A Semiotica Como Fundamento Da Arquitetura
A Semiotica Como Fundamento Da Arquitetura
A Semiotica Como Fundamento Da Arquitetura
Nádia Braz1
Abstract: The definition of a sign, as well as the elements and typologies related
to it, presented by Peirce, are theses that decode the architectural process,
allowing us to observe the semiotic dimension of architecture. Together, the
interpretation reveals itself as an additional and primordial semiotic action in the
construction and viability of this process. In this sense, this essay focuses on the
presence of semiotics in architecture. This essay foresees that semiotics
underlies the architectural process, being the vehicle by which it can be
developed. In the foundation of this study there are scientific articles and books
related to the theme approached, allowing a theoretical framework that supports
the adopted perspective. The entire theory taught within the Semiotic curriculum
unit in the 2020/2021 school year is also considered in relation to the author
Charles Sanders Peirce.
1
Aluna nº 60489, Turma B, 1º ano de Licenciatura em Ciências da Comunicação
Key-words: Architecture, architectural signs, Peirce, semiotics.
Introdução
Página 2 de 6
Este ensaio desenvolve-se em torno da perspetiva que a semiótica é o
fundamento da arquitetura, sendo que a última só é concretizável através de
ações semióticas.
Para Peirce, nada pode ser considerado um signo se não for interpretado como
tal. Esta definição revela que, subjacente à existência e criação de signos,
permanece a necessidade de ser realizada a interpretação de algo que crie um
primeiro signo ou a interpretação de um signo que gere um posterior, mais
completo e informativo. Esta entidade relaciona três elementos indissociáveis
que conectam o referente, o objeto em si, o interpretante, o conceito
correspondente ao objeto, e o signo. Através desta relação, é possível
estabelecer uma ligação, ao nível arquitetónico, entre a ideia inicial, o processo
de construção e a obra final.
Página 3 de 6
desta fase, gera-se o signo gráfico, o primeiro do processo, que visa configurar
um interpretante na mente dos seus pósteros intérpretes: os construtores e os
clientes. Contudo, o signo gráfico não detém um referente, visto que o mesmo
não existe materialmente, apenas subsiste na mente do arquiteto. Logo, para
além de traduzir graficamente a ideias do projetista, o signo gráfico deve ter uma
natureza exequível, de modo a que seja possível, ao construtor recodificar as
ideias gráficas para a operacionalização construtiva das mesmas (Afonso, S.,
Gomez, L., Matos, L., Sousa, R., 2010), criando, assim, um referente adequado
ao signo. A concretização das ideias do arquiteto cria um novo signo, gerado
pela interpretação realizada pelo construtor, denominado de signo arquitetónico.
Este signo é aquele a que os clientes assedem e que deve corresponder à
materialização dos seus desejos (Afonso, S., Gomez, L., Matos, L., Sousa, R.,
2010) e socorrer as suas necessidades. É verificado, assim, que para a
conclusão de todas as fases do processo arquitetónico e para a criação do signo
arquitetónico é indispensável a interpretação de signos gráficos. Contudo, a sua
compreensão vai além desta ação semiótica, visto que para a sua cognição
necessita-se de conhecimento sobre todas as suas dimensões. Neste sentido,
as tipologias de signos apresentadas por Peirce oferecem uma leitura semiótica
das dimensões do signo gráfico, permitindo o seu entendimento.
Considerações finais
Este ensaio apresenta-se como uma contribuição para o estudo semiótico e
arquitetónico, destacando-se o papel da teoria de Charles Sanders Peirce para
a explicação do processo arquitetónico como um conjunto de ações semióticas.
Página 4 de 6
Epiloga-se, através da desconstrução do processo arquitetónico, que este é
viabilizado através de ações de natureza semiótica. Verifica-se que, através da
dimensão simbólica do signo gráfico, é possível considerar o desenvolvimento
do processo arquitetónico, visto que, sem a mesma, não seria possível qualquer
tipo de relação entre os especialistas da área e o conhecimento requerido para
o desenvolvimento do processo. Nesta linha, surge a interpretação, que se revela
como o meio que permite a descodificação das diferentes fases do processo
arquitetónico, sendo vital para o mesmo. Os ícones e índices demonstram como,
através da interpretação, as diferentes fases do processo se articulam, criando
um caminho contínuo que origina a obra final. Globalmente, constata-se que
tanto a criação de signos gráficos, como a criação de signos arquitetónicos,
permitem a existência da arquitetura como uma área do conhecimento, através
do qual estes signos ganham significado e criam novos signos. Assim, é possível
concluir que a semiótica é o veículo através do qual a arquitetura existe, uma vez
que esta engloba ações interpretativas e os signos gráfico e arquitetónico
mencionados ao longo do estudo.
Bibliografia
Afonso, S., Gomez, L., Matos, L., Sousa, R. (2010). Semiótica peirciana aplicada
à leitura da representação arquitetônica. arq.urb, (4), 116-140. Consultado em 5
dez. 2020. Disponível em Vista do Semiótica peirciana aplicada à leitura da
representação arquitetônica (revistaarqurb.com.br)
Assche, K., Duineveld, M., Jong, H., Zoest, A. (2012). What Place is this Time?
Semiotics and the Analysis of Historical Reference in Landscape Architecture.
Journal of Urban Design, 17(2), 237. Consultado em 4 de jan de 2021. Disponível
em
https://www.researchgate.net/publication/254312398_What_Place_is_this_Time
Página 5 de 6
_Semiotics_and_the_Analysis_of_Historical_Reference_in_Landscape_Archite
cture
Página 6 de 6