Consti Tuica o
Consti Tuica o
Consti Tuica o
Para Ramos Tavares fica evidente que o constitucionalismo foi um movimento de cunho
jurídico mais também de forças sociais.
HISTÓRICO
A Idade Média é marcada pela época do despotismo, pela soberania dos governantes tratados
como deuses. Uma verdadeira forma absolutista de governar, vez que não existiam limitações
a suas condutas, aplicavam penalidades e impunham condutas desumanas não previstas em
leis, não havia um poder maior que o do próprio governante, logo esse estava imune de
qualquer sanção.
Todavia, foi durante a Idade Média, mas precisamente na Inglaterra, que culminou o anseio
por um luta de liberdades e garantias fundamentais ao individuo, objetivando romper com o
padrão absolutista e centralizador até então vigente.
É possível afirmar que a Inglaterra, a despeito de ter sido inovadora no acabamento de u texto
constitucional, nunca criou uma Constituição escrita no modelo difundido a partir dos
Estados Unidos, sendo certo que seus institutos de natureza constitucional permanecem
assentados em tradições e costumes do povo.
Assim pode-se afirmar que o maior legado deixado pela Idade Média, em relação ao
constitucionalismo foi o fato de que todo poder político deve ser limitado em lei para que seja
justo e democrático, respeitando as garantias e direitos individuais. Porém Nicola Matteucci
assevera que, Contudo, na Idade média ele foi um simples principio, muitas vezes pouco
eficaz, porque faltava um instituto legitimo que controlasse, baseando-se no direito, o
exercício do poder político e garantisse aos cidadãos o respeito á leipor parte dos órgãos do
Governo.A descoberta e aplicação concreta desses meios é própria, pelo contrário, do
Constitucionalismo Moderno
CONSTITUCIONALISMO MODERNO
Noção de Constituição envolve uma força capaz de limitar e vincular todos os órgãos do
poder político.Por isso mesmo, ela é concebida como um documento escrito e rígido,
manifestando-se como uma norma suprema e fundamental, porque hierarquicamente superior
a todas as outras, das quais constitui o fundamento de validade que só pode ser alterado por
procedimentos especiais e solenes previstos em seu próprio texto.Como decorrência disso,
institui um sistema de responsabilização jurídico-politica do poder que a desrespeitar,
inclusive por meio de controle de constitucionalidade dos atos do Parlamento.
A Constituição passa a ser o referencial de direito e justiça, vez que como menciona
Cunha uma força capaz de limitar e vincular todos os órgãos do aparelho estatal.
Portanto, "[...] a constituição deixa de ser concebida como simples manifesto político para ser
compreendida como uma norma jurídica fundamental e suprema, elaborada para exercer
dupla função: garantia do existente e programa ou linha de direção para o futuro"
É salutar esclarecer que a primeira constituição escrita, formalmente elaborada com as leis
que regulamentavam as condutas e determinavam a estrutura de poder, foi a Constituição da
França editada em 1791, o qual tinha como preâmbulo a Declaração Universal dos Direitos
Humanos promulgada em 1789.
Com Pós-1ª Guerra Mundial emergiu no constitucionalismo moderno uma nova cosmovisão
política, pois deixou de lado os idéias liberais de não intervenção do Estado (liberalismo
econômico), da livre iniciativa, ou seja aboliu o laissez-faire e priorizou um Estado do Bem
Estar Social.
Por um lado, o após-guerra, ao mesmo tempo que gerava novos Estados que, todos adotaram
constituições escritas, o disassocia do liberalismo.Os partidos socialistas e cristãos, cujo peso
se faz então acentuadamente sentir, impõe, às novas constituições uma preocupação com o
econômico e com o social.Isso repercute especialmente nas declarações constitucionais de
direitos que combinam, de modo às vezes indigesto, as franquias liberais e os chamados
direitos econômicos e sociais.
Essa racionalização visou implantar em normas jurídicas condutas e assistências sociais que
promovessem o desenvolvimento social e econômico, ocorre que, segundo bem acentua
Manoel Gonçalves:
Em todos esses Estados faltavam as condições mínimas para que um poder democrático
pudesse subsistir. Crise econômica, minorias raciais em conflito, agitação extremista,
ausência de tradição liberal etc. conspiravam contra a sobre vivencia de suas constituições
democráticas. Ora, não é possível suprir por regras jurídicas a ausência do substrato
econômico e social próprio a cada regime. A racionalização tentou obviar essa lacuna mas,
empenhando-se em tarefa impossível, não podia ter êxito como não teve.
A Constituição Brasileira de 1988 elenca nos seus artigos 170 e 193 ideais de um
constitucionalismo moderno seja ele numa política democrática sócio-liberal, o conhecido
Estado Democrático de Direito, como pode ser observado na transcrição dos artigos acima
epífragados.
Soberania nacional
Propriedade privada
Livre concorrência
Defesa do consumidor
Art.193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem estar
social e a justiça social.
Por fim, Ramos Tavares afirma que a elaboração do texto constitucional teve a sua formação
e influência nos movimentos contratualistas que justificavam a agremiação do homem em
sociedade com base em um pacto, famoso contrato social de Rousseau. Não obstante o
mesmo elucida que:
Não mais se justificam, contudo, aquelas teorias, à luz do constitucionalismo moderno atual,
que atingiu um grau de maturidade e independência suficiente para se "legitimara si mesmo",
sem a necessidade de socorrer-se daquelas ficções contratuais anteriormente elaboradas. O
constitucionalismo, pois, exala uma energia, uma firmeza e uma estabilidade que o têm
sustentado até os dias de hoje.
Segundo Roberto Dromi o constitucionalismo deverá ser influenciado até se identificar com a
verdade, a solidariedade, o consenso, a continuidade, a participação, a integração e a
universalização.
Uma parcela, que é constituída de normas que jamais passam de programáticas e são
praticamente inalcançáveis pela maioria dos Estados; e uma outra sorte de normas que não
são implementadas por simples falta de motivação política dos administradores e governantes
responsáveis. As primeiras precisam ser erradicadas dos corpos constitucionais, podendo
figurar, no máximo, apenas como objetivos a serem alcançados a longo prazo, e não como
declarações de realidades utópicas, como se bastasse a mera declaração jurídica para
transformar-se o férreo em ouro.As segundas precisam ser cobradas do Poder Público com
mais força, o que envolve, em muitos casos,a participação da sociedade na gestão das verbas
públicas e a atuação de organismos de controle e cobrança, como o Ministério público, na
preservação da ordem jurídica e consecução do interesse público vertido nas cláusulas
constitucionais.
O que Dromi quis evidenciar foi que numa norma jurídica posta não pode existir normas
mortas, sem eficácia concreta na sociedade, se a lei é posta é porque deve ser comprida, se
existem lei programáticas essas devem atender as necessidades dos indivíduos e não
permanecerem estáticas e cristalizadas como meras declarações utópicas.
Já em relação àquelas que não são implementadas pelo poder público deve haver uma
participação popular cobrando a presteza dos serviços públicos, pois se tratam de um direito
coletivo, o qual não está sendo respeitado pelo gestor responsável, somente a força popular é
capaz de mobilizar o aparelho estatal e fiscaliza-lo, para que o mesmo tenha consentimento
de suas obrigações, a fim de que o mesmo cumpra com deveres preestabelecidos em lei e
ofereça uma continuidade na prestação de serviços públicos e sociais.
Em contrapartida, quanto ao constitucionalismo da continuidade, Dromi assevera que "é
muito perigoso em nosso tempo conceber Constituições que produzam uma ruptura da lógica
dos antecedentes, uma descontinuidade com todo o sistema precedente"
O autor teme que as novas Constituições rompam com a continuidade histórica traçada pelo
constitucionalismo, haja vista a existência de todo um modelo ideológico do liberalismo, do
Estado do Bem-Estar Social, uma vez que esses ideais são um dos alicerces construtores do
atual constitucionalismo.
No tocante a globalização, é notória que a União Européia visa consolidar uma Constituição
única para os paises que integram o bloco econômico. Com a ocorrência de tal fato poder-se-
ia falar em um constitucionalismo globalizado com uma miscigenação de povos, culturas,
costumes, princípios, regras e condutas que acabariam por eclodir na formação de uma única
nação com uma única Constituição certamente como elucida Ramos Tavares propagaria pela
unificação dos ideais humanos que seriam consagrados juridicamente.
Art.193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem estar
social e a justiça social.
Por fim, Ramos Tavares afirma que a elaboração do texto constitucional teve a sua formação
e influência nos movimentos contratualistas que justificavam a agremiação do homem em
sociedade com base em um pacto, famoso contrato social de Rousseau. Não obstante o
mesmo elucida que:
Não mais se justificam, contudo, aquelas teorias, à luz do constitucionalismo moderno atual,
que atingiu um grau de maturidade e independência suficiente para se "legitimara si mesmo",
sem a necessidade de socorrer-se daquelas ficções contratuais anteriormente elaboradas. O
constitucionalismo, pois, exala uma energia, uma firmeza e uma estabilidade que o têm
sustentado até os dias de hoje.
Segundo Roberto Dromi o constitucionalismo deverá ser influenciado até se identificar com a
verdade, a solidariedade, o consenso, a continuidade, a participação, a integração e a
universalização.
Uma parcela, que é constituída de normas que jamais passam de programáticas e são
praticamente inalcançáveis pela maioria dos Estados; e uma outra sorte de normas que não
são implementadas por simples falta de motivação política dos administradores e governantes
responsáveis. As primeiras precisam ser erradicadas dos corpos constitucionais, podendo
figurar, no máximo, apenas como objetivos a serem alcançados a longo prazo, e não como
declarações de realidades utópicas, como se bastasse a mera declaração jurídica para
transformar-se o férreo em ouro.As segundas precisam ser cobradas do Poder Público com
mais força, o que envolve, em muitos casos,a participação da sociedade na gestão das verbas
públicas e a atuação de organismos de controle e cobrança, como o Ministério público, na
preservação da ordem jurídica e consecução do interesse público vertido nas cláusulas
constitucionais.
O que Dromi quis evidenciar foi que numa norma jurídica posta não pode existir normas
mortas, sem eficácia concreta na sociedade, se a lei é posta é porque deve ser comprida, se
existem lei programáticas essas devem atender as necessidades dos indivíduos e não
permanecerem estáticas e cristalizadas como meras declarações utópicas.
Já em relação àquelas que não são implementadas pelo poder público deve haver uma
participação popular cobrando a presteza dos serviços públicos, pois se tratam de um direito
coletivo, o qual não está sendo respeitado pelo gestor responsável, somente a força popular é
capaz de mobilizar o aparelho estatal e fiscaliza-lo, para que o mesmo tenha consentimento
de suas obrigações, a fim de que o mesmo cumpra com deveres preestabelecidos em lei e
ofereça uma continuidade na prestação de serviços públicos e sociais.
Em contrapartida, quanto ao constitucionalismo da continuidade, Dromi assevera que "é
muito perigoso em nosso tempo conceber Constituições que produzam uma ruptura da lógica
dos antecedentes, uma descontinuidade com todo o sistema precedente"
O autor teme que as novas Constituições rompam com a continuidade histórica traçada pelo
constitucionalismo, haja vista a existência de todo um modelo ideológico do liberalismo, do
Estado do Bem-Estar Social, uma vez que esses ideais são um dos alicerces construtores do
atual constitucionalismo.
No tocante a globalização, é notória que a União Européia visa consolidar uma Constituição
única para os paises que integram o bloco econômico. Com a ocorrência de tal fato poder-se-
ia falar em um constitucionalismo globalizado com uma miscigenação de povos, culturas,
costumes, princípios, regras e condutas que acabariam por eclodir na formação de uma única
nação com uma única Constituição certamente como elucida Ramos Tavares propagaria pela
unificação dos ideais humanos que seriam consagrados juridicamente.
Esta obra está bajo una Licencia Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivar 4.0
Internacional, IIJ-UNAM. Boletín Mexicano de Derecho Comparado, núm. 152, pp. 449-475.
2) Contrariamente ao sucedido no país irmão de Angola, em Moçambique passar-se-ia o
inverso no fim dessa guerra: primeiro fez-se uma nova lei constitucional, e só depois se
aprovou o Acordo de Paz. Foi assim que em 1990 se adotou a primeira Constituição da
República de Moçambique de uma nova fase (CRM1990),44 aprovada ainda pela Assembleia
Popular em 2 de novembro de 1990 e com início de vigência a 30 do mesmo mês, seguindo
no fundamental a sistematização estabelecida na CRPM, de 1975, com os seguintes títulos,
num total de 206 artigos:
Capítulo I – A República
Capítulo II – Nacionalidade
Capítulo VI – Tribunais
Capítulo X – Incompatibilidades
Ao longo da sua vigência de 14 anos, a CRM de 1990 foi objeto de algumas revisões
constitucionais:
2) Tem sido discutido se o aparecimento de uma nova Constituição como sucede a partir de
novembro de 2004 com a CRM— não implica automaticamente a mudança de regime
constitucional a ponto de se impor uma III República de Moçambique, à semelhança do que
sucedeu com a periodificação da história político-constitucional portuguesa.
Assim acontece com o surgimento de novos textos constitucionais, seja por revolução, seja
por transição, pois que os mesmos, contrastando com o passado constitucional, estabelecem
um novo projeto de Direito, alterando substancialmente a identidade constitucional.
É esse o resultado na esmagadora maioria das experiências de mudança de Constituição por
esse mundo fora, sendo até os textos constitucionais os símbolos das alterações ocorridas na
forma política, no sistema social e no regime económico dos Estados. 3) A doutrina
moçambicana pouco se tem dedicado ao assunto, pelo que estão em aberto as opções quer
pela manutenção da II República inaugurada em 1990 com a nova CRM quer pela referência
à III República – correspondente ao novo texto constitucional de 2004.
Capítulo I – República
Internacional
Título II – Nacionalidade
Capítulo II – Competências
Capítulo II – Competência
Título IX – Tribunais
Capítulo I – Princípios gerais
Título XII – Administração Pública, Polícia, Provedor de Justiça e Órgãos Locais do Estado
Capítulo II – Polícia
É verdade que hoje em que também se assiste a uma Globalização Constitucional, que
porventura terá sido uma das primeiras não se afigura fácil descortinar instituições
verdadeiramente marcantes dos sistemas jurídico-constitucionais: todos os sistemas se
interinfluenciam e os textos mais jovens recebem múltiplas e paralelas influências, algo que
pode ser triangularmente referenciado nos sistemas político-constitucionais de língua
portuguesa.
O sentido fundamental desta alteração foi o de permitir, com base em consenso partidário e
social, o adiamento das primeiras eleições das assembleias provinciais.