Aulas - 1ºteste

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Conceito, evolução e períodos do Direito do Ambiente

 De ano para ano aumentam os fundos ambientais


 O ambiente é transversal
 O ambiente pertence aos estados
 Grandes adversários do ambiente e da proteção ambiental:
 Negacionistas: desdenham a lógica da proteção ambiental e recusam a lógica
das alterações climáticas

O que é o Direito do Ambiente?

 O maior inimigo do ambiente é a política. A questão ambiental entrou na dialética


política, ou seja, tornou-se um instrumento e uma arma política
 Green washing: tem a ver com um fenómeno que tenta convencer os consumidores de
que todo aquilo que é vendido é verde (amigo do ambiente)
 Ativismos contraproducentes: aqueles que querem tanto defender o ambiente que
acabam por destruir as convicções ambientais de outros
 Dificuldades:
 Culturais
 Políticas e geopolíticas
 Económicas
 Tecnológicas
 A sociedade de bem-estar
 A resistência ao sacrifício
 Soluções:
 Ciência: o direito do ambiente está umbilicalmente ligado à lógica da ciência
 O digital
 A consciencialização da opinião pública
 A informação como chave
 O direito de recusa cívica
 Ambiente como causa suprapolítica, suprapartidária, acima das ideologias
 O direito do ambiente é um subsistema do direito administrativo porque na
generalidade dos países que assumiram o direito do ambiente como um subsistema,
compete ao estado administrativo (Administração Pública em sentido orgânico, formal
e material) desenvolver as tarefas para a defesa do ambiente
 O direito do ambiente nasceu em 1972 e sendo a CRP de 1976, esta foi a primeira do
mundo a consagrar normas de direito do ambiente. Os artigos 9º e 66º da CRP versam
sobre o ambiente

Autonomia do Direito do Ambiente

 A autonomia do direito do ambiente vem do facto de ter um objeto próprio que é


assegurar a preservação e as qualidades dos componentes ambientais naturais e impor
aos seus utilizadores princípios de gestão racional
 Quando o direito do ambiente nasceu em 1972, as alterações climáticas não eram uma
preocupação e apenas no final do seculo XX houve o primeiro acordo sobre o clima.
Atualmente, existem duas questões dentro do direito do ambiente:
 Proteção da biodiversidade e da geodiversidade
 Alterações climáticas
Direito do ambiente português é direito europeu

 O direito do ambiente nasce do direito internacional e ganhou eficácia nas ordens


jurídicas internas através da ação do Estado
 No caso português, o direito do ambiente iniciou um percurso autónomo a partir da
CRP de 1976, sobretudo com a primeira Lei de Bases do Ambiente em 1987 e ganhou
foro quando a UE o conseguiu moldar como uma das suas principais prioridades
 Mais de 90% das leis nacionais de direito do ambiente são direito europeu

Ambiente – alguns conceitos

 Hoje, o direito do ambiente vive da biodiversidade e da geodiversidade:


 A biodiversidade parte do pressuposto revolucionário de que a espécie
humana é uma entre as várias espécies, isto é, toda a lógica da biodiversidade
vive das relações de … que cada espécie tem com as outras. A biodiversidade é
o conjunto de fatores bióticos que forma a vida no planeta
 A geodiversidade tem duas visões:
1. Versão clássica de Mansur e Gray: todos os fatores abióticos (não têm
vida) que servem de suporte aos fatores bióticos, ou seja, à vida.
Exemplo: rochas, solos, águas. Portanto, a geodiversidade é a base
abiótica da biodiversidade
2. Versão atualista: a geodiversidade, para além de ser a base abiótica da
biodiversidade, é aquela que proporciona as relações do homem com
o resto da biodiversidade

Mudança de era

 As mudanças de era acontecem quando os percursos da história vão mudando. Isto por
vezes acontece de um dia para o outro e outras vezes demora muito tempo. Estas
mudanças mudam o Direito
 A mudança de era tem a ver com o facto de que a partir do final do seculo XX
começamos a configurar a nossa existência de um modo diferente dos nossos
antepassados:
 Velocidade de processamento dos fenómenos
 Transitoriedade: as coisas passaram a ser empacotadas em pedaços de tempo
cada vez mais breves e volúveis
 Segundo alguns, estaremos na Pós-Modernidade ou na Tardo-Modernidade

Modernidade

 A modernidade constitui-se a partir do século XV e consolidou-se em todos os


domínios existenciais e do pensamento a partir do século XVIII
 Lógicas essenciais da modernidade:
 Visão antropocêntrica: a dignidade da pessoa humana é o princípio
fundamental
 Razão
 Contratualismo social
 Lógica do progresso
 Dicotomia Individualismo vs. Coletivismo
 Crença nos vetores exatos da ciência e da tecnologia
 No Direito:
 Direito dos Estados, dos direitos humanos e legalismo

Pós-modernidade

 A pós-modernidade significa a transição aportada pela constatação da insuficiência das


bases da Modernidade para explicar e reger a época contemporânea
 A pós-modernidade é marcada por:
 Fim do exclusivo da razão
 Improficiência do debate entre contratualismo social e do Individualismo vs.
Coletivismo
 Perda da unidade de conta Estado: a figura do estado moderno nasceu no
seculo XVII e a partir daí, a lógica do Direito foi feita através de uma unidade de
conta, que é o Estado. Porém, a unidade de conta Estado perdeu dimensão e
relevância em prol de outro tipo de unidades de conta (ex.: organizações
internacionais)
 Ascensão de lógicas do direito universal
 Decadência da lei: a lei já não tem a mesma importância que tinha há décadas
 Emergir de novos direitos: entre os quais, o direito do ambiente
 Bio-centrismo ou eco-centrismo: significa colocar a biodiversidade no centro
das preocupações do direito. É a superação do antropocentrismo
 O ambiente é reflexo desta transição

Soft e hard law

 No direito do ambiente existem dois tipos de princípios e normas:


 Soft law: direito não vinculativo. Tem a ver com normas programáticas. A sua
vinculatividade é de execução duradoura e às vezes a termo incerto. Exemplo:
pacto ecológico europeu. O soft law muitas vezes dá origem ao hard law
 Hard law: direito vinculativo

Evolução do Direito do Ambiente

 1º período: desde o “início” (marcado pelas primeiras normas preocupadas com


questões ambientais) até 1945 (nascimento da ONU)
 2º período: desde 1945 até Conferencia de Estocolmo (1972): data de nascimento do
direito do ambiente moderno
 3º período: desde Estocolmo até ao Rio (1992)
 4º período: do Rio até Paris (2015): acordo de Paris é um marco importante
 5º período: Paris. Contestação e PEE (Contra-Reforma europeia) (2016-2023)

1ºPeriodo (até 1945)

 O 1º período é feito de Tratados e acordos internacionais de natureza fronteiriça:


 Convenção de Paris de 1867
 Convenção de Belgrado de 1902: recursos pesqueiros
 Convenção de Paris de 1902: proteção das aves úteis para a agricultura
 Convenções de Washington de 1911: proteção de focas para a indústria das
peles
 Convenção de Londres de 1900: proteção da vida selvagem (inofensiva ao
homem)
 O 1º período é marcado pela criação do primeiro Parque Natural do Mundo –
Yellowstone

2ºPeriodo (1945-1972)

 O 2º período é marcado pela criação da ONU. Em 1970, a ONU cria o Ano de Proteção
da Natureza

3ºPeríodo (desde 1972 até ao Rio)

 O 3º período é marcado pelo nascimento do conceito moderno de direito do ambiente


com a Conferência de Estocolmo. Esta conferência está na origem do artigo 66º da CRP
 Neste período, aconteceu o Protocolo de Montreal (1987) para a proteção da camada
de ozono, que reuniu vários países e visava limitar os ODS, sobretudo os
clorofluorcarbonetos presentes em aerossóis domésticos e produção industrial

4ºPeríodo (do Rio até Paris)

 Neste período nasceu a questão das alterações climáticas:


 A atividade humana é uma das causas das alterações climáticas, mas não é a
única
 Estima-se que as causas naturais tenham um contributo mínimo para o
aquecimento
 O aquecimento do planeta induzido pelo homem aumenta atualmente à taxa
de 0,2ºC por década
 A principal causa das alterações climáticas é o efeito de estufa
 O CO2 resultante das atividades humanas é o principal responsável pelo
aquecimento planetário
 Protocolo de Quioto: tentativa de fazer em relação aos gases do efeito de estufa, aquilo
que se tinha feito em relação aos ODS 10 anos antes. Este protocolo tinha como
objetivo limitar a produção de gases do efeito de estufa
 Outras COPs até Paris:
 Joanesburgo (2002): considerada um falhanço em comparação com o Rio
 Copenhaga (2009): foi a continuação da desilusão de Joanesburgo e dos erros
políticos de Quioto. Acordo frouxo que não obteve unanimidade

5ºPeríodo (Acordo de Paris - 2015)

 O acordo de Paris foi realizado na COP 21 (2015)


 Depois não se deram mais avanços especiais sob a égide da ONU e todas as COP
seguintes tentaram encontrar plataformas de entendimento para colocar o Acordo de
Paris em prática (em vão)

European Green Deal (Pacto Ecológico Europeu)

 A ambição dos primeiros 100 dias: em 1 de dezembro de 2019, um novo colégio de


comissários europeus tomou posse. Na presidência da comissão europeia, a alemã
Ursula von der Leyen iniciou um ambicioso plano para o futuro intitulado “Uma União
mais Ambiciosa” e apresentou metas concretas a alcançar nos primeiros 100 dias,
destacando-se as seguintes:
 “Pacto Ecológico Europeu”
São planos para mudanças
substanciais e transversais
 “Uma Economia ao serviço das pessoas”
 “Preparar a Europa para a Era Digital”

 Apesar de se ter alcançado um acordo na Cimeira de Paris (2015), cedo se percebeu


que esse resultado tinha sido forçado pela pressão mediática e da opinião pública e
não correspondia à vontade real dos Estados signatários
 Tratou-se de um acordo para ser exibido por todos os intervenientes (diplomacia
francesa, China, EUA) mas não tanto para ser cumprido
 O facto de o ambiente e a questão das “alterações climáticas se terem tornado um dos
ingredientes comuns do mercado político, conduziu encenações várias por parte dos
Estados e das ONG
 Cada interprete no teatro político ambiental representava para o seu próprio palco
interno, tentando ocupar um lugar simpático na fotografia de cada Cimeira – o
ambiente tornou-se num pretexto em vez de se afirmar como o busílis da questão.
Contudo, os atores principais estavam irremediavelmente extremados:
 Radicalismos extremados
 Negacionistas
 O ambiente tornou-se, cada vez mais, num combate de apóstolos, ruidosa e crispado,
em que ninguém queria ouvir opiniões contrárias às suas. Entretanto, os Estados, para
além da retórica política, agiam ou ficavam inertes consoante as suas próprias agendas
políticas internas
 Por outro lado, ainda, sedimentou-se a confusão que mistura ambiente com qualquer
outra preocupação social – ambiente é combate à pobreza, ambiente é a luta dos ricos
contra os pobres, ambiente é acabar com a economia de mercado, ambiente é nivelar
o desenvolvimento pela bitola mais baixa, etc.
 Mesmo a promessa de mudar de rumo feita pela comissão europeia foi encarada com
ceticismo. Contrariando os prognósticos a nova comissão europeia cumpriu e
apresentou um plano estratégico ambiental que inclui 4 elementos fundamentais:
 Pacto ecológico europeu: soft law
 Declaração Timmermans: Timmermans fez um discurso em que explicou o que
era o pacto ecológico europeu
 Roteiro de ações
 Lei climática europeia: hard law

Pacto Ecológico Europeu (PEE)

 O combate às alterações climáticas é assumido como o desafio determinante da nossa


geração, cuja resposta a comissão europeia decidiu tomar nas suas mãos
 O PEE consiste numa nova estratégia da Europa que visa transformar as suas lógicas de
produção, de crescimento e de existência geral mantendo e incrementando a
qualidade de vida dos cidadãos europeus, colocando a Europa num plano irrenunciável
de sociedade justa, próspera, dotada de uma economia competitiva, verdadeiramente
eficiente na gestão e utilização dos recursos

PEE – fins

 O PEE tem três fins declarados:


 Neutralidade climática: emissão 0 de gases de efeito de estufa em 2050
 Não deixar ninguém para trás: é a marca social europeia
 Separação da lógica causal entre crescimento económico e utilização de
recursos: este último propósito é uma ambição civilizacional já que nunca na
nossa civilização, em espaços económicos alargados (que não sejam cidades-
Estado ou países de reduzida dimensão) foi ensaiado com êxito o corte do
cordão umbilical entre o crescimento da riqueza e a utilização de recursos

PEE – objetivos agregados

 Os objetivos agregados do PEE são:


 Preservação do capital natural da UE: o capital natural tem a ver com as
pessoas, isto é, com a questão do nível médio de escolaridade (educação), da
cultura democrática, do respeito pelos direitos fundamentais, …
 Saúde e bem-estar (qualidade de vida) dos cidadãos europeus
 Mudanças terão de ser justas e inclusivas (equilíbrio)
 Atenção especial à diversidade territorial, à especificidade das indústrias e
trabalhadores
 O PEE quer agregar os europeus nas suas diferenças (culturais, económicas, etc.), com
a participação das autoridades europeias, estatais, regionais e locais

PEE – projeto de liderança

 O PEE é o único projeto de liderança a nível mundial que a Europa tem


 A UE tem a massa critica, tem os meios financeiros, tem o conhecimento científico,
tem a opinião pública do seu lado – o seu dever é liderar as transformações
económicas e existenciais que poderão moldar o futuro não apenas dos europeus, mas
de todos

PEE – pressupostos

 O que é necessário?
 Orientação europeia quanto às mudanças climáticas que não poderá ignorar os
direitos dos consumidores e trabalhadores
 Requer um investimento financeiro massivo
 Pressupõe um esforço global e transversal – todas as áreas da economia e do
modo como encaramos a nossa existência serão transformadas
paulatinamente
 No médio/longo prazo terá de incluir o resto do mundo por arrastamento: a UE
influencia e deve dar o exemplo, mas a transformação global da sociedade
pressupõe que o resto do mundo deverá acompanhar estas mudanças. Isto é
feito através de acordos bilaterais, das alianças verdes (acordos entre a UE e
países não europeus que assumem os objetivos ambientais da UE) e da força
comercial da Europa

PEE – conteúdo

 Transformar a economia e a sociedade:


 Reduzir emissões
 Gerar emprego e crescimento
 Combater a pobreza energética
 Reduzir a dependência energética externa
 Saúde e bem-estar
 Transportes sustentáveis para todos:
 2030: -55% de redução nas emissões automóveis/-50% de redução nos
automóveis ligeiros
 2035: zero de emissões em automóveis novos
 Liderar a terceira revolução industrial:
 Novos mercados para indústrias não poluentes
 Eletrificação da economia e maior utilização de energia de fontes renováveis
 Mecanismo para garantir, que mesmo que estejam estabelecidas em países
cujas regras em matéria de clima são menos rigorosas, as empresas que
importam produtos para a UE também paguem pelas emissões de carbono
 35 milhões de edifícios renovados até 2030
 160000 empregos verdes adicionais
 Despoluir o nosso sistema energético: ter fontes de energias não poluentes
 Reduzir 55% as emissões de gases de efeito de estufa até 2030
 40% nova meta para as energias renováveis para 2030
 36-39% novas metas de eficiência energética para o consumo de energia
primária e do consumo de energia final
 Incentivos na tributação dos produtos energéticos
 Repower EU: programa de diversificação de fontes de energia, nomeadamente
gás. Foi uma resposta da UE à Guerra da Ucrânia, visando deixar de importar o
gás russo. Portanto, não teve preocupações relativas à questão ambiental e à
questão energética
 Objetivo 55: deu origem a 3 diretivas. O objetivo 55 diz-nos que
paulatinamente até 2030, as fontes primárias de energia de todos os países
europeus sejam transformadas em fontes não fósseis, ou seja, fontes não
emissoras de gases de efeito de estufa. 75% das emissões de gases de efeito de
estufa vêm da questão energética. A questão energética é indissociável da
questão climática. Portanto a transição energética é fundamental para a
transição climática
 Renovar os edifícios, adequando-os a estilos de vida mais ecológicos:
 A comissão propõe:
1. Estabelecer a obrigação de os estados-membros renovarem, pelo
menos, o equivalente a 3% da superfície toral da superfície total do
conjunto de edifícios públicos
2. Fixar um valor de referência de 49% de utilização de energias
renováveis nos edifícios até 2030
 O fundo social para a ação climática apoiará os cidadãos da UE mais afetados
ou em risco de pobreza energética ou de mobilidade para assegurar que a
transição é justa e não deixa ninguém para trás
 Trabalhar com a natureza para proteger o planeta e a saúde humana:
 A comissão propõe a recuperação das florestas, dos solos, das zonas húmidas e
das turfeiras da Europa, o que aumentará a absorção de CO2 e tornará o
ambiente mais resiliente às alterações climáticas
 Ação climática a nível mundial:
 O PEE é um exemplo positivo e levou alguns dos principais parceiros
internacionais a fixarem as suas próprias datas-limite para alcançar a
neutralidade climática
 Liderança europeia em 2 etapas lógicas:
1. Liderar pelo exemplo: “é possível”
2. Quem quiser negociar com a UE terá de se sujeitar, ao longo do tempo,
às regras ambientais europeias

PEE – transformar a economia para um futuro sustentável

 Repensar as políticas energéticas:


 A prioridade é fomentar fontes de energia em quantidade e que sejam
sustentáveis
 Energias renováveis + transformação digital
 Neutralidade climática em 2050
 Reconversão da modernização da economia europeia (desde 1990 até 2018 as
emissões de gases de efeito de estufa reduziram-se em 23% e a economia europeia
cresceu 61% - êxito da lógica do Princípio do Desenvolvimento Sustentável, que visa
harmonizar o crescimento e desenvolvimento económico e a proteção do ambiente.
Este princípio está a transformar-se numa nova lógica que é a sustentabilidade, que
visa que o crescimento económico seja feito de forma que tenha o mínimo possível de
pegada ecológica)
 O PEE tem duas fronteiras: a fronteira do carbono e a fronteira alimentar. As
consequências das duas são diferentes. A fronteira do carbono passa por uma questão
de medir a pegada ecológica de qualquer produto, exceto produtos alimentares. Estes
produtos têm sistemas de mensuração da sua pegada ambiental e climática e quando
entrarem na Europa ser-lhes-á aplicada uma taxa de acordo com a pegada ecológica
europeia. Estas taxas vão aumentar num aumento de preço em relação ao consumidor
final. Um dos objetivos é que o comércio na Europa seja o mais limpo possível e o
outro é liderar pelo exemplo e fazer com que os outros sigam as mesmas políticas

Dois desafios gémeos

 O PEE, também chamado de transição verde, é acompanhado da transição digital


(veículo que vai potenciar em muitas áreas aquilo que se quer com a transição
ambiental)

Plano de economia circular sustentável

 O PEE incluirá um Plano de economia circular sustentável, basicamente de “produtos


sustentáveis” quer nos materiais quer na sua utilização, que priorizará a utilização de
materiais reciclados
 Este plano incluirá a oferta de um leque de escolhas aos consumidores quanto à
utilização dos produtos mais amigos do ambiente
 A informação credível é essencial para as escolhas dos consumidores e para evitar o
fenómeno cada vez mais comum do “Green Washing” (extremo da publicidade
enganosa que faz com que os produtos que são colocados perante os consumidores
sejam apresentados como amigos do ambiente. O green washing não é uma
informação credível, deve ser colocado na publicidade)

Tecnologia de suporte à revolução ambiental

 As indústrias de ponta serão a chave da revolução ambiental


 Take back schemes: Reutilização para acabar com a lógica de descartar
 Construção e renovação de edifícios
Smart mobility

 Nova estratégia da Comissão no setor dos transportes:


 Emissões de gás de efeito-estufa neste setor será reduzida em 90% até 2050
 Forte impulso no transporte multimodalidade
 Mobilidade multimodalidade integrada e inteligente
 Preços diferenciados em relação às suas aptidões ambientais
 Fim da subsidiação de transportes de combustíveis fósseis
 Preocupações especiais no setor marítimo e aeronáutico

Fim dos combustíveis fósseis

 Combustíveis alternativos

From farm to fork

 Nova estratégia que deverá ser compaginada com a PAC


 Entre 2021-2027 a PAC, no seu orçamento, deverá contribuir 40% para o ambiente
 A política comum das pescas, através do fundo de pescas, contribuirá 30%
 Fronteira alimentar: a medição da pegada ecológica de cada alimento é feita e pode
levar à proibição. os alimentos importados que não se sujeitarem a estas práticas não
será permitida nos mercados da UE. O objetivo da fronteira alimentar é valorizar o
ambiente e a transição climática

Mecanismo de transição justa

 O mecanismo de transição justa está subsidiado através de vários programas e fundos

Liderança europeia

 A aliança verde é um esquema que está previsto no PEE para dar a países situados fora
do espaço económico europeu o mesmo tipo de regalias económicas dos países da UE
se eles assumirem os mesmos compromissos ambientais

Constituição e princípios de Direito do Ambiente

 A CRP de 1976 foi a primeira do mundo a consagrar o ambiente, tendo sido


consagradas normas de direito do ambiente no artigo 66º. Com a revisão
constitucional de 1982, o ambiente passou a estar incluído no artigo 9º como tarefa
fundamental do Estado
 Em 1986, Portugal aderiu às comunidades europeias. Em 1987 surgiu a primeira lei de
bases do ambiente e em 2021 surgiu a primeira lei de bases do clima
 O artigo 66º, precursor a nível europeu, foi revisto em 1989 e em 2003 – nunca o foi de
modo satisfatório. O artigo 66º tem sido muito criticado pois inclui questões
ambientais, mas também questões que não têm nada a ver com o ambiente e até
questões que podem colidir com o ambiente. Gomes Canotilho critica o artigo 66º por
considerar que a sua lógica é baseada na ideia de que aquilo que importa defender
quando defendemos o ambiente é o ser humano. A base deste antropocentrismo da
constituição é o princípio da dignidade da pessoa humana e isso colide com o direito
do ambiente. Por isso, urge superar essa visão antropocêntrica para se passar a uma
pré-compreensão ecocêntrica
 A boa interpretação do preceito constitucional atualista tem se ser feita de acordo com
tratados e convenções internacionais ambientais que Portugal faz parte, com o bloco
de legalidade do direito europeu em matéria ambiental, sobretudo com a lei climática
europeia e com o PEE e ainda com a LBA de 2014

Momentos referenciais do Direito do Ambiente Português

 Em 1976, Portugal constitucionalizou o ambiente


 Em 1986, Portugal aderiu às comunidades europeias (hoje UE)
 Em 1987, surgiu a primeira lei de bases do ambiente
 Em 2014, surgiu a segunda lei de bases do ambiente (hoje em vigor)
 Em 2021, surgiu a lei de bases do clima

Uma constituição que ficou para trás

 A CRP, apesar de precursora em 1976, cedo se viu desatualizada face à evolução das
lógicas e perceções do direito internacional e europeu do ambiente. Bem como
perante a crescente consciencialização dos cidadãos em matérias de proteção do
ambiente. Tentou-se colmatar essa divergência em 1987, logo depois da adesão de
Portugal às então comunidades europeias (1986), com a primeira Lei de Bases do
Ambiente – Lei 11/87, de 7 de abril

Desarticulação entre a CRP e a nova área do direito emergente

 A ideia primordial era a de alcançar uma revisão constitucional capaz e coerente.


Contudo, nunca se conseguiu o consenso político suficiente, nem na revisão de 1989
nem na de 1997
 A legislação portuguesa do ambiente foi-se construindo sob o guarda-chuva da LBA e,
sobretudo, à custa dos contributos do direito europeu e dos tratados, convenções e
declarações internacionais que Portugal subscreveu ou foi parte

Lei de Bases do Ambiente (LBA) de 2014

 É uma lei principiológica, ou seja, é uma lei feita de princípios


 Está estruturada da seguinte forma:
 Objetivos
 Princípios materiais
 Princípios das políticas públicas
 Direitos e deveres
 Âmbito: a quem se aplica a lei
 Conciliação
 Instrumentos
 Os objetivos são sinónimos de fins, ou seja, dizem-nos para que é se serve tudo aquilo
que está na LBA. O maior fim desta lei é a promoção do desenvolvimento sustentável.
Este é o princípio dos princípios. Tudo o que está na lei de bases do ambiente tem em
vista a promoção do desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento sustentável é
tratado duas vezes: primeiro como fim e depois como um princípio em si mesmo. O
princípio do desenvolvimento sustentável corresponde à data de nascimento do direito
do ambiente moderno em Estocolmo, 1972. O grande resultado da Conferência de
Estocolmo, além da declaração dos 25 princípios, foi o princípio do desenvolvimento
sustentável. Este princípio é hoje um princípio com interpretações diversas
 Desenvolvimento sustentável: desenvolvimento tem a ver não apenas com o
desenvolvimento económico, mas com o desenvolvimento numa perspetiva lata,
extensa, ou seja, tem a ver com índices económicos, mas também com o índice do
desenvolvimento humano, que inclui questões económicas, financeiras, relacionadas
com a justiça, a educação, etc. – aquilo a que chamamos hoje, qualidade de vida. Este
desenvolvimento é feito à custa das instituições, do funcionamento do Estado, das
lógicas tecnológicas, mas tem uma pegada ecológica, ou seja, chegou-se à conclusão
de que aquilo a que chamamos desenvolvimento tem um custo grave para o ambiente.
Então a lógica do desenvolvimento sustentável é criar ao mesmo tempo uma lógica
antidoto para que a pegada ambiental desse desenvolvimento seja a menor possível. O
desenvolvimento sustentável é uma lógica de equilíbrio entre o desenvolvimento e os
prejuízos causados por esse desenvolvimento ao ambiente
 Qual é o papel do princípio do desenvolvimento sustentável? É a base e o princípio
interpretativo de todos os outros princípios
 Compete à AP tomar as decisões em relação ao ambiente (artigo 2º)
 O artigo 3º diz-nos quais são os princípios materiais de ambiente: são aqueles que
dizem respeito a qualquer ação ambiental. No fundo, são os princípios fundamentais
do direito do ambiente. São princípios intrinsecamente ambientais, são a lógica
material do direito do ambiente. São os princípios que todos os códigos ambientais
têm:
 Princípio do Desenvolvimento Sustentável
 Princípio da Responsabilidade intra e intergeracional
 Princípio a Prevenção e da Precaução
 Princípio do Poluidor-Pagador
 Princípio do Utilizador-Pagador
 Princípio da Responsabilidade
 Princípio da Recuperação
 O artigo 4º estabelece os princípios das políticas públicas: o estado estabelece políticas
publicas, ou seja, ações legislativas mais administrativas em relação a uma área central
da existência de uma sociedade (ex.: saúde, educação, defesa). Estes princípios vão
impregnar toda e qualquer política pública, seja ela ambiental ou de outra área
qualquer

Princípio do desenvolvimento sustentável (PDS)

 O desenvolvimento sustentável é o esforço perpétuo e constante de harmonia,


equilíbrio entre o desenvolvimento geral e a pegada ecológica que este
desenvolvimento geral acarreta, onde o princípio obriga a ações de atenuação da
pegada ecológica, ou seja, dos prejuízos e dos danos causados ao ambiente
 Origem normativa do PDS: Declaração de Estocolmo de 1972, Carta da Natureza de
1982, Rio 1992, CRP - artigo 66.º/2
 O PDS é um dever ambiental imputado aos Estados no desenvolvimento de todas as
suas políticas públicas, ou seja, o Estado não é o único destinatário do DS, mas é o
principal pois é ele que desenvolve as políticas ambientais
 Carla Amado Gomes critica este princípio:
 Porque o princípio primordial deveria ser o da prevenção
 Porque é difuso, ou seja, no fundo não se sabe bem o que é
 Porque o momento presente exige um novo princípio, o da sustentabilidade.
Desenvolvimento sustentável (DS) e sustentabilidade (S) não é a mesma coisa.
O DS corresponde ao equilibro entre o desenvolvimento e a mitigação da
pegada ecológica. A S é um princípio que emerge do primeiro e que visa que o
desenvolvimento seja conseguido sem pegada ecológica. Isto só é possível com
meios tecnológicos muito avançados
 Porque o princípio da responsabilidade intra e intergeracional está a ser posto
em causa

Princípio da responsabilidade intra e intergeracional

 Este princípio tem a ver com o aproveitamento racional dos recursos naturais e
humanos a fim de garantir a sua preservação para as gerações futuras. Portanto, as
nossas ações individuais, bem como as políticas públicas, deverão ser sempre pautadas
pela ideia de menor dano futuro possível. Isto implica a não assunção de projetos
benéficos a curto/médio prazo, mas potencialmente perigosos no futuro

Princípio da prevenção/precaução

 O legislador resolveu juntar a prevenção e a precaução no mesmo artigo. Estes


princípios têm a sua génese do direito ambiente, mas hoje são princípios gerais do
direito. Os dois, embora tenham significados diferentes, têm mesmo o resultado, ou
seja, quer um quer outro têm como resultado a adoção de medidas antecipatórias para
diminuir o dano ambiental. No princípio da prevenção e da precaução, o ónus da prova
inverte-se
 Princípio da prevenção: capacidade de antecipação de situações potencialmente
perigosas, naturais ou humanas, que ponham em risco o ambiente. Visa a adoção dos
meios antecipatórios adequados para afastar a verificação do perigo, isto é, dá-se o
poder à AP de atuar antes do mal acontecer e esse mal pode nem sequer acontecer
(torna insuficiente a mera reação). A prevenção tem dois sentidos:
 Sentido restrito (prevenção propriamente dita): evitar perigos imediatos e
concretos, ou seja, aqueles que estão prestes a acontecer ou até já se
desencadearam. Na prevenção propriamente dita o risco é patente
 Sentido amplo (princípio da precaução): afastar riscos futuros, indeterminados
(não se sabe quando vai acontecer) e incertos (não se sabe se vai acontecer),
ou seja, riscos que estão mais longe no tempo, são mais remotos. O princípio
da precaução permite à AP atuar não apenas antes, mas muito antes de o dano
ambiental acontecer e até numa lógica de que não se sabe se o dano vai
acontecer. No princípio da precaução o risco é latente, esta escondido
 Obriga o Estado a uma antecipação proativa – “prioritariamente na fonte”, exige um
juízo de prognose administrativa (discricionariedade), isto é, um juízo probabilístico
 Antecipação proativa significa que o Estado faz antes de termos se quer a
noção exata do que é que vai acontecer
 Discricionariedade - poder de escolha da AP dentro do âmbito da norma.
Portanto, se a norma permite ao agente administrativo atuar
antecipadamente, então está dento do âmbito da norma
 A prevenção diz respeito a perigos imediatos e com um grau de probabilidade muito
acentuado e a precaução relaciona-se com riscos futuros não determinados
 Maioritariamente, hoje defende-se no ambiente que a precaução é a prevenção
amplificada, ou seja, amplifica os poderes da AP. Na prevenção, o risco está muito
próximo e por isso sabe-se com mais exatidão que meios antecipatórios são
necessários utilizar e na precaução, como o risco é incerto e indeterminado, não se
sabe exatamente que meios serão necessários e por isso a AP tem mais poderes
 O princípio da prevenção tanto poderá ser invocado pelos poderes públicos
(administração ambiental), como fundamento para não permitir a realização de certo
projeto, como apenas para limitar emissões, impor medida de minimização ou
compensação ou criar deveres de monitorização e de informação
 O princípio da precaução é de construção jurisprudencial alemã. Na lei portuguesa, é
visto como uma análise e gestão de risco, apriorística, mas dinâmica com recurso às
melhores tecnologias possíveis
 O princípio da precaução e o princípio da prevenção têm o mesmo fim que é minorar a
fonte do dano o mais rapidamente possível, de preferência antes do dano acontecer. O
princípio da precaução distingue-se ontologicamente do princípio da prevenção
porque o princípio da prevenção está carregado de certeza e no princípio da precaução
a única coisa que medimos é um juízo probabilístico do risco
 O princípio da precaução dá mais poder ao Estado porque a ação do Estado não é
baseada numa realidade que já está a acontecer ou que está prestes a acontecer, mas
é baseada numa noção de risco

Princípio do poluidor-pagador

 Atualmente está ligado ao princípio da prevenção. Obriga o responsável pela poluição a


pagar o preço inerente à sua poluição. Este princípio foi evoluindo e é hoje considerado
um dever inerente a quem polui, seja pessoa ou empresa. Ao princípio do poluidor-
pagador corresponde o dever de não poluir. É um princípio especialmente importante
para as empresas, ou seja, as empresas têm obrigatoriamente de fazer os seus próprios
controlos internos de maneira a não poluir e se poluírem pagam

Princípio do utilizador pagador

 Existe em qualquer país da UE. O utilizador é aquele que frui de recursos naturais ou
outros que lhe são colocados à disposição por parte do Estado. À utilização de recursos
naturais ou outros suscetíveis de prejudicar o ambiente, corresponde o pagamento de
taxas. O objetivo deste princípio é racionalizar o uso dos recursos pelos cidadãos

Princípio da responsabilidade

 É um princípio geral de Direito. O princípio da responsabilidade obriga à


responsabilização de todos os que através do seu comportamento, voluntário ou
negligente, provoquem danos ao ambiente, cabendo ao Estado a aplicação das sanções
devidas. Este princípio implica toda e qualquer forma de responsabilidade: penal, civil,
administrativa e disciplinar. Não requer a efetivação da ameaça (dano ambiental) mas
apenas a sua constatação

Princípio da recuperação

 O princípio da recuperação obriga o causador do dano ambiental à restauração do


estado do ambiente tal como se encontrava anteriormente à ocorrência do facto
danoso. Este princípio é de muito rara e difícil aplicação em direito do ambiente. A
“restauração” será, pois, a possível, a mais amiga do ambiente e pode cumular-se com
a restituição por equivalente (pagamento de indemnização)

Princípios das políticas públicas ambientais


 Políticas públicas: são condutas estratégicas e complexas levadas a cabo pelo Estado
(um legislativo, dois administrativo) que tentam pôr em prática as tarefas
fundamentais (artigo 9º CRP) de acordo com a lógica da vida moderna e a qualidade de
vida que lhe é inerente. Os princípios das políticas públicas têm de impregnar todas as
políticas públicas que o Estado desempenha, ou seja, todas as políticas públicas estão
sujeitas a estes princípios. Os princípios das políticas públicas elencados no artigo 4º da
LBA são:
 Princípio da transversalidade e da integração
 Princípio da cooperação internacional
 Princípio do conhecimento e da ciência
 Princípio da educação ambiental
 Princípio da informação e da participação

Princípio da transversalidade e da integração

 Transversalidade significa que todas as componentes ambientais e climáticas têm de


estar presentes em todas as outras políticas públicas. Constituem um filtro e um
prisma inafastável de qualquer política pública, independentemente da área ou da
conexão mais remota com o ambiente. Este princípio tem uma relação direta com o P.
do desenvolvimento sustentável

Princípio da cooperação internacional

 O princípio da cooperação internacional obriga à procura de soluções concertadas com


outros países e organizações internacionais no sentido da promoção do ambiente e do
desenvolvimento sustentável. Os Tratados internacionais impõem um dever de
concertação de soluções comuns para problemas globais. Implica o consenso de
soluções com os Estados, mas também com organizações supranacionais e, ainda, abre
a porta à cooperação com as ONG. Este princípio relaciona-se com o P. do
Desenvolvimento Sustentável

Princípio do conhecimento e da ciência

 O princípio do conhecimento e da ciência pressupõe que as soluções ambientais e


climáticas tenham de estar sustentadas em bases científicas credíveis e plausíveis. É
um princípio base das políticas públicas que não se podem pautar por emoções,
sensações ou conveniências políticas, que constituem o atual vírus do direito do
ambiente. Os dados dos problemas e a elaboração de soluções terão de ser
enquadrados em dados científicos credíveis acima dos interesses e dos propósitos
laterais

Princípio da educação ambiental

 O princípio da educação ambiental surgiu pela primeira vez na Magna Carta da


Declaração de Estocolmo de 1972 e está previsto no artigo 66.º/2/g) da CRP. Este
princípio obriga a políticas pedagógicas viradas para a tomada de consciência
ambiental, apostando na educação para o desenvolvimento sustentável e dotando os
cidadãos de competências ambientais. Provavelmente, este princípio é aquele que
melhor foi implementado nas últimas décadas e que está na raiz da prioridade do
ambiente na consciência coletiva

Princípio da informação e da participação


 A informação e a participação são dois princípios diferentes, mas que estão
intimamente ligados. Toda a informação ambiental, desde que esteja finda é de acesso
público. Informação e participação são elementos integradores da cidadania. Este
princípio é especialmente densificado pelo artigo 6.º/2/a) da LBA. A informação é um
elemento prévio e indispensável da participação, ou seja, a segunda não é possível sem
a primeira

Direitos processuais em matéria de ambiente e deveres ambientais

 Os direitos processuais em matéria de ambiente estão previstos no artigo 7º LBA e os


deveres ambientais estão previstos no artigo 8º LBA. São deveres do individuo, mas
também das pessoas coletivas
 Cidadania ambiental:
 Os deveres ambientais (proteger + preservar + respeitar) estão (novamente)
associados ao princípio do Desenvolvimento Sustentável, o prisma pelo qual
devemos interpretar todos os demais princípios, direitos e deveres descritos na
LBA
 Estes deveres devem ser vistos como um prius do conceito de Cidadania
Ambiental que vem no número seguinte (8.º/2)
 8.º/2 - A Cidadania Ambiental acentua o contributo de cada um na defesa do
ambiente na perspetiva do cumprimento dos seus deveres (proteger +
preservar + respeitar)
 CRÍTICA – a cidadania ambiental de acordo com o artigo 2º LBA tem de ser
coordenada pelo Estado, ou seja, a cidadania é um conjunto de direitos e
deveres que decorrem da relação do individuo com o Estado, mas para que
eles sejam corretamente exercidos têm de estar coordenados com o Estado.
No fundo o Estado é que diz como é que o indivíduo tem de exercer a sua
cidadania, ou seja, há uma predominância da ação do Estado

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