título de fiança
criminal na ausência de expediente
bancário e dá outras providências.
Controle e 223 27/05/2016 Revogado Institui o Sistema Eletrônico de Execução
regulação parcialmente Unificado (SEEU) como sistema de
processamento de informações e prática
de atos processuais relativos à execução
penal e dá outras providências.
Assuntos 222 13/05/2016 Vigente Altera o art. 1º da Resolução CNJ
diversos 105/2010 e dá outras providências.
Controle e 221 10/05/2016 Alterado Institui princípios de gestão participativa e
regulação democrática na elaboração das metas
nacionais do Poder Judiciário e das
políticas judiciárias do Conselho Nacional
de Justiça.
Assuntos 220 26/04/2016 Vigente Altera dispositivos da Resolução CNJ n.
diversos 35, de 24 de abril de 2007, para
contemplar expressamente a hipótese de
o cônjuge virago se encontrar em estado
gravídico.
Assuntos 219 26/04/2016 Alterado Dispõe sobre a distribuição de servidores,
diversos de cargos em comissão e de funções de
confiança nos órgãos do Poder Judiciário
de primeiro e segundo graus e dá outras
providências.
138

218 08/04/2016 Revogado Altera dispositivos da Resolução CNJ 176,


de 10 de junho de 2013, e dá outras
providências.
Assuntos 217 16/02/2016 Vigente Altera e acrescenta dispositivos na
diversos Resolução 59, de 9 de setembro de 2008.
Cumprimento 216 02/02/2016 Vigente Dispõe sobre a eficácia e o alcance das
dos deveres Resoluções e determinações expedidas
funcionais pelo Conselho Nacional de Justiça e trata
dos juízes da competência da Corregedoria Nacional
de Justiça no tocante à Justiça Eleitoral.
Controle e 215 16/12/2015 Alterado Dispõe, no âmbito do Poder Judiciário,
regulação sobre o acesso à informação e a
aplicação da Lei 12.527, de 18 de
novembro de 2011.
Controle e 214 15/12/2015 Vigente Dispõe sobre a organização e o
regulação funcionamento dos Grupos de
Monitoramento e Fiscalização (GMF) nos
Tribunais de Justiça dos Estados, do
Distrito Federal dos Territórios e nos
Tribunais Regionais Federais.
Controle e 213 15/12/2015 Alterado Dispõe sobre a apresentação de toda
regulação pessoa presa à autoridade judicial no
prazo de 24 horas.
Controle e 212 15/12/2015 Alterado Institui o Fórum Nacional do Poder
regulação Judiciário para Monitoramento e
Efetividade das Demandas Relacionadas
à Exploração do Trabalho em Condições
Análogas à de Escravo e ao Tráfico de
Pessoas (FONTET), com o objetivo de
elaborar estudos e propor medidas para o
aperfeiçoamento do sistema judicial
quanto ao tema.
Controle e 211 15/12/2015 Vigente Institui a Estratégia Nacional de
regulação Tecnologia da Informação e Comunicação
do Poder Judiciário (ENTIC-JUD).
Assuntos 210 15/12/2015 Vigente Dispõe sobre procedimentos de
diversos transferência de bens do Conselho
Nacional de Justiça, em atendimento ao
projeto "Modernização da Infraestrutura
da Tecnologia da Informação no Poder
Judiciário".
Cumprimento 209 10/11/2015 Alterado Dispõe sobre a convocação de
dos deveres magistrados para auxílio no âmbito do
funcionais Conselho Nacional de Justiça, dos
dos juízes tribunais estaduais, regionais, militares e
superiores e adota outras providências.
Assuntos 208 10/11/2015 Vigente Altera a Resolução 75, de 12 de maio de
diversos 2009.
Assuntos 207 15/10/2015 Alterado Institui Política de Atenção Integral à
diversos Saúde de Magistrados e Servidores do
Poder Judiciário.
139

Assuntos 206 21/09/2015 Vigente Altera a redação do parágrafo único do


diversos art. 1º da Resolução 154, de 13 de julho
de 2012, que disciplina a política
institucional do Poder Judiciário na
utilização dos recursos oriundos da
aplicação da pena de prestação
pecuniária.
Assuntos 205 26/08/2015 Vigente Acrescenta dispositivo na Resolução 158,
diversos que instituiu o Fórum Nacional de
Precatórios.
Assuntos 204 26/08/2015 Vigente Revoga os §§ 4º e 5º do artigo 12 da
diversos Resolução CNJ 198, de 1º de julho de
2014.
Controle e 203 23/06/2015 Vigente Dispõe sobre a reserva aos negros, no
regulação âmbito do Poder Judiciário, de 20% (vinte
por cento) das vagas oferecidas nos
concursos públicos para provimento de
cargos efetivos e de ingresso na
magistratura.
Controle e 202 27/10/2015 Vigente Regulamenta o prazo para a devolução
regulação dos pedidos de vista nos processos
jurisdicionais e administrativos no âmbito
do Poder Judiciário.
Controle e 201 03/03/2015 Alterado Dispõe sobre a criação e competências
regulação das unidades ou núcleos socioambientais
nos órgãos e conselhos do Poder
Judiciário e implantação do respectivo
Plano de Logística Sustentável (PLS-PJ).
Cumprimento 200 03/03/2015 Vigente Disciplina causa de impedimento de
dos deveres magistrado prevista no art. 134, IV, do
funcionais Código de Processo Civil.
dos juízes
198 01/07/2014 Revogado Dispõe sobre o Planejamento e a Gestão
Estratégica no âmbito do Poder Judiciário
e dá outras providências.
197 16/06/2014 Revogado Institui o Fórum Nacional do Poder
Judiciário para monitoramento e
efetividade das demandas relacionadas
ao tráfico de pessoas (FONATRAPE),
com objetivo de elaborar estudos e propor
medidas para o aperfeiçoamento do
sistema judicial quanto ao tema.
Assuntos 196 05/06/2014 Vigente Altera a Resolução CNJ n. 153/2012, que
diversos estabelece procedimentos para garantir o
recebimento antecipado de despesas de
diligências dos oficiais de justiça.
Controle e 195 03/06/2014 Alterado Dispõe sobre a distribuição de orçamento
regulação nos órgãos do Poder Judiciário de
primeiro e segundo graus e dá outras
providências.
140

Assuntos 194 26/05/2014 Alterado Institui Política Nacional de Atenção


diversos Prioritária ao Primeiro Grau de Jurisdição
e dá outras providências.
193 08/05/2014 Revogado Dispõe sobre a padronização da Carteira
de Identidade de Magistrado do Poder
Judiciário.
Controle e 192 08/05/2014 Alterado Dispõe sobre a Política Nacional de
regulação Formação e Aperfeiçoamento dos
Servidores do Poder Judiciário.
Assuntos 191 25/04/2014 Vigente Altera a Resolução CNJ n. 165/2012, que
diversos dispõe sobre normas gerais para o
atendimento, pelo Poder Judiciário, ao
adolescente em conflito com a lei no
âmbito da internação provisória e do
cumprimento das medidas
socioeducativas.
190 01/04/2014 Revogado Altera dispositivos da Resolução CNJ n.
54, de 29 de abril de 2008, que dispõe
sobre a implantação do Cadastro Nacional
de Adoção, para possibilitar a inclusão
dos pretendentes estrangeiros habilitados
nos tribunais e dá outras providências.
189 11/03/2014 Revogado Altera dispositivos da Resolução CNJ nº
176, de 10 de junho de 2013.
Assuntos 188 28/02/2014 Vigente Altera dispositivos da Resolução CNJ n.º
diversos 77, de 26 de maio de 2009, que dispõe
sobre a inspeção nos estabelecimentos e
entidades de atendimento ao adolescente
e sobre a implantação do cadastro
nacional de adolescentes.
Assuntos 187 24/02/2014 Vigente Altera dispositivos da Resolução CNJ n.
diversos 81, de 9 de junho de 2009.
Assuntos 186 18/02/2014 Vigente Altera dispositivo da Resolução CNJ n.
diversos 156, de 8 de agosto de 2012.
Controle e 185 18/12/2013 Alterado Institui o Sistema Processo Judicial
regulação Eletrônico - PJe como sistema de
processamento de informações e prática
de atos processuais e estabelece os
parâmetros para sua implementação e
funcionamento.
Controle e 184 06/12/2013 Vigente Dispõe sobre os critérios para criação de
regulação cargos, funções e unidades judiciárias no
âmbito do Poder Judiciário.
Assuntos 183 24/10/2013 Vigente Altera dispositivos da Resolução CNJ nº
diversos 169, de 31 de janeiro de 2013.
Controle e 182 17/10/2013 Alterado Dispõe sobre diretrizes para as
regulação contratações de Solução de Tecnologia
da Informação e Comunicação pelos
órgãos submetidos ao controle
administrativo e financeiro do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
141

Assuntos 181 17/10/2013 Alterado Altera a redação do § 1º do art. 2º da


diversos Resolução nº 7, de 18 de outubro de
2005.
Controle e 180 03/10/2013 Vigente Acrescenta informações ao processo de
regulação execução penal e à guia de recolhimento
quando houver, por força de detração
deferida pelo juiz do processo de
conhecimento, possibilidade de fixação de
regime prisional mais benéfico ao
condenado por sentença penal, nos
termos da Lei n.12.736, de 3 de dezembro
de 2012.
Assuntos 179 03/10/2013 Vigente Altera a redação do art. 12 da Resolução
diversos nº 35, de 24 de abril de 2007, que
disciplina a aplicação da Lei nº
11.441/2007 pelos serviços notariais e de
registro.
Assuntos 178 08/08/2013 Vigente Revoga a Resolução nº 126, de 22 de
diversos fevereiro de 2011.
Assuntos 177 06/08/2013 Vigente Altera o percentual destacado como limite
diversos para as despesas com pessoal e
encargos sociais do Conselho Nacional de
Justiça.
176 10/06/2013 Revogado Institui o Sistema Nacional de Segurança
do Poder Judiciário e dá outras
providências.
Controle e 175 14/05/2013 Vigente Dispõe sobre a habilitação, celebração de
regulação casamento civil, ou de conversão de união
estável em casamento, entre pessoas de
mesmo sexo.
Controle e 174 12/04/2013 Vigente Dispõe sobre a atividade de juiz leigo no
regulação Sistema dos Juizados Especiais dos
Estados e do Distrito Federal.
Assuntos 173 08/04/2013 Vigente Altera a redação da Resolução nº 156, de
diversos 8 de agosto de 2012, que proíbe a
designação para função de confiança ou a
nomeação para cargo em comissão de
pessoa que tenha praticado os atos que
especifica, tipificados como causa de
inelegibilidade prevista na legislação
eleitoral, e dá outras providências.
172 08/03/2013 Revogado Altera a redação da Resolução nº 44, de
20 de novembro de 2007, que dispõe
sobre a criação do Cadastro Nacional de
Condenados por ato de Improbidade
Administrativa no âmbito do Poder
Judiciário Nacional.
171 01/03/2013 Revogado Dispõe sobre as normas técnicas de
auditoria, inspeção administrativa e
fiscalização nas unidades jurisdicionais
vinculadas ao Conselho Nacional de
Justiça (Processo CNJ nº 349.544).
142

Assuntos 170 26/02/2013 Vigente Regulamenta a participação de


diversos magistrados em congressos, seminários,
simpósios, encontros jurídicos e culturais
e eventos similares.
Assuntos 169 31/01/2013 Alterado Dispõe sobre a retenção de provisões de
diversos encargos trabalhistas, previdenciários e
outros a serem pagos às empresas
contratadas para prestar serviços, com
mão de obra residente nas dependências
de unidades jurisdicionadas ao Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Assuntos 168 10/01/2013 Vigente Revoga a Resolução nº 39, de 14 de
diversos agosto de 2007.
Assuntos 167 07/01/2013 Vigente Revoga a Resolução nº 40, de 14 de
diversos agosto de 2007, que dispõe sobre os
procedimentos de reconhecimento de
união estável no âmbito do Conselho
Nacional de Justiça.
Assuntos 166 19/12/2012 Vigente Dispõe sobre o critério de tempo no cargo
diversos para efeito de aposentadoria de
magistrado.
Controle e 165 16/11/2012 Alterado Dispõe sobre normas gerais para o
regulação atendimento, pelo Poder Judiciário, ao
adolescente em conflito com a lei no
âmbito na internação provisória e do
cumprimento das medidas
socioeducativas.
164 14/11/2012 Revogado Institui o Fórum Nacional de Coordenação
das Ações do Poder Judiciário em relação
aos Preparativos da Copa das
Confederações FIFA 2013 e da Copa do
Mundo FIFA 2014.
Controle e 163 13/11/2012 Vigente Cria o Fórum Nacional do Poder Judiciário
Regulação e Liberdade de Imprensa.
Controle e 162 13/11/2012 Vigente Dispõe sobre a comunicação de prisão
regulação estrangeiro à missão diplomática de seu
respectivo Estado de origem.
161 05/09/2012 Sem efeito
160 19/10/2012 Revogado Dispõe sobre a organização do Núcleo de
Repercussão Geral e Recursos
Repetitivos no Superior Tribunal de
Justiça, Tribunal Superior do Trabalho,
Tribunal Superior Eleitoral, Superior
Tribunal Militar, Tribunais de Justiça dos
Estados e do Distrito Federal e nos
Tribunais Regionais Federais, e dá outras
providências.
Controle e 159 12/11/2012 Vigente Dispõe sobre as diretrizes administrativas
regulação e financeiras para a formação de
magistrados e servidores do Poder
Judiciário.
143

Controle e 158 22/08/2012 Vigente Institui o Fórum Nacional de Precatórios –


regulação FONAPREC, com o objetivo de elaborar
estudos e propor medidas para o
aperfeiçoamento da gestão de
precatórios.
Assuntos 157 08/08/2012 Vigente Acrescenta o § 2º ao artigo 1º da
diversos Resolução nº 77, de 26 de maio de 2009.
Controle e 156 08/08/2012 Alterado Proíbe a designação para função de
regulação confiança ou a nomeação para cargo em
comissão de pessoa que tenha praticado
os atos que especifica, tipificados como
causa de inelegibilidade prevista na
legislação eleitoral, e dá outras
providências.
Assuntos 155 16/07/2012 Vigente Dispõe sobre traslado de certidões de
diversos registro civil de pessoas naturais emitidas
no exterior.
Controle e 154 13/07/2012 Alterado Define a política institucional do Poder
regulação Judiciário na utilização dos recursos
oriundos da aplicação da pena de
prestação pecuniária.
Assuntos 153 06/07/2012 Alterado Estabelece procedimentos para garantir o
diversos recebimento antecipado de despesas de
diligências dos oficiais de justiça.
Assuntos 152 06/07/2012 Vigente Altera a Resolução nº 71/2009, que
diversos dispõe sobre plantão judiciário, para
excepcionar a divulgação antecipada dos
nomes dos Juízes plantonistas.
Assuntos 151 05/07/2012 Revogado Altera a redação do inciso VI do artigo 3º
diversos parcialmente da Resolução nº 102, de 15 de dezembro
de 2009, do Conselho Nacional de
Justiça.
Assuntos 150 27/06/2012 Vigente Altera Resolução nº 139, de 16 de agosto
diversos de 2011, a qual dispõe sobre a
transferência de magistrados para órgãos
jurisdicionais fracionários no âmbito dos
tribunais.
Assuntos 149 08/06/2012 Vigente Altera a Resolução nº 72, de 31 de março
diversos de 2009, que dispõe sobre a convocação
de juízes de primeiro grau para
substituição e auxílio dos tribunais
estaduais e federais.
148 16/04/2012 Revogado Dispõe sobre a prestação de serviços
permanentes de segurança por policiais e
bombeiros militares no âmbito do Poder
Judiciário e dá outras previdências.
Controle e 147 07/03/2012 Vigente Determinar aos Tribunais Regionais do
Regulação Trabalho que a indicação do diretor de
secretaria das Varas do Trabalho, na
forma do art. 710 da Consolidação das
Leis do Trabalho, compete, de forma
discricionária, ao juiz titular,
144

preferencialmente entre bacharéis em


Direito, salvo impossibilidade de atender
ao requisito.
Controle e 146 06/03/2012 Vigente Dispõe sobre o instituto da redistribuição
regulação de cargos efetivos dos quadros de
pessoal dos órgãos do Poder Judiciário da
União.
145 02/03/2012 Revogado Acrescenta e altera dispositivos da
Resolução nº 115 do CNJ, que dispõe
sobre a Gestão de Precatórios no âmbito
do Poder Judiciário.
Assuntos 144 23/01/2012 Vigente Altera a redação do § 4º do artigo 5º da
diversos Resolução nº 72/2009 do Conselho
Nacional de Justiça.
Assuntos 143 30/11/2011 Vigente Altera a redação do art. 4º, § 1º, da
diversos Resolução CNJ no 121, de 5 de outubro
de 2010.
Assuntos 142 28/10/2011 Vigente Redefine a coordenação dos trabalhos
diversos desenvolvidos pela extinta Comissão
Permanente de Relacionamento
Institucional e Comunicação.
Assuntos 141 30/09/2011 Vigente Revoga a Resolução nº 38, de 14 de
diversos agosto de 2007, que regulamenta a
assistência à saúde na forma de auxílio.
Controle e 140 26/09/2011 Vigente Proíbe a atribuição de nomes de pessoas
regulação vivas aos bens públicos sob a
administração do Poder Judiciário.
Controle e 139 16/08/2011 Alterado Dispõe sobre a transferência de
Regulação magistrados para órgãos jurisdicionais
fracionários no âmbito dos tribunais.
Controle e 138 21/07/2011 Alterado Institucionaliza, no âmbito do Conselho
regulação Nacional de Justiça, o Fórum Nacional
das Ações Coletivas de caráter
permanente.
137 13/07/2011 Revogado Regulamenta o banco de dados de
mandados de prisão, nos termos do art.
289-A do CPP, acrescentado pela Lei nº
12.403, de 4 de maio de 2011, e dá outras
providências.
136 13/07/2011 Revogado Altera a Resolução nº 90, de 29 de
setembro de 2009.
Cumprimento 135 13/07/2011 Alterado Dispõe sobre a uniformização de normas
dos deveres relativas ao procedimento administrativo
funcionais disciplinar aplicável aos magistrados,
dos acerca do rito e das penalidades, e dá
magistrados outras providências.
Controle e 134 21/06/2011 Vigente Dispõe sobre o depósito judicial de armas
regulação de fogo e munições e a sua destinação.
Controle e 133 21/06/2011 Alterado Dispõe sobre a simetria constitucional
regulação entre Magistratura e Ministério Público e
equiparação de vantagens.
145

Assuntos 132 21/06/2011 Vigente Altera dispositivos dos arts. 5º, 7º, 25, 29
diversos e 31 da Resolução nº 114 do Conselho
Nacional de Justiça.
Controle e 131 26/05/2011 Vigente Dispõe sobre a concessão de autorização
regulação de viagem para o exterior de crianças e
adolescentes brasileiros, e revoga a
Resolução nº 74/2009 do CNJ.
130 28/04/2011 Revogado Acrescenta os §§ 3º e 4º ao art. 1º da
Resolução nº 88, de 8 de setembro de
2009.
Assuntos 129 17/03/2011 Vigente Extinção do Prêmio Nacional de
diversos Estatísticas Judiciárias.
Controle e 128 17/03/2011 Alterado Determina a criação de Coordenadorias
regulação Estaduais das Mulheres em Situação de
Violência Doméstica e Familiar no âmbito
dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal.
Controle e 127 15/03/2011 Alterado Dispõe sobre o pagamento de honorários
regulação de perito, tradutor e intérprete, em casos
de beneficiários da justiça gratuita, no
âmbito da Justiça de primeiro e segundo
graus.
126 22/02/2011 Revogado Dispõe sobre o Plano Nacional de
Capacitação Judicial de magistrados e
servidores do Poder Judiciário.
Controle e 125 29/11/2010 Alterado Dispõe sobre a Política Judiciária
regulação Nacional de tratamento adequado dos
conflitos de interesses no âmbito do Poder
Judiciário e dá outras providências.
124 17/11/2010 Revogado Altera redação do art. 1° da Resolução nº
104, de 6 de abril de 2010, que dispõe
sobre medidas administrativas para a
segurança e a criação de Fundo Nacional
de Segurança.
123 09/11/2010 Revogado Acrescenta e altera dispositivos da
Resolução nº 115 do CNJ, que dispõe
sobre a Gestão de Precatórios no âmbito
do Poder Judiciário.
Assuntos 122 26/10/2010 Vigente Altera dispositivos da Resolução nº 81, de
diversos 9 de junho de 2009, que dispõe sobre os
concursos públicos de provas e títulos,
para a outorga das Delegações de Notas
e de Registro, e minuta de edital.
Controle e 121 05/10/2010 Alterado Dispõe sobre a divulgação de dados
regulação processuais eletrônicos na rede mundial
de computadores, expedição de certidões
judiciais e dá outras providências.
Assuntos 120 30/09/2010 Vigente Altera dispositivos da Resolução nº 35, de
diversos 24 de abril de 2007, que disciplina a
aplicação da Lei nº 11.441/07 pelos
serviços notariais e de registro.
146

Assuntos 119 28/09/2010 Vigente Dispõe sobre a revogação da Resolução


diversos nº 48, de 16 de dezembro de 2007,
alterada pelo Ato Normativo 0007097-
66.2009.2.00.0000, julgado na 96ª Sessão
Ordinária, em 16 de dezembro de 2009.
Assuntos 118 03/08/2010 Vigente Altera dispositivos da Resolução nº 75, de
diversos 12 de maio de 2009, que dispõe sobre os
concursos públicos para ingresso na
carreira da magistratura em todos os
ramos do Poder Judiciário nacional.
Assuntos 117 03/08/2010 Vigente Suspende, até a implantação do processo
diversos eletrônico, a vigência do art. 2º A da
Resolução nº 66, de 06 de abril de 2010,
que instituiu o Cadastro Nacional de
Prisões Cautelares e Internações
Provisórias.
Assuntos 116 03/08/2010 Vigente Revoga o § 2º do art. 2º e altera a
diversos redação do art. 4º da Resolução nº 113,
de 20 de abril de 2010, que estabelece o
processamento dos incidentes de
execução em autos apenso ao processo
de execução penal, tornando-o facultativo.
115 29/06/2010 Revogado Dispõe sobre a Gestão de Precatórios no
âmbito do Poder Judiciário.
Controle e 114 20/04/2010 Alterado Dispõe sobre: I - O planejamento, a
regulação execução e o monitoramento de obras no
poder judiciário; II - Os parâmetros e
orientações para precificação, elaboração
de editais, composição de BDI , critérios
mínimos para habilitação técnica e
cláusulas essenciais nos novos contratos
de reforma ou construção de imóveis no
Poder Judiciário. III - A referência de
áreas a serem utilizadas quando da
elaboração de novos projetos de reforma
ou construção de imóveis no Poder
Judiciário; IV - A premiação dos melhores
projetos de novas obras no âmbito do
Poder Judiciário.
Controle e 113 20/04/2010 Alterado Dispõe sobre o procedimento relativo à
regulação execução de pena privativa de liberdade e
de medida de segurança, e dá outras
providências.
Controle e 112 06/04/2010 Vigente Institui mecanismo para controle dos
regulação prazos de prescrição nos tribunais e
juízos dotados de competência criminal.
Assuntos 111 06/04/2010 Alterado Institui o Centro de Formação e
diversos Aperfeiçoamento de Servidores do Poder
Judiciário - CEAJud e dá outras
providências.
Controle e 110 06/04/2010 Alterado Institucionaliza, no âmbito do Conselho
regulação Nacional de Justiça, o Fórum de Assuntos
147

Fundiários, de caráter nacional e


permanente, destinado ao monitoramento
dos assuntos pertinentes a essa matéria e
à resolução de conflitos oriundos de
questões fundiárias, agrárias ou urbanas.
109 06/04/2010 Suspenso Institui a Medalha Joaquim Nabuco de
Direitos Humanos e dá outras
providências.
Controle e 108 06/04/2010 Vigente Dispõe sobre o cumprimento de alvarás
regulação de soltura e sobre a movimentação de
presos do sistema carcerário, e dá outras
providências.
Controle e 107 06/04/2010 Alterado Institui o Fórum Nacional do Judiciário
regulação para monitoramento e resolução das
demandas de assistência à saúde.
Cumprimento 106 06/04/2010 Vigente Dispõe sobre os critérios objetivos para
dos deveres aferição do merecimento para promoção
funcionais de magistrados e acesso aos Tribunais de
dos 2º grau.
magistrados
Controle e 105 06/04/2010 Alterado Dispõe sobre a documentação dos
regulação depoimentos por meio do sistema
audiovisual e realização de interrogatório
e inquirição de testemunhas por
videoconferência.
104 06/04/2010 Revogado Dispõe sobre medidas administrativas
para a segurança e a criação de Fundo
Nacional de Segurança, e dá outras
providências.
Controle e 103 24/02/2010 Alterado Dispõe sobre as atribuições da Ouvidoria
regulação do Conselho Nacional de Justiça,
determina a criação de ouvidorias no
âmbito dos Tribunais e dá outras
providências.
Controle e 102 15/12/2009 Alterado Dispõe sobre a regulamentação da
regulação publicação de informações alusivas à
gestão orçamentária e financeira, aos
quadros de pessoal e respectivas
estruturas remuneratórias dos tribunais e
conselhos.
101 15/12/2009 Revogado Define a política institucional do Poder
Judiciário na Execução das Penas e
Medidas Alternativas à Prisão.
Controle e 100 24/11/2009 Vigente Dispõe sobre a comunicação oficial, por
regulação meio eletrönico, no âmbito do Poder
Judiciário e dá outras providências.
99 24/11/2009 Revogado Institui o Planejamento Estratégico de
Tecnologia da Informação e Comunicação
no âmbito do Poder Judiciário.
Assuntos 98 10/11/2009 Alterado Dispõe as provisões de encargos
diversos trabalhistas a serem pagos pelos
148

Tribunais às empresas contratadas para


prestar serviços de forma contínua no
âmbito do Poder Judiciário.
Assuntos 97 27/10/2009 Vigente Acrescenta parágrafo ao artigo 3º da
diversos Resolução n. 32, de 10 de Abril de 2007,
que dispõe sobre as remoções a pedido e
permuta de magistrados de igual
entrância.
Controle e 96 27/10/2009 Alterado Dispõe sobre o Projeto Começar de Novo
regulação no âmbito do Poder Judiciário, institui o
Portal de Oportunidades e dá outras
providencias.
Controle e 95 29/10/2009 Alterado Dispõe sobre a transição dos cargos de
regulação direção nos Órgãos do Poder Judiciário.
Controle e 94 27/10/2009 Vigente Determina a criação de Coordenadorias
regulação da Infância e da Juventude no âmbito dos
Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal.
93 27/10/2009 Revogado Acrescenta e altera dispositivos à
Resolução Nº 54, de 29 de abril de 2008,
que dispõe sobre a implantação e
funcionamento do Cadastro Nacional de
Adoção e cria e dispõe sobre o Cadastro
Nacional de Crianças e Adolescentes
Acolhidos.
92 13/10/2009 Revogado Dispõe sobre a Gestão de Precatórios no
âmbito do Poder Judiciário e dá outras
previdências.
Controle e 91 29/09/2009 Vigente Institui o Modelo de Requisitos para
regulação Sistemas Informatizados de Gestão de
Processos e Documentos do Poder
Judiciário e disciplina a obrigatoriedade da
sua utilização no desenvolvimento e
manutenção de sistemas informatizados
para as atividades judiciárias e
administrativas no âmbito do Poder
Judiciário.
90 29/09/2009 Revogado Dispõe sobre os requisitos de nivelamento
de tecnologia da informação no âmbito do
Poder Judiciário.
89 16/09/2009 Sem efeito Institucionaliza os mutirões carcerários
como mecanismo de revisão periódica
das prisões provisórias e definitivas, das
medidas de segurança e das internações
de adolescentes.
Controle e 88 08/09/2009 Alterado Dispõe sobre a jornada de trabalho no
regulação âmbito do Poder Judiciário, o
preenchimento de cargos em comissão e
o limite de servidores requisitados.
Assuntos 87 15/09/2009 Vigente Dá nova redação e renumera artigos da
diversos Resolução nº 66, de 27 de janeiro de
2009, que cria mecanismo de controle
149

estatístico e disciplina o
acompanhamento, pelos juízes e
Tribunais, dos procedimentos
relacionados à decretação e ao controle
dos casos de prisão provisória.
86 08/09/2009 Revogado Dispõe sobre a organização e
funcionamento de unidades ou núcleos de
controle interno nos Tribunais,
disciplinando as diretrizes, os princípios,
conceitos e normas técnicas necessárias
à sua integração.
Controle e 85 08/09/2009 Alterado Dispõe sobre a Comunicação Social no
regulação âmbito do Poder Judiciário.
Assuntos 84 06/07/2009 Vigente Confere nova redação aos artigos 12, §
diversos único; 13, § 1º; 15, II; 17 e 18, caput, e
revoga os artigos 18, incisos I, II e
parágrafo único; 19, parágrafo único; e 21
da Resolução nº 59, de 09 de setembro
de 2008, que disciplina e uniformiza as
rotinas, visando ao aperfeiçoamento do
procedimento de interceptação de
comunicações telefônicas e de sistemas
de informática e telemática nos órgãos
jurisdicionais do Poder Judiciário, a que
se refere a Lei nº 9.296, de 24 de julho de
1996.
Controle e 83 10/06/2009 Vigente Dispõe sobre a aquisição, locação e uso
regulação de veículos no âmbito do Poder Judiciário
brasileiro e dá outras providências.
82 09/06/2009 Revogado Regulamenta as declarações de
suspeição por foro íntimo.
Controle e 81 09/06/2009 Alterado Dispõe sobre os concursos públicos de
regulação provas e títulos, para a outorga das
Delegações de Notas e de Registro, e
minuta de edital.
Assuntos 80 09/06/2009 Vigente Declara a vacância dos serviços notariais
diversos e de registro ocupados em desacordo
com as normas constitucionais pertinentes
à matéria, estabelecendo regras para a
preservação da ampla defesa dos
interessados, para o período de transição
e para a organização das vagas do
serviço de notas e registro que serão
submetidas a concurso público.
79 09/06/2009 Revogado Dispõe sobre a transparência na
divulgação das atividades do Poder
Judiciário brasileiro e dá outras
providências.
78 26/05/2009 Revogado Institui o Prêmio Nacional de Estatísticas
Judiciárias.
Controle e 77 26/05/2009 Alterado Dispõe sobre a inspeção nos
regulação estabelecimentos e entidades de
150

atendimento ao adolescente e sobre a


implantação do cadastro nacional de
adolescentes em conflito com a lei.
Controle e 76 12/05/2009 Alterado Dispõe sobre os princípios do Sistema de
regulação Estatística do Poder Judiciário, estabelece
seus indicadores, fixa prazos, determina
penalidades e dá outras providências.
Controle e 75 12/05/2009 Alterado Dispõe sobre os concursos públicos para
regulação ingresso na carreira da magistratura em
todos os ramos do Poder Judiciário
nacional.
74 28/04/2009 Revogado Dispõe sobre a concessão de autorização
de viagem para o exterior de crianças e
adolescentes.
Assuntos 73 28/04/2009 Alterado Dispõe sobre a concessão e pagamento
diversos de diárias no âmbito do Poder Judiciário.
Assuntos 72 31/03/2009 Alterado Dispõe sobre a convocação de juízes de
diversos primeiro grau para substituição e auxilio
no âmbito dos Tribunais estaduais e
federais.
Controle e 71 31/03/2009 Alterado Dispõe sobre regime de plantão judiciário
regulação em primeiro e segundo graus de
jurisdição.
70 18/03/2009 Revogado Dispõe sobre o Planejamento e a Gestão
Estratégica no âmbito do Poder Judiciário
e dá outras providências.
Controle e 69 31/03/2009 Alterado Dispõe sobre a implementação do
regulação Conselho Consultivo do Departamento de
Pesquisas Judiciárias - DPJ.
68 03/03/2009 Revogado Estabelece procedimentos e prazos para
encaminhamento, ao Conselho Nacional
de Justiça, das propostas orçamentárias e
das solicitações de alterações
orçamentárias pelos órgãos do Poder
Judiciário da União e pelo Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios.
Controle e 67 03/03/2009 Alterado Aprova o Regimento Interno do Conselho
regulação Nacional de Justiça e dá outras
providências.
Controle e 66 27/01/2009 Alterado Cria mecanismo de controle estatístico e
regulação disciplina o acompanhamento, pelos
juízes e Tribunais, dos procedimentos
relacionados à decretação e ao controle
dos casos de prisão provisória.
Controle e 65 16/12/2008 Alterado Dispõe sobre a uniformização do número
regulação dos processos nos órgãos do Poder
Judiciário e dá outras providências.
Assuntos 64 16/12/2008 Vigente Dispõe sobre o afastamento de
diversos magistrados para fins de aperfeiçoamento
profissional, a que se refere o artigo 73,
151

inciso I, da Lei Complementar n.º 35, de


14 de março de 1979 (Lei Orgânica da
Magistratura Nacional).
Controle e 63 16/12/2008 Vigente Institui o Sistema Nacional de Bens
regulação Apreendidos - SNBA e dá outras
providências.
Controle e 62 10/02/2009 Alterado Disciplina, no âmbito do Poder Judiciário,
regulação os procedimentos relativos ao
cadastramento e à estruturação de
serviços de assistência jurídica voluntária.
Controle e 61 07/10/2008 Vigente Disciplina o procedimento de
regulação cadastramento de conta única para efeito
de constrição de valores em dinheiro por
intermédio do Convênio BACENJUD e dá
outras providências.
Cumprimento 60 19/09/2008 Vigente Institui o Código de Ética da Magistratura
dos deveres Nacional.
funcionais
dos juízes
Controle e 59 09/09/2008 Alterado Disciplina e uniformiza as rotinas visando
Regulação ao aperfeiçoamento do procedimento de
interceptação de comunicações
telefônicas e de sistemas de informática e
telemática nos órgãos jurisdicionais do
Poder Judiciário, a que se refere a Lei nº
9.296, de 24 de julho de 1996.
Controle e 58 12/08/2008 Vigente Dispõe sobre a exigência, como requisito
regulação para provimento do cargo de Escrivão
Judicial, da conclusão de curso superior,
preferencialmente em Direito.
57 24/06/2008 Revogado Altera o artigo 1º da Resolução nº 19, de
29 de agosto de 2006, que dispõe sobre a
execução penal provisória.
56 28/05/2008 Revogado Altera o artigo 1º da Resolução nº. 19, de
29 de agosto de 2006, que dispõe sobre a
execução penal provisória.
55 13/05/2008 Revogado Altera o inciso II do artigo 1º da Resolução
nº 51, que dispõe sobre a concessão de
autorização de viagem para o exterior de
crianças e adolescentes.
54 29/04/2008 Revogado Dispõe sobre a implantação e
funcionamento do Cadastro Nacional de
Adoção.
53 11/04/2008 Revogado Estabelece procedimentos e prazos para
encaminhamento, ao Conselho Nacional
de Justiça, das propostas orçamentárias
para o ano de 2009, e de solicitações de
alterações orçamentárias autorizadas pela
Lei de Diretrizes Orçamentárias no
exercício de 2008 pelos Órgãos do Poder
152

Judiciário da União e pelo Tribunal de


Justiça do Distrito Federal e Territórios.
52 08/04/2008 Revogado Regulamenta a atribuição de nomes de
pessoas vivas aos bens públicos sob a
administração do Poder Judiciário
nacional.
51 25/03/2008 Revogado Dispõe sobre a concessão de autorização
de viagem para o exterior de crianças e
adolescentes.
50 25/03/2008 Revogado Altera os artigos 2º, 4º, 5º e 7º, da
Resolução nº 44, que dispõe sobre a
criação do Cadastro Nacional dos
Condenados por ato de Improbidade
Administrativa no âmbito do Poder
Judiciário Nacional.
Controle e 49 18/12/2007 Alterado Dispõe sobre a organização de Núcleo de
regulação Estatística e Gestão Estratégica nos
órgãos do Poder Judiciário relacionados
no Art. 92 incisos II ao VII da Constituição
da República Federativa do Brasil.
48 18/12/2007 Revogado Dispõe sobre a exigência, como requisito
para provimento do cargo de Oficial de
Justiça, da conclusão de curso superior,
preferencialmente em Direito.
Controle e 47 18/12/2007 Alterado Dispõe sobre a inspeção nos
regulação estabelecimentos penais pelos juízes de
execução criminal.
Assuntos 46 18/12/2007 Alterado Cria as Tabelas Processuais Unificadas
diversos do Poder Judiciário e dá outras
providências.
Controle e 45 17/12/2007 Vigente Dispõe sobre a padronização dos
regulação endereços eletrônicos dos órgãos do
Poder Judiciário.
Controle e 44 20/11/2007 Alterado Dispõe sobre a criação do Cadastro
regulação Nacional de Condenados por ato de
Improbidade Administrativa no âmbito do
Poder Judiciário Nacional.
43 09/10/2007 Revogado Estabelece, no âmbito do Poder Judiciário
da União e do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios, limites para
empenho de despesas com diárias,
passagens e locomoção no exercício de
2007.
Assuntos 42 11/09/2007 Vigente Dá nova redação ao art. 6º da Resolução
diversos nº 13, de 21 de março de 2006; revoga a
letra k do art. 2º da Resolução nº 14, de
21 de março de 2006, e acrescenta ao
referido artigo um parágrafo único.
Controle e 41 11/09/2007 Vigente Dispõe sobre a utilização do domínio
regulação primário ".jus.br" pelos órgãos do Poder
Judiciário.
153

40 14/08/2007 Revogado Dispõe sobre os procedimentos de


reconhecimento de união estável no
âmbito do Conselho Nacional de Justiça.
39 14/08/2007 Revogado Dispõe sobre o instituto da dependência
econômica no âmbito do Conselho
Nacional de Justiça.
38 14/08/2007 Revogado Regulamenta a assistência à saúde na
forma de auxílio.
Controle e 37 06/06/2007 Vigente Dispõe sobre a obrigatoriedade de os
regulação Tribunais regulamentarem os casos
excepcionais de Juízes residirem fora das
respectivas comarcas.
36 24/04/2007 Revogado Define parâmetros mínimos a serem
observados na regulamentação da
prestação jurisdicional ininterrupta, por
meio de plantão permanente.
Controle e 35 24/04/2007 Alterado Disciplina a aplicação da Lei nº 11.441/07
regulação pelos serviços notariais e de registro.
Disciplina a lavratura dos atos notariais
relacionados a inventário, partilha,
separação consensual, divórcio
consensual e extinção consensual de
união estável por via administrativa.
(Redação dada pela Resolução nº 326, de
26.6.2020)
Controle e 34 24/04/2007 Alterado Dispõe sobre o exercício de atividades do
regulação magistério pelos integrantes da
magistratura nacional.
33 10/04/2007 Revogado Dispõe sobre a criação do Sistema
Integrado da População Carcerária no
âmbito do Poder Judiciário Nacional.
Controle e 32 10/04/2007 Alterado Dispõe sobre as remoções a pedido e
regulação permuta de magistrados de igual
entrância.
31 10/04/2007 Revogado Estabelece procedimentos e prazos para
encaminhamento, ao Conselho Nacional
de Justiça, das propostas orçamentárias
para o ano de 2008, e de solicitações de
alterações orçamentárias autorizadas pela
Lei de Diretrizes Orçamentárias no
exercício de 2007 pelos Órgãos do Poder
Judiciário da União e pelo Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios.
30 07/03/2007 Revogado Dispõe sobre a uniformização de normas
relativas ao procedimento administrativo
disciplinar aplicável aos magistrados.
29 27/02/2007 Revogado Dispõe sobre a regulamentação da
expedição anual de atestado de pena a
cumprir e dá outras providências.
Assuntos 28 18/12/2006 Vigente Revoga a Resolução nº 24, de 24 de
diversos outubro de 2006, que dispõe sobre a
154

revogação do disposto no art. 2º da


Resolução nº 3 do Conselho Nacional de
Justiça.
Assuntos 27 18/12/2006 Vigente Revoga a Resolução nº 25, de 14 de
diversos novembro de 2006, que dispõe sobre a
conversão em pecúnia de férias de
magistrados não gozadas por
necessidade de serviço, e a alínea “e” do
inciso I do art. 8º da Resolução nº 13, de
21 de março de 2006.
26 05/12/2006 Revogado Ficam estabelecidos novos limites de
despesas com pessoal e encargos sociais
para os órgãos do Poder Judiciário da
União.
25 14/11/2006 Revogado Dispõe sobre a conversão em pecúnia de
férias de magistrados não gozadas por
necessidade de serviço.
24 24/07/2006 Revogado Revoga o disposto no art. 2º da
Resolução nº 3 do Conselho Nacional de
Justiça.
23 10/10/2006 Revogado Dispõe sobre a conversão em pecúnia de
férias de magistrados não gozadas por
necessidade de serviço.
Assuntos 22 26/09/2006 Vigente Regulamenta o pagamento de retribuição
diversos pecuniária aos juízes auxiliares do
Conselho Nacional de Justiça.
21 29/08/2006 Revogado Dá nova redação ao parágrafo 1º do
artigo 2º da Resolução nº 7.
Controle e 20 29/08/2006 Vigente Disciplina a contratação, por delegados
regulação extrajudiciais, de cônjuge, companheiro e
parente, na linha reta e na colateral, até
terceiro grau, de magistrado incumbido da
corregedoria do respectivo serviço de
notas ou de registro.
19 29/08/2006 Revogado Dispõe sobre a execução penal provisória.
18 08/08/2006 Revogado Dispõe sobre a utilização do serviço
móvel pessoal do Conselho Nacional de
Justiça.
17 19/06/2006 Revogado Define parâmetros a serem observados
na escolha de Magistrados para
substituição dos membros dos Tribunais.
Controle e 16 30/05/2006 Alterado Estabelece critérios para a composição e
regulação eleição do Órgão Especial dos Tribunais e
dá outras providências.
15 20/04/2006 Revogado Dispõe sobre a regulamentação do
Sistema de Estatísticas do Poder
Judiciário, fixa prazos e dá outras
providências.
Controle e 14 21/03/2006 Alterado Dispõe sobre a aplicação do teto
regulação remuneratório constitucional para os
servidores do Poder Judiciário e para a
155

magistratura dos Estados que não adotam


o subsídio.
Cumprimento 13 21/03/2006 Alterado Dispõe sobre a aplicação do teto
dos deveres remuneratório constitucional e do subsídio
funcionais mensal dos membros da magistratura.
dos juízes
Assuntos 12 14/02/2006 Vigente Cria o Banco de Soluções do Poder
diversos Judiciário e dá outras providências.
11 31/01/2006 Revogado Regulamenta o critério de atividade
jurídica para a inscrição em concurso
público de ingresso na carreira da
magistratura nacional e dá outras
providências.
Cumprimento 10 19/12/2005 Vigente Veda o exercício pelos membros do Poder
dos deveres Judiciário de funções nos Tribunais de
funcionais Justiça Desportiva e Comissões
dos juízes Disciplinares.
Assuntos 9 06/12/2005 Vigente Dá nova redação ao art. 3º da Resolução
diversos nº 7, de 18 de outubro de 2005.
8 29/11/2005 Revogado Dispõe sobre a regulamentação do
expediente forense no período natalino e
dá outras providências.
Controle e 7 18/10/2005 Alterado Disciplina o exercício de cargos,
regulação empregos e funções por parentes,
cônjuges e companheiros de magistrados
e de servidores investidos em cargos de
direção e assessoramento, no âmbito dos
órgãos do Poder Judiciário e dá outras
providências.
6 13/09/2005 Revogado Dispõe sobre a aferição do merecimento
para promoção de magistrados e acesso
aos Tribunais de 2º grau.
5 16/08/2005 Revogado Estabelece limites de despesa com
pessoal e encargos sociais para os
órgãos do Poder Judiciário da União.
4 16/08/2005 Revogado Cria o Sistema de Estatística do Poder
Judiciário e dá outras providências.
Controle e 3 16/08/2005 Vigente Dispõe sobre as férias coletivas nos
regulação Juízos e Tribunais de 2º Grau e dá outras
providências.
2 16/08/2005 Revogado Aprova o Regimento Interno do Conselho
Nacional de Justiça e dá outras
providências.
Controle e 1 29/06/2005 Alterado Dispõe sobre as atividades de apoio ao
regulação Conselho Nacional de Justiça e dá outras
providências.
156

Anexo II – E-mails ao CNJ citados na pesquisa


157
158

Anexo III - Andamento do ato normativo


159

Anexo IV – Resolução nº 200/CNJ

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