Gestão Da Mudança Organizacional Na Educação

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 12

Emmanuel J.R.

Manuel

Gestão da Mudança Organizacional na Educação: Uma Revisão Bibliográfica

Mestrando: Emmanuel José Raimundo Manuel Docente: Octávio José Zimbico, Ph.D

Universidade São Tomás de Moçambique


Maputo – 2022

1
Emmanuel J.R. Manuel

Gestão da Mudança Organizacional na Educação: Uma Revisão Bibliográfica

Ensaio a ser apresentado à Escola de Pós-Graduação,


no módulo Tópicos Avançados em Planificação e
Práticas de Gestão Escolar, para efeitos de avaliação.

Universidade São Tomás de Moçambique


Maputo – 2022

2
Sumário

Introdução..................................................................................................................................................4
Metodologia de Pesquisa.......................................................................................................................4
Gestão da Mudança Organizacional na Educação..................................................................................5
Conceptualização de Organização........................................................................................................5
Mudança Organizacional......................................................................................................................6
Mudança Organizacional na Educação...............................................................................................7
Tecnologias de Informação e Comunicação.........................................................................................8
Considerações Finais...............................................................................................................................10
Referências Bibliográficas.......................................................................................................................11

3
Introdução

O presente ensaio tem como tema: "Gestão da Mudança Organizacional na Educação: Uma
Revisão Bibliográfica". A nossa proposta para este trabalho foi realizar uma revisão
bibliográfica sobre o tema, dado que o nosso objetivo geral, no presente ensaio, é analisar o
processo de Gestão da mudança organizacional na educação. E os nossos objetivos específicos
foram os seguintes: apresentar os diversos conceitos sobre organização e mudança
organizacional; analisar a mudança organizacional na esfera da educação; e, por último,
descrever a importância das tecnologias de informação e comunicação na gestão da mudança
organizacional na educação.

No que se refere a estrutura do trabalho, este está organizado em quatro subcapítulos. No


primeiro subcapítulo apresentamos as definições do conceito de organização segundo vários
autores. No segundo subcapítulo apresentamos aquelas que são algumas das definições de
mudança organizacional. No terceiro subcapítulo analisamos a mudança organizacional na esfera
educacional, no quarto subcapitulo descrevemos a importância das tecnologias da informação e
comunicação no processo de gestão da mudança organizacional na educação. Seguido dos
subcapítulos, deixamos as nossas considerações finais sobre o ensaio e finalizamos o mesmo
com as referências bibliográficas.

Metodologia de Pesquisa

Nesta secção apresentamos as opções metodológicas com as quais operacionalizamos o nosso


ensaio. Toda pesquisa científica é regida por um conjunto de métodos e técnicas pelos quais se
procede a uma investigação. Método é um conjunto de regras úteis para a investigação, é um
procedimento cuidadosamente elaborado, visando provocar respostas na natureza e na sociedade,
e, paulatinamente, descobrir sua lógica e leis (Calderón como citado por Lakatos, 2003, p. 317).
Para realização deste ensaio, empregamos a abordagem qualitativa, pois pretendíamos analisar o
processo de gestão da mudança organizacional compreendendo que gestão organizacional e
realizada por indivíduos, dotados de pensamentos, motivações, cultura ne objetivos na
organização. Interessa-nos compreender como os indivíduos gerem as mudanças
organizacionais. Como técnica de recolha de dados, recorremos a pesquisa bibliográfica,

4
tentando estabelecer convergências sobre os demais autores sobre o processo de mudança
organizacional e gestão organizacional.

5
Gestão da Mudança Organizacional na Educação

Conceptualização de Organização

Nesta secção, procedemos a apresentação, definição e discussão sobre o conceito de organização,


promovendo um diálogo e posterior correlação entre os demais autores e suas respectivas
definições do conceito em discussão. O conceito de organização acarreta uma certa
complexidade quanto a sua definição e empregabilidade. Razão pela qual apresentamos o seu
conceito segundo alguns autores previamente selecionados.

Duas ou mais pessoas trabalhando juntas e de modo estruturado para alcançar um objetivo
específico ou um conjunto de objetivos compõem uma organização (Stoner & Freeman, 1985, p.
4 quando citado por Schultz, 2016 p. 17). Ora, a conceptualização de Stoner e Freeman (1985)
compreende, mas não se limita a dimensão física do conceito, pois duas ou mais pessoas
presentes fisicamente num espaço geográfico não necessariamente abarcam uma organização.
Sendo, portanto imperioso que tais indivíduos estejam conectados a partir de um conjunto de
objetivos, sejam eles específicos e/ou gerais, e que os faça trabalhar em uníssono, rumo a
realização de tais objetivos.

Afirma que as organizações, de qualquer tipo, grandes ou pequenas, públicas ou privadas,


possuem algumas características em comum: são “entidades sociais”; são “orientadas por
metas”; são “projetadas como sistemas de atividade deliberadamente estruturadas e
coordenadas”; são “ligadas ao ambiente externo” (Daft, 2014, p. 12 quando citado por Schultz,
2016 p. 17).

Pois bem, nesta definição, substancialmente mais elaborada, está patente a dimensão externa da
organização, como um organismo regido por metas e objetivos, e que se comunica e opera em
simbiose com o seu envolvente externo. Tal como nenhum homem é uma ilha, nenhuma
organização é por si só um arquipélago. As organizações, por indução do meio externo, quer seja
por questões técnicas, burocráticas, culturais e sociopolíticas, precisam preservar esta ligação
entre outras organizações, grupos de interesses, entre outros.

6
Para Chiavenato (2009), organização é um sistema de atividades conscientemente coordenadas
de duas ou mais pessoas. A cooperação entre elas e essencial para a existência da organização,
uma organização somente existe quando; há pessoas capazes de se comunicarem e que estão
dispostas a participar e a contribuir com ação conjunta, a fim de alcançarem um objetivo comum,
são exemplos de organizações escolas e universidades.

Embora todas as definições até aqui apresentadas sejam válidas e tenham sua empregabilidade de
acordo com o contexto em que elas são mencionadas, de acordo com os nossos objetivos nesta
revisão bibliográfica, Chiavenato apresenta uma conceptualização mais abrangente, concreta e
melhor elaborada. Razão pela qual nos cingiremos nesta linha de pensamento ao longo do
trabalho.

Mudança Organizacional

Nesse contexto, apresentamos aquelas que são algumas das definições de mudança
organizacional. A sociedade é dinâmica, essa dinâmica independe dos indivíduos, mas abarca-os
a todos. No mundo pós-moderno, em que vivemos, esta dinâmica é cada vez mais abrangente e
coerciva. Nossas vidas são tão corridas, que nos tornámos cada vez mais competitivos, e, por
consequência, as organizações tornaram-se cada vez mais competitivas, inclusive as escolas e
universidades que procuram superar-se entre si, quer seja no aspecto financeiro (adesão de vários
novos ingressos, consequentemente mais propinas), como na esfera social (prestígio social a
nível local, regional, nacional e até internacional). Estas mudanças, quer queiramos quer não, são
gerais e exercem uma certa coerção social no sentido Durkheiniano da expressão.

Segundo Chiavenato (2009), o mundo atual caracteriza-se por um constante ambiente de


mudança, O ambiente geral que envolve as organizações e mutável e dinâmico, exigindo delas
uma elevada capacidade de adaptação como condição básica de sobrevivência. O
Desenvolvimento Organizacional é uma resposta as mudanças.

O mundo moderno caracteriza- se por mudanças rápidas, constantes e em explosiva progressão.


As mudanças cientificas, tecnológicas, econômicas, sociais, políticas etc., influenciam o

7
desenvolvimento e o êxito das organizações, sejam elas empresas industriais, de serviços,
organizações públicas, hospitais, bancos, universidades etc.

Estas mudanças ocorrem por conta de dois fatores. São eles: forças exógenas e forças
endógenas. As forças exógenas provêm do ambiente, como novas tecnologias, mudanças em
valores da sociedade e novas oportunidades ou limitações do ambiente (econômico, político,
legal e social). Essas forças externas criam a necessidade de mudança organizacional interna. As
forças endógenas criam necessidades de mudança estrutural e comportamental provem do
próprio interior da organização em virtude da interação de seus participantes e das tensões
provocadas por diferentes objetivos e interesses (Chiavenato, 2009, p. 423).

Mudança Organizacional na Educação

As escolas e universidades são organizações que não estão isentas da responsabilidade na gestão
da mudança. Como vimos na secção anterior, as escolas e universidades tornaram-se cada vez
mais competitivas, inclusive as universidades que procuram superar-se entre si, por motivos
financeiros ou sociais. Vale lembrar que, como referiu Chiavenato (2009), as mudanças também
podem ser de esfera tecnológica, política, cultural e ética. Nesta secção, propusemo-nos a
apresentar algumas perspectivas teóricas de como pode ser feita a gestão da mudança
organizacional na educação, prioritariamente nas escolas e universidades, que é onde o processo
de educação formalmente instituído empiricamente ocorre.

Sobre inovação e práticas de gestão participativa, João Belém "A mudança organizacional na
escola" afirma que (é de relevante importância a inserção das novas tecnologias no ambiente
escolar, no sentido propiciar o aumento da competitividade, através de soluções inovadoras na
gestão e no processo de ensino-aprendizagem com o objetivo de proporcionar um ensino de alto
nível aos nossos alunos. No entanto, como refere o mesmo, para que a mudança organizacional
da escola ocorra é preciso investir na transformação das atitudes dos profissionais de educação
da escola, com o objetivo de que os mesmos passem a encarar a inovação como um desafio e se
sintam estimulados pela motivação pessoal e, assim, se tornem capazes de ir além dos seus
próprios limites).

A escola e os seus profissionais devem cada vez mais investir em conhecimento e socializá-lo
para que a organização escolar aumente sua capacidade de criar e de inovar. Nesse sentido, o

8
gestor escolar deve atuar como líder, ou seja, formar pessoas que o acompanhem em suas tarefas
e prepará-las para serem abertas às transformações.

Assim, as práticas pedagógicas e administrativas dos profissionais da escola precisam ser


orientadas para estratégias participativas, como forma de garantir uma educação formal contínua
e de qualidade aos alunos.

Tecnologias de Informação e Comunicação

Nesta secção, pretendemos destacar o papel inalienável das tecnologias de informação e


comunicação no processo da gestão da mudança organizacional na educação. A era da
informação tive o seu início por volta de 1990. E a época que estamos vivendo atualmente. Sua
característica principal são as mudanças, que se tomaram rápidas, imprevistas, inesperadas
(Chiavenato, 2009, p. 11).

Sobre a imprevisibilidade na época em que vivemos, em meados do ano de 2019, a China


anuncia a descoberta de um novo vírus, potencialmente letal. Pegando o mundo inteiro
despreparado, devido a situação global epidemiológica que enfrentamos nos últimos três anos,
com a descoberta do vírus COVID-19, muitas organizações, inclusive escolas e universidades,
tiveram de reinventar-se, sob pena de encerrarem suas atividades e tornarem-se obsoletas. Dado
que o surgimento do conceito de TIC nunca, na história recente da humanidade, fez tanto sentido
do que agora.

Face a iminência desta pandemia, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e
do Crescente Vermelho (IFRC), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a
Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiram no dia 10 de Março de 2020 uma Diretriz com
novas orientações para ajudar a proteger as crianças e as escolas da transmissão do vírus
COVID-19. A diretriz fornece considerações críticas e listas de verificação práticas para manter
as escolas seguras. Também aconselha as autoridades nacionais e locais sobre como adaptar e
implementar planos de emergência para instalações educacionais.

No caso de encerramento de escolas, as orientações incluem recomendações para mitigar os


possíveis impactos negativos na aprendizagem e no bem-estar das crianças. Isso significa ter
planos consistentes para garantir a continuidade da aprendizagem, incluindo opções de ensino-

9
aprendizagem à distância, como estratégias de educação online e transmissões de rádio de
conteúdo académico, o e acesso a serviços essenciais para todas as crianças.

É inequivocamente um facto de que se constatou uma deficiente preparação, em termos


tecnológicos, na gestão da mudança provocada pela pandemia da COVID-19 no contexto
acadêmico em Moçambique. A pesquisa realizada por Teixeira, Goncalves & Jorge (2022, S/P)
sobre a educação remota no contexto da COVID-19 em Moçambique expõe de maneira clara o
pré-existente contexto sociopolítico e educacional moçambicano a quando do advento da
pandemia no país: "A pandemia da COVID 19 não pode ser responsabilizada pela crise
sociopolítica e educacional de Moçambique. Em nosso olhar, os problemas históricos existentes
foram expostos, evidenciados ou mesmo agravados." (Teixeira, Goncalves & Jorge, 2022, S/P)

No entanto, é de realçar que, apesar destas nuances, postos de trabalho também foram salvos
com a introdução das aulas por via de plataformas online. E os conteúdos programáticos e
analíticos foram compartilhados entre os demais intervenientes sem que seja necessária a
presença física para que esta troca de informações procedesse. Em outras palavras, o uso das
tecnologias de informação e comunicação contribuiu para que diversas organizações
continuassem vivas. Portanto, o ponto fulcral não seria uma análise valorativa sobre como
efetivamente as tecnologias de informação e comunicação foram empregues como ferramentas
de gestão da mudança organizacional, mas o seu potencial para deixar a educação mais
integrativa, célere e menos despreparada para eventualidades globais, nesta contemporaneidade
marcada cada vez mais por incertezas.

10
Considerações Finais

No presente ensaio, tínhamos o principal objectivo de compreender o processo de gestão da


mudança organizacional na esfera educacional, para isso, partimos do princípio que as mudanças
são constantes e infinitas, já que as sociedades são, por natureza dinâmica. As organizações,
como agrupamentos humanos, onde os seus membros são conectados a partir de objetivos em
comum e funções articuladas entre si para realização dessas metas, inseridos nas sociedades
também são susceptíveis a estas mudanças. Estas mudanças dependem em grande medida, de
fatores externos às organizações, embora também possam ser desencadeadas por fatores internos,
elas exercem poder de coerção e são gerais. Obviamente, nem todas as mudanças tem um
impacto positivo sob ponto de vista organizacional, no entanto, elas estimulam o
desenvolvimento organizacional. Trouxemos à tona, a discussão sobre a importância das
tecnologias de informação e comunicação no processo de mudança organizacional na esfera
acadêmica e constatamos que ela pode ser de extrema utilidade, reduzindo distâncias,
aumentando a eficiência dos processos organizacionais e aproximando pessoas sem necessidade
de presença física. Trouxemos como exemplo o caso de estudantes e professores que
continuaram com as aulas online. Percebemos o potencial das tecnologias de informação e
comunicação no processo de mudança organizacional e em como ela pode ser útil,
principalmente no contexto da COVID-19. Este ensaio, está inserido no contexto de avaliação no
módulo Tópicos Avançados em Planificação e Práticas de Gestão Escolar, mas esperamos que
possa servir de incentivo para realização de futuras pesquisas sobre gestão organizacional.

11
Referências Bibliográficas

Idalberto Chiavenato (2009). Recursos Humanos: O capital humano das organizações. São
Paulo: Elsevier Editora Ltda.

Marconi, M. A., Lakatos, E. M (2003). Fundamentos de Metodologia Cientifica. São Paulo:


Editora Atlas S.A.

Schultz, G. (2016). Introdução à gestão de organizações. Porto Alegre. UFRGS Editora

Teixeira, R. A. G., Gonçalves, A. C. P., & Jorge, A. N. (2022). REMOTE EDUCATION IN


THE CONTEXT OF COVID19 IN MOZAMBIQUE: A LOOK AT THE ACCESS
CONDITIONS: A LOOK AT THE ACCESS CONDITIONS. In SciELO Preprints.
https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.4193

UNICEF. COVID-19: IFRC, UNICEF e OMS emitem Directriz para proteger as crianças e
apoiar o funcionamento seguro das escolas (2020). Disponível em
https://www.unicef.org/mozambique/comunicados-de-imprensa/covid-19-ifrc-unicef-e-oms-
emitem-directriz-para-proteger-crianças-e-apoiar

12

Você também pode gostar