0000 Ac 08
0000 Ac 08
0000 Ac 08
Pelotas, 2015
1
Francisco Almeida Massiére
Pelotas, 2015
2
Francisco Almeida Massiére
Banca examinadora:
3
Dedico este trabalho aos meus pais e minhas
irmãs.
4
Agradecimentos
5
“O êxito na vida não se mede pelo que você conquistou,
mas sim pelas dificuldades que superou no caminho”.
(Abraham Lincoln)
6
Resumo
7
Abstract
The subject of this work was the casing design of petroleum well, which
addresses the size, strength, yield, fault, force, pressure, and loading effect that
occurs in the pipe. The casing has the functions to prevent the collapse of the
well, avoid contamination of drinking water from groundwater, protection of the
geological formations of fluids and pressure are not compatible and support the
safety equipment of wellhead and other columns of casing. The manufacture of
casing of petroleum well is made by steel tubes connected. The steel used in
the manufacture of tubes is a compact cylinder. This occurs a process of
molding through which is transformed into pipe. Connections are made through
threads (connectors) and the number of pipe used in each phase of the casing
is set according to the drilling process. Characteristics of the geological
formations and reservoir as, for example, the internal pressure and external
pressure, will determine what are the specification of the pipes chosen of
casing. Casing pipe should have outside diameter, nominal weight, grade, wall
thickness, inside diameter, collapse pressure, tension, internal pressure and
threads and coupling sized correctly for not occurs yield, failure and collapse of
casing.
8
Lista de Figuras
9
Lista de Tabelas
10
Lista de Equações
11
Equação 3.24 – Momento de flexão para qualquer distância x menor que o
comprimento da junção......................................................................................53
Equação 3.25 – Momento de flexão..................................................................53
Equação 3.26 – Flexão pura..............................................................................54
Equação 3.27 – Momento de flexão..................................................................54
Equação 3.28 – Curvatura do tubo....................................................................54
Equação 3.29 – Solução da equação de momento...........................................54
Equação 3.30 – Constante K.............................................................................54
Equação 3.31 – Cisalhamento no ponto médio da junção................................55
Equação 3.32 – Inclinação do tubo....................................................................55
Equação 3.33 – Condição de contorno..............................................................55
Equação 3.34 – Flexão pura..............................................................................55
Equação 3.35 – Resolução do máximo aumento da tensão axial referente ao
lado convexo do tubo.........................................................................................56
Equação 3.36 – Aumento da tensão axial do tubo provocado pela flexão do
tubo, expresso pela força axial equivalente.......................................................56
Equação 3.37 – Resistência da junção..............................................................57
Equação 3.38 – Área da secção transversal da parede do tubo abaixo da última
luva/rosca...........................................................................................................57
Equação 3.39 – Resistência da junção..............................................................57
Equação 4.1 – Área da secção transversal.......................................................58
Equação 4.2 – Tensão axial sem flexão............................................................58
Equação 4.3 – Aumento da tensão axial provocado pela flexão no lado convexo
do tubo...............................................................................................................58
Equação 4.4 – Tensão total exercida no tubo...................................................59
Equação 4.5 – Momento de inércia...................................................................59
Equação 4.6 – Constante K...............................................................................59
Equação 4.7 – Tensão máxima após a derivação.............................................59
Equação 4.8 – Tensão axial máxima.................................................................59
Equação 4.9 – Resistência da junção................................................................60
Equação 4.10 – Área do aço sobre a última luva/rosca....................................60
Equação 4.11 – Resistência da junção..............................................................60
12
Lista de Símbolos
13
pressão externa
pressão interna
raio externo
raio interno
R raio de curvatura do tubo
r metade do diâmetro externo
t espessura da parede
XCSG grande quantidade de fios por comprimento de rosca
w peso do tubo
∆ variação de comprimento do tubo
∆ variação do ângulo do tubo
ângulo dogleg-severity
tensão radial
tensão tangencial
tensão vertical
∆ aumento da tensão axial provocado pela flexão no lado
convexo do tubo
!∆ "# $ máximo aumento da tensão axial referente ao lado convexo
do tubo
% &' tensão de escoamento mínimo
! % &' " tensão de escoamento efetiva
14
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 16
1.1. MOTIVAÇÃO ............................................................................................................. 17
1.2. OBJETIVOS .............................................................................................................. 17
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 18
2.1. FABRICAÇÃO DO TUBO DE REVESTIMENTO ................................................ 18
2.2. PADRONIZAÇÃO DO REVESTIMENTO ............................................................. 19
2.3. COLUNA DE REVESTIMENTO ............................................................................. 22
2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE POÇOS ........................................................ 26
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................................... 30
3.1 TRAÇÃO .................................................................................................................... 30
3.2 PRESSÃO INTERNA ............................................................................................... 32
3.3 PRESSÃO DE COLAPSO ...................................................................................... 36
3.4 EFEITO DAS CARGAS COMBINADAS ............................................................... 41
3.5 EFEITO DE FLEXÃO ............................................................................................... 46
4. APLICAÇÕES ................................................................................................................... 58
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 61
APÊNDICE A – EQUAÇÕES DE LAMÉ ............................................................................... 64
ANEXO A – ARQUIVO DE ENTRADA DO MATLAB ......................................................... 65
15
1. INTRODUÇÃO
16
1.1. MOTIVAÇÃO
1.2. OBJETIVOS
17
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
18
de soldagem de flash elétrico. Após os processos de soldagem elétrica, um
tubo cilíndrico é formado e o seu comprimento é definido de acordo com o
projeto de revestimento.
No processo de soldagem por resistência elétrica, a chapa em espiral é
soldada por um arco elétrico. O tubo ao sair da máquina é cortado com o
comprimento desejado. A figura 2.0.0 mostra como ocorre este processo.
19
Os tubos são de aço especial, o diâmetro varia entre 5 1*2” e 30”, possuem
1*
comprimento entre 9 a 12 metros e espessura de parede variando entre 4
”e
1”.
A quantidade de tubos utilizados no revestimento varia de acordo com o
comprimento final da coluna de revestimento a ser descida.
Os tubos são denominados de OCTG (Oil Country Tubular Goods), que
agrupam os revestimentos (casing) e os tubos (tubing). O casing é o
revestimento do poço petrolífero e o tubing é a coluna que injeta ou retira fluido
do poço.
Os graus dos tubos são nomeados com as letras H, J, K, C, L, N, P
seguida por dois ou três dígitos, que multiplicados por mil, expressam à
resistência de escoamento mínimo.
A Tabela 2.1 apresenta os valores dos graus determinados pela API.
Resistência ao Resistência
escoamento (psi) mínima a tração Alongamento
Grau API Mínimo Máximo (psi) Mínimo* (%)
H-40 40,000 80,000 60,000 29.5
J-55 55,000 80,000 75,000 24.0
K-55 55,000 80,000 95,000 19.5
C-75 75,000 90,000 95,000 19.5
L-80 80,000 95,000 95,000 19.5
N-80 80,000 110,000 100,000 18.5
C-90 90,000 105,000 100,000 18.5
C-95 95,000 110,000 105,000 18.0
P-110 110,000 140,000 125,000 15.0
* Teste com ensaio de área superior a 0.75 polegas ao quadrado
20
Todos estes valores são referentes a amostras de teste com áreas
superiores a 0.75 polegadas ao quadrado.
A espessura da parede em qualquer ponto do tubo não deve ser menor
que 87.5% da espessura nominal (Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO). A perfeita fabricação do
tubo ocorre quando os raios externos e internos são concêntricos. Porém, na
indústria esta perfeição nem sempre é alcançada.
Para os tubos cujos raios não são concêntricos, é aceitável este limite de
diferença, que é de 12,5 % entre os centros dos raios externo e interno. O valor
de 87,5 % é utilizado na Equação de Barlow, como 0.875, para a realização
dos cálculos da pressão interna.
A conexão entre os tubos é realizada por meio das luvas. Estas são
classificadas em CSG e LCSG (luvas formadas por 8 fios por polegadas),
BCSG (luvas formadas por 5 fios por polegadas) e XCSG. A quantidade de fios
existente nas luvas classificadas como XCSG não foram especificadas nas
literaturas estudadas.
As luvas são utilizadas como conectores, devido a sua confiabilidade
comprovada, facilidade de produção e baixo custo. Quando ocorrem os
acoplamentos, são formados pequenos vazios na base e crista da rosca que
são preenchidos com graxa para evitar vazamento e redução de resistência.
O comprimento do tubo é chamado de Range e possui as denominações
1, 2 e 3. O Range 1 é denominado para tubos com comprimento entre 16-25
pés (4.9 – 7.6 metros), o Range 2 entre 25-34 pés (7.6 – 10.4 metros) e o
Range 3 para maiores que 34 pés (maior que 10.4 metros). No Brasil, usam-se
tubos com comprimento Range 3.
As especificações API para caracterizar um tubo segue a seguinte
sequência, com suas respectivas unidades ou simbologia: Diâmetro externo
(in), Peso nominal (lbf/ft), Grau do aço (letra-número), Tipo de rosca e Range.
A tabela 2.2 apresenta exemplos de especificações para os tubos
existentes no Brasil:
21
Tabela 2.2 – Especificações para os tubos do Brasil
diâmetro peso
externo nominal grau do tipo de comprimento do
(in) (lbf/ft) aço rosca tubo (Range)
7 23.00 N-80 BT R3
16 65.00 H-40 BT R3
20 94.00 K-55 BT R3
22
Figura 2.1 – Programa de revestimento típico mostrando diferentes tamanhos de revestimento
e suas profundidades de ajuste. (a) poços cuja pressão é exercida pela água e (b) poços cuja
pressão é exercida pelas rochas.
Fonte: RAHMAN S. S. and CHILINGARIAN G. V.,1995,
V., adaptado.
23
O Revestimento de Superfície tem a função de proteger os aquíferos
superficiais, propiciar a estabilização das formações pouco consolidadas e
servir de suporte para os equipamentos de segurança.
O Revestimento Intermediário (revestimento técnico ou revestimento de
proteção) possui a função de cobrir zonas de perda de circulação, folhelhos
desmoronáveis, zonas de sal ou portadoras de gás ou água.
O Revestimento de Produção funciona como receptor para a coluna
produtora: os tubings. O revestimento de produção permite a produção seletiva
quando houver mais de uma zona produtora no poço.
O Liner é uma seção de revestimentos que fica ancorada no interior do
poço, na última coluna de revestimentos. Não possuindo uma continuidade até
a superfície.
Os dois tipos de liners existente são os Liners de perfuração e os Liners
de produção. Liners de perfuração são descidos no poço para cobrir uma zona
de perda de circulação ou portadora de pressões anormais que
comprometeriam a segurança do poço caso permanecessem descobertas.
Liners de produção são utilizados no lugar de uma coluna de revestimento
de produção completa para cobrir uma zona produtora.
A cimentação é o processo no qual o cimento, produzido por compostos
específicos, é introduzido pelo tubo com o objeto de preencher e cimentar os
espaços anulares que compõe o projeto de revestimento dos poços.
Um exemplo da classificação da coluna de revestimento, quanto a sua
finalidade, com seus respectivos diâmetros é demonstrado na figura 2.2.
A figura 2.2 mostra o revestimento do poço composto por cinco fases com
as dimensões da broca utilizada e do revestimento.
24
Figura 2.2 – Esquema do revestimento de um poço de petróleo com 5 fases.
fas
25
3*
e o revestimento possui 13 8 ”. No segundo, o poço é perfurado com uma
broca de 12 1*4 ” e o revestimento possui um diâmetro de 9 5*8 ”.
A última fase é o revestimento de produção, na qual é realizada uma
perfuração com broca de 8 1*2 ” e o revestimento é de 7”.
A quantidade de fases, as especificações do tubo utilizado e o peso da
lama são determinados de acordo com o tipo e a origem das pressões
exercidas.
Após a instalação da coluna de revestimento no poço, os equipamentos
para extração de óleo e gás serão descidos pela coluna. O diâmetro destes
equipamentos é denominado de Drift Diameter.
O Drift Diameter refere-se ao maior diâmetro que os equipamentos que
descem pela coluna de revestimento podem possuir.
Estes valores são calculados pela API (Instituto de Petróleo Americano).
Porém, estes cálculos também são realizados por alguns fabricantes e
possuem valores um pouco superiores os calculados pela API.
26
Figura 2.3 – Poço vertical
27
Figura 2.4 – Poço direcional
28
Sobre as paredes da coluna de revestimento irão atuar forças e tensões
que, dependendo da intensidade, podem provocar o escoamento, a ruptura e o
colapso do tubo. Estas forças serão estudas atuando na parede do tubo
individualmente e simultaneamente. O processo em que as forças atuam
simultaneamente é denominado de Efeito de Cargas Combinadas.
29
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 TRAÇÃO
Figura 3.1 – (a) falha por tração no material e (b) falha por tração na junção.
Fonte: BOURGOYNE
OURGOYNE et al., 1986, adaptado.
adaptado
30
A figura 3.2 mostra a força de tração e a força de resistência das paredes
do tubo. A força de resistência é devido ao peso molhado do tubo, cujo valor é
determinado pelo peso real subtraído do empuxo.
Estas forças possuem a mesma direção, mas sentidos contrários. A força
de tração ( ) possui direção vertical e sentido ascendente e a força das
paredes do tubo possui direção vertical e sentido descendente.
Figura 3.2 – Diagrama de corpo livre de tração e força provocada pelo peso do tubo.
= % &' (3.1)
Onde:
% &' é a tensão de escoamento mínimo
é a área da secção transversal do aço
/
= % &' ( − )
0
(3.2)
31
Onde:
% &' é a tensão de escoamento mínimo
é o diâmetro externo
d é o diâmetro interno
Figura 3.3 – (a) visão lateral e (b) visão superior da pressão interna exercida na parede interna
do tubo.
32
A força é dada pela fórmula:
'
= (3.3)
Onde:
é a pressão de Burst
L é o comprimento do tubo
d é o diâmetro interno
'3
= 2 (3.4)
Onde:
é a resistência do aço
t é a espessura específica da parede
L é o comprimento do tubo
33
Figura 3.4 – Diagrama de corpo livre para pressão no revestimento. (a) pressão interna
exercida na parede do tubo e (b) forças exercidas na parede do tubo.
Fonte: BOURGOYNE et al., 1986, adaptado.
6789:;
= 0.875
'<
(3.5)
Onde:
% &' é a tensão de escoamento mínimo
t é a espessura específica da parede
é o diâmetro externo
34
A figura 3.5 mostra que o tubo possui uma diferença de 12,5 % entre os
centros dos raios externo e interno e uma diferença de 87,5 % entre as
espessuras das paredes externa e interna. Esses valores de porcentagem
referem-se à excentricidade do tubo.
Figura 3.5 – Espessura nominal mínima aceitável da parede do tubo de revestimento de poço.
35
3.3 PRESSÃO DE COLAPSO
36
tudo, é exercida uma pressão externa , cujo raio é . Na espessura da
parede do tubo, são exercidos a tensão tangencial e a tensão radial , cujo
raio é r.
Onde:
é pressão interna
é pressão externa
é raio externo
é raio interno
37
Onde:
é pressão interna
é pressão externa
é raio externo
é raio interno
;<
A
= 2! % &' " D E
;< >
H (3.8)
F G
E
Onde:
! % &' " é a tensão de escoamento efetiva
é o diâmetro externo
t é a espessura da parede
38
Tabela 3.1 – Coeficientes empíricos usados para determinação da pressão de
colapso
Coeficientes empíricos
Grau F1 F2 F3 F4 F5
H-40 2.950 0.0465 745 2.063 0.0325
-50 2.976 0.0515 1,056 2.003 0.0347
J-K 55 & D 2.991 0.0541 1,206 1.989 0.0360
-60 3.005 0.0566 1,356 1.983 0.0373
-70 3.037 0.0617 1,656 1.984 0.0403
C-75 & E 3.054 0.0642 1,806 1.990 0.0418
L-80 & N-80 3.071 0.0667 1,955 1.998 0.0434
C-90 3.106 0.0718 2,254 2.017 0.0466
C-95 3.124 0.0743 2,404 2.029 0.0482
-100 3.143 0.0768 2,553 2.040 0.0499
P-105 3.162 0.0794 2,702 2.053 0.0515
P-110 3.181 0.0819 2,852 2.066 0.0532
-120 3.219 0.0870 3,151 2.092 0.0565
-125 3.239 0.0895 3,301 2.106 0.0582
-130 3.258 0.0920 3,451 2.119 0.0599
-135 3.278 0.0946 3,601 2.133 0.0615
-140 3.297 0.0971 3,751 2.146 0.0632
-150 3.336 0.1012 4,053 2.174 0.0666
-155 3.356 0.1047 4,204 2.188 0.0683
-160 3.375 0.1072 4,356 2.202 0.0700
-170 3.412 0.1123 4,660 2.231 0.0734
-180 3.449 0.1173 4,966 2.261 0.0769
A força axial é definida como uma força no eixo longitudinal do tubo. Pode
ser classificada em tração axial ou compressão axial. A tração axial ocorre
quando os extremos da barra são tracionados. A compressão axial ocorre
quando os extremos da barra são comprimidos (Força axial, acesso em 20 out.
2014).
Quando a tensão axial é igual à zero, as tensões exercidas no tubo são
as tensões radial e tangencial.
Quando o tubo é submetido a uma situação em que a atua somente a
pressão externa, e considera-se a tensão axial zero, é possível definir qual tipo
de colapso pode ocorre. O cálculo da pressão de colapso será realizado tendo
como base os valores de /t.
Dessa maneira, será possível determinar qual tipo de colapso (plástico,
de transição ou elástico) ocorreu na zona de fraqueza do tubo.
39
A Tabela 3.2 apresenta os valores correspondentes a cada tipo de
colapso.
40
3.4 EFEITO DAS CARGAS COMBINADAS
Onde:
é a tensão tangencial
é a tensão radial
é a tensão vertical
% &' é a tensão de escoamento
41
A tensão radial é dada pela equação:
Onde:
é a pressão interna
é a pressão externa
r pode ser considerado o raio interno ou raio externo
d é o diâmetro interno
D é o diâmetro externo
Onde:
é a pressão interna
é a pressão externa
r pode ser considerado o raio interno ou raio externo
d é o diâmetro interno
D é o diâmetro externo
U = ±W1 − 0 T6Y
6 C=8
T6 E
X 6 C=8 6 C=8
U + T6Y U (3.12)
789:; 789:; 789:;
42
Onde:
é a tensão tangencial
é a tensão vertical
é a pressão interna
% &' é a tensão de escoamento
43
Figura 3.8 – Elipse da Plasticidade.
Fonte: BOURGOYNE et al., 1986.
44
Ao determinar valores para a pressão interna, tensão de escoamento e
tensões tangencial e vertical é possível, utilizando um software interativo de
alto desempenho votado para o cálculo numérico, obter a elipse da plasticidade
para o tubo analisado.
Ao transcrever a Equação 3.12 no software Matlab é possível entender o
significado dos sinais positivos e negativos do início da equação, e determinar
quais serão os pontos da elipse correspondente às pressões em estudos.
Os sinais positivos e negativos são os pontos diametralmente oposto que
fazem parte da elipse da plasticidade.
A Figura 3.9 refere-se à elipse da plasticidade plotada no software Matlab
com valor da pressão interna de 60,000 psi. O valor de pressão interna está
entre os intervalos de valores de pressões internas analisados durante os
estudos. O arquivo de entrada para a construção da elipse está descrito no
Anexo A.
Figura 3.9 – Elipse da plasticidade com = 60,000 . Ponto A refere-se à igualdade positiva
da Equação 3.12 e o ponto B refere-se à igualdade negativa da Equação 3.12 para =
60,000 .
45
Para que as especificações do tubo estejam dentro da necessidade do
projeto, todos os valores de , , e % &' que forem utilizados na equação
3.12 devem resultar em pontos que irão pertencer à elipse.
Quando a pressão interna e a tensão axial são zero, utilizar-se a Tabela
3.2 para determinar o colapso. Porém, ela não pode ser utilizada quando há o
efeito de cargas combinadas, pois, neste efeito, as tensões axiais são
diferentes de zero.
Quando a pressão interna é igual a zero e a tensão vertical é diferente de
zero, utiliza-se a Equação 3.13 para determinar a tensão de escoamento
efetiva ? % &' B .
?6789:; B
= W1 − 0 T6
X 6Y 6Y
6789:;
9
U − T6 U (3.13)
789:; 789:;
Onde:
é a tensão vertical
% &' é a tensão de escoamento
? % &' B é a tensão de escoamento efetiva
46
Ao realizar a curvatura, a tração axial atuante no tubo sofre uma
variação de valor que é influenciado tanto pela forma adquirida pelo tubo
quanto pelo contato dele com a parede do poço.
Tendo como referência a curvatura do tubo, a tração axial atuante no
lado convexo pode sofrer um aumento, enquanto que, na secção relativamente
reta do tubo, com um ângulo de desvio da vertical significativo, a tensão axial
provocada pelo peso do tubo é reduzida.
Tendo como referência o contato do tubo com a parede do poço, a
tração axial pode ser significamente afetada pelo aumento do atrito entre o
revestimento e a parede do poço.
Este atrito é favorável para o movimento descendente e desfavorável
para o movimento ascendente do tubo e geralmente é compensado pela adição
de uma sobrecarga mínima aceitável para a tração axial livre de suspensão.
Na pratica dos projetos de revestimento de poços direcionais,
consideravam-se o efeito desfavorável da flexão do revestimento e
desconsideravam-se o efeito favorável do ângulo de desvio vertical
(BOURGOYNE et al., 1986).
A curvatura do poço direcional é geralmente expressa em termos da
variação do ângulo do eixo do poço por unidade de comprimento.
A variação deste ângulo, em graus, por 100 pés de comprimento do
poço é denominada de ângulo dogleg-severity ( ).
A relação entre o dogleg-severity e o aumento da tensão axial provocado
pela flexão no lado convexo do tubo, ∆ , é dada pelas equações:
∆ = (Z + )∆ − Z∆ (3.14)
'<
∆ = ∆ = ∆ (3.15)
∆\ '< ∆3 '< ^ /
∆[ = \
= \
= ( )
∙ __
∙ `_
(3.16)
X_$ _b /
∆ = a∆[ = 0__
∙ `_
∙ = 218 (3.17)
Onde:
∆ é a variação de comprimento do tubo
R é o raio de curvatura do tubo
47
r é a metade do diâmetro externo
é o diâmetro externo
∆ é a variação do ângulo do tubo
E é o módulo de Young (Módulo de Elasticidade)
é o ângulo dogleg-severity
∆ é o aumento da tensão axial provocado pela flexão no lado convexo
do tubo
é à força de fricção (atrito) entre o revestimento e a parede do poço
é a força exercida pela parede do poço.
Figura 3.10 – Aumento da tensão provocada pela flexão do revestimento no poço direcional.
Fonte: BOURGOYNE et al., 1986, adaptado.
48
A figura 3.10 mostra o contato uniforme entre a parede do tudo e a
parede do poço e as variáveis representam o ponto médio do diâmetro (r); o
ângulo de desvio da vertical da tensão axial do revestimento ( ); a variação do
ângulo do tubo (∆ ); o raio de curvatura do tubo (R); o comprimento do tubo (L)
e a sua variação (∆ ); o peso do tubo (w) e as suas componentes aplicada em
um ponto r; a força de fricção (atrito) entre a parede do tubo e a parede do
poço ( ) e a força exercida pela parede do poço ( ).
O aumento da tensão axial provocado pela flexão no lado convexo do
tubo é denominado de ∆ . O máximo aumento da tensão axial referente ao
lado convexo é dado pela equação:
(∆ )# $ = 218 (3.18)
Onde:
!∆ "# $ é o máximo aumento da tensão axial referente ao lado convexo
do tubo
é o ângulo dogleg-severity
é o diâmetro externo
Onde:
é a força axial equivalente
!∆ "# $ é o máximo aumento da tensão axial referente ao lado convexo
do tubo
é área do aço
49
A área do aço pode ser expressa pela relação entre o peso do tubo
dividido pela densidade do aço, como demonstrado na equação:
= = =é ' c
=
' ' ' '
(3.20)
ç
= 64 d (3.21)
Onde:
w representa o peso do tubo
50
Figura 3.11 – Contato entre a parede do tubo e a parede do poço somente nos conectores.
Fonte: BOURGOYNE et al., 1986, adaptado.
51
A figura 3.12 (a) e (b) possui como referência o coordenada j do
diâmetro do tubo.
Figura 3.12 – Diagrama (a) força de cisalhamento é máxima nas extremidades e nulo no centro
da junção; (b) momento de flexão é mínimo nas extremidades e máximo no centro da junção.
'> % h
= ± ij
'$ >
(3.22)
Onde:
x e y são as coordenas espaciais definidas de acordo com a figura 3.11
M é o momento de flexão
52
E é o módulo de Young (Módulo da Elasticidade)
I é o momento de inércia da viga
Onde:
é o diâmetro externo
d é o diâmetro interno
$>
e=e + m+ n− o − dnfpq (3.24)
Onde:
e é o momento de flexão no ponto O
é a força de tração axial
é a força lateral exercida pela parede do poço no acoplamento
e=e + m+ n (3.25)
53
Dessa maneira, no acoplamento (x=0), o tubo está em flexão pura e
tem-se a relação:
hr (∆6Y )stu
= = ;
ij iF <G
(3.26)
r
>
Onde:
é o raio de curvatura do poço
e é o momento de flexão
E é o módulo de Young (Módulo de Elasticidade)
I é o momento de inércia da viga
(∆ )# $ é o máximo aumento da tensão axial
é o diâmetro externo
(∆6Y )stu
m = x> y z (cosh •n − 1" + xij
v
wr
!sinh •n − •n" (3.29)
i'<
Onde:
v
• = ‚ijt (3.30)
54
O contato do revestimento com a parede do poço pode ocorrer de forma
uniforme ou somente nos conectores. Quando não há o contato do tubo com a
parede do poço, situação em que ocorre contato somente nos conectores, pela
análise da simetria descrita acima, é possível inferir que o cisalhamento no
ponto médio da junção é zero, dessa maneira obtém-se a razão:
'ƒ %
F'$ ƒ G =0 (3.31)
$„\…/>
'% \…
F G = ×
'$ $„\
(3.32)
…/> r
Onde:
x é a abscissa determinada paralela ao poço
‡ é o comprimento na coordenada j do diâmetro do tubo
é o raio de curvatura do poço
‹Œ…
(∆6Y )stu ST U
=
>
‹Œ…
i'<
(3.34)
r
>
55
Onde:
g é a força aplicada sobre a junção
K é uma constante
(∆ )# = 218
lx\…
$ S?lx\… B
(3.35)
lx\…
= 64 d
S?lx\… B
(3.36)
56
que o valor da resistência mínima ao escoamento, a resistência da junção é
dada pela equação:
•
0_.•^'<
= 0.95 ‡= Ž c& −K ‘.’ R “
?6•:E A6789:; B
(3.37)
Onde:
≥ % &'
‡=
e
= 0 •(
/
‡= − 0.1425" − ! − 22" – (3.38)
Onde:
é a resistência a tração axial
‡= é a área da secção transversal da parede do tubo abaixo da ultima
rosca/luva
c& é a tensão final
% &' é a tensão de escoamento
é o diâmetro externo
t é a espessura específica da parede do tubo
6•:E A6789:;
= 0.95 ‡= F + % &' − 218 G
_.l00
(3.39)
Onde:
é o ângulo dogleg-severity
Estas correlações empíricas foram desenvolvidas a partir de testes
experimentais realizados com revestimento 5.5-in, 17-lbf/ft, K-55 com
rosca/luva curta. (BOURGOYNE et al., 1986).
57
4. APLICAÇÕES
Calcula-se:
/
!7,625 − 6,625 " = 11,192 o
0
(4.1)
0__.__
= 35.740
, ˜
(4.2)
58
Dessa maneira, a tensão total exercida no tubo será:
0__.___
• = ‚X_! _b "!™ ,X™"
= 0,01367 oA (4.6)
l.l0˜!l"!_,_ Xl™"!Xl"
!∆ "# $ = = 19.732
S•!l"!_,_ Xl™"!Xl"–
(4.7)
Após estes cálculos conclui-se, para esta situação, que os valores dos
contatos entre o tubo e a parede do poço que ocorrem de maneira uniforme e
somente nas junções são menores do que 80.000 psi, que é o valor de
resistência ao escoamento mínimo do tubo (tabela 2.1).
59
A resistência mínima à tração para o revestimento N-80 é 100.000 psi
(tabela 2.1).
A resistência da junção, de acordo com a equação 3.37:
vrQ •
= 0,95 ›100.000 − y!
0_,•!0"!™,l •"
š…M __.___A`_.___"‘.’
z œ = 94.991 (4.9)
Sendo:
> 80.000
‡=
/
‡= = •!7,625 − 0,1425" − 6,625 – = 9,501 o
0
(4.10)
60
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
61
REFERÊNCIAS
62
Perfuração. Disponível em:
<http://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/apostilas/engenheiro_do_petroleo/perfura
coes.pdf>. Acesso em: 13 set. 2014.
RAHMAN S. S. and CHILINGARIAN G. V. Casing Design, Theory and
Practice ELSEVIER 1995. 372P.
Têmpera e revestimento. Disponível em:
<http://www.ghinduction.com/process/tempera-e-revenimento/?lang=pt-br>.
Acesso em: 01 out. 2014.
THOMAS, JOSÉ EDUARDO. Fundamentos de Engenharia de Petróleo
Segunda edição 2004.
Tubulação Industrial e Estrutura Metálica. Disponível em:
<http://www.abraman.org.br/arquivos/51/51.pdf>. Acesso em: 15 out. 2014.
63
APÊNDICE A – EQUAÇÕES DE LAMÉ
Onde:
é a pressão interna
é a pressão externa
' L
r é a coordenada radial F G ≤ ≤F G
d é o diâmetro interno, d = D – 2t
D é o diâmetro externo
Onde:
é a pressão interna
é a pressão externa
' L
r é a coordenada radial F G ≤ ≤F G
d é o diâmetro interno, d = D – 2t
D é o diâmetro externo
64
ANEXO A – ARQUIVO DE ENTRADA DO MATLAB
% a = pressão interna
% b = tensão de escoamento
% x = tensão tangencial
% y = tensão axial
clear all
clf
clc
a=[0:0.1:10000];
%para ro=0.2 e ri=0.05
tz=10000;
ty=80000;
b=[0:100000];
x=[0:100000];
y=[0:100000];
%((x+a)/b)=sqrt(1-3/4*((y+a)/b).^2)+1/2*((y+a)/b);
%A=((x+a)/b);
pi=60000;
B=[-1.175:0.01:1.175];
A=-(1-(3/4).*(B.^2)).^(1/2)+1/2.*B;
C=(1-(3/4).*(B.^2)).^(1/2)+1/2.*B;
plot(B,A)
hold on
plot(B,C)
hold on
B=(tz+pi)./ty;
A=-(1-(3/4).*(B.^2)).^(1/2)+1/2.*B;
C=(1-(3/4).*(B.^2)).^(1/2)+1/2.*B;
plot(B,A,'o')
hold on
plot(B,C,'o')
%A=[-120:10:120];
%B=[-120:10:120];
65