Política Nacional de Saúde Da Pessoa Idosa
Política Nacional de Saúde Da Pessoa Idosa
Política Nacional de Saúde Da Pessoa Idosa
Descrever sobre Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (finalidade, justificativa, diretrizes,
Responsabilidades Institucionais, Articulação Intersetorial e Acompanhamento e Avaliação)
Em 1999, a Portaria Ministerial nº 1.395 anuncia a Política Nacional de Saúde do Idoso, a qual determina que os órgãos e
entidades do Ministério da Saúde relacionados ao tema promovam a elaboração ou a readequação de planos, projetos e atividades
na conformidade das diretrizes e responsabilidades nela estabelecidas. Essa política assume que o principal problema que pode
afetar o idoso é a perda de sua capacidade funcional, isto é, a perda das habilidades físicas e mentais necessárias para realização de
atividades básicas e instrumentais da vida diária.
2002: proposta a organização e a implantação de Redes Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso, tendo como base as
condições de gestão e a divisão de responsabilidades definida pela Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS).
Como parte de operacionalização das redes, são criadas as normas para cadastramento de Centros de Referência em
Atenção à Saúde do Idoso.
2003: o Congresso Nacional aprova e o Presidente da República sanciona o Estatuto do Idoso, elaborado com intensa
participação de entidades de defesa dos interesses dos idosos.
2006: foi publicado, por meio da Portaria nº 399/GM, o documento das Diretrizes do Pacto pela Saúde que contempla o
Pacto pela Vida. Neste documento, a saúde do idoso aparece como uma das seis prioridades pactuadas entre as três
esferas de governo sendo apresentada uma série de ações que visam, em última instância, à implementação de algumas
das diretrizes da Política Nacional de Atenção à Saúde do Idoso.
Finalidade
Recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais
de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. É alvo dessa política todo
cidadão e cidadã brasileiros com 60 anos ou mais de idade.
a) a escassez de estruturas de cuidado intermediário ao idoso no SUS, ou seja, estruturas de suporte qualificado para idosos
e seus familiares destinadas a promover intermediação segura entre a alta hospitalar e a ida para o domicílio;
b) número insuficiente de serviços de cuidado domiciliar ao idoso frágil previsto no Estatuto do Idoso. Sendo a família, via
de regra, a executora do cuidado ao idoso, evidencia-se a necessidade de se estabelecer um suporte qualificado e
constante aos responsáveis por esses cuidados, tendo a atenção básica por meio da Estratégia Saúde da Família um papel
fundamental;
c) a escassez de equipes multiprofissionais e interdisciplinares com conhecimento em envelhecimento e saúde da pessoa
idosa; e
d) a implementação insuficiente ou mesmo a falta de implementação das Redes de Assistência à Saúde do Idoso.
Justificativa
O Brasil envelhece de forma rápida e intensa. No Censo de 2000, contava com mais de 14,5 milhões de idosos (IBGE,
2002), em sua maioria com baixo nível socioeconômico e educacional e com uma alta prevalência de doenças crônicas e
causadoras de limitações funcionais e de incapacidades. A cada ano, 650 mil novos idosos são incorporados à população brasileira
(IBGE, 2000). Essa transição demográfica repercute na área da saúde, em relação à necessidade de (re)organizar os modelos
assistenciais.
O sistema de saúde brasileiro tradicionalmente está organizado para atender à saúde materno-infantil e não tem considerado o
envelhecimento como uma de suas prioridades. Uma importante consequência do aumento do número de pessoas idosas em uma
população é que esses indivíduos provavelmente apresentarão um maior número de doenças e/ou condições crônicas que
requerem mais serviços sociais e médicos e por mais tempo. Isso já pode ser notado, uma vez que a população idosa, que hoje
representa cerca de 9% da população, consome mais de 26% dos recursos de internação hospitalar no SUS. Além disso, é notável
a carência de profissionais qualificados para o cuidado ao idoso, em todos os níveis de atenção.
Outro fato importante a ser considerado é que saúde para a população idosa não se restringe ao controle e à prevenção de agravos
de doenças crônicas não-transmissíveis. Saúde da pessoa idosa é a interação entre a saúde física, a saúde mental, a independência
financeira, a capacidade funcional e o suporte social. As políticas públicas de saúde, objetivando assegurar atenção a toda
população, têm dado visibilidade a um segmento populacional até então pouco notado pela saúde pública - os idosos e as idosas
com alto grau de dependência funcional É possível a criação de ambientes físicos, sociais e atitudinais que possibilitem melhorar a
saúde das pessoas com incapacidades tendo como uma das metas ampliar a participação social dessas pessoas na sociedade. Por
isso mesmo, é imprescindível oferecer cuidados sistematizados e adequados a partir dos recursos físicos, financeiros e humanos de
que se dispõe hoje.
O envelhecimento populacional desafia a habilidade de produzir políticas de saúde que respondam às necessidades das pessoas
idosas. A proporção de usuários idosos de todos os serviços prestados tende a ser cada vez maior, quer pelo maior acesso às
informações do referido grupo etário, quer pelo seu expressivo aumento relativo e absoluto na população brasileira. Além disso,
os idosos diferem de acordo com a sua história de vida, com seu grau de independência funcional e com a demanda por serviços
mais ou menos específicos. Todos necessitam, contudo, de uma avaliação pautada no conhecimento do processo de
envelhecimento e de suas peculiaridades e adaptada à realidade sócio-cultural em que estão inseridos. Faz-se, portanto, necessário
que os serviços que prestam atendimento a idosos respondam a necessidades específicas e distingam-se pela natureza da
intensidade dos serviços que ofereçam.
Contextualização: Responder às Demandas das Pessoas Idosas mais Frágeis dentre a População em Maior Risco de
Vulnerabilidade
O envelhecimento populacional cursa com o aumento de doenças e condições que podem levar a incapacidade funcional
(dificuldade experimentada em realizar atividades em qualquer domínio da vida devido a um problema físico ou de saúde,
também pode ser entendida como a distância entre a dificuldade apresentada e os recursos pessoais e ambientais de que dispõe
para superá-la). A Organização Mundial de Saúde (OMS) em sua Classificação Internacional de Funções, Incapacidade e Saúde
(CIF, 2001) vê a incapacidade e as funções de uma pessoa como a interação dinâmica entre condições de saúde - doenças, lesões,
traumas etc - e fatores contextuais, incluindo atributos pessoais e ambientais. A dependência é a expressão da dificuldade ou
incapacidade em realizar uma atividade específica por causa de um problema de saúde. No entanto, cabe enfatizar que a existência
de uma incapacidade funcional, independentemente de sua origem, é o que determina a necessidade de um cuidador.
Incapacidade funcional e limitações físicas, cognitivas e sensoriais não são conseqüências inevitáveis do envelhecimento. A
prevalência da incapacidade aumenta com a idade, mas a idade sozinha não prediz incapacidade. Mulheres, minorias e pessoas de
baixo poder socioeconômico são particularmente vulneráveis. Independentemente de sua etiologia, pessoas com incapacidade
estão em maior risco para problemas de saúde e afins. A presença de incapacidade é ônus para o indivíduo, para a família, para o
sistema de saúde e para a sociedade.
Assim, torna-se imprescindível incluir a condição funcional ao se formularem políticas para a saúde dos idosos e responder,
prioritariamente, às pessoas idosas que já apresentem alta dependência.
Estatuto do Idoso
O Estatuto do Idoso amplia a resposta do Estado e da sociedade às necessidades da população idosa, mas não traz consigo meios
para financiar as ações propostas. O Capítulo IV do Estatuto reza especificamente sobre o papel do SUS na garantia da atenção à
saúde da pessoa idosa de forma integral, em todos os níveis de atenção. Assim, embora a legislação brasileira relativa aos
cuidados da população idosa seja bastante avançada, a prática ainda é insatisfatória. A vigência do Estatuto do Idoso e seu uso
como instrumento para a conquista de direitos dos idosos, a ampliação da Estratégia Saúde da Família que revela a presença de
idosos e famílias frágeis e em situação de grande vulnerabilidade social e a inserção ainda incipiente das Redes Estaduais de
Assistência à Saúde do Idoso tornaram imperiosa a readequação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI).
Contém:
AVALIAÇÃO DA PESSOA IDOSA (medicamentos, fitoterápicos, suplementos e vitaminas em uso, Diagnósticos e internações
prévios, Cirurgias realizadas, Reações adversas ou alergias a medicamentos, Dados antropométricos, Protocolo de identificação do
idoso vulnerável, Avaliação ambiental, Quedas, Identificação de dor crônica, Hábitos de vida, Controle de pressão arterial,
Controle de glicemia, Calendário de vacinação, Avaliação de saúde bucal, agenda de consultas / exames)
Após é introduzida a concepção das Redes Estaduais de Atenção à Saúde do Idoso, formalizada pela Portaria GM/MS N.º
702/2002, constituídas por Hospitais Gerais e Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso. Este projeto visa,
principalmente, a oferecer e viabilizar modalidades extra-hospitalares de atenção à saúde do idoso, tais como Hospital-Dia
Geriátrico e Assistência Domiciliar à Saúde do Idoso de Média Complexidade de Curta, Média e Longa Permanência.
O Brasil envelhece de forma rápida e intensa. No Censo de 2000, contava com mais de 14,5 milhões de idosos (IBGE, 2002), em
sua maioria com baixo nível socioeconômico e educacional e com uma alta prevalência de doenças crônicas e causadoras de
limitações funcionais e de incapacidades. O sistema de saúde brasileiro tradicionalmente está organizado para atender à saúde
materno-infantil e não tem considerado o envelhecimento como uma de suas prioridades. Uma importante conseqüência do
aumento do número de pessoas idosas em uma população é que esses indivíduos provavelmente apresentarão um maior número de
doenças e/ou condições crônicas que requerem mais serviços sociais e médicos e por mais tempo. Isso já pode ser notado, uma
vez que a população idosa, que hoje representa cerca de 9% da população, consome mais de 26% dos recursos de internação
hospitalar no SUS. Além disso, é notável a carência de profissionais qualificados para o cuidado ao idoso, em todos os níveis de
atenção.
Referente a diretriz de atenção integral: De acordo com a condição funcional da pessoa idosa serão estabelecidas ações de atenção
primária, de prevenção – primária, secundária e terciária –, de reabilitação, para a recuperação da máxima autonomia funcional,
prevenção do declínio funcional, e recuperação da saúde. Estarão incluídas nessas ações o controle e a prevenção de agravos de
doenças crônicas não-transmissíveis.
Como pode ser conceituado o etarismo, idadismo ou ageísmo e qual o impacto desses conceitos para a saúde da pessoa
idosa?
O termo ageísmo, assim como etarismo e idadismo, são utilizados para expressar a discriminação e o preconceito em razão da
idade das pessoas. Quando uma pessoa é vítima de preconceito por causa da idade, independentemente da forma como o ageísmo
acontece, pode trazer graves consequências para a sua vida. Entre as consequências estão o prejuízo às relações interpessoais,
prejuízo à autoestima e prejuízo na qualidade de vida.
Quais os perfis de idosos do Brasil quanto à autonomia e independência funcional? Como esses perfis impactam na
PNSPI?
Para o ano de 2050, a expectativa no Brasil, bem como em todo o mundo, é de que existirão mais idosos que crianças abaixo de 15
anos, fenômeno esse nunca antes observado. Muitas pessoas idosas são acometidas por doenças e agravos crônicos não
transmissíveis (DANT) - estados permanentes ou de longa permanência - que requerem acompanhamento constante, pois, em
razão da sua natureza, não têm cura. Essas condições crônicas tendem a se manifestar de forma expressiva na idade mais avançada
e, freqüentemente, estão associadas (comorbidades). Podem gerar um processo incapacitante, afetando a funcionalidade das
pessoas idosas, ou seja, dificultando ou impedindo o desempenho de suas atividades cotidianas de forma independente. Ainda que
não sejam fatais, essas condições geralmente tendem a comprometer de forma significativa a qualidade de vida dos idosos. É
função das políticas de saúde contribuir para que mais pessoas alcancem as idades avançadas com o melhor estado de saúde
possível. O envelhecimento ativo e saudável é o grande objetivo nesse processo. Se considerarmos saúde de forma ampliada
torna-se necessária alguma mudança no contexto atual em direção à produção de um ambiente social e cultural mais favorável
para população idosa. No trabalho das equipes da Atenção Básica/Saúde da Família
Como pode ser descrito o papel do fisioterapeuta diante dos diferentes perfis de idosos brasileiros?
Diante das questões expostas no vídeo complementar, responda:
a. Como é aplicada a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa na nossa realidade local? A realidade é similar ou
diferente da apresentada no vídeo?
b. Como você enxerga as suas potencialidades e fragilidades para a abordagem da pessoa idosa no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS)?