Aula 9 Analise Combinatoria e Noções de Probabilidade
Aula 9 Analise Combinatoria e Noções de Probabilidade
Aula 9 Analise Combinatoria e Noções de Probabilidade
Faculdade de Ciências
Departamento de Matemática e informática
Estatistica Básica - 1ºano
Resumo teórico 1º Semestre de 2024
Foi a necessidade de calcular o número de possibilidades existentes nos chamados jogos de azar que levou
ao desenvolvimento da Análise Combinatória, parte da Matemática que estuda os métodos de contagem.
Esses estudos foram iniciados já no século XVI, pelo matemático italiano Niccollo Fontana (1500-1557),
conhecido como Tartaglia. Depois vieram os franceses Pierre de Fermat (1601-1665) e Blaise Pascal (1623-
1662).
A Análise Combinatória visa desenvolver métodos que permitam contar - de uma forma indireta - o
número de elementos de um conjunto, estando esses elementos agrupados sob certas condições.
Fatorial
Se n é um número inteiro positivo maior do que zero, por definição, fatorial de n, que se indica por n! é
dado por:
O fatorial de 5 é, portanto:
5! = 5 X 4 X 3 X 2 X 1=120.
O desenvolvimento de um fatorial pode ser interrompido antes de chegar ao número 1, desde que se
coloque o símbolo !, que indica o fatorial, logo após o último número. Escreve-se:
5! =5x4x3!
porque
3! =3X2X1.
Para n = 0 , teremos : 0! = 1.
Para n = 1 , teremos : 1! = 1
Exemplos:
a) 6! = 6 x 5 x 4 x 3 x 2 x 1 = 720
b) 4! = 4 x 3 x 2 x 1 = 24
c) observe que 6! = 6 x 5 x 4!
d) 10! = 10 x 9 x 8 x 7 x 6 x 5 x 4 x 3 x 2 x 1
e) 10! = 10 x 9 x 8 x 7 x 6 x 5!
f ) 10! = 10 x 9 x 8!
Resumo Teórico “Análise Combinatória e Introdução a Probabilidade” Estatística Básica 2024 Plácido Mateus1
Princípio fundamental da contagem
T X 1 X 2 X 3 X 4 ... X n
Exemplo: O DETRAN decidiu que as placas dos veículos do Brasil serão codificadas usando-se 3
letras do alfabeto e 4 algarismos. Qual o número máximo de veículos que poderá ser licenciado?
Solução: Usando o raciocínio anterior, imaginemos uma placa genérica do tipo PWR-USTZ.
Como o alfabeto possui 26 letras e nosso sistema numérico possui 10 algarismos (de 0 a 9), podemos
concluir que: para a 1ª posição, temos 26 alternativas, e como pode haver repetição, para a 2ª, e 3ª
também teremos 26 alternativas. Com relação aos algarismos, concluímos facilmente que temos 10
alternativas para cada um dos 4 lugares. Podemos então afirmar que o número total de veículos que
podem ser licenciados será igual a: 26 x 26 x 26 x 10 x 10 x 10 x 10 que resulta em 175.760.000.
Observe que se no país existissem 175.760.001 veículos, o sistema de códigos de emplacamento teria
que ser modificado, já que não existiriam números suficientes para codificar todos os veículos.
Permutações simples
O número total de permutações simples de n elementos distintos é dado por n!, isto é
Exemplos:
a) P6 = 6! = 6 x 5 x 4 x 3 x 2 x 1 = 720
P5 = 5! = 5 x 4 x 3 x 2 x 1 = 120
Denomina-se ANAGRAMA o agrupamento formado pelas letras de uma palavra, que podem ter ou
não significado na linguagem comum.
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Permutações com elementos repetidos
n!
Pn( a , b,c.)
a!b!c!...
Solução:
Temos 10 elementos, com repetição. Observe que a letra M está repetida duas vezes, a letra A três, a
letra T, duas vezes. Na fórmula anterior, teremos: n=10, a=2, b=3 e c=2. Sendo x o número procurado,
podemos escrever:
n! 10!
Pn( a , b,c.) P10( 2, 3, 2.) 151200
a!b!c!... 2!3!2!
Resposta: 151200 anagramas.
Arranjos simples
Dado um conjunto com n elementos, chama-se arranjo simples de taxa x, a todo agrupamento de x
elementos distintos dispostos numa certa ordem. Dois arranjos diferem entre si, pela ordem de
colocação dos elementos. Assim, no conjunto E = {a,b,c}, teremos:
a) arranjos de taxa 2: ab, ac, bc, ba, ca, cb.
b) arranjos de taxa 3: abc, acb, bac, bca, cab, cba.
Representando o número total de arranjos de n elementos tomados x a x (taxa x) por Axn , teremos a
seguinte fórmula:
n!
Axn Obs : é fácil perceber que Ann = n! = Pn. (Verifique)
(n x)!
Exemplo: Um cofre possui um disco marcado com os dígitos 0,1,2...9. O segredo do cofre é marcado por uma
seqüência de 3 dígitos distintos. Se uma pessoa tentar abrir o cofre, quantas tentativas deverá fazer (no
máximo) para conseguir abri-lo?
Solução: As sequências serão do tipo xyz. Para a primeira posição teremos 10 alternativas, para a segunda, 9
e para a terceira, 8. Podemos aplicar a fórmula de arranjos, mas pelo princípio fundamental de contagem,
chegaremos ao mesmo resultado:
10! 10 9 8 7!
A310 10 9 8 720
(10 3)! 7!
Numa reunião de sete pessoas há nove cadeiras. De quantos modos se podem sentar as pessoas?
9! 9 8 7 6 5 4 3 2!
A79 9 8 7 6 5 4 3 181.440
(9 7)! 2!
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Combinações simples
n!
Cxn
(n x)! x!
Representamos por C xn o número total de combinações de n elementos tomados x a x (taxa x).
Nota: o número acima é também conhecido como Número binomial e indicado por:
(n nx!)! x!
n
x
Esta fórmula dá o número de diferentes conjuntos de x elementos que podem ser formados com n
elementos distintos.
(5 53!)! 3! 25!3!! 10
5
3
Exemplo: Uma prova consta de 15 questões das quais o aluno deve resolver 10. De quantas formas
ele poderá escolher as 10 questões?
Solução: Observe que a ordem das questões não muda o teste. Logo, podemos concluir que trata-se
de um problema de combinação de 15 elementos com taxa 10.
n!
Aplicando simplesmente a fórmula C x
n
chegaremos a:
(n x)! x!
01 - Um coquetel é preparado com duas ou mais bebidas distintas. Se existem 7 bebidas distintas,
quantos coquetéis diferentes podem ser preparados? Resp: 120
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02 - Sobre uma circunferência são marcados 9 pontos distintos. Quantos triângulos podem ser
construídos com vértices nos 9 pontos marcados? Resp: 84
03 - Uma família c om 5 pessoas possui um automóvel de 5 lugares. Sabendo que somente 2 pessoas
sabem dirigir, de quantos modos poderão se acomodar para uma viagem? Resp: 48
Exercício resolvido:
Um salão tem 6 portas. De quantos maneiras distintas esse salão pode estar aberto?
N = 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 = 64
Lembrando que uma dessas opções corresponde a todas as seis portas fechadas, teremos então que o
número procurado é igual a 64 - 1 = 63.
2. INTRODUÇÃO A PROBABILIDADE
Nesta unidade veremos como a incerteza pode realmente ser medida, como associar-lhe números e
como interpretar estes valores chamados de “probabilidades”, que vai nos permitir a tomar decisões
adequadas, auxiliar a desenvolver estratégias. O ponto principal é a possibilidade de quantificar o quanto
provável será a ocorrência de determinada situação.
Definições:
EXPERIMENTO ALEATÓRIO (E): São aqueles que, repetidos em idênticas condições, produzem resultados
diferentes. Existem dois tipos de experimentos:
i) Determinísticos: Os resultados são sempre os mesmos e determinados pelas condições sob as quais o
procedimento seja executado. Exemplo: Ponto de ebulição da água, ponto de congelamento da
água, Leis da Física.
ii) Não-Determinísticos (Probabilístico ou Aleatório): Os resultados podem variar, mesmo quando são
executados sob as mesmas condições. Embora não saibamos qual o resultado que irá ocorrer
num experimento em geral, conseguimos descrever o conjunto de todos os resultados possíveis
que podem ocorrer. As variações de resultados, de experimento para experimento, são devidas a
uma multiplicidade de causas que não podemos controlar que chamamos ACASO.
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Para podermos falar de probabilidades, temos de ter sempre um espaço amostral, que é o conjunto de todos
resultados possíveis de um experiência (experimento). O termo experimento sugere a incerteza do resultado.
Espaço amostral: Chamamos de ESPAÇO AMOSTRAL e indicamos por S, um conjunto formado por todos
os resultados possíveis de um experimento aleatório.
Deve-se observar que nem sempre os elementos de um espaço amostral são números.
EVENTO: Consideramos um experimento aleatório, cujo espaço amostral é S. chamamos de evento todo
subconjunto de s ou cada resultado possível em um experimento. isto é, a cada um dos elementos do
conjunto S, damos o nome de evento.
Exemplo: Consideremos o espaço amostral S, referente ao lança mento de um dado honesto e observa-se o
número da face de cima. S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
Alguns eventos:
Exemplo: Uma moeda é lançada 3 vezes, e observa-se a sequência de caras (k) e coroas (c).
K KKK
K
C KKC
K K KCK
C
C KCC
K CKK
C K
C CKC
K CCK
C
C CCC
S = {(k, k, k); (k, k, c); (k, c, k); (c, k, k); (k, c, c); (c, k, c); (c, c, k); (c, c, c)}
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Alguns eventos:
A = Ocorrência de cara no 1o lançamento. A = {(k, k, k); (k, k, c); (k, c, k); (k, c, c)}
B = Ocorrência de exatamente uma coroa. B = {(k, k, c); (k, c, k); (c, k, k)}
OBSERVAÇÂO: Podemos representar um espaço amostral S e seus eventos (A e B, por exemplo) através
de um diagrama de Venn:
TIPOS DE EVENTOS:
– EVENTO SIMPLES: Denominam-se eventos simples, aos eventos que são formados por um único elemento
do espaço amostral.
A = { 5 } é a representação de um evento simples do lançamento de um dado cuja face para cima é divisível
por 5. Nenhuma das outras possibilidades são divisíveis por 5.
O conjunto A = { 2, 3, 5, 6, 4, 1 } representa um evento certo pois ele possui todos os elementos do espaço
amostral S = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }.
No lançamento conjunto de dois dados qual é a possibilidade de a soma dos números contidos nas duas faces
para cima, ser igual a 15?
Este é um evento impossível, pois o valor máximo que podemos obter é igual a doze (6 + 6 = 12). Podemos
representá-lo por , ou ainda por A = { }.
– EVENTOS COMPLEMENTARES
Dois eventos A e B são denominados mutuamente exclusivos ou excludentes, se eles não puderem ocorrer
juntos.
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Exemplo: A B
Historicamente, a teoria da probabilidade começou com o estudo de jogos de azar, como roleta e as cartas. A
probabilidade p, de um evento A, foi definida assim: se A pode ocorrer de s maneiras diversas dentre um total
de n maneiras igualmente prováveis.
Seja um espaço amostral S formado por “n(S)” elementos, igualmente prováveis. Seja A um evento de S, com
“n(A)” elementos. A probabilidade de A ocorrer, anotada por P(A), lê-se pê de A, é definida como sendo:
Onde
Isto é, a probabilidade do evento A é o quociente entre o número “n(A)” de casos favoráveis e o número “n(S)”
de casos possíveis.
Exemplo: Calcular a probabilidade de no lançamento de um dado equilibrado obter-se um resultado ímpar.
S = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 } => n(S) = 6 A = { 1, 3, 5 } => n(A) = 3
Então
Lançando-se duas vezes uma moeda, qual a probabilidade de ocorrer duas “caras”?
Seja c a ocorrência de “cara” e k a ocorrência de “coroa”
A sair duas caras cc n( A) 1
S cc, ck , kc, kk n( S ) 4
1
P( A) 0,25 25%
4
Qual a probabilidade de se obter uma “dama” retirando se ao acaso uma carta de um baralho?
Baralho 13 cartas de cada naipe e 4 naipes total 52 cartas
A damas do baralho n( A) 4 4 1
P( A) 0,0769 7,69%
52 13
S cartas do baralho n( S ) 52
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Retira-se uma carta de um baralho comum, bem embaralhado de 52 cartas. Qual a probabilidade de:
a) A = Sair um rei P(A) = 4/52
b) B = Sair uma carta de espadas P(B) = 13/52
Logo após a introdução da definição clássica apareceu a semente de uma nova definição.
Na prática acontece que nem sempre é possível determinar a probabilidade de um evento. Neste caso é
necessário ter um método de aproximação desta probabilidade. Um dos métodos utilizados é a
experimentação que objetiva estimar o valor da probabilidade de um evento A com base em valores reais.
Considera-se um experimento a um processo que possa ser repetido nas mesmas condições um número
“grande” de vezes. Novamente “S” denotará o espaço de resultados do experimento.
Seja A um evento cuja probabilidade se deseje calcular. Neste caso o experimento será repetido várias vezes,
estimando-se a probabilidade de A pela sua frequência relativa de ocorrência, ou seja:
número de ocorrências de A n( A)
P( A) .
número total de repetições n( S )
A probabilidade avaliada através deste processo é denominada de probabilidade empírica. Então pelo conceito
frequencial, a probabilidade é determinada com base na proporção de vezes que o evento A, ocorre em certo
número de observações. Em outras palavras, a probabilidade é determinada pela frequência relativa, e quanto
maior o número de observações, mais o valor calculado tenderá ao valor real da probabilidade.
Observe-se que desta forma não são necessárias as hipóteses de equiprobabilidade dos eventos elementares
nem de finitude do espaço dos resultados, superando-se portanto as duas restrições da definição clássica.
Entretanto, esta nova “definição” introduz as seguintes dificuldades:
i) é necessária certa regularidade da sequência das frequências relativas, no sentido de que a mesma se
mantenha estável e convergindo para um valor que seria a probabilidade de A;
ii) mesmo admitindo a existência do limite de repetições, quando parar?
1) Método Clássico: Quando os resultados são igualmente prováveis, a probabilidade de cada resultado é
simplesmente uma função do número de resultados possíveis.
Resumo Teórico “Análise Combinatória e Introdução a Probabilidade” Estatística Básica 2024 Plácido Mateus9
Diferença:
- Em uma caixa temos 10 fusíveis “bons” e 3 “defeituosos”. Retira-se um fusível ao acaso, a probabilidade dele
ser defeituoso é de:
n( A) 3
P( A) 23,08%
n( S ) 13
2) Método Empírico: Tem como base a frequência relativa de ocorrência de um evento num grande número
de provas repetidas. Portanto, é usado quando os resultados não são igualmente prováveis. Por exemplo, no
caso de uma moeda não equilibrada, é claro que aparecer coroa e aparecer cara não são igualmente
prováveis. Uma forma de lidar com situações como esta é obter alguns dados empíricos, numa tentativa de
estimar as probabilidades.
Exemplo: Uma pesquisa de trafego realizado no trecho de uma avenida revelou que dos 200 carros que foram
vistoriados 25 tinham pneus em más condições. A probabilidade de que o próximo carro a ser vistoriado tenha
pneus bons é;
3) Método Subjetivo – Utiliza estimativas pessoais de probabilidade, tendo como base um certo grau de
crença, ou seja, a probabilidade neste caso é uma avaliação pessoal do grau de viabilidade de um evento.
- Um corretor de seguros estima em 30% a probabilidade de vender hoje uma apólice de seguros a um jovem
casal.
As probabilidades determinadas sejam pelo método clássico ou pelo empírico, dizemse objetivas
porque decorrem de factos.
A probabilidade subjetiva é uma avaliação pessoal do grau de viabilidade de um evento, é, portanto o
resultado de um esforço para quantificar nossa crença a respeito de algo.
Exemplo: Qual a probabilidade de você se apaixonar na próxima semana? Que nota você receberá em sua
avaliação de Probabilidade e Estatística? Quando se instalará uma greve de professores? Um enfermo se
recuperará completamente?
Se usarmos certas operações entre conjuntos (eventos), podemos combinar conjuntos (eventos),
para formar novos conjuntos (eventos).
a) União de dois eventos: Sejam A e B dois eventos. Então, A B será também um evento que
ocorrerá se, e somente se, A ou B (ou ambos) ocorrem. Dizemos que AB é a união entre o
evento A e o evento B.
b) Intersecção de dois eventos: Sejam A e B dois eventos. Então, A B será também um evento
que ocorrerá se, e somente se, A e B ocorrem simultaneamente. Dizemos que A B é a
intersecção entre o evento A e o evento B. Em particular, se A B = , A e B são chamados
mutuamente exclusivos, ou seja, eles não podem ocorrer juntos.
c) Complementar de um evento: Seja A um evento. Então Ac será também um evento que ocorrerá
se, e somente se, A não ocorrer. Dizemos que Ac é o evento complementar de A.
S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
Sejam os eventos:
A = Ocorrência de um número par. A = {2, 4, 6}
B = Ocorrência de um número maior ou igual a 4. B = {4, 5, 6}
C = Ocorrência de um número ímpar. C = {1, 3, 5}
Então teremos:
i) Ocorrência de um número par ou maior ou igual a 4. A B = {2, 4, 5, 6}
ii) Ocorrência de um número par e maior ou igual a 4. A B = {4, 6}
iii) Ocorrência de um número par e de um número ímpar. A C =
Ocorrência de um número menor que 4. Bc = {1, 2, 3}
A B B A
A A A
A A
A S S
A S A
A
A B A B
A B A B
A B A B
A B A A B A B B
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– REGRAS DA ADIÇÂO
Muitas aplicações de estatística utilizam a probabilidade de “combinações” de eventos: União ou
intersecção de dois eventos. A regra de adição é aplicada em situações que se pretende determinar a
probabilidade de ocorrer o evento A ou o evento B. Portanto, a probabilidade de ocorrer um evento A ou um
evento B (ou ambos) numa prova é igual à soma das probabilidades dos eventos ocorrerem separadamente,
menos a probabilidades de ocorrerem simultaneamente.
Exemplo:
Qual a probabilidade de sair um número par ou um número menor que 3 quando se joga um
dado.
A número par 2, 4, 6 n ( A) 3 P( A)
3 1
6 2
B número menor que 3 1, 2 n ( B) 2 P( B)
2 1
6 3
A B 2 n( A B) 1 P( A B)
1
6
1 1 1 3 2 1 4 2
P( A B) = P(A) + P(B) - P(A B) 66,67%
2 3 6 6 6 3
– PROBABILIDADE CONDICIONAL
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral S, onde P(A) > 0. A probabilidade de B ocorrer
condicionada a A ter ocorrido, será representada por P(B/A), e lida como: “probabilidade de B dado A” ou
“probabilidade de B tendo ocorrido A”, é calculada por:
P( A B) P( B A)
P( A / B) , P (B) 0 e P( B / A) , P (A) 0
P( B) P( A)
Resumo Teórico “Análise Combinatória e Introdução a Probabilidade” Estatística Básica 2024 Plácido Mateus12
Exemplo:
P( A B)
Como P( A / B) , devemos calcular: P (AB) = P (A) + P (B) P (A B) Daí,
P( B)
P( A B) 1 / 6 1 4 4 2
P (A B) = 1/6. Logo P( A / B) 0,222
P( B) 3 / 4 6 3 18 9
P( A B) 1 / 6 1 3 3 1
P( B / A) 0,5
P( A) 1/ 3 6 1 6 2
Exemplo: O quadro abaixo se refere à distribuição de alunos presentes numa reunião, classificados por sexo
e por curso:
Nesse caso o espaço amostral ficou reduzido a 140 estudantes que estudam economia, dos quais apenas 80
são mulheres, então:
P( M E ) 80 / 250 80 250 80
P (M/E) = 80 /140 = 0,571 Ou P( M / E ) 0,571
P( E ) 140 / 250 250 140 140
– EVENTOS INDEPENDENTES
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– REGRAS DA MULTIPLICAÇÃO
A probabilidade de ocorrer o evento A e o evento B ( ou seja, ambos simultaneamente) é dada por P(A e B) ou
P(A B). Se os eventos A e B são dependentes, temos que:
Uma rifa é composta por 50 números, irá definir o ganhador de 2 prêmios sorteados um de
cada vez. Se você adquiriu 5 números, qual é a probabilidade de ganhar os 2 prêmios?
Quero ganhar o primeiro e o segundo premio.
5 1
Ganhar o primeiro premio P(1)
50 10
4
Para o segundo premio, tenho 4 números e restam 49 números P(2)
49
1 4 4
P(1e 2) P(1 2) 0,00816 0,82%
10 49 490
Um projeto para ser transformado em lei deve ser aprovado pela Assembleia da republica e
pelo conselho de constitucional. A probabilidade de que certo projeto seja aprovado pela
Assembleia da republica é de 40%. Caso seja aprovado na Assembleia da republica, a
probabilidade de ser aprovado no conselho de constitucional é de 80%. Calcule a probabilidade
de este projeto ser transformado em lei.
O projeto deve ser aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Resumo Teórico “Análise Combinatória e Introdução a Probabilidade” Estatística Básica 2024 Plácido Mateus14
ESTATÍSTICA BÁSICA
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Aula 9: Analise Combinatória e Noções de Probabilidades Ano de 2024 Ficha de Exercício 9
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1. Calcule: a ) A26 b ) A410 c ) P4 d ) P7 e ) C38 f ) C 410
2. Quantos são os anagramas formados com as letras da palavra UNIPAC? Quantos destes anagramas
começam com a letra U? (Anagrama: Frase elaborada usando exatamente as mesmas letras da
sentença original)
4. Qual é o número de comissões de 3 alunos que se podem formar tirados em um conjunto de 7 alunos?
6. Determine o número de anagramas que podem ser formados com as letras da palavra ALEMANHA?
8. De quantos modos pode vestir-se um homem que tem 2 pares de sapatos, 4 casacos e 6 calças
diferentes, usando sempre uma calca, um casaco e um par de sapatos?
10. Um inspetor visita 6 máquinas diferentes durante o dia. A fim de evitar que os operários saibam quando
ele os irá inspecionar, o inspetor varia a ordem de suas visitas. De quantas maneiras diferentes poderão
ser feitas as visitas?
11. Sete alunos foram escolhidos para representar uma turma de um colégio durante o hasteamento da
bandeira. Se for necessário que os mesmos formem uma fila, de quantas maneiras diferentes podem
ser dispostos os alunos?
12. De uma sala de 25 alunos devem ser escolhidos 5 alunos para receberem prêmios. De quantas
maneiras diferentes poderão ser distribuídos os prêmios se:
a ) se todos os prêmios forem iguais
b ) se os prêmios forem diferentes.
13. Cinco pessoas decidem viajar num automóvel. De quantas maneiras diferentes eles podem se assentar
se: (a) todos sabem dirigir (b) apenas 1 sabe dirigir.
Resumo Teórico “Análise Combinatória e Introdução a Probabilidade” Estatística Básica 2024 Plácido Mateus15
14. Os números dos telefones fixo da cidade do Maputo tem 8 algarismos cujo primeiro digito é 2 e o
segundo digito é 1. O número máximo de telefones que podem ser instalados é:
1 000 000 2 000 000 3 000 000 6 000 000 7 000 000
15. Em um torneio de futebol Moçambicano a equipa da União desportiva do Songo obteve 8 vitórias, 5
empates e 2 derrotas, nas 15 partidas disputadas. De quantas maneiras distintas esses resultados
podem ter ocorrido?
17. Defina um espaço amostral para cada um dos seguintes experimentos aleatórios:
a) lançamento de um dado e uma moeda;
b) investigam-se famílias com 4 crianças, anotando-se a configuração segundo o sexo;
c) de um grupo de 5 pessoas: A, B, C, D e E sorteiam-se duas, uma após a outra, com reposição,
e anota-se a configuração formada.
19. Quais dos valores abaixo não podem ser probabilidades? 0, 0,0001, -0,2, 3/2, 2/3, 2 , 0,2
23. Um lote é formado por 10 peças boas, 4 com defeitos leves e 2 com defeitos graves. Uma peça é
retirada ao acaso deste lote. Calcule a probabilidade de que esta peça:
a) seja boa;
b) apresente defeito leve;
Resumo Teórico “Análise Combinatória e Introdução a Probabilidade” Estatística Básica 2024 Plácido Mateus16
c) apresente defeito grave;
d) apresente defeito independentemente do tipo;
e) seja boa ou tenha defeito leve.
24. De uma classe com 30 alunos, dos quais 14 são meninos, um aluno é escolhido ao acaso. Qual é a
probabilidade de:
a) o aluno escolhido ser um menino?
b) o aluno escolhido ser uma menina?
25. Uma carta é retirada ao acaso de um baralho bem embaralhado. Qual é a probabilidade de:
a) ser um ás?
b) ser uma carta de ouro?
c) ser um ás de ouro?
26. Uma urna tem 1 O bolas numeradas de 1 a 1 O. Retira-se uma bola ao acaso. Qual é a probabilidade
de essa bola:
a) ter número maior do que 7?
b) ter número menor do que 7?
c) ter número 1ou10?
27. Uma urna tem 15 bolas numeradas de 1a15. Retira-se uma bola ao acaso. Qual é a probabilidade de
essa bola:
a) ter número par?
b) ter número ímpar?
c) ter número maior do que 15?
28. Um estudo de 500 voos da LAM selecionados aleatoriamente mostrou que 430 chegaram no horário.
Qual é a probabilidade estimada de um vôo da LAM chegar no horário? E de nao chegar no horário?
29. Em uma amostra de 750 pessoas, 85 eram do tipo A, 193 do tipo B e 252 do tipo O.
a) Quantas pessoas do grupo AB existem nesta amostra?
b) Qual a probabilidade de uma pessoa ser do tipo sanguíneo AB?
30. Uma pessoa comprou um número de uma rifa que tem 100 números e irá sortear cinco prêmios. Qual é
a probabilidade de essa pessoa:
a) ganhar um prêmio?
b) de não ganhar?
31. Qual a probabilidade de acidentes de trabalho, por ano, em uma determinada indústria se uma amostra
aleatória de 10 firmas, que empregam um total de 8.000 pessoas, mostrou que ocorreram 400
acidentes de trabalho durante os últimos doze meses?
32. Em um jogo deve-se acertar um número entre 0 e 999 previamente sorteado. Pede-se a um
participante do jogo que diga um número nesse intervalo. Qual a probabilidade dessa pessoa acertar o
número sorteado? Qual a probabilidade de dizer um número incorrecto?
33. Em uma pesquisa entre estudantes de uma faculdade, 1162 afirmara que “cabulavam” nos exames,
enquanto 2468 afirmaram não “cabulavam”. Selecionando aleatoriamente um desses estudantes,
determine a probabilidade de ele ou ela ter “cabulado” em um exame.
Resumo Teórico “Análise Combinatória e Introdução a Probabilidade” Estatística Básica 2024 Plácido Mateus17
34. Se P(A) = 1/2 e P(B) = 1/4 e “A e B” são acontecimentos mutuamente exclusivos, calcule:
a) P( A ) b) P( B ) c) P(AB) d) P(AB)
35. Uma urna tem 10 bolas brantas e quatro pretas. Retira-se uma bola ao acaso. Qual é a probabilidade
de essa bola:
a) ser branca?
b) ser preta?
37. A probabilidade de uma mulher estar viva daqui a 30 anos é 3/4 e de seu marido 3/5. Calcule a
probabilidade de:
a) apenas o homem estar vivo;
b) somente a mulher estar viva;
c) pelo menos um estar vivo;
d) ambos estarem vivos.
38. Duas cartas são retiradas de um baralho, bem embaralhado, de 52 cartas. Determine a probabilidade
de ambas serem ases, se a primeira carta fôr: a) recolocada; b) não recolocada.
43. Suponha que P(A)=3/4 e P(B)=1/2. Podem os acontecimentos A e B ser mutuamente exclusivos?
Justifique.
Resumo Teórico “Análise Combinatória e Introdução a Probabilidade” Estatística Básica 2024 Plácido Mateus18
44. Carlos chega atrasado à universidade 25% das vezes, e esquece o material da aula 20% das vezes.
Admitindo que essas ocorrências sejam independentes, determine a probabilidade de:
a) Carlos chegar atrasado 2 dias seguidos.
b) Carlos chegar atrasado e sem o material de aula.
c) Carlos chegar na hora e com o material de aula.
d) Carlos chegar na hora e sem o material de aula.
45. A probabilidade de que você resolva correctamente a 1ª. questão de uma prova é 1/3 e de que seu
colega resolva correctamente é 2/5, sendo que ambos tentam, sozinhos, resolvê-la. Considere o
experimento em que se verifica se a questão foi resolvida correctamente ou não pelos dois.
a) Descreva um espaço amostral adequado.
b) Os eventos {você resolver correctamente} e {seu colega resolver correctamente} são:
b1) mutuamente exclusivos? Justifique.
b2) independentes? Justifique.
c) Qual a probabilidade de pelo menos um resolver a questão correctamente?
46. De 100 pessoas que se candidataram ao emprego de programador em uma empresa, 40 possuíam
experiência anterior, 30 curso superior, e destes 20 possuíam ambos.
a) Qual a probabilidade de um candidato aleatoriamente escolhido possuir curso superior ou
experiência anterior?
b) Qual a probabilidade de um candidato aleatoriamente escolhido possuir curso superior e
experiência anterior?
47. Sejam A e B dois eventos associados com um experimento “E”. Supondo que P(A)= 0,4,
P(AUB) = 0,7 e P(B) = p, qual é o valor de p para que se tenha:
a) A e B mutuamente exclusivos;
b) A e B não mutuamente exclusivos e independentes.
48. Lança-se um par de dados não viciados. Calcule a probabilidade de os dois números ser maior ou do
que 4.
50. Uma cidade tem 50.000 pessoas e 3 jornais em circulação: A, B e C. Sabe-se que 15000 pessoas lêem
o jornal A, 10000 pessoas lêem o jornal B, 8000 lêem o jornal C, 6000 lêem os jornais A e B, 4000 lêem
os jornais A e C, 3000 lêem os jornais B e C, 1000 lêem os jornais A, B e C. Uma pessoa é escolhida
aleatoriamente.
a) Represente a informação acima em um diagrama de VENN.
b) Qual é probabilidade de que ela leia pelo menos um jornal?
c) Qual a probabilidade de que ela leia apenas 1 jornal?
Resumo Teórico “Análise Combinatória e Introdução a Probabilidade” Estatística Básica 2024 Plácido Mateus19
51. Um piloto tem probabilidade de vencer uma corrida calculada em 1/5.
a) Qual a probabilidade do piloto não vencer a corrida?
b) Qual a probabilidade de vencer 3 corridas seguidas?
52. Uma urna tem bolas numeradas de 1 a 20. Sorteamos uma bola aleatoriamente. Qual a probabilidade
de sair um número múltiplo de 2 ou de 3?
53. Considere que dois dados honestos sejam lançados juntos. Em cada jogada, calcula se a soma dos
resultados. Qual a probabilidade de que a soma seja 5 ou 7?
54. Um dado equilibrado é lançado. Qual a probabilidade de sair a face o número 4, se já temos a
informação de que a face que saiu é par?
55. Um dado equilibrado é lançado. Qual a probabilidade de sair a face o número 3, se já temos a
informação de que a face que saiu é ímpar ?
56. Considere o experimento aleatório E = dado honesto é lançado e a face é observada e os eventos A =
ocorre face 3 e B = ocorre face impar.
a) Qual a probabilidade de que o evento A ocorrer?
b) Qual a probabilidade do evento A ocorrer sabendo que o evento B já ocorreu?
57. Uma caixa tem bolas numeradas de 1 a 10. Sorteamos uma bola.
a) Qual a probabilidade de sair múltiplo de 2 ?
b) E qual a probabilidade de sair múltiplo de 3 ?
58. Uma urna tem bolas numeradas de 1 a 25. Sorteamos uma bola aleatoriamente. Qual a probabilidade
de sair um número múltiplo de 2 ou de 3 ?
59. Uma caixa contém 11 bolas numeradas de 1 a 11. Retirando-se uma delas ao acaso, observa-se que o
número que ela traz é impar. Determine a probabilidade de que esse número seja menor que 5.
60. Dados os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 construímos todos os números que podem ser representados
usando-se dois deles sem repetir. Escolhendo-se um dos números formados (aleatoriamente), qual a
probabilidade dele ser par?
Links de Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=eZgF5pvwNd4 (Probabilidade)
https://www.youtube.com/watch?v=Sz7_OqasKgA (Probabilidade)
https://www.youtube.com/watch?v=IDdvfEia8RA (Probabilidade)
https://www.youtube.com/watch?v=eZgF5pvwNd4 (Probabilidade)
https://www.youtube.com/watch?v=9OOZf4klOeM (Probabilidade)
https://www.youtube.com/watch?v=9OOZf4klOeM (Probabilidade)
Resumo Teórico “Análise Combinatória e Introdução a Probabilidade” Estatística Básica 2024 Plácido Mateus20